uma abordagem sobre os padrões de qualidade de

Propaganda
UMA ABORDAGEM SOBRE OS PADRÕES DE
QUALIDADE DE SOFTWARE COM ÊNFASE EM
SISTEMAS PARA WEB
Alan Francisco de Souza¹, Claudete Werner¹
¹Universidade Paranaense (Unipar)
Paranavaí – PR – Brasil
[email protected], [email protected]
Resumo: Este artigo tem por objetivo apresentar algumas das vantagens de se
utilizar padrões de qualidade no desenvolvimento de um sistema
computacional. O artigo cita alguns exemplos de padrões de qualidade
disponíveis no mercado de desenvolvimento de software, dando ênfase ao que
trata do W3C, padrão de qualidade de software para web. É através das
recomendações do W3C que foi possível realizar a validação de um
determinado website e chegar a algumas conclusões, que serão relatados neste
artigo.
1. Introdução
Padrões de software podem se referir a diferentes níveis de abstração no
desenvolvimento de sistemas orientados a objetos. Assim, existem padrões arquiteturais,
em que o nível de abstração é bastante alto, padrões de análise, padrões de projeto,
padrões de código e padrões de qualidade de software. O uso de padrões proporciona um
vocabulário comum para a comunicação entre projetistas, criando abstrações em um nível
superior ao de classes e garantindo uniformidade na estrutura do software
[MALDONADO 2002].
São vários os padrões de qualidade disponíveis hoje no mercado computacional,
mas com o crescimento e a evolução da internet no mundo, as empresas voltam seus
olhares para o desenvolvimento de um produto computacional que descarte a necessidade
de instalações e uso de espaço em disco rígido, para recursos que passam a não utilizar
espaço em excesso e seja utilizado de forma universal e sem a necessidade de instalações.
Com isso nasce a ideia de produção de softwares que funcionem através da web, mas para
que o sucesso deste produto ocorra, é necessário a utilização de padrões de
desenvolvimento e qualidade na produção dos mesmos.
O objetivo deste artigo é o desenvolvimento uma revisão bibliográfica sobre
Padrão de Qualidade de Software. A pesquisa científica apresentará alguns dos padrões
de qualidade disponíveis no mercado, dentre eles o W3C, padrão de desenvolvimento
para web, por ser a tecnologia em vigor e em crescimento na atualidade.
2. Padrões de Qualidade de Software
Com o avanço da tecnologia, as empresas desenvolvedoras de software precisam adaptar
seus produtos computacionais às necessidades de seus clientes e utilizando o que há de
1
novo no mercado computacional. E para que todos os usuários possam ter acesso às novas
tecnologias, é imperativo que tais produtos estejam adequados à suas necessidades
possibilitando sua utilização com alto nível de qualidade. Para isso, foram criados padrões
que medem a qualidade do software, seja ele para o tradicional desktop ou para web.
Segundo Christopher Alexander, cada padrão relata um problema que ocorre
repetidas vezes em nosso ambiente, e então descreve o núcleo das soluções daquele
problema, de tal forma que se pode utilizar essa solução um milhão de vezes, sem nunca
fazê-lo do mesmo modo duas vezes [apud. PRESMAN 2006].
Alguns dos tipos de padrões de qualidade que são utilizados para o
desenvolvimento de software serão, a seguir, brevemente apresentados em uma subseção
individual própria, para melhor compreensão de cada um deles. Esses padrões são o
ISO/IEC 9126, CMM, MPS.BR e o W3C que será explicado em uma seção individual.
2.1 ISO/IEC 9126
Em meados da década de 90, as empresas, que utilizaram na década anterior o TI
(Tecnologia da Informação) em seus processos, apenas para o controle de qualidade de
produto, passaram a utilizar o mesmo em seus processos de negócios buscando desta
forma garantir a qualidade dos mesmos. A ISO/IEC 9126, foi publicada com a finalidade
de garantir a qualidade dos requisitos entre clientes e fornecedores. [SODRE 2006]
Após as revisões e sucessivas melhorias, esta norma sofreu divisões. Cada divisão
corresponde a uma determinada tarefa ou requisito a ser cumprido para que se atinja a
qualidade no produto final. No decorrer do processo são realizados análises de
características que definem o modelo de qualidade a ser utilizado, avaliações cujo
objetivo é identificar as necessidades do usuário e por fim as métricas de avaliação das
características de qualidade do software produzido.
2.2 CMMI
O CMMI (Compability Maturity Model Integration) teve como motivação para o seu
desenvolvimento, o fato do modelo anterior (SW-CMM) não contemplar uma integração
total com a norma ISO/IEC 15504 (modelo Spice). Outro fator foi que o modelo anterior
somente contempla uma forma de representação através dos níveis de maturidade, o que
dá pouca flexibilidade ao modelo e também a necessidade de se unificar os vários
modelos CMM existentes, com a criação de um framework comum. [PIRES 2011]
O CMMI utiliza níveis de maturidade que fornecem uma maneira de prever o
desempenho futuro de uma organização dentro de uma dada disciplina ou conjunto de
disciplinas. Os níveis de maturidade estabilizam uma parte importante na organização dos
processos.
2.3 MPS.BR
O MPS.BR é um programa que visa melhorar o Processo do Software Brasileiro. Ele
busca atingir a qualidade e avaliação de processo de software, visando, preferencialmente,
2
as micro, pequenas e médias empresas, de forma a atender as suas necessidades de
negócio e ser reconhecido nacional e internacionalmente como um modelo aplicável à
indústria de software. Este programa estabelece métodos de avaliação, o qual dá
sustentação e garante que o MPS.BR está sendo empregado de forma correta com relação
a suas definições. [SOFTEX 2006]
O MPS.BR utiliza três componentes como método de avaliação de qualidade
(MR-MPS, MA-MPS, MN-MPS). Cada um com características específicas que são:
definir os níveis de maturidade do processo e dos atributos do processo; disponibilizar os
requisitos de avaliação aos avaliadores das empresas produtoras; e por fim, descrever as
regras de negócio necessárias para a implementação do sistema.
3. World Wide Web Consortium: W3C
O World Wide Web Consortium, mais conhecido como W3C tem como principal objetivo
levar a web ao seu potencial máximo, desenvolvendo protocolos e diretrizes que garantam
seu crescimento a longo prazo, através do desenvolvimento de produtos com alta
qualidade. O W3C, que é uma organização de padrões Web, foi fundado por Tim BernersLee.
Como objetivo principal e missão, o W3C Brasil vê a necessidade de disseminar
a cultura e a implementação de padrões para o desenvolvimento pleno da Web a longo
prazo, pois somente desta forma as aplicações Web terão suas informações e vida útil
prolongadas. Como o propósito do W3C Brasil, é divulgar suas especificações, suas
regras, seus objetivos e seus padrões, o Escritório oferece cursos aos seus filiados
brasileiros e parceiros interlocutores. Alguns dos cursos que o W3C oferece são os de
Web Design, onde estão centrados as especificações de HTML, CSS e Acessibilidade.
Também são disponibilizados curso sobre Web semântica, Dados abertos e Ontologia.
A seguir será apresentado as recomendações de desenvolvimento de software do
padrão W3C.
3.1 As Recomendações do W3C
São várias as recomendações do W3C para o desenvolvimento de softwares para web,
cujo o principal objetivo é se obter qualidade nesses produtos, dentre eles estão o HTML,
XML e CSS, além das recomendações de acessibilidade e de semântica.
O HTML é baseado no conceito Hipertexto, que são conjuntos de elementos (ou
nós) ligados por conexões. Os elementos que constituem o HTML podem ser imagens,
texto, vídeos, áudios, documentos e etc.
O XML possibilita a troca de dados na Internet, além de representar dados
semiestruturados, que nada mais é do que uma representação “sem esquema” ou “auto
descritivas”. O XML é que possibilita às páginas da Internet apresentarem estruturas
semânticas, que também é um fator muito importante no desenvolvimento de softwares
para web na atualidade.
O CSS é uma linguagem de aplicação de estilos para a aparência das páginas.
Através desta linguagem torna-se mais fácil diferenciar o que é estrutura e o que é
3
aparência e formatação e desta forma realizar eventuais alterações no código fonte da
página sem o risco de apagar ou modificar o que não se deve.
3.2 Acessibilidade
O W3C além de se ater com a qualidade dos produtos computacionais, preocupa-se,
principalmente, com a acessibilidade, que é um dos pontos mais importantes e essenciais
na construção de uma aplicação para web, pois através da acessibilidade a inclusão dos
usuários com o meio tecnológico se torna mais fácil. Por esse motivo o W3C possui
recomendações de acessibilidade para conteúdo web 2.0. O W3C disponibiliza o WCAG
(Web Content Accessibility Guidelines) que são as Diretrizes de Acessibilidade ao
conteúdo web. O WCAG 2.0 é a versão em vigor e explica como produzir conteúdo para
Web que seja acessível às pessoas portadoras de necessidades especiais [W3C Brasil
2013].
4. Validação de Website às Recomendações do W3C
A Figura 1 apresenta um exemplo de um website submetido a validação de
XHTML pela aplicação Markup Validator Service da W3C. Verifica-se que o mesmo não
foi possível ser validado pela grande quantidade de erros na aplicação dos atributos
requeridos, bem como, por não ter sido utilizado um padrão de qualidade.
Figura 1 - Exemplo de validação de WebSite (site utilizado: www.baladasebabados.com.br)
No momento da validação, verifica-se que o resultado encontrado foi de sessenta
e quatro erros de utilização de elementos no WebSite e outros três erros de alerta.
É importante ressaltar que a validação é baseada nas recomendações do W3C. Foi
possível notar durante a busca de websites para a análise, que o desenvolvedor deu pouca
importância ao visual do website, se atendo a conceder informações em forma de texto e
imagens ao usuário. A falta de organização na informações e o excesso de imagens, nos
leva a concluir que em momento algum houve a preocupação em se utilizar recursos de
acessibilidade e a usabilidade na página, o que consequentemente, levou ao resultado
encontrado após a submissão à validação.
4
5. Metodologia
Para este artigo foram utilizadas revisões bibliográficas de livros disponíveis sobre o
assunto, além de pesquisa em artigos científicos disponíveis na internet em alguns sites
em que apresentam o assunto em questão.
6. Conclusão
Através da revisão bibliográfica realizada é possível observar a importância da utilização
de padrões de qualidade no desenvolvimento de um sistema computacional,
indiferentemente da plataforma a qual será aplicada.
A necessidade do usuário em se obter um produto prático, de fácil acesso, rápido
e de interface amigável cresce aceleradamente de forma surpreendente. Através dos
conceitos, métodos de produção e avaliações de qualidade disponibilizados pelos padrões
é possível afirmar que a utilização dos mesmo torna o processo de produção mais ágil e
muitas vezes minimiza as chances de se chegar a um resultado negativo, ou seja, o
desenvolvimento de um software mal sucedido.
O uso de métodos, ferramentas e mecanismos que utilizam a acessibilidade e as
recomendações do padrão de qualidade para web, torna a experiência do usuário com o
website produzido com essas tecnologias, mais prática e agradável, além de proporcionar
ao desenvolvedor um reconhecimento a mais de suas competências.
O resultado desta pesquisa nos traz o conhecimento, que nos leva a realizar uma
análise de um website e identificar se o mesmo traz total satisfação aos usuários que dele
utilizar e se o mesmo garante a usabilidade e torna acessível os recursos que estão
disponíveis pela página.
Este artigo abordou as informações gerais sobre padrões de qualidade. E como
padrão em análise o de desenvolvimento para web, além de apresentar um exemplo da
validação das recomendações do padrão W3C.
7. Referências
MALDONADO, J. C.; BRAGA, R. T. V.; GERMANO, F. S. R.; MASIERO, P. C.
Padrões e Frameworks de Software, Instituto de Ciências Matemáticas e de
Computação da Universidade de São Paulo, ICMC/USP, São Paulo, SP, Brasil, 2002.
PIRES, Aldo, MSc. CMM (Capability Maturity Model): Conceitos Básicos e
Implementação, 2011;
PRESMAN, Roger S.; Engenharia de Software, 2006.
SODRE, Cibele Cristina P., NORMA ISSO/IEC 9126: Avaliação de Qualidade de
Produtos de Software, Universidade Estadual de Londrina, 2006;
SOFTEX, MPS.BR – Melhoria de Processo do Software Brasileiro (Guia Geral,
versão 1.1), 2006;
W3C
Brasil,
Conhecendo
o
W3C,
<disponível
http://www.w3c.br/Sobre/ConhecendoW3C> acesso em: 31/03/2013
em:
5
Download