Arte barroca brasileira Literatura barroca brasileira Prosa religiosa

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Literatura e Arte Borroca
Professor Márcio Moraes
Barroco
(século XVII)
“A arte da indisciplina”
Caravaggio - Deposição de Cristo
(1602-1604)
Gian Lorenzo Bernini - David
(1623–1624)
Bernini - O baldaquino da Basílica
de São Pedro (1624-1633) 29m
Arte barroca brasileira
Antônio Francisco Lisboa. Igreja de
São Francisco de Assis da
Penitência (1766). Ouro Preto-MG.
Aleijadinho – Capela Cruz
às Costas. c. 1798
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Francisco Xavier de Brito e Manuel
de Brito - Arco-cruzeiro e capelamor da Igreja de São Francisco da
Penitência. (1726- 1743). Rio de
Janeiro-RJ
Literatura barroca brasileira
(1601-1768)
A N. Senhor Jesus Cristo com atos de
arrependimento e suspiros de amor
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
De vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada,
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história,
Mestre Ataíde - Nossa Senhora dos Anjos (1801-1805).
Forro da nave da Igreja de São Francisco de Assis,
Ouro Preto-MG.
Aleijadinho - Profeta Ezequiel (Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos, Congonhas do Campo).
Pedra Sabão. (1795-1805)
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À mesma D. Ângela
Epílogos
Anjo no nome, Angélica na cara,
Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós se uniformara?
Que falta nesta cidade?....................Verdade
Que mais por sua desonra ................Honra
Falta mais que se lhe ponha ............Vergonha.
Quem veria uma flor, que a não cortara
De verde pé, de rama florescente?
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus, o não idolatrara?
O demo a viver se exponha,
por mais que a fama a exalta,
numa cidade, onde falta
Verdade, Honra, Vergonha.
[...]
Se como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu custódio, e minha guarda
Livrara eu de diabólicos azares.
E nos Frades há manqueiras?.............Freiras
Em que ocupam os serões? .............. Sermões
Não se ocupam em disputas?............. Putas.
Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
Com palavras dissolutas
me concluis na verdade,
que as lidas todas de um Frade
são Freiras, Sermões, e Putas.
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Inconstância das coisas do mundo
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém se acaba o Sol, por que nascia?
Se formosa a Luz é, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Gregório de Matos)
(Gregório de Matos)
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Prosa religiosa de Vieira
A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis
uns aos outros. Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz
ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os
grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal.
Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos
pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam
cem pequenos, nem mil, para um só grande. Olhai como estranha isto
Santo Agostinho: Homines pravis, praeversisque cupiditatibus facti
sunt, sicut pisces invicem se devorantes: “Os homens com suas más e
perversas cobiças, vêm a ser como os peixes, que se comem uns aos
outros.” (Padre Antônio Vieira: Sermão de Santo Antônio aos Peixes)
(Gregório de Matos)
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