Braz J Periodontol - September 2013 - volume 23 - issue 03 AVALIAÇÃO DO TECIDO PERI-IMPLANTAR COMPARANDO AS TÉCNICAS COM RETALHO E SEM RETALHO: REVISÃO DA LITERATURA Evaluation of peri-implant tissue comparing techniques with flap and flapless: literature review Maria Helena de Siqueira Torres Morais1, Anderson Nicolly Fernandes-Costa2, Karyna de Melo Menezes3, Ivana Maria Zaccara Cunha Araújo4, Hugo de Almeida Varela5, Bruno César de Vasconcelos Gurgel6 1 Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Especialista em Prótese Dentária. Natal/RN. 2 Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Graduado em Odontologia pela UFRN. Natal/RN. 3 Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Graduada em Odontologia pela UEPB. Natal/RN. 4 Professora Auxiliar em Endodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal/RN. 5 Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial. Natal/RN. 6 Professor Doutor em Periodontia do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal/RN. Recebimento: 13/06/13 - Correção: 23/07/13 - Aceite: 16/08/13 RESUMO Na tentativa de preservação dos tecidos mole e duro, a implantodontia tem optado por uma abordagem cirúrgica sem retalho (técnica flapless). Essa técnica minimamente invasiva destaca-se por suas vantagens como menor sangramento durante a cirurgia, menor tempo cirúrgico e melhor pós-operatório para o paciente. Diante disto, o objetivo desta revisão de literatura é trazer informações sobre o comportamento dos tecidos Peri-implantares nas reabilitações implantossuportadas bem como comparar as técnicas cirúrgicas com e sem retalho. Realizou-se uma busca na base de dados Pubmed/Medline e foram incluídos na revisão estudos clínicos controlados que apresentaram relevância clínica publicados no período de 2008 a 2013. De acordo com os resultados, pode-se observar que a técnica sem retalho proporciona a manutenção da mucosa peri-implantar ao redor dos implantes. Entretanto, não existe diferença significativa quanto à perda óssea entre as técnicas estudadas. Além disso, ambas apresentaram previsibilidade nos resultados do tratamento com implantes. Pode-se concluir que não existem estudos clínicos controlados em longo prazo suficientes quanto à utilização da técnica flapless, entratanto, os resultados em curto prazo sugerem que é uma técnica previsível. UNITERMOS: Implante dentário. Cirurgia asistida por computador. Cirurgia plástica. Periodontia. R Periodontia 2013; 23:53-57. INTRODUÇÃO Na reabilitação oral, os implantes dentários têm se tornado o tratamento de eleição em boa parte dos casos clínicos, tanto pela sua previsibilidade quanto pela alta taxa de sucesso (Ravindran et al., 2010). Os implantes dentários são hoje uma excelente forma de solucionar ausências dentárias unitárias, parciais e totais além dos problemas da mastigação, proporcionando saúde e bem-estar (Kragskov et al., 2006). Para tanto, o planejamento pré-operatório é essencial para um tratamento com sucesso em longo prazo (Rocci et al., 2012). Inicialmente, foi proposto um tempo de cicatrização de 3 a 4 meses para mandíbula e 6 a 8 meses para maxila para An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 reabilitação protética após a instalação do implante. Em uma revisão sistemática com ensaios clínicos controlados randomizados (Esposito et al., 2007), os autores concluíram que a carga imediata no tratamento com implantes pode ser tão efetiva quanto o tratamento convencional. Além disso, no estudo clínico não controlado de Rocci et al. (2012) concluíram que a carga imediata em cirurgias sem retalho têm alta previsibilidade. No entanto, a qualidade óssea da região e o torque de instalação do implante influenciam diretamente no sucesso desse tratamento (Esposito et al., 2007). Para a cirurgia convencional com implantes, o retalho mucoperiosteal é tradicionalmente elevado para melhorar a visualização do sítio receptor dos implantes dentários 53 Braz J Periodontol - September 2013 - volume 23 - issue 03 - 23(3):53-57 e identificar e proteger estruturas nobres existentes nesta região. Quando a quantidade óssea avaliada é limitada, o retalho pode ajudar na instalação do implante reduzindo o risco de fenestrações e perfurações ósseas. No entanto, essa manobra requer a execução de suturas que podem apresentar considerável grau de morbidade e desconforto ao paciente com potencial desenvolvimento de deiscência do retalho e reabsorção óssea ao redor de dentes naturais (Ozan et al., 2007). Uma das principais maneiras de evitar estes problemas são as cirurgias flapless, ou seja, sem a realização de retalhos. Esta é uma técnica minimamente invasiva que oferece a possibilidade de instalar implantes com menor tempo cirúrgico, sangramento e melhor pós-operatório para o paciente (Ravindran et al., 2010). Essa técnica tem a importante vantagem de preservar a crista óssea alveolar e a saúde da mucosa além de favorecer o aumento da taxa de sucesso dos implantes dentários (Wittwer et al., 2007; Jeong et al., 2011). No entanto, a cirurgia flapless é um procedimento que impede a visualização da quantidade e qualidade óssea tornando-se um procedimento que exige planejamento adequado para o tratamento e de exames complementares prévios. A utilização da Tomografia Computadoriza (TC) nas cirurgias guiadas ajuda a minimizar o risco de perfuração e alinhamento incorretos dos implantes durante o procedimento cirúrgico além de proteger estruturas vitais (Elion 2008; Cannizzaro et al., 2011) caracterizando uma evolução técnico-científica no conceito de reabilitação com implantes osseointegrados (Hultin et al., 2012). Diante do exposto, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão literatura sobre a previsibilidade da técnica flapless em relação à capacidade de manutenção e cicatrização dos tecidos duros. de 12 meses e estudos clínicos escritos em inglês. As palavras-chaves utilizadas e os resultados encontrados são apresentados no Quadro 1. Quadro 1: Distribuição dos artigos encontrados de acordo com os critérios de busca (palavras-chaves) utilizados na base de dados PubMed/Medline. Palavras-chaves Resultados da busca Artigos selecionados “flapless surgery AND immediate loading AND dental implants” 57 6 Dessa maneira, seis artigos foram selecionados os quais buscaram avaliar a perda óssea, cicatrização e manutenção dos tecidos moles na reabilitação implantossuportada por meio da utilização da cirurgia sem retalho e com carga imediata. REVISÃO DE LITERATURA Foi realizada uma revisão da literatura por meio de uma busca bibliográfica na base de pesquisa online PubMed/ MEDLINE limitando-se a busca ao período de 2008 a 2013. Os artigos obtidos através das estratégias de busca, que tiveram como temática principal “condição peri-implantar em reabilitações com implantes dentários por meio da técnica cirúrgica flapless e convencional”, foram avaliados e classificados em elegíveis (estudos clínicos controlados com relevância clínica e não elegíveis (estudos com menor relevância, sem possibilidade de inclusão na revisão). Dentre os critérios observados para a escolha dos artigos foram considerados os seguintes aspectos: avaliação de tecidos mole e duro com um período de acompanhamento mínimo A elevação do retalho mucoperiostal na reabilitação de pacientes com implantes osseointegrados em situações com quantidade óssea limitada pode facilitar a instalação do implante, permitindo ao cirurgião avaliar visualmente a quantidade de osso e a sua morfologia (Van der Zee et al., 2004). Atualmente, a satisfação do paciente no consultório odontológico é almejada através de procedimentos menos traumáticos, com menor tempo cirúrgico, promovendo melhor pós-operatório e longevidade dos trabalhos realizados. (Fernandes, 2011). Dessa maneira, a cirurgia sem retalho tem sido realizada com maior frequência (Jeong et al., 2011). Essa técnica apresenta como vantagens a cicatrização do tecido mole, melhor pós-operatório para o paciente, menor tempo cirúrgico e com menor sangramento durante a cirurgia quando comparada com a técnica convencional. (Bruyn et al., 2011; Brodala, 2009). No entanto, esta técnica cirúrgica pode ser considerada “às cegas” (“Blind” surgery) (Campelo & Camara, 2002) visto que não há a visualização do osso disponível na área edêntula podendo causar perfurações indesejadas que, por sua vez, podem ocasionar problemas estéticos e funcionas ou até mesmo a perda do implante (Brodala, 2009). Diante disso, um planejamento bem executado é importante para o sucesso em longo prazo da técnica. Cannizzaro et al. (2008) compararam a eficácia dos implantes com carga imediata instalados pela cirurgia sem retalho (grupo teste) versus implantes instalados pela cirurgia convencional sem carga oclusal (grupo controle). 54 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 METODOLOGIA Braz J Periodontol - September 2013 - volume 23 - issue 03 - 23(3):53-57 Foram instalados 52 implantes no grupo teste e 56 no grupo controle e após 3 anos de acompanhamento, não houve falhas. Um implante em cada grupo apresentou mucosite, inflamação dos tecidos moles sem perda óssea. Além disso, não houve diferença estatística significativa para complicações entre os grupos, mas os pacientes do grupo convencional apresentaram no pós-operatório mais edema, dor e consumo de analgésicos. Os autores concluíram que ambas as técnicas apresentaram 100% de taxa de sucesso e no grupo teste o tempo de tratamento e o desconforto para o paciente foi bem menor quando comparada ao grupo controle. Diante do exposto, os autores afirmaram que para casos bem selecionados a carga imediata com cirurgia sem retalho é preferível. Em um estudo randomizado, Cannizzaro et al. (2008) avaliaram a eficácia da cirurgia sem retalho para instalação de implantes com carga imediata ou tardia em pacientes desdentados totais. Noventa implantes foram instalados com carga imediata e 87 com carga tardia. Não houve diferença estatisticamente significativa quanto à perda óssea, complicações e perdas dos implantes. Os pacientes do grupo com carga imediata demonstraram maior satisfação. Bruyn et al. (2011) compararam a taxa de sucesso e preservação óssea marginal das duas técnicas de cirurgia para instalação de implantes com e sem retalho com acompanhamento de até 3 anos. Cinquenta e três implantes foram instalados em 49 pacientes. Os níveis ósseos foram medidos através de radiografias intraorais. Ambas as técnicas mostraram perda óssea no primeiro ano de função, sendo que a cirurgia sem retalho apresentou maior perda (1,9 mm) do que a cirurgia com retalho (1,5 mm). Após o primeiro ano, não houve diferença significativa ente os grupos em relação à perda óssea. Os autores concluíram que, apesar das limitações do estudo, os implantes unitários instalados pela técnica cirúrgica sem retalho com guia computadorizado apresentaram sucesso clínico igual ao da técnica convencional tornando-se uma boa alternativa de tratamento. Van de Velde et al. (2010) avaliaram e comparam o resultado de implantes instalados pela técnica cirúrgica sem retalho com carga imediata e a cirurgia convencional com carga tardia. Foram instalados 70 implantes dos quais 36 eram do grupo teste e 34 do grupo controle. No grupo controle, houve um aumento significativo da faixa de mucosa inserida entre a primeira e a sexta semana de acompanhamento. A taxa de sucesso foi de 97,3% e 100% respectivamente. Não houve diferença significativa para a perda óssea marginal entre os grupos e após 18 meses observaram 0.95 ± 0.6 mm para o grupo teste e 1.16 ± 0.39 mm para o grupo controle. Os autores concluíram que a cirurgia sem retalho pode alcançar resultados previsíveis quando comparada à convencional e que promove menos edema do tecido mole durante o período de cicatrização. Berdougo et al. (2010) avaliaram retrospectivamente o resultado da cirurgia sem retalho guiada com acompanhamento de 1 a 4 anos comparando-a com a cirurgia convencional. Um total de 271 implantes foram instalados pela cirurgia sem retalho (grupo teste) e 281 pela cirurgia convencional (grupo controle). Após o período de acompanhamento, a taxa de sobrevida obtida foi de 98,57% no grupo controle e 96,30% no grupo teste. Além disso, os autores verificaram que mesmo nos casos em que a condição clínica era menos favorável, o resultado do grupo teste foi comparável com o grupo controle. Afirmaram ainda que a osseointegração não é prejudicada na cirurgia sem retalho e que os exames de imagens proporcionam uma cirurgia mais previsível. Cannizzaro et al. (2011) avaliaram a eficácia da cirurgia sem retalho em relação a cirurgia convencional. Uma amostra de 40 pacientes participou da pesquisa e foram instalados 76 implantes pela cirurgia flapless e 67 pela cirurgia com retalho. Após 1 ano de avaliação, não houve diferença estatística significativa entre as duas técnicas quanto a falhas dos implantes e protéticas, complicações e nível ósseo marginal. Entretanto, a cirurgia sem retalho mostrou ter redução no tempo cirúrgico e consequentemente menor edema e desconforto pós-operatório para o paciente com a utilização de analgésico por menos tempo. An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 55 DISCUSSÃO A cirurgia sem retalho vem sendo relatada na literatura como sendo uma técnica menos invasiva que proporciona ao paciente um pós-operatório com menor desconforto, dor e edema, diminuindo o trauma no tecido mole e ocasionando preser vação e manutenção da mucosa peri-implantar (Campelo & Camara, 2002; Cannizzaro et al., 2008). Apesar disso, Van de Velde et al. (2010) afirmam que, do ponto de vista do paciente, a técnica sem retalho não proporciona percepção significativa de satisfação de uma técnica em relação a outra. Entretanto, a cirurgia sem retalho apresenta algumas desvantagens como a falta de visualização das estruturas anatômicas e vitais, potencial trauma térmico no osso devido à irrigação externa ser limitada, incapacidade de manipulação dos tecidos moles ao redor da área do implante para assegurar as dimensões ideais da mucosa queratinizada. Outra desvantagem da cirurgia sem retalho seria a contaminação do osso ao redor do ápice do implante devido ao contato do mesmo com o tecido epitelial e células da mucosa oral Braz J Periodontol - September 2013 - volume 23 - issue 03 - 23(3):53-57 (Berdougo et al , 2010). Esse mesmo grupo de autores demonstrou que não houve diferença significativa entre a técnica sem retalho e a convencional (taxa de sucesso de 96,3% e 98,57%, respectivamente). Por ser considerada uma cirurgia com ausência de visualização direta (Campelo & Camara, 2002), o uso de exames de imagem é imprescindível para se alcançar o sucesso do tratamento em longo prazo (Bruyn et al., 2011). Para Berdougo et al. (2010), os exames de imagens utilizados nas cirurgia guiadas proporcionam informações pré-operatórias e orientações suficientes para que o profissional reproduzida no ato cirúrgico perfurações precisas. Segundo os autores, esse recurso exerce influência direta no sucesso do tratamento quando se considera a proteção das estruturas vitais, biomecânica e estética. Essa afirmação corrobora os estudos de Elian et al. (2008) e Campelo & Camara (2002). Além disso, para Terzioglu et al. (2009) e Bruyn et al. (2011), com um planejamento prévio criterioso e a correta indicação, tais desvantagens podem ser minimizadas. A literatura ainda é conflitante em relação à perda óssea nessa técnica cirúrgica em razão da pouca quantidade de estudos clínicos que avaliam esse parâmetro. Alguns autores afirmam que a cirurgia sem retalho resulta em menor perda óssea na região peri-implantar e maior preservação da crista óssea, quando comparada à cirurgia convencional, não só durante o período de cicatrização, mas também após a presença de carga oclusal (Sunitha et al., 2012; Jeong et al., 2011). Entretanto, outros autores afirmam que a cirurgia sem retalho com carga imediata não há preservação de tecido duro quando comparada com a técnica convencional (Van de Velde et al., 2010). Segundo Sunitha et al. (2012), a crista óssea é a região em que há uma maior concentração de forças ao redor do implante e o seu suprimento sanguíneo é reduzido, quando comparado a região com dente natural, já que o ligamento periodontal está ausente. Desta maneira, sua principal fonte de abastecimento sanguíneo é a partir do periósteo. Os autores afirmam ainda que apesar de alguns estudos demonstrarem que a elevação do retalho mucoperiosteal leva a reabsorção óssea, existem poucos que comparam a altura óssea nas cirurgias com e sem retalho. O estudo de Rocci et al. (2012), avaliou a reabilitação oral de implantes pela técnica flapless com carga imediata em pacientes desdentados parciais, totais e de unitários com acompanhamento clínico e radiográfico em 1,2,3,6,8,10 anos após a cirurgia de instalação dos implantes. A menor taxa de sobrevida encontrada foi dos pacientes de unitários (81%; p = 0,04). Os autores sugerem que isso se deva a vantagem da esplintagem dos outros tipos de próteses que fornece uma melhor distribuição de força entre a interface implante/osso ocasionando melhor resultado clínico. Os artigos analisados mostram altas taxas de sobrevida e de sucesso para os implantes instalados pela cirurgia sem retalho com carga imediata. Entretanto, Bruyn et al. (2011) mostraram uma taxa de sobrevida de 100% e Jeong et al. (2011) mostraram 100% de taxa de sucesso, 4 anos e 1 ano de acompanhamento, respectivamente. No entanto, por meio de avaliação longitudinal, apenas um estudo clínico não controlado acompanhou em longo prazo a perda óssea na região periimplantar (Rocci et al., 2012) e, devido ao longo tempo do estudo, não foi possível ter acesso aos 97 pacientes originais e apenas 75 foram incluídos na análise final. Os autores encontraram uma perda óssea de 1 mm no primeiro ano de controle, 0,4 mm no segundo ano e 0,1mm durante o terceiro ano até o décimo ano. Contudo, há uma necessidade da realização de estudos com tempo de acompanhamento maior para melhor análise dos resultados do tratamento com implantes pela técnica da cirurgia sem retalho com carga imediata em longo prazo. 56 An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 CONCLUSÃO A técnica de cirurgia sem retalho com carga imediata tem demonstrado, até o momento, boa previsibilidade. Não há estudos clínicos que indiquem superioridade no prognóstico entre essa abordagem cirúrgica e a convencional. Entretanto, as análises avaliadas são em curto prazo já que existe uma lacuna na literatura para estudos de acompanhamento em longo prazo com esse tipo de técnica. ABSTRACT In an attempt to preserve the soft and hard tissues, implant dentistry has opted for a flapless surgical approach (flapless technique). This minimally invasive technique is distinguished by its advantages such as less bleeding during surgery, shorter operative time and best postoperative for the patient. Hence, the purpose of this literature review is to provide information about the behavior of the peri-implant tissues in implant restorations and to compare surgical techniques with and without flaps. A search was conducted in the database PubMed/Medline and controlled clinical trials that showed clinical relevance published in the period 20082013 were included in this review. According to the results, it could be observed that the flapless surgical approach provides maintenance of the peri-implant mucosa around implants. However, no significant difference in bone loss between techniques was also observed. Besides that, both Braz J Periodontol - September 2013 - volume 23 - issue 03 - 23(3):53-57 techniques, with or without flaps, showed predictability in the results of implant treatment. It can be concluded that there are not enough controlled clinical studies regarding the long term use of flapless technique. However, short term results suggest that it is a predictable technique. UNITERMS: Dental implantation. Surgery, ComputerAssisted. Surgery, Plastic. Periodontics. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Ravindran DM, Sudhakar U, Ramakrishnan T, Ambalavanan N. The efficacy of flapless implant surgery on soft-tissue profile comparing immediate loading implants to delayed loading implants: A comparative clinical study. J Indian Soc Periodontol 2010; 14(4):245-51. 2- Kragskov J, Sindet-Pedersen S, Gyldensted C, Jensen KL. A comparison of three-dimensional computed tomography scans and stereolithographic models of evealuation of craniofacial anomalies. J Oral Maxillofac Surg 2006; 54(4):402-11. 3- Rocci A, Rocci M, Scoccia A, Martignoni M, Gottlow J, Sennerby L. Immediate loading of maxillary prostheses using flapless surgery, implant placement in predetermined positions, and prefabricated provisional restorations. Part 2: a retrospective 10-year clinical study. Int J Oral Maxillofac Implants 2012; 27(5):1199-1204. 4- Esposito M, Grusovin MG, Willings M, Coulthard P, Worthington HV. Interventions for replacing missing teeth: different times for loading dental implants. The Cochrane Library 2013; (4): CD003878. 5- Ozan O, Turkyilmaz I, Yilmaz B. A preliminary report of patients treated with early loaded implants using computerized tomography-guied surgical stents: flapless versus conventional flapped surgery. J Oral Rehabil 2007; 34(11):835-840. 6- Wittwer G, Adeyemo WL, Wagner A, Enislidis G. Computer-guided flapless placement and immediate loading of four conical screwtype implants in the edentulous mandible. Clin Oral Impl Res 2007; 18(4):534-539. 7- Jeong SM, Choi BH, Kim J, Xuan F, Lee DH, Mo DY et al. A 1-year prospective clinical study of soft tissue conditions and marginal bone changes around dental implants after flapless implant surgery. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2011; 111(1):41-6. 8- Cannizzaro G, Felice P, Leone M, Checchi V, Esposito M. Flapless versus open flap implant surgery in partially edentulous patients subjected to immediate loading: 1-year results from a split-mouth randomised controlled trial. Eur J Oral Implantol 2011; 4(3):177-188. 9- Hultin M, Svensson KG, Trulsson M. Clinical advantages of cimputer guided implant placement: a systematic review. Clin Oral Implants Res 2012; 23(Suppl.6):124-135. 10- Fernandes KB. Avaliação da taxa de sucesso e índice de perda óssea marginal em cirurgia Flapless: uma revisão de literatura [Monografia]. Florianópolis: Funorte/Soebrás; 2011. 11- Van der Zee E, Oosterveld P, Van Waas MA. Effect of GBR and fixture installation on gingiva and bone levels at adjacent teeth. Clin Oral Implants Res 2004; 15(1):62-65. An official publication of the Brazilian Society of Periodontology ISSN-0103-9393 12- Bruyn H, Atashkadeh M, Cosyn J, Van de Velde T. Clinical outcome and bone preservation of single TiUnite™ implants installed with flapless or flap surgery. Clin Implant Dent Relat Res 2011; 13(3):175-183. 13- Brodala N. Flapless Surgery and Its Effect on Dental Implant Outcomes. Int J Oral Maxillofac Implants 2009; 24(Suppl.):118-125. 14- Cannizzaro G, Leone M, Consolo U, Ferri V, Esposito M. Immediate functional loading of implants placed with flapless surgery versus conventional implants in partially edentulous patients: a 3-year randomized controlled clinical trial. Int J Oral Maxillofac Implants 2008; 23(5):867-875. 15- Van de Velde T, Sennerby L, Bruyn H. The clinical and radiographic outcome of implants placed in the posterior maxilla with a guided flapless approach and immediately restored with a provisional rehabilitation: a randomized clinical trial. Clin Oral Implants Res 2010; 21(11):1223-1233. 16- Berdougo M, Fortin T, Blanchet E, Isidori M, Bosson JL. Flapless implant surgery using an image-guided system. A 1- to 4-year retrospective multicenter comparative clinical study. Clin Implant Dent Relat Res 2010; 12(2):142-152. 17- Campelo DL, Camara JRD. Flapless implant surgery: a1-year clinical retrospective analysis. Int J Oral Maxillofac Implants 2002; 17(2):271276. 18- Elian N, Jalbout ZN, Classi AJ, Wexler A, Sarment D, Tarnow DP. Precision of flapless implant placement using real-time surgical navigation: a case series. Int J Oral Maxillofac Implants 2008; 23(6):1123-1127. 19- Terzioglu H, Akkaya M, Oguz O. The Use of a Computerized Tomography–Based Software Program with a Flapless Surgical Technique in Implant Dentistry: A Case Report. Int J Oral Maxillofac Implants 2009; 24(1):137-142. 20- Sunitha RV, Sapthagiri E. Flapless implant surgery: a 2-year followup study of 40 implants. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol 2012. No prelo. Endereço para correspondência: Bruno César de Vasconcelos Gurgel Av. Senador Salgado Filho, 1787 - Lagoa Nova CEP: 59056-000 – Natal - RN Telefone/Fax: (84) 3215-4100 E-mail: [email protected] 57