880 SAÚDE DO TRABALHADOR: A EQUIPE DE ENFERMAGEM FRENTE AOS RISCOS OCUPACIONAIS EM UMA UNIDADE DE HEMODIÁLISE WORKER'S HEALTH: THE NURSING TEAM IN LIGHT OF OCCUPATIONAL HAZARDS OF A HEMODIALYSIS UNIT Carla Fernanda Barbosa Discente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA. [email protected] Giselle Silva Alves Discente do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA. [email protected] Luciano Ramos de Lima Enfermeiro. Mestre em Enfermagem-UFG, Especialista em UTI-EEUFMG. Professor adjunto do Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA. [email protected] Karla Prado de Souza Cruvinel Enfermeira. Mestre em [email protected] Medicina Tropical-UFG (Área de concentração: Microbiologia). RESUMO Os trabalhadores da saúde que atuam em unidades de hemodiálise se encontram constantemente expostos a diversas situações de riscos ocupacionais devido à complexidade do setor e ao contato próximo e frequente com os fluidos orgânicos. Sabe-se que nessas unidades o profissional trabalha diretamente com pacientes portadores de patologias infecto-contagiosas, podendo implicar na transmissão de doenças crônicas e letais. Mediante o fato que o risco biológico é o de maior destaque e preocupação entre os profissionais das unidades de hemodiálise, esse estudo teve como objetivo descrever a percepção dos trabalhadores da equipe de enfermagem a respeito dos riscos biológicos a que estão expostos em uma unidade de hemodiálise. A amostra foi composta por 11 profissionais da equipe de enfermagem, que responderam a uma entrevista estruturada. Da análise das falas dos sujeitos, emergiram três categorias temáticas que permitiram constatar o conhecimento destes profissionais de enfermagem mediante os riscos biológicos a que estão expostos, bem como a necessidade do uso de equipamentos de proteção individual (EPI’S). Os dados também apontam a fragilidade dos conhecimentos destes profissionais para as condutas a serem adotadas mediante a ocorrência de acidentes ocupacionais relacionados à exposição a fluidos corpóreos. Por fim, trazem à tona a reflexão/aprendizado desses trabalhadores, considerando suas vivências com acidentes envolvendo materiais biológicos no ambiente hemodialítico. Portanto se faz necessário investir em educação do trabalhador de enfermagem que atua no setor de hemodiálise, voltada para uma visão prevencionista relacionado aos riscos ocupacionais em que estão expostos. PALAVRAS- CHAVE: Saúde do Trabalhador. Biossegurança. Risco Ocupacional. Unidade de Hemodiálise. ABSTRACT The health of workers with responsibilities in hemodialysis units are constantly exposed to different occupational risk situations due to the complexity of the sector and the close and frequent contact with Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 881 body fluids. It is known that in these units the professionals work in direct contact with patients having infectious-contagious pathologies, which may imply in the transmission of chronic and lethal diseases. Because of the fact that the biohazard is the most prominent and a concern among those working in the hemodialysis units, this study aimed todescribe the perception of the nursing staff regarding the biological risks to which they are exposed in a hemodialysis unit. The sample consisted of 11 professionals of the nursing staff who answered a structured interview. From the analysis of what the subjects said arose three themes that gave evidence of the knowledge of these nursing professionals regarding the biological risks to which they are exposed, as well as the need for using PPEs. The data also point to the fragility of the knowledge of these professionals about the actions to be taken in the case of occupational accidents occurring related to exposure to body fluids. And lastly, it brings up the reflection/lessons learned of these workers considering their experience with accidents involving biological materials in a hemodialysis environment. Therefore it is necessary to invest in the education of nursing staff who work in the hemodialysis area with a focus on a preventative vision related to the occupational hazards that they are exposed. KEY WORDS: Occupational Health, Biosafety, Occupational Risk, Hemodialysis Unit. INTRODUÇÃO A equipe de enfermagem constitui a maior representatividade de pessoal dentro do hospital, e sua atividade primordial caracteriza-se na promoção, prevenção e recuperação da saúde de um número elevado de pessoas (SILVA; ZEITOUNE, 2009). Os trabalhadores da saúde que atuam em unidades de hemodiálise se encontram constantemente expostos a diversas situações de riscos ocupacionais devido à complexidade do setor e ao contato próximo e frequente com fluidos orgânicos, muitas vezes de pacientes portadores de microrganismos veiculados pelo sangue, podendo implicar na transmissão de doenças crônicas e letais (SILVA; ZEITOUNE, 2009). Devido às baixas remunerações, em muitos casos, os trabalhadores de enfermagem atuam em dois ou mais empregos, resultando em uma sobrecarga de trabalho (RITTER; STUMM; KIRCHER, 2009). Em consequência, esses profissionais podem estar expostos a fortes pressões físico-emocionais e a baixa atenção ao trabalho, situações essas que somadas as condições de segurança inadequadas no trabalho, podem ser responsáveis por acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, as quais podem levar a incapacidade temporária ou definitiva do trabalhador. Daí a importância desses trabalhadores aprenderem a cuidar de si, evitando e/ou reduzindo os danos desta ocupação e, consequentemente, preservando a saúde, com condições plenas de proporcionar uma assistência adequada aos usuários (RITTER; STUMM; KIRCHER, 2009). Na Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978, foram aprovadas as Normas Regulamentadoras (NRs), relacionadas à Segurança e Medicina do Trabalho, que são de observância obrigatória pelas empresas públicas e privadas. As NRs foram criadas e ampliadas para assegurar condições ideais de trabalho através da redução ou eliminação dos riscos existentes. A NR 32, criada no final da década de 90, estabelece diretrizes básicas para implantação de medidas de proteção em relação à segurança e à saúde dos trabalhadores, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral (PINHEIRO; ZEITOURE, 2008). De acordo com a Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 882 químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho, que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. O conhecimento sobre fatores de riscos tornase importante no estabelecimento de medidas para evitá-los ou corrigi-los (BRASIL,1978). A saúde do trabalhador pode ser entendida como o processo saúde e doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho, representando um esforço de compreensão desse processo – como e porque ocorre - e do desenvolvimento de alternativas de intervenção que levem à transformação em direção à apropriação pelos trabalhadores, da dimensão humana do trabalho, numa perspectiva teleológica (MENDES; DIAS, 1991). Os riscos biológicos ocupam lugar de destaque sobre os demais riscos ocupacionais na unidade de hemodiálise, expondo perigos ao trabalhador de enfermagem. Tais riscos são definidos como aqueles causados por microrganismos patogênicos como bactérias, fungos e vírus, que são capazes de desencadear doenças devido à contaminação e pela própria natureza do trabalho (BRASIL, 1978). De acordo com Silva e Zeitoune (2009) a exposição aos riscos biológicos é preocupante, uma vez que são causadores de muitos problemas de saúde dos trabalhadores, pois ao executarem atividades que envolvem o cuidado direto e indireto aos pacientes, estão frequentemente expostos às infecções transmitidas por microrganismos presentes no sangue ou outros fluidos orgânicos. O risco químico também é considerado importante no setor de hemodiálise, pois os trabalhadores permanecem em contato diário com uma série de substâncias químicas como o hipoclorito de sódio a 2% e o proxitane, usados para desinfecção das máquinas de hemodiálise e esterilização dos dialisadores. Diante disso a adoção de medidas de biossegurança é, de fato, muito importante para que haja uma prevenção efetiva de acidentes e doenças ocupacionais advindas dos riscos biológicos. Para isso o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) como máscaras, gorro, óculos, capote e botas torna-se obrigatório a todos os trabalhadores (SILVA; ZEITOUNE, 2009). O acidente de trabalho é caracterizado como aquele que advém do exercício do trabalho provocando lesão corporal que pode levar a morte, perda ou diminuição transitória ou permanente da capacidade funcional (PAULINO; LOPES; ROLIM, 2008). Estes acidentes representam um grave problema nas instituições de saúde em geral e a equipe de enfermagem identifica-se em diversas situações de risco em consequência da rotina de procedimentos constantes, exposição a fatores químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e até mesmo os psicossociais que com o passar do tempo podem desencadear doenças ocupacionais e acidentes de trabalho. Os acidentes que envolvem perfurocortantes, principalmente agulhas, são alguns dos principais problemas para aquisição de infecções, pois são responsáveis pela maioria das transmissões de doenças infecciosas entre os profissionais da saúde (ALMEIDA et al., 2009). Os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais manifestam-se em consequência da utilização ou não das medidas de proteção e segurança de acordo com o tipo de trabalho exercido. É importante refletir sobre o treinamento e a educação do trabalhador, resgatando aspectos de promoção da saúde e prevenção de doenças, tendo que a prevenção das exposições ao sangue ou a outros materiais Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 883 biológicos é a principal e mais eficaz medida para evitar a transmissão de doenças por meio desses fluidos. É estimado pela Organização Internacional do Trabalho-OIT (2011) que entre os anos de 2003 e 2008 o número de enfermidades mortais relacionadas aos acidentes de trabalho aumentaram de 1,95 milhão para 2,02 milhões. Isto equivale a uma média de mais de 6.300 mortes diárias relacionadas com o trabalho e cerca de 317 milhões de trabalhadores feridos em acidentes de trabalho a cada ano, representando uma média de cerca de 850.000 lesões diárias. O objetivo desse estudo foi descrever a percepção dos trabalhadores da equipe de enfermagem a respeito dos riscos biológicos de uma unidade de hemodiálise em uma cidade do interior de Goiás. METODOLOGIA Trata-se de um estudo do tipo descritivo com uma abordagem qualitativa. A pesquisa foi realizada em uma unidade de hemodiálise em um município do interior do Estado de Goiás. A clínica de diálise possui um total de 31 trabalhadores na equipe de enfermagem, sendo 27 técnicos e quatro enfermeiros. O setor conta com 30 máquinas dialisadoras e trabalha com dois turnos de seis horas diárias cada um. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres Humanos (CEP) do Centro Universitário de Anápolis – UniEVANGÉLICA, através do Parecer Consubstanciado nº 0012/2011. A pesquisa seguiu critérios de confidencialidades, sigilo, fidedignidade e anonimato dos sujeitos conforme as orientações da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde sobre pesquisa com seres humanos. A amostragem foi do tipo não probabilística, por conveniência, composta por 11 profissionais de Enfermagem, sendo 27 técnicos e quatro enfermeiros. Inicialmente os sujeitos foram convidados a participar da pesquisa, sendo que aqueles que aceitaram efetivaram o aceite através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Foram incluídos na pesquisa os profissionais que atuam na instituição estudada no setor de hemodiálise há pelo menos seis meses e com idade igual ou superior a 18 anos. O instrumento de coleta de dados foi composto por questões abertas e fechadas e adotou-se um roteiro para entrevista estruturada com dez perguntas padronizadas focalizadas nas questões norteadoras para a análise de conteúdo, que foram respondidas pelos participantes através da escrita. A coleta de dados foi realizada entre os meses de abril e maio de 2011. Após a coleta dos dados, todo o material obtido foi analisado, com a finalidade de retirar das informações toda a validade e qualidade, abstraindo com exatidão toda sua essência. A análise dos dados foi realizada através de leituras repetitivas das narrativas com a finalidade de realizar uma busca mais profunda das respostas dos sujeitos, para uma melhor analise de conteúdo das falas (MINAYO, 1994). Deste modo foi possível fazer a ordenação dos dados onde os sujeitos foram agrupados de acordo com a ordem das perguntas seguidos de suas respectivas respostas, e a classificação dos dados, de onde surgiu a formulação de três categorias temáticas definidas para uma análise final (BARDIN, 1977). A apresentação juntamente com a análise e a interpretação dos resultados foi Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 884 formulada com a finalidade de responder os objetivos do estudo. Os relatos dos sujeitos foram submetidas à análise temática passando por três etapas: inicialmente a pré-análise onde foi realizada a organização do material e leitura flutuante das falas, posteriormente a descrição analítica onde foram realizadas leituras exaustivas das falas com a descrição dos achados; e por fim a análise inferencial onde os dados foram organizados e categorizados (BARDIN, 1977). RESULTADOS E DISCUSSÃO Das falas dos sujeitos, emergiram três categorias temáticas que estão descritas adiante. O vivido e o observado: relatos de acidentes com materiais biológicos Para a primeira categoria identificou-se os seguintes núcleos de sentido: acidentes ocupacionais relacionados ao manuseio de perfurocortante e acidentes relacionados a outros procedimentos de rotina. Os sujeitos do estudo relatam sobre experiências que sofreram ou presenciaram durante ocorrência de acidentes ocupacionais relacionados ao manuseio de materiais perfurocortantes ou a procedimentos de rotina que envolvesse material biológico. Embora a tentativa fosse explorar todas as formas de acidentes ocupacionais presente na instituição, notouse que a grande maioria dos profissionais estudados associaram acidentes ocupacionais apenas com aqueles que envolviam material biológico e/ou material perfurocortante, como se pode observar nos relatos a seguir: Eu já sofri um acidente com perfurocortante, quando fui colher sangue de um paciente para exame acabei perfurando minha mão acidentalmente, com a seringa cheia de sangue. Sujeito 1. Eu mesma participei de um acidente, durante um procedimento com perfurocortante, perguntei se minha colega precisava de ajuda, ao virar para o lado com uma agulha na mão, acabei contaminando esta colega com um furo no bumbum. Sujeito 3. Eu já presenciei um acidente como espectadora. Uma funcionária ao término do curativo de um paciente saiu com as agulhas na mão procurando um galão (descartex) e no caminho furou as nádegas de uma colega. Sujeito 7. Eu já sofri um acidente, na hora de devolver o sangue do paciente, uma linha venosa se rompeu e espirou sangue para todo o lado, ao espirrar caiu sangue para todo lado inclusive embaixo da viseira atingindo meus olhos. Sujeito 10. Os participantes demonstram ter sofrido ou presenciado acidentes ocupacionais com material biológico, especificamente com sangue, através da via percutânea e mucosa. Ciorlia e Zanetta (2004) ao realizarem uma pesquisa no Hospital de Base de São José do Rio Preto constataram que o material biológico mais frequentemente envolvido nos acidentes foi o sangue com 70,2% dos casos, seguido pelos demais fluidos corpóreos com 20%. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 885 Gomes et al. (2009) relataram que na maioria dos acidentes ocorridos, a agulha com lúmem foi o objeto causador. As situações mais frequentes de ocorrência foram na punção vascular, seguida pela administração de medicamentos. Verificou-se também que a maioria dos profissionais usavam Equipamentos de Proteção Individual (EPI) no momento do acidente. Durante a entrevista aos sujeitos, pode-se notar o conhecimento dos profissionais acerca dos riscos ocupacionais aos quais estão expostos e a consciência da importância do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI's). Porém mesmo cientes de tal importância, alguns sujeitos desconsideram o uso dos EPI's, justificando como motivos de não adesão a falta de costume, incômodo durante os procedimentos de rotina e a sobrecarga de trabalho. Estamos correndo riscos em quase todos os procedimentos que realizamos. Ex: Punção venosa, curativos e paracentese. A instituição disponibiliza: Luvas, viseiras, óculos, avental, máscaras e jaleco. Tenho dificuldade de usar a viseira e a máscara porque incomodam e por falta de costume. Sujeito 1. A clínica disponibiliza os EPI’s. Sempre utilizo alguns para minha proteção. Os que uso todos os dias são as luvas e a viseira. O que tenho maior dificuldade para usar é a viseira, pois sempre me atrapalha na punção das fístulas. Sujeito 5. Estamos expostos a situações de riscos biológicos durante o contato com o sangue dos pacientes. Sempre utilizo os EPI’s porque é norma da empresa e também um meio para me proteger. O que tenho maior dificuldade para utilizar é o óculos porque me da tontura. Sujeito 6. Nem sempre utilizo os EPI’s devido o tempo corrido. Não tem nenhum que é difícil para usar. Simplesmente é a correria. Sujeito 8. No estudo de Nishide e Benatti (2004) as máscaras e o avental eram utilizados pela maioria dos trabalhadores. Entre os entrevistados nesse estudo que nem sempre utilizam as máscaras (40%) e o avental (55%), o motivo principal de tal negligência foi a falta de hábito/disciplina. Segundo Nishide e Benatti (2004), esses motivos retratam a não valorização e a falta de conscientização sobre o uso de EPI como fator de proteção para os trabalhadores. Almeida, Pagliuca e Leite (2005) destacam que a proteção e o cuidado do profissional consigo mesmo são fundamentais. Deve-se considerar que todos os pacientes são potenciais portadores de hepatite B, do vírus HIV, ou outros patógenos. Assim, os trabalhadores devem exercitar-se ininterruptamente no uso dos EPI’s, sendo essencial para o bem-estar e a saúde do trabalhador, além da adoção de medidas de proteção e barreira no caso de exposições de pele e mucosas ao sangue, ou outros líquidos corporais, como também durante procedimentos invasivos. Nesses casos, faz-se necessário o uso de protetores para os olhos, rosto, cabeça e membros. Balsamo e Felli (2006) enfatizam que de fato a aplicação das precauções não é suficiente para garantir as medidas de prevenção, devendo fazer parte das estratégias as reflexões a respeito das mudanças de comportamento e as causas dos acidentes. Enfatiza-se que a não-adesão ou a baixa adesão às recomendações Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 886 da utilização de barreiras de proteção é uma realidade, o que leva à indagação sobre outros fatores que podem estar contribuindo para este tipo de comportamento. A manipulação de artigos contaminados por fluidos corpóreos é fato na profissão dos trabalhadores de enfermagem. Isso deve-se pelo contato contínuo com os pacientes, o que demanda o uso de EPI’s de forma sistemática e correta, visando eliminar os riscos de ocorrência dos acidentes biológicos. Balsamo e Felli (2006) destacam que os acidentes ocorrem predominantemente no ato inadequado da realização do procedimento, onde as situações em que o comportamento do trabalhador foi, em parte, o responsável pelo desencadeamento do acidente. Seguidos pela proporção dos acidentes que ocorrem durante o procedimento, os que estão relacionados à atividade propriamente dita, onde a imprevisibilidade esteve presente. No estudo de Alves, Joanir e Tocantins (2009) em um hospital municipal do Rio de Janeiro, observou-se que para a prevenção de acidentes durante o desempenho das atividades de enfermagem com material perfurocortante, a atenção foi considerada a mais importante pelos pesquisados (54%), o uso de EPI/luvas (48%) e o uso da técnica correta (21%). Maia, Maia e Cruvinel (2011) ao avaliarem as principais vias de transmissão das hepatites B e C e os grupos mais vulneráveis a essas infecções, alertaram que os profissionais da saúde estão relacionados em várias pesquisas como população exposta ao risco de contrair os vírus da hepatite B e/ou C, devido ao risco ocupacional advindo das próprias atividades da profissão. Também apontaram o déficit de conhecimento sobre as formas de transmissão das mesmas, evidenciado nos acadêmicos da área de saúde e profissionais que já atuam nesta área. O conhecimento teórico sobre os riscos ocupacionais, em especial àquelas envolvendo material biológico, e as formas de prevenção a estes são de grande valia, porém a atenção durante a manipulação de material biológico e a educação contínua a respeito dos riscos são de grande relevância para a promoção da saúde dos trabalhadores de enfermagem. Somados a isso, destaca-se a importância da Educação continuada dos trabalhadores abordando a temática ocupacional, especialmente em unidades de alto risco como o setor de hemodiálise. Condutas frente a ocorrência de acidentes ocupacionais com material biológico Esta categoria surgiu a partir dos relatos dos sujeitos que emergiram três pontos de condutas utilizados pelos profissionais frente aos acidentes ocupacionais que foram: condutas relacionadas aos cuidados locais, condutas relacionadas a profilaxia e relacionadas a comunicação do acidente mediante a hierarquia da Instituição. O Ministério da Saúde disponibiliza protocolos com o objetivo de sistematizar o atendimento a vítimas de acidentes biológicos, nos diferentes níveis de complexidade. Este atendimento deve estar organizado de forma que permita o diagnóstico, notificação da exposição a material biológico, além de condutas e medidas preventivas, prioritariamente na transmissão do vírus da imunodeficiência humana (HIV), do vírus da hepatite B (HBV) e do vírus da hepatite C (HCV) (BRASIL, 2006). Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 887 Pinheiro e Zeitoune (2008) demonstraram que 59,1% dos pesquisados tinham conhecimento de como proceder em caso de acidente com perfuro cortante e 40,9% não tinham esse conhecimento. Os dados assemelham-se ao presente estudo, uma vez que os relatos a seguir mostram um conhecimento genérico por parte dos profissionais da Unidade de Hemodiálise estudada, a respeito das condutas a serem tomadas diante da ocorrência de acidentes com material biológico. Poucos foram os relatos que deixaram transparecer segurança nas condutas a serem tomadas no caso de acidentes. Na mesma hora fui comunicar com a enfermeira chefe, antes de comunicar passei uma gaze com álcool no local. Sujeito 3. Ao acidentar-se a pessoa precisa tomar as medidas necessárias que é Fazer os exames. Sujeito 4. Frente ao acidente com o material biológico deve-se comunicar a chefia e fazer os devidos exames. Sujeito 5. Diante de acidentes com material biológico a conduta dever ser encaminhar ao laboratório. Sujeito 8. Através dos relatos pode-se observar que, para eles as condutas relacionadas a exposição a material biológico implicam-se em comunicar a chefia de enfermagem e realizar exames para profilaxia. De acordo com o protocolo de atendimento do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) mediante exposição ao material biológico, recomenda-se os cuidados com a área exposta, tais como a lavagem do local com água e sabão nos casos de exposição percutânea ou cutânea, e no caso de exposição da mucosa deve-se utilizar água ou solução fisiológica salina. Deve-se identificar o material biológico envolvido, buscando conhecer a fonte, caracterizando-a como infectada, se exposta a situação de risco ou desconhecida. Em caso de fonte conhecida, mas sem informação de seu status sorológico, é necessário orientar o profissional acidentado sobre a importância da realização dos exames para o Antígeno de Superfície da Hepatite B (HBsAg), Anticorpo do core da Hepatite B (Anti-HBc) em suas frações Total e IgM, anticorpo para o Vírus da Hepatite C (Anti-HCV), e anticorpo para o HIV (Anti-HIV) 1 e 2 , além do teste rápido para HIV. Quando a fonte é desconhecida deve-se levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HCV, HBV, identificando suas prevalências de infecção na população, local onde o material perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico e diálise), procedimento ao qual ele esteve associado, presença ou não de sangue. Mello et al. (2007) ao avaliarem um centro de diálise em Recife, buscaram estimar a soroprevalência da infecção pelo vírus da hepatite C em 250 pacientes submetidos a hemodiálise. A prevalência do HCV aumenta de acordo com o tempo de hemodiálise, sendo que a positividade de anti-HCV de 14% em pacientes com cinco anos ou mais de tratamento e 5,1% com menos de cinco anos. Tendo em vista que os trabalhadores de saúde têm contato direto com os pacientes hemodialíticos ao realizarem os procedimentos de rotina e considerando os resultados encontrados por Mello et al. (2007), pode-se concluir que o setor de hemodiálise oferece riscos de acidentes e agravos ocupacionais importantes aos trabalhadores de saúde, Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 888 portanto é importante que essas unidades, disponibilizem informações e treinamentos para prevenção de acidentes e maiores consequências aos trabalhadores, uma vez que estes são de sua responsabilidade. O protocolo de atendimento do Ministério da saúde disponibiliza orientações e aconselhamentos ao acidentado em relação: ao risco do acidente, o possível uso de quimioprofilaxia, a necessidade do consentimento para realização de exames sorológicos, comprometimento do acidentado com seu acompanhamento durante seis meses e a importância de observar sintomas sugestivos de soroconversão aguda. Além de informações sobre o registro do acidente em Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) e preenchimento da ficha de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN (BRASIL, 2006). Alguns participantes demonstraram um maior conhecimento em relação a temática como pode-se observar nas falas: As condutas diante de acidente com material biológico devem ser: Lavar com água e sabão em água corrente, notificar, comunicar ao Enfermeiro responsável para encaminhar a fazer exames e acompanhar o paciente enquanto puder. Sujeito 1. As condutas ao acidenta-se com material biológico são: Primeiramente comunicar o responsável pela empresa, e fazer todos os exames adequados e se limpar rapidamente. Sujeito 6. Após o acidente com material biológico lavamos com água e sabão o local afetado e encaminhamos para fazer o teste rápido de HIV, hepatite B e C. Sujeito 7. Em caso de acidente com material biológico deve-se relatar ao superior, fazer a notificação, avaliar a situação do paciente se for o caso: realizar teste rápido e conforme resultado iniciar medidas cabíveis. Sujeito 11. Evitar o acidente por exposição ocupacional é um caminho importante para prevenir a transmissão de microorganismos veiculados pelo sangue. Entretanto, a realização das condutas adequadas pós-exposição ao material biológico é fundamental para a minimização de complicações provenientes destas. Portanto, julga-se necessária a realização de treinamentos contínuos visando atualização e enriquecimento dos conhecimentos dos profissionais do setor quanto a essas condutas, objetivando minimizar as consequências advindas da exposição ocupacional. Para controle e diminuição da ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais, torna-se imprescindível a realização de educação em saúde para todos os trabalhadores envolvidos com o setor. A educação, no ambiente de trabalho, serve de suporte para que os trabalhadores possam desempenhar suas funções com mais segurança e qualidade, constituindo-se uma exigência de todos os serviços de assistência à saúde (ALAM; CEZAR-VAZ; ALMEIDA, 2005). O aprendizado com o infortúnio: reflexões mediante os acidentes biológicos Os medos relacionados a possibilidade de contaminação; as reflexões dos sujeitos relacionados a atenção durante o cuidado prestado ao cliente; e aqueles Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 889 relacionados ao uso de EPI’s foram os núcleos de sentido que emergiram para a construção da terceira categoria temática desse estudo. A vivência do acidente ocupacional com exposição a material biológico, seja como vítima ou expectador, desperta nos trabalhadores de enfermagem um momento de reflexão a respeito das consequências provenientes destes. Fiquei desesperada, mesmo sabendo que era uma paciente que não apresentava risco diagnosticados, me assustei muito porque a seringa estava cheia de sangue e eu não estava com luvas no momento do acidente. Sujeito 1. Fiquei assustada, pensei que tinha me contaminado, mas o paciente não tinha nenhuma doença contagiosa. Sujeito 3. Me preocupei. Hoje eu imagino o que esta amiga está passando com a doença ocupacional que adquiriu com o acidente. Sujeito 8. Eu pensei que poderia ter adquirido alguma doença. Na hora, a gente fica muito nervoso, você só consegue pensar que pode ter se contaminado. E depois refletimos o quanto nossa profissão é arriscada, pois qualquer erro pode ser fatal. Sujeito 10. Com certeza no momento fiquei receoso de ter me contaminado com algum agente biológico. E com certeza posterior a gente fica mais atento. Sujeito11. Nos relatos, a crença sobre a seriedade da doença ficou evidente referida pela percepção do grau de complexidade que uma determinada doença tem sobre o funcionamento fisiológico, mental, psicológico e social. Os trabalhadores de enfermagem também demonstraram o apego e a valorização da vida diante da ameaça vivenciada ou assistida, após uma reflexão maior, a cautela e a atenção tornam-se uma das atitudes que acabam fazendo parte do cotidiano das atividades dos trabalhadores que vivenciaram ou presenciaram a ocorrência de acidentes ocupacionais. Tais reflexões levam os profissionais de enfermagem a rever suas ações e postura com enfoque de garantir uma maior segurança em suas atividades. Sarquis et al. (2004) em um estudo realizado em uma Unidade de Saúde do trabalhador em Curitiba, detectaram os sentimentos dos trabalhadores diante de acidentes ocupacionais envolvendo material biológico. O estudo demonstrou que os sentimentos vividos pelos profissionais no momento da exposição vão além da interrupção da integridade física ou respingo em mucosas. Os participantes expressaram sentimentos muito profundos como o medo de perder o emprego; preocupação em relação a possibilidade de transmissão das patologias para entes queridos; seguidos pela indecisão de partilhar ou não o fato do acidente com a família alegando que as recomendações podem desencadear conflitos familiares e conjugais, por exemplo o uso de preservativo nas relações sexuais. Também destacaram a raiva, revolta e culpa pelo desencadeamento do acidente. Os avaliados demonstraram que esses sentimentos são capazes de alterar o convívio social, a integridade moral e a dinâmica familiar, com a possível chance de adoecer pelo vírus HIV, HVB e HCV. Os autores destacaram que os sentimentos de medo, insegurança e culpa após a exposição ocupacional, são gerados pelas condições de trabalho e constituem cargas psíquicas que levam ao comprometimento mental. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 890 Sarquis et al. (2004) e Prado et al. (1999), relatam que além do risco da transmissão do vírus HIV, o acidente de trabalho causado por exposição a material biológico é preocupante também pela possibilidade de transmissão dos vírus da Hepatite B (vírus HBV) e Hepatite C (vírus HCV). Sailer e Marziale (2007) relatam que além das infecções, os acidentes com exposição a material biológico afetam psicológica e emocionalmente o trabalhador acidentado devido à espera dos resultados dos testes sorológicos e a possibilidade de soroconversão. Com a experiência dos anos de trabalho, profissionais do setor de enfermagem normalmente realizam atividades de maior risco. Isso pode contribuir para que haja maior exposição a situações de risco de acidentes de trabalho, sendo que as chances em se acidentar aumentam até 4% para cada ano trabalhado (CIORLIA; ZANETTA, 2004). Assim, torna-se imprescindível a atualização dos conhecimentos dos profissionais de enfermagem através de capacitações, visando adesão sistemática às precauções padrão. No estudo de Lopes et al. (2002) realizado com 152 profissionais de nove unidades de hemodiálise, um sujeito foi confirmado para infecção pelo vírus da hepatite C que relatou possuir mais de cinco anos de trabalho em unidade de hemodiálise, com ocorrência de vários acidentes com lesão percutânea, não fazendo uso regular de EPI’s. Destacando assim, a importância das unidades de hemodiálise na disseminação ocupacional de agravos à saúde do profissional de enfermagem, corroborando com Alves et al. (2009), que apontam a Enfermagem enquanto profissão de alto risco. Segundo Sarquis et al. (2004), a implementação de campanhas educacionais para o profissional de saúde sobre prevenção de doenças transmissíveis nosocomiais (vacinação e o uso de equipamento de proteção individual) seriam fundamentais para diminuir o risco de aquisição e transmissão de certas doenças infecciosas. Sailer e Marziale (2007) recomendam as ações que minimizem os acidentes biológicos, uma vez que os mesmos provocam importantes mudanças nos aspectos físicos, pessoais e emocionais. Observa-se que entre os sujeitos avaliados, alguns vivenciaram momentos de importante reflexão pessoal e profissional ao relembrarem de acidentes sofridos ou presenciados durante o desenvolvimento de suas atividades em unidades de hemodiálise. O trabalho em ambiente hemodialítico expõe os profissionais a vários riscos ocupacionais principalmente os biológicos. E devido a correria do trabalho e ao excesso de confiança durante o cuidado ao paciente, muitas vezes os profissionais se esquecem dos riscos aos quais estão expostos, desprezando as normas de biossegurança e entregando-se a desatenção. Sendo assim, julga-se importante que o setor de trabalho proporcione momentos em que a equipe possa partilhar suas experiências de forma a contribuir com a conscientização dos colegas a respeito da importância da prevenção dos riscos aos quais estão expostos na unidade de hemodiálise e as consequências provenientes destes. CONCLUSÃO Os resultados permitiram compreender que a maioria dos profissionais estudados possuía conhecimento satisfatório a respeito dos riscos biológicos e Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - V.5 - N.1 - Jul./Ago. 2012. 891 consciência da importância do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI's). Porém mesmo cientes de tal importância, alguns sujeitos desconsideram o uso dos EPI's, justificando como motivos de não adesão a falta de costume, incômodo durante os procedimentos de rotina e a sobrecarga de trabalho. Em relação as condutas diante acidentes com material biológico, o estudo mostrou um conhecimento superficial e insuficiente dos profissionais. Percebe-se também que ao relembrar suas vivências diante de acidentes ocupacionais com exposição a material biológico, quer seja como vítima ou espectador, os profissionais experimentaram momentos de profunda avaliação dos fatos ocorridos, corroborando para a reflexão sobre os riscos ocupacionais presentes na unidade de hemodiálise. Com evidência, os dados apontam para a necessidade de educação do trabalhador de enfermagem dessas unidades, voltada para uma visão prevencionista relacionada aos riscos ocupacionais a que estão expostos. Considerando a importância do contexto de acidentes ocupacionais e a alta frequência de exposição dos trabalhadores de enfermagem a todos os fatores de riscos, constata-se o quanto a saúde do profissional de enfermagem encontra-se comprometida. Nesse contexto, o presente estudo favorece a elaboração de medidas preventivas com relação ao risco ocupacional, como forma de promover um declínio dos acidentes de trabalho. Este também representa um importante instrumento para a elaboração de recursos para identificação dos riscos no ambiente de trabalho e o incentivo ao treinamento e conscientização de práticas seguras aos trabalhadores do setor de hemodiálise e da área da saúde em geral. REFERÊNCIAS ALAM, M. M.; CEZAR-VAZ, M. R.; ALMEIDA, T. Educação ambiental e o conhecimento do trabalhador em saúde sobre situações de risco. Revista Ciência e Saúde Coletiva [Online]. Rio de janeiro, vol. 10, p. 39-47, dez, 2005. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S1413-81232005000500007>. Acesso em: 12 dez. 2011. ALMEIDA, A. N. G. de.; TIPPLE, A. F. V.; SOUZA, A. C. e S.; MARISLEI, E. B. Risco Biológico entre os Trabalhadores de Enfermagem. Revista de Enfermagem da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. 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