MAXIMIZAÇÃO DA POTÊNCIA DE UMA TURBINA EÓLICA DE VELOCIDADE VARIÁVEL CONSIDERANDO O EFEITO DA INÉRCIA D. A. Caixeta1, G. C. Guimarães1, M. L. R. Chaves1, J. C. de Oliveira1, A. F. Bonelli2 1 2 Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Engenharia Elétrica, Uberlândia-MG (Brasil). LACTEC – Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento, Centro politécnico da UFPR, Curitiba-PR (Brasil) Endereço de contato: [email protected] Resumo – Nas últimas décadas a geração eólica vem ganhando grande destaque em diversas partes do mundo resultando no surgimento de novas tecnologias para melhorar sua eficiência. Neste sentido, este artigo apresenta uma técnica de maximização da potência extraída do vento por uma turbina eólica de velocidade variável através de medidas de tensão e corrente nos terminais do retificador trifásico, estabelecendo o controle da velocidade de seu rotor por meio da alteração do ciclo de chaveamento do conversor boost. Desta forma, o algoritmo proposto possibilita a manutenção do valor máximo do coeficiente de potência da turbina mesmo diante de uma variação significativa da velocidade do vento e considerando ainda o efeito da inércia. A eficácia e versatilidade do método sugerido são verificadas através de simulações computacionais utilizando o software ATP. Palavras-Chave – Coeficiente de Potência, Gerador Síncrono, Ímã Permanente, Inércia, Maximização de Potência, Turbina Eólica. MAXIMIZATION OF VARIABLE SPEED WIND TURBINE POWER CONSIDERING THE INERTIA EFFECT Abstract – In recent decades wind energy has gained great prominence in various parts of the world, resulting in the emergence of new technologies to improve its efficiency. Thus, this paper presents a technique for maximizing the power extracted from the wind by a variable speed wind turbine through measurements of voltage and current at the three-phase rectifier terminals, establishing its rotor speed control by changing the duty cycle of the boost converter. Hence, the proposed algorithm enables the maintenance of the maximum value of the turbine power coefficient even before a significant variation of wind speed and considering the inertia effect. The effectiveness and versatility of the suggested method is verified through computer simulations using the software ATP. 1 Keywords – Inertia, Permanent Magnet, Power Coefficient, Power Maximization, Synchronous Generator, Wind Turbine. I. INTRODUÇÃO A utilização de fontes alternativas para geração de energia elétrica tem recebido grande atenção nas últimas décadas por causa principalmente da escassez e encarecimento dos combustíveis fósseis e dos freqüentes problemas ambientais enfrentados pelos tradicionais recursos energéticos. A energia eólica, por ser considerada uma fonte limpa, renovável e de baixo custo de implantação e operação, tem representado um importante papel no processo de expansão das malhas energéticas de diversos países, chegando a inclusive a representar 25% do crescimento total da capacidade energética mundial ao final de 2009 [1]. Prova disso é que atualmente os Sistemas de Conversão de Energia Eólica (WECS, do inglês “Wind Energy Conversion Systems”) têm sido amplamente empregados tanto em sistemas elétricos autônomos quanto conectados à rede básica principal, com capacidade de geração cada vez mais elevada, significando um amplo aumento de sua penetração. Acerca dos geradores eólicos modernos, as máquinas síncronas excitadas por ímã permanente (PMSG, do inglês “Permanent Magnet Synchronous Generator”) têm sido freqüentemente empregadas em sistemas de conversão eólica de velocidade variável pois, dentre outras vantagens: dispensam a instalação de caixa de engrenagens, diminuindo assim peso, custo e manutenção do equipamento; apresentam alta confiabilidade e pouca emissão de ruído durante a operação sob baixas velocidades. Além disso, quando conectadas a um sistema eletrônico de conversão de freqüência, dispensam a utilização de reguladores de tensão e de velocidade ligados ao gerador síncrono. Destaca-se ainda que, normalmente, a ausência de engrenagens faz com que estes equipamentos sofram menores esforços mecânicos em suas estruturas quando comparados aos de velocidade fixa, além de permitir o controle de potência ativa e reativa injetada na rede mediante o uso de dispositivo eletrônico conversor de freqüência [2]. Neste artigo esta estrutura foi representada por um retificador não-controlado AC-DC, um conversor boost DC-DC e um inversor de freqüência DC-AC, conFiguração esta considerada bastante eficaz e de baixo custo. Há ainda a possibilidade de implementação de uma estratégia de controle para obtenção da máxima potência fornecida pela turbina, mantendo assim o sistema de conversão eólico no estado ótimo de desempenho aerodinâmico. As turbinas eólicas podem entregar máxima potência quando a velocidade na ponta da pá do aerogerador acompanha a variação da velocidade do vento. Nesta situação, consegue-se uma operação do WECS com máximo coeficiente de potência (Cp). Para tal, deve-se elaborar uma estratégia de controle que permita a manutenção deste parâmetro próximo ao seu valor máximo, técnica esta conhecida por MPPT (do inglês “Maximum Power Point Tracking”). Durante a última década diversas técnicas de MPPT para turbinas eólicas de velocidade variável foram desenvolvidas. Tradicionalmente estes métodos podem ser classificados em 2 segmentos básicos: estratégias que se baseiam no conhecimento prévio do Cp ótimo e aquelas que buscam o ponto ideal de operação da turbina eólica sem utilização de tal informação. Mais especificamente, a revisão de recentes publicações sobre o tema permite destacar 5 principais procedimentos para otimização da potência extraída do vento: controle do torque máximo transmitido à turbina [3]; busca do ponto de derivada nula no gráfico velocidade do rotor x potência da pela turbina [4]; determinação da carga ótima conectada ao gerador [5]; detecção dos valores de potência e tensão no link DC do inversor de freqüência para treinamento e aplicação do algoritmo [6]; e mais recentemente, ajuste do ciclo de chaveamento do conversor boost DC/DC [7]. É importante destacar que, diante das estratégias de MPPT apresentadas, a definição da técnica mais eficiente não representa uma tarefa trivial. Estas aplicações possuem características bastante distintas e particulares, dentre elas a viabilidade para implementação computacional, a necessidade de utilização de sensores de velocidade seja para o rotor ou para o vento, aumentando assim os custos de instalação em campo, e a possibilidade de armazenamento e recuperação de determinadas informações pelo algoritmo. Os resultados obtidos por estas teorias, embora possam parecer similares do ponto de vista da manutenção do máximo Cp, devem ser analisados de forma bem criteriosa para orientar a escolha da técnica mais adequada de acordo com as ferramentas disponibilizadas e os objetivos pretendidos. Neste artigo, é apresentado um modelo para maximização da potência fornecida por uma turbina de velocidade variável através da variação do ciclo de chaveamento (duty cicle) do conversor boost utilizando o software Alternative Transient Program (ATP/EMTP). Os resultados obtidos das simulações computacionais retratam a eficiência e versatilidade do algoritmo na manutenção do valor ótimo do coeficiente de potência diante de alterações na velocidade do vento incidente nas pás da turbina eólica. II. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE CONVERSÃO DE ENERGIA EÓLICA (WECS) A Figura 1 apresenta a topologia do sistema de conversão de energia eólica utilizada neste artigo. O modelo é constituído por uma turbina de velocidade variável conectada a um gerador síncrono de ímã permanente de 600 kW, um retificador não-controlado AC-DC, um conversor boost DC-DC utilizado para a otimização da potência extraída do vento através do algoritmo de MPPT e um inversor de freqüência DC-AC para conexão da central eólica à rede elétrica principal. A. Coeficiente de Potência Cp Sabe-se que o vento possui energia na forma cinética (J/m3), a qual é apresentada na equação (1) em relação à sua velocidade vvento. 1 2 E = ρ vvento (1) 2 Sendo ρ a massa específica do ar, assumindo valor de 1,225 kg/m3 na temperatura de 25 °C e pressão de 1 atm. Uma vez determinada a energia transmitida, esta pode ser traduzida na forma de potência do vento Pvento, dada em Watts pela equação (2). O coeficiente A representa a área varrida pelas pás da turbina. 1 3 Pvento = ρ A vvento (2) 2 Ressalta-se ainda que nem toda a potência disponibilizada pelo vento pode ser extraída e utilizada, fato este explicado pelo físico alemão Albert Betz na década de 1920. Por este motivo, surge a equação do coeficiente de potência Cp, expressa em (3), a qual relaciona a potência mecânica disponibilizada no eixo da turbina Pmec.e a potência do vento. P C p = mec (3) Pvento Combinando-se as equações (2) e (3), tem-se finalmente a expressão da potência mecânica que pode ser extraída do vento e utilizada pelo gerador eólico. 1 3 Pmec = C p ρ A vvento (4) 2 Contudo, o coeficiente de potência Cp é função do ângulo pitch (β) e da grandeza que relaciona a velocidade da ponta da pá da turbina e a velocidade do vento (λ), conforme retratam as equações (5) e (6). Já λ é função da velocidade mecânica ωr do rotor (rad/s) e do raio da turbina eólica R, como é mostrado em (7). A Figura 2 ilustra a relação entre Cp e λ para diferentes valores de β. 12,5 λi 116 − C p ( λ , β ) = 0, 22 − 0, 08 β − 5 e λi λi = 1 1 0, 035 − 3 λ + 0, 08 β β + 1 λ= Fig. 1. Estrutura do sistema de conversão de energia eólica ωR R vvento (5) (6) (7) Nota-se, portanto, 2 comportamentos distintos para λ. Num primeiro momento, logo após a ocorrência da rajada, uma tendência de diminuição, enquanto que, posteriormente, tem-se uma elevação do seu valor, retornando ao valor ótimo após a finalização da variação no vento. A mesma análise pode ser efetuada no caso de uma diminuição da intensidade do vento com a diferença de que, primeiramente, λ se eleva e, em seguida, tende a apresentar uma queda. Em ambos os casos é importante que o algoritmo de MPPT atue de forma efetiva para manter o valor de λ próximo ao ponto ótimo de operação da turbina durante toda a duração da perturbação. Fig. 2. Razão da velocidade da pá λ em função do coeficiente Cp Nota-se assim que o valor máximo permitido para Cp é de 0,44 para um λ igual a 6,4. Desta forma, mantendo-se λ próximo a este valor permite-se que a potência extraída do vento seja maximizada, técnica esta conhecida por MPPT. Tal objetivo é atingido através do ajuste da velocidade do rotor de acordo com a variação da velocidade do vento de forma que a relação entre estas duas grandezas mantenha-se constante. Neste artigo, propõe-se o controle do coeficiente λ através do ajuste do ciclo de chaveamento (duty cicle) do conversor boost. B. O Efeito da Inércia da Turbina A literatura reúne alguns trabalhos envolvendo o ajuste do ciclo de chaveamento do conversor boost objetivando a obtenção da máxima potência do vento [7], [8], [9]. Destacase que, apesar de possuírem algumas características e resultados particulares, a grande maioria destas aplicações apresenta a estrutura do algoritmo de forma bastante semelhante. No entanto, observou-se que o efeito da inércia da turbina eólica no instante de variação da velocidade do vento representa uma característica que até então não foi levada em consideração na implementação do método de MPPT. Este fato pode levar a resultados pouco confiáveis do ponto de vista do real comportamento do aerogerador frente a alterações súbitas na intensidade do vento. Para exemplificar, supõe-se que, em um determinando momento, tem-se a ocorrência de uma rápida elevação da velocidade do vento. Naturalmente, pelo efeito da inércia do conjunto mecânico que compõe a turbina, o gerador não consegue aumentar instantaneamente sua velocidade mesmo com a elevação da potência mecânica de entrada advinda da alteração da intensidade do vento. Deste modo, pela equação (7) pode-se perceber que durante um primeiro intervalo de tempo ocorre uma diminuição do valor de λ, já que o raio da turbina R é constante. Já em seguida, vencido o fenômeno da inércia, a pá da turbina absorve a energia adicional fornecida pelo vento e daí aumenta sua velocidade de giro numa proporção maior do que a do vento, levando ao aumento do valor de λ. Neste caso, λ torna-se inclusive superior ao valor apresentado antes da variação do vento. C. O Algoritmo de MPPT Como mencionado na seção I, o processo de MPPT proposto neste artigo é baseado no ajuste do ciclo de chaveamento do conversor boost de acordo com o monitoramento da potência de saída do aerogerador. Embora o vento apresente alterações constantes e bruscas ao longo do tempo, a potência fornecida pela turbina varia lentamente em função da lenta resposta dinâmica do conjunto turbinamáquina síncrona. O algoritmo de MPPT se baseia em medidas de tensão e corrente na saída do retificador não-controlado, fornecendo assim a potência instantânea emitida pelo aerogerador. É realizada então uma seqüência de comparações dos valores de tensão e potência entre os instantes e k e k+1. O algoritmo deve então monitorar o ponto de alteração e o sinal destas medidas e emitir uma instrução para o conversor boost. Ressalta-se que o efeito da inércia da turbina deve ser representado durante a construção do algoritmo de MPPT. Caso contrário, em situações em que se objetiva maximizar a potência diante de uma alteração da velocidade do vento, tem-se, primeiramente, uma contrapartida, ou seja, uma diminuição de Cp justamente em função da resposta mais lenta do gerador comparado à variação do vento. Só então após a ocorrência deste fenômeno que é possível se deslocar o coeficiente de potência ao seu valor ótimo. A seguir é descrita a seqüência de passos necessária para implementação do algoritmo de MPPT: 1. Medição dos valores de corrente e tensão nos terminais do retificador durante os instantes k e k+1; 2. Cálculo da potência instantânea fornecida pela turbina eólica a partir dos valores de corrente e tensão nos instantes k e k+1; 3. Cálculo de ∆P e ∆V durante os instantes k e k+1; 4. Monitoramento dos sinais de ∆P e ∆V; 5. Monitoramento da excursão da curva ∆V e análise da tendência de crescimento ou diminuição deste parâmetro ao longo do tempo; 6. Alteração do ciclo de chaveamento do conversor boost de acordo com a equação (8), onde ∆D representa a taxa de variação do ciclo de chaveamento. Geralmente valor de ∆D é bastante particular para cada conFiguração do conversor boost implementado. 7. Repetição dos passos 4,5 e 6. A Figura 3 ilustra o procedimento de MPPT proposto neste artigo levando-se em conta a influência da inércia da turbina na manutenção do valor ótimo de λ. Os parâmetros da máquina síncrona de ímã permanente utilizada nas simulações computacionais estão listados na tabela 1 a seguir. TABELA I Parâmetros da Máquina Síncrona PN VN f p Rest Xd Xq Xl Potência nominal em kW Tensão nominal em V Freqüência nominal em Hz Número de pólos Resistência do estator em p.u. Reatância de eixo direto em p.u. Reatância de eixo em quadratura em p.u. Reatância de dispersão de 1 fase do estator em p.u. 600 600 60 60 0,00631 0,01225 0,01330 0,00150 A Figura 4 apresenta uma diminuição da velocidade do vento em 3 m/s, variando de um valor base igual a 8 m/s para 5 m/s mediante a ocorrência de uma rajada. Fig. 3. Algoritmo de MPPT mediante ajuste do chaveamento do conversor boost III. ESTUDOS COMPUTACIONAIS Para a verificação da eficácia do controle de MPPT proposto neste trabalho, simulações computacionais utilizando-se o software ATP/EMTP foram realizadas com base na topologia do sistema de conversão de energia eólica apresentado na Figura 1. Destaca-se que foram efetuadas alterações na velocidade do vento de pelo menos 40%, sendo este modelado no formato de rajada mediante as equações (8) e (9) [10]: vrajada 0 = Vcos 0 R Vcos = MAX 2 t < Ti _ rajada (8) Ti _ rajada < t < T f _ rajada Fig. 4. Velocidade do vento (m/s) As Figuras 5 e 6 ilustram o comportamento dos parâmetros λ e Cp sem a presença do controle MPPT. Destaca-se que até o instante t = 2 s o aerogerador se encontra na situação transitória de partida, justificando os baixos valores das grandezas retratadas. Nota-se ainda que, no período entre 3 e 4 segundos, os parâmetros ilustrados sofrem influência da lenta resposta do aerogerador frente a rápida variação do vento. A inércia da turbina leva a uma elevação de λ e, conseqüentemente, diminuição do coeficiente de potência. Após este instante, entre 4 e 5 s, a turbina diminui sua velocidade de rotação chegando inclusive a apresentar um λ menor do que o valor ótimo, resultando novamente em perda de rendimento do gerador eólico de cerca de 20%. t < T f _ rajada t − Ti _ rajada 1 − cos 2 π T f _ rajada − Ti _ rajada (9) Sendo: RMAX = valor máximo da rajada; Ti_rajada = instante de início da rajada Tf_rajada = instante de final da rajada Fig. 5. Variação da razão de velocidade da pá λ (adimensional) Fig. 6. Variação do coeficiente de potência Cp (adimensional) As Figuras 7, 8 e 9 mostram a aplicação do tradicional algoritmo de MPPT em que a influência da inércia da turbina eólica é desconsiderada. Na primeira Figura tem-se uma diminuição do ciclo de chaveamento D do boost, resultando numa alteração dos períodos em que o relé é mantido em estado aberto e fechado. Pelas outras ilustrações pode-se destacar que, apesar deste método possibilitar a manutenção do Cp próximo ao valor ótimo durante o período de 4 a 5 segundos, o efeito da inércia acaba sendo agravado, contribuindo para a queda do coeficiente de potência. Já as Figuras 10 e 11 apresentam a atuação do controle proposto neste artigo, levando-se em conta a influência da inércia na razão de velocidade da pá. Pode-se observar que a dinâmica de chaveamento do conversor boost é mais complexa comparada ao caso tradicional. Nota-se também que a técnica implementada consegue manter o coeficiente de potência bastante próximo de seu valor máximo, retratando sua eficácia. Fig. 9. Variação do coeficiente de potência Cp (adimensional) Fig. 10. Ajuste do ciclo de chaveamento D do conversor boost Fig. 11. Variação do coeficiente de potência Cp (adimensional) Fig. 7. Ajuste do ciclo de chaveamento D do conversor boost Fig. 8. Variação da razão de velocidade da pá λ (adimensional) De modo a verificar a versatilidade do algoritmo proposto, uma elevação de 5 m/s da velocidade do vento foi implementada também no formato de rajada. Pretendeu-se desta forma simular o comportamento aleatório natural do vento, cujas variações se dão tanto em intensidade quanto em sentido. A Figura 12 ilustra o comportamento da rajada, enquanto que a Figura 13 retrata a queda também de 20% do parâmetro Cp na condição de ausência de controle. Em seguida, as Figuras 14 e 15 apresentam a atuação do controle MPPT sobre o ciclo de chaveamento do conversor e a maximização do coeficiente de potência, respectivamente. Destaca-se que o método sugerido possibilitou a manutenção do parâmetro Cp próximo de seu valor ótimo mesmo sob uma variação distinta do vento e levando-se em conta a influência do fenômeno da inércia da turbina. Este fato reforça a versatilidade e robustez do algoritmo proposto, atuando de forma efetiva independente da intensidade do vento. Fig. 12. Velocidade do vento (m/s) foi implementado um modelo computacional do WECS no software ATP/EMTP. O método de MPPT proposto baseouse em medições dos valores de tensão e corrente nos terminais do retificador não-controlado objetivando o ajuste do ciclo de chaveamento do conversor boost quando da ocorrência de oscilações na velocidade do vento. Com isso, é possível controlar a velocidade da turbina de forma a manter o coeficiente de potência Cp próximo de seu valor máximo. As simulações realizadas abordaram distintas modificações na intensidade do vento e comprovaram a eficácia do algoritmo proposto. Foi apresentado ainda o efeito negativo provocado pela inércia da turbina sobre o rendimento do aerogerador em situações onde o tradicional método de MPPT é aplicado. Em contrapartida, o algoritmo sugerido apresentou a capacidade de contornar este problema mesmo sob súbitas rajadas de vento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Fig. 13. Variação do coeficiente de potência Cp (adimensional) Fig. 14. Ajuste do ciclo de chaveamento D do conversor boost Fig. 15. Variação do coeficiente de potência Cp (adimensional) IV. CONCLUSÕES Neste artigo, foi apresentada uma técnica alternativa de maximização da potência de uma turbina eólica de velocidade variável considerando o efeito da inércia. Para tal, [1] L. Meegahapola, D. 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