CI Ciências – Professor Marciel C. Moraes 8ª série / 1º trimestre CINEMÁTICA A mecânica clássica é o estudo do movimento das partículas e dos fluidos. Este estudo pode ser dividido, didaticamente, em: cinemática, estática e dinâmica. A cinemática é o estudo descrito dos corpos em movimento, sem se preocupar com as causas destes movimentos. É importante lembrar que um corpo está em movimento quando, à medida que o tempo passa, sua posição varia em relação a um referencial. Tempo e variação de tempo Na cinemática não nos preocupamos com as causas dos movimentos. Só nos interessa descrever o movimento, determinar a posição, a velocidade e a equação do móvel num determinado intervalo de tempo. E, a noção de tempo é fundamental na descrição de qualquer movimento. Vamos ver um exemplo para estudar como utilizar o tempo nos exercícios de cinemática. Um ônibus parte às 12h do terminal rodoviário de São Paulo e chega às 14h a um terminal de uma cidade vizinha que dista 160km de São Paulo. Qual foi a variação de tempo do móvel neste movimento? Variação de tempo é equivalente ao tempo utilizado pelo móvel para percorrer a trajetória proposta e pode ser calculado como sendo a subtração entre o tempo final e o tempo inicial do percurso (∆t = tf – t0). No nosso exemplo o tempo final é 14h e o tempo inicial é 12h, logo, a variação de tempo é de 2h. Em nossos exemplos e exercícios, o tempo poderá ter outras unidades como o segundo, o minuto ou mesmo o dia. A Terra, por exemplo, demora para dar uma volta completa em torno do Sol, 365 dias e seis horas. Nunca teremos um valor de tempo negativo em nossos exercícios, pois isto seria o equivalente a voltar no tempo, o que não é possível. Cinemática: Variação de espaço e distância percorrida É importante determinar a posição do móvel para o estudo da cinemática. Vamos ver outro exemplo e estudálo para entender o conceito de distância percorrida e variação de espaço na cinemática. Os marcos quilométricos em uma rodovia tem a função de mostrar a localização dos veículos que ali trafegam. Se um carro está no espaço 20km não significa que este se deslocou 20 km, mas que a posição deste móvel é 20km. Agora, se este carro se desloca até o marco 100km, observamos que ele percorreu a distância de (100km – 20km = 80km) 80km. Esta é a distância percorrida pelo móvel e também sua variação de espaço. A variação de espaço é definida como sendo a subtração do espaço final pelo espaço inicial do móvel ( ∆S = Sf – S0 ). Usamos o símbolo delta para variação e delta S para variação de espaço. No nosso exemplo temos 20km como sendo o espaço inicial e 100km como espaço final, logo, 80km será a variação de espaço. Devemos tomar cuidado ao encontrar a variação de espaço para não confundi-la com distância percorrida, pois, em muitos exemplos estas podem ser diferentes. Se, um móvel parte do espaço 20km, vai até o espaço 100km e volta para o espaço 60km. Qual será a sua variação de espaço e sua distância percorrida? Bem, pela definição, temos como espaço final 60km, espaço inicial 20km e da subtração destes teremos 40km como variação de espaço. Agora se formos analisar o quanto o móvel se deslocou teremos um valor maior, pois ele se deslocou 80km para chegar ao espaço 100km e mais 40km para retornar ao espaço 60km, totalizando (80km + 40km = 120km) 120km que será a distância percorrida pelo móvel. Vemos então que distância percorrida significa o quanto o móvel andou e, variação de espaço é a subtração do espaço final pelo espaço inicial do móvel, dois conceitos diferentes. Velocidade média e Velocidade instantânea Para todo movimento podemos associar uma grandeza chamada velocidade que é o quociente entre a variação de espaço e a variação de tempo utilizado pelo móvel neste percurso. A velocidade mede a variação da posição do móvel no tempo, e nos fornece um valor que expressa o quanto o móvel está rápido ou devagar ao realizar um percurso. Quando, em algum exemplo ou exercício de cinemática, estiver o termo velocidade escalar, nos referirmos a uma grandeza escalar (que tem apenas valor numérico), sem nos preocupar com direção e sentido, que são características de um vetor. O conceito de velocidade média ou velocidade escalar média é diferente do conceito de velocidade instantânea. A velocidade média está ligada a um intervalo de tempo ∆t enquanto a velocidade instantânea a um instante de tempo t. Para entender melhor esta diferença vamos estudar o exemplo de um movimento uniformemente variado. Um carro parte do repouso (velocidade inicial zero) e percorre 100m em 10s. Qual a velocidade média deste móvel nos 10s de movimento? Sabemos que a variação de espaço do móvel foi de 100m e a variação de tempo do móvel foi de 10s, logo, a velocidade média é dada por: Vm = ∆S/∆t Vm = 100m / 10s Vm = 10m/s A velocidade média do móvel foi de 10m/s. Isto não significa que ele estava sempre com velocidade 10m/s, já que parte do repouso (velocidade inicial zero) e ao longo do percurso aumenta sua velocidade. Para saber a velocidade instantânea do móvel no instante 6 s, sabendo que a aceleração do mesmo é de 2m/s2, devemos utilizar a equação abaixo: V = V0 + a.t Esta é a função da velocidade para o movimento uniformemente variado, onde: V: é a velocidade final do móvel. V0: é a velocidade inicial do móvel. a: é a aceleração do móvel. t: é o tempo. Substituindo os valores fornecidos, temos: V = V0 + a.t V=0+2.6 V = 12 m/s Logo, a velocidade do móvel no instante 6s é igual a 12m/s e está pode ser chamada de velocidade instantânea já que se refere ao instante 6s. Fonte: Efeito Jaule.