Redes de Computadores I Nível de Enlace (Redes Ethernet & WiFi) por Helcio Wagner da Silva . – p.1/35 Introdução A Arquitetura TCP/IP não define muito bem o que deve haver no Nível de Host/rede. Neste contexto, coube ao IEEE definir padrões que hoje são bastante conhecidos. Internet OSI IEEE 802.1 Enlace Host/rede LLC MAC 802.2 802.3 802.3u 802.3z 802.11 802.16 ... Físico Ethernet Gigabit Ethernet Fast Ethernet Wimax WiFi O Padrão IEEE 802 divide o Nível de Enlace em dois Subníveis. . – p.2/35 Introdução O Controle Lógico de Enlace, ou LLC (Logical Link Control), fornece uma interface única ao Nível de Rede. O Controle de Acesso ao Meio, ou MAC (Medium Access Control), é quem realmente estabelece como a máquina comunica-se através da rede. Uma dos padrões IEEE mais populares (e duradouros) é o 802.3, também conhecido como Ethernet a . a Na verdade, o padrão IEEE 802.3 é ligeiramente diferente da Ethernet original. . – p.3/35 Ethernet (a) Ethernet DIX (DEC, Intel, Xerox) 8 6 6 Preâmbulo 2 0 a 1.500 0 a 46 4 Endereço Endereço de Destino de Origem Tipo Dados Preench. CRC Endereço Endereço de Destino de Origem Tam. Dados Preench. CRC (b) IEEE 802.3 S Preâmbulo o F No padrão Ethernet, o preâmbulo (usado para fins de sincronização) é formado por uma seqüência de 8 B, cada qual obedecendo ao modelo 10101010. No 802.3, a seqüência é diminuída para 7 B, seguidos pelo Byte 10101011, denominado Start of Frame. O campo Tipo (que informa para quem entregar um quadro) foi substituído pelo campo Tamanho no 802.3. . – p.4/35 Endereços Os Endereços de Destino e Origem, também chamados de Endereços MAC, contêm 6 B, cada. Eles são caracteristicamente expressos como pares de números hexadecimais, como 49-BD-D2-C7-56-2A, por exemplo. Os endereços são gravados permanentemente nas placas de rede. . – p.5/35 Tamanhos Máximo e Mínimo O valor máximo para o campo de dados a (1.500 B) foi definido historicamente, com base no custo elevado da RAM na época do projeto da Ethernet. O tamanho mínimo de um quadro b (64 B) foi definido para que um remetente possa descobrir que um quadro transmitido por ele sofreu uma colisão. Caso o quadro não atinja esse tamanho, o campo Preenchimento será então usado. a Esse valor é a MTU percebida pelo Nı́vel de Rede. b Levando-se em conta os campos definidos entre o Endereço de Destino e o Checksum, inclusive os dois. . – p.6/35 CRC & CSMA/CD O campo CRC (Cyclic Redundancy Check) é usado para a detecção a de erros. Redes 802.3 operam com base no protocolo CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection). a Erros não são corrigidos em redes ethernet. . – p.7/35 CSMA/CD: Transmissão Bem-sucedida Quando "A" quer transmitir um quadro para "B", ele inicialmente inspeciona o meio físico, buscando "detectar uma portadora". Se não houver ninguém transmitindo... A B ... ele transmite o quadro para "B" A B . – p.8/35 CSMA/CD: Transmissão Mal-sucedida a A b B A "B" detecta a colisão Início da transmissão A B "B" detecta o meio livre e inicia a transmissão B A B "A" detecta a colisão . – p.9/35 Tratamento de Colisões Quando ocorre uma colisão, as estações executam um algoritmo denominado Recuo Binário Exponencial. Após a colisão, o tempo é dividido em slots discretos, cujo comprimento é igual ao pior tempo de propagação de ida e volta. Depois da primeira colisão, cada estação espera 0 ou 1 slot antes de tentar novamente. Se duas estações escolherem o mesmo número aleatório, elas colidirão novamente. Depois da segunda colisão, cada uma seleciona ao acaso 0, 1 ou 3 slots e aguarda durante esse tempo. . – p.10/35 Tratamento de Colisões Se ocorrer uma terceira colisão, na próxima vez a quantidade de slots que as estações terão que esperar será escolhido ao acaso no intervalo de 0 a 23 − 1. Em geral, após i colisões, é escolhido um número aleatório entre 0 e 2i − 1 slots. Entretanto, após terem sido alcançadas dez colisões, o intervalo de randomização será congelado em 1.023 slots. Após 16 colisões, as tentativas de transmissão são definitivamente abortadas. . – p.11/35 Cabeamento As redes 802.3 acomodam diversos tipos de cabeamento. Nome Cabo Distmax Nós/seg. 10Base5 Coaxial grosso 500 m 100 10Base2 Coaxial fino 185 m 30 10Base-T Par trançado 100 m 1.024 10Base-F Fibra óptica 2.000 m 1.024 Dentre as opções acima, a mais popular é a 10Base-T, na qual as estações se conectam a um hub central. . – p.12/35 Codificação As redes 802.3 não usam uma codificação direta, com 0 volt para representar um bit 0 e 5 volts para representar um bit 1, pois isso gera ambiguidade. Se uma estação enviar uma string 00010000, outras poderão interpretá-la erroneamente como 10000, pois não conseguem discenir entre uma estação inativa (0 volt) e um bit 0 (0 volt). Esse problema pode ser resolvido usando-se, por exemplo, +1 volt para representar um bit 1 e −1 volt para representar um bit 0. Mesmo assim, o receptor pode ter problemas para delinear o início e fim de cada bit. . – p.13/35 Codificação A solução final para estes problemas veio com o uso da Codificação Manchester. 1 0 0 0 0 1 0 1 1 1 1 +1 V 0V Codificação Binária −1 V 0V −1 V Codificação Manchester Os valores alto e baixo para o 802.3 correspondem a ± 0,85 V. . – p.14/35 Colisões & Equipamentos de Interconexão Tipicamente, estações vão sendo adicionadas, uma a uma, em hubs. Hub Domínio de colisão . – p.15/35 Colisões & Equipamentos de Interconexão Hubs podem, inclusive, ser cascateados. Hub Hub Hub Hub Domínio de colisão . – p.16/35 Colisões & Equipamentos de Interconexão Deve-se ter em mente que, neste tipo de configuração, permanece ainda existindo um único Domínio de Colisão. Ou seja, à medida em mais máquinas são adicionadas, maior será a probabilidade da ocorrência de colisões. A solução imediata para este problema de escalabilidade é a utilização de equipamentos chamados switches. Os switches são comutadores que operam no Nível de Enlace, em oposição aos roteadores, que operam no Nível de Rede. . – p.17/35 Colisões & Equipamentos de Interconexão Hub Domínio de colisão Hub Hub Domínio de colisão Domínio de colisão . – p.18/35 Fast Ethernet A Ethernet clássica opera a 10 Mbps. A demanda por maiores taxas fez surgir em 1995 o padrão 802.3u, também conhecido como Fast Ethernet. O formato do quadro, as interfaces e os procedimentos do 802.3 são idênticos ao do 802.3u. O que se fez foi apenas diminuir o tempo de bit, de 100 ns para 10 ns. O padrão Fast Ethernet permite também que duas estações negociem de forma automática a taxa de operação (10 ou 100 Mbps) e o tipo de comunicação (half-duplex ou full-duplex). . – p.19/35 Fast Ethernet - Cabeamento Assim como ocorre com o 802.3, o 802.3u permite vários tipos de cabeamento. Nome Cabo Dmax 100Base-T4 Par trançado 100 m 100Base-TX Par trançado 100 m 100Base-FX Fibra óptica 2.000 m . – p.20/35 Gigabit Ethernet À despeito da Fast Ethernet, a demanda por taxas (ainda) maiores continuava. O resultado foi o surgimento, em 1998, do 802.3z, denominado Gigabit Ethernet. A taxa de operação do 802.3z (1 Gbps) exige a adoção de certas estratégias para que as distâncias usadas pelos padrões anteriores permaneçam em uso. A primeira, Extensão de Portadora, é a inserção e remoção de Bytes em um quadro, estendendo-o a 512 B. A segunda, Rajada de Quadros, é o envio de uma seqüência de quadros em uma única transmissão. . – p.21/35 Gigabit Ethernet - Cabeamento Tipos de cabeamento permitidos: Nome Cabo Dmax 1000Base-SX Fibra óptica 550 m 1000Base-LX Fibra óptica 5.000 m 1000Base-CX 2 pares de STP 25 m 1000Base-T 4 pares de UTP 100 m . – p.22/35 WiFi À despeito do aumento da taxa de transmissão, os proprietários de notebooks sonhavam com conectividade instantânea. Como resposta, surgiram várias propostas, naturalmente incompatíveis entre si. A demanda por padronização levou o IEEE à produção do padrão 802.11, também conhecido como WiFi. Configurações possíveis: Redes com uma estação-base; Redes Ad-hoc. . – p.23/35 Redes com uma estação-base ... rede cabeada Uma estação-base, denominada Ponto de Acesso, define uma célula, também chamada Conjunto Básico de Serviço. . – p.24/35 Redes com uma estação-base Portal Ethernet Estação Base célula Múltiplos Pontos de Acesso podem ser ligados para formar o que é chamado de Sistema de Distribuição. . – p.25/35 Redes Ad-hoc Ad hoc significa, em latim, para isto. Redes Ad hoc não requerem infra-estrutura pré-existente. . – p.26/35 O Problema da Estação Oculta "A" quer transmitir para "B", mas não pode ouvir que "B" está ocupada A B Alcance do rádio de "C" C "C" está transmitindo . – p.27/35 O Problema da Estação Exposta "B" quer transmitir para "C", mas pensa erroneamente que "C" está ocupada Alcance do rádio de "A" A B C "A" está transmitindo . – p.28/35 Modos de Operação Dois modos de operação são permitidos: PCF (Point Coordination Function); DCF (Distributed Coordination Function). No PCF, a estação-base realiza um polling junto às outras estações, perguntando se há quadros a enviar. A estação-base é responsável pelo convite a novas estações e pela gerência de energia das estações. Todas as implementações devem aceitar o DCF, mas o PCF é opcional. Quando se usa o DCF, o 802.11 usa um protocolo chamado CSMA/CA (CSMA with Collision Avoidance). . – p.29/35 CSMA/CA - Detecção de Canal Virtual Request To Send RTS Dados A sentido da transmissão Acknowledgement CTS Cleared To Send ACK B NAV C (No alcance de "A") NAV D (No alcance de "B") Network Allocation Vector . – p.30/35 CSMA/CA - Fragmentação O ambiente ruidoso encoraja a fragmentação de dados. RTS Frag1 Frag2 Frag3 A sentido da transmissão CTS ACK ACK ACK B NAV C (No alcance de "A") NAV D (No alcance de "B") . – p.31/35 Coexistência PCF & DCF (Short InterFrame Spacing) Quadros de controle ou próximo fragmento pode ser enviado aqui SIFS (PCF InterFrame Spacing) Quadros PCF podem ser enviados aqui PIFS (DCF InterFrame Spacing) Quadros DCF podem ser enviados aqui (Extended InterFrame Spacing) DIFS A recuperação de quadros defeituosos é feita aqui EIFS ACK . – p.32/35 Quadros 802.11 Há três classes de quadros em trânsito: dados, controle e gerência. Bytes Bits 2 2 Controle de quadro Duração 2 2 Versão Tipo 6 6 6 2 Endereço Endereço Endereço Seq 1 2 3 4 SubTipo 1 1 1 Para DS De DS MF 1 1 6 0−2312 4 Endereço 3 Dados Checksum 1 Re− Po− petir tência Mais 1 1 W O Versão −→ permite a operação de duas versões do protocolo simultaneamente. Tipo −→ dados, controle ou gerência. Subtipo −→ p.ex., RTS ou CTS. . – p.33/35 Quadros 802.11 MF −→ indica se haverá mais fragmentos Repetir −→ indica uma retransmissão. Potência −→ usado para pôr/retirar a estação no/do estado de espera. Mais −→ indica que a estação tem mais quadros a transmitir. W −→ indica que o corpo do quadro foi criptografado com o algoritmo WEP (Wired Equivalent Privacy). O −→ indica que uma seqüência de quadros com esse bit devem ser processada estritamente em ordem. Duração −→ informa por quanto tempo o quadro e seu reconhecimento ocuparão o canal. Seqüência −→ permite numerar os quadros (12 bits) e seus fragmentos (4 bits). . – p.34/35 Versões do WiFi Níveis superiores LLC MAC 802.11 Infra− vermelho 802.11 FHSS 802.11 DSSS entre 1 e 2 Mbps 802.11a 802.11b 802.11g Nível OFDM HR−DSSS OFDM Físico 54 Mbps na banda ISM de 2,4 GHz 54 Mbps na banda ISM de 5 GHz 54 Mbps na banda ISM de 2,4 GHz . – p.35/35