Hipertensão arterial Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Ir para: navegação, pesquisa Hipertensão Classificações e recursos externos CID-10 I10.,I11.,I12.,I13.,I15. CID-9 401 OMIM 145500 DiseasesDB 6330 MedlinePlus 000468 eMedicine med/1106 ped/1097 emerg/267 A hipertensão arterial (HTA) ou hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma das doenças com maior prevalência no mundo moderno e é caracterizada pelo aumento da pressão arterial, medida com esfigmomanômetro ("aparelho de pressão"), tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o alcoolismo, o estresse e outras (veja causas de Hipertensão, mais abaixo). A sua incidência aumenta com a idade. No Brasil, estima-se que um em cada cinco habitantes seja portador dessa patologia. A hipertensão é seis vezes mais freqüente em indivíduos de meia-idade e idosos do que em jovens, contudo, algumas crianças ou jovens adultos podem apresentar a hipertensão caso tenham alguma cardiopatia ou algum problema sangüineo de nascença. Índice [esconder] 1 Descrição o 1.1 Hipertensão Arterial do Avental Branco o 1.2 Hipertensão Arterial Mascarada 2 Diagnóstico 3 Sintomatologia 4 Complicações 5 Causas 6 Tratamento o 6.1 Medidas não farmacológicas o 6.2 Medidas farmacológicas 7 Ver também [editar] Descrição A hipertensão ocorre quando os níveis da pressão arterial encontram-se acima dos valores de referência para a população em geral. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) os valores admitidos são:120x80mmHg, em que a pressão arterial é considerada ótima e 130x85mmHg sendo considerada limítrofe. Valores pressóricos superiores a 140x90mmHg denotam Hipertensão. Conforme a IV Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia, compreende em estágios: 1 (leve - 140x90mmHg e 159x99mmHg), 2 (moderada - 160x100mmHg e 179x109mmHg) e 3 (grave - acima de 180x110mmHg). Qualquer indivíduo pode apresentar pressão arterial acima de 140x90mmHg sem que seja considerado hipertenso. Apenas a manutenção de níveis permanentemente elevados, em múltiplas medições, em diferentes horários e posições e condições (repouso, sentado ou deitado) caracteriza a hipertensão arterial. Esta situação aumenta o risco de problemas cardiovasculares futuros, como Infarto agudo do miocárdio e Acidente Vascular do tipo Cerebral, por exemplo. A possibilidade destes problemas é log-linear, ou seja, cresce de maneira contínua em uma escala logarítmica. [editar] Hipertensão Arterial do Avental Branco Hipertensão Arterial do Avental Branco é a situação na qual a média da pressão arterial determinada através de Monitorização ambulatorial de pressão arterial (MAPA) ou Monitorização residencial de pressão arterial (MRPA) está normal e a medida de pressão arterial em consulta médica está elevada. [editar] Hipertensão Arterial Mascarada Hipertensão Arterial Mascarada' ou Normotensão do Avental Branco é a situação na qual a média da pressão arterial determinada através de MAPA ou MRPA está elevada e a medida de pressão arterial em consulta médica está normal. [editar] Diagnóstico Um esfigmomanômetro e um estetoscópio, equipamentos utilizados para aferir a pressão arterial. A medida da pressão arterial deve ser realizada apenas com aparelhos confiáveis. Para medi-la, o profissional envolve um dos braços do paciente com o esfigmomanômetro, que nada mais é do que uma cinta larga com um pneumático interno acoplado a uma bomba de insuflação manual e um medidor desta pressão. Ao insuflar a bomba, o pneumático se enche de ar e causa uma pressão no braço do paciente, pressão esta monitorada no medidor. Um estetoscópio é colocado sobre a artéria braquial (que passa na face interna medial do cotovelo). Estando o manguito bem insuflado, a artéria estará colabada pela pressão exercida e não passará sangue na artéria braquial. Não haverá ruído algum ao estetoscópio. Libera-se, então, a saída do ar pela bomba, bem devagar e observando-se a queda da coluna de mercúrio no medidor. Quando a artéria deixa de estar totalmente colabada um pequeno fluxo de sangue inicia sua passagem pela artéria provocando em ruído de esguicho (fluxo turbilionar). Neste momento anota-se a pressão máxima (sistólica). O ruído persistirá até que o sangue passe livremente pela artéria, sem nenhum tipo de garroteamento (fluxo laminar). Verifica-se no medidor este momento e teremos a pressão mínima (pressão diastólica). Em geral, medimos a pressão em milímetros de mercúrio (mmHg), sendo normal uma pressão diastólica (mínima) entre 60 e 80 mmHg (6 a 8 cmHg) e pressão sistólica entre 110 e 140 mmHg (11 a 14 cmHg) (cmHg = centímetros de mercúrio). [editar] Sintomatologia A hipertensão arterial é considerada uma doença silenciosa, pois na maioria dos casos não são observados quaisquer sintomas no paciente. Quando estes ocorrem, são vagos e comuns a outras doenças, tais como dor de cabeça, tonturas, cansaço, enjôos, falta de ar e sangramentos nasais. Esta falta de sintomas pode fazer com que o paciente esqueça de tomar o seu medicamento ou até mesmo questione a sua necessidade, o que leva a grande número de complicações. [editar] Complicações O aumento contínuo da pressão arterial faz com que ocorram danos nas artérias de diversas partes do organismo vivo. A Hipertensão Arterial é um fator de risco para Aterosclerose. Como qualquer artéria do corpo pode ser obstruída pela aterosclerose, praticamente todos os órgãos podem sofrer alterações decorrentes da hipertensão, sendo freqüentes: no coração - o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), a miocardiopatia e a insuficiência cardíaca. no cérebro - o Acidente vascular cerebral (AVC). nos rins - insuficiência renal. nos olhos - diminuição da visão e problemas na retina. [editar] Causas 1. HAS primária. Na grande maioria dos casos a Hipertensão Arterial é considerada essencial, isto é, ela é uma doença por si mesma. Em 95%[carece de fontes?] dos casos a causa da doença é desconhecida. Nesses pacientes ocorre aumento da rigidez das paredes arteriais, fato que é favorecido pela herança genética em 70% dos casos. Por essa razão, é preciso verificar o histórico familiar do paciente, uma vez que, se seus pais ou parentes próximos são hipertensos, ele tem grandes probabilidades de desenvolver a doença. 2. HAS secundária. Ocorre quando um determinado fator causal predomina sobre os demais, embora os outros possam estar presentes. 1. HAS por Doença do parênquima renal. 2. HAS Renovascular. HAS Renovascular é a provocada por algum problema nas artérias renais. De maneira reacional, o rim afetado produz substâncias hipertensoras. A correção do problema renal pode diminuir a pressão arterial. 3. HAS por Aldosteronismo primário. 4. HAS relacionada a Gestação. 5. HAS relacionada ao uso de Medicamentos. 1. HAS relacionada ao uso de Anti-concepcionais. 2. HAS relacionada ao uso de Corticosteróides. 3. HAS relacionada ao uso de Anti-inflamatórios. 6. HAS relacionada a Feocromocitoma. Feocromocitoma é um tumor que produz substâncias vasoconstrictoras que aumentam a pressão arterial, produzem taquicardia, cefaléia e sudorese. A retirada deste tumor pode diminuir a pressão arterial. 7. HAS relacionada a outras causas. [editar] Tratamento Advertência: A Wikipedia não é um consultório médico. Se necessita de ajuda, consulte um profissional de saúde. As informações aqui contidas não têm caráter de aconselhamento. Embora não exista cura para a Hipertensão Arterial Sistêmica, é possível um controle eficaz, baseado quer na reformulação de hábitos de vida, quer em medicação, permitindo ao paciente uma melhor qualidade de vida. [editar] Medidas não farmacológicas Certas medidas não relacionadas a medicamentos são úteis no manejo da Hipertensão Arterial, tais como Moderação da ingestão de sal (Cloreto de sódio) e álcool (Etanol). Aumento na ingestão de alimentos ricos em potássio. Prática regular de atividade física. Administração do stress; Manutenção do peso ideal (IMC entre 20 e 25 kg/m²). Minimizar o uso de medicamentos que possam elevar a pressão arterial, como Anticoncepcionais orais e Anti-inflamatórios. [editar] Medidas farmacológicas Nos casos que necessitam de medicamentos, são utilizadas várias classes de fármacos, isolados ou associados. Entre outras possibilidades à disposição dos pacientes sob prescrição médica, encontram-se: Diuréticos Inibidores do sistema nervoso simpático o Drogas de ação central o Drogas de ação intermediária Bloqueadores ganglionares Bloqueadores pós-ganglionares o Drogas de ação periférica Antagonistas alfa adrenérgicos Antagonistas beta adrenérgicos Inibidores de endotelina Antagonistas dos canais de cálcio Inibidores da enzima conversora da angiotensina II Antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II Vasodilatadores diretos Nitratos Insuficiência Cardíaca Congestiva O coração é um órgão oco, muscular, com 4 cavidades: 2 átrios na parte superior e 2 ventrículos na parte inferior, dividido em direito e esquerdo. Do lado direito passa sangue venoso e do lado esquerdo sangue arterial. Os átrios comunicam-se com os ventrículos através de válvulas. Elas se dilatam para que o sangue passe dos átrios para os ventrículos e contraem para que não retornem. O coração funciona como uma bomba dilatando ( diástole ) para se encher de sangue e contraindo ( sístole ) para a expulsão de sangue. Se os átrios dilatam os ventrículos contraem e vice-versa. Para que o sangue circule pelo coração existem vasos sanguíneos: As veias cavas - Que conduzem o sangue venoso até o átrio direito; As veias pulmonares – Que conduzem sangue arterial até o átrio esquerdo; A artéria aorta – Conduz sangue arterial do ventrículo esquerdo para todo o organismo; As artérias pulmonares – Conduzem sangue venoso do ventrículo direito aos pulmões. Quando o coração deixa de realizar suas funções normais há o aparecimento de enfermidades e uma delas é a Insuficiência Cardíaca Congestiva ( ICC ). A ICC é a dificuldade do miocárdio de contrair e dilatar, causando uma incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para o organismo. Fatores Etiológicos Muitos fatores contribuem para a ICC, como a febre, tireotoxicose, hipóxia, anemia e anormalidades hidroeletrolíticas. Quando o ventrículo esquerdo diminui, a quantidade de sangue ejetado estimula a liberação de renina que promove a formação de angiotensina, gerando formação de líquido e vasoconstricção, pois é importante controlar a contratilidade para manter o débito cardíaco. Esse mecanismo compensatório é o aspecto subjacente do que é denominado de “ ciclo vicioso da ICC ”. Fisiopatologia A Principal causa da ICC é a aterosclerose das artérias coronárias, pois são elas que dão suprimento sanguíneo ao coração. A doença coronariana é encontrada em mais de 60% dos pacientes com ICC. Doenças inflamatórias e degenerativas do miocárdio resultam na diminuição da capacidade do miocárdio de se contrair. A hipertensão sistêmica ou pulmonar leva ao aumento do trabalho do coração e resulta na hipertrofia dos fibras musculares miocárdicas. Essa hipertrofia diminui a capacidade essencial do coração de se encher e isso leva à ICC. A ICC classifica-se em Insuficiência Cardíaca Esquerda ( ICE ) e Insuficiência Cardíaca Direita ( ICD ). A ICE é a dificuldade do ventrículo esquerdo de bombear sangue para o organismo. Isso resulta em uma hipóxia, pois essa parte do coração é responsável pelo bombeamento de sangue arterial, rico O2 para o organismo. A ICE atinge os pulmões, causando dispnéia, congestão pulmonar, edema comprometendo a troca gasosa e o cérebro, causando diminuição de oxigênio ( hipóxia ). O paciente torna-se agitado e nervoso e pode progredir para o estupor e o coma. Nos rins, causa uma redução na perfusão renal e retenção de sal e água. A ICD é a dificuldade do ventrículo direito de bombear sangue para os pulmões e pode ser uma conseqüência da ICE, sobrecarregando o ventrículo direito. A ICD atinge principalmente o fígado – causando hepatomegalia; os rins – levando a uma maior retenção de líquidos, edema periférico e azotemia; o sistema porta de drenagem – resultando em esplenomegalia e podendo levar a ascite; os tecidos subcutâneos – causando edema periférico nos MMII, principalmente no tornozelo; o espaço pleural e pericárdico – causando derrame pleural e pericárdico; o cérebro - levando à congestão venosa e hipóxia do sistema nervoso central. Em casos de disfunção cardíaca crônica o paciente pode apresentar a ICE e a ICD ao mesmo tempo, caracterizando a ICC plena. Manifestações Clínicas O aspecto dominante na ICC é a passagem lenta de sangue para os tecidos e orgãos tornando o oxigênio insuficiente, o que acarreta a diminuição DC e provoca manifestações amplas: Tontura, confusão, fadiga, intolerância aos esforços e ao calor, estremidades frias, oligúria, tosse, dispnéia, hipóxia, edema generalizado ( anasarca ), ascite, esplenomegalia, hepatomegalia, veias do pescoço dilatadas, pressão arterial baixa, ganho de peso e disritmias. Diagnóstico O diagnóstico da ICC é feito ao se avaliar as manifestações clínicas da congestão cardíaca, pulmonar e sistêmica. Os exames realizados são: Ecocardiografia: Método que investiga através de ultrassom a posição e a movimentação de certas partes internas do coração para detectar doenças; Eletrocardiografia: Método de registro, em forma de gráfico, das correntes elétricas do coração. Evidencia sobrecarga ou crescimento cardíaco, ou isquemia miocárdica. Esse exame também pode mostrar o aumento dos átrios e taquicardia; Radiografia do tórax: Reprodução fotográfica por intermédio dos raios X, que mostram acentuação das tramas vasculares pulmonares, edema pleural e cardiomegalia; Monitoração da pressão arterial pulmovar, revela: - Aumento da pressão arterial pulmonar; - Aumento da pressão telediastólica do ventrículo esquerdo ( nos pacientes com ICC esquerda ); - Aumento da pressão venosa central ou atrial direita (nos pacientes com ICC direita). Complicações Edema Pulmonar ( geralmente é fatal ); Insuficiência de orgãos vitais como rins e cérebro; Infarto agudo do miocárdio ( pela sobrecarga imposta ao coração ). Desequilíbrio Eletrolítico: A diurese excessiva pode causar a hipocalemia, o que enfraquece as contrações cardíacas; O uso de diuréticos continuadamente pode gerar uma hiponatremia ( deficiência de sódio no sangue ), hiperuricemia ( excesso de ácido úrico no sangue ), depleção volumétrica a partir da micção excessiva e hiperglicemia; Obstrução uretral ( em pacientes idosos do sexo masculino ); Choque cardiogênico; Disritmias; Tromboembolia; Derrame e tamponamento pericárdico; Tratamento Médico O tratamento da ICC, consiste basicamente no repouso para diminuir o esforço cardíaco e na reversão das manifestações clínicas, restaurando a capacidade de contração do músculo cardíaco: O miocárdio. Também faz parte do tratamento: – – Diuréticos: Reduzem o volume sanguíneo e a congestão circulatória; Dieta Hipossódica e controle da ingesta líquida ( diminuem a quantidade do volume circulante, diminuindo a necessidade do coração de bombear esse volume ); – Exercícios leves; – Evitar álcool e fumo; – Oxigenoterapia: Facilita a oxigenação de órgãos vitais e do miocárdio; – Medicamentos que aumentem a contratilidade cardíaca e promovam vasodilatação para aumentar o débito cardíaco; L – Bloqueadores beta-adrenérgicos para otimizar a resposta miocárdica; – Meias elásticas para prevenir trombose e estase venosa. Lembramos ainda, que o tratamento será de acordo com as manifestações clínicas e o paciente, ou seja, depende dos sintomas e o metabolismo de cada um. Enquanto alguns só utilizam medicamentos, outros podem necessitar de uma intervenção cirúrgica. Após a recuperação o uso de alguns medicamentos devem ser continuados assim como o acompanhamento médico também. Se houver recidivas agudas no paciente com disfunção valvar pode ser necessária uma cirurgia para substituição da valva comprometida. Farmacoterapia Os medicamentos a serem administrados para um paciente com ICC vão depender do estágio em que ela se apresenta. Numa ICC moderada, normalmente prescreve-se um inibidor da ECA ( Enzima Conversora da Angiotensina ). Na falta de melhoria ou acúmulo de líquidos é utilizado um diurético e depois um digitálico se os sintomas persistirem. Porém, esses três medicamentos são prescritos imediatamente se o quadro for grave. - Inibidores da ECA: Uso oral ou venoso, proporcionam a vasodilatação e a diurese, diminuindo o trabalho cardíaco. São indicados para pacientes com ICC branda que manifestam fadiga ou dispnéia ao realizarem esforços mas, não apresentam aumento de volume hídrico e congestão pulmonar. Deve-se observar sinais de hipotensão ( Pacientes com mais de 75 anos, com insuficiência cardíaca grave, anormalidade na pressão arterial sistólica de 100mm Hg ou menos e um nível sérico de sódio inferior a 135mEq/l ), hipovolemia e hiponatremia (notadamente se o paciente estiver em uso de diuréticos ). A dosagem dos inibidores da ECA vai depender da pressão arterial, do estado renal, hídrico e do grau de ICC do paciente. Uma tosse seca e persistente pode ocorrer ( podendo ser indício de uma piora na função ventricular e da própria ICC ). O medicamento deve ser suspsenso imediatamente na presença de angioedema ( raro) na região orofaríngea. Exemplo de inibidores da ECA: Benazepril, captopril, enalapril, enaprilat ( EV ), fosinopril, insinopril, quinapril, ramipril. - Diuréticos: É um medicamento básico para a ICC, por promover a eliminação de água e sódio através dos rins. Porém, os diuréticos poupadores de potásssio por não provocarem perda de potássio com a diurese, devem ser administrados com cautela para evitar a hipercalemia ( aumento de potássio no sangue ). O diurético torna-se desnecessário quando o paciente: Mantém uma dieta hipossódica; Evita ingesta excessiva de líquido; Pratica atividade. Exemplos de diuréticos: Furosemida, hidroclorotiazida, espironolactona, ácido etacrínico, bumetanida, triamtereno. - Digitálico: Minimiza os sintomas da ICC, estimula a capacidade para a prática de atividades físicas diárias, aumenta a força da contração miocárdia e aumenta a diurese ( o que diminui o edema ). O uso de digitálicos deve ser monitorado por causa de uma possível intoxicação, que ocorre devido à presença de hipocalemia ( diminuição do nível de potássio no sangue ), pois a mesma potencializa o seu efeito, causando a intoxicação digitálica. O alívio dos sinais e sintomas da ICC devem ser observados com o uso de digitálicos. Exemplos de digitálicos mais usados para a ICC: Digoxina ( Lanoxin ) e digitoxina. - Dobutamina ( Dobutrex ): Para tratamento da disfunção ventricular esquerda. Aumenta a contratilidade cardíaca. Sua administração é por via endovenosa. - Milrinona ( Primacor ): Vasodilatador, de administração endovenosa. Não é recomendado para pacientes com IR ( Insuficiência Renal ). A Pressão arterial deve ser monitorada e os principais efeitos colaterais são: Hipotensão, disfunção gastrointestinal, aumento das disritmias ventriculares e diminuição das plaquetas. - Outros fármacos: Anticoagulantes: Em presença de fibrilação atrial ou trombo mural, ou história de embolismo. Bloqueadores beta-adrenérgicos ( Atenolol [ Tenormin ], Metropolol [ Lopressor ], e Propranolol [ Inderal]): Para pacientes com insuficiência branda ou moderada. São usados ainda anti-hipertensivos ou antianginosos para tratar outras causas primárias da insuficiência cardíaca. Ações de Enfermagem São medidas que visam melhorar e promover a recuperação do paciente com ICC: Administrar medicamentos prescritos ( os diuréticos devem ser administrados pela manhã para evitar a nictúria); Orientar o paciente a manter repouso alternando com atividades leves para evitar úlceras de decúbito ( notadamente em pacientes edemaciados ), flebotrombose e embolia pulmonar; Controlar dieta, que deve ser hipossódica; Manter balanço hídrico ( principalmente no paciente com ascite ); Pesar diariamente no mesmo horário ( preferencialmente pela manhã ); Auscultar o paciente para observar diminuição ou ausência dos estertores pulmonares e sibilos; Identificar distenção venosa jugular; Observar a existências de edemas; Verificar sinais vitais assim como o nível de consciência do paciente; Prevenir hipotensão devido a uma possível desidratação ( que é detectada através do exame das mucosas e turgor cutâneo ); Observar sintomas de sobrecarga hídrica ( ortopnéia, dispnéia ); Auxiliar no controle da ansiedade: Os pacientes com ICC, tem dificuldade para manter a oxigenação necessária, com isso ficam agitados e ansiosos, o que causa uma vasoconstricção dos vasos, elevação da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca. A enfermagem deve orientar de forma clara e tranqüila, tomando medidas que venham a proporcionar conforto e alívio; A ICC torna o paciente vulnerável, o que pode gerar uma sensação de impotência. O paciente deve ser tratado de uma forma sincera e participativa, tendo o direito de tomar decisões relativas à sua vida ( gostos, preferenciais, hábitos, etc. ), desde que não venham prejudicar o seu tratamento. Orientações para o paciente com ICC após a alta hospitalar Após a alta hospitalar o paciente deve manter os cuidados relativos a ICC, os quais evitam recidivas, internações desnecessárias e diminuição da expectativa de vida: - Monitorizar diariamente os sintomas e o peso; - Restringir a ingestação de sódio; - Não ingerir líquido em excesso; - Evitar álcool e fumo; - Praticar exercícios regulares leves, atentando para sinais de fadiga e dispnéia; - Repouso; - Evitar estresse emocional; - Usar os medicamentos prescritos diariamente e nos horários aprazados; - Observar efeitos do medicamento ( possíveis efeitos colaterais ); - Evitar extremos de calor e frio, porque aumentam o trabalho cardíaco; - Fazer consultas médicas regulares; - Observar possíveis sintomas de recidivas; - Comunicar ao médico imediatamente: § - Ganho de peso; § - Perda do apetite ( inapetência ); § - Falta de ar decorrente de atividade; § - Inchaço ( edema ) nos tornozelos, pés ou abdome; § - Tosse persistente. O que é angina? Angina é dor ou desconforto no peito quando os músculos cardíacos não recebem sangue suficiente. Angina pode ser sentida como uma pressão ou aperto no peito. A dor também pode ocorrer nos ombros, braços, pescoço, mandíbula ou costas. Angina também pode ser sentida como uma indigestão. Angina é um sintoma de doença na artéria coronária, o tipo mais comum de doença cardíaca. A doença na artéria coronária acontece quando as placas acumulam-se nas artérias coronárias. Esse acumulo de placas é chamado arteriosclerose. À medida que as placas se acumulam, as artérias coronárias ficam estreitas e duras. O fluxo sanguíneo para o coração é diminuído, reduzindo o suprimento de oxigênio para o músculo cardíaco. Nem toda dor ou desconforto é angina, porém sempre deve sempre ser checada por um médico. Tipos de angina Os três tipos de angina são: * Angina estável. Esse é o tipo mais comum de angina. Ele ocorre quando o coração está trabalhando mais forte do que o usual. Na angina estável há um padrão regular, o qual depois de alguns episódios a pessoa pode reconhecer e prever quando ocorrerá. A dor da angina estável geralmente vai embora alguns minutos depois da pessoa repousar ou tomar medicamento. Angina estável aumenta a probabilidade de ataque cardíaco futuro. * Angina instável. Essa é uma condição muito perigosa que requer tratamento de emergência. É um sinal de que ataque cardíaco pode ocorrer logo. Diferente da angina estável, a instável não segue um padrão. Ela pode ocorrer sem esforço físico e não é aliviada com repouso ou medicamento. * Angina variante (Prinzmetal). Esse é um tipo raro de angina que geralmente ocorre quando a pessoa está repousando. A dor pode ser forte e geralmente ocorre entre a meia-noite e cedo de manhã. Angina variante é aliviada com medicamentos. Tratamentos para angina Os tratamentos para angina incluem mudanças no estilo de vida, medicamentos, procedimentos especiais e reabilitação cardíaca. Os objetivos principais do tratamento são: * Reduzir a freqüência e severidade dos sintomas. * Prevenir ou diminuir o risco de ataque cardíaco e morte. Caso os sintomas sejam leves e não estejam piorando, os únicos tratamentos necessários são mudança no estilo de vida e medicamentos. Angina instável é uma condição de emergência que requer tratamento hospitalar. Mudanças de estilo de vida A primeira coisa que uma pessoa com angina deve fazer é realizar algumas alterações de estilo de vida, como: * Caso angina venha com esforço físico, diminuir o esforço ou fazer paradas de descanso. * Caso angina venha depois de refeição pesada, evitar refeições grandes que façam sentir-se cheio. * Caso angina apareça com o estresse, evitar situações estressantes ou perturbadoras e aprender técnicas para administrar o estresse que não pode ser evitado. A pessoa também pode fazer outras mudanças no estilo de vida, como por exemplo: * Caso seja fumante, parar de fumar. * Praticar exercícios físicos sob orientação médica. * Emagrecer caso esteja acima do peso. Medicamentos para tratamento de angina Nitratos são os medicamentos mais usados para tratar angina. Preparações de ação rápida são tomadas quando angina ocorre ou espera-se que ocorra. Nitratos relaxam e alargam os vasos sanguíneos, permitindo que mais sangue flua até o coração reduzindo o seu trabalho. Nitroglicerina é o nitrato mais comumente usado para tratar angina. A nitroglicerina que dissolve abaixo da língua, ou entre a bochecha e gengiva, é usada para aliviar um episódio de angina. Nitroglicerina, em forma de pílula e adesivo para a pele, é usada para prevenir ataques de angina e age muito devagar para aliviar a dor durante um ataque. Outros medicamentos usados para o tratamento de angina incluem: * Beta bloqueadores que diminuem a freqüência cardíaca e abaixam a pressão sanguínea. Eles podem postergar ou prevenir um ataque de angina. * Bloqueadores dos canais de cálcio relaxam os vasos sanguíneos de modo que mais sangue flua ao coração, reduzindo a dor da angina. Eles também diminuem a pressão sanguínea. * Inibidores das enzimas conversoras da angiotensão (ACE em inglês) diminuem a pressão sanguínea e reduzem o esforço do coração. Eles também diminuem o risco de ataques cardíacos futuros e insuficiência cardíaca. Pessoas com angina também podem usar: * Medicamentos para diminuir os níveis de colesterol. * Medicamentos para baixar a pressão sanguínea. * Aspirina, clopidogrel e inibidores da glicoproteína IIb-IIIa. * Anti-coagulantes. Procedimentos especiais para tratamento da angina Quando medicamentos e outros tratamentos não controlam angina, procedimentos especiais (invasivos) podem ser necessários. Dois procedimentos comumente usados são: * Angioplastia. Esse procedimento abre artérias bloqueadas ou estreitadas. * Cirurgia de ponte de safena. Esse procedimento usa artérias ou veias de outra área como um desvio pela artéria coronária bloqueada. Reabilitação cardíaca A reabilitação cardíaca é executada por uma equipe que pode incluir: médico, enfermeiro, fisioterapeuta e especialista em exercícios físicos. A reabilitação cardíaca tem duas partes: * Treinamento de exercício físico. Isso ajuda a pessoa a exercitar-se de forma mais segura, fortalecer os músculos e melhorar a energia e resistência. * Educação e aconselhamento. Isso ajuda o paciente a entender sua condição e encontrar formas de reduzir o risco de problemas cardíacos. A equipe de reabilitação cardíaca ajudará o paciente a aprender como lidar com o estresse de ajustar-se a um novo estilo de vida e seus medos em relação ao futuro.