r/s ir v u c íS> • f ^ „,. C P V jornín^> Um espaço esoaco Democrático de Comunicação Comunic e Educação Pofioiar 0 Ano XXI - N 211 Abril de 1995 - Publicação Mensal - R$ 0,50 Cansada de ser motivos de disputas Dolítico-financeiros a Guarda-Mirim de Beltrão pôea boca no mundo Pg.0S A vivência da violência começa desde cedo para as crianças de faveia. Uma experiência conta a história deste dia-a-dia em São Paulo. Pg.06e07 Mwo Fr/gor/to do Si/doesíe m Númos: Quanto o Município de Beltrão vai doar ao novo empreendimento Pg. 04 Alô, Alô Dois Vizinhos! Vamos ficar de olho na política de boa vizinhança entre sessões extraordinárias e cofres Públicos fstó na hora de ca/dar da Terra. Faça Análise de Solo e saiba como interpretá-la! Pg-03 Jornal Cimboti UMA IMPRENSA DIFERENTE Alguém sabia que no inicio do mês de março um navio britânico, o "Pacific Pintail", carregado de lixo atômico, esteve navegando em costas brasileiras? O lixo atômico é um material radioativo de extrema perículosidade e serve, em suma, para fabricar bombas atômicas (no caso do plutôneo). Sem a proteção dá caixa de aço inoxidável, um cilindro de resíduo radioativo mata em um minuto aquele que se aproxima até 2 .metros, afirma o jornalista Willian Aguiar, do jornal Brasil Agora São dois ©i pontos que 0 tão próximo e o governo não fazcrnadfcl Pepoú, passada a corrida do annaaMBto atômico entre "cotesaistas" c "capitalistas" o mundo tendo sido varrido poi incootáveis manifestações pek paz e coalra as amu nucleares como é qae um navio inglês cheio de plutôneo, navega tranqüilamente ittçjç mundo para levar o material ao Japão para qtw eatepusiláiMáfmrir bombas atômicas? Este c o primeiro ponto: a preocupação ambiental, política, ética. 0 segundo ponto diz respeito à imprensa: fora o jornal Brasil Agora, qual outro veículo de comunicação deu destaque ao fato? Vamos pensar bem: se um avião de guerra estrangeiro estivesse sobrevoando nosso país carregado de bombas, seria de se preocupar. Um navio atômico não oferece, no mínimo, o mesmo perigo que um avião abarrotado de explosivos dirigido por um piloto bêbado? Mas a grande imprensa não toca em assuntos como esse, que isso é coisa de ecologista. Mas também não conta que no dia 24 de março o FMI esteve por aqui para verificar se o FHC está fazendo tudo direitinho, para verificar a nossa política econômica, para dar "sugestões". Quantos outros atos passarão despercebidos por omissão da grande imprensa? Só depois dos grandes escândalos ou terremotos políticos, dos quais a grande imprensa fala muito e diz pouco, uma série de grandes jornalistas lançam livros do tipo "nos bastidores do acontecimento - o que não saiu nos jornais". Rabo preso? Compromissos financeiros com setores políticos? Medo? Interesses? Tudo isso e mais um pouco caracteriza a nossa grande imprensa. E a "pequena" imprensa? As rádios, TVs e jornais regio- H Z u l-H Q w X O JORNAL CAMBOTA é um espaço democrático de comunicação e educação popular no Sudoeste do Paraná. Publicação mensal. CONSELHO ADMINISTRATIVO: Ademir Dalazem, Ari Silvestro, Avelino Calegari, Aores da Silva, Zélide Possamai, Aldir Roell, Francisco Rech, Lorimar Berticelli, Paulo de Souza, Maria Eloni Agnes, João Valdir da Silva, Francisco Quevedo. CONSELHO EDITORIAL: Antônio Elizeu Baks (Fórum dos Sindicatos Urbanos do Sudoeste), Osmar Vicent? C. da Silva (Coordenação Regional de Associações), Celso Mumbach (ASSESOAR), Assis Miguel do Couto (Fundo de Crédito Rotativo), Terezinha Sukenski (Comissão Regional de Mulheres Trabalhadoras Rurais), Sérgio J. Kaupka (Escola Comunitária de Agricultores Silvino e Bia - ECASIB), Vanderlan M. do Prado (Sindicatos Urbanos), Osni nais? Infelizmente, às vezes, com menos qualidade profissional, alguns veículos da pequena imprensa regional se colocam a disposição dos poderes políticos e econômico, defendendo-os sem muito escrúpulo e chegando a atacar e difamar setores da sociedade de posições ou opiniões diferenciadas, sem muitos argumentos. Exemplos? Este mês, a imprensa se exaltou em atacar o Sindicato dos Comerciários de Beltrão no caso da Guarda Mirim (leia matéria neste Cambota), sem lhe dar espaço para defesa, e, o que é preocupante, sem apresentar todos os dados do fato, o que resultou em parcialidade e direcionamento. Outro exemplo? Estão todos os jornais enaltecendo o novo "frigorífico", em Beltrão. Só louvor, só elogios. Mas alguém sabe dos números que envolvem este projeto? Leia no Cambota. É, mas vamos falar do | Cambota. Ninguém pode negar que ele defende uma linha política e social bem definida. Por acaso isso também não é rabo preso, dependência, só que com o outro lado da moeda? Que avalie o leitor. De nossa parte, tentamos respeitar a ética jornalística, na medida em que nos mantemos livres da dependência econômica e política e que trabalhamos com o máximo de informação possível. De que nos adiantaria difamar e omitir aquilo que não nos agrada? Podemos até criticar, mas nunca sem fundamentos. O objetivo do Cambota é claro: trazer informações a seus leitores. Se todos falam que o governo vai bem, nós só queremos mostrar que a fome está crescendo, que o povo não tem terra para plantar, comida para comer. Aí, cada um avalia se o governo vai bem mesmo ou não. O Cambota tem um sonho bonito de liberdade. Mas também devemos defender aquilo que se apresenta como verdade. Claro que uma mordidinha nossa não dói. Os poderosos nem sentem. São fortes. Tem as TVs, as rádios, os jornais para os defender. E nós? Nós temos o Cambota. É tão pouco, mas pelo menos não é nada. O Cambota poderia crescer mais se a gente apostasse. Se soubesse que ele pode ser importante. O dia em que acordarmos para a importância e o poder que pode ter um bom meio de comunicação, poderíamos ajudar o Cambota a se fazer notar. Não precisaríamos ouvir calados o que falam de nós. Prim, Vanderlei Dambros e Verena Olass. COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Osni Prim, Vanderlei Dambros, Verena Glass, Christophe de Lannoy FOTOS: Verena Glass JORNALISTA RESPONS.: Verena Olass Mtb 3072 As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião desse jornal. Tiragem desta edição: 2.500 jornais. COMPOSIÇÃO E IMPRESSÃO: ORAFIT Artes Gráficas - Fone (046) 523-1998 Av. General Osório, 500 - Francisco Beltrão - PR Jornal Cambota DE OLHO NA TERRA aprenda a interpretar a sua análise de solo Com o fim da colheita do milho, o pequeno agricultor que não estiver se programando para o plantio de trigo ou outra produção de inverno, deve começar a se preocupar com o preparo e a recuperação do solo. Ou seja: chegou a hora de refazer as curvas de nível, pensar na adubação verde de inverno (aveia, avica, nabo forrageiro) e fazer a análise do solo. A análise de solo se resume, basicamente, em retirar da área agriculturável algumas amostras de solo em pontos estratégicos e analisá-las em laboratório para verificar quais os elementos que as compõe e em que quantidade. Para fazer a retirada das amostras em solo uniforme, cave em 5 a 8 pon- Descrição Aiostra N9 N9 Liborat fi»DEtrs 7000 •cq/lOOg solo Local,Ta!hãD,Etc 01 tos diferentes um buraco de 20 cm e retire uma fatia de terra com uma pá ou um facão. Em área de declive, proceda da mesma forma no ponto mais alto, na parte do meio e na parte mais baixa. Misture a terra em uma vasilha de plástico limpa e tire uma amostra de mais ou menos 1 kg para enviar ao laboratório. pH CàC12 0,01H 4.30 Sota das bases trocaveis ,, S - 5.03 CapacidsdB de troca de cations (CTC) T = 13.39 c VI - l saturação de bases deteríinado pela analise = 37 i7 tf ftl H * Ai 1.30 8.36 H Ca ♦ Ng + Cs 4.80 m I l 3.80 +4- Hg 0,23 1.00 feteria orgânica, A = X de Aiusinio et reiacao as bases A 9 C 26.35 «0 1.56 3.80 2.63 Os elementos do solo e suas propriedades Os elementos apontados pelas análises de solo são basicamente o Cálcio (Ca), o Magnésio (Mg), o Alumínio tóxico (Al), o Potássio (K), o Fósforo (P) e a Matéria Orgânica (C). Considerado o principal elemento na correção dos solos, o calcário deve ser acrescentado ao solo em medidas certas, apontadas por um cálculo simples baseado na análise. A fórmula é a seguinte. Ton/ha = (V2 - VI) x T + F, onde V2 é a situação ideal de concentração de calcário no solo. Para cultura do soja, V2 = 70 Para cultura do milho, V2 = 75 Para cultura do feijão, V2 = 80 VI é a situação do solo no momento, e é dado na tabela da análise T também é dado na análise, e é a soma dos elementos presentes no solo F é o fator de reação do calcário. No calcário comum, tipo C, o F é igual a 1,33. Vamos usar o exemplo da análise de solo acima para prepararmos a terra para o plantio de feijão: Ton/ha = (80 - 37,57) x 13,39 x 1,33 = 7,55 Portanto, para prepararmos nosso solo para o plantio de feijão, precisamos aplicar 7,5 toneladas de calcário por hectare. Mas atenção! Se VI apresentado na análise de solo chegar muito perto de 70 (67, 68), o solo está bom, e poderá ser corrigido apenas com adubação verde e orgânica ou uma quantidade muito pequena de calcário. O calcário mais comum no mercado, o de peneira maior, deve ser aplicado no solo de 70 a 80 dias antes do plantio, já que é diluído com maior dificuldade. Se for utili- zado o calcário fino, que se dilui e é absorvido com facilidade, a aplicação no solo pode ocorrer com um mês de antecedência do plantio. Por ser uma rocha moída, o calcário é natural e não prejudicial ao equilíbrio ecológico do solo. O fósforo é o elemento essencial para a frutificação e formação de flores e sementes na planta. Sua falta pode ser observada na coloração roxa que às vezes aparece nas folhas do milho, o que significa que a planta não poderá absorver suficientemente a luz do sol para transformá-la em energia e acabará enfraquecendo. Para sabermos a quantidade de fósforo que deverá ser aplicada no solo, deveremos procurar o valor indicado na tabela junto ao símbolo P. Se o número for menor que três, a concentração de fósforo é baixa. Entre 3 e 7 média, e acima de 7, alta. Assim, temos a seguinte equivalência: D para solos com baixo teor de fósforo (menor que 5 ppm são necessários 90kg de P2O5; D para solos com médio teor de fósforo (entre 3 e 7 ppm) são necessários 75kg de P2O5; D para solos com alto teor de fósforo (acima de 7 ppm) são necessários 20 kg de P2O5. Para corrigirmos o solo da deficiência de fósforo, temos à disposição vários tipos de adubos com concentrações diferenciadas de P2O5 - o fósforo que será aproveitado - mas isto pode ser verificado na embalagem do produto que queremos comprar. Os adubos químicos, como os superfosfatados simples ou triplo, são rapidamente diluídos e absorvidos pelas plantas, mas trazem elementos prejudiciais ao solo. Os adubos de pedra, como o fosfato de rocha, de araxá ou o yurim, permanecem por muito mais tempo no solo, sendo aproveitados lentamente e na medida certa pela planta. Podem sair mais barato a longo prazo e não prejudicam o solo. Mas para sabermos a quantidade de adubo que deverá ser aplicado, temos que fazer uma regrinha de 3. Tomemos como exemplo o yurim, que tem 30% de P2O5. Na nossa análise, o P está baixo (3,80), devendo ser acrescido de 90kg de P2O5. Se em lOOkg de yurim temos 30kg de P2O5, quantos quilos de yurim serão necessários para termos 90kg de P2O5? 100 x 90 - 30 = 300 Portanto serão necessários 300 kg de yurim para corrigirmos um hectare deste solo. O potássio (K2O) funciona como regulador da planta. Pode ser encontrado, enquanto adubo, nos sulfato e cloreto de potássio. O sulfato de potássio é mais natural, mas contém apenas 46% de K2O. O cloreto, com elementos químicos, tem 60% de K2O. O cálculo da quantidade de potássio necessário é parecido com o caso acima: Se o K da análise for: D menor que o, 10 - precisamos de 45 kg de K2O D entre 0,11 e 0,30 - precisamos de 30 kg deK20 D até 0,60 - precisamos de 15 kg de K2O O nosso cálculo será o seguinte: G lOOkg de sulfato de potássio - 46kg de K.20 X kg de sulfato de potássio - 30 kg de K2O Portanto, serão necessários 65 kg de sulfato de potássio por hectare. Além desses adubos, é muito importante a aplicação de estéreo e adubo orgâni- ■ co, que, além de conter todos os elementos necessários ao solo, contém microorganismos vivos essenciais para a sua vida. Jornal Cambota O novo FRIGORÍFICO de Beltrão em NÚMEROS A última grande novidade para quem tem interesse em salsichas e coisas do gênero, é que está vindo para o Sudoeste, mais especificamente Francisco Beltrão, um novo empreendimento frigorífico resultante de negociações politico-financeiras do deputado federal Nelson Meurer. Conta a lenda que estava o Meurer sossegadamente tomando chá com seu amigo, também deputado, Vadão Gomes, procedente de uma cidadezinha do interior paulista, quando descobriu que o amigo empresário Vadão estava pensando em montar um frigorífico de carne bovina no Mato Grosso. Aí o Meurer pensou: por que não montar um frigorífico suíno em Beltrão, que dá quase no mesmo? A gente ajuda o Vadão um pouquinho com recursos da prefeitura e pronto, fechado negócio. E assim se fez. O Vadão e seu amigo Simões vieram pra Beltrão e se encantaram com a simpatia e a generosidade do poder executivo beltroriense, e resolveram ficar por aqui mesmo. O poder executivo, por sua vez, mais que depressa arregaçou as mangas e, com um recurso de R$ 749.500,00, comprou a terra do amigo Camilotti, uma área de quase 40 alqueires. Depois, fez um projeto no qual se comprometeu a: G dar de presente para a empresa Gomes & Simões esses 40 alqueires; □ fazer a terraplenagem do terreno; D providenciar estação de tratamento de água ou poço artesiano para 80 mil litros por hora e um reservatório; D pavimentar o acesso e o pátio da indústria; D instalar energia e telefone; D construir, em alvenaria, lavanderia, almoxarifado, refeitório, escritório, balança, portaria, cabines primárias e cobertura para caldeira; D construir 10 mil m2 de fundação para a obra do resto da indústria. O projeto ainda diz que, se, por acaso, o Vadão e o Simões não conseguirem tocar o negócio do frigorífico em "qualquer época", eles podem passar a coisa para frente ("devidamente autorizados pela administração municipal"). Não precisa continuar sendo frigorífico, tudo bem, pode ser qualquer coisa, "desde que gere empregos". Mas agora vamos falar sério. Não vamos entrar no mérito da necessidade ou não de um novo frigorífico deste porte na região Sudoeste, que já conta com a Sadia e um projeto definitivo de frigoríficos da Coagro, na região da fronteira. Sabemos que a geração de empregos (600, prometidos pela Gomes & Simões) não deve ser desprezada. Sabemos que o crescimento industrial pode significar um cresci- mento da própria região. Mas, em relação ao projeto e o procedimento do executivo, existem questionamentos. Em primeiro lugar, é questionada a não abertura de licitação para a compra do terreno, sem entrarmos no mérito moral de uma doação deste porte por parte do município. Depois, questiona-se o valor pago pela área, considerado elevado. Questiona-se, ainda, a extensão do terreno, avaliando-se que 40 alqueires realmente são um exagero para esse empreendimento. Prosseguindo na análise, não se sabe quanto, exatamente o município desembolsará para ajudar no custeio da obra nem de onde sairá este dinheiro (tem-se avaliado, por cima, um custo de seis milhões de reais). Que tipo de controle da saída de verba para a obra será possível? O projeto do prefeito acabou sendo aprovado na íntegra pela câmara dos vereadores (composta por 9 membros do governo contra 6 da oposição, que, apesar de apresentar uma série de emendas, sofreram uma derrota previsível) apesar de o terreno ainda não estar em propriedade do município, e, o que é pior, ter pesando sobre si uma hipoteca não quitada. For último, verificouse que a história toda é inconstitucional, já que o Artigo 167, inciso IX, parágrafo Io da Constituição Federal reza que: "nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual ou sem lei que o autorize, sob pena de crime de responsabilidade". Ou seja, com a aprovação do projeto, tanto executivo quanto legislativo podem ser processados por crime de responsabilidade. Se o investimento fosse diferente Agora, vamos mudar o tom da avaliação. Em nenhum momento é negada a importância de atividades agroindustriais, principalmente se o município se dispuser a subsidiar. Segundo Assis Miguel do Couto, coordenador do Fundo de Crédito Rotativo (FCR) que financia atividades agropecuárias junto a grupos de pequenos agricultores, seis milhões de reais é mais do que seis vezes a soma que o FCR dispõe para financiar e viabilizar 1.400 famílias de pequenos agricultores. Com 3 milhões de reais, poderiam ser viabilizados 187 pequenas agroindústrias de imbutidos associativas, a um custo de 16 mil reais cada, como no caso da Apasbra, de Marmeleiro. Sendo cada associação composta, em média, por 8 famílias, teríamos 1.500 famílias em atividade agroindustrial. Se considerarmos que cada família é composta, aproximadamente, por 5 membros, teríamos 7.500 pessoas diretamente empregadas. A avaliação dos suinocultores Segundo o suinocultor Jair Dobner, não se pode ter certeza de que o projeto do frigorífico vá trazer grandes benefícios aos agricultores, principalmente os médios e pequenos. "Onde existe frigorífico a lei geral é que o preço alcançado na venda do suíno é mais baixo", afirma Jair. Ele explica que, se vendido para fora, o porco é pago por peso no momento da venda. A perda que sofrerá durante o percurso do transporte não é descontada, ao contrário do que geralmente ocorre na venda para o abate local. Neste caso, o comprador faz uma redução no cálculo do peso, descontando uma porcentagem referente a limpeza do animal. Jair avalia que só sobreviverá o suinocultor que se integrar ao frigorífico, o que trará consigo a total perda da autonomia do produtor, além de exigir um investimento bastante alto para a qualificação dos chiqueiros e do processo de criação dos suínos. Portanto, ficam aqui algumas informações para reflexão do leitor. É pena que, em momento algum, a população foi consultada se concorda ou não com a destinação do seu dinheiro pago em impostos para a doação à empresa Gomes e Simões. É pena que a imprensa, em geral, se ateve mais a propaganda do que informar sobre o projeto. É pena que os representantes de parcela da população sejam sempre atropelados nas sessões da Câmara dos Vereadores. Mas não fica vetada a possibilidade do cidadão ainda se manifestar, a favor ou contra o projeto. É só enviar uma carta, dar um telefonema à Câmara dos Vereadores de Beltrão, e fazer a sua parte. VG. Jornal Cambota GUARDA MIRIM DE BELTRÃO AMEAÇADA (resta saber por quem) Ato de pais da guarda mirim na praça da matriz Como em qualquer lugar do Brasil, existem em Beltrão famílias carentes com filhos carentes, o que é um problema. Para amenizar a situação, a APMI do município, em uma iniciativa bastante positiva, assumiu em 1985 a Guarda Mirim, primeiramente só com os meninos e depois também com as meninas, com o objetivo de garantir o estudo destas crianças carentes por meio período e oferecer atividades alternativas no restante do tempo; ou seja, evitar que as crianças fiquem na rua. O acompanhamento dado às crianças da Guarda Mirim vai desde o controle de suas notas escolares até atividades disciplinadoras na sede da entidade. Em 1994, a guarda mirim, através da APMI, firmou um convênio com várias empresas de Beltrão, através do qual meninos e meninas passariam a desenvolver trabalho remunerado durante meio período, garantindo-se aos empresá- rios uma qualificação mínima das crianças através do controle do desempenho escolar e de um preparo anterior de 6 meses, que inclui cursos de aperfeiçoamento em convênio com o Senac (datilografia, relações de trabalho, etc). Segundo a APMI, desta forma as crianças tem oportunidade de se profissionalizar, além de contribuir com a renda familiar. No início de 1995, no entanto, uma fiscalização do Ministério do trabalho e do INSS notificou as empresas de que estariam ocorrendo irregularidades no processo, já que a maioria das crianças trabalha sem carteira assinada e com remuneração deficiente. Neste momento começaram os problemas. Ao invés de regulamentar a situação dos menores, os empresários exigiram que o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio assinasse um termo aditivo, que autorizaria as empresas a continuar explorando a mão-de-obra das crianças sem os devidos pagamentos de encargos trabalhistas. Como, por lei, o Sindicato dos Comerciários não tem poderes para tal, além de julgar imoral e prejudicial à categoria a manutenção desta situação no caso da guarda mirim, criou-se um impasse. Empresários, setores ligados à prefeitura e alguns vereadores foram à imprensa, acusando o Sindicato e sua assessoria jurídica de estarem querendo acabar com a guarda mirim e jogar na rua crianças que sustentam suas famílias. Sem que fosse dado oportunidade de defesa ao Sindicato, os ataques diários assumiram tom difamatório. como no caso dos comentários do jornalista Paulo Martins, da TV Tarobá, que afirmou que "as leis não estão aí para serem cumpridas, mas para serem interpretadas" e que é uma vergonha a existência de um Sindicato como o dos Comerciários de Beltrão. Ora bolas, que culpa tem o Sindicato pela fiscalização do Ministério do Trabalho? Aos poucos, outros fatos foram aparecendo. Chegou à redação do Cambota a informação de que estariam sendo despedidos pais de família para serem substituídos por meninos subassalariados. Estaria ocorrendo um aproveitamento de mão-de-obra infantil criminoso? O discurso usado pelos empresários e pela prefeitura, largamente divulgado nos meios de comunicação, é de que as empresas estariam se prejudicando, contratando crianças incapazes, só pelo bem social. Crianças - pacoteiros em supermercado, office-boys, etc. Qual a profissionalização que estariam recebendo? E se não fossem os meninos da guarda mirim, quem estaria fazendo estes trabalhos? Não seriam outros, obrigatoriamente registrados e ganhando, no mínimo, o salário mínimo? Por que os empresários, tão preocupados com o social, estariam se negando a pagar encargos sociais, alegando prejuízos? Por fim, depois de várias negociações, o Sindicato Patronal e dos Trabalhadores do Comércio chegaram a um acordo, pelo qual as crianças seriam registradas pelo salário mínimo, tendo garantia de cumprir apenas meio período de serviço e estudar no restante do tempo. Agora, a grande preocupação dos setores ligados à guarda mirim é que dos tão sociais empresários, alguns mandem embora, de volta para rua, crianças que sustentam suas famílias. V.G. Jornal • »..... vCambota ..„.».. üambota Jornal Cambota * f >• i f í Pequenos Corações que batem no compasso do destino de uma favela. Experiência de Educação com crianças de favela em uma das regiões mais violentas de São Paulo u tinha acabado o colegial e ^ estava procurando o que fazer da vida. Meus colegas iam escorregando para dentro de faculdades ou casamentos (porque é isto que se costuma fazer em São Paulo), e eu andei por aí, vendi plano de saúde, sapato da moda, assinatura de revista. Até que um dia conheci uma favela na zona sul de São Paulo. Havia lá um grupo de pesso- Os "meus" 24 algumas biografias Vidas sofridas, vidas difíceis. Isso encontramos em qualquer lugar, em qualquer civilização ou classe social. Mas como a gente se coloca diante de uma vidinha de apenas 9 anos, que já passou pelo terror mais baixo e sujo? Como reagir a um sorriso ou lágrima de uma criança que limpou com um pano de chão o sangue que espirrou, nas paredes do barraco e que antes corria nas veias de alguém que muito amou? G. 8 anos - Não era fácil. — O tipo da criO grupo dos 24 em apresemaçao oe teatro - Ufa do Indlo ança que não dava pra confias que, acreditando na vida, resol- ar. As vezes, sumia alguma coisa da veram fazer da vida na favela uma sala, dos colegas. Era ele. Dinheivida bonita. Era um trabalho de 10 ro, carrinhos. E um dia me contaanos baseado, prioritariamente, na ram que ele andava pelas ruas, peeducação e na atuação com as cri- dindo coisas nas casas, mendigananças. E então, eü entrei pro cursi- do. Tentei conversar, dei bronca, dei nho de manhã e pra favela à tarde. carinho, e nada. Ele mentia sempre. Na favela, minha história era Por quê? a seguinte: a gente tinha um prograTudo começou quando ele tima chamado "acompanhamento es- nha 7 anos. Pai e mãe eram colar". As crianças que freqüenta- amigados, moravam num barraco vam escola pela manhã ficavam minúsculo na favela. A mãe lavava conosco à tarde. A gente trabalha- pra fora, o pai era bandido. Não va com ajuda nas tarefas, mas prin- eram muito felizes e tinham 2 filhos. cipalmente com o desenvolvimento Uma noite, aconteceu. Estavam os da criatividade, do senso social, da quatro no barraco, quando de fora alma infantil. Os "meus" era 24 me- começaram a chutar a porta e dar ninas e meninos de 9 a 11 anos. tiros. O barraco foi arrombado. O Todo dia, eu saia correndo do cur- pai levou não se sabe quantos tiros sinho, tomava um ônibus, saltava na na cabeça. Grudado na parede do frente da favela e arrumava a nossa barraco, aos poucos ele foi escorsala para o almoço. Almoçávamos regando para o chão, deixando um os 25 juntos e tínhamos até as 5 rastro de sangue e massa horas da tarde para aprender a vi- encefálica. Morreu assim, bandido, ver. assassinado. Vendo tudo, as duas crianças, encolhidas num canto, só voltaram a si quando a mãe, puxando o cadáver do pai pelas pernas, jogou-lhes alguns panos de chão e disse: "vamos limpar essa sujeirada. Não quero ver pingo de sangue na minha parede ". E. 9 anos - Ela era quieta, um pouco cabeça dura. Seus dois olhos enormes e negros olhavam pra gente com um brilho forte, estranho, às vezes dava vontade de desviar o olhar quando ela me encarava. As outras crianças diziam que ela tinha "reza forte" e a respeitavam muito. Quando sua mãe tinha 12 anos, um homem de quase 40 a levou como mulher para o seu barraco. Tiveram dois filhos, uma menina, E., e um menino,, e assim viveram até que a mãe fez 18 anos e, de repente, acordou. Ela, uma bonita jovem de 18 anos, casada com um "velho" de quase 50? Se separaram. Numa boa. E., 5 anos, morava com o pai. O menino de colo, com a mãe, que arranjou um namorado. Todo dia de manhã, a mãe descia com o garoto no colo até a casa do pai, pegava a menina e levava os filhos para a creche da favela, onde trabalhava. Tudo ia bem. Até que, um dia, aconteceu. Era um dia comum, a mãe, com o garotinho no colo, foi buscar a filha na casa do pai. Se cumprimentaram, ela pegou a^menina pela mão e saiu do barraco. Nesse momento, o pai a acertou com um facão que atravessou o seu corpo, e ela caiu morta sobre o filho. O pai fugiu. Foi preso. As duas crianças ficaram aqui e ali, até que o pai foi solto. Voltaram a morar com ele. Anos depois ele é assassinado. Hoje, as crianças moram com uma "tia", que não é da família. História e Casos da Favela ra um começo de tarde mui| to estranho. O céu estava C/iefe dos Justiceiros, pai de uma das meninas do nosso grupo escuro, ventava um vento quente e forte, desses de levantar redemoinhos de poeira nas ruas, "daqueles que tem saci-pererê dentro". Quando eu estava chegando na favela, um bando de crianças veio correndo ao meu encontro. Estavam meio loucas, algumas davam risadas, outras ficavam quietas, de tocaia, observando. Vinham me contar que, na noite anterior, uma garota havia sido assassinada na favela. Ela fazia parte de um bando de bandidos. Fora estuprada, a cabeça aberta, e estava lá, no meio da favela, porque a polícia não tinha vontade de buscála. Fomos todos à nossa sala, mas não tinha clima para trabalhar. Aos poucos a criançada foi ficando apavorada. Tinha uma coisa estranha no ar. De repente, uma notícia se espalhou como fogo em palha seca: a menina E. tinha tido uma visão da mãe morta e estava rezando no pátio a sua reza forte. Fui até lá. Cercada de inúmeras cruzes de galhos amarrados, está E. ajoelhada, com seu olhar estranho, rezando. De re- pente, bateu um vento forte, levantou uma nuvem de poeira, e a criI ançada saiu berrando, apavoraf 1 da. Não sabendo o que fazer, i mandei todos para casa, inclusive E. Ela nunca me contou o que tinha acontecido mesmo, mas todo mundo tinha certeza que ela tinha tido conversado com a mãe, e que a reza dela cura até mau-olhado. No dia seguinte, outro problema. O bando da garota assassinada havia jurado vingança. Ligaram para a secretaria da nossa associação e deram o recado: "hoje, a partir das 3 da tarde, coloquem todas as crianças pra dentro que vai ter tiroteio na favela". Deu três horas, e nada. A favela estava um túmulo. Quatro horas, nada. Cinco horas, hora de ir para casa. Mas de que jeito? Bom, resolvemos ir todos juntos. Grudados. As vielas da favela estavam desertas. As casas trancadas. Uma a uma as crianças foram entregues. A gente batia na porta, que se abria apenas numa fresta. Aparecia um braço que puxava a criança para dentro. Ouvíamos o barulho da chave ou trava, depois silêncio. Faltava entregar 3 crianças, duas, a última sumiu dentro de casa. Eu estava só. Comecei a subir as vielas, atravessar a favela. Nenhum barulho, nem os cachorros apareceram, Não aconteceu nada, nem aquele dia, nem depois. Mas ficou aquele gosto amargo na boca. A lei das armas era que decidia, em última instância, a paz ou o terror da favela. Era dia de São João. Festa. Cada um dos grupos de crianças tinha ensaiado uma dança folclórica para apresentar no pátio da favela. A animação ficou por conta de uma bandinha formada por uma família de gente com uma pequena peculiaridade: eram todos cegos. Tinha muita pipoca, alegria, fogos. E namoro. E ciúmes. De repente, a confusão. Um moço, dor nos cornos de ver a amada nos braços de outro, saca a arma e sai pipocando tiros pra todos os lados. A correria é geral, todos se escondem, se protegem. Eu e mais alguns corremos para debaixo do palco. De repente, olhamos pra cima e demos de cara com o sanfoneiro, ceguinho, sorridente, no meio da mais animada quadrilha, enquanto as balas passavam zunindo do lado de suas orelhas. O que fazer? Rapidamente, pulamos no palco e agarramos cada um dos ceguinhos. "Esconde que isso não é foguete, é bala mesmo". A festa acabou, mas a risada foi geral, pela aventura passada. Ele tinha 4, 5 anos. Seu pai havia abandonado a família. A mãe ficou louca e caiu na bebida. Eles moravam em um barraco imundo, cheio de fezes por todos os lados. A fome, para ele, era coisa de todo dia. Um dia, fomos a um teatro com as crianças. Ele foi junto. Na peça, as crianças tinham que participar, ajudar uma mãe a encontrar 7 "chaves" escondidas para abrir o baú onde estava a felicidade de seus 7 filhos. Uma das "chaves" foi fazer uma grande fornada de pão. As crianças e os atores amassaram a massa, fizeram os pães, e a peça foi seguindo. Quando a última chave foi encontrada, finalmente abriram o baú. Dentro, assados e quentinhos, os pães feitos pelas crianças. Alguém buscou uma faca, e cada criança ganhou um pedacinho de pão. Ele também. Ganhou uma lasquinha minúscula, ele que provavelmente não tinha comido nada ainda naquele dia. Assim que as suas mãozinhas se fecharam sobre o pedacinho de pão, ele virou e veio correndo em nossa direção. Os olhos brilhando. O sorriso enorme, feliz. Parou na nossa frente, dividiu seu pãozinho em dois e nos estendeu a metade "Tó, tia". Meu olhos se encheram de lágrima, e eu decidi nunca mais duvidar do ser humano. Entrei na universidade e me formei jornalista. Os meus 24, hoje com 15, 16 anos, são jovens que acreditam na vida, estudam e amam a favela onde vivem. V.G. Jornal Cambota COOPERATIVISMO DE CREDITO duas opções, mutualista e rural pontes. Com um conhecímonto {ó ovançodo do ossunto, os participantes dos dois encontros, partindo da premissa de que é de consenso geral a criação das Cooperativas, aprofundoramse na discussão sobre a forma de cooperotivismo de crédito a ser adotada: Cooperotivismo de Crédito Rurol ou Mútuo? Não é possível valorizar o pequeno agricultor sem a existência de um cooperativismo de crédito forte e democrático. Sem ele, dificilmente o crédito agrícola alcançará os que dele mais necessitam. Pois, mesmo aqui no Paraná, os recursos dos programas especiais de apoio ao pequeno agricultor, encalham nos bancos. O PROVAPP e o Panela Cheia são provas disso. Não que o cooperativismo de crédito, por si só, irá resolver esta situação. Mas ele é o caminho, desde que o cooperativismo se organize de forma a assegurar a participação das mais diversas camadas de produtores rurais dentro do seu sistema. Por isto, ele deve pensar em combinar, mesmo no caso da agricultura, as Cooperativas de Crédito Mútuo com as Cooperativas de Crédito Rural. As Cooperativas de Crédito Rural caracterizam-se por reunir todos aqueles que, de modo preponderante, exercem atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas. Já as Cooperativas de Crédito Mútuo são formadas apenas por integrantes de uma determinada profissão ou entidade. Na França, por exemplo, no final do século passado, o cooperativismo de crédito nasceu primeiro, por iniciativa dos mais ricos do campo - os "notáveis" - mas se consolidou com a criação, a partir dos sindicatos profissionais agrícolas, das Caixas Rurais de Crédito Mútuo, estimuladas pelos governos republicanos da época. Assim, os produtores organizaram-se primeiro em sindicatos para a defesa dos seus interesses; daí criavam cooperativas de produção, consumo, etc, para atender suas necessidades econômicas; e por fim constituíam cooperativas de crédito como resposta a suas necessidades financeiras. No entanto, é inegável que o Cooperativismo Seria isto enfraquecer o sistema? Pareceria que não. Pois o sistema cooperativista se fortalece justamente na medida em que reconhece as diferenças e consegue integrá-las de modo efetivo. Isto é, assegurando através dos seus diversos níveis organizativos, o espaço de autonomia necessário à realização dos interesses particulares. Concretamente, as Cooperativas de Produção têm criado Cooperativas de Crédito Rural que, ao menos legalmente, podem abrigar todos os agricultores de um mesmo município e não apenas os seus cooperados. No entanto, se o objetivo é restringir o quadro social àqueles que já são associados da Cooperativa de Produção, o correto seria criar Cooperativas de Crédito Mútuo no lugar de Cooperativas de Crédito Rural. Se assim procedessem, evitariam a atual discriminação que caracteriza o fato de um agricultor não poder se associar a Cooperativa de Crédito do seu município apenas por não ser sócio da de Produção. Já no caso em que os agricultores organizados nas suas entidades, constituam Cooperativas de Crédito Mútuo, estas poderiam conviver em harmonia com a Cooperativa de Crédito Rural do município. Poderiam inclusive eventualmente se associarem a esta como forma de assegurar as atuais Cooperativas de Crédito Rural, em base social mais eqüitativa e participativa. Modernamente, o conceito de democracia inclui: liberdade, igualdade, participação, solidariedade e diversidade. Com o moderno cooperativismo também deveria ser assim. de Crédito não teria prosperado entre os mais pobres sem um apoio financeiro externo, no caso, o governo francês que destinou vultuosos recursos para a capitalização dessas Caixas de Crédito Mútuo. Mas o que interessa observar é que tanto aquelas cooperativas "dos ricos" (grandes proprietários) quanto a "dos pobres" (pequenos proprietários), acabaram se integrando na Confederação Nacional do Crédito Mútuo (CNCA) a partir das suas respectivas Federações. Pensando na retomada do cooperativismo de crédito no Brasil, faz-se necessário retomar também as experiências históricas para, a partir delas, criar um sistema com características próprias. Já que não se pode mais desconhecer a diversidade de situações da realidade brasileira, bem como reduzir o confronto de interesses a proposta "para ricos" e proposta "para pobres", como na França do século passado. A realidade agrária nacional ou mesmo estadual, não pode resumir-se a polarização de interesses, já que, sobretudo hoje, estes são bem mais diferenciados do que aqueles representados por "pobres" e "ricos". Daí que Christophe de Lannoy não parece ser adequada a proposta do atual sistema cooperativista que defende apenas uma cooperativa de crédito para os agricultores de cada município e apenas uma Central ou Federação para cada Estado. Por quê não criar várias federações por Estado, e diversas cooperativas de crédito por município? Dlscussio sobre Cooperativismo da Crédito em Dois Vizinhos Jornal Cambota IRMÃO CIRILO: a vida dedicada às plantas medicinais, a vida salva pelas plantas medicinais émÊmb om toda uma vida dedicada ao es|iÍ tudo e ao registro de plantas e erÉ vas medicinais, o Irmão Cirilo, ' autor de uma apostila com 9.420 receitas botânicas, na 44a edição, membro do Comitê Científico Internacional constituído pela Confederação Internacional das Associações de Medicinas Alternativas Naturais (CIAMAN), co-fundados da ASSESOAR e há mais de 30 anos atuante na Pastoral Vocacional e de Promoção da Saúde pelas Plantas Medicinais em Francisco Beltrão, obteve um reconhecimento de seu trabalho da forma mais definitiva e maravilhosa: a cura total e absoluta do câncer. Sofrendo de um tumor maligno no pâncreas. Irmão Cirilo se curou com um tratamento a base da Avelóz, uma planta cujo poderes medicinais para a cura do câncer foram descobertas em 1960 por um médico pernambucano que dedicou sua vida ao estudo deste fenômeno. Conhecido em todo o Sudoeste do Paraná e respeitado por biólogos e pesquisadores do mundo todo. Irmão Cirilo aos 72 anos continua no projeto que iniciou há 40 anos atrás; a pesquisa de uma medicina mais natural para atender a população mais desfavorecida, com ervas e plantas que podem ser facilmente encontradas na natureza ou cultivadas em casa. Cambota: Como começou essa paixão pela pesquisa das forças medicinais das plantas? Ir. Cirilo: Quando eu estudava no seminário em Carazinho, de 1951 a 1955, eu comecei a atuar como enfermeiro. Naquele tempo, quando um companheiro ficava doente, era muito complicado a ida ao médico, nós gastávamos muito com iso. Então eu comecei a estudar e a recorrer às ervas medicinais, principalmente em casos de problemas simples, como gripes, infecções e machucados por causa de "acidentes" esportivos. Comecei a preparar os remédios em casa, e depois continuei a estudar as plantas medicinais. Fazia muitos contatos com biólogos, cientistas e pesquisadores, me aprofundei: as ciências naturais sempre me atraíram muito. Cambota: Como o senhor faz suas pesquisas, quer dizer, onde colhe o material, e como faz para comprovar os efeitos das diversas plantas? Ir. Cirilo: Quando vim para Francisco Beltrão, há 30 anos, e ajudei a fundar a ASSESOAR, tínhamos muito contato com os agricultores. Naquela época, a assistência médica era bastante dificultosa, e muitas famílias se tratavam com plantas e ervas que colhiam no mato ou plantavam em casa. Nas minhas andanças pelos interiores, então, eu fui conversando com as pessoas colhendo informações, registrando experiências. Entre Cambota: O senhor também se curou do câncer. Ir. Cirilo: As plantas não contém somente elementos "benéficos". Muitas plantas são altamente tóxicas, o que não quer dizer que sejam ruins. Quando diagnosticaram um tumor maligno, cancerígeno, no meu pâncreas, eu me tratei com a Avelóz, uma planta extremamente venenosa. E hoje estou completamente curado. A planta tem poderes extraordinários. Acho que com a minha cura através da Avelóz, a comunidade pode contar com uma nova esperança para a cura de um dos maiores males da humanidade, o câncer. caboclos, índios, gente que vivia há muito tempo na região, encontrei muita sabedoria e conhecimentos. As plantas nativas certamente têm mais eficácia do que as importadas, e assim eu fui fazendo meus registros. Do manual de plantas medicinais, que foi publicado pela primeira vez em 71 em forma de apostila, não consta nenhuma receita que não tenha valor comprovado por repetidas experiências. Cambota: A sabedoria popular, principalmente entre caboclos e índios, tem também muito de mística, de crendice. O que o senhor acha das curas por simpatias, benzeduras? Ir. Cirilo: Eu sei que algumas pessoas tem energias magnéticas, elétricas, capazes de atuar nos processos curativos ao ponto de eliminar bactérias, matar fungos. Acreditar com força pode dar resultados. Fundamentadas na fé, algumas curas podem acontecer, pois acredito que Deus dá aos homens a possibilidade de se curar através das coisas que criou. Mas tem muitas simpatias que podem ser descartadas, não tem nenhum fundamento. Cambota: O senhor já presenciou alguma cura através de plantas medicinais de uma doença considerada incurável? Ir. Cirilo: Acompanhei três casos de cura do câncer através do tratamento com a tansagem. Em um dos casos, o doente, com câncer no esôfago, tinha apenas um mês de vida. Não podia mais comer, a garganta estava totalmente trancada. O homem começou a tomar, lentamente o chá de Tansagem, e acabou totalmente curado. Morreu 3 anos depois de um mal que nada tinha a ver com o câncer. Cambota: Como foi o tratamento? Ir. Cirilo: Quando diagnosticaram o câncer, fizeram apenas uma operação desviando um canal do estômago é da bilis para o intestino. Eu não sabia, mas me deram apenas meio ano de vida. No tumor mesmo os médicos nem mexeram. Aí eu comecei com o Avelós. Algumas gotas do seu leite diluído em água. Depois de um ano, eu fui me consultar de novo, e os médicos afirmaram que "não há nenhuma lesão visível no pâncreas", ou seja, eu estava totalmente curado, o tumor havia sumido. IRMÃO CIRILO: Cidadão Honorário de Beltrão No dia 03 de abril, Irmão Cirilo recebeu o reconhecimento oficial da cidade de Francisco Beltrão por seus serviços e seu trabalho exemplar, prestado principalmente a população mais carente da região. Apresentado pela vereadora Luciana Rafagnin (PT), foi aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores o projeto que «confere a Cirilo o título de Cidadão Honorário de Beltrão. Este título que, na grande maioria das vezes é conferido a personagens influentes no campo da política e da economia, não poderia ter sido mais acertado, tratando-se desta vez, de um cidadão que realmente desenvolveu um trabalho de profundo teor social. Isto pode ser conferido nas falações de vários vereadores das diversas forças políticas do município que, desta vez, estiveram plenamente de acordo. Irmão Cirilo, por sua vez, ficou bastante emocionado. Considera esta homenagem um reconhecimento de seu trabalho, é garante que seu prbjeto de vida em favor da população terá continuidade enquanto durar sua energia e a saúde permitir. V.G. 1 o Jornal Cambota Calendário Agrícola Astronômico Como ler o Calendário Dependendo da posição da lua em relação às constelações do zodíaco, os vários órgãos da planta (raiz, caule, folha e fruto/semente) são influenciados beneficamente. Dia a dia, o calendário mostrará qual o órgão que deverá se beneficiar na lida, sendo que o manejo de cada tipo de produção é apresentado acima do calendário, assim como os períodos de lua ascendente e descendente. a) Dia e horas com efeito sobre a raiz Significa que as atividades de semeadura, transplante e cultivo daqueles vegetais cuja promoção se desenvolve dentro do solo formando raízes e tubérculos comestíveis, como beterraba, cenoura, batata, cebola, etc. são favorecidas (este fenômeno do grupo de constelações ligadas ao elemento Terra, sendo elas Touro, Virgem e Capricórnio). Esses dias trazem bons resultados e uma melhor qualidade de . armazenamento para a safra. Ao trabalhar nos apiários, mexendo com as abelhas, se estimula a construção de favos. b) Dias e horas com efeito sobre folhas e caules Recomenda-se semear, transplantar e cultivar as plantas das quais se pretenda aproveitar as folhas e o caule. Se incluem aqui as variedades de couve, saladas, espinafre, chicória, cheiro verde, pastagens forrageiras e cana-de-açúcar. O transplante é preferível quando coincide com o período de Lua Descendente (neste período a seiva das plantas desce e se favorecem as ativida- des relacionadas com a formação ou transplante de mudas já que estas enraizam melhor. Também é um período adequado para podas e corte de madeira). Dias de folha não são propícios para colheita já que os produtos colhidos de decompõem em pouco tempo. Para a colheita de plantas de folha, como o repolho, se recomendam os dias ou horas de flor e fruto. Se podem realizar trabalhos relacionados com mel (centrifugação, envasamento), mas não mexer na caixa das abelhas. Dias de folha se relacionam ao grupo de constelações ligadas ao elemento água (Peixes, Câncer e Escorpião). c) Dias e horas com efeitos sobre as flores Aconselha-se semear, transplantar, cultivar e colher as plantas destinadas a produção de flores ornamentais ou aquelas usadas com fins medicinais. As sementes de plantas oleaginosas manejadas nas horas de flor são mais ricas em óleo e se tira maior vantagem se estas plantas são colhidas em dias de flor. Nas flores para vaso cortadas neste dia seu perfume é mais intenso, elas duram mais tempo e o pé logo foram novos brotos laterais. Flores secas que forem colhidas em dias de flor mantém a intensidade luminosa das cores. O brócolis deve ser colhido me dias de flor. Trabalhar no apiário, mexendo nas caixas, favorece a coleta de néctar. Esta ocorrência de relaciona com o grupo das constelações de Ar (Gêmeos, Balança e Aquário). d) Dias e horas com efeito sobre o fruto Apropriados para a semeadura, transplante e cultivo das plantas que produzem frutos e sementes, incluindo tomate, pepi- Mês: maio Dia 01 02 03 04 05 06 07 Órgão da Planta Raiz Raiz somente até as llh Folha Flor Flor Folha Folha Dia 08 09 10 11 12 13 14 Órgão da Planta Fruto Fruto Fruto até as 13h, Raiz após as 14h Raiz Raiz Raiz até llh, raiz das 15 às 18 Flor Dia 15 16 17 18 19 20 21 Órgão da Planta Folha Fruto Fruto Raiz Raiz Raiz Dia 22 23 24 25 26 27 28 Órgão da Planta Flor Folha Folha Folha Fruto até llh Fruto após llh Raiz Dia 29 30 31 Órgão da Planta Raiz Flor até 8h, Raiz após 9h Flor Do dia 01 ao dia 04 Do dia 05 ao dia 18 Do dia 19 ao dia 30 Lua descendente Lua ascendente Luz descendente no, abóbora, feijão e milho. A semeadura de oleaginosas nestes dias e horas traz o melhor rendimento em sementes, embora uma maior produção de óleo se consiga com tratamento em dias de flor. Os dias de Leão são especialmente adequados para as plantas produtoras de sementes. O transplante é favorecido no período de Lua Descendente (como foi explicado no item b). A colheita neste dia permite aos frutos atingir melhor qualidade de armazenamento e a força de regeneração é favorecida. Além de se escolher o dia de fruto deve-se adicionalmente procurar o período de Lua Ascendente (no qual a seiva sobe e se favorece a realização de enxertos). Também as flores e plantas cortadas nestas circunstâncias tem um murchamento mais demorado. Recomenda-se também a colheita de plantas de folha. Nas atividades do apiário, mexendo nas caixas se consegue que as abelhas coletem pólem. Estes dias se relacionam com as constelações do grupo de Fogo (Áries, Leão e Sagitário). ANOTAÇÕES Jornal Cambota UMAS Deus também ama as mulheres? Perante Deus, quais os direitos que temi como as diversas religiões encaram os direitos das mulheres (fonte: FOí Uma mulher pode ser ordenada como representante de sua religião? As mulheres podem se sentar com os homens no lugar do culto? Catolicismo As mulheres católi- Nas igrejas, todos cas NÃO podem ser SIM podem se sentar ordenadas onde queiram Protestantismo Para a igreja luterana, a mulher pode se tornar SIM pastora, até inspetora eclesiástica Na maioria das igrejas protestantes, SIM homens e mulheres se sentam juntos Judaísmo Ainda que a mulher possa ter responsabilidades, como o papel de profeta ou ensinar as meninas, ela NÃO pode ser rabino Por castidade, homens e mulheres se sentam separados durante as orações NÃO Têm SIM os mesmos O adultério é uma direitos ofensa grave para Deus nos dois casos SIM Segundo a tradição da religião ortodoxa, NÃO, a mulher não pode se tornar chefe espiritual Hoje em dia não são mais separados, mas na Idade Média as mulheres russas se sentavam do lado esquerdo e os homens do lado direito SIM O homem é um chefe cfe família, a mulher que ocupa um papel responsável perturba a ordem humana NÃO Os dois são julgados SIM da mesma maneira Ma« mos o'' natural fundado no ciclo menstrual da mulher NÃO Segundo Buda não Mulheres e homens existe chefe espiritu- ficam juntos em toal. Os homens se tor- das as atividades renam monges e as ligiosas SIM mulheres religiosas SIM No quadro do casamento, SIM, o homem deve respeitar sua mulher Os dois são julgados da mesma maneira. O terceiro mandamento diz: "não cometerás o adultério" SIM NÃO Ortodoxo Budismo um ao que à imagem íh Deus NÃO bído NÃO É UTT assassinato e não pode ser aceito NÃO Por muito tempo achei (/nc ausência fosse faltu E lustimava. ignorante, a falta. Hoje não <i lastimo São há falta <Ií' ausência . 1 ausência é um estar em mim E sinto-a. branca, tão pegada. Aconchegada em meus braços Que lio e danço e invento exclamações alegres Porque a ausência, essa ausência assimilada Ninguém a rouba de mim. O Cambota se condoe profundamente com o falecimento de EGÍDIO JOÃO AZILIERO, TEREZA AZILIERO, ANDRÉ LUIZ AZILIERO E MARIA SANTOS AZILIERO, familiares da nossa querida Angela. Mas gostaríamos de deixar uma mensagem de conforto e esperança na vida, porque é pelas mãos dos que ficaram, que se concretiza a. obra iniciada no mundo por aqueles que se foram. 11 Jornal Cambota A NUTRIÇÃO Na história da humanidade os homens sempre tiveram preocupações, curiosidades, estudos, pesquisas sobre a nutrição do corpo humano. Porém, as preocupações, interesses, estudos, etc, nunca foram de tamanha envergadura como nos tempos atuais. A bem pouco tempo o interesse aumentou muito em se saber que os alimentos fazem ao organismo, as diferenças existentes entre os alimentos, os efeitos das transformações culinárias e assim por diante. Com esta edição e outras pretendemos dar maior profundidade a esta questão da nutrição, tendo como base os conceitos da Naturopatia (Medicina Natural). Para fazermos estas abordagens recorremos a bibliografias diversas, bem como conhecimentos acumulados na experiência da Clínica Natureza Viva (equipe) e pessoal. Apesar do homem nascer com capacidade de perceber objetivamente a fome e a sociedade, por efeito de condicionamentos vários a maioria das pessoas adultas não conseguem "ouvir" o seu organismo e dizer quando necessita de alimento e quando está satisfeito. Um bebê chora quando tem fome e recusa alimento quando está satisfeito. O adulto desaprendeu isto, e come porque é hora, porque o alimento é bonito e apetitoso, porque o meio social assim o exige. Além disso, nosso organismo, não nos diz o que devemos comer. Portanto, precisamos estar conscientes sobre que alimentos devemos ingerir, quanto e quais são os melhores para cada um de nós e quais devemos evitar. Para responder essas questões, precisamos conhecer melhor os alimentos. O que são os alimentos? Os alimentos são veículos de uma série de substâncias nutritivas, também chamadas nutrientes, importantíssimas para o nosso organismo. São substâncias nutritivas as proteínas, os minerais, as vitaminas, as fibras, as gorduras, os hidratos de carbono e a água. Quando vamos ao mercado, compramos banana, carne, batata e não proteínas, minerais e outros, podemos dizer que os alimentos são pacotes de nutrientes. Mas será que todos os alimentos, contém todos os nutrientes? Não, cada alimento contém determinados nutrientes em quantidades diversas. Por essa razão, é errado dizer que um alimento é completo, pois não existe nenhum alimento que forneça, sozinho, tudo o que o organismo necessita. Por exemplo, o leite, a soja, e o ovo são fontes de proteínas, mas não são fontes de vitamina C. O leite não é fonte de ferro e o ovo e a soja não podem ser considerados fontes exclusivas de cálcio. Assim, todos os alimentos são importantes, pois, dependendo dos nutrientes que contém, exercem diferentes funções no nosso organismo. Na próxima edição aprofundaremos sobre a Função Energética (as calorias) Célio Boneti Clínica Natarna Viva leia e assine o Jornal Cambofa Assinatura anual só R$ 5,00 Av. General Osório, 500 Cx. Postal 124 / Telefax: (046)523-4744. 85.604-240 / Fco. Beltrão - PR SINDICALIZAÇÃO DOS STRs Os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de 34 municípios do Sudoeste do estão começando um processo de discussão, para, na medida do possível, unificar algumas linhas e ações políticas. Ainda a nível de direção, está se estudando as afinidades entre os vários sindicatos, para analisar-se ações conjuntas na área de atendimento, unificando-se os valores das mensalidades, o contrato padrão, os planejamentos, a profissionalização, etc. Segundo João Valdir da Silva, da coordenação da microregíonal sindical, está se tentando "uniformizar minimameiite a cabeça dos dirigentes, para depois entrarmos na discussão dos estatutos". K-iFA: como parte da estratégia de reestruturação sindical rural, a microregíonal sindical está vendendo uma rifa para arrecadar recursos para o trabalho deste ano. Serão sorteados dois Escortes, e uma moto, sendo que o vendedor da rifa vencedora também ganhará uma moto, e seu sindicato R$ 1.000,00. Para os interessados (em comprar ou vender rifa), entrar em contato com o STR de seu município. %%% cceptan- %%^ NÍQUEL NÁUSEA RADIANTE <r> ■"■ s -ti-»-» «5: .3 cr» Telas, Xijolos, Cimentos, Areia, Azulejos Pisos, Canos RVC, Xintas, Mat. Elétricos. Rua Santa Catarina, 303 - B. Cristo Rei Fone: 523-52-30 - Fco. Beltrão - PR B^MMCO DO BR^VSIJL Mais Banco, Mais Brasil. L-eéisínçi Ouro NÓS COMPRAMOS. VOCÊ ALUGA, USA E FICA DONO. AUTO ELÉTRICA FERMINO Consertos na parte elétrica. Acessórios e vendas de baterias novas. Av. Betrtino Warmling, s/n Fone: 5238-1534 - Salto do Lontra A ESPORTIVA Av. Júlio Assis Cavalheiro, 150 - Fone 523-4993 Ao lado das Casas Leve - Fco. 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