CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA Reino Monera Protista Fungi Plantae Eucarionte Eucarionte Parede celular Parede celular quando presente de celulósica quitina Maioria Multicelulares multicelular, com com tecidos diferenciação muito altamente reduzida especializados Animalia Eucarionte Com ou sem Procarionte parede celular Unicelulares, Geralmente com Nível de organização parede celular celular Unicelulares, solitários ou em colónia Multicelulares solitários ou em Eucarionte Ausência de parede celular Multicelulares com tecidos altamente especializados com colónia diferenciação muito reduzida Modo de nutrição Autotróficos (fotossíntese ou quimiossíntese) ou heterotróficos (absorção ou ingestão) Interacção Produtores ou no microconsumidores ecossistema Exemplos de Bactérias organismos Autotróficos (fotossíntese) ou Heterotróficos heterotróficos (absorção) (absorção ou ingestão) Autotróficos (fotossíntese) Heterotróficos (ingestão) Produtores ou consumidores (micro e/ou macro) Microconsumidores Produtores Macroconsumidores Protozoários Leveduras Coníferas Animais invertebrados e vertebrados Algas Bolores Angiospérmicas A classificação biológica possibilita que os organismos vivos possam ser estudados de uma maneira mais sistematizada. Nós, seres humanos, temos necessidade constante de classificar objetos. Organizamos em casa nossas compras, por exemplo, separando produtos de limpeza dos produtos alimentícios. Organizamos ainda nosso guarda-roupa, separando peças íntimas de outros tipos de roupa. Essas ações são essenciais para manter a organização e facilitar que encontremos algum item importante. Na Biologia, classificar também é importante, e esse processo já vem sendo feito desde os tempos de Aristóteles. Esse importante pesquisador classificava, por exemplo, os animais em organismos que possuíam sangue e aqueles que não possuíam. Claro que essa classificação não era adequada, mas já mostrava um processo de sistematização que facilitaria, e muito, a vida de todos os cientistas. → Principais categorias taxonômicas Karl von Linné, ou simplesmente Lineu, era um botânico sueco que, em 1735, propôs a classificação dos seres em grupos, os quais chamou de táxons. Em seu trabalho intitulado Systema Naturae, ele sugeriu a classificação em grupos de maior abrangência, denominados de reinos, até grupos de menor abrangência, os quais chamou de espécie. As categorias propostas por Lineu foram: reino, classe, ordem, gênero e espécie. Atualmente as principais categorias taxonômicas são: reino, filo, classe, ordem, família, gênero e espécie, duas a mais do que as propostas inicialmente por Lineu. O Reino é a maior unidade de classificação biológica e agrupa filos de organismos com características semelhantes. Os filos, por sua vez, agrupam classes semelhantes, as quais agrupam ordens semelhantes, que agrupam famílias, que agrupam gêneros semelhantes. Nos gêneros, são agrupadas espécies semelhantes, que é a categoria taxonômica mais básica da classificação. Podemos definir espécie como um grupo de organismos que se reproduzem entre si e são capazes de produzir descendentes férteis. Observe as categorias taxonômicas básicas e suas relações Existem autores que consideram ainda uma categoria taxonômica acima de reino, os domínios. Consideram-se três domínios, também chamados de super-reinos: Bactéria, Archaea e Eukarya. → Exemplo de classificação taxonômica Observe abaixo a classificação taxonômica da espécie humana: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Primata Família: Hominidae Gênero: Homo Espécie: Homo sapiens Curiosidade: A parte da Biologia que classifica e nomeia os seres vivos é denominada de Taxonomia. NOMENCLATURA BINOMIAL A nomenclatura binomial cria um padrão na escrita de nomes científicos, evitando assim a confusão causada por nomes populares Sabemos que existe uma infinidade de seres vivos no planeta e cada um recebe um nome popular de acordo com a região onde é encontrado. Pense como seria impossível todos os pesquisadores do mundo trocarem informações a respeito de um ser vivo se cada um der um nome diferente a ele. Pensando nisso, Carl von Linné, também conhecido como Lineu por nós, brasileiros, apresentou, em 1735, um livro chamado Systema Naturae, onde propôs uma forma de classificação para os seres vivos, bem como regras para a nomenclatura biológica. As regras propostas por Lineu fizeram com que ocorresse uma padronização na escrita dos nomes das espécies a fim de evitar confusões ao falarmos de um organismo para pessoas de diferentes regiões. Manihot esculenta é o nome científico da mandioca, também chamada de macaxeira e aipim As regras propostas por Lineu ainda são utilizadas, entretanto, com algumas modificações. Observe abaixo algumas das regras utilizadas para a escrita dos nomes das espécies: - Todos os nomes científicos devem ser escritos em latim ou latinizados; - Todo nome científico de espécie é composto por dois nomes (daí o nome: nomenclatura binomial). O primeiro nome deve ter sua inicial maiúscula e diz respeito ao gênero. O segundo nome é o epíteto específico e deve ser escrito com inicial minúscula; Observe que o nome da espécie é formado pelo gênero e pelo epíteto específico. Zea mays é o nome científico do milho - Os nomes das espécies devem vir destacados no texto, preferencialmente em itálico. Em casos em que não é possível utilizar o itálico, os nomes podem aparecer sublinhados. O importante é destacá-lo do restante do texto. Exemplo: Solanum tuberosum ou Solanum tuberosum; Espécie biológica Quando olhamos um ser vivo muito semelhante a outro, logo pensamos que são da mesma espécie. Entretanto, a semelhança física entre os organismos não é um critério confiável para dizer que um ser é da mesma espécie que outro. Algumas espécies são muito parecidas com outras fisicamente e, em alguns casos, indivíduos são tão diferentes que nem acreditamos quando dizem que se trata da mesma espécie. Sendo assim, a aparência não define uma espécie. Hoje em dia, para definir uma espécie, usamos um conceito proposto em 1942 por um biólogo chamado Ernst Mayr. Segundo ele, para definirmos uma espécie, devemos observar sua reprodução. Observe a seguir o conceito de espécie biológica proposto por esse autor: “Espécies são agrupamentos de populações naturais intercruzantes, reprodutivamente isoladas de outros grupos semelhantes.” Ao dizer que essas populações são reprodutivamente isoladas, estamos nos referindo às modificações biológicas ou até mesmo às barreiras geográficas que impedem o seu cruzamento com organismos de outras populações. Sendo assim, duas populações de espécies diferentes não podem reproduzir-se, segundo essa definição. Apesar de o ponto que afirma que essas populações devem ser reprodutivamente isoladas parecer simples, ele gera muitos problemas. Alguns organismos, tais como as bactérias, reproduzem-se através da reprodução assexuada e, por isso, não se enquadram nesse conceito, uma vez que não possuem isolamento reprodutivo. Além das bactérias, podemos citar alguns moluscos, artrópodes, peixes, répteis e plantas que se reproduzem dessa maneira e não se enquadram nessa definição. E o que dizer dos fósseis? Como podemos defini-los como uma espécie se não podemos observar sua reprodução? Sendo assim, a Paleontologia normalmente utiliza diferenças morfológicas para definir espécies, uma vez que essas características são as mais facilmente observadas em organismos fossilizados. Outro problema do conceito proposto por Mayr diz respeito à formação de híbridos. Jumentos e éguas, por exemplo, são seres bastante distintos, porém podem reproduzir-se, dando origem à mula, que é um organismo estéril. Algumas espécies de carvalho também hibridizam com facilidade, assim como algumas espécies de corvo. Serão essas espécies iguais ou distintas? Diante desse conceito, que apresenta certas falhas, vários pesquisadores têm tentado criar uma definição de espécie que solucione esses problemas. De acordo com alguns levantamentos, existem aproximadamente 26 conceitos diferentes de espécie, entretanto nenhum consegue definitivamente definir o que é uma espécie. Dessa forma, o de Mayr continua sendo o mais aceito. Escrito por Ma. Vanessa dos Santos.