resultados dos levantamentos de índices de infestação do vetor da

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órgãos, o óbito pode ocorrer nas primeiras 24 horas
de internação.
A Equipe de Controle Epidemiológico,
responsável pela vigilância epidemiológica desse
agravo desde 1995, observou, no ano de 2004, a
expressiva diminuição na proporção dos casos
confirmados de Leptospirose frente aos investigados
em Porto Alegre. O mesmo ocorreu com o critério de
confirmação laboratorial, responsável por apenas
30% dos casos confirmados, conforme a tabela
abaixo.
Tabela da proporção de casos confirmados de letospirose
através de critério laboratorial, Porto Alegre, 2000 a 2004**
investigados confirmados % dos confirmados laboratorial % clínico epidemiológico
ano
23,65
75
80
15
317
2000
60
80,61
19
2001
79
24,31
98
403
74,35
13,08
39
29
10
298
2002
97,14
17,24
35
34
203*
2003*
1
14,28
9
3
30
63
6
2004(SE 25)
**SE 25
* introduzida a técnica ELISA
A técnica laboratorial de Macroaglutinação
usada pelo LACEN ( Laboratório Central de Saúde
Pública - Secretaria Estadual de Saúde), referência
para o diagnóstico da Leptospirose, foi substituída,
em fevereiro de 2003 pela técnica de ELISA-IgM. A
partir de então, e especialmente em 2004, a Equipe
de Controle Epidemiológico observou que alguns
casos passaram a apresentar o teste de ELISA
positivo após o tempo preconizado para a coleta
(entre o 7º e 14º dia do início dos sintomas). Alguns
casos confirmaram somente após o vigésimo dia do
início dos sintomas.
Ao analisar os dados, verifica-se uma
diminuição dos casos investigados a partir do ano de
2002. Alguns fatores podem explicar essa mudança,
entre eles a diminuição da doença, em função das
ações de controle ambiental desenvolvidas. Outro
fator pode ser a diminuição da sensibilidade do
sistema de saúde em suspeitar da Leptospirose,
principalmente quando ela ocorre nas formas mais
leves.
Convém ressaltar que os profissionais de
saúde, inúmeras vezes, solicitam sorologia
precocemente. Os resultados desses exames, além
de representar um gasto desnecessário, gerando
expectativa por parte do paciente, não tem nenhum
valor diagnóstico.
Reiteramos que o teste de ELISA-IgM deve
ser solicitado somente a partir do 7º dia do início dos
sintomas, e serve como suporte laboratorial. O
tratamento da Leptospirose deve ser iniciado na
suspeita clínica da doença, baseado
principalmente em dados clínicos e
epidemiológicos e independe do resultado do
diagnóstico laboratorial. Quanto mais
02
precocemente for instituído o tratamento, maior a
possibilidade de cura da doença. O antibiótico de
escolha é a Penicilina, mas como alternativas
podem ser usadas a Ampicilina, Tetraciclina ou
Doxiciclina, além de terapêutica de suporte.
Além da exposição ao risco e sinais e
sintomas, alguns exames complementares
inespecíficos podem auxiliar no diagnóstico e
acompanhamento clínico da doença:
-Leucocitose, neutrofilia e desvio para
esquerda
-Anemia hipocrômica
-Plaquetopenia
-Elevação de bilirrubinas, principalmente a
fração direta
-Transaminases levemente alteradas ou com
aumento de 3 a 5 vezes o valor de
referência (geralmente não ultrapassam 500UI/dl),
estando a TGO usualmente mais elevada que a
TGP
-Tempo de protrombina aumentado
-Uréia e creatinina elevadas
A Leptospirose é agravo de notificação
compulsória, e a notificação deve ser feita na
suspeita, por telefone, à Equipe de Controle
Epidemiológico, de segunda à sexta, das 8 às 18
horas, para dar início às ações de vigilância e
controle ambiental.
RESULTADOS DOS LEVANTAMENTOS
DE ÍNDICES DE INFESTAÇÃO
DO VETOR DA DENGUE NA
CIDADE DE PORTO ALEGRE
Maria José Sá Britto
Química Coord. Prog. Mun. Prevenção à Dengue
O Programa Municipal de Prevenção à
Dengue, a partir de dezembro de 2003, adotou a
metodologia proposta pelo Ministério da Saúde, de
Levantamento Rápido de Índice, para avaliar a
infestação de Aedes aegypti na cidade de Porto
Alegre. Nesta metodologia, a cidade é estratificada
pelas gerências distritais de saúde, em faixas de
9000 a 12000 imóveis, sendo quarteirões sorteados
nestas faixas e 50% das residências vistoriadas em
buscas de larvas do vetor da Dengue. Em Porto
Alegre, por esta metodologia, 25000 imóveis
espalhados por toda a cidade, devem ser
vistoriados, em no máximo 8 dias, para que seja
garantida uma leitura atualizada da
infestação/dispersão do Aedes aegypti .
Através dos levantamentos realizados,em
três períodos distintos ( dez/03, mar/04 e jul/04),
observou-se estratos com índices de infestação
predial preocupantes (maiores que 1%). ConsideraBOLETIM EPIDEMIOLÓGICO - Ano VII, n 24, Agosto 2004
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