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XII Semana Acadêmica de Educação Física
VII Encontro Técnico-Científico
AEDES AEGYPTI, UMA PREOCUPAÇÃO NACIONAL – CO-PROJETO DENGUE
SILVEIRA, Patrícia Corrêa Zanela 1
ANTUNES, Maria Glória2
PAIXÃO, Cristiane3
CAMPOS, Edson Babinski de4
Eixo Temático: Esporte, Saúde e Lazer
RESUMO
O objetivo deste artigo é atentar para o avanço da epidemia de dengue no país e chamar
atenção para a necessidade do envolvimento de todos os setores da sociedade para a
prevenção da doença e combate ao mosquito transmissor. A metodologia utilizada na
elaboração deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica disponibilizada pelo Ministério da
Saúde e a utilização de um projeto desenvolvido pela Escola Municipal Polo Jardim Ivone
com participação dos acadêmicos das Faculdades Magsul na prevenção das doenças
transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti. A importância deste estudo justifica-se pela
necessidade constante de conscientização sobre os riscos da infestação do mosquito que não
transmite só a dengue, mas também a chikungunya e o Zika vírus. Os resultados da pesquisa
analisam que os casos doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti vem aumentando
gradativamente no país, o que provoca uma preocupação coletiva pela qual todos devem se
envolver na prevenção da epidemia.
PALAVRAS-CHAVE: Aedes Aegypti; dengue; prevenção.
1. INTRODUÇÃO
O Brasil vive hoje um momento delicado frente à proliferação do mosquito Aedes
Aegypti e o aumento de casos de dengue, chikungunya e zika vírus. De acordo com o
Ministério da saúde, a dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e de evolução
benigna na forma clássica, e grave quando se apresenta na forma hemorrágica. A dengue é,
hoje, uma das doenças transmitidas por mosquito que afeta o homem e constitui-se em sério
problema de saúde pública no mundo, especialmente nos países tropicais, onde as condições
do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal
mosquito vetor.
1
Acadêmica do Curso de Educação Física, Faculdades Magsul
Acadêmica do Curso de Educação Física, Faculdades Magsul
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Acadêmica do Curso de Educação Física, Faculdades Magsul
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Acadêmico do Curso de Educação Física, Faculdades Magsul
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Os sintomas que podem levar ao diagnóstico da doença compreendem: febre alta (39°
a 40°C), que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e
articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de
peso, náuseas e vômitos são comuns. Na fase febril inicial da doença pode ser difícil
diferenciá-la. A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos
persistentes, sangramento de mucosas, entre outros sintomas.
O Ministério da Saúde recomenda que ao apresentar os sintomas, é importante
procurar um serviço de saúde. Não existe tratamento específico para a dengue, ocorrem
orientações para aliviar os sintomas, fazendo repouso e ingerindo bastante líquido e não tomar
medicamentos por conta própria.
Em se tratando da chikungunya, os sintomas são semelhantes aos da dengue, os
principais sintomas são febre alta de início rápido, dores intensas nas articulações dos pés e
mãos, além de dedos, tornozelos e pulsos. Pode ocorrer ainda dor de cabeça, dores nos
músculos e manchas vermelhas na pele. De acordo com o Ministério da Saúde, depois de
infectada, a pessoa fica imune a essa doença pelo resto da vida. Os sintomas iniciam-se entre
2 e 12 dias após a picada do mosquito que adquire o vírus CHIKV ao picar uma pessoa
infectada, durante o período em que o vírus está presente no organismo infectado. Nem todos
os casos apresentam sintomas.
Os principais sintomas apresentados pelas pessoas infectadas pelo zika vírus, segundo
o Ministério da Saúde, são dor de cabeça, febre baixa, dores leves nas articulações, manchas
vermelhas na pele, coceira e vermelhidão nos olhos. Outros sintomas menos frequentes são
inchaço no corpo, dor de garganta, tosse e vômitos. No geral, a evolução da doença é benigna
e os sintomas desaparecem espontaneamente após 3 a 7 dias. No entanto, a dor nas
articulações pode persistir por aproximadamente um mês. O tratamento para a infecção pelo
vírus zika é baseado no uso de paracetamol ou dipirona para o controle da febre e manejo da
dor. Apesar de ser uma infecção viral considerada leve e, na maioria dos casos, assintomática,
o ZIKV em casos mais severos, pode acometer o sistema nervoso central, sendo associada a
síndrome de Guillian-Barré.
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O comportamento do Aedes aegypti é caracterizado pelos hábitos diurnos e alimentase de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. A reprodução acontece em
água limpa e parada, a partir da postura de ovos pelas fêmeas. Os ovos são colocados em água
limpa e parada e distribuídos por diversos criadouros o que garante a dispersão da espécie. Se
a fêmea estiver infectada pelo vírus da dengue quando realizar a postura de ovos, há a
possibilidade de as larvas já nascerem com o vírus.
O Ministério da Saúde adverte a notificação dos casos suspeitos, a investigação do
local provável de infecção, bem como a busca ativa de casos são medidas importantes. A
única garantia para que não exista a dengue é o combate ao vetor. Em áreas com incidência da
doença, o monitoramento do vetor deve ser realizado constantemente, para conhecer as áreas
infestadas e desencadear as medidas de combate. Entre as medidas de combate estão:
mudanças no meio ambiente que impeçam ou minimizem a propagação do mosquito,
evitando ou destruindo os criadouros potenciais do Aedes, bem como, o controle químico
eliminando-se as larvas e a aplicação do fumacê. É importante destacar que a melhoria de
saneamento básico e a participação comunitária no sentido de evitar a infestação domiciliar
do Aedes, por meio da redução de criadouros potenciais do mosquito é fundamental na
prevenção das doenças transmitidas pelo Aedes.
Dados do Ministério da Saúde apontam que em 2016, foram registrados 396.582 casos
prováveis de dengue no país até a Semana Epidemiológica (SE) 8 (3/1/2016 a 27/2/2016).
Nesse período, a região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis (222.947 casos;
56,2%) em relação ao total do país, seguida das regiões Nordeste (71.375 casos; 18%),
Centro-Oeste (52.162 casos; 13,2%), Sul (30.746 casos; 8%) e Norte (19.352 casos; 4,9%)
(Tabela 1). Foram descartados 54.255 casos suspeitos de dengue no período. Nesse panorama,
o Estado de Mato Grosso do Sul apresentou 13.647 casos.
Já na semana 13 (3/1/2016 a 2/4/2016) foram registrados 802.429 casos prováveis de
dengue no país. Nesse período, a região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis
(463.807 casos; 57,8%) em relação ao total do país, seguida das regiões Nordeste (158.235
casos; 19,7%), Centro-Oeste (94.672 casos; 11,8%) sendo que destes, Mato Grosso do Sul
apresentou 825,9 casos/100 mil hab., Sul (57.282 casos; 7,1%) e Norte (28.433 casos; 3,5%)
(Tabela 1). Foram descartados 161.273 casos suspeitos de dengue no período.
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Quanto à Febre de chikungunya, em 2016, até a SE 8, foram notificados 3.748 casos
suspeitos de febre de chikungunya em 18 Unidades da Federação no país. Destes, 284 foram
confirmados, sendo 48 por critério laboratorial e 236 por critério clínico-epidemiológico;
3.281 continuam em investigação. Sendo 2 casos em investigação no Mato Grosso do Sul. Já
na semana 13 foram notificados 39.017 casos prováveis de febre de chikungunya no país
distribuídos em 1.126 municípios; destes, 6.159 foram confirmados. A figura 1 aponta que a
região Centro-Oeste apresentou notificações de casos, no entanto, não houve confirmação.
Figura 1. Taxa de incidência (/100 mil hab.) de febre de chikungunya por município
de notificação, até a Semana Epidemiológica 13, Brasil, 2016.
Fonte: Boletim Epidemiológico – Secretaria de Vigilância em Saúde
Foi confirmada transmissão de febre pelo vírus Zika no país a partir de abril de 2015.
Até a SE 8 de 2016, 22 Unidades da Federação confirmaram laboratorialmente manifestação
da doença. Além disso, também foram confirmados laboratorialmente três óbitos por vírus
Zika no país: um em São Luís/MA, um em Benevides/PA e outro em Serrinha/RN.
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016)
O primeiro boletim epidemiológico do Ministério da Saúde com dados registrados do
vírus Zika aponta 91.387 casos prováveis da doença em todos os estados brasileiros, até o dia
2 de abril. A taxa de incidência, que considera a proporção de casos, é de 44,7 casos para cada
100 mil habitantes. A região Sudeste teve 35.505 casos prováveis da doença, seguida das
regiões Nordeste (30.286); Centro-Oeste (17.504); Norte (6.295) e Sul (1.797). Considerando
a proporção de casos por habitantes, a região Centro-Oeste fica à frente, com incidência de
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113,4 casos/100 mil habitantes, seguida do Nordeste (53,5); Sudeste (41,4); Norte (36,0); Sul
(6,1).
Figura 2. Taxa de incidência (/100 mil hab.) de febre pelo vírus zika por município de
notificação, até a Semana Epidemiológica 13, Brasil, 2016.
Fonte: Boletim Epidemiológico – Secretaria de Vigilância em Saúde
Diante do panorama estabelecido no país, o Ministério da Saúde tem reunido esforços
no combate ao Aedes aegypti, convocando o poder público e a população. O governo federal
mobilizou todos os órgãos federais para atuar conjuntamente neste enfrentamento, além da
participação dos governos estaduais e municipais. Neste ano, diversas ações foram
organizadas em parceria com outros órgãos e entidades, como a mobilização que contou com
220 mil militares das Forças Armadas; a mobilização nas escolas, que marcou o início do ano
letivo com instruções aos alunos de como prevenir as doenças transmitidas pelo Aedes.
Entre outras ações, o Ministério da Educação e outras entidades signatárias assinaram
em 4 de fevereiro de 2016 o Pacto da Educação Brasileira contra o Zika.
2 O PACTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA CONTRA O ZIKA
Em fevereiro do presente ano foi assinado em Brasília o Pacto da Educação Brasileira
contra o Zika na Reunião de Lançamento do Programa do Ministério da Educação de
Enfrentamento ao Zika, entretanto, cabe ressaltar que esse pacto contribui para o
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enfrentamento não somente do zika, mas, principalmente no combate ao Aedes, transmissor
das doenças que vem causando preocupação nacional.
O pacto reconhece que o Brasil e o mundo estão diante de uma grave emergência em
saúde pública provocada pelo aumento da proliferação do mosquito Aedes Aegypti e também
das doenças transmitidas por esse vetor: a dengue, a febre Chikungunya e a Zika.
Considera a declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS) de emergência de
saúde pública internacional pela microcefalia e outras anormalidades neurológicas
relacionadas ao vírus Zika, bem como, a dimensão, capilaridade e capacidade de mobilização
das comunidades escolares e educacionais em todo o território brasileiro para o controle à
proliferação do Aedes Aegypti.
Reitera o papel da educação na promoção da saúde das pessoas, notadamente no que
diz respeito aos condicionantes e determinantes sociais da saúde e no reforço das ações de
ampliação da consciência sanitária, direitos e deveres da cidadania, educação para a saúde,
estilos de vida e aspectos comportamentais, dirigidas a impactar favoravelmente na qualidade
de vida.
De acordo com o documento, a atual proliferação do mosquito Aedes Aegypti e o risco
das doenças transmitidas por esse vetor (a dengue, a febre Chikungunya e a Zika) evidenciam
um cenário sensível para a saúde pública brasileira. Diante disso, a Educação tem um papel de
enorme importância no controle da proliferação do mosquito Aedes Aegypti e das doenças
transmitidas por esse vetor e suas consequências, como a microcefalia.
Considerando que no país são mais de 60 milhões de pessoas diretamente vinculadas a
educação escolar, entre estudantes, docentes e servidores de apoio atuando para o controle à
proliferação do Aedes Aegypti nas nossas escolas e comunidades, mobilizando todo o País,
acredita-se que nas escolas, a Educação pode ter uma formação mais significativa no sentido
de propiciar uma cultura de promoção à saúde, respeito ao meio ambiente e à prevenção por
meio do enfrentamento à proliferação do mosquito, especialmente de seus criadouros (locais
de água parada). (BRASIL, 2016)
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O pacto sugere que a produção de conhecimento e pesquisa são fundamentais para
desenvolver as soluções que o País necessita e propõe a realização de ações em associação
com os centros de pesquisa em Instituições de Educação Superior, para melhor elucidação das
doenças transmitidas pelo Aedes, em especial da Zika e suas consequências, como a
microcefalia, uma vez que as Instituições de Educação Superior têm um papel de alta
relevância e seus programas de extensão potencializam a promoção da saúde necessária ao
bem-estar das comunidades.
A Educação, dentro do Plano de Ação do MEC para o Enfrentamento ao Aedes
Aegypti e do Plano Nacional para o Enfrentamento à Microcefalia, deve ter a escola de
educação básica como núcleo de mobilização territorial e social para combate ao vetor, em
especial seus criadouros, e orientação à população de modo geral, com intermédio da
comunidade escolar. O Ministério da Educação entende que seja dever tornar a educação o
principal instrumento de consciência social sobre essa problemática e espaço para construção
de alternativas de combate ao Aedes Aegypti. (BRASIL, 2016)
Nesse processo, o Ministério da Educação, como coordenador desse compromisso,
deve promover ações indutoras e acolher propostas que favoreçam a organicidade e o sucesso
deste Pacto e sua consequente contribuição para a promoção da saúde do País. O país precisa
da participação de todos nas ações de prevenção e controle do mosquito para, assim, evitar
todas as suas consequências e para proteger, de forma efetiva, a saúde de todos os brasileiros
e de todas as brasileiras. (BRASIL, 2016)
2.1 O CICLO DE VIDA DO MOSQUITO
Com base nas informações disponibilizadas pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC)
detalha-se o ciclo de vida do Aedes Aegypti:
O referido instituto esclarece que o Aedes é um mosquito que vive perto do homem e
por isso sua presença é mais comum em áreas urbanas, informa também que a infestação do
mosquito é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da
intensificação de chuvas – fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. Para evitar
esta situação, é preciso adotar medidas permanentes para o controle do vetor, durante todo o
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ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem
hábitos domésticos, essa ação depende principalmente do empenho da população.
Figura 3. Larvas do mosquito
Fonte:
Genilton
Vieira/IOC,
disponível
http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html Acesso em: Abr./2016
em:
Segundo o Instituto, o ciclo de vida do mosquito depende da temperatura,
disponibilidade de alimentos e quantidade de larvas existentes no mesmo criadouro, uma vez
que a competição de larvas por alimento (em um mesmo criadouro com pouca água) se torna
um obstáculo ao amadurecimento do inseto para a fase adulta. Em condições ambientais
favoráveis, após a eclosão do ovo, o desenvolvimento do mosquito até a forma adulta pode
levar um período de 10 dias, por isso, a eliminação de criadouros deve ser realizada pelo
menos uma vez por semana interrompendo o ciclo de vida do mosquito.
Estudos realizados pelos pesquisadores do IOC concluíram que o acasalamento
do Aedes Aegypti se dá dentro ou ao redor das habitações, geralmente nos primeiros dias
depois que o mosquito chega à fase adulta. É preciso somente uma cópula para a reprodução
ser concretizada, pois a fêmea guarda o esperma na espermateca. Após a cópula, as fêmeas
precisam
realizar
a
hematofogia
(alimentação
com
sangue)
importante
para
o
desenvolvimento completo dos ovos e sua maturação nos ovários Normalmente, as fêmeas
do Aedes aegypti encontram-se aptas para a postura de ovos três dias após a ingestão de
sangue, passando então a procurar local para desovar.
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Como já é de conhecimento da população, a desova acontece, preferencialmente, em
criadouros com água limpa e parada. Os ovos são depositados nas paredes do criadouro, bem
próximo à superfície da água, porém não diretamente sobre o líquido. Assim, é fundamental
que as paredes dos recipientes que não podem ser eliminados devem ser esfregados quando
lavados para que o ovo não permaneça grudado.
Dados do Instituto informam que uma fêmea pode dar origem a 1.500 mosquitos
durante a sua vida. Os ovos são distribuídos por diversos criadouros, estratégia que garante a
dispersão e preservação da espécie. Inicialmente, os ovos possuem cor branca e, com o passar
do tempo, escurecem devido ao contato com o oxigênio. O ovo do Aedes aegypti mede
aproximadamente 0,4 mm de comprimento e é difícil de ser observado.
Figura 4. Ovos do mosquito
Fonte:
Genilton
Vieira/IOC,
disponível
http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html Acesso em: Abr./2016
em:
Os pesquisadores relatam que os ovos adquirem resistência ao ressecamento muito
rapidamente, em apenas 15 horas após a postura. A partir de então, podem resistir a longos
períodos de dessecação, podendo chegar a 450 dias, segundo estudos. Esta resistência é uma
grande vantagem para o mosquito, pois permite que os ovos sobrevivam por muitos meses em
ambientes secos, até que o próximo período chuvoso e quente propicie a eclosão. Em
condições favoráveis de umidade e temperatura, o desenvolvimento do embrião do mosquito
é concluído em 48 horas. A resistência à dessecação permite também que os ovos sejam
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transportados a grandes distâncias, em recipientes secos. Esse aspecto importante do ciclo de
vida do mosquito demonstra a necessidade do combate continuado aos criadouros, em todas
as estações do ano.
Diante de tais informações, da crescente proliferação do mosquito e aumento de casos
de dengue, a Escola Polo Municipal Jardim Ivone propôs o desenvolvimento de um projeto
junto a seus alunos visando a contribuição da população no enfrentamento a essa situação.
3 O PROJETO “XÔ DENGUE”
Diante do quadro epidemiológico que acomete o país, a Escola Municipal Jardim
Ivone em parceria com as Faculdades Magsul envolveu seus alunos da EJA e acadêmicos de
Educação Física em ações de prevenção e combate ao mosquito Aedes Aegypti.
A comunidade escolar é muito importante no combate ao mosquito, principalmente
porque os alunos são peças fundamentais no intermédio das informações do vetor e a doença
que vem causando grande alarme de caráter internacional.
A Escola Municipal Polo Jardim Ivone, que tem como Diretor Ricardo Torraca,
Coordenadora Altacira Helena e Professor de Educação Física Wanderly Rocha, elaborou um
projeto denominado Xô Dengue que vem sendo desenvolvido no bairro do Jardim Ivone com
os alunos da EJA.
De acordo com o diretor da escola, ao iniciar o ano letivo, todos os professores
precisaram fazer um levantamento sobre o nível de conhecimento de todos os alunos das
turmas que atenderiam. Com isso, ainda segundo ele, acabaram atrasando um pouco o início
da realização do projeto sobre a dengue que eles mesmos, todos os professores e gestores da
escola estão desenvolvendo em conjunto. O projeto já está em andamento, com as ideias
iniciais já organizadas.
No dia 01/04/2016 os acadêmicos de estagio e todos os órgãos da escola se reuniram
para dar início às atividades do projeto. O cronograma ainda se encontra sem datas, mas já
está previamente montado, e ficou decidido na reunião quem coordenará cada função, datas
de cada atividade, etc.
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O projeto de início está dividido em quatro etapas, sendo que, no entanto, o
desenvolvimento das etapas não ocorrem nesta sequência:
1º etapa: o dia D da dengue, caminhada em prol da prevenção da dengue que
acontecerá no bairro Jardim Ivone.
Nesse dia, os alunos serão convidados a realizar uma caminhada pelo bairro
juntamente com os professores, distribuindo panfletos e conversando com a população para
conscientizar sobre as medidas de prevenção da doença, uma vez que não há tratamento nem
vacina para a mesma e somente o combate ao mosquito pode melhorar a qualidade de vida de
todos.
2º etapa: Orientação com professores de Educação Física e de Ciências em todas as
turmas da escola, do infantil ao fundamental 1 e 2.
Os professores de Educação Física e Ciências realizarão discussões prévias, com todos
os estudantes da escola sobre prevenção ao mosquito Aedes Aegypti e doenças a ele
associadas, objetivando a sensibilização e motivação dos estudantes para a importância da
participação crítica e criativa no projeto da escola.
3º etapa: Sair nas casas, fazer levantamento de diagnóstico de casos de dengue na
família.
Em grupos distintos, acompanhados de um professor, os alunos saíram em visitas
domiciliares para fazer em levantamento de casos de dengue ocorridos no bairro para
posterior mapeamento desses casos no intuito de identificar os locais de maior incidência da
doença.
Nesse momento procuraram informar aos moradores sobre a doença, seus sintomas e
riscos, sobre o agente transmissor, bem como, as medidas de prevenção informando o
morador sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos
transmissores da dengue no domicílio, chamando a atenção para os criadouros mais comuns,
acompanhados pelo morador e com a permissão vistoriaram o domicílio para identificar locais
e objetos que sejam ou possam se transformar em criadouros de mosquito transmissor da
dengue.
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4º etapa: Mapeamento com números de pessoas diagnosticadas com dengue e jogar no
googlemaps.
Após a coleta de dados foi feito o mapeamento com os resultados obtidos conforme se
observa no mapa a seguir:
Figura 5. Mapeamento de casos de dengue no bairro Jardim Ivone
Fonte: Googlemaps, disponível em: https://www.google.com/maps/d/viewer?hl=ptBR&authuser=0&mid=1pHVG2RMdGmr2hNCQ4udAdPulPR8 Acesso em: Abr./2016
As campanhas de vigilância e controle do Aedes aegypti precisam da efetiva
participação de todos num mesmo plano de ações. Pretende-se com o desenvolvimento do
projeto obter junto aos alunos uma grande participação em todas as ações propostas para que
demonstrem maior interesse em cuidar do ambiente em que vivem e mantê-lo limpo para
evitar problemas relacionados à dengue e outros. Durante o desenvolvimento do projeto, serão
entregues panfletos sobre o tema e os alunos serão divididos em grupos para visitar as casas e
repassar as informações aprendidas.
Os alunos serão orientados a permanecerem em constante vigilância em suas casas e
na escola verificando a existência de possíveis focos na escola e residência, tomar medidas
preventivas e, ainda, relatar para a equipe de educadores situações de risco que não
conseguissem resolver, como nos casos de caixas d´água quebradas ou descobertas,
problemas com calhas, lajes e rebocos.
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As ações propostas no projeto visam incentivar atitudes de combate ao mosquito e à
sua proliferação, por meio de esclarecimentos que conscientizam a população de que a
contribuição de cada um faz diferença na prevenção das doenças causadas por ele.
De acordo com as orientações do Ministério da Saúde é de suma importância
promover a Educação em Saúde de modo que a comunidade adquira conhecimentos e
consciência do problema. A população deve ter esclarecimentos sobre a doença (modo de
transmissão, quadro clínico, tratamento etc.), sobre o mosquito (seus hábitos, criadouros
domiciliares e naturais) e sobre as medidas de prevenção e controle. Assim, para fortalecer a
consciência individual e coletiva, deverão ser desenvolvidas estratégias de alcance local para
sensibilizar os formadores de opinião para a importância da comunicação/educação no
combate à dengue; sensibilizar o público em geral sobre a necessidade de uma parceria
governo/sociedade com vistas ao controle da dengue e enfatizar a responsabilidade social no
resgate da cidadania numa perspectiva de que cada cidadão é responsável por si e pela sua
comunidade.
Não é possível apresentar uma receita que elimine por completo o mosquito Aedes
aegypti, entretanto, a ação conjunta da população, evitando os possíveis criadouros dos
insetos nas casas, no ambiente de trabalho e nas escolas, associada àquelas ações realizadas
pelo poder público, ainda é o modo mais efetivo para se eliminar o inseto.
Acredita-se que mobilizar os educandos e comunidades escolares para adoção de
comportamentos e práticas saudáveis e sustentáveis, incentivando o consumo consciente, a
preservação dos recursos naturais e contribuindo para a sensibilização quanto à importância
da saúde ambiental para o controle do mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika é
uma das formas mais eficazes no combate ao aumento de casos dessas doenças no município
e consequentemente diminuir as estatísticas apresentadas no país.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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http://fne.mec.gov.br/images/2016/Fevereiro/PactodaEducacaocontraoZika.pdf Acesso em:
Abr./2016.
ESCOLA POLO MUNICIPAL JARDIM IVONE. Projeto Xô Dengue. Ponta Porã/MS,
2016.
INSTITUTO OSWALDO CRUZ. Conheça o comportamento do mosquito Aedes aegypti e
entenda a razão que leva este pequeno inseto a ser taxado desta forma. Rio de Janeiro,
2016. Disponível em: http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/oportunista.html Acesso em:
Abr./2016.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Dengue, Chikungunya e Zika: Prevenção e combate.
Brasília/DF, 2016. Disponível em: http://combateaedes.saude.gov.br/ Acesso em: Abr./2016.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Volume
47
N°
14
–
2016.
Brasília/DF,
2016.
Disponível
em:
http://combateaedes.saude.gov.br/images/sala-de-situacao/2016-008-Dengue-SE8.pdf Acesso
em: Abr./2016.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em Saúde.
Volume
47
N°
18
–
2016.
Brasília/DF,
2016.
Disponível
em:
http://combateaedes.saude.gov.br/images/sala-de-situacao/2016-008-Dengue-SE8.pdf Acesso
em: Abr./2016.
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