Geografia de Santa catarina POSIÇÃO GEOGRÁFICA O estado de Santa Catarina localiza-se no Sul juntamente com os estados do Paraná e Rio Grande do Sul, formando a Região Sul do Brasil. Santa Catarina é o menor Estado da Região Sul e ainda assim tem extensão territorial quase equivalente ade países como Áustria, Hungria e Portugal. A faixa litorânea catarinense, com 561,4 km, favorece o desenvolvimento da pesca e constitui inigualável potencial turístico além de possuir bases portuárias de excelente localização. FORMA E SUPERFÍCIE: O território catarinense assemelha-se à forma de triângulo com base voltada para o leste. É considerado um estado pequeno, pois ocupa apenas 1,13% da área territorial brasileira e 16,57% da Região Sul com 95 318,30 km². A linha litorânea inicia-se na foz do Rio Saí-Guaçu, na divisa com o estado do Paraná, seguindo até a foz do Mampituba, na divisa com o estado do Rio Grande do Sul. A costa catarinense corresponde a 7% do litoral brasileiro. LIMITES E DIMENSÕES: O estado de Santa Catarina limita-se ao norte com o Paraná, tendo 754 km de fronteiras desde as nascentes do rio Peperi-Guaçu até a foz do SaíGuaçu no Oceano Atlântico. Ao sul, com o estado do Rio Grande do Sul, apresenta 958 km de fronteiras desde a foz do rio Mampituba até a confluência do Rio Peperi-Guaçu com o rio Uruguai. A leste com o Oceano Atlântico e a oeste com a Argentina, tendo 246 km de fronteiras iniciando na foz do Rio Peperi-Guaçu, no Uruguai. CAPITAL ADMINISTRATIVA: O Estado possui 293 municípios. Sua capital administrativa, a cidade de Florianópolis, é uma ilha e está unida a continente por três pontes, a mais antiga (Hercílio Luz) foi interditada por seu olhal estar afetado pela corrosão e desgaste, as outras são a Colombo Sales e a Pedro Ivo Campos. Florianópolis está situada em rica região agrícola, industrial, comercial, e importante centro cultural, contando com duas instituições públicas de ensino superior: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), fundada em 1960, e Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), fundada em 1966. POPULAÇÃO Os aspectos demográficos têm sido alvo de preocupação dos responsáveis pelo poder público. À medida que a população vai sofrendo transformações quantitativas e qualitativas, os aspectos socioeconômicos da sociedade também se modificam. Para planejar o atendimento de novas necessidades, o poder público e a iniciativa privada recorrem, inicialmente, aos métodos de análise demográfica. Os resultados da análise demográfica são indicadores que permitem tomar medidas de ordem prática. Os dados demográficos são coletados pelo recenseamento geral, efetuado a cada dez anos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística — IBGE. De acordo com os últimos estudos, Santa Catarina possui média de 5 349 580 habitantes com 49,8% de homens e 50,2% de mulheres. Nota-se, portanto, equilíbrio entre a população masculina e feminina. A população está distribuída de forma irregular pelo território, apresentando, em algumas regiões, fortes concentrações populacionais como consequência dos diferentes estágios de desenvolvimento econômico, dos aspectos físicos e dos fatores históricos. Em Joinville, Blumenau, Florianópolis, Criciúma e Chapecó encontramse as maiores concentrações populacionais do Estado. Densidade demográfica: Santa Catarina apresenta densidade demográfica de 56,12 hab/km². Entretanto, este valor não corresponde à realidade catarinense em virtude da população estar distribuída de forma desigual por seu território. As maiores densidades demográficas estão no litoral e nas regiões economicamente mais desenvolvidas. O crescimento populacional em 2000 registrou o percentual de 1,9% ao ano. Os maiores municípios populacionais do Estado são: Joinville, Florianópolis, Blumenau, Criciúma e São José; os menores, Lageado Grande, Santiago do Sul e Tigrinhos. População rural e urbana: O processo de industrialização atraiu para as aglomerações de caráter urbano grande número de pessoas oriundas do campo ou de cidades menores, gerando o fenômeno da urbanização. Em Santa Catarina 79,2% da população (4.197.287 habitantes) vivem no meio urbano e 20,8% (1.135.997 habitantes) encontram-se no meio rural. Fatores que aumentaram a população urbana: — mecanização das atividades agrárias e consequentemente liberação de mão-de-obra; — decadência econômica de propriedades rurais acarretando “fuga dos campos”; — ampliação do mercado de trabalho (serviços) em áreas urbanas, atraindo a população rural; — atração pelos salários, em geral, mais elevados nas cidades; — redução das áreas novas de ocupação agrícola; — suposição de maiores oportunidades de emprego e condições de vida cultural nas cidades; — falta de incentivo à população rural REGIONALIZAÇÃO A diversidade geográfica e humana de Santa Catarina é surpreendente para um território de apenas 95,4 mil km², o menor Estado do Sul do Brasil. Uma viagem de poucas horas de carro é suficiente para experimentar mudanças radicais no clima, na paisagem, nos sotaques e culturas. O Estado é dividido em oito principais regiões: Litoral, Nordeste, Planalto Norte, Vale do Itajaí, Planalto Serrano, Sul, Meio-oeste e Oeste. Santa Catarina fica no centro geográfico das regiões de maior desempenho econômico do país, Sul e Sudeste, e em uma posição estratégica no Mercosul. O Estado faz fronteira com o Paraná (ao Norte), Rio Grande do Sul (ao Sul), Oceano Atlântico (Leste) e Argentina (Oeste). O horário é o de Brasilía (DF). Uma vez por ano – geralmente entre outubro e fevereiro – adotase o horário de verão, quando os relógios são adiantados uma hora para poupar energia. O clima subtropical úmido, predominante em SC, proporciona temperaturas agradáveis, que variam de 13 a 25° C, com chuvas distribuídas durante todo o ano. Ao contrário da maior parte do território brasileiro, aqui as quatro estações são bem definidas. Os verões são quentes e ensolarados. E no inverno, a região do Planalto Serrano, com altitudes que atingem 1.820 metros, é onde há a maior ocorrência de neve no Brasil. A vegetação é variada, sendo encontrados mangues, restingas, praias, dunas e mata Atlântica. O Estado tem 295 municípios e a Capital é Florianópolis. Entre as maiores cidades, destacam-se Joinville, Blumenau, Itajaí, Balneário Camboriú, Chapecó, Criciúma, Lages e Jaraguá do Sul. Santa Catarina está dividida em seis mesorregiões que está subdividida em vinte microrregiões. As mesorregiões são: 1. Grande Florianópolis (leste); 2. Norte Catarinense; 3. Oeste Catarinense; 4. Serrana (planalto); 5. Sul Catarinense; 6. Vale do Itajaí. As microrregiões são: 1. Araranguá;2. Blumenau; 3. Campos de Lages; 4. Canoinhas; 5. Chapecó; 6. Concórdia; 7. Criciúma; 8. Curitibanos; 9. Florianópolis; 10. Itajaí; 11. Ituporanga; 12.Joaçaba; 13. Joinville; 14. Rio do Sul; 15. São Bento do Sul; 16. São Miguel do Oeste; 17. Tabuleiro; 18. Tijucas; 19. Tubarão; 20.Xanxerê. Em Santa Catarina há oito regiões metropolitanas, que são: 1. Região Metropolitana Carbonífera: criada pela Lei Complementar Estadual N° 381 e reinstituída pela Lei Complementar Estadual n° 495 de 2010, reúne sete municípios do chamado Núcleo Metropolitano e três municípios da denominada Área de Expansão Carbonífera. Os municípios da Área de Expansão Carbonífera são: Lauro Müller, Treviso e Urussanga. Os municípios do Núcleo Metropolitano são: Cocal do Sul, Criciúma, Forquilhinha, Içara, Morro da Fumaça, Nova Veneza e Siderópolis. 2. Região Metropolitana de Florianópolis –criada pela Lei Complementar Estadual N° 162 de 1998, foi extinta pela Lei Complementar Estadual n° 381 de 2007 e reinstituída pela Lei Complementar Estadual n° 495 de 2010. Tendo como sede a cidade de Florianópolis, capital do estado, essa região metropolitana possui uma área de 7.114,101 km² e, segundo o censo do IBGE (2010) a população é de 1.012.831 habitantes. Os municípios que compõem essa região metropolitana são: Florianópolis, São José, Palhoça, Biguaçu, Santo Amaro da Imperatriz, Governador Celso Ramos, Antônio Carlos, Águas Mornas e São Pedro de Alcântara. 3. Região Metropolitana de Chapecó –criada pela Lei Complementar Estadual N° 377, de 4 de abril de 2007, é composta pelo Núcleo Metropolitano (que reúne dezesseis municípios) e pela Área de Expansão Metropolitana (que reúne nove municípios). Os municípios que compõem o Núcleo Metropolitano são: Chapecó, Xanxerê, Xaxim, Arvoredo, Paial, Seara, Guatambu, Planalto Alegre, Nova Itaberaba, Coronel Freitas, Pinhalzinho, Águas Frias, Nova Erechim, Águas de Chapecó, Saudades e São Carlos. A Área de Expansão Metropolitana é formada pelos seguintes municípios: Itá, Xavantina, Faxinal dos Guedes, Marema, Quilombo, União do Oeste, Caxambu do Sul, Palmitos e Cunhataí. De acordo com o censo do IBGE (2010), a população dessa região metropolitana é de 403.408 habitantes distribuídos por uma área de 4.938,15 km². 4. Região Metropolitana do Vale do Itajaí –criada pela Lei Complementar Estadual N° 162 de 1998, foi extinta pela Lei Complementar Estadual N° 381 de 2007 e restituída pela Lei Complementar Estadual N° 495 de 2010. O Núcleo Metropolitano é composto pelos seguintes municípios: Blumenau, Gaspar, Indaial, Pomerode e Timbó. A Área de Expansão Metropolitana é composta por: Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Botuverá, Brusque, Doutor Pedrinho, Guabiruba, Ilhota, Luiz Alves, Rio dos Cedros e Rodeio. Essa região metropolitana possui uma área de 5.006,417 km² e, segundo o censo do IBGE (2010), conta com uma população de 689.909 habitantes. 5. Região Metropolitana Foz do Rio Itajaí –criada pela Lei Complementar Estadual Nº 221 de 2002, foi extinta pela Lei Complementar Estadual Nº 381 de 2007 e reinstituída pela Lei Complementar Estadual Nº 495 de 2010. O Núcleo Metropolitano é composto por cinco municípios: Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Navegantes e Penha. A Área de Expansão Metropolitana é composta por quatro municípios: Bombinhas, Itapema, Balneário Piçarras e Porto Belo. Essa região metropolitana possui uma área de 906,761 km² e, de acordo com o censo do IBGE (2010), sua população é de 515.756 habitantes. As principais atividades econômicas da região apoiam-se no comércio sustentado pelo turismo. Nessa região, o fluxo de turistas pode superar a marca de 1,5 milhão, alcançada na alta temporada do verão, principalmente no município de Balneário Camboriú. Outra principal atividade é a construção civil, que alavanca o setor imobiliário da região. 6. Região Metropolitana do Norte/Nordeste Catarinense –criada pela Lei Complementar Estadual Nº 162 de 1998, foi extinta pela Lei Complementar Estadual Nº 381 de 2007 e reinstituída pela Lei Complementar Estadual Nº 495 de 2010. Tem como sede a cidade de Joinville. O Núcleo Metropolitano é composto por Joinville e Araraqui e a Área de Expansão Metropolitana é composta por: Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Campo Alegre, Corupá, Garuva, Guaramirim, Itaiópolis, Itapoá, Jaraguá do Sul, Mafra, Massaranduba, Monte Castelo, Papanduva, Rio Negrinho, São Bento do Sul, São Francisco do Sul, São João do Itaperiú e Schroedér. Essa região metropolitana possui uma área de 10.830,62 km² e, de acordo com o censo do IBGE (2010), possui uma população de 1.094.570 habitantes, sendo a região metropolitana de Santa Catarina com a maior concentração industrial. 7. Região Metropolitana de Lages –criada pela Lei Complementar Estadual Nº 495 de 2010, seu Núcleo Metropolitano é composto pelos municípios de Lages e Correia Pinto, e sua Área de Expansão Metropolitana é integrada pelos seguintes municípios: Anita Garibaldi, Bocaina do Sul, Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Otacílio Costa, Painel, Palmeira, Ponte Alta, São José do Cerrito, Curitibanos, Frei Rogério, Ponte Alta do Norte, Santa Cecília, São Cristóvão do Sul, São Joaquim, Bom Jardim da Serra, Bom Retiro, Rio Rufino, Urubici e Urupema. A área dessa região metropolitana é de 19.090,739 km² e sua população de 350.607 habitantes (IBGE – 2010). 8. Região Metropolitana de Tubarão –criada pela Lei Complementar Estadual Nº 221 de 2002, foi extinta pela Lei Complementar Estadual Nº 381 de 2007 e reinstituída pela Lei Complementar Estadual Nº 495 de 2010. A Lei Complementar Estadual Nº 381 de 7 de maio de 2007, dispõe sobre o modelo de gestão e a estrutura organizacional da Administração Pública Estadual, altera a estrutura organizacional da Administração do Estado de Santa Catarina e define a criação das Secretarias de Estado do Desenvolvimento Regional. Desta forma, Tubarão passa a ser a sede de uma Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional, com abrangência dos municípios de Capivari de Baixo, Gravatal, Jaguaruna, Pedras Grandes, Sangão, Treze de Maio e Tubarão. A área dessa região metropolitana é de 4.542,988 km² e, segundo o censo do IBGE (2010), sua população é de 356.790 habitantes. O Núcleo urbano é composto pelos municípios de: Capivari de Baixo, Gravatal e Tubarão. A Área de Expansão Metropolitana é composta pelos seguintes municípios: Armazém, Braço do Norte, Grão Pará, Imaruí, Imbituba, Jaguaruna, Laguna, Orleans, Pedras Grandes, Rio Fortuna, Sangão, Santa Rosa de Lima, São Ludgero, São Martinho e Treze de Maio. ECONOMIA A economia catarinense se baseia na indústria (principalmente na agroindústria, têxtil, cerâmica e metal-mecânica), no extrativismo (minérios) e na pecuária. O estado de Santa Catarina é o maior exportador de frango e de carne suína do Brasil, sendo que a Brasil Foods, a maior empresa de alimentos do país, é catarinense. Entre as indústrias, sedia um dos maiores fabricantes de motores elétricos do mundo, a Weg (que se localiza em Jaraguá do Sul), um dos maiores fabricantes de motores elétricos, a Embraco (em Joinville), e também a maior fundição da América Latina, a Tupy (também em Joinville). Possuem grande expressividade as indústrias de eletrodomésticos (e metal mecânica em geral) no norte do Estado, com marcas de projeção nacional como a Consul e a Brastemp (ambas localizadas em Joinville). AGRICULTURA, PECUÁRIA E PESCA O principal produto agrícola de Santa Catarina é o milho, cultivado no planalto basáltico, que fornece ração para a criação de suínos. Seguem-se a soja, o fumo, a mandioca, o feijão, o arroz (cultivado com irrigação nas várzeas da baixada litorânea e do Vale do Itajaí), a banana e a batata-inglesa. O estado é também um importante produtor de alho, cebola, tomate, trigo, maçã, aveia, cevada e uva. A criação de bovinos se faz principalmente em campo natural, de maneira extensiva, e nas áreas florestais, em menor escala, com os animais submetidos a semi-estabulação. Nas áreas em que a agricultura é a atividade predominante, a criação se volta para os suínos, sobretudo no planalto basáltico, onde a produção de milho assegura ração adequada aos animais. A suinocultura experimentou grande progresso no estado, em virtude do desenvolvimento dos frigoríficos especializados no processamento de carne de porco, como a Seara, a Perdigão, a Sadia e a Aurora Alimentos. Houve ainda uma grande expansão na criação de aves. As matrizes dos principais frigoríficos do país se concentram no meio-oeste e oeste do estado. Santa Catarina é um dos maiores produtores de suínos do Brasil. A pesca desempenha um importante papel na economia catarinense. O Estado é um dos maiores produtores de pescado e crustáceos do Brasil. A atividade, que remonta à origem açoriana da população, desenvolve-se sobretudo em Florianópolis, Navegantes e Itajaí. EXTRATIVISMO As riquezas vegetais e minerais concorrem decisivamente para o progresso produtivo do estado. Entre as primeiras destacam-se as reservas florestais, representada especialmente pelos pinheirais, apesar de sua intensa exploração, e os ervais, que permitem ao estado manter-se como grande produtor de erva-mate. O estado de Santa Catarina é um dos maiores produtores de papel e celulose do Brasil. No extrativismo mineral, as ocorrências de carvão, principalmente nas áreas da baixada litorânea (Urussanga, Criciúma, Lauro Müller e Tubarão), representam fator importante para o desenvolvimento econômico regional. As condições de exploração do carvão mineral têm apresentado sensível melhoria, do ponto de vista técnico e dos equipamentos empregados. Santa Catarina possui ainda as maiores reservas brasileiras de fluorita e silex. Outros recursos minerais disponíveis são os depósitos de quartzo e grande ocorrências de argila cerâmica, bauxita e pedras semipreciosas, além de petróleo e gás natural na plataforma continental. INDÚSTRIA Os principais centros industriais de Santa Catarina são Joinville e Blumenau. O primeiro tem caráter diversificado, com fábrica de tecidos, produtos alimentícios, fundições e indústria mecânica. Blumenau concentra sua atividade na indústria têxtil, metal-mecânica e na de softwares, além da recente eclosão de cervejarias artesanais. No interior do estado, ocorrem numerosos centros fabris de pequeno porte, ligados tanto à industrialização de madeira quanto ao beneficiamento de produtos agrícolas e pastoris. O nordeste do estado (eixo Joinville-Jaraguá do Sul) se destaca na produção de motocompressores, autopeças, refrigeradores, motores e componentes elétricos, máquinas industriais, tubos e conexões. No sul do estado (incluindo as cidades de Imbituba, Tubarão, Criciúma, Cocal do Sul, Içara e Urussanga), concentram-se as principais fábricas de cerâmica de revestimento do Brasil. O estado de Santa Catarina lidera a produção de louças e cristais no Brasil. TURISMO A imensa quantidade de paisagens e atrativos naturais promove, de forma significativa, o desenvolvimento do turismo no Estado. Além de oferecer ao visitante a oportunidade de conhecer a arquitetura e os costumes herdados dos imigrantes europeus. Em suma, essa atividade assume um papel fundamental na receita do Estado. 6 Geografia de Santa Catarina Quadro natural 7 Clima Santa Catarina possui clima subtropical. Este tipo climático ocorre em virtude da latitude, entre os paralelos 25° e 29° S, numa área de transição entre a zona tropical e a temperada. Os sistemas atmosféricos que atuam na Região Sul do Brasil são controlados pela ação das massas de ar intertropicais (quentes) e polares (frias). As massas polares são responsáveis pelo caráter mesotérmico desse clima. Essas condições do tempo dependem da atuação da massa tropical atlântica (mTa) e da massa polar atlântica (mPa). A mTa atua o ano inteiro, principalmente na primavera e no verão. A mPa é responsável pela boa distribuição das chuvas durante o ano. A mTa, originária do anticiclone semifixo do Atlântico, caracteriza-se por ventos do quadrante norte e apresenta elevadas temperaturas e forte umidade. A mPa, originária da zona subantártica, caracteriza-se por ventos do quadrante sul e por temperaturas baixas. O encontro da mPa com a mTa forma a frente polar atlântica (fPa), resultando na ocorrência de chuvas com a passagem da fPa em direção ao norte. Após o afastamento dessa frente, o tempo torna-se estável, com temperaturas baixas. Outros fatores também contribuem para a composição da dinâmica climática catarinense, como altitude, continentalidade, disposição do relevo e maritimidade. CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA Segundo a classificação de Thornthwaite, Santa Catarina caracteriza-se pelo clima mesotérmico, com precipitação distribuída o ano todo. A disposição do Estado na região temperada úmida ocasiona bom nível de pluviosidade. A região oeste e em torno de Joinvile são áreas superúmidas. Por meio da classificação de Köppen, Santa Catarina enquadra-se nos climas do grupo C (mesotérmico), uma vez que as temperaturas médias do mês mais frio variam de 3° a 18°C. Pertence ao grupo f, sem estação seca definida. Nesse grupo é possível distinguir dois subtipos: verão quente (a) e verão fresco (b). Segundo o mapa climático de Köppen, predominam no Estado os climas Cfa — verão quente e Cfb — verão fresco. CHUVAS E UMIDADE ATMOSFÉRICA Pluviosidade: a pluviosidade está bem-distribuída no território catarinense em virtude das atuações do relevo, da mPa e da mTa, que, por suas constâncias, fazem com que não haja estação chuvosa nem estação seca. A distribuição espacial do total anual de precipitação no Estado revela que a isoieta (linha num mapa que liga pontos do globo terrestre onde a média das precipitações pluviais é igual durante certo período de tempo) de maior valor aparece no 0este e a de menor valor, no sul. A amplitude pluviométrica no Estado é de 1.154 mm, diferença entre a estação de Xanxerê (2.373 mm), no oeste, e a de Araranguá (1.219 mm), no litoral. Umidade relativa do ar: os valores médios da umidade relativa no Estado variam entre 73,4% e 85%, tendo assim amplitude de 11,6%. Na distribuição espacial da isoígra (linha que liga pontos com a mesma umidade relativa do ar), o extremo oeste catarinense registra valores médios de 75%; o oeste e o planalto assinalam 80%, havendo aumento em direção ao litoral com 85%. De modo geral, a isoígra decresce do litoral para o interior. As quatro estações em Santa Catarina: uma das características do clima subtropical, “as quatro estações”, sempre gerou confusão. Comumente, elas são denominadas “bem-definidas”, o que não corresponde à realidade. Observamos claramente, pelas temperaturas, o inverno e o verão. A primavera e o outono passam despercebidos. As chuvas ocorrem o ano todo e as frentes, também. Geografia de Santa Catarina Quadro natural 8 Geografia de Santa Catarina Quadro natural 9 GEOLOGIA A geologia catarinense oscila de rochas vulcânicas a sedimentares e classifica-se em cinco grandes domínios: embasamento cristalino, coberturas vulcano—sedimentares O fenômeno El Niño atua sobre o estado de Santa Catarina provocando aumento na pluviosidade e invernos mais amenos. Em 1982—1983 o fenômeno ocasionou grandes enchentes no Vale do Itajaí, Planalto Norte e Sul do Estado. No ano de 1997, embora se tenha registrado o pior El Niño desde o meio do século, o Estado ficou em alerta para enchentes de grandes proporções. Felizmente elas não ocorreram, salvo casos isolados. A pluviosidade foi maior que o padrão normal, mas não de forma concentrada, desfavorecendo maiores inundações. Com menor intensidade que El Niño, no final de 1998, o Estado passou a ter sua dinâmica atmosférica perturbada por La Niña. Durante 1999 houve agravamento das condições impostas por La Niña, rigoroso inverno e redução dos níveis pluviométricos sobre Santa Catarina, em especial no interior. 1. O estado de Santa Catarina apresenta grande variação climática durante um mesmo período. Explique como e por que essas variações de tempo acontecem. 2. Pesquise, em jornais, livros, revistas e na internet o fenômeno El Niño e de que maneira o fenômeno interferiu no clima de sua cidade. Relevo Santa Catarina apresenta relevo bastante acidentado, com formações de depressão, planaltos, planícies e serras. As terras baixas (depressão e planície) situam-se na porção oriental, em vales fluviais e região costeira. O conjunto das terras altas compreende o divisor de águas e a parte interiorana do Estado. Jornal de Santa Catarina, 31 mar. 2002. (Adaptado) (Eopaleozóicas), cobertura sedimentar gonduânica, rochas efusivas (formação da Serra Geral) e cobertura sedimentar quaternária. Embasamento cristalino Ocupando o espaço da Serra do Mar e serras do leste catarinense, o embasamento cristalino constituise de um conjunto de rochas antigas e resistentes. Destacam-se as formações de gnaisses, xistos e granitos. Coberturas vulcano — sedimentares (Eopaleozóicas) Conjunto de rochas pouco dobradas e fracamente afetadas pelo metamorfismo. Destacam-se os arenitos e conglomerados entremeados por rochas vulcânicas ex- trusivas (basalto). Aparecem nas regiões de Campo Alegre, Corupá, Itajaí, Cambirela e Ilha de Santa Catarina. Cobertura sedimentar gonduânica Surge no final da vertente oriental da Serra do Mar e serras do leste catarinense até o meio-oeste, sendo um conjunto de depósitos sedimentares variado. Destacam-se na cobertura sedimentar gonduânica as formações carboníferas, calcárias, argilosas e pirobetuminosas. Rochas efusivas (formação da Serra Geral) Sob essa designação são descritas as rochas vulcânicas efusivas (ou extrusivas) da Bacia do Paraná, representadas por uma sucessão de derrames que cobrem quase 50% da superfície do estado de Santa Cata- rina na porção interiorana. Cobertura sedimentar quaternária Junto ao litoral, os sedimentos de origem marinha, aluvial, lacustre e encostas, apresentam-se inconsolidados ou fracamente consolidados, sendo areias, argilas e conglomerados. Orientação ao professor — Cite fatores como altitude, continentalidade, disposição do relevo, maritimidade, massas de ar que atuam no Estado e propiciam as variações climáticas. Também é impor tante ressaltar o fenômeno El Niño que interfere no clima de Santa Catarina. A critério do aluno. MENU PRINCIPAL Geografia de Santa Catarina Quadro natural 8 Geografia de Santa Catarina Quadro natural 9 ALTIMETRIA O plano altimétrico varia entre zero e 1 600 metros de altitude, existindo raros pontos acima de 1 800 m. Estabelecidas as faixas, a altimetria catarinense assim se representa: — Faixa de 0 a 200 m: no litoral e pequeno trecho no extremo oeste. — Faixa de 200 a 400 m: transição entre as terras baixas do litoral e as serras Geral e do Mar. Sua presença também é notada nos afluentes do Rio Uruguai e compreende a menor porção alti- métrica catarinense. — Faixa de 400 a 800 m: com cota média de 600 m, esta faixa abriga as serras litorâneas e planaltos ocidentais. — Faixa de 800 a 1 200 m: a maior parte da Serra do Mar e dos planaltos interioranos, esta faixa corresponde à maior parcela do território catarinense. PONTOS CULMINANTES Existem divergências quanto ao ponto culminante de Santa Catarina. A indicação do Morro da Boa Vista (entre os municípios de Bom Retiro e Urubici) aparece no Atlas Geográfico de Santa Catarina, mas é uma cota não comprovada. Das indicações a seguir, somente o Morro Bela Vista e do Quiriri têm cota comprovada. Daí, encontrarem-se outras indicações nas bibliografias sobre o Estado. — Morro da Boa Vista: 1 827 m (Serra Geral) — Morro Bela Vista: 1 823,49 m (Serra Geral) — Morro da Igreja: 1 822 m (Serra Geral) — Morro Campo dos Padres: 1 790 m (Serra Geral) — Morro do Quiriri: 1 430,66 m (Serra do Mar) UNIDADES DE RELEVO Planícies costeiras Correspondem à estreita faixa situada na porção mais oriental do Estado, junto ao Oceano Atlântico, onde existem inúmeras praias arenosas e dunas, que evidenciam a predominância As costas altimétricas mais elevadas encontram-se na porção leste da unidade, ultrapassando 1 200 m, nas proximidades da cuesta da Serra Ge- ral; as menores, no Planalto de Chapecó, atingindo 600 m. Serra Geral É formada pelas escarpas do Planalto dos Campos Gerais, com desníveis acentuados de até 1 000 m. A direção geral deste escarpamento é N—S, porém, a direção NNE—SSW, a mais freqüente, corresponde à Serra do Rio do Rasto. As formas de relevo abruptas apresentam vales fluviais com aprofundamentos superiores a 500 m em suas nascentes, formando verdadeiros cânions. Patamares da Serra Geral Aparecem como faixa estreita e descontínua no extremo sul de Santa Catarina e representam testemunhos do recuo da linha de escarpa denominada Serra Geral. As formas de relevo alongadas e irre- gulares avançam sobre as planícies costeiras. A alta capacidade erosiva dos principais rios fragmenta a unidade, interrompendo-a em alguns trechos, como ao longo do Vale do Rio Mampituba e de seus afluentes da margem esquerda. Depressão da zona carbonífera catarinense Posicionada no extremo sul de Santa Catarina, esta unidade configura uma faixa alongada na direção N—S. As características de relevo diversificam-se: da cidade de Siderópolis para o norte, predominam as formas colinosas, com vales encaixados e vertentes íngremes; de Siderópolis para o sul, as formas de relevo são côncavo-convexas com vales abertos. Disseminados nesta última área, encontram-se relevos re- siduais de topo plano (mesas), mantidos por rochas mais resistentes, e que fazem parte dos Patamares da Serra Geral. de ações e processos marinhos e eólicos. Nas planícies costeiras também aparecem com freqüência, ao longo do litoral catarinense, penínsulas, ilhas, pontas, pontais, enseadas, baías e lagunas. As altitudes médias registradas situam-se em torno de 10 m, atingindo até 30 m em alguns pontos mais afastados do mar, junto às serras e montanhas. O contato entre as planícies costeiras e esses relevos elevados ocasiona contrastes altimétricos acentuados. Planícies fluviais Equivalem às áreas planas situadas junto aos rios, periodicamente inundadas e freqüentemente utiliza- das para lavouras. Por sua localização particular surgem, ao contrário das demais unidades, de forma descontínua e em pequenas extensões. As mais expressivas localizam-se na divisa do Paraná (rios Iguaçu e Negro), no norte (Bacia do Itapocu), na porção central do território (vários pontos da Bacia do Itajaí), bem como a Unidade de Relevo Planalto de Lages (rios Canoas e João Paulo). Planalto dissecado Rio Iguaçu— Rio Uruguai Sua principal característica é a forte dissecação a que foi submetido o relevo, com vales profundos e encostas em patamares. As maiores altitudes são registradas na borda leste e ultrapassam 1 000 m; para oeste e noroeste, as costas altimétricas decaem para menos de 300 m. Este caimento topográfico caracteriza o relevo da área como planalto monoclinal. Planalto dos Campos Gerais Apresenta-se distribuído em blocos de relevos isolados pelo Planalto dissecado Rio Iguaçu—Rio Uruguai. Os blocos que constituem esta unidade são conhecidos como Planalto de Palmas, Planalto de Capanema, Planalto de Campos Novos e Planalto de Chapecó. Esses blocos estão situados topograficamente acima das áreas circundantes. MENU PRINCIPAL Geografia de Santa Catarina Quadro natural 10 Geografia de Santa Catarina Quadro natural 11 Patamares do alto Rio Itajaí Os patamares distribuem-se em uma faixa de direção geral NW—SE que se estreita para o sul e se caracteriza pela intensa dissecação do relevo e vales estruturais, como o Vale do Itajaí do Norte ou Hercílio. A presença de extensos patamares, alcançando dezenas de quilômetros, e de relevos residuais de topo plano (mesas), limitados por escarpas, é causada por rochas de diferentes resistências à erosão, como os arenitos, mais resistentes, e os fo- lhelhos, menos resistentes. O relevo apresenta contrastes altimétricos. As maiores altitudes (1 220 m) são encontradas na Serra da Boa Vista, localizada no sudoeste. As menores altitudes estão nos vales dos rios. A amplitude altimétrica entre os topos dos morros e os fundos dos vales é imensa. Planalto de Lages Caracteriza-se, em quase toda a sua extensão, como um degrau entre os patamares do alto Rio Itajaí e o Planalto dos Campos Gerais, com exceção da área da nascente do Rio Canoas. O relevo do Planalto de Lages é composto basicamente por formas colinosas, sendo comum a presença de relevos residuais (morros testemunhos), com destaque para o Morro do Tributo que se eleva a 1 200 m de altitude. Nas demais porções do planalto, as cotas altimétricas são em torno de 850 a 900 m. Além das colinas e dos relevos residuais, observa-se também ressaltos topográficos, com a frente voltada geralmente para o sudeste. Patamar de Mafra Localiza-se no extremo norte de Santa Catarina. Apresenta relevo de colinas com pequena amplitude altimétrica, formando superfície regular, quase plana. A cuesta da Serra Geral, que serve de limite em alguns setores entre o Patamar de Mafra e o Planalto dos Campos Gerais, corresponde a um desnível de 300 m normalmente. As altitudes médias são aproximadamente 750 m; as menores cotas são registradas junto ao sopé da cuesta da Serra Geral, em torno dos 650 m. Serra do Mar Constitui-se num prolongamento para o sul da escarpa do Planalto Paulistano. No extremo norte de Santa Catarina, o relevo possui vertentes voltadas para leste e para oeste; a vertente leste (atlântica) é a de maior declividade. Esta unidade apresenta conjunto de cristas e picos, separados por vales profundos, com vertentes de forte declividade. A amplitude altimétrica deve-se à profundidade dos vales, 400 m. Na Serra do Mar se registram as segundas maiores altitudes encontradas em Santa Catarina, 1 500 m em alguns picos. Planalto de São Bento do Sul Pequena parte desse planalto localiza-se no extremo norte de Santa Catarina, entre as unidades Serra do Mar e Patamar de Mafra. Sua maior extensão está no estado do Paraná. O relevo apresenta formas colinosas, posicionando-se, altimetricamente, entre 850 e 900 m. Serras do leste catarinense Estendem-se na direção N—S, desde as proximidades de Joinvile até Laguna. A principal característica do relevo é a seqüência de serras dispostas de forma subparalela. Estas serras apresentam-se, predominantemente, no sentido NE—SW, mais baixas em direção ao litoral, terminando em pontais, penínsulas e ilhas. Nas proximidades da linha de costa, as altitudes são em torno de 100 m, enquanto no limite ocidental da unidade, na área de contato com os patamares do alto Rio Itajaí, atingem 900 m. Nas serras do Tabuleiro e de Anitápolis há as maiores elevações, ultrapassando 1 200 m em algu