Apostila de Física 24 – Condutores em Equilíbrio Eletrostático 1.0 Condutor em Equilíbrio Eletrostático Não ocorre movimento ordenado de cargas elétricas em relação a um referencial fixo no condutor. O campo elétrico resultante nos pontos internos do condutor é nulo. Se o campo elétrico não fosse nulo, os elétrons estariam em movimento ordenado – Contraria a hipótese de o condutor estar em equilíbrio eletrostático. O potencial elétrico em todos os pontos internos e superficiais do condutor é constante: Superfície equipotencial. Nos pontos da superfície de um condutor em equilíbrio eletrostático, o vetor campo elétrico tem direção perpendicular à superfície. Se o potencial elétrico não fosse constante, os elétrons estariam em movimento ordenado, deslocando-se para regiões de maior potencial – Contraria a hipótese de o condutor estar em equilíbrio eletrostático. Potencial elétrico em todos os pontos de um condutor em equilíbrio eletrostático – Potencial elétrico do condutor. 1.1 Distribuição das Cargas Elétricas em Excesso O condutor em equilíbrio eletrostático possui um excesso de cargas elétricas positivas ou negativas. Cargas em excesso possuem o mesmo sinal, ocasionado repulsão – Distribuemse por sua superfície externa. 2.0 Campo e Potencial Elétrico A carga ‘Q’ é puntiforme e está localizada no centro da esfera. Para os pontos externos à esfera: R – Raio. d – Distância do ponto até a superfície do condutor. Para os pontos próximos à superfície da esfera: Para os pontos na superfície da esfera – Campo elétrico reduzido à metade: Para os pontos internos na esfera – Campo elétrico é nulo: O Potencial elétrico interno e superficial são iguais: Gráficos em função da distância: Potencial Elétrico em cargas positivas: Potencial Elétrico em cargas negativas: 3.0 Densidade Elétrica Superficial Densidade elétrica: A – Área da superfície do condutor. Para superfícies esféricas: Poder das pontas: Considere um condutor em equilíbrio eletrostático esférica com uma ponta. A região mais pontiaguda possui maior densidade superficial – Maior concentração de cargas nessa região. O Campo elétrico nessa região é mais intenso. Efeito corona – Ionização doa r nas proximidades da ponta. 4.0 Terra – Potencial Elétrico de Referência O potencial elétrico aumenta a partir da superfície terrestre no sentido ascendente – O campo elétrico produzido pela Terra é orientado para baixo (carga negativa). A Terra é um grande condutor carregado e em equilíbrio eletrostático – Em todos os seus pontos, o potencial elétrico (VT) é constante. O potencial elétrico da Terra está presente em todas as equações acima: VT = 0 5.0 Blindagem Eletrostática Considere um condutor oco ‘A’ em equilíbrio eletrostático e em seu interior um corpo ‘C’. Campo eletrostático no interior de um condutor é nulo – O condutor ‘A’ protege o corpo ‘C’ de qualquer ação elétrica externa. Outro condutor ‘B’ pode induzir as cargas elétricas do condutor ‘A’, mas não as do corpo ‘C’. – Blindagem eletrostática. Uma tela metálica envolvendo certa região, a estrutura de um avião, um carro ou um ônibus também são consideradas como blindagem eletrostática. Função: Proteção de aparelhos elétricos e eletrônicos. Proteção de aparelhos de medidas sensíveis. 5.1 Gaiola de Faraday Demonstra que condutores carregados eletrizam-se apenas em sua superfície externa. O próprio Faraday entrou em sua invenção enquanto seus assistentes eletrizavam a gaiola. Originou a utilização das blindagens eletrostáticas. 6.0 Eletricidade na Atmosfera Nuvens do tipo cúmulo-nimbo resultam tempestades e são eletrizadas – Produzem campos elétricos. Quando esses campos elétricos aumentam, ionizam o ar, formando uma descarga elétrica sob forma de faísca – Raios. O raio é formado por cargas elétricas em movimento ordenado – Invisível. A luz que acompanha o raio é consequência da ionização do ar – Relâmpago. O elevado aquecimento do ar se expande, produzindo uma onda sonora de grande amplitude – Trovão. As nuvens que produzem raios apresentam cargas positivas na parte superior e cargas negativas na parte inferior. Os raios da nuvem para o solo apresentam cargas, em geral, negativas. A ddp entre a parte inferior e a parte superior varia de 10 a 100 milhões de volts. O Brasil é o país que apresenta o maior acontecimento de raios do mundo. 6.1 Formação do Raio Negativo da Nuvem para o Solo Considere uma nuvem com cargas negativas na sua parte inferior. No solo são induzidas cargas elétricas positivas – Formação de um campo elétrico intenso. Inicia-se uma descarga elétrica que parte da nuvem em direção ao solo que segue trajetórias onduladas através das regiões de maiores condutividades – Descarga líder. A descarga elétrica líder é pouco visível e provoca ionização do ar – A região entre a nuvem e o solo passa a funcionar como um condutor. Quando a descarga líder chega próximo ao solo, outra descarga parte do solo para o encontro da descarga líder – Descarga conectante. A partir do instante do encontro, estabelece a descarga principal – Descarga de retorno. A partir daí, cargas elétricas negativas da nuvem dirigem-se ao solo. O processo acima pode ocorrer várias vezes num tempo extremamente pequeno. 6.2 Pára-Raios Oferece um caminho mais eficiente para as descargas elétricas atmosféricas. Protege construções altas ou inflamáveis. 6.2.1 Pára-Raios de Franklin Criado por Benjamin Franklin (1706-1790). Formado por uma haste condutora verticalmente na parte mais alta da estrutura a ser protegida. A extremidade superior apresenta pontas de material com elevado ponto de fusão. A extremidade inferior é ligada, por meio de condutores metálicos, a barras metálicas cravadas no solo. De acordo com a ABNT, a campo de proteção oferecido pela haste é aquele abrangido por um cone tendo um vértice de ângulo de 60° com a vertical. 6.2.2 Pára-Raios Radioativos Há isótopos radioativos no material que constitui a ponta – Mais eficiente. Causa problemas ambientais – Seu uso é proibido.