Paisagens na mobilidade, as formas da cidade e experiência urbana: uma investigação do modo de vida nas metrópoles contemporâneas Palavras-chave: paisagens móveis, geografia humanista e cultural, experiência da mobilidade. A mobilidade é central para a compreensão de nosso modo de vida contemporâneo. Os significados deste fenômeno são intimamente relacionados à maneira como a experienciamos: se a pé ou de carro, por turismo ou rotina. Com o incremento da mobilidade no cotidiano urbano, as formas de locomoção de acessibilidade moldam o que seria o oposto da mobilidade, que neste caso não é necessariamente a fixidez. Prof. Dr. Eduardo Marandola Jr. Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA/UNICAMP) Nossas cidades são baseadas na mobilidade, a depender da escala de observação os movimentos se apresentam mais contínuos e velozes ou não. Algumas cidades se apresentam boas para a alta mobilidade, vendidas como cidades turísticas ou metrópoles de negócios. Outras se apresentam como aquelas que ainda preservam espaços para o livre circular do cidadão comum. Entre um extremo e outro nossas cidades deveriam reservar espaços para ambos movimentos. As paisagens do mundo urbano e metropolitano se constituem nessa mobilidade, são paisagens móveis. Buscamos interpretar essas paisagens à luz das teorias sociológicas e geográficas que refletem o mundo globalizado contemporâneo. Acima e à esquerda observamos o estacionamento de bicicletas ao lado da estação central de trem da cidade. Ao lado, escada que dá acesso à ponte, uma canaleta facilita a subida de bicicletas. Abaixo exemplos da extensão das ciclovias junto às avenidas e mesmo em cima da ponte. Fotos:Gabrielle M. A. Rosas, 2012. Trazemos aqui o exemplo da cidade de Nimegue na Holanda. A Holanda é conhecida por suas ciclovias e acessibilidade. Parece fácil atribuir essa situação apenas ao fato de ser um país desenvolvido. Porém, nem sempre as ruas holandesas foram amigáveis aos diversos tipos de mobilidade. Esse “status” de cidade ciclável foi conquistado com diversas manifestações populares. O alto índice de mortes no trânsito e a falta de segurança de pedestres e ciclistas estimulou diversos movimentos nos anos 1970 que culminaram na alteração do planejamento urbano. Hoje além das ciclovias incorporadas a todas as cidades holandesas, a acessibilidade de pedestres e deficientes físicos é notável ao olhar estrangeiro acostumado à falta de acessibilidade nas grandes cidades brasileiras. Gabrielle Mesquita Alves Rosas Estudante de Geografia (IG/UNICAMP) A alta mobilidade não é soberana, espaços deveriam ser adaptados para as diversas formas da mobilidade. Modelar nossas cidades não apenas para vendê-las ou torná-las atrativa ao turismo mas para fazêlas prazerosas e estimular um uso variado que possa tirar a monofunção de certos espaços. Cidades planejadas para o ritmo das pessoas e não o contrário Bibliografia: JACOBS, Jane. Morte e vida de Grandes Cidades. São Paulo, Martins Fontes, 2000. KELLERMAN, Aharon. Personal Mobilities. Londres: Routledge, 2006. LÉVY, Jacques. Os novos espaços da mobilidade. Paris: Presses Universitaires de France, 2000. LYNCH, Kevin. The image of the city. Cambridge: M.I.T. Press, 1960. NOGUÉ, Joan. El retorno al paisaje. Enrahonar, Barcelona, nº45, p. 123-136, 2010. URRY, John. On the move. Cambridge : Polity Press, 2007.