LUTA CONTRA PRIVATIZAÇÃO EDUCACIONAL MARCA MOVIMENTO PEDAGÓGICO LATINO-AMERICANO s modelos de educação pública no Brasil, Chile, México, Uruguai, Paraguai e Costa Rica, com semelhanças e diferenças regionais foram apresentados no segundo dia do Encontro do Movimento Pedagógico Latino-americano, realizado pelo Sintep-MT, em parceria com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e a Internacional da Educação para a América Latina (IEAL). O fator em comum nesses países foi a forte inserção ou tentativa de entrada da iniciativa privada nas redes públicos. O Movimento Pedagógico Latino-americano, que defende que a educação seja não só pública, mas também gratuita, tem trabalhado em suas discussões uma maneira para fortalecer esse modelo, aprimorando a qualidade oferecida. Juan Arancibia, professor chileno que vive há mais de 35 anos no México e representou a Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), falou sobre a entrada das empresas privadas na educação do Chile e as consequências para a população, assim como a retomada da educação pública gratuita a partir das reformas que tiveram início em 2014. Sobre o México, o professor mostrou que ocorre uma situação inversa, com atuação de governo neoliberal e repressão a professores e estudantes, que tem trazido retrocessos. A situação da educação uruguaia foi mostrada pelo professor e representante no evento da Federación Nacional de Professores de Enseñanza Secundaria (FENAPES), Jose Olivera. Ele atribui os bons resultados apresentados no país pelo estado laico, a autonomia do sistema educacional e a educação gratuita em todos os níveis, além de obrigatória a partir dos 03 anos de idade. Juan Gabriel Espinola representou a Organización de Trabajadores de la Educación del Paraguay Auténtica (OTEP-A) para apresentar aos educadores a situação paraguaia. O país passou por uma ditadura na década de 1950 e hoje é governado por um governo neoliberal, que tem perseguido os sindicatos, aumentado a dívida externa e terceirizado a educação. Combertty Rodriguez, coordenador regional da Internacional da Educação para a América Latina (IEAL) explicou o processo que vem acontecendo nos países latino-americanos de recomposição dos partidos de direita, que fortalecidos tentam os golpes que tem entre suas consequências a privatização da educação. Outro ponto abordado pelo sindicalista foi a importância da formação política sindical para combater os desmontes neoliberais. A mesa redonda foi encerrada pelo professor e militante da educação Júlio César Viana, secretário de Articulação Sindical do Sintep-MT, que enfatizou a necessidade de se trabalhar por uma educação libertadora e emancipadora. “A educação precisa ensinar além dos livros didáticos. É um processo de superação, rebeldia e subversão que deve começar por nós mesmos”.