Cansada de ser motivos de disputas Dolítico

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Um espaço
esoaco Democrático de Comunicação
Comunic
e Educação Pofioiar
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Ano XXI - N 211 Abril de 1995 - Publicação Mensal - R$ 0,50
Cansada de ser
motivos de disputas
Dolítico-financeiros
a Guarda-Mirim
de Beltrão
pôea
boca no mundo
Pg.0S
A vivência da violência começa desde cedo para
as crianças de faveia. Uma experiência conta
a história deste dia-a-dia em São Paulo.
Pg.06e07
Mwo Fr/gor/to do Si/doesíe m Númos:
Quanto o Município de Beltrão vai
doar ao novo empreendimento
Pg. 04
Alô, Alô Dois Vizinhos! Vamos
ficar de olho na política de
boa vizinhança entre sessões
extraordinárias e cofres Públicos
fstó na hora de ca/dar da Terra.
Faça Análise de Solo e saiba
como interpretá-la!
Pg-03
Jornal Cimboti
UMA IMPRENSA DIFERENTE
Alguém sabia que no inicio do mês de março um navio
britânico, o "Pacific Pintail", carregado de lixo atômico, esteve navegando em costas brasileiras? O lixo atômico é um material radioativo de extrema perículosidade e serve, em suma,
para fabricar bombas atômicas (no caso do plutôneo). Sem a
proteção dá caixa de aço inoxidável, um cilindro de resíduo
radioativo mata em um minuto aquele que se aproxima até 2
.metros, afirma o jornalista Willian Aguiar, do jornal Brasil
Agora
São dois ©i pontos que 0
tão próximo
e o governo não fazcrnadfcl Pepoú, passada a corrida do annaaMBto atômico entre "cotesaistas" c "capitalistas"
o mundo tendo sido varrido poi
incootáveis manifestações pek
paz e coalra as amu nucleares
como é qae um navio inglês
cheio de plutôneo, navega tranqüilamente ittçjç mundo para levar o material ao Japão para
qtw eatepusiláiMáfmrir bombas atômicas?
Este c o primeiro ponto: a preocupação ambiental, política, ética. 0 segundo ponto diz respeito à imprensa: fora o
jornal Brasil Agora, qual outro veículo de comunicação deu
destaque ao fato? Vamos pensar bem: se um avião de guerra
estrangeiro estivesse sobrevoando nosso país carregado de bombas, seria de se preocupar. Um navio atômico não oferece, no
mínimo, o mesmo perigo que um avião abarrotado de explosivos dirigido por um piloto bêbado?
Mas a grande imprensa não toca em assuntos como esse,
que isso é coisa de ecologista. Mas também não conta que no
dia 24 de março o FMI esteve por aqui para verificar se o FHC
está fazendo tudo direitinho, para verificar a nossa política
econômica, para dar "sugestões". Quantos outros atos passarão despercebidos por omissão da grande imprensa? Só depois
dos grandes escândalos ou terremotos políticos, dos quais a
grande imprensa fala muito e diz pouco, uma série de grandes
jornalistas lançam livros do tipo "nos bastidores do acontecimento - o que não saiu nos jornais".
Rabo preso? Compromissos financeiros com setores políticos? Medo? Interesses? Tudo isso e mais um pouco caracteriza a nossa grande imprensa.
E a "pequena" imprensa? As rádios, TVs e jornais regio-
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O JORNAL CAMBOTA é um espaço democrático de comunicação
e educação popular no Sudoeste do Paraná. Publicação mensal.
CONSELHO ADMINISTRATIVO: Ademir Dalazem, Ari
Silvestro, Avelino Calegari, Aores da Silva, Zélide Possamai, Aldir
Roell, Francisco Rech, Lorimar Berticelli, Paulo de Souza, Maria
Eloni Agnes, João Valdir da Silva, Francisco Quevedo.
CONSELHO EDITORIAL: Antônio Elizeu Baks (Fórum dos Sindicatos Urbanos do Sudoeste), Osmar Vicent? C. da Silva (Coordenação Regional de Associações), Celso Mumbach (ASSESOAR),
Assis Miguel do Couto (Fundo de Crédito Rotativo), Terezinha
Sukenski (Comissão Regional de Mulheres Trabalhadoras Rurais),
Sérgio J. Kaupka (Escola Comunitária de Agricultores Silvino e
Bia - ECASIB), Vanderlan M. do Prado (Sindicatos Urbanos), Osni
nais? Infelizmente, às vezes, com menos qualidade profissional, alguns veículos da pequena imprensa regional se colocam
a disposição dos poderes políticos e econômico, defendendo-os
sem muito escrúpulo e chegando a atacar e difamar setores da
sociedade de posições ou opiniões diferenciadas, sem muitos
argumentos. Exemplos? Este mês, a imprensa se exaltou em
atacar o Sindicato dos Comerciários de Beltrão no caso da Guarda Mirim (leia matéria neste Cambota), sem lhe dar espaço
para defesa, e, o que é
preocupante, sem apresentar
todos os dados do fato, o que
resultou em parcialidade e
direcionamento. Outro exemplo? Estão todos os jornais
enaltecendo o novo "frigorífico", em Beltrão. Só louvor, só
elogios. Mas alguém sabe dos
números que envolvem este projeto? Leia no Cambota.
É, mas vamos falar do
| Cambota. Ninguém pode negar
que ele defende uma linha política e social bem definida. Por acaso isso também não é rabo
preso, dependência, só que com o outro lado da moeda? Que
avalie o leitor. De nossa parte, tentamos respeitar a ética
jornalística, na medida em que nos mantemos livres da dependência econômica e política e que trabalhamos com o máximo
de informação possível.
De que nos adiantaria difamar e omitir aquilo que não
nos agrada? Podemos até criticar, mas nunca sem fundamentos. O objetivo do Cambota é claro: trazer informações a seus
leitores. Se todos falam que o governo vai bem, nós só queremos mostrar que a fome está crescendo, que o povo não tem
terra para plantar, comida para comer. Aí, cada um avalia se o
governo vai bem mesmo ou não. O Cambota tem um sonho
bonito de liberdade. Mas também devemos defender aquilo que
se apresenta como verdade. Claro que uma mordidinha nossa
não dói. Os poderosos nem sentem. São fortes. Tem as TVs, as
rádios, os jornais para os defender.
E nós? Nós temos o Cambota. É tão pouco, mas pelo
menos não é nada. O Cambota poderia crescer mais se a gente
apostasse. Se soubesse que ele pode ser importante. O dia em
que acordarmos para a importância e o poder que pode ter um
bom meio de comunicação, poderíamos ajudar o Cambota a se
fazer notar. Não precisaríamos ouvir calados o que falam de
nós.
Prim, Vanderlei Dambros e Verena Olass.
COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Osni Prim, Vanderlei Dambros,
Verena Glass, Christophe de Lannoy
FOTOS: Verena Glass
JORNALISTA RESPONS.: Verena Olass Mtb 3072
As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião desse
jornal. Tiragem desta edição: 2.500 jornais.
COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO:
ORAFIT Artes Gráficas - Fone (046) 523-1998
Av. General Osório, 500 - Francisco Beltrão - PR
Jornal Cambota
DE OLHO NA TERRA
aprenda a interpretar a sua análise de solo
Com o fim da colheita do milho, o pequeno agricultor que não estiver se programando para o plantio de trigo ou outra produção de
inverno, deve começar a se preocupar com o preparo e a recuperação do solo. Ou seja: chegou a
hora de refazer as curvas de nível, pensar na adubação verde de inverno (aveia, avica, nabo
forrageiro) e fazer a análise do solo. A análise
de solo se resume, basicamente, em retirar da
área agriculturável algumas amostras de solo em
pontos estratégicos e analisá-las em laboratório
para verificar quais os elementos que as compõe
e em que quantidade. Para fazer a retirada das
amostras em solo uniforme, cave em 5 a 8 pon-
Descrição Aiostra
N9
N9
Liborat fi»DEtrs
7000
•cq/lOOg solo
Local,Ta!hãD,Etc
01
tos diferentes um buraco de 20 cm e retire uma
fatia de terra com uma pá ou um facão. Em área
de declive, proceda da mesma forma no ponto
mais alto, na parte do meio e na parte mais baixa. Misture a terra em uma vasilha de plástico
limpa e tire uma amostra de mais ou menos 1 kg
para enviar ao laboratório.
pH
CàC12
0,01H
4.30
Sota das bases trocaveis
,, S - 5.03
CapacidsdB de troca de cations (CTC)
T = 13.39
c
VI - l saturação de bases deteríinado pela analise = 37 i7
tf
ftl
H * Ai
1.30
8.36
H
Ca ♦ Ng
+
Cs
4.80
m
I
l
3.80
+4-
Hg
0,23
1.00
feteria orgânica,
A = X de Aiusinio et reiacao as bases
A
9
C
26.35
«0
1.56
3.80
2.63
Os elementos do solo e suas propriedades
Os elementos apontados pelas análises de solo são basicamente o Cálcio (Ca), o
Magnésio (Mg), o Alumínio tóxico (Al), o
Potássio (K), o Fósforo (P) e a Matéria Orgânica (C).
Considerado o principal elemento na
correção dos solos, o calcário deve ser acrescentado ao solo em medidas certas, apontadas por um cálculo simples baseado na análise. A fórmula é a seguinte.
Ton/ha = (V2 - VI) x T + F, onde
V2 é a situação ideal de concentração de
calcário no solo.
Para cultura do soja, V2 = 70
Para cultura do milho, V2 = 75
Para cultura do feijão, V2 = 80
VI é a situação do solo no momento, e é
dado na tabela da análise
T também é dado na análise, e é a soma dos
elementos presentes no solo
F é o fator de reação do calcário. No calcário
comum, tipo C, o F é igual a 1,33.
Vamos usar o exemplo da análise de
solo acima para prepararmos a terra para o
plantio de feijão:
Ton/ha = (80 - 37,57) x 13,39 x 1,33 = 7,55
Portanto, para prepararmos nosso
solo para o plantio de feijão, precisamos
aplicar 7,5 toneladas de calcário por hectare.
Mas atenção! Se VI apresentado na
análise de solo chegar muito perto de 70 (67,
68), o solo está bom, e poderá ser corrigido
apenas com adubação verde e orgânica ou
uma quantidade muito pequena de calcário.
O calcário mais comum no mercado,
o de peneira maior, deve ser aplicado no solo
de 70 a 80 dias antes do plantio, já que é
diluído com maior dificuldade. Se for utili-
zado o calcário fino, que se dilui e é absorvido com facilidade, a aplicação no solo pode
ocorrer com um mês de antecedência do
plantio. Por ser uma rocha moída, o calcário
é natural e não prejudicial ao equilíbrio ecológico do solo.
O fósforo é o elemento essencial para
a frutificação e formação de flores e sementes na planta. Sua falta pode ser observada
na coloração roxa que às vezes aparece nas
folhas do milho, o que significa que a planta não poderá absorver suficientemente a luz
do sol para transformá-la em energia e acabará enfraquecendo.
Para sabermos a quantidade de fósforo que deverá ser aplicada no solo, deveremos procurar o valor indicado na tabela
junto ao símbolo P. Se o número for menor
que três, a concentração de fósforo é baixa.
Entre 3 e 7 média, e acima de 7, alta. Assim, temos a seguinte equivalência:
D para solos com baixo teor de fósforo (menor que 5 ppm são necessários 90kg de P2O5;
D para solos com médio teor de fósforo (entre 3 e 7 ppm) são necessários 75kg de P2O5;
D para solos com alto teor de fósforo (acima de 7 ppm) são necessários 20 kg de P2O5.
Para corrigirmos o solo da deficiência de fósforo, temos à disposição vários tipos de adubos com concentrações diferenciadas de P2O5 - o fósforo que será aproveitado - mas isto pode ser verificado na embalagem do produto que queremos comprar. Os
adubos químicos, como os superfosfatados
simples ou triplo, são rapidamente diluídos
e absorvidos pelas plantas, mas trazem elementos prejudiciais ao solo. Os adubos de
pedra, como o fosfato de rocha, de araxá ou
o yurim, permanecem por muito mais tempo no solo, sendo aproveitados lentamente
e na medida certa pela planta. Podem sair
mais barato a longo prazo e não prejudicam
o solo.
Mas para sabermos a quantidade de
adubo que deverá ser aplicado, temos que
fazer uma regrinha de 3. Tomemos como
exemplo o yurim, que tem 30% de P2O5.
Na nossa análise, o P está baixo
(3,80), devendo ser acrescido de 90kg de
P2O5. Se em lOOkg de yurim temos 30kg de
P2O5, quantos quilos de yurim serão necessários para termos 90kg de P2O5?
100 x 90 - 30 = 300
Portanto serão necessários 300 kg de
yurim para corrigirmos um hectare deste
solo.
O potássio (K2O) funciona como regulador da planta. Pode ser encontrado, enquanto adubo, nos sulfato e cloreto de potássio. O sulfato de potássio é mais natural,
mas contém apenas 46% de K2O. O cloreto,
com elementos químicos, tem 60% de K2O.
O cálculo da quantidade de potássio necessário é parecido com o caso acima:
Se o K da análise for:
D menor que o, 10 - precisamos de 45 kg de
K2O
D entre 0,11 e 0,30 - precisamos de 30 kg
deK20
D até 0,60 - precisamos de 15 kg de K2O
O nosso cálculo será o seguinte:
G lOOkg de sulfato de potássio - 46kg de
K.20
X kg de sulfato de potássio - 30 kg de K2O
Portanto, serão necessários 65 kg de
sulfato de potássio por hectare.
Além desses adubos, é muito importante a aplicação de estéreo e adubo orgâni- ■
co, que, além de conter todos os elementos
necessários ao solo, contém microorganismos vivos essenciais para a sua vida.
Jornal Cambota
O novo FRIGORÍFICO de Beltrão em NÚMEROS
A última grande novidade para quem tem interesse
em salsichas e coisas do gênero, é que está vindo para o Sudoeste, mais especificamente
Francisco Beltrão, um novo
empreendimento frigorífico resultante de negociações politico-financeiras do deputado federal Nelson Meurer. Conta a
lenda que estava o Meurer sossegadamente tomando chá com
seu amigo, também deputado,
Vadão Gomes, procedente de
uma cidadezinha do interior
paulista, quando descobriu que
o amigo empresário Vadão estava pensando
em montar um frigorífico de carne bovina
no Mato Grosso. Aí o Meurer pensou: por
que não montar um frigorífico suíno em Beltrão, que dá quase no mesmo? A gente ajuda o Vadão um pouquinho com recursos da
prefeitura e pronto, fechado negócio.
E assim se fez. O Vadão e seu amigo
Simões vieram pra Beltrão e se encantaram
com a simpatia e a generosidade do poder
executivo beltroriense, e resolveram ficar por
aqui mesmo. O poder executivo, por sua vez,
mais que depressa arregaçou as mangas e,
com um recurso de R$ 749.500,00, comprou
a terra do amigo Camilotti, uma área de
quase 40 alqueires. Depois, fez um projeto
no qual se comprometeu a:
G dar de presente para a empresa Gomes &
Simões esses 40 alqueires;
□ fazer a terraplenagem do terreno;
D providenciar estação de tratamento de
água ou poço artesiano para 80 mil litros
por hora e um reservatório;
D pavimentar o acesso e o pátio da indústria;
D instalar energia e telefone;
D construir, em alvenaria, lavanderia,
almoxarifado, refeitório, escritório, balança, portaria, cabines primárias e cobertura
para caldeira;
D construir 10 mil m2 de fundação para a
obra do resto da indústria.
O projeto ainda diz que, se, por acaso, o Vadão e o Simões não conseguirem
tocar o negócio do frigorífico em "qualquer
época", eles podem passar a coisa para frente
("devidamente autorizados pela administração municipal"). Não precisa continuar sendo frigorífico, tudo bem, pode ser qualquer
coisa, "desde que gere empregos".
Mas agora vamos falar sério. Não
vamos entrar no mérito da necessidade ou
não de um novo frigorífico deste porte na
região Sudoeste, que já conta com a Sadia e
um projeto definitivo de frigoríficos da
Coagro, na região da fronteira.
Sabemos que a geração de empregos
(600, prometidos pela Gomes & Simões) não
deve ser desprezada. Sabemos que o crescimento industrial pode significar um cresci-
mento da própria região.
Mas, em relação ao projeto e o procedimento do executivo, existem questionamentos. Em primeiro lugar, é questionada a
não abertura de licitação para a compra do
terreno, sem entrarmos no mérito moral de
uma doação deste porte por parte do município. Depois, questiona-se o valor pago pela
área, considerado elevado. Questiona-se,
ainda, a extensão do terreno, avaliando-se
que 40 alqueires realmente são um exagero
para esse empreendimento.
Prosseguindo na análise, não se sabe
quanto, exatamente o município desembolsará para ajudar no custeio da obra nem de
onde sairá este dinheiro (tem-se avaliado,
por cima, um custo de seis milhões de reais). Que tipo de controle da saída de verba
para a obra será possível?
O projeto do prefeito acabou sendo
aprovado na íntegra pela câmara dos vereadores (composta por 9 membros do governo
contra 6 da oposição, que, apesar de apresentar uma série de emendas, sofreram uma
derrota previsível) apesar de o terreno ainda não estar em propriedade do município,
e, o que é pior, ter pesando sobre si uma
hipoteca não quitada. For último, verificouse que a história toda é inconstitucional, já
que o Artigo 167, inciso IX, parágrafo Io da
Constituição Federal reza que: "nenhum investimento cuja execução ultrapasse um
exercício financeiro poderá ser iniciado sem
prévia inclusão no plano plurianual ou sem
lei que o autorize, sob pena de crime de responsabilidade". Ou seja, com a aprovação
do projeto, tanto executivo quanto legislativo
podem ser processados por crime de responsabilidade.
Se o investimento fosse diferente
Agora, vamos mudar o tom da avaliação. Em nenhum momento é negada a importância de atividades agroindustriais,
principalmente se o município se dispuser a
subsidiar. Segundo Assis Miguel do Couto,
coordenador do Fundo de Crédito Rotativo
(FCR) que financia atividades agropecuárias
junto a grupos de pequenos agricultores, seis milhões de reais é mais do
que seis vezes a soma que
o FCR dispõe para financiar e viabilizar 1.400 famílias de pequenos agricultores. Com 3 milhões
de reais, poderiam ser
viabilizados 187 pequenas
agroindústrias
de
imbutidos associativas, a
um custo de 16 mil reais
cada, como no caso da
Apasbra, de Marmeleiro.
Sendo cada associação
composta, em média, por 8 famílias, teríamos 1.500 famílias em atividade
agroindustrial. Se considerarmos que cada
família é composta, aproximadamente, por
5 membros, teríamos 7.500 pessoas diretamente empregadas.
A avaliação dos suinocultores
Segundo o suinocultor Jair Dobner,
não se pode ter certeza de que o projeto do
frigorífico vá trazer grandes benefícios aos
agricultores, principalmente os médios e pequenos. "Onde existe frigorífico a lei geral
é que o preço alcançado na venda do suíno é
mais baixo", afirma Jair. Ele explica que,
se vendido para fora, o porco é pago por peso
no momento da venda. A perda que sofrerá
durante o percurso do transporte não é descontada, ao contrário do que geralmente
ocorre na venda para o abate local. Neste
caso, o comprador faz uma redução no cálculo do peso, descontando uma porcentagem
referente a limpeza do animal. Jair avalia
que só sobreviverá o suinocultor que se integrar ao frigorífico, o que trará consigo a
total perda da autonomia do produtor, além
de exigir um investimento bastante alto para
a qualificação dos chiqueiros e do processo
de criação dos suínos.
Portanto, ficam aqui algumas informações para reflexão do leitor. É pena que,
em momento algum, a população foi consultada se concorda ou não com a destinação
do seu dinheiro pago em impostos para a
doação à empresa Gomes e Simões. É pena
que a imprensa, em geral, se ateve mais a
propaganda do que informar sobre o projeto. É pena que os representantes de parcela
da população sejam sempre atropelados nas
sessões da Câmara dos Vereadores. Mas não
fica vetada a possibilidade do cidadão ainda se manifestar, a favor ou contra o projeto. É só enviar uma carta, dar um telefonema à Câmara dos Vereadores de Beltrão, e
fazer a sua parte.
VG.
Jornal Cambota
GUARDA MIRIM DE BELTRÃO AMEAÇADA
(resta saber por quem)
Ato de pais da guarda mirim na praça da matriz
Como em qualquer lugar do
Brasil, existem em Beltrão famílias
carentes com filhos carentes, o que
é um problema. Para amenizar a situação, a APMI do município, em
uma iniciativa bastante positiva, assumiu em 1985 a Guarda Mirim, primeiramente só com os meninos e
depois também com as meninas,
com o objetivo de garantir o estudo
destas crianças carentes por meio
período e oferecer atividades alternativas no restante do tempo; ou
seja, evitar que as crianças fiquem
na rua. O acompanhamento dado às
crianças da Guarda Mirim vai desde o controle de suas notas escolares até atividades disciplinadoras na
sede da entidade.
Em 1994, a guarda mirim,
através da APMI, firmou um convênio com várias empresas de Beltrão, através do qual meninos e meninas passariam a desenvolver trabalho remunerado durante meio período, garantindo-se aos empresá-
rios uma qualificação
mínima das crianças
através do controle do
desempenho escolar e de
um preparo anterior de 6
meses, que inclui cursos
de aperfeiçoamento em
convênio com o Senac
(datilografia, relações de
trabalho, etc). Segundo a
APMI, desta forma as
crianças tem oportunidade de se profissionalizar,
além de contribuir com a
renda familiar.
No início de 1995,
no entanto, uma fiscalização do Ministério do
trabalho e do INSS notificou as empresas de
que estariam ocorrendo
irregularidades no processo, já que a maioria
das crianças trabalha sem carteira
assinada e com remuneração deficiente.
Neste momento começaram os
problemas. Ao invés de regulamentar a situação dos menores, os empresários exigiram que o Sindicato
dos Trabalhadores no Comércio assinasse um termo aditivo, que autorizaria as empresas a continuar explorando a mão-de-obra das crianças sem os devidos pagamentos de
encargos trabalhistas. Como, por
lei, o Sindicato dos Comerciários
não tem poderes para tal, além de
julgar imoral e prejudicial à categoria a manutenção desta situação no
caso da guarda mirim, criou-se um
impasse. Empresários, setores ligados à prefeitura e alguns vereadores foram à imprensa, acusando o
Sindicato e sua assessoria jurídica
de estarem querendo acabar com a
guarda mirim e jogar na rua crianças que sustentam suas famílias.
Sem que fosse dado oportunidade
de defesa ao Sindicato, os ataques
diários assumiram tom difamatório.
como no caso dos comentários do
jornalista Paulo Martins, da TV
Tarobá, que afirmou que "as leis não
estão aí para serem cumpridas, mas
para serem interpretadas" e que é
uma vergonha a existência de um
Sindicato como o dos Comerciários
de Beltrão.
Ora bolas, que culpa tem o
Sindicato pela fiscalização do Ministério do Trabalho? Aos poucos,
outros fatos foram aparecendo.
Chegou à redação do Cambota a
informação de que estariam sendo
despedidos pais de família para serem substituídos por meninos subassalariados. Estaria ocorrendo um
aproveitamento de mão-de-obra infantil criminoso? O discurso usado
pelos empresários e pela prefeitura, largamente divulgado nos meios
de comunicação, é de que as empresas estariam se prejudicando, contratando crianças incapazes, só pelo
bem social. Crianças - pacoteiros em
supermercado, office-boys, etc.
Qual a profissionalização que estariam recebendo? E se não fossem os
meninos da guarda mirim, quem estaria fazendo estes trabalhos? Não
seriam outros, obrigatoriamente
registrados e ganhando, no mínimo,
o salário mínimo?
Por que os empresários, tão
preocupados com o social, estariam
se negando a pagar encargos sociais, alegando prejuízos?
Por fim, depois de várias negociações, o Sindicato Patronal e
dos Trabalhadores do Comércio
chegaram a um acordo, pelo qual as
crianças seriam registradas pelo salário mínimo, tendo garantia de
cumprir apenas meio período de serviço e estudar no restante do tempo. Agora, a grande preocupação
dos setores ligados à guarda mirim
é que dos tão sociais empresários,
alguns mandem embora, de volta
para rua, crianças que sustentam
suas famílias.
V.G.
Jornal
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Jornal Cambota
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Pequenos Corações que batem no compasso do destino de uma favela.
Experiência de Educação com crianças de favela em uma das regiões mais violentas de São Paulo
u tinha acabado o colegial e
^ estava procurando o que fazer da vida. Meus colegas iam escorregando para dentro de faculdades ou casamentos (porque é isto
que se costuma fazer em São Paulo), e eu andei por aí, vendi plano
de saúde, sapato da moda, assinatura de revista. Até que um dia conheci uma favela na zona sul de São
Paulo. Havia lá um grupo de pesso-
Os "meus" 24
algumas biografias
Vidas sofridas, vidas difíceis.
Isso encontramos em qualquer lugar, em qualquer civilização ou classe social. Mas como a gente se coloca diante de uma vidinha de apenas 9 anos, que já passou pelo terror mais baixo e sujo? Como reagir
a um sorriso ou
lágrima de uma
criança que
limpou com um
pano de chão o
sangue que espirrou, nas paredes do barraco e que antes
corria nas veias
de alguém que
muito amou?
G. 8 anos
- Não era fácil.
— O tipo da criO grupo dos 24 em apresemaçao oe teatro - Ufa do Indlo
ança que não
dava pra confias que, acreditando na vida, resol- ar. As vezes, sumia alguma coisa da
veram fazer da vida na favela uma sala, dos colegas. Era ele. Dinheivida bonita. Era um trabalho de 10 ro, carrinhos. E um dia me contaanos baseado, prioritariamente, na ram que ele andava pelas ruas, peeducação e na atuação com as cri- dindo coisas nas casas, mendigananças. E então, eü entrei pro cursi- do. Tentei conversar, dei bronca, dei
nho de manhã e pra favela à tarde.
carinho, e nada. Ele mentia sempre.
Na favela, minha história era Por quê?
a seguinte: a gente tinha um prograTudo começou quando ele tima chamado "acompanhamento es- nha 7 anos. Pai e mãe eram
colar". As crianças que freqüenta- amigados, moravam num barraco
vam escola pela manhã ficavam minúsculo na favela. A mãe lavava
conosco à tarde. A gente trabalha- pra fora, o pai era bandido. Não
va com ajuda nas tarefas, mas prin- eram muito felizes e tinham 2 filhos.
cipalmente com o desenvolvimento Uma noite, aconteceu. Estavam os
da criatividade, do senso social, da quatro no barraco, quando de fora
alma infantil. Os "meus" era 24 me- começaram a chutar a porta e dar
ninas e meninos de 9 a 11 anos. tiros. O barraco foi arrombado. O
Todo dia, eu saia correndo do cur- pai levou não se sabe quantos tiros
sinho, tomava um ônibus, saltava na na cabeça. Grudado na parede do
frente da favela e arrumava a nossa barraco, aos poucos ele foi escorsala para o almoço. Almoçávamos regando para o chão, deixando um
os 25 juntos e tínhamos até as 5 rastro de sangue e massa
horas da tarde para aprender a vi- encefálica. Morreu assim, bandido,
ver.
assassinado. Vendo tudo, as duas
crianças, encolhidas num canto, só
voltaram a si quando a mãe, puxando o cadáver do pai pelas pernas,
jogou-lhes alguns panos de chão e
disse: "vamos limpar essa
sujeirada. Não quero ver pingo de
sangue na minha parede ".
E. 9 anos - Ela era quieta, um
pouco cabeça dura. Seus dois olhos
enormes e negros olhavam pra gente com um brilho forte, estranho, às
vezes dava vontade de desviar o
olhar quando ela me encarava. As
outras crianças diziam que ela tinha "reza forte" e a respeitavam
muito. Quando sua mãe tinha 12
anos, um homem de quase 40 a levou como mulher para o seu barraco. Tiveram dois filhos, uma menina, E., e um menino,, e assim viveram até que a mãe fez 18 anos e, de
repente, acordou. Ela, uma bonita
jovem de 18 anos, casada com um
"velho" de quase 50? Se separaram.
Numa boa. E., 5 anos, morava com
o pai. O menino de colo, com a mãe,
que arranjou um namorado. Todo
dia de manhã, a mãe descia com o
garoto no colo até a casa do pai,
pegava a menina e levava os filhos
para a creche da favela, onde trabalhava. Tudo ia bem. Até que, um
dia, aconteceu. Era um dia comum,
a mãe, com o garotinho no colo, foi
buscar a filha na casa do pai. Se
cumprimentaram, ela pegou a^menina pela mão e saiu do barraco.
Nesse momento, o pai a acertou
com um facão que atravessou o seu
corpo, e ela caiu morta sobre o filho. O pai fugiu. Foi preso. As duas
crianças ficaram aqui e ali, até que
o pai foi solto. Voltaram a morar
com ele. Anos depois ele é assassinado. Hoje, as crianças moram com
uma "tia", que não é da família.
História e Casos da
Favela
ra um começo de tarde mui| to estranho. O céu estava
C/iefe dos Justiceiros, pai de uma das meninas
do nosso grupo
escuro, ventava um vento quente e
forte, desses de levantar redemoinhos de poeira nas ruas, "daqueles
que tem saci-pererê dentro". Quando eu estava chegando na favela, um
bando de crianças veio correndo ao
meu encontro. Estavam meio loucas, algumas davam risadas, outras
ficavam quietas, de tocaia, observando. Vinham me contar que, na
noite anterior, uma garota havia sido
assassinada na favela. Ela fazia parte de um bando de bandidos. Fora
estuprada, a cabeça aberta, e estava lá, no meio da favela, porque a
polícia não tinha vontade de buscála. Fomos todos à nossa sala, mas
não tinha clima para trabalhar. Aos
poucos a criançada foi ficando apavorada. Tinha uma coisa estranha no
ar. De repente, uma notícia se espalhou como fogo em palha seca: a
menina E. tinha tido uma visão da
mãe morta e estava rezando no pátio a sua reza forte. Fui até lá. Cercada de inúmeras cruzes de galhos
amarrados, está E. ajoelhada, com
seu olhar estranho, rezando. De re-
pente, bateu um vento forte, levantou uma nuvem de poeira, e a criI ançada saiu berrando, apavoraf 1 da. Não sabendo o que fazer,
i mandei todos para casa, inclusive E. Ela nunca me contou o
que tinha acontecido mesmo,
mas todo mundo tinha certeza
que ela tinha tido conversado
com a mãe, e que a reza dela
cura até mau-olhado.
No dia seguinte, outro problema. O bando da garota assassinada havia jurado vingança. Ligaram para a secretaria da nossa
associação e deram o recado:
"hoje, a partir das 3 da tarde, coloquem todas as crianças pra dentro que vai ter tiroteio na favela".
Deu três horas, e nada. A
favela estava um túmulo. Quatro horas, nada. Cinco horas,
hora de ir para casa. Mas de que
jeito? Bom, resolvemos ir todos
juntos. Grudados. As vielas da
favela estavam desertas. As casas
trancadas. Uma a uma as crianças
foram entregues. A gente batia na
porta, que se abria apenas numa
fresta. Aparecia um braço que puxava a criança para dentro. Ouvíamos o barulho da chave ou trava,
depois silêncio. Faltava entregar 3
crianças, duas, a última sumiu dentro de casa. Eu estava só. Comecei
a subir as vielas, atravessar a favela. Nenhum barulho, nem os cachorros apareceram,
Não aconteceu nada, nem aquele dia, nem depois. Mas ficou aquele
gosto amargo na boca. A lei das armas era que decidia, em última instância, a paz ou o terror da favela.
Era dia de São João. Festa.
Cada um dos grupos de crianças tinha ensaiado uma dança folclórica
para apresentar no pátio da favela.
A animação ficou por conta de uma
bandinha formada por uma família
de gente com uma pequena peculiaridade: eram todos cegos. Tinha
muita pipoca, alegria, fogos. E namoro. E ciúmes. De repente, a confusão. Um moço, dor nos cornos de
ver a amada nos braços de outro,
saca a arma e sai pipocando tiros pra
todos os lados. A correria é geral,
todos se escondem, se protegem. Eu
e mais alguns corremos para debaixo do palco. De repente, olhamos
pra cima e demos de cara com o
sanfoneiro, ceguinho, sorridente, no
meio da mais animada quadrilha,
enquanto as balas passavam zunindo do lado de suas orelhas. O que
fazer? Rapidamente, pulamos no
palco e agarramos cada um dos
ceguinhos. "Esconde que isso não é
foguete, é bala mesmo". A festa acabou, mas a risada foi geral, pela
aventura passada.
Ele tinha 4, 5 anos. Seu pai
havia abandonado a família. A mãe
ficou louca e caiu na bebida. Eles
moravam em um barraco imundo,
cheio de fezes por todos os lados.
A fome, para ele, era coisa de todo
dia. Um dia, fomos a um teatro com
as crianças. Ele foi junto. Na peça,
as crianças tinham que participar,
ajudar uma mãe a encontrar 7 "chaves" escondidas para abrir o baú
onde estava a felicidade de seus 7
filhos. Uma das "chaves" foi fazer
uma grande fornada de pão. As crianças e os atores amassaram a massa, fizeram os pães, e a peça foi seguindo. Quando a última chave foi
encontrada, finalmente abriram o
baú. Dentro, assados e quentinhos,
os pães feitos pelas crianças. Alguém buscou uma faca, e cada criança ganhou um pedacinho de pão.
Ele também. Ganhou uma lasquinha
minúscula, ele que provavelmente
não tinha comido nada ainda naquele dia. Assim que as suas mãozinhas
se fecharam sobre o pedacinho de
pão, ele virou e veio correndo em
nossa direção. Os olhos brilhando.
O sorriso enorme, feliz. Parou na
nossa frente, dividiu seu pãozinho
em dois e nos estendeu a metade
"Tó, tia". Meu olhos se encheram
de lágrima, e eu decidi nunca mais
duvidar do ser humano.
Entrei na universidade e me
formei jornalista. Os meus 24, hoje
com 15, 16 anos, são jovens que
acreditam na vida, estudam e amam
a favela onde vivem.
V.G.
Jornal Cambota
COOPERATIVISMO DE CREDITO
duas opções, mutualista e rural
pontes. Com um conhecímonto {ó ovançodo do ossunto, os participantes dos dois encontros, partindo da premissa de que é
de consenso geral a criação das Cooperativas, aprofundoramse na discussão sobre a forma de cooperotivismo de crédito a
ser adotada: Cooperotivismo de Crédito Rurol ou Mútuo?
Não é possível valorizar o pequeno agricultor sem a existência de um
cooperativismo de crédito forte e democrático. Sem ele, dificilmente o crédito agrícola alcançará os que dele mais
necessitam. Pois, mesmo aqui no Paraná, os recursos dos programas especiais de apoio ao pequeno agricultor,
encalham nos bancos. O PROVAPP e
o Panela Cheia são provas disso. Não
que o cooperativismo de crédito, por si
só, irá resolver esta situação. Mas ele
é o caminho, desde que o
cooperativismo se organize de forma a
assegurar a participação das mais diversas camadas de produtores rurais
dentro do seu sistema. Por isto, ele deve
pensar em combinar, mesmo no caso da
agricultura, as Cooperativas de Crédito Mútuo com as Cooperativas de Crédito Rural.
As Cooperativas de Crédito Rural caracterizam-se por reunir todos
aqueles que, de modo preponderante,
exercem atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas. Já as Cooperativas de
Crédito Mútuo são formadas apenas
por integrantes de uma determinada
profissão ou entidade. Na França, por
exemplo, no final do século passado, o
cooperativismo de crédito nasceu primeiro, por iniciativa dos mais ricos do
campo - os "notáveis" - mas se consolidou com a criação, a partir dos sindicatos profissionais agrícolas, das Caixas Rurais de Crédito Mútuo, estimuladas pelos governos republicanos da
época. Assim, os produtores organizaram-se primeiro em sindicatos para a
defesa dos seus interesses; daí criavam
cooperativas de produção, consumo,
etc, para atender suas necessidades
econômicas; e por fim constituíam cooperativas de crédito como resposta a
suas necessidades financeiras. No entanto, é inegável que o Cooperativismo
Seria isto enfraquecer o sistema? Pareceria que não. Pois o sistema cooperativista se fortalece justamente na
medida em que reconhece as diferenças e consegue integrá-las de modo efetivo. Isto é, assegurando através dos
seus diversos níveis organizativos, o
espaço de autonomia necessário à realização dos interesses particulares.
Concretamente, as Cooperativas
de Produção têm criado Cooperativas
de Crédito Rural que, ao menos legalmente, podem abrigar todos os agricultores de um mesmo município e não
apenas os seus cooperados. No entanto, se o objetivo é restringir o quadro
social àqueles que já são associados da
Cooperativa de Produção, o correto seria criar Cooperativas de Crédito Mútuo no lugar de Cooperativas de Crédito Rural. Se assim procedessem, evitariam a atual discriminação que caracteriza o fato de um agricultor não
poder se associar a Cooperativa de Crédito do seu município apenas por não
ser sócio da de Produção. Já no caso
em que os agricultores organizados nas
suas entidades, constituam Cooperativas de Crédito Mútuo, estas poderiam
conviver em harmonia com a Cooperativa de Crédito Rural do município.
Poderiam inclusive eventualmente se
associarem a esta como forma de assegurar as atuais Cooperativas de Crédito Rural, em base social mais eqüitativa e participativa.
Modernamente, o conceito de democracia inclui: liberdade, igualdade,
participação, solidariedade e diversidade. Com o moderno cooperativismo
também deveria ser assim.
de Crédito não teria prosperado entre
os mais pobres sem um apoio financeiro externo, no caso, o governo francês
que destinou vultuosos recursos para
a capitalização dessas Caixas de Crédito Mútuo. Mas o que interessa observar é que tanto aquelas cooperativas "dos ricos" (grandes proprietários)
quanto a "dos pobres" (pequenos proprietários), acabaram se integrando na
Confederação Nacional do Crédito
Mútuo (CNCA) a partir das suas respectivas Federações.
Pensando na retomada do
cooperativismo de crédito no Brasil,
faz-se necessário retomar também as
experiências históricas para, a partir
delas, criar um sistema com características próprias. Já que não se pode
mais desconhecer a diversidade de situações da realidade brasileira, bem
como reduzir o confronto de interesses
a proposta "para ricos" e proposta
"para pobres", como na França do século passado. A realidade agrária nacional ou mesmo estadual, não pode resumir-se a polarização de interesses, já
que, sobretudo hoje, estes são bem mais
diferenciados do que aqueles representados por "pobres" e "ricos". Daí que
Christophe de Lannoy
não parece ser adequada a proposta do
atual sistema cooperativista que defende apenas uma cooperativa de crédito
para os agricultores
de cada município e
apenas uma Central
ou Federação para
cada Estado. Por
quê não criar várias
federações por Estado, e diversas cooperativas de crédito por município?
Dlscussio sobre Cooperativismo da Crédito em Dois Vizinhos
Jornal Cambota
IRMÃO CIRILO: a vida dedicada às plantas
medicinais, a vida salva pelas plantas medicinais
émÊmb om toda uma vida dedicada ao es|iÍ tudo e ao registro de plantas e erÉ vas medicinais, o Irmão Cirilo,
' autor de uma apostila com 9.420
receitas botânicas, na 44a edição, membro
do Comitê Científico Internacional constituído pela Confederação Internacional das
Associações de Medicinas Alternativas Naturais (CIAMAN), co-fundados da ASSESOAR e há mais de 30 anos atuante na Pastoral Vocacional e de Promoção da Saúde
pelas Plantas Medicinais em Francisco Beltrão, obteve um reconhecimento de seu trabalho da forma mais definitiva e maravilhosa: a cura total e absoluta do câncer.
Sofrendo de um tumor maligno no
pâncreas. Irmão Cirilo se curou com um tratamento a base da Avelóz, uma planta cujo
poderes medicinais para a cura do câncer
foram descobertas em 1960 por um médico
pernambucano que dedicou sua vida ao estudo deste fenômeno.
Conhecido em todo o Sudoeste do
Paraná e respeitado por biólogos e pesquisadores do mundo todo. Irmão Cirilo aos 72
anos continua no projeto que iniciou há 40
anos atrás; a pesquisa de uma medicina mais
natural para atender a população mais
desfavorecida, com ervas e plantas que podem ser facilmente encontradas na natureza ou cultivadas em casa.
Cambota: Como começou essa paixão pela
pesquisa das forças medicinais das plantas?
Ir. Cirilo: Quando eu estudava no seminário em Carazinho, de 1951 a 1955, eu comecei a atuar como enfermeiro. Naquele
tempo, quando um companheiro ficava doente, era muito complicado a ida ao médico, nós gastávamos muito com iso. Então
eu comecei a estudar e a recorrer às ervas
medicinais, principalmente em casos de problemas simples, como gripes, infecções e
machucados por causa de "acidentes" esportivos. Comecei a preparar os remédios em
casa, e depois continuei a estudar as plantas
medicinais. Fazia muitos contatos com biólogos, cientistas e pesquisadores, me
aprofundei: as ciências naturais sempre me
atraíram muito.
Cambota: Como o senhor faz suas pesquisas, quer dizer, onde colhe o material, e
como faz para comprovar os efeitos das
diversas plantas?
Ir. Cirilo: Quando vim para Francisco Beltrão, há 30 anos, e ajudei a fundar a ASSESOAR, tínhamos muito contato com os agricultores. Naquela época, a assistência médica era bastante dificultosa, e muitas famílias se tratavam com plantas e ervas que
colhiam no mato ou plantavam em casa. Nas
minhas andanças pelos interiores, então, eu
fui conversando com as pessoas colhendo informações, registrando experiências. Entre
Cambota: O senhor também se curou do
câncer.
Ir. Cirilo: As plantas não contém somente
elementos "benéficos". Muitas plantas são
altamente tóxicas, o que não quer dizer que
sejam ruins. Quando diagnosticaram um
tumor maligno, cancerígeno, no meu pâncreas, eu me tratei com a Avelóz, uma planta extremamente venenosa. E hoje estou
completamente curado. A planta tem poderes extraordinários. Acho que com a minha
cura através da Avelóz, a comunidade pode
contar com uma nova esperança para a cura
de um dos maiores males da humanidade, o
câncer.
caboclos, índios, gente que vivia há muito
tempo na região, encontrei muita sabedoria
e conhecimentos. As plantas nativas certamente têm mais eficácia do que as importadas, e assim eu fui fazendo meus registros.
Do manual de plantas medicinais, que foi
publicado pela primeira vez em 71 em forma de apostila, não consta nenhuma receita
que não tenha valor comprovado por repetidas experiências.
Cambota: A sabedoria popular, principalmente entre caboclos e índios, tem também muito de mística, de crendice. O que
o senhor acha das curas por simpatias,
benzeduras?
Ir. Cirilo: Eu sei que algumas pessoas tem
energias magnéticas, elétricas, capazes de
atuar nos processos curativos ao ponto de
eliminar bactérias, matar fungos. Acreditar
com força pode dar resultados. Fundamentadas na fé, algumas curas podem acontecer, pois acredito que Deus dá aos homens a
possibilidade de se curar através das coisas
que criou. Mas tem muitas simpatias que
podem ser descartadas, não tem nenhum
fundamento.
Cambota: O senhor já presenciou alguma
cura através de plantas medicinais de uma
doença considerada incurável?
Ir. Cirilo: Acompanhei três casos de cura
do câncer através do tratamento com a
tansagem. Em um dos casos, o doente, com
câncer no esôfago, tinha apenas um mês de
vida. Não podia mais comer, a garganta estava totalmente trancada. O homem começou a tomar, lentamente o chá de Tansagem,
e acabou totalmente curado. Morreu 3 anos
depois de um mal que nada tinha a ver com
o câncer.
Cambota: Como foi o tratamento?
Ir. Cirilo: Quando diagnosticaram o câncer, fizeram apenas uma operação desviando um canal do estômago é da bilis para o
intestino. Eu não sabia, mas me deram apenas meio ano de vida. No tumor mesmo os
médicos nem mexeram. Aí eu comecei com
o Avelós. Algumas gotas do seu leite diluído em água. Depois de um ano, eu fui me
consultar de novo, e os médicos afirmaram
que "não há nenhuma lesão visível no pâncreas", ou seja, eu estava totalmente curado, o tumor havia sumido.
IRMÃO CIRILO:
Cidadão Honorário de Beltrão
No dia 03 de abril, Irmão Cirilo
recebeu o reconhecimento oficial da
cidade de Francisco Beltrão por seus
serviços e seu trabalho exemplar, prestado principalmente a população mais
carente da região.
Apresentado pela vereadora
Luciana Rafagnin (PT), foi aprovado
por unanimidade na Câmara de Vereadores o projeto que «confere a
Cirilo o título de Cidadão Honorário
de Beltrão.
Este título que, na grande maioria das vezes é conferido a personagens influentes no campo da política
e da economia, não poderia ter sido
mais acertado, tratando-se desta vez,
de um cidadão que realmente desenvolveu um trabalho de profundo teor
social. Isto pode ser conferido nas
falações de vários vereadores das diversas forças políticas do município
que, desta vez, estiveram plenamente
de acordo.
Irmão Cirilo, por sua vez, ficou
bastante emocionado. Considera esta
homenagem um reconhecimento de
seu trabalho, é garante que seu prbjeto de vida em favor da população
terá continuidade enquanto durar sua
energia e a saúde permitir.
V.G.
1 o
Jornal Cambota
Calendário Agrícola Astronômico
Como ler o Calendário
Dependendo da posição da lua em
relação às constelações do zodíaco, os vários órgãos da planta (raiz, caule, folha e fruto/semente) são influenciados beneficamente. Dia a dia, o calendário mostrará qual o
órgão que deverá se beneficiar na lida, sendo que o manejo de cada tipo de produção é
apresentado acima do calendário, assim
como os períodos de lua ascendente e descendente.
a) Dia e horas com efeito sobre a raiz
Significa que as atividades de semeadura, transplante e cultivo daqueles vegetais cuja promoção se desenvolve dentro do
solo formando raízes e tubérculos comestíveis, como beterraba, cenoura, batata, cebola, etc. são favorecidas (este fenômeno do
grupo de constelações ligadas ao elemento
Terra, sendo elas Touro, Virgem e
Capricórnio). Esses dias trazem bons resultados e uma melhor qualidade de
. armazenamento para a safra. Ao trabalhar
nos apiários, mexendo com as abelhas, se
estimula a construção de favos.
b) Dias e horas com efeito sobre folhas e
caules
Recomenda-se semear, transplantar e
cultivar as plantas das quais se pretenda
aproveitar as folhas e o caule. Se incluem
aqui as variedades de couve, saladas, espinafre, chicória, cheiro verde, pastagens
forrageiras e cana-de-açúcar. O transplante
é preferível quando coincide com o período
de Lua Descendente (neste período a seiva
das plantas desce e se favorecem as ativida-
des relacionadas com a formação ou transplante de mudas já que estas enraizam melhor. Também é um período adequado para
podas e corte de madeira). Dias de folha não
são propícios para colheita já que os produtos colhidos de decompõem em pouco tempo. Para a colheita de plantas de folha, como
o repolho, se recomendam os dias ou horas
de flor e fruto. Se podem realizar trabalhos
relacionados com mel (centrifugação,
envasamento), mas não mexer na caixa das
abelhas. Dias de folha se relacionam ao grupo de constelações ligadas ao elemento água
(Peixes, Câncer e Escorpião).
c) Dias e horas com efeitos sobre as flores
Aconselha-se semear, transplantar,
cultivar e colher as plantas destinadas a produção de flores ornamentais ou aquelas usadas com fins medicinais. As sementes de
plantas oleaginosas manejadas nas horas de
flor são mais ricas em óleo e se tira maior
vantagem se estas plantas são colhidas em
dias de flor. Nas flores para vaso cortadas
neste dia seu perfume é mais intenso, elas
duram mais tempo e o pé logo foram novos
brotos laterais. Flores secas que forem colhidas em dias de flor mantém a intensidade luminosa das cores. O brócolis deve ser
colhido me dias de flor. Trabalhar no apiário,
mexendo nas caixas, favorece a coleta de
néctar. Esta ocorrência de relaciona com o
grupo das constelações de Ar (Gêmeos, Balança e Aquário).
d) Dias e horas com efeito sobre o fruto
Apropriados para a semeadura, transplante e cultivo das plantas que produzem
frutos e sementes, incluindo tomate, pepi-
Mês: maio
Dia
01
02
03
04
05
06
07
Órgão da Planta
Raiz
Raiz somente até as llh
Folha
Flor
Flor
Folha
Folha
Dia
08
09
10
11
12
13
14
Órgão da Planta
Fruto
Fruto
Fruto até as 13h, Raiz após as 14h
Raiz
Raiz
Raiz até llh, raiz das 15 às 18
Flor
Dia
15
16
17
18
19
20
21
Órgão da Planta
Folha
Fruto
Fruto
Raiz
Raiz
Raiz
Dia
22
23
24
25
26
27
28
Órgão da Planta
Flor
Folha
Folha
Folha
Fruto até llh
Fruto após llh
Raiz
Dia
29
30
31
Órgão da Planta
Raiz
Flor até 8h, Raiz após 9h
Flor
Do dia 01 ao dia 04
Do dia 05 ao dia 18
Do dia 19 ao dia 30
Lua descendente
Lua ascendente
Luz descendente
no, abóbora, feijão e milho. A semeadura
de oleaginosas nestes dias e horas traz o
melhor rendimento em sementes, embora
uma maior produção de óleo se consiga com
tratamento em dias de flor. Os dias de Leão
são especialmente adequados para as plantas produtoras de sementes. O transplante é
favorecido no período de Lua Descendente
(como foi explicado no item b).
A colheita neste dia permite aos frutos atingir melhor qualidade de
armazenamento e a força de regeneração é
favorecida. Além de se escolher o dia de fruto deve-se adicionalmente procurar o período de Lua Ascendente (no qual a seiva sobe
e se favorece a realização de enxertos). Também as flores e plantas cortadas nestas circunstâncias tem um murchamento mais demorado. Recomenda-se também a colheita
de plantas de folha.
Nas atividades do apiário, mexendo
nas caixas se consegue que as abelhas coletem pólem. Estes dias se relacionam com as
constelações do grupo de Fogo (Áries, Leão
e Sagitário).
ANOTAÇÕES
Jornal Cambota
UMAS
Deus também ama as mulheres? Perante Deus, quais os direitos que temi
como as diversas religiões encaram os direitos das mulheres (fonte: FOí
Uma mulher pode
ser ordenada como
representante de
sua religião?
As mulheres podem se sentar com
os homens no lugar
do culto?
Catolicismo
As mulheres católi- Nas igrejas, todos
cas NÃO podem ser SIM podem se sentar
ordenadas
onde queiram
Protestantismo
Para
a
igreja
luterana, a mulher
pode se tornar SIM
pastora, até inspetora eclesiástica
Na maioria das igrejas protestantes, SIM
homens e mulheres
se sentam juntos
Judaísmo
Ainda que a mulher
possa ter responsabilidades, como o
papel de profeta ou
ensinar as meninas,
ela NÃO pode ser rabino
Por castidade, homens e mulheres se
sentam separados
durante as orações
NÃO
Têm SIM os mesmos O adultério é uma
direitos
ofensa grave para
Deus nos dois casos SIM
Segundo a tradição
da religião ortodoxa,
NÃO, a mulher não
pode se tornar chefe
espiritual
Hoje em dia não são
mais
separados,
mas na Idade Média
as mulheres russas
se sentavam do lado
esquerdo e os homens do lado direito
SIM
O homem é um chefe cfe família, a mulher que ocupa um
papel responsável
perturba a ordem humana NÃO
Os dois são julgados SIM da mesma
maneira
Ma«
mos o''
natural fundado no ciclo
menstrual da
mulher NÃO
Segundo Buda não Mulheres e homens
existe chefe espiritu- ficam juntos em toal. Os homens se tor- das as atividades renam monges e as ligiosas SIM
mulheres religiosas
SIM
No quadro do casamento, SIM, o homem deve respeitar
sua mulher
Os dois são julgados da mesma maneira. O terceiro
mandamento diz:
"não cometerás o
adultério" SIM
NÃO
Ortodoxo
Budismo
um
ao que
à imagem íh
Deus NÃO
bído NÃO
É UTT assassinato e
não pode
ser aceito
NÃO
Por muito tempo achei (/nc ausência fosse faltu
E lustimava. ignorante, a falta.
Hoje não <i lastimo
São há falta
<Ií'
ausência
. 1 ausência é um estar em mim
E sinto-a. branca, tão pegada.
Aconchegada em meus braços
Que lio e danço e invento exclamações alegres
Porque a ausência, essa ausência assimilada
Ninguém a rouba de mim.
O Cambota se condoe profundamente com o falecimento de EGÍDIO JOÃO AZILIERO, TEREZA
AZILIERO, ANDRÉ LUIZ AZILIERO E MARIA SANTOS AZILIERO, familiares da nossa querida Angela.
Mas gostaríamos de deixar uma mensagem de conforto e esperança na vida, porque é pelas mãos dos
que ficaram, que se concretiza a. obra iniciada no
mundo por aqueles que se foram.
11
Jornal Cambota
A NUTRIÇÃO
Na história da humanidade os homens sempre tiveram preocupações, curiosidades, estudos, pesquisas sobre a
nutrição do corpo humano. Porém, as preocupações, interesses, estudos, etc, nunca foram de tamanha envergadura como
nos tempos atuais. A bem pouco tempo o interesse aumentou
muito em se saber que os alimentos fazem ao organismo, as
diferenças existentes entre os alimentos, os efeitos das transformações culinárias e assim por diante.
Com esta edição e outras pretendemos dar maior profundidade a esta questão da nutrição, tendo como base os conceitos da Naturopatia (Medicina Natural).
Para fazermos estas abordagens recorremos a bibliografias diversas, bem como conhecimentos acumulados na
experiência da Clínica Natureza Viva (equipe) e pessoal.
Apesar do homem nascer com capacidade de perceber
objetivamente a fome e a sociedade, por efeito de condicionamentos vários a maioria das pessoas adultas não conseguem
"ouvir" o seu organismo e dizer quando necessita de alimento
e quando está satisfeito. Um bebê chora quando tem fome e
recusa alimento quando está satisfeito. O adulto desaprendeu
isto, e come porque é hora, porque o alimento é bonito e apetitoso, porque o meio social assim o exige. Além disso, nosso
organismo, não nos diz o que devemos comer.
Portanto, precisamos estar conscientes sobre que alimentos devemos ingerir, quanto e quais são os melhores para
cada um de nós e quais devemos evitar.
Para responder essas questões, precisamos conhecer
melhor os alimentos.
O que são os alimentos?
Os alimentos são veículos de uma série de substâncias
nutritivas, também chamadas nutrientes, importantíssimas
para o nosso organismo.
São substâncias nutritivas as proteínas, os minerais,
as vitaminas, as fibras, as gorduras, os hidratos de carbono e
a água.
Quando vamos ao mercado, compramos banana, carne, batata e não proteínas, minerais e outros, podemos dizer
que os alimentos são pacotes de nutrientes.
Mas será que todos os alimentos, contém todos os nutrientes? Não, cada alimento contém determinados nutrientes em quantidades diversas. Por essa razão, é errado dizer
que um alimento é completo, pois não existe nenhum alimento que forneça, sozinho, tudo o que o organismo necessita.
Por exemplo, o leite, a soja, e o ovo são fontes de proteínas,
mas não são fontes de vitamina C. O leite não é fonte de ferro
e o ovo e a soja não podem ser considerados fontes exclusivas
de cálcio.
Assim, todos os alimentos são importantes, pois, dependendo dos nutrientes que contém, exercem diferentes funções no nosso organismo.
Na próxima edição aprofundaremos sobre a Função
Energética (as calorias)
Célio Boneti
Clínica Natarna Viva
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SINDICALIZAÇÃO DOS STRs
Os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de 34 municípios do Sudoeste do estão começando um processo de discussão, para, na medida do
possível, unificar algumas linhas e ações políticas. Ainda a nível de direção, está se estudando as afinidades entre os vários sindicatos, para analisar-se ações conjuntas na área de atendimento, unificando-se os valores
das mensalidades, o contrato padrão, os planejamentos, a
profissionalização, etc. Segundo João Valdir da Silva, da coordenação da
microregíonal sindical, está se tentando "uniformizar minimameiite a
cabeça dos dirigentes, para depois entrarmos na discussão dos estatutos".
K-iFA: como parte da estratégia de reestruturação sindical rural, a microregíonal sindical está vendendo uma rifa para arrecadar recursos para o trabalho deste ano. Serão sorteados dois Escortes, e uma
moto, sendo que o vendedor da rifa vencedora também ganhará uma moto,
e seu sindicato R$ 1.000,00. Para os interessados (em comprar ou vender
rifa), entrar em contato com o STR de seu município.
%%%
cceptan-
%%^
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