Lê o conto O monge e o passarinho

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Escola Básica e Secundária de Valença
O monge e o
passarinho
N
a capela do mosteiro de Ganfei, um monge
rezava a oração da manhã. Dava voltas à cabeça sobre
o que queria dizer: «Mil anos, à vista de Deus, são
como o dia de ontem que já passou». Pediu então a
Deus que o ajudasse a conhecer o significado de tais
palavras.
Ali ficou, ajoelhado, esquecido de tudo… de repente
entrou um passarinho e, no cérebro do monge, ecoou
um suave canto. O passarinho rodopiou por cima do
monge. Queria levá-lo consigo pelos claustros do convento.
Já lá fora, pôs-se a cantar sobre uma árvore e o
pobre do monge deliciou-se com a melodia. Nisto, o
passarinho levantou voo e foi-se embora!
O monge esperou, esperou, mas o passarinho não
voltou… Ficou com pena de que aquele momento de
paz durasse tão pouco tempo. Foi para o mosteiro
fazer os seus trabalhos, mas lá ninguém o conhecia e
ele não entendia porquê, o que estava a acontecer, era
tudo tão estranho…
Levaram-no ao superior do convento. Este procurou
em todos os livros e verificou que aquele pobre monge
tinha vivido ali, mas há 300 anos atrás.
O bom do monge, de longas barbas brancas, contou
o que lhe tinha sucedido. O Abade compreendeu,
então, como eram misteriosos os desígnios de Deus e
o monge tomou consciência do que se passara consigo. Louvou a Deus e agradeceu-lhe a compreensão
das palavras do salmo. Em Deus, o tempo não tem
tempo.
Adaptado de:
Lendas do Vale do Minho.
Associação de Municípios do Vale do Minho, 2002
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