19 a 21 de março de 2015 19 a 21 de março de 2015 ANAIS DO EVENTO Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 1 19 a 21 de março de 2015 PROGRAMAÇÃO COMPLETA http://tarcisiosou.wix.com/2simposiodn ANAIS ONLINE http://www.biopar.ufla.br/ Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 2 19 a 21 de março de 2015 Comissão Organizadora O II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas é uma iniciativa do Laboratório de Biologia Parasitária - BIOPAR, em conjunto com o Núcleo de Estudos Em Parasitologia - NEP, e o Peti Biologia Parasitária, todos vinculados à Universidade Federal de Lavras - UFLA Comissão de Docentes Joziana Muniz de Paiva Barçante (PRESIENTE) Thales Augusto Barçante Ana Paula Pecconick Stela Márcia Pereira Comissão de Discentes Tarcísio de Freitas Milagres (PRESIDENTE) Amanda Oliveira Ana Lucinda Barcelos Ana Maria de Oliveira Bruna Conceição Carlos Silvestre Carolina Eufemia Daniel Isnard Gomes Diego Ribeiro Gustavo Duarte Ingrid Alvarenga Isabela Ávila Lidiane Lemos Maína Janini Teresiama Velikkakam Thairine Mirelle de Carvalho Thiago Pasqua Narciso Comissão Científica André Flávio Soares Luciano José Pereira (PRESIDENTE) Renata Cristina de Paula Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 3 19 a 21 de março de 2015 Seja bem vindo à Universidade Federal de Lavras! A Comissão Organizadora do II SIMPÓSIO SUL-MINEIRO DE DOENÇAS NEGLIGENCIADAS dá as boas vindas a todos os congressistas. Este evento foi preparado para trazer temas atualizados dentro da abordagem das Doenças Negligenciadas, apresentados por profissionais com a mais elevada expertise. Será um momento ímpar para discutirmos assuntos de extrema relevância para a saúde pública. Agradecemos a todos os palestrantes que nos dedicaram um pouco do seu tempo. Com certeza nosso evento será abrilhantado com a presença e com as palavras de vocês. Agradecemos a todos os nossos patrocinadores: FAPEMIG, CAPES, CNPq, UFLA e COPYUAI. Para vocês, congressistas, o nosso agradecimento pela escolha de participar deste evento. Desejamos que vocês aproveitem ao máximo todos os eventos de nossa programação. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 4 19 a 21 de março de 2015 O tema do evento O termo "doença negligenciada" começou a ser utilizado na década de 70 e refere-se a doenças causadas por agentes infecciosos e parasitários. Essas doenças, em sua maioria, constituem graves problemas de saúde pública e tendem a ser endêmicas em populações de baixa renda, como é o caso da Doença de Chagas, Esquistossomose, Doença do Sono, Leishmanioses, Malária, Febre Amarela, Tuberculose, entre outras. São "negligenciadas" pois tais doenças não despertam o interesse econômico das grandes indústrias farmacêuticas, para a produção de medicamentos e vacinas. Somado a isto, no Brasil, assim como em outras partes do mundo, as pesquisas neste setor não angariam recursos necessários ao seu controle. Nesse sentido, é um desafio para a comunidade científica brasileira criar meios de se diagnosticar, tratar e superar tais doenças com os orçamentos destinados ao setor. Em sua segunda edição, com o tema "ATUALIDADES", o simpósio vem com a proposta de discutir esse tema tão importante! Pesquisadores de renome internacional irão ministrar palestras, mesas redondas, conferências e oficinas. Acreditamos que uma importante forma de prevenção e controle é a INFORMAÇÃO. Para sediar o evento, apresentamos a UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS, instituição que tem se destacado em diversas avaliações nacionais em razão das ações do Plano Ambiental e Estruturante, iniciado em 2009. Idealizado pelo então pró-reitor de Planejamento e Extensão e atual reitor, professor José Roberto Scolforo, a criação da Diretoria de Meio Ambiente, na qual está vinculada a Coordenadoria de Prevenção de Endemias, foi definida como uma das ações prioritárias do Plano Ambiental.A Coordenadoria é responsável por um controle sistemático de prevenção de zoonoses e endemias, como dengue, raiva, doença de Chagas, leishmaniose, enteroparasitoses, angiostrongilose, entre outras. Conta com o envolvimento de professores, servidores técnicos administrativos e a contribuição de estudantes para a realização de um trabalho preventivo de identificação de problemas, avaliação dos riscos e apresentação de soluções estratégicas. Além disso, o Plano Ambiental tem se tornado referência para outras instituições públicas e privadas do País. Destacam-se a implantação de Programa de Gerenciamento de Resíduos Químicos, tratamento dos resíduos sólidos, saneamento básico, Estação de Tratamento de Esgoto, construções ecologicamente corretas, proteção de nascentes e matas ciliares, prevenção e controle de incêndios e uso racional de energia. Venha conhecer a UFLA e participar deste importante momento de discussão. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 5 19 a 21 de março de 2015 Resumos das Conferências Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 6 19 a 21 de março de 2015 ESTADO DA ARTE DA TERAPIA LARVAL NO BRASIL Patricia Jacqueline Thyssen Laboratório de Entomologia, Depto. Biologia Animal, IB, UNICAMP A terapia larval (TL) consiste na aplicação intencional de larvas necrobiontófagas de moscas (Diptera) vivas, desinfectadas e criadas em laboratório sobre lesões, feridas crônicas e/ou infectadas, tendo como finalidade a cicatrização tecidual. O procedimento tem sido uma maneira alternativa, e por vezes mais eficaz, para o debridamento de feridas, uma vez que as larvas removem a secreção e promovem a limpeza do tecido necrosado. As larvas ingerem crostas, pus e bactérias as quais, ao passar pelo tubo digestório do inseto, morrem. Adicionalmente, nesse processo que envolve a “locomoção” sobre as lesões, liberam amônia e proteínas cicatrizantes que mata bactérias e estimulam a cicatrização, respectivamente. Nos Estados Unidos a TL foi amplamente empregada até a década de 1930, caindo em desuso logo após o aparecimento dos antibióticos. Alto custo e o desenvolvimento de resistência a esses medicamentos assinalada para certos grupos de bactérias patogênicas para o homem favoreceram o ressurgimento da TL atualmente muito utilizada em cerca de 20 países, tais como Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos e Israel. Os resultados têm sido satisfatórios e faz-se necessário registrar o índice de cura da ferida, em torno de 80 a 90% dos casos, independente da etiologia da lesão. Em diabéticos tem chamado à atenção a rápida cicatrização que leva a queda do número de amputações e até mortes. Em nosso país o preconceito e o desconhecimento da população e do pessoal envolvido com a área da saúde ainda são grandes e, mesmo com um número reduzido de publicações – por exemplo, apenas um livro de revisão sobre o assunto intitulado “Terapia larval de lesões de pele causadas por diabetes e outras doenças” – e de pesquisas em andamento – conduzidas por especialistas em moscas no Estado de São Paulo –, o uso de TL poderia ser realidade no Brasil desde o presente momento. Estudos apontam pelo menos duas espécies para uso em TL de fácil obtenção em território nacional e testes já comprovaram a eficácia das mesmas – Chrysomya putoria e Chrysomya megacephala (Diptera: Calliphoridae) – na cura de feridas induzidas em ratos. O próximo passo, para garantir o bem estar daqueles que necessitam, é o teste em humanos para permitir a regularização da TL junto aos órgãos responsáveis pela saúde em nosso país. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 7 19 a 21 de março de 2015 TAXONOMIA DE FLEBOTOMÍNEOS (DIPTERA: PSYCHODIDAE: PHLEBOTOMINAE) Andrey J. de Andrade Laboratório de Parasitologia Médica e Biologia de Vetores, Faculdade de Medicina, Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Asa Norte, 70910-900, Distrito Federal, Brasil. E-mail: [email protected] Os flebotomíneos (Diptera: Phlebotominae) são insetos vetores de distintos patógenos como arbovírus, bactérias e protozoários, principalmente Leishmania spp. Aliada a essa importância médico-veterinária, que propulsionou a classificação do grupo, a taxonomia dos flebotomíneos passou e tem passado por constantes modificações e divergências. Atualmente, no Mundo, estão descritas mais de 980 espécies das quais 274 (1900-2015) ocorrem no Brasil, sendo que mais da metade foi descrita até a década de 70. Ao longo desses 115 anos quatro grandes obras foram publicadas com propósito de agrupar as espécies da região Neotropical, com destaque para a de Young & Duncan a qual divide as espécies em três gêneros (Lutzomyia, Brumptomyia e Warileya) e a de Galati, baseada estudos filogenéticos e, consequentemente, com uma taxonomia mais refinada do grupo. Embora haja grandes diferenças entre essas obras ambos os autores utilizam, exclusivamente, caracteres morfológicos e/ou morfométricos para classificar as espécies. Independente das classificações e com o avanço de técnicas moleculares, hoje, os estudos taxonômicos de flebotomíneos devem levar em conta o fato de existirem complexos de espécies como aqueles de Lutzomyia longipalpis (Lutz & Neiva, 1912); a urgência de revisões taxonômicas quer seja em nível de gênero como a realizada para Psychodopygus Mangabeira, 1941 ou de um grupo de espécies como o proposto para a série shannoni do gênero Psathyromyia Barretto, 1962; e a padronização nomenclatural da morfologia, levando em conta os caracteres homólogos e análogos com outros dípteros. Há ainda urgência na formação de taxonomistas no grupo, quer seja para a descrição de novas espécies ou invalidação de outras, como para Phlebotomus breviductus Barretto, 1950, mas principalmente para assegurar uma correta identificação dos espécimes e seu consequente registro em uma área, orientando sempre para a necessidade de se depositar esses insetos em coleções de instituições públicas. Palavras-chave: Flebotomíneos, Nomenclatura, Estudos Taxonômicos, Classificação. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 8 19 a 21 de março de 2015 TEMA: "BIG DATA" EM SAÚDE NEGLIGENCIADA: UMA ABORDAGEM COMPLEMENTAR NO DESAFIO DE INOVAR EM FÁRMACOS & MEDICAMENTOS PARA DN. Jorge Lima de Magalhães Fundação Oswaldo Cruz O século 21 é marcado como a era do conhecimento e a constante inovação tecnológica. Este fato está aliado a gama de novos dados diários adicionados à Web (2,5 quintilhões de bytes). Esse fenômeno é denominado Big Data. Na área da saúde não é diferente. Ele permeia a saúde pública e nos confronta desde doenças negligenciadas, reemergentes, de alto custo etc. Portanto, é mister novas abordagens para lidar com a nova realidade e, este fato perpassa por mudanças de paradigmas (tradicionalistas) no uso de métodos e na colaboração em rede em todas as áreas da ciência. Urge, munirmos os tomadores de decisão, bem como os formuladores de políticas públicas com dados consistentes, a fim de retratar o cenário mais fiel possível, ou seja; o cenário real diário! Se faz mister em razão da evolução de informações novas diárias, podendo assim munir os gestores consistentemente em suas decisões para validar, criar políticas, analisar tendências tecnológicas, epidemiologia, direcionar a P,D&I etc. O processo não é trivial, haja vista que 47% dos 2,5 18 x10 bytes/dia são relacionados à "Saúde" e 43% destes referem-se à “saúde pública”. Este volume excede a capacidade de processamento tradicional. Assim, “Web 2.0 tools” podem nos auxiliar nesta empreitada de desenvolver novas metodologias para identificação, extração e análise de dados, no intuito de obter o conhecimento essencial. Considerando as doenças negligenciadas, é urgente compreender este cenário constantemente, facilitar a aplicação dos conhecimentos básicos para outras instâncias até a “apropriação do conhecimento” pela sociedade, assim, validando ações para enfrentar esta mazela. Nesse sentido, o cenário da evolução tecnológica será abordado, bem como exemplificado estudos de caso na área negligenciada. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 9 19 a 21 de março de 2015 ASPECTOS DA RESPOSTA IMUNE NA MALÁRIA VIVAX Lilian Lacerda Bueno Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais A malária é uma das doenças infecciosas que afeta milhões de pessoas no mundo, com regiões altamente endêmicas, como é o caso da África subsaariana. No Brasil, a região amazônica é a mais afetada pela malária predominando a infecção por P. vivax. Embora seja considerada a forma mais benigna da doença, esta concepção já está sendo reformulada em função do número crescente de casos de malária vivax grave, que pode inclusive levar à morte. Outro fator relevante é a taxa de morbidade e internações de pacientes, fatores que comprometem a vida social e produtiva dos indivíduos afetados. Os relatos existentes na literatura, em sua grande maioria se referem à malária falciparum, em detrimento à malária vivax, revelando certo grau de negligência em relação a esta última. Nesse contexto, investir em estudos que possam trazer aportes para melhor entendimento da malária causada por P.vivax revela-se de grande importância. Relatos existentes na literatura sugerem a existência de uma resposta imunomoduladora durante infecção de estágio sanguíneo da malária P. vivax, entretanto resultados controversos ainda persistem. A redução no número de células T CD4+ observada na malária pode constituir um mecanismo importante de imunomodulação, assim como a participação de células T CD8 + com perfil imunomodulador durante infecção de fase sanguínea são aspectos que podem contribuir na persistência do parasito, ao mesmo tempo em que impede o desenvolvimento de imunopatologia. Considerando que os mecanismos envolvidos na resposta imune são determinantes na evolução clínica da malária humana, com espectro variável de resposta que pode levar ou ao controle da doença ou pode evoluir para casos mais complicados, investir nesta área é uma opção que, potencialmente, poderá render resultados para subsidiar pesquisas de vacinas e de drogas imunoterapêuticas mais efetivas. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 10 19 a 21 de março de 2015 VACINA CONTRA DENGUE: "LOOKING OUT OF THE BOX" Flávio G. da Fonseca Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais A dengue é, atualmente, a arbovirose mais prevalente em todo o globo, afetando um número estimado de 390 milhões de pessoas em mais de 150 países predominantemente localizados em zonas tropicais e subtropicais do planeta. Apesar da importância clínica e epidemiológica da doença, ainda não há uma vacina confiável disponível, assim como não há drogas antivirais específicas contra o os diversos sorotipos do Dengue virus. Diversas vacinas experimentais têm sido desenvolvidas e testadas em ensaios clínicos em seres humanos; no entanto, nenhuma alcançou, até o momento, limites de proteção e eficácia aceitáveis para o uso em larga escala. Alguns autores argumentam que esta falha é devida à impossibilidade das estratégias vacinais clássicas em gerar respostas imunológicas adequadamente moduladas para se alcançar proteção, considerando-se as particularidades das infecções pelo Dengue vírus. Estratégias alternativas como o uso de vetores virais recombinantes e nanocarreadores de antígenos têm sido exploradas pelo nosso grupo, e os resultados indicam a geração de respostas humorais e celulares robustas em modelos pré-clínicos. Desta forma, a geração destes imunógenos alternativos pode adicionar ferramentas importantes à busca de uma vacina definitiva contra a dengue. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 11 19 a 21 de março de 2015 EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO CONTEXTO DA SAÚDE PÚBLICA: CAFÉ COM PROSA UMA EXPERIÊNCIA EXITOSA Sheila Nara Ferreira ESF CAIC II - Prefeitura Municipal de Nova Lima [email protected] INTRODUÇÃO: Considera-se que a organização do SUS constrói-se principalmente pela implantação de redes de Unidades Básicas de Saúde (UBSs), objetivando priorizar as ações de atenção básica. Partindo da constatação da existência das dificuldades estratégicas que contemplem práticas de saúde voltadas para promoção da saúde e consequentemente de desenvolvimento da comunidade assistida, torna-se relevante apresentar experiências exitosas. No entanto, as UBSs, apesar de terem a mesma missão e desenvolverem os mesmos programas de saúde apresentam singularidades determinadas por importantes variáveis. Neste sentido o projeto “Café com Prosa” não pretende apresentar um modelo a ser seguido, e sim compartilhar idas e vindas de um processo balizado por dois princípios: a de que a participação coletiva é necessária para a transformação e de que o modelo de assistência à saúde deve o que atenda as reais necessidades da comunidade. OBJETIVOS: Aumentar o conhecimento da população sobre a equipe e o funcionamento da unidade básica de saúde que a atende, sobre a Estratégia de Saúde da Família, o Serviço Único de Saúde. Desenvolver maneiras de aproximar a população adscrita aos profissionais da equipe de saúde através da discussão de adequação e de possíveis mudanças de modelo assistencial. Definição de planos de ação e visualização e ruptura de obstáculos. Abrir espaços para a população opinar, tornar estes indivíduos mais participativos e assim construir conjuntamente um modelo que melhore indicadores de saúde e o conhecimento geral. METODOLOGIA: Primeiramente foi levantado o diagnóstico rápido situacional da área, com dados oriundos da participação efetiva de todos os profissionais que atuam na equipe e também de parte da população. Este documento é basicamente uma pesquisa das condições de saúde e risco de uma determinada população, com o fim de possibilitar, planejar e programar ações. A partir da caracterização realizada foram feitas analises da situação do serviço, comunidade e usuário e consequentemente levantamento das fragilidades e potencialidades do serviço em questão. As reuniões com a equipe, para definir planos de ação, ocorreram semanalmente. Durante estes encontros também foram eleitos, a partir de algumas características, representante chave de cada micro área, a fim de ajudar na definição de espaço para os encontros. Partindo do princípio que as reuniões deveriam ser informais e em locais onde o usuário se sentisse a vontade, escolhemos realizar os encontros no próprio domicilio destes representantes. A quantidade e quais seriam as pessoas convidadas, também seriam definidas pelo dono da casa, com a única condição que todos os participantes fossem residentes da área atendida pela equipe. Providenciamos para cada encontro a realização da divulgação escrita e verbal dos encontros. No momento do encontro acontece discussão sobre modelos, propostas da equipe e obstáculos; feedback com participantes e café para descontração e rompimento de barreiras existentes entre o usuário do serviço de saúde e o profissional. Basicamente a metodologia do trabalho construiu-se pelo Método Altadir de Planificação Popular (MAPP), buscando-se a cogestão e a efetivação do controle social. Elegemos este instrumento por ser um método participativo que respeita a visão que a população tem dos problemas locais que a afetam. Cria um compromisso muito forte da população com a análise dos problemas que realiza e as soluções que ela mesma propõe e promove a descentralização e a participação popular Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 12 19 a 21 de março de 2015 PRINCIPAIS RESULTADOS/APRENDIZADO COM VIVÊNCIA: Segundo o diagnóstico rápido situacional, grande parte da população desconhece os objetivos e funcionamento do SUS, da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e da própria equipe. Consequentemente há uma grande demanda espontânea diária e insatisfação da população com o que é oferecido. Até Junho de 2013 foram realizadas 11 reuniões com uma média de 15 participantes. Os participantes possuíam características heterogêneas. A maioria demonstrou interesse em colaborar com as ações e com a divulgação das ideias ali compartilhadas. Muitos agradeceram pela oportunidade de construir este modelo conjuntamente. Entenderam a importância de cada profissional. Sugeriram maior união dos membros das equipes, melhor comunicação e construção de grupos operativos. CONCLUSÃO: Acreditamos que uma população consciente é uma população participativa que contribui positivamente para o desenvolvimento de nossas ações. Sua participação torna estas ações legítimas e há uma maior aceitação das estratégias do grupo. Com uma postura mais receptiva dos usuários e aproximação dos funcionários, passamos a enxergar de maneira mais clara a união destes, formando verdadeiramente uma equipe de saúde Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 13 19 a 21 de março de 2015 VACINAS E DOENÇAS NEGLIGENCIADAS – DESENVOLVIMENTO DE MODELO VACINAL PARA TOXOPLASMOSE Nahiara Esteves Zorgi MSc Instituto de Ciências Biomédicas/USP [email protected] Muitas doenças endêmicas em populações de baixa renda, como na África, Ásia e América Latina são consideradas negligenciadas pelos países avançados, com uma estimativa em média de 1 milhão de óbitos anualmente. Na Saúde Pública, o desenvolvimento de vacinas seria a medida mais eficaz para prevenir e controlar estas infecções, por ser de baixo custo, permitindo o acesso para as populações de baixa renda. As características ideais para uma vacina são induzir uma resposta imune adequada sem promover danos aos indivíduos vacinados, com risco mínimo e impedindo a doença. Operacionalmente, deveria ser de baixo custo por dose, fácil de transportar e administrar, estável biologicamente, e com pouco ou nenhum efeito colateral imediato. As vacinas podem ser atenuadas ou de subcomponentes. A vacinação para a febre amarela foi desenvolvida em 1930 e até hoje ela é administrada, uma vacina que utiliza o vírus atenuado (Bassi et al., 2015). Um modelo vacinal tetravalente para a dengue utilizando vírus atenuado está na fase de ensaios clínicos (Wei et al., 2014). Para infecções bacterianas como o Leptospira sp a primeira vacina bem sucedida era produzida com bactérias mortas e era sorotipo específica, não protegendo contra outros sorotipos. Vacinas polivalentes para este agente, com proteínas da membrana do patógeno podem ser uma alternativa mais eficazes contra diferentes espécies patogênicas (Rajapakse et al., 2015). Para a tuberculose humana, até hoje a única licenciada é a BCG, que utiliza Mycobacterium bovis atenuada, é realizada logo após o nascimento e previne a doença grave na infância (Kaufmann, 2013). Entre as doenças negligenciadas, as mais complexas na produção de vacinas são as causadas por organismos nucleados e metazoários. Para ascaridíase, tricuríase e ancilostomíase, que são as principais verminoses transmitidas pelo solo, o Instituto de Sabin Vacinas desenvolveu uma vacina “Pan-anthelmintic”, que induz uma imunidade protetora parcial (Zhan et al., 2014). Para teníase, existe uma vacina com proteína recombinante (TSOL-18) em estudo que reduz a infecção em suínos imunizados, diminuindo o risco de transmissão para o homem (Jayashi et al., 2012 e Gauci et al., 2012). Na Leishmaniose visceral existem varias propostas, como uma proteína recombinante com resultados promissores em cães e humanos (Vélez et al., 2010; Trigo et al., 2010 e Coler et al., 2007). Já existem vacinas comerciais de subcomponentes para a leishmaniose canina, mas seu uso é controverso pela soroconversão canina e eliminação de cães vacinados. Para Doença de Chagas ou tripanossomíase americana, vacinas recombinantes têm sido propostas com resultados promissores (Bontempi et al., 2015). Atualmente a Sanaria® realiza imunizações para malária utilizando esporozoítos de Plasmodium falciparum irradiados, esse tipo de imunização induz no hospedeiro altos níveis de proteção (Hoffman et al., 2002; Hoffman et al., 2010 e Seder et al., 2013). A toxoplasmose é considerada uma doença negligenciada nos Estados Unidos, e segundo a CDC (Centers for Disease Control and Prevention) é a segunda principal causa de morte por doenças transmitidas por alimentos nos Estados Unidos. Atualmente não existe uma vacina para uso em humanos, gatos ou animais de consumo. Somente uma vacina, a TOXOVAX®, que é utilizada para imunizar ovinos que são destinados para a produção de lã. Essa imunização reduz o número de abortos, mas apresenta baixa proteção e problemas logísticos (Buxton, 1993). Nosso grupo desenvolveu uma vacina para a toxoplasmose utilizando taquizoítos de T. gondii irradiados, semelhante ao modelo de esporozoitos e malária. A radiação ionizante já tem sido utilizada como ferramenta para produção de imunógenos para muitas doenças, como Schistosoma mansoni (Wales e Kusel, 1992); Opisthorchis viverrini (Papatpremsiri et al., 2014); Giardia lamblia (Sundermann e Estridge, 2010); Plasmodium falciparum (Seder et al., 2013; Hoffman et al., 2010). Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 14 19 a 21 de março de 2015 A radiação ionizante é uma ferramenta que induz a esterilização do T. gondii, mas a sua estrutura permanece íntegra e suas proteínas inalteradas, esse tipo de imunógeno expõe o hospedeiro ao agente com uma imunidade similar à infecção natural (Hiramoto et al., 2002; Zorgi et al., 2011). A principal forma de transmissão da doença ocorre por via oral, sendo a mucosa intestinal o primeiro contado do parasita com o hospedeiro. Camundongos imunizados com taquizoítos de T. gondii irradiados com uma dose de 255Gy de uma fonte de cobalto 60, tanto por via oral como por via intraperitoneal apresentaram uma forte resposta imune humoral com produção de anticorpos específicos total e de alta afinidade de IgG e IgA, sendo que a resposta de IgA foi mais evidente em animais imunizados por via oral. Houve também um aumento da produção de anticorpos “in vitro” por células do baço e da medula óssea de camundongos imunizados. A imunização também induziu uma resposta na mucosa com produção de S-IgA nas fezes dos animais imunizados por via oral. Animais imunizados por ambas as vias de inoculo apresentaram uma infecção menor em relação aos animais não imunizados após desafios de 30 dias depois da última dose. A imunização induziu nos animais o aumento das populações celulares de linfócitos B, TCD4 e TCD8 no baço e no sangue periférico. Camundongos imunizados por via oral ou por via intraperitoneal apresentaram altos níveis de proteção após desafios tardios com diferentes cepas do parasita. Todos estes achados mostram o esforço cientifico para a produção de vacina para estas doenças negligenciadas, em seus múltiplos aspectos. Como demonstramos em nosso modelo de toxoplasmose, a produção de uma vacina depende de uma criteriosa avaliação da resposta imune induzida e atualmente não podemos correr os riscos que Pasteur ou Sabin correram no passado. O uso das técnicas avançadas como as que foram aqui apresentadas permitem inferir de forma segura a imunidade que uma vacina pode gerar, sem a necessidade de expor os vacinados a riscos adicionais de desafio ambiental com o agente alvo. Esperamos que todo este esforço dos grupos resulte na produção de vacinas que permitam dizer que doenças inexistentes foi um dia negligenciada. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 15 19 a 21 de março de 2015 QUIMIOINFORMÁTICA E DOENÇAS NEGLIGENCIADAS Matheus Puggina de Freitas DQI-UFLA. E-mail: [email protected] Doenças negligenciadas afetam, principalmente, os países em desenvolvimento e pouco sensibilizam setores de P&D das grandes indústrias farmacêuticas, cujos investimentos se concentram no desenvolvimento de medicamentos mais rentáveis, isto é, aqueles associados a doenças como a hipertensão, Mal de Alzheimer e disfunções sexuais. O termo "negligência" também se aplica às pesquisas acadêmicas na área de Química Computacional, pois poucos trabalhos de modelagem molecular se destinam ao desenvolvimento de novos fármacos para serem usados no tratamento de doenças negligenciadas. No Brasil, por outro lado, pesquisas na área de modelagem molecular de novos fármacos são emergentes e têm contribuído para minimizar essa escassez de estudos. As abordagens computacionais para a modelagem de novos fármacos buscam prever propriedades físicas, químicas e biológicas de novas moléculas antes das mesmas serem sintetizadas - por isso, essa prática também é conhecida como "desenho racional de fármacos". As duas possíveis abordagens referem-se à aproximação do receptor e à do ligante; na primeira, avaliam-se, computacionalmente, as interações ligante-receptor que governam a atividade biológica, enquanto na segunda analisam-se as características estruturais dos candidatos a fármacos que afetam a sua atividade biológica. Esta última abordagem corresponde aos estudos QSAR (Quantitative Structure-Activity Relationships). O Grupo de Química Computacional da UFLA desenvolve, dentre outros estudos, análises QSAR para a modelagem molecular de novos candidatos a fármacos a serem usados no tratamento de doenças negligenciadas, tais como malária, esquistossomose e dengue. Como desafio principal, tem-se a constante busca por colaborações com experimentalistas, para se sintetizarem e testarem as propostas concebidas computacionalmente, bem como a procura por incentivo e interesse da indústria farmacêutica. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 16 19 a 21 de março de 2015 PRINCÍPIOS E PRÁTICA EM CITOMETRIA DE FLUXO Ricardo Toshio Fujiwara Departamento de Parasitologia, Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Minas Gerais A presente oficina é voltada para aprendizado e aperfeiçoamento de conhecimentos sobre análise fenotípica celular e molecular por citometria de fluxo, além de compreensão sobre noções básicas de funcionamento e manuseio de citômetro de fluxo. Na oficina serão abordadas aspectos sobre histórico do uso da citometria de fluxo, fundamento da metodologia, funcionamento básico do citômetro de fluxo, princípios da fluorescência e seu uso em citometria, noções de calibração, ajuste e compensação, preparação de amostras para análise por citometria de fluxo e aplicações da citometria de fluxo para determinação de parâmetros moleculares e mecanismos celulares. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 17 19 a 21 de março de 2015 Resumos dos trabalhos apresentados Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 18 19 a 21 de março de 2015 EVIDÊNCIA DE L. (L.) infantum chagasi EM DOIS CÃES DE MUNICÍPIO NÃO ENDÊMICO ATRAVÉS DE MÉTODOS SOROLÓGICOS E MOLECULARES 1 1 1 3 2 1 1 Nunes, J.B. ; Kanamura, H.Y. ; Silva, J.C. ; Costa, D.O. ; Laurenti, M.D. Colombo, F.A. ; Pereira, A.A.C. ; 1 Marques, M.J. . 1 Departamento de Patologia e Parasitologia, Laboratório de Biologia Molecular de Microorganismos, Instituto de Ciências Biomédicas da UNIFAL, Alfenas, MG. 2 Departamento de Patologia, Laboratório de Patologia de Moléstias Infecciosas (LIM-50) da FMUSP, São Paulo, SP. 3 Médico Veterinário Autônomo. Email: [email protected] A leishmaniose visceral (LV) é uma doença crônica e, sistêmica; o cão é considerado o principal reservatório doméstico do parasito causador. Os programas de controle preconizam a realização de inquéritos sorológicos para conhecer a prevalência da doença e, simultaneamente, à identificação dos cães sorologicamente positivos, uma vez que a infecção canina precede à humana. Trata-se de um relato de dois casos de LV canina em município considerado não endêmico para a doença. Esses animais são provenientes da cidade de Paraguaçu-MG, atendidos em clínica veterinária no município de Alfenas-MG. Os animais apresentavam sinais de ulceração cutânea perinasal e periocular, alopecia em base de cauda e em extremidade distal de orelha, seborreia em regiões de tórax e membros, onicogrifose e dificuldade de locomoção. A pesquisa do protozoário Leishmania (L.) infantum chagasi foi realizada por métodos sorológicos (teste rápido ® imunocromatográfico DPP Bio-Manguinhos, ELISA e RIFI, ambas in house) e moleculares (PCR convencional utilizando os marcadores RV1/RV2 e PCR em Tempo Real – qPCR utilizando os marcadores Linj31, DNAPol e Ldon) em amostras de sangue. Foram coletados fragmentos de baço dos animais, após a eutanásia, para a realização de testes moleculares e exame parasitológico. Os resultados apontam que nas amostras de soro analisadas, todas foram reagentes para LVC no DPP®, ELISA e RIFI. No exame parasitológico do baço foi possível a visualização de formas amastigotas do parasito. Nos testes moleculares, as amostras de sangue obtiveram resultados positivos somente na qPCR. As amostras de baço apresentaram resultados positivos em todos os testes moleculares. Quanto à investigação epidemiológica em relação aos cães, constatou-se que um deles tem procedência desconhecida, já que se trata de cão abandonado que foi adotado pelo proprietário, e o outro, de acordo com informação do mesmo, nasceu e cresceu na propriedade, sem ter nunca saído da região. A LV tem se expandido nos últimos anos em áreas urbanas, tanto em humanos quanto animais, podendo estar relacionada ao intenso fluxo de pessoas de diversas regiões do país inclusive de áreas endêmicas para a doença, muitas vezes transportando seus animais de estimação. Dessa forma a realização de inquéritos caninos em municípios silenciosos é uma forma de monitorar a progressão da doença e evitar a ocorrência de surtos através da identificação precoce dos casos positivos. Palavras chave: leishmaniose visceral canina, diagnóstico sorológico, diagnóstico molecular, epidemiologia. Apoio Financeiro: CNPq, DS Capes, FINEP, LIM50 HC-FMUSP, PNPD Capes, PVNS Capes e UNIFAL-MG. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 19 19 a 21 de março de 2015 AVALIAÇÃO DA CONCORDÂNCIA ENTRE TESTES SOROLÓGICOS PRECONIZADOS PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA DIAGNÓSTICO DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA 1 2 3 4 SANTOS, MJBM ; ALVARENGA, IM ; BOTELHO, MCA ; BARÇANTE, TA ; BARÇANTE, JMP 5 1 Graduanda em Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras. Graduanda em Ciências Biológicas, Universidade Federal de Lavras. 3 Médica Veterinária da Prefeitura Municipal de Lavras 4 Coorientador, Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras 5 Orientador, Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras 2 A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose parasitária, causada por protozoários do gênero Leishmania, que é considerada uma das sete endemias prioritárias pela Organização Mundial da Saúde. O Brasil detém cerca de 90% dos casos da doença na América Latina. O cão doméstico é considerado o principal reservatório urbano do parasita. Em Lavras, MG, a primeira notificação de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) ocorreu em 2013, simultaneamente ao início do inquérito sorológico canino. O objetivo do presente estudo foi avaliar a concordância dos resultados diagnósticos obtidos utilizando os dois testes preconizados pelo Ministério da Saúde (MS). Como métodos de diagnóstico, utilizou-se o TR DPP®, um teste qualitativo para detecção de anticorpos anti-Leishmania que utiliza a proteína recombinante K28 (fragmentos K 26, K 39 e K9) como antígeno. Este teste foi utilizado como triagem. Somente nos cães reagentes no TR DPP® foi coletado sangue para a realização do Ensaio Imunoenzimático (ELISA). Foi feita a separação da amostra sanguínea por centrifugação. O soro obtido foi aliquotado e encaminhado para o Laboratório Central de Saúde Pública, na Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte. No período de outubro de 2013 a setembro de 2014, foram realizados 876 exames em cães residentes no município. Destes, 99 (11,3%) foram positivos no teste de triagem. De acordo com o MS, considera-se positivo o animal sororreagente em pelo menos dois testes oficiais. Assim, após o ELISA, observou-se que 68 (69%) animais positivos foram confirmados, 24 (24%) foram negativos e sete (7%) indeterminados. Verificou-se uma discordância inicial de 31% entre os testes. O teste de triagem apresenta uma série de vantagens como a praticidade de utilização a campo e a rapidez do resultado. Contudo, considerando que a recomendação do MS é a eutanásia dos animais infectados, e que o DPP® apresentou, no presente estudo, 24% de resultados falso-positivos, é fundamental a realização do ELISA para considerar um animal positivo. Desse modo, verifica-se a necessidade de novas investigações, a fim de se obter um teste de triagem que apresente uma melhor especificidade, mesmo para os estudos a campo. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 20 19 a 21 de março de 2015 PRIMEIRO RELATO DA Brumptomyia nitzulescui NO MUNICÍPIO DE LAVRAS, MINAS GERAIS. Carlos Alberto Silvestre Santos1, Andrey José de Andrade2, Bruna Conceição Ferreira1, Thales Augusto Barçante3, Ana Lucinda Barcelos1, Joziana Muniz de Paiva Barçante3 1 –Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras (UFLA) 2 – Universidade de Brasília 3 – Departamento de Ciências da Saúde, UFLA A Leishmaniose é uma zoonose colocada como doença crônica de importância mundial, cuja manifestação clínica pode ser na forma visceral (calazar), cutânea (tegumentar) ou ambas. Estas enfermidades são causadas por protozoários flagelados do gênero Leishmania, da família dos Trypanosomatidae. Sendo transmitida a humanos e animais, principalmente pela picada de mosquitos flebotomíneos, correspondentes ao gênero Lutzomyia. O município de Lavras (MG) é uma área considerada como não endêmica para Leishmaniose visceral e tegumentar, no entanto, alguns focos autóctones da Leishmaniose visceral canina (LVC) já foram diagnosticados na região. Neste sentido, no presente trabalho, objetivou-se verificar a ocorrência de flebotomíneos nas proximidades das áreas onde foram diagnosticados casos de animais positivos para LVC. Para o estudo foram utilizadas quatro armadilhas luminosas tipo CDC. As armadilhas foram colocadas em uma área de mata ou próximas a elas, sendo montadas às 18 horas e retiradas na manhã seguinte às 6 horas. Após retirada, as armadilhas eram encaminhadas para o Laboratório de Biologia Parasitária (BIOPAR) da Universidade Federal de Lavras. Os insetos foram retirados, colocados em uma bandeja para primeira triagem com base no tamanho. Os insetos que mediam entre 2-3 mm foram colocados em placas de Petri e analisados, com base em caracteres morfológicos utilizando microscópio estereoscópio. Aqueles identificados como pertencentes à família Psycodidae foram enviados para identificações específicas, no Laboratório de Entomologia da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP). Os espécimes encaminhados foram identificados como pertencentes à espécie Brumptomyia nitzulescui, sendo um macho e uma fêmea. Esta espécie está amplamente distribuída no território brasileiro, sendo menos presente na região nordeste do país. Este é o primeiro relato da espécie no município de Lavras, MG. Embora não tenha sido encontrado registro de Leishmania infectando esta espécie, torna-se relevante o seu registro como constituinte da entomofauna de flebotomíneos da região. Agradecimentos à: FAPEMIG, CNPQ, CAPES, PETI BIOPAR, COPE/DMA Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 21 19 a 21 de março de 2015 MONITORAMENTO ENTOMOLÓGICO DE CULICÍDEOS UTILIZANDO ARMADILHA DO TIPO OVITRAMPA 1 1 2 1 1 1 Milagres, T.F. ; Velikkakam, T. Rand, T.A. ; Pereira, S.M.; Ruela, K.O. ; Barcelos, A.L. ; Soares, G.D.T. ; Santos, 1 1 C.A.S. ; Barçante; J.M.P. ; 1 2 Laboratório de Biologia Parasitária, Departamento de Medicina Veterinária, UFLA, Lavras, MG. College of Veterinary Medicine and Biomedical Sciences, Texas A&M University, College Station, TX, USA. E-mail: [email protected] Aedes aegypti é o principal vetor do vírus dengue no Brasil. O vírus possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, que podem se manifestar desde formas inaparentes até quadros hemorrágicos. O objetivo dessa pesquisa foi identificar e monitorar a presença e a densidade de vetor dentro do campus da Universidade Federal de Lavras. Durante o período de setembro de 2013 a março de 2014 foi feito o monitoramento semanal de 20 áreas predefinidas. Nestes locais, foram instaladas armadilhas do tipo ovitrampa, confeccionadas utilizando garrafas pet, palhetas de Eucatex (17x3cm), e em seguida preenchidas com uma infusão a base de feno (Panicum maximum) fermentado. Semanalmente a solução de preenchimento a base de feno era substituída e as palhetas encaminhadas para o Laboratório de Biologia Parasitária para identificação dos ovos e larvas, utilizando microscópio estereoscópico. Os dados coletados foram analisados por meio de análise exploratória descritiva. Para o ano de 2013, nos meses de setembro, outubro e novembro, observou-se um total de 2.245 ovos, 3.209 larvas de Culex, 438 larvas de Aedes albopictus, 912 larvas de Aedes aegypti. Em 2014, nos meses de janeiro, fevereiro e março foram coletados 3.791 ovos, 2.507 larvas de Culex, 749 de A. albopictus e 2.168 de A. aegypti. O conhecimento da distribuição do vetor servirá para identificar as áreas de maior ocorrência do inseto e, consequentemente, aquelas para implantação e sistematização de medidas de controle, objetivando reduzir a transmissão viral. Palavras chave: Vírus Dengue, Armadilha entomológica, Monitoramento de vetores, Culicidae. Apoio financeiro: CNPq Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 22 19 a 21 de março de 2015 AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ESQUISTOSSOMICIDA DO EXTRATO, FRAÇÕES E MISTURA DE ALCALÓIDES MAJORITÁRIOS OBTIDOS DAS FLORES DE Senna spectabilis (DC.) 1 1 1 1 2 2 3 Castro, A.T. ; Castro, A.P. ; Silva, M.S. ; Souza, I.M.M. ; Dias, K.S.T. ; Linhares, C.C. ; Pivatto, M. ; Bolzani, 3 2 1 V.S. ; Viegas Jr.,C. ; Marques, M.J. 1 Departamento de Patologia e Parasitologia, Instituto de Ciências Biomédicas, Laboratório de Parasitologia, UNIFAL, Alfenas, MG 2 Instituto de Química, Laboratório de Fitoquímica e Química Medicinal, UNIFAL, Alfenas, MG 3 Instituto de Química, UNESP, Araraquara, SP A esquistossomose é uma doença parasitária crônica causada por parasitos do gênero Schistosoma e apresenta um significativo impacto social e econômico. Atualmente, o praziquantel (PZQ) é o medicamento utilizado para o tratamento da doença, indicado pela Organização Mundial da Saúde. No entanto, a dependência de um único fármaco é preocupante, pois com reinfecções constantes e retratamento pode ocorrer o aparecimento de cepas resistentes. Sendo assim, a busca por novas substâncias com atividade esquistossomicida é essencial. O gênero Senna é alvo de muitos estudos devido ao reconhecimento de sua grande diversidade biológica e propriedades farmacológicas. No presente trabalho foi avaliada a atividade esquistossomicida in vitro do extrato etanólico, frações do extrato, e de alcalóides majoritários obtidos das flores de Senna spectabilis. Vermes adultos de S. mansoni foram expostos a diferentes concentrações do extrato etanólico, frações acetato de etila e diclorometano, e mistura de substância cassina/ espectalina para avaliação de viabilidade dos parasitos e cálculo de concentração inibitória de 50%. Foi avaliada a atividade excretora e lesões de tegumento dos vermes adultos de S. mansoni expostos à mistura de alcalóides cassina/espectalina por meio de marcação com sondas fluorescentes. A viabilidade celular foi avaliada utilizando células mononucleares do sangue periférico humano (PBMC) por ensaio de redução de MTT. O extrato etanólico e a fração acetato de etila de S. spectabilis, em concentrações elevadas provocam diminuição da ovoposição, paralisação de sistema excretor e lesões de tegumento. A fração diclorometano exerce atividade significativa quando comparada ao controle, visto que tal atividade é resultado da maior concentração de alcalóides nesta fração. A mistura (cassina/ espectalina) causou paralisia total dos vermes adultos de S. mansoni além de inibir a atividade excretora e provocar lesões de tegumento consideráveis no parasito na concentração de 50,0 µg/mL. A mistura de alcalóides também exibiu baixo valor de IC 50 37,4 µg/mL; e apresentou baixo potencial citotóxico CC50 132,1 µg/mL. Estes resultados são promissores quanto à atividade esquistossomicida, portanto requerem estudos mais aprofundados. Palavras - chave: esquistossomose, Senna spectabilis, alcalóides, sondas fluorescentes Apoio financeiro: CNPq, Capes, FAPEMIG, UNIFAL- MG Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 23 19 a 21 de março de 2015 PANORAMA DA DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL E SUA CASUÍSTICA NOS ESTADOS DO PARÁ, AMAZONAS E AMAPÁ NO PERÍODO (2007-2013) Begali J. H.¹; Moraes F. C.¹; Carraro P. E.¹; Picinato, M. A. C.¹; Grisólio, A. P. R.¹ ;Carvalho A. A. B.² ¹Discente do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP- Câmpus Jaboticabal. ²Docente do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - UNESP - Câmpus Jaboticabal. e-mail: [email protected] Introdução: A doença de Chagas é uma enfermidade amplamente distribuída no Brasil. Sua maior prevalência é nos estados localizados ao norte do país, onde causa grande impacto na saúde pública. A doença é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e transmitida pelo triatomíneo Triatoma infestans. A presença da doença em ambiente domiciliar é resultado de alguns fatores já conhecidos, como a intervenção humana em ambiente natural do vetor, o hematofagismo estrito e a possibilidade de abrigo para os triatomíneos. Entre as década de 70 e 80, havia mais de 5 milhões de brasileiros infectados pelo Trypanosoma cruzi, e devido a falta de tratamento eficaz houve muitas mortes. Com isso, foi elaborado um Programa Nacional de Controle da Chagas, que passou a aplicar inseticidas e capturar os triatomíneos, reduzindo drasticamente o número de novos casos em humanos e auxiliando na diminuição da população do principal vetor da enfermidade. No entanto, a doença ainda persiste no país, ocasionando sérios danos à saúde humana e causando prejuízos econômicos, com gastos no tratamento das pessoas infectadas. Diante disso, foi realizado um estudo do número de casos da doença de Chagas nos estados do Pará, Amazonas e Amapá, na intenção de verificar qual a prevalência atual dessa moléstia nesses estados. Metodologia: A pesquisa foi realizada consultando o número de notificações da doença em humanos no período de 2007 a 2013. Esses dados encontram-se disponíveis no site do SINAN. Resultados e conclusões: Durante esse período, no estado do Pará foram notificados 944 novos casos da doença, no Amazonas 73, e no Amapá 77. A alta incidência demonstra que muito ainda precisa ser feito para controlar a doença de chagas no Brasil. É importante que trabalhos de educação em saúde e de vigilância epidemiológica e sanitária sejam intensificados nesses locais de maior risco, nos quais as condições climáticas, os tipos de moradia e o nível de esclarecimento da população local acabam facilitando a multiplicação do vetor e a disseminação da doença. Ademais, novas pesquisas devem ser feitas a fim de verificar o número real de casos, considerando-se a subnoticação. Também deve-se adotar estratégias de controle do vetor no peridomicilio, e conscientizar a população sobre o seu papel no controle e prevenção da doença de Chagas Palavras-chave: saúde pública, zoonose, vetor Apoio Financeiro: Este trabalho teve o apoio financeiro da CAPES. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 24 19 a 21 de março de 2015 ATIVIDADE DA 7-EPICLUSIANONA NA INIBIÇÃO DE ENZIMAS ANTIOXIDANTES DE Schistosoma mansoni 1 1 1 1 1 1 2 Silva, M. S. ; Ferreira, M. E. R. ; Souza, I. M. M. ; Castro, A. T. ; Castro, A. P. ; Marques, M. J. ; Filho, P. R. S. 1 Departamento de Ciências Biológicas, Laboratório de Biologia Molecular de Microorganismos 2 Departamento de Ciências Biomédicas, Laboratório de Bioquímica A esquistossomose é uma parasitose que afeta uma população com menos acesso a serviços de saúde e tratamento. Os focos de infecção estão nos países em desenvolvimento do hemisfério sul, estimando-se aproximadamente 200 milhões de casos da doença pelo mundo. A espécie responsável pela doença no Brasil é o Schistosoma mansoni, o qual habita o sistema porta-hepático em seu hospedeiro definitivo, o homem. Já foram encontradas cepas de Schistosoma resistentes ao Praziquantel, um dos medicamentos referência no tratamento da doença. Na busca de novos medicamentos é importante observar que a sobrevivência do parasito no organismo humano é possível devido a fatores como os mecanismos de escape do parasito, os quais modulam a resposta imune do hospedeiro e apresentam resistência aos processos oxidativos desencadeados por esta resposta. Enzimas, tais como a Superóxido Dismutase (SOD), Catalase e a Thioredoxina Glutationa Redutase têm sido alvos de estudos para elucidar possíveis sítios de ação de novas drogas. Desta forma, o presente trabalho objetivou a análise da atividade da SOD que está envolvida no processo oxidativo do S. mansoni, e se há algum carácter inibitório na atividade da mesma na presença da molécula alvo do estudo, a 7-epiclusianona, uma benzofenona poliprenilada que apresentou atividade esquistossomicida in vitro em trabalhos anteriores. Os vermes obtidos por perfusão foram deixados em contato com a droga por 24 horas, e acompanhados por 1 semana para verificar a recuperação. Após este prazo, a enzima foi obtida por criopulverização em acetona. A atividade da SOD foi medida indiretamente pela conversão do sal de formazano hidrossolúvel WST-1(4-[3-(4-Idophenyl)-2-(4-nitrophenyl)-2H-5tetrazolio]-1,3-benzene disulfonate) em WST-formazano, oxidado pelo ânion superóxido. Os resultados parciais obtidos nos testes de atividade da SOD mostraram uma inibição linear crescente proporcional à concentração da droga nos testes in vitro. A inibição da SOD implica em um aumento da concentração do ânion superóxido livre, o qual é capaz de causar danos oxidativos graves nos componentes celulares do parasita. Palavras–chave: Schistosoma mansoni; compostos orgânicos, benzofenonas, 7-epiclusianona, enzimas, oxidação. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 25 19 a 21 de março de 2015 IMPORTÂNCIA DA TOXINA CEREULIDE PRODUZIDA POR BACILLUS CEREUS NA SAÚDE PÚBLICA Izola, B.F.¹; Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.²; Rossi, G.A.M²; Meirelles-Bartoli, R.B.³; 4 Vidal, A.M.C ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. 3 Docente da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí, Unidade Jatobá. 4 Docente da FZEA, USP, Campus Pirassununga Resumo: Diversos trabalhos relatam a presença de Bacillus cereus em leite e derivados, inclusive após a realização de tratamentos por ultra alta temperatura (UAT). Essa é uma bactéria formadora de esporos, gram-positiva, amplamente distribuída na natureza, sendo encontrada no solo, meio ambiente e até mesmo na microbiota intestinal de animais. Pode estar presente em diversos alimentos, como arroz, macarrão, carne, ovos e mel, estando associada a intoxicações alimentares. Porém, além da importância para a saúde pública, a bactéria também causa defeitos tecnológicos em produtos lácteos, relacionados com a produção de lipases e proteases, provocando uma redução do tempo de prateleira e o desenvolvimento de atributos sensoriais indesejáveis, causando prejuízo aos laticínios. Sua resistência está relacionada ao fato de pode formar esporos que são resistentes ao calor, desidratação, variação de pH, entre outros fatores limitantes. Existem dois tipos de síndromes de intoxicação relacionadas ao B. cereus: síndrome emética, causada pela toxina cereulide; e a síndrome de intoxicação alimentar diarreica, relacionada com pelo menos três enterotoxinas (hemolítica, não hemolítica e citotoxina). A cereulide é extremamente estável, podendo suportar atividade da protease, tratamento térmico de duas horas a 121°C (tais com cozimento, fritar, assar e micro-ondas), além de exposição a valores de pH entre 2 a 11. Sendo assim, o acúmulo de cereulide em alimentos representa ameaça à saúde da população, já que a toxina não será inativada durante o processamento e preparação dos alimentos. Essa síndrome é atribuída a uma toxina pré-formada no alimento, enquanto na síndrome diarréica é provocada por uma enterotoxina produzida in vivo, ou seja, produzida no intestino do hospedeiro. Em relação à produção da cereulide, esta ocorre na faixa de temperatura de 8 a 40°C, sendo a temperatura ótima entre 20 e 30°C, o que deve ser levado em consideração na preparação dos alimentos. Em contrapartida, essa produção é severamente prejudicada pela redução dos níveis de oxigênio e é inibida por valores baixos de pH, sendo, portanto, a acidificação de produtos alimentares uma possível estratégia para prevenir o risco de produção desta toxina. São necessários estudos mais específicos em relação a sua epidemiologia no Brasil, por se tratar de uma bactéria presente em diversos produtos de origem animal e que apresenta grande risco à saúde pública. Palavras-chave: cereulide, enterotoxina, alimentos, saúde pública. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 26 19 a 21 de março de 2015 PESQUISA ENTOMOLÓGICA DE FLEBOTOMÍNIOS NO MUNICÍPIO DE JATAÍ-GO APÓS DIAGNÓSTICO DO PRIMEIRO CASO ALÓCTONE DE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA 4 Paula, E.M.N.¹; Paula, C.R.²; Presotto, L.G.O.³; Bartoli, D.S. ; Meirelles-Bartoli, R.B. 4 ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município de Jataí, Goiás. ³Diretora do Centro de Controle de Zoonoses do Município de Jataí, Goiás. 4 Docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí, Unidade Jatobá. E-mail: [email protected] A leishmaniose visceral (LV) é uma enfermidade que acomete animais e seres humanos, causada nas Américas, pelo protozoário Leishmania chagasi. No Brasil, o vetor responsável é o Lutzomyia longipalpis. Para reduzir as taxas de letalidade e morbidade tem-se a investigação entomológica buscando informações de caráter quantitativo e qualitativo sobre flebotomíneos transmissores da LV, além de direcionar medidas de prevenção e controle. Esse trabalho descreve a pesquisa entomológica após confirmação de um caso alóctone de leishmaniose visceral canina (LVC) em Jataí, Goiás. A ação foi realizada pela equipe do Laboratório Central (LACEN) de Goiânia juntamente com a equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), agentes da Vigilância Epidemiológica de Jataí, e com participação de um discente e docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí. Esta ação iniciou-se com escolha de pontos na cidade, onde seriam instaladas armadilhas para captura do flebótomo. Os materiais utilizados foram armadilhas do tipo luminosa (CDC), GPS (Global Positioning System) e termohigrômetro. Dez pontos da cidade (zona urbana e rural) foram eleitos, baseado em histórico de notificação de casos humanos alóctones de LV e autóctones de leishmaniose tegumentar americana (LTA), além de residências com condições de desenvolvimento do vetor, com presença de animais domésticos, árvores frutíferas e matéria orgânica. As armadilhas foram instaladas em diferentes pontos das casas, tanto externamente quanto internamente. Em um boletim diário de campo eram registradas as coordenadas geográficas, temperatura, vento, umidade relativa do ar e chuva. Instalouse 38 armadilhas identificadas. O período de captura totalizou 12 horas, do final do dia até o início da manhã. Os insetos coletados foram levados ao CCZ para triagem, por meio de placas de vidro, pinças e estereomicroscópio. Encontrou-se 9 exemplares de flebotomíneos, sendo 5 fêmeas e 4 machos, que foram acondicionados em tubitos com álcool, para conservação e encaminhados ao LACEN, para identificação taxonômica da espécie, e de acordo com o laudo emitido trataram-se de exemplares de Lutzomyia whitmani, vetor da LTA. Conclui-se neste trabalho, que apesar de ser o primeiro caso de LVC notificado em Jataí, tratase um caso alóctone e a espécie do vetor encontrada é responsável pela transmissão da LTA. Entretanto, a LV encontra-se em crescente disseminação no Brasil, e a adoção de medidas preventivas continua sendo necessária. Palavras-chave: Lutzomyia longipalpis, Vigilância Epidemiológica, Zoonose. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 27 19 a 21 de março de 2015 PRIMEIRO INQUÉRITO SOROLÓGICO PARA DIAGNÓSTICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA, NO MUNICÍPIO DE LAVRAS, MINAS GERAIS. Alvarenga, I. M.1; Santos, M. J. B. M.2; Botelho, M. C. A.3; Barçante, T. A.4; Barçante, J. M. P.4 1. Departamento de Biologia, UFLA, Lavras, MG 2. Departamento de Medicina Veterinária, UFLA, Lavras, MG 3. Vigilância Ambiental, Lavras, MG 4. Departamento de Medicina, UFLA, Lavras, MG A Leishmaniose visceral está classificada entre as seis doenças tropicais de maior incidência mundial e ocupa o segundo lugar entre as infecções por parasitos que acometem os seres humanos, segundo a Organização Mundial de Saúde. No contexto epidemiológico, o cão ocupa posição de destaque, uma vez que é considerado o principal reservatório do parasito no ambiente urbano. Por esta razão tem sido considerado um elo zoonótico importante. No município de Lavras, localizado ao sul do estado de Minas Gerais, o primeiro cão positivo foi registrado em outubro de 2013. Desde então, foram iniciadas as ações do Programa Nacional de Controle da Leishmaniose no município, com foco inicial no inquérito sorológico canino. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi apresentar os dados do primeiro inquérito sorológico canino realizado no município, no período de outubro de 2013 a setembro de 2014. O inquérito consistiu na realização dos exames preconizados pelo Ministério da Saúde. O primeiro teste realizado foi o TR DPP® que é um teste de triagem, qualitativo para detecção de anticorpos anti-Leishmania que utiliza proteína recombinante k32 (fragmento K 26, K 39 e K 9) como antígeno. Para os animais que tiveram diagnóstico positivo no primeiro exame, foi coletado um total de 5mL de sangue da veia jugular, para separação de soro e realização do ELISA no laboratório da Fundação Ezequiel Dias. Durante o período de estudo, foi realizado o teste de triagem em 983 cães. Destes, 216 foram considerados positivos, o que representa um percentual de 21,97%. Dos 216 positivos no DPP, 145, ou seja, 67,12% foram confirmados pelo ELISA. Os dados do presente trabalho indicam uma prevalência de 14,75% de animais sorologicamente positivos, dentre os pesquisados. Estes resultados apontam para a necessidade de mais estudos a fim de se propor medidas de controle que possam ser efetivas para diminuição da dispersão da doença no município. Palavras-chave: inquérito, teste FAPEMIG, CAPES,CNPq e PETi/BIOPAR Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 28 19 a 21 de março de 2015 PRIMEIRO RELATO DE Psathyromyia pascalei NO MUNICÍPIO DE LAVRAS, MINAS GERAIS Ana Lucinda Barcelos1, Bruna Conceição Ferreira1, Mainá Janini Barboza de Moura Santos1, Thales Augusto Barçante2, Andrey José de Andrade3, Joziana Muniz de Paiva Barçante2 1 - Departamento de Medicina Veterinária, UFLA, bolsista PIBIC/CNPq 2 - Departamento de Ciências da Saúde, UFLA. 3 - Universidade de Brasília. A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose parasitária considerada como um importante problema de saúde pública em diversas partes do mundo. No Brasil, é causada pelo protozoário Leishmania chagasi. Inicialmente a LV estava associada a áreas rurais, mas devido às diversas alterações no ambiente como desmatamentos, urbanização e intenso processo migratório levaram à expansão das áreas endêmicas, levando à urbanização da doença. Os flebotomíneos são os principais responsáveis pela veiculação de parasitos do gênero Leishmania. Diversos estudos têm sido realizados com o intuito de se elucidar questões relacionadas à ecologia, sazonalidade, distribuição e importância de diferentes espécies de flebotomíneos no ciclo de transmissão das leishmanioses. De acordo com o Ministério da Saúde, o levantamento entomológico é um dos principais pilares para o estabelecimento de um bom programa de controle. A identificação do vetor torna possível a vigilância entomológica e conseqüentemente pode interromper um importante elo da cadeia de transmissão do parasito. No município de Lavras-MG casos autóctones de leishmaniose visceral canina e leishmaniose tegumentar em humanos têm sido relatados. Diante do exposto, no presente trabalho objetivou se realizar o primeiro registro de Psathyromyia pascalei no município. Para coleta foram montadas armadilhas luminosas do tipo CDC, durante três dias consecutivos, durante o mês de setembro de 2013. Com base em caracteres morfológicos, o exemplar coletado foi identificados ao nível de família. A identificação específica foi realizada após montagem em lâmina. O espécime coletado foi identificado como sendo uma fêmea de Psathyromyia pascalei. Apesar de ser uma espécie que ainda não foi encontrada naturalmente infectada por protozoários do gênero Leishmania, apresenta características epidemiológicas muito semelhantes a de vetores deste gênero. Este é o primeiro relato de ocorrência de um flebotomíneo da espécie Psathyromyia pascalei no município de Lavras. Por se tratar de uma área em potencial para a transmissão de leishmanioses, torna-se relevante a continuação do levantamento entomológico sistemático e a investigação sobre o status epidemiológico da doença no município a fim de minimizar o impacto causado pela instalação desta zoonose. Leishmaniose Visceral, Flebotomíneo, Lavras. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 29 19 a 21 de março de 2015 LEVANTAMENTO EPIDEMIOLÓGICO DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA REALIZADO NA REGIÃO SUDOESTE DO MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DEL-REI NO ANO DE 2014– MG, BRASIL 1 2 2 4* OLIVEIRA, R, M, S ; SOARES, L, R ; ZANINI, M, S ; MADUREIRA, A, P . 1 Bolsista do PIBEX-2014/UFSJ, São João del-Rei, MG Bolsista da Rede Mineira de Bioterismo, São João del-Rei, MG 3 Departamento de Medicina Veterinária - CCA/UFES, Alegre, ES. 4 Departamento de Engenharia de Biossistemas/UFSJ, São João del-Rei, MG, *[email protected] 2 A Leishmaniose Visceral (LV) é uma zoonose podendo atingir o homem, de curso crônico e grave que quando não tratada, pode levar à morte. O Brasil vem apresentando nas últimas décadas um significativo aumento no número de casos humanos e caninos em diversos municípios, tendo em Minas Gerais uma alta prevalência. No país, tem como principal agente etiológico a Leishmania infantum chagasi que é transmitida pela picada do flebotomíneo fêmea infectado principalmente do gênero Lutzomyia longipalpis (mosquito palha). A doença apresenta manifestações clínicas sintomáticas no cão (lesões cutâneas, diarreia, pêlo opaco, emagrecimento, pequenas úlceras nas orelhas e/ou focinho). De acordo com levantamento realizado pela FUNED (Fundação Ezequiel Dias-MG) em 2010, foram detectados cinco bairros com a presença do flebótomo na região sudoeste do município de São João del-Rei. A metodologia desse estudo constituiu-se na realização do inquérito amostral sorológico canino para LV em 2014 nessa região por meio do uso do teste rápido DPP@ Leishmaniose Canina Bio-Manguinhos-FIOCRUZ. A confirmação dos resultados positivos ao DPP foi realizada por meio de testes de ELISA no “Laboratório Macrorregional da Secretaria Estadual de Saúde (SES) - Juiz de Fora” vinculado à FUNED. Foi realizado o cálculo do número de cães a participarem do inquérito de acordo com o Manual do Ministério da Saúde (MS) (2007). Determinou-se que 332 cães deveriam ser amostrados nos cinco bairros, aleatorizados em 42 quarteirões. No total foram avaliados 83 cães em três bairros – Águas Gerais, Lenheiros e Guarda-Mor - (22, 45 e 15 animais, respectivamente), em função do número de testes DPP@ fornecidos pela SES. Nos dois primeiros foram detectados respectivamente 7 e 9 cães positivos pelo teste rápido DPP@, ou seja, uma frequência média alta de cães positivos de 25,9%. Resultado esse que pode ser explicado provavelmente pela proximidade com a Serra do Lenheiro, região tradicionalmente envolvida com a presença de flebótomo, casos humanos e de animais com LV. No terceiro bairro avaliado não se verificou presença de cães positivos, o que pode ser explicado em função do mesmo estar mais afastado da Serra do Lenheiro. O município de São João Del-Rei está classificado, de acordo com MS (2011) como de transmissão esporádica (<2,4 casos humanos nos últimos 3 anos), mas essa frequência de cães positivos levanta a necessidade de acompanhamento criterioso de casos suspeitos humanos. Palavras-Chave: Leishmaniose visceral, cães, levantamento, epidemiologia Apoio financeiro: PROEX/UFSJ; Prefeitura Municipal de São João del-Rei. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 30 19 a 21 de março de 2015 MONITORAMENTO DA FAUNA DE FLEBOTOMÍNEOS E INQUÉRITO DA LEISHMANIA SPP. CANINA E EQUINA EM ÁREAS DO MUNICÍPIO DE SEROPÉDICA, RIO DE JANEIRO - BRASIL. Autor: Paula Azevedo Andriotti Orientador : Argemiro Sanavria A leishmaniose é uma doença de cunho fatal e por isso é de relevância à saúde pública. A transmissão se dá por flebotomíneos do gênero Lutzomyia e estes vêm sendo encontrados no município de Seropédica. Sendo assim, colocou-se em prática , juntamente com a fundação Oswaldo Cruz e a secretaria municipal de saúde de Seropédica, o monitoramento de flebótomos através de coletas mensais por armadilhas mecânicas luminosas de sucção, modelo falcão (FALCÃO, 1981) e o inquérito de leishmaniose spp. canina e equina, realizados através de testes sorológicos como técnica de reação de imunofluorescência indireta e ensaio imunoenzimático .Encontrou-se principalmente lutzomyia intermedia, sendo este um importante vetor para leishmaniose tegumentar americana, apesar de haver alguns casos de Leishmaniose visceral americana. Mediante aos resultados sorológicos, obteve-se 20% de casos positivos para Leishmaniose Tegumentar Americana. O objetivo do projeto é avaliar a ocorrência da doença e assim mediar com métodos profiláticos , mitigadores e oferecer cobertura para o tratamento em humanos e eutanásia em animais positivos. Leishmaniose, saúde, vetor. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 31 19 a 21 de março de 2015 AÇÃO SOCIAL DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE LAVRAS, MG. 4 Isabela Resende Ávila¹, Lidiane do Couto Lemes², Ingrid Marciano Alvarenga³, Carlos Alberto Silvestre Santos , 5 6 Gustavo Duarte Teixeira Soares , Joziana Muniz de Paiva Barçante 1 Departamento de Biologia, Laboratório de Biologia Parasitária UFLA, Lavras, MG. 2 Departamento de Medicina Veterinária, Laboratório de Biologia Parasitária UFLA, Lavras, MG. 3 Departamento de Biologia, Laboratório de Biologia Parasitária UFLA, Lavras, MG. 4 Departamento de Medicina Veterinária, Laboratório de Biologia Parasitária UFLA, Lavras, MG. 5 Departamento de Biologia, Laboratório de Biologia Parasitária UFLA, Lavras, MG. 6 Departamento de Ciências da Saúde, UFLA, Lavras, MG. A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma zoonose parasitária considerada como um importante problema de saúde pública em diversas partes do mundo. Seus primeiros relatos estavam associados às áreas rurais, porém devido às diversas alterações ambientais como desmatamento, urbanização e intenso processo migratório, ocorreu a expansão das áreas endêmicas, levando à urbanização da doença, sendo os flebotomíneos os principais responsáveis pela veiculação do protozoário do gênero Leishmania para os humanos, alguns animais domésticos e silvestres. Uma vez que casos de LVC e leishmaniose tegumentar em humanos têm sido registrados com bastante frequência no município, surgiu-se então a preocupação de orientar a população para a prevenção, já que atualmente, de acordo com o Ministério da Saúde, o controle desta doença está pautado na eutanásia do reservatório canino, que por lei, não pode ser tratado. Diante do exposto, surgiu-se a iniciativa da professora doutora Joziana Muniz de Paiva Barçante juntamente com os graduandos do Laboratório de Biologia Parasitária (BIOPAR) e com o apoio da Vigilância Ambiental de Lavras de se ministrar palestras educativas em nível de ensino infantil, fundamental I e II e ensino médio. A realização dessa ação social está focada no ambiente escolar, pelo fato de ser um local de aprendizado e de formação do senso crítico dos alunos. As palestras são ministradas pelos graduandos nas escolas das redes pública e particular de Lavras. Para esse trabalho é utilizada uma apresentação de slides adequada a cada faixa etária, com a descrição do ciclo da doença em questão e ênfase na prevenção. Além desta apresentação são distribuídos panfletos educativos e uma espécie de flebotomíneo contida em tubo é exibida. Por intermédio dessas ações sociais em educação e saúde, espera-se obter resultados positivos em relação à prevenção da leishmaniose, já que os estudantes servem como uma ponte para a disseminação de conhecimento sobre a doença e controle para o restante da comunidade. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 32 19 a 21 de março de 2015 ESTUDO GEORREFERENCIADO DA LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE OS ANOS DE 2007 E 2012. Carraro, P.E.1; Bürger, K.P.2; Begali, J.H.3; Barbosa, F.O.4 1Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal, UNESP, Jaboticabal, SP. 2Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal, UNESP, Jaboticabal, SP. 3Departamento de Medicina Veterinária Preventiva e Reprodução Animal, UNESP, Jaboticabal, SP. 4Departamento de Patologia Animal, Laboratório de Ornitopatologia, UNESP, Jaboticabal E-mail: [email protected] A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma zoonose distribuída por todo o território brasileiro. No Estado de São Paulo a transmissão ocorre, tanto para humanos quanto para animais, pela picada da fêmea Lutzomya intermedia infectada, sendo que o agente etiológico mais envolvido é o Leishmania (V.) braziliensis. O conhecimento da distribuição espacial da LTA, através do geoprocessamento, é de grande importância, pois permite formular hipóteses com melhores entendimentos sobre a tríade epidemiológica da doença. Assim, o objetivo desse trabalho foi georreferenciar os casos de LTA em humanos, no Estado de São Paulo, entre os anos de 2007 e 2012. Os casos confirmados de LTA analisados neste estudo foram notificados pelo Serviço de Vigilância Epidemiológica dos municípios componentes do estado de São Paulo. O banco de dados foi fornecido pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação decorrentes ao período de 2007 a 2012 e foram tabulados no programa Microsoft Excel®. Os dados obtidos foram submetidos à distribuição espacial em mapas dos munícipios do Estado de São Paulo, com o auxílio do programa MapInfo Professional 7.5. O georreferenciamento da LTA entre os anos de 2007 e 2012 permitiu observar que a região do Estado de São Paulo mais acometida se refere à região sul estendendo-se ao leste do Estado. Entre os anos de 2007, 2008 e 2009 houve o maior número de casos entre as regiões e semelhança na distribuição geográfica, com os focos se concentrando ao sul do Estado. Essa distribuição espacial dos casos pode ser explicada pela característica própria da cadeia epidemiológica da doença, pois nessa faixa de área há uma temperatura propícia para a sobrevivência do vetor Lutzomya intermedia, apresentando temperaturas de 24ºC a 28ºC, de acordo com as aferições históricas da temperatura a nível nacional. Além disso, geralmente ocorrem maiores precipitações de chuvas e consequentemente maior umidade na região ao longo do ano, favorecendo a reprodução do vetor biológico. Essa distribuição de casos no Estado de São Paulo também pode estar relacionada ao desmatamento da Mata Atlântica, pois promove um maior contato entre os envolvidos na tríade epidemiológica, devido as maiores proximidades das residências com a floresta. Assim, o uso da técnica de geoprocessamento de dados da LTA entre os anos de 2007 e 2012 permitiu uma localização mais precisa dos casos da doença em todo o Estado, bem como evidenciar os fatores envolvidos na transmissão da doença. Palavras-chave: Epidemiologia. Zoonose, Lutzomya intermedia, Leishmania (V.) braziliensis, Geoprocessamento, Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 33 Apoio Financeiro: Este trabalho teve o apoio financeiro da CAPES. 19 a 21 de março de 2015 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DA LEISHMANIOSE VISCERAL EM MUNICÍPIOS PAULISTAS LOCALIZADOS EM ÁREA LIMÍTROFE COM A REGIÃO SUL/SUDOESTE DE MINAS GERAIS Hélid Raquel Lautenschlaeger Rodrigues De Lucca1; Rita Maria da Silva 1; Silvia Regina Baraldi 1;Celso da Silva Vieira 2; Hidalgo Souza 4; Ana Lúcia Navarro 5; José Eduardo Tolezano 3. 1 Instituto Adolfo Lutz – Rio Claro (SP); 2 Instituto Adolfo Lutz – Campinas (SP); 3 Instituto Adolfo Lutz – São Paulo (SP); 4 CCZ Espírito Santo do Pinhal (SP); 5 XXVI GVE São João da Boa Vista (SP). A leishmaniose visceral (LV) é uma doença que tem como agente etiológico protozoários do gênero Leishmania. Transmitida por flebotomíneos do gênero Lutzomya, tem o cão como principal reservatório doméstico. Está presente em 65 países, sendo responsável pela segunda maior causa de morte no que se refere às doenças parasitárias. No Brasil, a LV é considerada endêmica em 21 dos 27 estados, acometendo as cinco regiões, sendo estimada uma média anual de mais de 3 mil novos casos e uma incidência de 1,9 por 100 mil habitantes. No estado de São Paulo o primeiro caso humano foi descrito em 1999 no município de Araçatuba, tendo sido observado pouco antes o aparecimento de cães com suspeita clinica da doença e sendo o primeiro caso canino confirmado em 1998. Desde então a doença vem se expandindo seguindo a rota da rodovia Marechal Rondon, do gasoduto Bolívia Brasil e da ferrovia Novoeste. O município paulista de Espírito Santo do Pinhal, que faz divisa com o sul do estado de Minas Gerais, apresenta um padrão de transmissão diferenciado, pois fica fora dessas rotas e desde o primeiro relato canino, em 2004, não apresenta casos humanos. A partir de então o município passou a ser classificado como de transmissão de acordo com o Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral Americana do Estado de São Paulo. Os inquéritos caninos realizados neste município nos anos de 2005, 2010, 2012 e 2013 apresentaram taxas decrescentes de prevalência de 34,8%, 7,06%, 2,6% e 0,8, respectivamente, sendo que o inquérito de 2012 abrangeu apenas o setor do município onde se concentrou a maior parte dos casos no inquérito anterir. Em Minas Gerais, a região norte é considerada endêmica para a LV. Na região metropolitana o primeiro caso humano foi notificado em 1989, em Belo Horizonte. Entretanto são poucos os estudos relativos à LV no sul/sudoeste do estado, região que faz divisa com os municípios paulistas, como Espírito Santo do Pinhal onde a transmissão canina foi constatada, ou mesmo ainda em relação à presença do vetor, como Águas da Prata. A pesquisa da presença da doença e de vetores nos municípios situados nesta região do estado mineiro é de suma importância, considerando sua proximidade com municípios paulistas onde há transmissão canina e presença de vetores. Leishmaniose Visceral Canina; Espírito Santo do Pinhal CAPES Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 34 19 a 21 de março de 2015 PESQUISA SOROLÓGICA PARA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NO MUNICÍPIO DE JATAÍ-GO 4 Paula, E.M.N.¹; Ferreira, F.M.F ; Paula, C.R.²; Presotto, L.G.O.³; 4 4 Bartoli, D.S. ; Meirelles-Bartoli, R.B. ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município de Jataí, Goiás. ³Diretora do Centro de Controle de Zoonoses do Município de Jataí, Goiás. 4 Docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí, Unidade Jatobá. E-mail: [email protected] RESUMO: A leishmaniose visceral canina (LVC), doença parasitária que acomete animais domésticos e silvestres, tem como agente etiológico um protozoário intracelular do gênero Leishmania, e tendo como espécie responsável nas Américas a Leishmania chagasi. No Brasil, o vetor responsável é o Lutzomyia longipalpis. Visando reduzir as taxas de letalidade e grau de morbidade, tem-se o diagnóstico precoce como componente da investigação epidemiológica, em que se delimita a área para investigação de um foco, ou seja, a partir do primeiro caso canino (suspeito ou confirmado) examinam-se todos os cães dentro de uma determinada região, a fim de buscar, de forma ativa, animais infectados. Esse trabalho descreve a pesquisa sorológica em cães após confirmação de um caso alóctone de LVC no município de Jataí, Goiás, Brasil. A ação nos cães foi realizada pela equipe do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do próprio município, juntamente com uma equipe composta por um discente e docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí. Instituiu-se que todas as casas dos quarteirões ao redor da casa na qual o animal diagnosticado habitava, seriam visitadas e naquelas que possuíssem cães, esses seriam submetidos a exame sorológico para essa enfermidade, por meio de coleta de sangue através da veia cefálica com uma seringa de 5mL e agulha hipodérmica 25x7mm. As amostras foram armazenadas em tubos de vidro de ensaio e devidamente registradas, com informações como identificação do cão, nome do proprietário e endereço. Em seguida, as mesmas foram encaminhadas para o CCZ para o levantamento sorológico. Para a realização do teste rápido ® ® (TR DPP ), utilizou-se os componentes do próprio kit (suportes DPP , tampão de corrida, alças coletoras) nas quantidades referentes ao número de amostras, além de um cronômetro. Foram selecionados dez quarteirões, sendo que nestes todas as casas foram visitadas, perfazendo um total de 101 residências, sendo realizada a coleta de sangue de 61 animais, por técnica citada acima. Todas as amostras de sangue coletadas apresentaram resultado negativo para LVC. Pode-se concluir com o relato exposto neste trabalho, que embora tenha sido o primeiro cão com LVC notificado no município de Jataí, trata-se um caso alóctone, em que não houve a transmissão entre a população canina. Entretanto, como descrito na literatura, a LVC encontra-se em crescente disseminação em nosso país, sendo assim, a adoção de medidas preventivas continua se fazendo necessária. Palavras-chave: Sorologia, Zoonoses, Lutzomyia longipalpis, Leishmania chagasi. Lidiane do Couto Lemes Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 35 19 a 21 de março de 2015 PRIMEIRO REGISTRO DE Psychodopygus lloydi (Diptera, Psychodidae) NO MUNICÍPIO DE LAVRAS,MINAS GERAIS LEMES,L.C;FERREIRA,B.C;BARÇANTE,T.A;ANDRADE,A.J;BARÇANTE,J.M.P Os flebotomíneos (Psychodidae, Phlebotominae) são reconhecidos pela sua importância para a saúde pública por serem responsáveis pela transmissão do protozoário do gênero Leishmania entre o homem, animais domésticos e silvestres. De acordo com o Ministério da Saúde, o controle das leishmanioses está pautado, entre outros aspectos, no monitoramento do vetor. A identificação do vetor torna possível a implementação de programas de vigilância entomológica e conseqüentemente interrompe um importante elo da cadeia de transmissão do parasito. As principais ferramentas para a confecção de estratégias direcionadas de controle e de combate a esses vetores são o conhecimento da sua distribuição geográfica e temporal. Por esta razão, o presente trabalho teve por objetivo incluir Psychodopygus lloydi à fauna flebotomínica do município de Lavras, no estado de Minas Gerais. Para a realização das capturas de flebotomíneos foram utilizadas armadilhas luminosas do tipo CDC, instaladas em uma região de trilha, localizada dentro do campus da Universidade Federal de Lavras (UFLA). As armadilhas foram mantidas, durante três dias consecutivos, das 18h às 6h da manhã seguinte. Os insetos capturados foram triados no Laboratório de Biologia Parasitária da UFLA e os flebotomíneos encaminhados para Laboratório de Entomologia Universidade de Brasília. Análises morfológicas permitiram a identificação de três machos de Psychodopygus lloydi. Embora, casos autóctones de leishmaniose visceral canina e leishmaniose tegumentar humana tenham sido registrados no município de Lavras, até o presente momento não se tem informação sobre o envolvimento de Ps. lloydi na transmissão do parasito. Contudo, o resultado deste trabalho contribui com os avanços dos estudos sobre a distribuição geográfica dos flebotomíneos no Estado, além de ser o primeiro registro da ocorrência da espécie no município. Flebotomíneos,leishmaniose CAPES/CNPq,FAPEMIG,PETI BIOPAR Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 36 19 a 21 de março de 2015 OCORRÊNCIA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA NO MUNÍCIPIO DE LAVRASMG Alvarenga, I. M. 1;Narciso, T. P. 2; Botelho, M. C. A. 3; Pereira, L. J. 4; Barçante, T. A. 4; Barçante, J. M. P.4 1. Departamento de Biologia, PETi BIOPAR, UFLA, Lavras, MG 2. Departamento de Medicina Veterinária, UFLA, Lavras, MG 3. Vigilância Ambiental, Lavras, MG 4. Departamento de Medicina, UFLA, Lavras, MG A Leishmaniose Tegumentar Americana é uma zoonose causada por protozoários do gênero Leishmania. Sua transmissão aos humanos, animais domésticos e silvestres decorre da picada de fêmeas de insetos do gênero Lutzomyia, também conhecidos como flebotomíneos, que atuam como hospedeiros intermediários e podem apresentam-se infectados com as formas promastigotas do protozoário. Nos hospedeiros humanos e demais reservatórios, o protozoário assume a forma amastigota, esta arredondada e imóvel que se multiplica obrigatoriamente no interior de macrófagos. A partir de um levantamento dos casos de Leishmaniose Tegumentar ocorridos em Lavras, Minas Gerais, nos últimos cinco anos, obteve-se um total de quatro notificações, sendo duas realizadas no ano de 2010 e duas em 2011. Dentre os casos, apenas um indivíduo era do sexo masculino, com idade de 43 anos, habitante da zona rural e com vínculo empregatício em um sítio. Os demais casos são de indivíduos do sexo feminino, apresentando faixa etária entre 59 -81 anos, e habitantes da zona rural de Lavras, Centro e bairro Novo Horizonte. Apenas um indivíduo veio a óbito, e os demais apresentaram cura clínica após tratamento com 40 ampolas de Glucantime. A Leishmaniose é uma questão de saúde pública de extrema importância, pois trata-se de uma zoonose que vem apresentando grande quantidade de casos confirmados em cães do município, mostrando assim a necessidade de maior atenção para medidas de prevenção e controle, através de ações como a elaboração de cartilhas, palestras em escolas, na universidade e para os profissionais de saúde da cidade. Em abril de 2014, dois novos casos foram notificados, porém os indivíduos ainda estão em tratamento e seus registros não constam ainda como casos confirmados. Deve-se considerar que outros casos não notificados podem ter ocorrido no período pesquisado. zoonose, flebotomíneos FAPEMIG, CAPES,CNPq e PETi/BIOPAR Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 37 19 a 21 de março de 2015 DOENÇA DE CHAGAS E SEU CONTROLE NO BRASIL Zucchermaglio, C.¹; Izola, B.F.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.², Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. A Doença de Chagas, comum antropozoonose, conhecida principalmente em áreas como vale do Jequitinhonha, norte de Minas Gerais e algumas áreas do Nordeste, tem como agente o protozoário Trypanosoma cruzi. É contraída, principalmente, pela picada de triatomíneos (transmissão vetorial clássica), como o Triatoma infestans, conhecido como barbeiro. Esses insetos hematófagos criam uma porta de entrada para o protozoário existente em suas próprias fezes. Pode também ser transmitida pelo consumo do próprio triatomíneo e de alimentos contaminados com seus dejetos; durante a gestação, da mãe infectada para o filho; ou pela transfusão sanguínea. Entre os principais sintomas estão hepatoesplenomegalia, febre, mal-estar e inchaço nos olhos (sinal de Romaña). Em uma fase crônica sintomática, ao atingir os nódulos linfáticos, os protozoários se disseminam na corrente sanguínea, atingindo o coração, intestino e esôfago. O diagnóstico dificilmente é feito na fase aguda da doença, já que não há a presença de sinais clínicos, porém o mesmo pode ser realizado detectando-se a presença do parasito por meio de métodos laboratoriais e pela presença de anticorpos no soro. É de suma importância o controle e prevenção dessa enfermidade, já que no continente americano estima-se 18 a 24,7 milhões de pessoas infectadas e cerca de 90 milhões expostas ao risco. O ambiente em que ocorre a transmissão vetorial da doença de Chagas, além de ser precário, como casas mal construídas e inacabadas, possibilita abrigos e alimentação aos triatomíneos. Dessa forma, indicase para controle, o tratamento químico (inseticidas de ação residual), melhora nas condições físicas e sanitárias (por meio de reboco e pintura, cobertura com materiais adequados, piso de cimento) das residências e do peridomicílio, tornando-os refratários à colonização de triatomíneos. Conhecendo cada uma das diversas espécies de triatomíneos que provocam a doença, pode-se fazer o controle correto. Por exemplo, em uma casa com Triatoma infestans, o controle pode ser feito apenas com o tratamento químico das habitações, evitando o alto custo de uma reforma na moradia, que é o principal empecilho no controle da doença. É evidente também que o controle depende da melhoria de vida da população, sobretudo no meio rural, além de ações de educação em saúde. Portanto, a doença de Chagas enquadra-se nas enfermidades classificadas como negligenciadas, necessitando de maiores investimentos em pesquisas e ações de prevenção e controle. Palavras-chave: antropozoonose, Trypanosoma cruzi, Triatoma infestans. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 38 19 a 21 de março de 2015 CADEIA EPIDEMIOLÓGICA DAS LEISHMANIOSES Zucchermaglio, C.¹; Izola, B.F.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.², Bartoli, R.B.M.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. Também chamada de cadeia de transmissão, a cadeia epidemiológica é um conjunto de componentes do animal ou do meio que favorecem a disseminação da doença. Ao conhecermos a cadeia epidemiológica da leishmaniose, a prevenção pode ser realizada de forma mais precisa e efetiva, já que poderemos atuar pontualmente em um segmento da cadeia. O protozoário do gênero Leishmania, causador da doença, parasita os macrófagos. Os reservatórios do parasito são, no geral, mamíferos, principalmente canídeos, sendo os mais importantes o cão (no ciclo rural e nas áreas urbanas) e a raposa (no ciclo silvestre). O cão adquiriu grande importância como reservatório da Leishmania chagasi no ambiente doméstico devido a sua convivência estreita com os seres humanos, tornando-se uma fonte de infecção para o vetor devido a elevada ocorrência de infecções inaparentes e oligossintomáticos nesses animais, associada ao intenso parasitismo cutâneo. No ambiente silvestre, além das raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous), os marsupiais (Didelphis albiventris) também são citados como reservatórios. Há relatos, no Brasil, de raposas infectadas encontradas nas regiões Nordeste e Norte. Os marsupiais didelfídeos também foram encontrados infectados no Brasil e na Colômbia. A via de eliminação da Leishmania spp é o sangue do mamífero infectado, pelo qual o vetor se infecta durante o repasto sanguíneo ingerindo as formas amastigotas existentes no interior dos macrófagos. Os vetores da leishmaniose, os denominados flebotomíneos, são o meio de transmissão pelo qual ocorre a infecção dos reservatórios ou dos hospedeiros susceptíveis, ou seja, a partir da picada das fêmeas durante seu repasto sanguíneo. Os animais são infectados a partir da picada dos flebotomíneos na epiderme durante seu repasto sanguíneo, portanto, a pele é a porta de entrada da Leishmania nos hospedeiros suscetíveis, onde as formas amastigostas são fagocitadas pelos macrófagos, dando início ao ciclo. Os hospedeiros susceptíveis podem ser animais silvestres, como roedores, gambás, tamanduás, tatus, canídeos, primatas e preguiças; e animais domésticos, como cães, gatos e equinos; além dos seres humanos. A doença prevalece em condições de pobreza e contribui para a desigualdade, impedindo o desenvolvimento dos países, sendo considerada uma doença negligenciada. Palavras-chave: Leishmaniose, Leishmania, cadeia epidemiológica Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 39 19 a 21 de março de 2015 LEPTOSPIROSE SUÍNA: UMA VISÃO GERAL Paula, E.M.N.¹; Izola, B.F.²; Zucchermaglio, C.²; Fonsatti, F.G.²; Mairos, F.S.²; Toscano, J.H.B.²; Marquizzeppe, L.M.S.²; Albino, L.²; Olivari, M.B.D.²; Marques, N.C.²; Sarteschi, N.P.²; Bartoli, R.B.M.³ ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, Unesp, Campus Jaboticabal. ³Docente da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. RESUMO: As leptospiroses estão presentes no mundo todo e podem afetar animais domésticos, silvestres e o homem. É causada por bactérias do gênero Leptospira, e tem grande impacto na saúde pública, pelo elevado gasto com o tratamento dos seres humanos. Atualmente, classificam-se as leptospiras em genomespécies: Leptospira interrogans senso stricto, L. nogushi, L. santarosai, L. meyeri, L. wolbachii, L. biflexa, L. fainei, L. borgpetersenii, L. kirschneri, L. weilli, L. inadai, L. parva e L. alexanderi. Em relação à leptospirose suína, os sorovariedades mais comuns, que causam essa patologia são: Pomona, Icterohaemorrhagiae, Tarassovi, Canicola, Gryppotyphosa, Bratislava e Muenchen. Sendo que os quatro primeiros já foram isolados de suínos no Brasil. A condição sanitária das granjas, a distância entre elas, o trânsito de animais entre as propriedades e a variedade de sorovariedades presentes em rebanhos suínos favorecem o avanço da infecção em granjas suínas. Entre os animais domésticos, os suínos têm sido apontados como um dos principais portadores e reservatórios de leptospirose, sendo, portanto, responsáveis por ocorrências epidêmicas no homem e em outras espécies domésticas. Essa relevância se dá devido a algumas particularidades dos suínos, tais como: quando infectados, apresentam prolongado período de leptospiremia assintomática; a urina, aos 20-30 dias após a infecção, elimina leptospiras viáveis. A infecção pode ser via oral, venérea, pele lesada, conjuntiva e outras mucosas e acontece através do contato com água ou alimentos contaminados, urina, fetos abortados e descargas uterinas de animais portadores. O diagnóstico da leptospirose suína pode ser feito através de sinais epidemiológicos da doença, clínicos dos animais e confirmados por diferentes métodos laboratoriais baseados na detecção direta ou indireta do agente. Para a determinação da ocorrência da leptospirose suína em um rebanho, indica-se a associação de meios diagnósticos, ou seja, a combinação de provas sorológicas e bacteriológicas. Apesar das várias técnicas disponíveis e as que estão sendo desenvolvidas para o diagnóstico da leptospirose, a soroaglutinação microscópica ainda é a mais praticada, principalmente em suínos; e é preconizada pela Organização Mundial da Saúde. Sendo uma doença negligenciada, com grande impacto econômico, a leptospirose necessita de mais estudos e prevenções. Palavras-chave: Leptospira, suínos, revisão. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 40 19 a 21 de março de 2015 OS DESAFIOS COM A DOENÇA DE GLÄSSER EM GRANJAS TECNIFICADAS DE SUÍNOS 1 1 2 PEREIRA, D. P. ; ALVARENGA, K. N.; SANTOS, A. C. R. ; OLIVEIRA, L. G . 1 Alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal/SP. Docente do Programa Pós Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal/SP. 2 RESUMO: O Haemophilus parasuis (H. parasuis), é um dos agentes da família Pasteurellaceae comum do trato respiratório superior de suínos saudáveis, mas em condições favoráveis pode provocar a Doença de Glässer (DG). Este agente possui fatores de virulência que podem evitar a fagocitose, contudo os mecanismos de invasão do microorganismo ainda são pouco conhecidos. Estes fatores implicam na compreensão da patogenicidade do agente que ainda é mal caracterizada, e precisa ser mais bem estudada para se obter um melhor controle da Doença de Glässer dentro dos sistemas de produção de suínos, evitar prejuízos econômicos para os produtores e produção de vacinas mais específicas. Atualmente possui uma distribuição mundial, mas antigamente era considerada como uma doença esporádica dos leitões associada a fatores de estresse como o desmame, presença dos patógenos respiratórios e transporte. Devido ao alto padrão de saúde nas granjas, a DG é considerada presente mesmo sem os fatores de risco, pois ocorre frequentemente em rebanhos livres de doenças específicas (SPF – Specific Pathogen Free) elevando as taxas de morbidade e mortalidade, principalmente na presença do Circovirus suíno tipo 2 (PCV2) por causar imunossupressão nos animais e provocar pleurite, pericardite, peritonite, poliartrite e meningite, com exsudação fibrinosa e áreas com pneumonia hemorrágica. A prevenção da infecção por H. parasuis deve ser realizada de acordo com o estudo epidemiológico do agente em cada rebanho, associado ao controle e o tratamento com antibióticos. Palavras-chave: suínos, peritonite, exsudação fibrinosa. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 41 19 a 21 de março de 2015 INFLUENZA SUÍNA (H1N1): UMA AMEAÇA À SAÚDE HUMANA E À SUINOCULTURA 2 1 2 2 3 PEREIRA, D. A. ; OLIVEIRA, E. A. G. ; SANTOS, R. F. ; SANTOS, A. C. R. ; NASCIMENTO, K. A.; OLIVEIRA, L. G . 1 Aluna do Curso de Medicina Veterinária, FAFRAM, Campus de Ituverava/SP. ²Alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal/SP. 3 Docente do Programa de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal/SP. RESUMO - Influenza suína (H1N1) ou Gripe Suína é uma doença respiratória aguda altamente contagiosa, causada por um dos diversos vírus da influenza suína A. A morbidade tende a ser alta, enquanto a mortalidade baixa. Os suínos são importantes hospedeiros do vírus Influenza H1N1 (swine-like Influenza A) e susceptíveis às infecções por vírus Influenza de origem aviária e humana. Estes animais possuem importante papel na transmissão viral entre espécies e na epidemiologia da influenza humana, pois pode abrigar um vírus que sofre recombinação genética, podendo ficar ou não mais virulento. Em 24 de abril de 2009, houve o primeiro alerta da OMS (Organização Mundial da Saúde) sobre o surgimento desta doença. O contágio pelo H1N1 causou alarme, pois poderia ser rápido e se tornar incontrolável, visto que seus sintomas são parecidos com os de uma gripe comum e podem ser facilmente confundidos e camuflar uma possível pandemia. Considerando-se o grande impacto da recente epidemia pelo vírus Influenza H1N1, em função do seu risco potencial, o desafio a ser considerado é que o vírus influenza H1N1 em suínos possui uma alta capacidade de mutação e a emergência de novos subtipos dificulta o seu controle e diagnóstico. Os programas de prevenção da gripe por Influenza A que envolve uma adequada biosseguridade, deve exigir medidas específicas aos trabalhadores expostos ao contato com os suínos nos sistemas de produção. Como a propagação entre humanos e suínos ocorre através de grandes gotas infecciosas expelidas via aerógena ou do contato com superfícies recentemente contaminadas, o controle básico de prevenção de transmissão do vírus da gripe suína, deve ser feito pela higienização das mãos após o contato com os animais ou com o ambiente, dos equipamentos, das superfícies que são possivelmente contaminadas com vírus influenza. Palavras-chave: suínos, zoonose, vírus influenza. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 42 19 a 21 de março de 2015 LEPTOSPIROSE: UMA DOENÇA NEGLIGENCIADA EM SAÚDE PÚBLICA Paula, E.M.N.¹; Izola, B.F.²; Zucchermaglio, C.²; Fonsatti, F.G.²; Mairos, F.S.²; Toscano, J.H.B.²; Marquizzeppe, L.M.S.²; Albino, L.²; Olivari, M.B.D.²; Marques, N.C.²; Sarteschi, N.P.²; Bartoli, R.B.M.³ ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, Unesp, Campus Jaboticabal. ³Docente da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. RESUMO: As leptospiroses são doenças infectocontagiosas causadas por qualquer espécie patogênica das bactérias do gênero Leptospira e são encontradas no mundo todo. Podem acometer tanto os animais domésticos e selvagens, quanto os seres humanos. Essas doenças causam grande impacto na saúde pública, pois constituem zoonoses associadas a catástrofes ambientais, como enchentes e alagamentos das cidades, e são enfermidades de elevado custo, especialmente pelos gastos com o tratamento dos seres humanos. No homem os principais sintomas são febre, cefaleia, dores pelo corpo, podendo ocorrer vômitos, diarreia e tosse. Nos casos mais graves há icterícia e os pacientes podem apresentar hemorragias, meningite, insuficiência renal, respiratória e hepática que podem levar a óbito. Entre os animais domésticos, os suínos têm sido apontados como um dos principais portadores e reservatórios de leptospirose, sendo, portanto, responsáveis por ocorrências epidêmicas no homem e em outras espécies domésticas. O controle da leptospirose nos animais é baseado na imunização de suscetíveis, nas ações sobre as fontes de infecção, visando à diminuição da quantidade de leptospiras lançadas no ambiente e na identificação e eliminação dos fatores que ampliam a sobrevivência do agente em ausência de parasitismo. A leptospirose é considerada doença de risco ocupacional, atingindo diferentes categorias profissionais, como trabalhadores em arrozais e canaviais, minas, abatedouros e saneamento, além de tratadores de animais. Essas atividades geralmente são executadas na ausência de recursos tecnológicos e de equipamentos de segurança, por mão-de-obra desqualificada e mal remunerada, o que aumenta ainda mais o risco da infecção ser contraída. Os produtores e funcionários que trabalham diretamente no abate de suínos têm risco ocupacional de adquirirem a leptospirose suína. Algumas importantes medida para o controle da doença estão ligadas a ações de melhoria no saneamento básico e combate aos ratos, evitando assim a disseminação do patógeno. Palavras-chave: zoonose, Leptospira spp., sintomatologia, doença ocupacional. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 43 19 a 21 de março de 2015 LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA: UMA VISÃO GERAL Marques, N.C.¹; Izola, B.F.¹; Carolina Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.², Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. RESUMO: A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma importante zoonose emergente de origem parasitária com distribuição mundial e ainda muito negligenciada. É causada por protozoários intracelulares obrigatórios de células do sistema fagocítico mononuclear de hospedeiros vertebrados; são parasitos do gênero Leishmania, ordem Kinetoplastida, subordem Trypanosomatina e família Trypanosomatidae, sendo a espécie Leishmania (Leishmania) chagasi descrita no continente Americano e a Leishmania (Leishmania) infantum encontrada na Ásia e Mediterrâneo. E a transmissão desses protozoários ocorre por meio de mosquitos da Ordem Díptera, Família Psychodidae, Subfamilía Phlebotominae, Gênero Lutzomyia sp.)No Brasil a transmissão da L. (L.) chagasi está relacionada ao L. longipalpis, e ao L. cruzi no estado do Mato Grosso do Sul. O protozoário pode ser observado em duas morfologias: a forma promastigota, encontrada no intestino do inseto e caracteriza-se por apresentar morfologia alongada, com um único núcleo, um flagelo anterior e um cinetoplasto; e a forma amastigota, que possui a forma oval e se mantêm no interior do macrófago dos hospedeiros vertebrados. Essa zoonose tem sido notificada em diversos estados brasileiros com alta taxa de mortalidade dos infectados; sendo a maioria dos casos observada no Nordeste do país. Do ponto de vista epidemiológico, a LVC tem maior importância quando comparada à doença humana, pois apresenta um enorme número de cães com parasitismo cutâneo fazendo com que o cão doméstico seja o principal reservatório do agente. Com relação ao ciclo biológico da L. (L.) chagasi, a transmissão se dá por meio da picada dos flebotomíneos que ao se alimentarem acabam ingerindo macrófagos infectados com formas amastigotas do protozoário. Em seu trato digestório as formas amastigotas se tornam promastigotas, multiplicando e se diferenciando em promastigotas metaciclicas (formas infectantes) que migram para a proboscide do vetor e durante uma nova alimentação do mosquito são inoculadas no hospedeiro vertebrado. Na epiderme do hospedeiro essas formas são fagocitadas por macrófagos, se tornam amastigotas e multiplicam-se até que essa célula se rompa e elas possam atingir o meio extracelular para serem fagocitadas por várias vezes até que haja uma disseminação sistêmica. O conhecimento a respeito da doença é de extrema importância para que sejam aplicados métodos de prevenção e tratamento adequados e eficazes. Palavras-chave: Leishmania, zoonose, Lutzomyia sp., ciclo biológico. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 44 19 a 21 de março de 2015 DIAGNÓSTICO CLÍNICO, ANATOPATOLÓGICO E LABORATORIAL DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA Marques, N.C.¹; Izola, B.F.¹; Carolina Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.², Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. RESUMO: A leishmaniose visceral canina (LVC), importante zoonose emergente de origem parasitária, é causada por protozoários intracelulares obrigatórios do gênero Leishmania. O diagnóstico da LVC não é tão simples, pois existem cães infectados que são assintomáticos e outros que podem desenvolver uma caquexia severa; não havendo sinais patognomônicos. Na LVC os sinais clínicos comuns são febre irregular, palidez das mucosas, emagrecimento progressivo e caquexia, sendo este último indicador da fase terminal da doença. É possível notar também alterações cutâneas como úlceras crostosas no espelho nasal, orelhas e extremidades; alopecia focal ou generalizada (sendo a periorbital a mais comum); despigmentação e hiperqueratose em áreas de saliências ósseas; nódulos que podem ou não estar ulcerados, devido multiplicação das formas amastigotas dos protozoários nos macrófagos junto a um processo inflamatório do local. Outros sinais são: apatia, hemorragia intestinal, diarreia, ascite, paresia dos membros pélvicos, edema de extremidades, epistaxe, vômitos, alterações oculares, miotrofia, onicogrifose, hepatoesplenomegalia, glomerulonefrite proliferativa, nefrite instersticial e a insuficiência renal, que, em muitos casos, leva os animais ao óbito. Na histopatologia da LVC observa-se hiperplasia e hipertrofia das células do sistema fagocitário mononuclear (SFM). Linfonodos, baço, fígado, pele e medula óssea são os órgãos mais atingidos devido a riqueza em células do SFM. O fígado dos cães infectados geralmente apresenta aumento de volume devido inflamação na cápsula hepática e espaços-porta, presença de granulomas no interior dos lóbulos hepáticos e também hiperplasia e hipertrofia das células de Kupffer. Em pacientes assintomáticos tais granulomas são bem organizados e encontrados em grande quantidade, enquanto que nos sintomáticos são desorganizados e descritos em menor quantidade. Tendo sido analisado meticulosamente o estado clínico do animal deve-se realizar exames laboratoriais. No Brasil, o Programa de Controle da Leishmaniose Visceral adota como métodos diagnósticos sorológicos, o ensaio imunoenzimático (ELISA) como triagem e a reação de imunofluorescência indireta (RIFI) como teste confirmatório (com uma diluição de referência de 1:40), aumentando as chances de diagnóstico correto pois os dois testes se complementam. Diagnosticar precocemente a doença é essencial para garantir uma menor disseminação do parasita, maior sucesso no tratamento e um melhor prognóstico. Palavras-chave: Leishmania, sinais clínicos, anatomopatológico, exames laboratoriais. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 45 19 a 21 de março de 2015 “DIA D”: AÇÃO EDUCATIVA EM SAÚDE NO MUNICÍPIO DE JATAÍ, GOIÁS 1 4 Paranaíba, J.F.F.S. ; Paula, C.R.²; Presotto, L.G.O.³; Paula, E.M.N. ; 5 5 Bartoli, D.S. ; Meirelles-Bartoli, R.B. ¹Bióloga do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde do Municípiopo de Jataí, Goiás. 2 Coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município de Jataí, Goiás. ³Diretora do Centro de Controle de Zoonoses do Município de Jataí, Goiás. 4 Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. 5 Docentes da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí, Unidade Jatobá. E-mail: [email protected] O dia 07 de fevereiro ficou conhecido nacionalmente como o “Dia D” para o combate à dengue e à febre chikungunya. Ações educativas foram realizadas em vários estados do país. Em Jataí, Goiás, a Vigilância Epidemiológica e a Secretaria Municipal de Saúde organizaram um evento na Praça Tenente Diomar Menezes, onde vários profissionais e alunos da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí estiveram envolvidos em atividades educativas direcionadas à crianças e adultos para a prevenção do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre chikungunya. Exemplares do mosquito na forma de larva, pupa e alada foram apresentadas para a população reconhecer caso deparem-se com um criadouro ou com o inseto adulto. Entre as atividades desenvolvidas para as crianças encontravam-se jogo da memória, pintura na pele, colorir desenhos, entre outas. Além disso, as Equipes da Vigilância Epidemiológica e da Secretaria Municipal da Saúde entregaram panfletos com instruções para evitar as doenças, contendo informações sobre os sintomas destas enfermidades, riscos, onde buscar tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de destacar a necessidade de dar mais atenção aos casos de adoecimento de pessoas que estiveram em Rio Quente-GO, município com o primeiro caso autóctone da febre de chikungunya notificado no Estado de Goiás. No ano passado, Goiás teve dois casos confirmados da doença: uma mulher de 40 anos que contraiu o vírus em uma viagem à República Dominicana, e outra, de 37 anos, que esteve na Guiana Francesa. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das dores articulares provocadas pela doença. A infecção pelo vírus provoca sintomas semelhantes aos da dengue, porém mais dolorosos. Em relação à dengue, a Secretaria Estadual da Saúde prevê para este ano a pior epidemia de dengue em Goiás, superando a de 2013. De acordo com o último boletim epidemiológico, no mês de janeiro foram notificados 9.918 casos da doença, com aumento de 28,7% em comparação à quantidade de pessoas infectadas no mesmo período do ano passado. Com estas ações esperamos sensibilizar a população sobre a gravidade destas enfermidades e gerar mudança no comportamento, fazendo com que evitem a proliferação de criadouros e estimulando a multiplicação de agentes educadores sobre assuntos relacionados à Saúde Pública. Palavras-chave: Educação em Saúde, Dengue, Febre Chikungunya, Zoonose. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 46 19 a 21 de março de 2015 PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE JATAÍ – GO SOBRE A PREVENÇÃO DA LEISHMANIOSE 1 1 2 2 Meirelles-Bartoli, R.B. ; Sousa, D.B. ; Paula, E.M.N. ; Cruz, C.A. ; 2 2 3 4 4 Moraes, F.C. ; Nascimento, K.A. ; Araújo, D.P. ; Azevedo, D.A ; Costa Filho, R.I. 1 Docentes da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. Alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. 3 Aluno do Programa de Residência em Patologia Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) 4 Aluno do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí E-mail:[email protected] 2 No Brasil, as leishmanioses atingem quase todos os estados da federação. Por isso, os multiplicadores de informações tornam-se relevantes a Saúde Pública. O desenvolvimento deste estudo permite tanto ao educador como o educando o reconhecimento e a adoção de medidas preventivas; já o envolvimento de alunos do curso de Medicina Veterinária visa estimular uma reflexão sobre a importância de sua profissão para gerar benefícios á sociedade. O objetivo deste trabalho foi avaliar os conhecimentos de professores de escolas da rede municipal das series iniciais do ensino fundamental do município de Jataí, Goiás, referente à prevenção desta importante zoonose. No total foram visitadas 19 instituições de ensino e 165 docentes foram entrevistados, dias depois foi realizada uma palestras, e novamente feitas as mesmas perguntas aos docentes. Estes questionários foram aplicados pelos alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí. Sobre a forma de prevenção, dos questionários respondidos antes das palestras, 85,5% (80/94) não sabiam, o que mudou após a palestra, em que 147 docentes responderam ter conhecimento da enfermidade, nesse contexto 4,3% (4/94) disseram limpeza do ambiente e saneamento, 4,3% (4,94) disseram cuidados com animais e vacinação o que poderia contribuir para a diminuição do risco da transmissão pelo vetor e do ciclo da leishmaniose. Ainda sobre prevenção, 2,1% (2/94) dos docentes responderam higiene básica e educação em saúde; apenas um (1,1%) docente respondeu evitar brincar na chuva e contato com água contaminada, que seria característico da prevenção não da leishmaniose e sim da leptospirose. Nos questionários respondidos pós-palestras, pode-se perceber que novas respostas surgiram, tais como usar vestimentas adequadas e sacrifício dos animais, 32% (47/147) e 0,7% (1/147) respectivamente. Por meio das comparações das respostas dos questionários respondidos antes e depois das palestras é possível notar uma mudança na percepção não somente sobre a prevenção da leishmaniose, mas também uma visão geral de prevenção que pode ser usada para o controle de muitas doenças, e também para desmistificação de conceitos errôneos ligados a estas. O professor é uma importante ferramenta de ensino e educação em saúde, independente da área que atue devido à multidisciplinariedade do tema, e se estes estiverem sempre se reciclando, refletirá nos alunos e na sociedade. Palavras-Chaves: Educação em Saúde, Zoonose, Leishmaniose. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 47 19 a 21 de março de 2015 EDUCAÇÃO EM SAÚDE: ESTUDO COMPARATIVO DO CONHECIMENTO DOS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DO MUNICÍPIO DE JATAÍ – GO SOBRE A TRANSMISSÃO DA LEISHMANIOSE 1 1 2 2 Meirelles-Bartoli, R.B. ; Sousa, D.B. ; Paula, E.M.N. ; Cruz, C.A. ; 2 2 3 4 4 Moraes, F.C. ; Nascimento, K.A. ; Araújo, D.P. ; Azevedo, D.A ; Costa Filho, R.I. 1 Docentes da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. Alunos do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. 3 Aluno do Programa de Residência em Patologia Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) 4 Aluno do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí E-mail:[email protected] 2 Muitos temas ainda não são abordados nos livros didáticos das áreas iniciais do ensino fundamental, assim, como os cuidados com os animais de estimação e com as zoonoses. Por esse motivo, os professores possuem certa dificuldade em tratar destes assuntos com seus alunos, necessitando de orientações básicas para suprir as deficiências dos livros didáticos. Sabendo-se da importância de criar multiplicadores de informações relevantes a Saúde Publica, este estudo realizou um levantamento com o objetivo de avaliar os conhecimentos de professores, referente à transmissão da leishmaniose. Foram entrevistados 165 professores das series iniciais do ensino fundamental da rede municipal de ensino de todas as escolas municipais da cidade de Jataí, Goiás, totalizando 19 instituições de ensino. Estes questionários foram aplicados pelos alunos do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Goiás (UFG), Regional Jataí. Estes alunos foram orientados a não dar qualquer tipo de informação que pudesse influenciar na resposta do professor entrevistado. Dias após a entrevista foi realizada uma palestra, aplicado novamente o mesmo questionário, e feita uma análise das respostas. Do total de professores 56,96% (94/165) responderam saber como ocorre a transmissão, sendo que anterior à palestra, 21,3% (20/94) responderam que a mesma se dava pela picada de mosquitos, sendo que apenas 01 docente (1,1%) respondeu ser pela picada do mosquito palha; em contrapartida, após a palestra o número de docentes que apontaram picada de mosquito (sem especificar qual) caiu para 12,2% (18/147), porém, muitos dos docentes, 57,1% (84/147), responderam o mosquito específico. Ainda sobre a forma de transmissão, foram obtidas outras resposta antes das palestras, tais como: 8,5% (8/94) transmissão por fezes de gato, enchentes e água contaminada, caramujo, urina e fezes de animais. Pode-se ver, por meio destas respostas, que a leishmaniose é facilmente confundida com outras doenças como toxoplasmose, leptospirose, esquistossomose entre outras. A formação adequada do profissional que atua na área de educação infantil torna-se imprescindível, já que as informações adquiridas pelos alunos nessa fase representam a primeira etapa do desenvolvimento cultural da criança favorecendo seu aprendizado. Já o envolvimento de alunos do curso de Medicina Veterinária visa estimular uma reflexão sobre a importância de sua profissão para gerar benefícios á sociedade. Palavras-Chaves: Docentes, Questionário, Zoonose. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 48 19 a 21 de março de 2015 UM OLHAR ATUAL SOBRE A PESTE NEGRA Marquizzeppe, L.M.S.¹; Izola, B.F.¹; Carolina Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.²; Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. Resumo: A Peste Bubônica, mais conhecida como Peste Negra, é causada pela bactéria Yersinia pestis, e a sua transmissão está relacionada a picada da pulga Xenopsylla cheopis, parasita comum de ratos, os quais por sua vez estão presentes em praticamente todos os grandes centros urbanos do planeta, o que ganha grande importância na epidemiologia dessa enfermidade. Responsável por matar um terço da população europeia entre os anos de 1347 e 1351, essa bactéria se alastrou devido ao pouco conhecimento da população sobre higiene e a falta de infraestrutura presente nos primórdios das vilas que deram origem as nossas atuais cidades. Além da falta de higiene pessoal, outro fator importante na transmissão foi o acumulo de lixo que tornava o ambiente propício para o surgimento de ratos e junto a eles, as pulgas. Após a picada, o ser humano infectado apresentava sintomas como nódulos linfáticos inflamados com pus e sangue, principalmente nas axilas e virilhas, e posteriormente vômitos, febre alta, apatia, vertigens, manchas pelo corpo. A maioria da população atingida morria em questão de dias, pois não havia tratamento na época. De acordo com uma publicação da revista Nature no ano de 2011, a cepa bacteriana, responsável pela morte de tantos seres humanos, havia perdido sua virulência após alguns anos. Entretanto, houve um descuido por parte da sociedade em relação à higiene e cuidados pessoais, fazendo com que essa enfermidade retornasse ao contexto atual. Isto porque foi relatado em novembro de 2014 na China, que um morador da província de Yumen faleceu ao contrair a peste negra após manejar o cadáver de uma marmota. Esse incidente levou ao isolamento de uma cidade de 30 mil habitantes, com a quarentena de 151 pessoas. Após esse incidente, mais 119 casos surgiram na ilha de Madagascar, dos quais 40 pessoas morreram. As equipes da Organização Mundial de Saúde (OMS), que estão lidando com a situação, informam que as pulgas se tornaram resistentes aos mais potentes pesticidas, o que torna o combate a esse vetor muito difícil. A questão da Peste Bubônica foi a negligenciada com a estruturação incorreta das cidades nos países em desenvolvimento e o uso desenfreado de pesticidas, gerando o cenário atual no qual a doença se instalou, e no qual teremos que lidar com essa nova face de um velho problema. Palavras-chave: peste bubônica, Yersinia pestis, atualidades. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 49 19 a 21 de março de 2015 CRIPTOCOCOSE: UM RISCO INVISÍVEL À SAÚDE PUBLICA Marquizzeppe, L.M.S.¹; Izola, B.F.¹; Carolina Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.²; Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. Resumo: A criptococose é uma doença presente em grandes centros urbanos, causada por leveduras da espécie Cryptococcus neoformans, encontrada em fezes de pombo e Cryptococcus gatti, presente em áreas com uma densa presença de eucaliptos (Eucalyptus camaldulensis e E. tereticornis). Essa enfermidade é classificada como zoonótica, porém não é possível estabelecer uma fonte de infecção, pois não é transmitida entre os animais ou pessoas contaminados. A infecção se dá de forma aerógena, ou seja, em locais onde há muitas partículas dessas leveduras presentes no ar. Pensando nisso, devemos dar atenção especial ao fato agravador da presença dos pombos nos centros urbanos, mais especificamente em praças, onde habitam, se alimentam e defecam. Sabe-se que as fezes desses animais geram ambiente adequado para o desenvolvimento dos agentes etiológicos. O risco a saúde publica está relacionado à falta de conhecimento da população sobre a doença e a maneira extremamente fácil de contrai-la. No caso de humanos a doença só se manifesta após algum estado de supressão do sistema imunológico (ex: gripe, HIV, etc.), podendo desenvolver uma meningite ou meningoencefalite que são precedidas de infecções pulmonares, ou podendo apresentar forma cutânea, caracterizada por ulceras ou pápulas. Caso contrário, ocorre cura espontânea e a única evidencia da infecção é a presença de uma massa granulomatosa no pulmão. O diagnóstico é realizado por método de ELISA e o tratamento é bastante longo. Já o prognóstico da criptococose não é favorável, visto seu caráter mortal devido às lesões ao tecido nervoso. Grande parte do corpo médico não diagnostica a doença até que o paciente esteja em um estágio avançado e ainda existe a questão do agravamento do quadro dos pacientes portadores do vírus do HIV. A negligência por parte do setor público é um grande agravante da questão, pois ao construir locais públicos, como praças e parques, não existe planejamento adequado para evitar a presença dos pombos. A maioria dos casos podem ser evitados com um melhor planejamento urbano, criando locais livres de monumentos e leis que proíbem a alimentação desses animais. As medidas de prevenção também devem ser realizadas visando a melhoria das condições (equipamentos) de trabalho dos funcionários responsáveis pela limpeza dos locais habitados pelos pombos. Palavras-chave: Cryptococcus neoformans, zoonose, epidemiologia. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 50 19 a 21 de março de 2015 PREVENÇÃO E INFORMAÇÃO NA LUTA CONTRA A CANDIDÍASE Marquizzeppe, L.M.S.¹; Izola, B.F.¹; Carolina Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.²; Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. Resumo: Candidíase é uma doença causada por uma levedura saprofita, presente em praticamente todos os tecidos mucocutaneos de mamíferos e aves. O agente causador é a Candida albicans, um micro-organismo oportunista. O desenvolvimento dessa enfermidade sempre se dá em pessoas com o sistema imune suprimido, mesmo que temporariamente. Classificada como uma zoonose, ela possui epidemiologia diferente para seres humanos e animais. O homem elimina o agente diretamente nas suas secreções (orais, vaginais, pele), o meio de transmissão é o contato direto com essas secreções, um exemplo é a mãe passar para o filho durante o parto, devido a grande quantidade de secreções presente nesse processo. Não há evidencias de transmissão de animal para animal, porém como essa levedura esta presente no ambiente, no solo, plantas e frutas, sempre há a possibilidade do animal se infectar através da pele com alguma solução de continuidade. Condições predisponentes para o desenvolvimento da candidíase estão associadas ao uso prolongado de antibióticos, agentes citotóxicos e corticosteroides, isto porque alteram a microbiota natural das superfícies mucosas. Como esse agente está limitado a organismos de mamíferos e aves, somente esses animais irão apresentar sintomas, sendo eles espécie-específicos. As formas mais comuns de manifestação dessa enfermidade nos seres humanos são: estomatite micótica (mais frequente), candidíase esofágica, candidíase gastrointestinal, candidíase das mucosas. No caso das aves, os sintomas mais frequentes são candidíase esporádica, infecção do trato digestivo superior, placas com aspecto de leite coagulado, ulceras no esôfago e intestino, necrose focal em fígado; os gatos apresentam lesões na pele; já os bovinos apresentam abortos e mastites. O diagnóstico é complicado e deve ser feito com cautela, se utilizando de técnicas de imunodifusão. Essa doença pode ser facilmente controlada, por meio de um programa de conscientização e treinamento dos atuais profissionais da saúde e da população, instruindo-os a evitar o uso prolongado dos medicamentos, como os antibióticos, que geram as condições para o desenvolvimento da candidíase. Palavras-chave: Candida albicans, zoonose, prevenção. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 51 19 a 21 de março de 2015 FEBRE AFTOSA E SEUS ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS - REVISÃO DE LITERATURA Sarteschi, N.P.¹; Izola, B.F.¹; Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Mairos, F.S.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Paula, E.M.N.², Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. RESUMO: A febre aftosa é uma doença viral, cosmopolita, altamente contagiosa e que promove grande impacto econômico. O vírus responsável pela doença faz parte da família Picornavividae, que acomete geralmente animais com cascos rachados. Possui caráter de grande mutação, tendo sete cepas enterovirais identificadas, sendo elas: A, O, C, ASIA1 e SAT 1, 2, 3. Esses agentes podem infectar bovinos, caprinos, ovinos e suínos. No Brasil as cepas identificadas são A, O e C, e infectam geralmente bubalinos e bovinos, e suínos. Quando identificadas, possuem um caráter de notificação compulsória à vigilância, já que pode acometer milhares de animais em um curto espaço de tempo. A infecção causa queda nas produções de leite e carne, pois promove a formação de aftas (vesículas) na língua e nos cascos, como também o aparecimento de febre alta, o que dificulta a deglutição do alimento e a locomoção dos animais, e o aparecimento de infecções bacterianas secundárias oportunistas que dificultam a cicatrização das vesículas. Quando há o rompimento destas vesículas o liquido vesicular contém altas concentrações do vírus, sendo este o período de máxima infectividade. Nos humanos a infecção causa apenas uma moléstia branda com quadro de febre aguda. O principal meio de transmissão são os aerossóis, cuja replicação ocorre nas mucosas do trato respiratório e do trato gastrointestinal, ou em locais em que há ferimentos cutâneos. Medidas preventivas ajudam no controle das epidemias, dentre elas podemos citar o controle e fiscalização do transporte, quarentena dos animais novos ao rebanho, sacrifício dos animais portadores da aftosa ou daqueles que tiveram contato com os infectados, e vacinação que mesmo temporária ajuda na prevenção da doença. Palavras-chaves: epidemiologia, Picornavividae, biungulados. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 52 19 a 21 de março de 2015 ESTUDO RETROSPECTIVO DA PREVALÊNCIA DA LEPTOSPIROSE SUÍNA NO ESTADO DE GOIÁS Paula, E.M.N.¹; Izola, B.F.²;Zucchermaglio, C.²; Fonsatti, F.G.²; Mairos, F.S.²; Toscano, J.H.B.²; Marquizzeppe, L.M.S.²; Albino, L.²; Olivari, M.B.D.²; Marques, N.C.²; Sarteschi, N.P.²;Bartoli, R.B.M.³ ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, Unesp, Campus Jaboticabal. ³Docente da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. RESUMO: A leptospirose suína é considerada uma zoonose bacteriana da ordem Spirochaetales, possui grande importância econômica, já que a mesma é caracterizada pela ampla distribuição geográfica, tendo os roedores sua principal fonte de transmissão, relatos da infecção dos suínos por leptospiras são descritos em todo o mundo. No Brasil, a infecção que possui notificação obrigatória, já foi registrada nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Piauí. Considerou uma maior importância epidemiológica no Brasil para os sorovares: Icterohaemorrhagiae, Autumnalis, Djasiman e Hebdomadis, considerados não adaptados aos suínos, portanto, oriundos de infecção acidental. No Estado de Goiás, o índice de suínos soropositivos para leptospira era de 65,2% em um estudo realizado no ano de 1999. Porém eminquéritos sorológicosrealizado em 2000 para leptospirose suína em Goiás encontrou-se um índice de37,2% em animais com e sem problemas relacionados à reprodução.Ainda há estudos da prevalência de Leptospirainterrogans em reprodutores suínos no Estado de Goiás, que identificaram como sorovares mais importantes: Icterohaemorrhagiae, Bratislava, Grippotyphosa, Djasiman, Autumnalis, Pomona, Hardjo, Tarassovi, Pyrogenes, Canicola e Australis, nesta ordem. Em estudo retrospectivo de exames sorológicos efetuados em suínos com suspeita clínica em amostras colhidas no período de 1983 a 1987, identificaram como predominante o sorovar Icterohaemorrhagiae em Goiás.Em um estudo mais recente realizado em 2010 com suínos de uma granja da cidade de Rio Verde – GO, apontou que 56% estavam infectados e constatou também que a sorovariedade prevalente era a Icterohaemorrhagiae. Há uma necessidade de mais estudos para a identificação dos outros sorovares. A prevenção da leptospirose suína é largamente dependente de medidas de saneamento da granja e de diagnóstico da doença, que muitas vezes são difíceis de serem implementadas principalmente em regiões onde a suinocultura não é tecnificada. Concluindo, portanto que as granjas precisam estar livres da doença, por se tratar de sua gravidade para a saúde pública. Palavras-chave:Leptospira, sorovariedades, suínos. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 53 19 a 21 de março de 2015 CONHECIMENTO DE GESTANTES ACERCA DA TOXOPLASMOSE – REVISÃO DE LITERATURA João Henrique Barbosa Toscano¹, Bruna Ferreira Izola¹, Carolina Zucchermaglio¹, Fernanda Galdiano Fonsatti¹, Fernanda Santos Mairos¹, Larissa Maria da Silva Marquizzeppe¹, Luíza Albino¹, Marina Beanucci Delamonica Olivari¹, Natália Cassaro Marques¹, Natalia Pelliqueiro Sarteschi¹, Eric Mateus Nascimento de Paula² ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. RESUMO: A toxoplasmose é uma doença zoonótica de caráter cosmopolita, causada pelo Toxoplasma gondii, sendo descrita a soropositividade em cerca de um terço da população mundial. Em indivíduos hígidos, a doença geralmente cursa de forma assintomática. Contudo, é particularmente importante quando a mulher contrai a primo-infecção durante a gestação, o que viabiliza a transmissão vertical (da mãe ao feto), podendo ocasionar abortos e doença neonatal, incluindo hidrocefalia, retardo mental, cegueira, dentre outros distúrbios. Mediante a potencial gravidade da toxoplasmose congênita, o objetivo da presente revisão é estudar o conhecimento de gestantes a respeito do controle da toxoplasmose, com base em suas atitudes. Foram analisados 6 trabalhos publicados nos últimos 7 anos, perfazendo um total de 1449 mulheres em gestação entrevistadas. 66,48% dessas gestantes sequer conheciam a toxoplasmose. Dentre aquelas que sabiam da existência dessa enfermidade, grande parte não tinha conhecimento ou não praticava medidas de prevenção adequadas. Quanto a carnes cruas ou malcozidas, um dos principais meios de transmissão, 46,96% afirmou consumir. 27,19% afirmou não higienizar utensílios que entraram em contato com carne crua antes de utiliza-los em alimentos que serão consumidos crus, o que provavelmente poderia contaminá-los. Outro fator potencialmente importante, o consumo de leite cru sem o prévio tratamento, foi declarado por 12,67% das entrevistadas. Vale destacar que existe outra importante fonte de infecção para a toxoplasmose, como a ingestão de água e alimentos contaminados com oocistos (presentes nas fezes de felídeos, hospedeiros definitivos). Tendo em vista que o tratamento medicamentoso das gestantes portadores da toxoplasmose aguda não ser garantia da prevenção da transmissão vertical, destaca-se a importância de ações, principalmente em relação às gestantes soronegativas. Para tal, é essencial o papel dos profissionais de saúde capacitados em relação à triagem sorológica destas pacientes e na difusão de informações quanto às medidas profiláticas, que incluem: cozinhar completamente as carnes, lavar corretamente alimentos consumidos crus, utilizar luvas ao manusear terra, manipular e descartar corretamente fezes de gatos, não ingerir leite cru (especialmente caprino), dentre outras. Caso adotadas as medidas citadas, a prevalência de toxoplasmose neonatal certamente decairá. Palavras-chave: Toxoplasma gondii, transmissão, prevenção. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 54 19 a 21 de março de 2015 PREVALÊNCIA DA LEPTOSPIROSE EM BOVINOS NO ESTADO DE GOIÁS – ESTUDO RETROSPECTIVO Paula, E.M.N.¹; Izola, B.F.²; Zucchermaglio, C.²; Fonsatti, F.G.²; Mairos, F.S.²; Toscano, J.H.B.²; Marquizzeppe, L.M.S.²; Albino, L.²; Olivari, M.B.D.²; Marques, N.C.²; Sarteschi, N.P.²; Bartoli, R.B.M.³ ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, Unesp, Campus Jaboticabal. ³Docente da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. RESUMO: A leptospirose é uma zoonose cosmopolita, transmitida pela bactéria Leptospira interrogans, sendo os roedores os principais reservatórios. Em relação aos bovinos, a enfermidade apresenta-se importante por, principalmente, dois fatores: ocasionar problemas reprodutivos, acarretando importantes perdas econômicas, e pelo papel destes animais como fonte de infecção para o ser humano, podendo ser letal. O diagnóstico da leptospirose bovina pode ser realizado pela epidemiologia da doença, sinais clínicos dos animais e confirmado por diferentes métodos laboratoriais baseados na detecção direta ou indireta do agente. A reação sorológica padrão é a de soroaglutinação microscópica (SAM) com antígenos vivos, recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Esse procedimento laboratorial é o mais amplamente empregado para o diagnóstico etiológico da infecção animal. Para sorologia, colhem-se amostras de soro ou líquido pericárdico do feto. No Brasil, em estudo retrospectivo, foram analisados exames de SAM efetuados no período de 1984 a 1997 em 31.325 bovinos de 1920 propriedades distribuídas em 540 municípios de 21 estados. A média geral de animais reagentes foi de 49,51%, sendo as sorovares mais prevalentes, Hardjo, Wolffi e Grippotyphosa. Em Goiás, outro estudo observou prevalência de 81,90% de animais reagentes, provenientes da microrregião de Goiânia, que abrange 17 municípios, sendo Wolffi, Icterohaemorrhagiae, Hardjo e Tarassovi as principais sorovares encontradas. Ainda no Estado de Goiás, outros autores analisaram amostras de soro de bovinos de 28 municípios, coletadas entre 1984 a 1997, sendo 34,6% positivas na SAM, com os sorovares Hardjo e Wolffi responsáveis por, respectivamente, 63,7% 13% das reações positivas. Também em Goiás, uma pesquisa avaliou propriedades escolhidas de forma aleatória, encontrando 74,28% de amostras reagentes. Os sorovares mais detectados foram Wolffi, Hardjo, Djasiman, Grippotyphosa, Shermani, Patoc, Andamana, Castellonis, Copenhageni, Hebdomadis, Sentot e Tarassovi. Tendo em vista a grande importância econômica da leptospirose na bovinocultura e suas consequências na saúde humana, é fundamental a adoção de métodos de controle e prevenção, que incluem a imunização de suscetíveis, ações sobre as fontes de infecção, controle dos roedores, dentre outros, visando a diminuição da quantidade de leptospiras lançadas no ambiente e identificação e eliminação dos fatores que ampliam a sobrevivência do agente em ausência de parasitismo. Palavras-chave: Leptospira, sorovariedades, gado. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 55 19 a 21 de março de 2015 FLEBOTOMÍNEOS E O CICLO BIOLÓGICO DAS LEISHMANIOSES Eric Mateus Nascimento de Paula¹, Bruna Ferreira Izola², Carolina Zucchermaglio², Fernanda Galdiano Fonsatti², Fernanda Santos Mairos², João Henrique Barbosa Toscano², Larissa Maria da Silva Marquizzeppe², Luíza Albino², Marina Beanucci Delamonica Olivari², Natália Cassaro Marques², Natalia Pelliqueiro Sarteschi², ³ Raphaella Barbosa Meirelles Bartoli ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, Unesp, Campus Jaboticabal. ³Docente da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. RESUMO: As leishmanioses constituem um complexo de zoonoses causadas por protozoários do gênero Leishmania, variando de doença subclínica a forma sistêmica grave, com alta mortalidade. O vetor presente no Brasil é o díptero do gênero Lutzomyia (Psychodidae: Phlebotominae), encontrado em todo o país, exceto na região Sul. A depender da região, são conhecidos como birigui, mosquito-palha, tatuquira, dentre outros. São insetos pequenos, cobertos por cerdas e com asas na posição vertical quando em repouso. Predominantemente, tem atividade noturna, somente as fêmeas sendo hematófagas. Com a urbanização, passaram a habitar domicílios e peridomicílios. Em seu ciclo biológico, Lutzomyia spp. possui quatro fases de desenvolvimento: ovo, larva, pupa e adulto. Os adultos vivem em habitats variados, mas as formas imaturas desenvolvem-se em ambientes terrestres úmidos, ricos em matéria orgânica e sombreados. Em condições ambientais ideais, o ciclo é completado em 30 a 40 dias. O vetor se infecta no repasto sanguíneo, ingerindo amastigotas de Leishmania spp. presentes em macrófagos de mamíferos infectados. No tubo digestório do inseto, as amastigotas se multiplicam por divisão binária, originando promastigotas, que, em 3 a 4 dias, tornam-se metacíclicas (infectantes). Em um novo repasto sanguíneo, o vetor inocula as formas infectantes em um novo hospedeiro. Na epiderme, os macrófagos fagocitam estas formas, que transformam-se em amastigotas e multiplicam-se até rompê-los. A depender da espécie de Leishmania, o parasito pode ficar restrito à pele, com possível acometimento de mucosas (Leishmaniose Tegumentar Americana) ou ser disseminado (via hematógena) para os órgãos do sistema fagocítico mononuclear (linfonodos, fígado, baço e fígado), sendo denominada Leishmaniose Visceral. Considerando a possível gravidade da doença e o essencial papel do vetor na sua transmissão, as medidas de prevenção devem ser voltadas à quebra do ciclo deste, incluindo: remover folhiço e frutos que se acumulam sob árvores nos quintais, os quais constituem microhabitat propício ao desenvolvimento das formas jovens do vetor; uso de coleiras ou produtos tópicos com repelentes (vide piretroide) nos cães (principal reservatório urbano); uso de telas mosquiteiras em janelas e canis; etc. Vale destacar que o famoso “fumacê” não é eficaz no controle do vetor, devido a seus hábitos noturnos e do baixo efeito residual destes compostos. Palavras-chave: flebótomos, Lutzomyia spp., transmissão, Leishmania. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 56 19 a 21 de março de 2015 UMA VISÃO GERAL DA MALÁRIA NO BRASIL Mairos, F.S.¹; Izola, B.F.¹; Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.², Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. RESUMO: A malária é uma doença infecciosa febril aguda, de alta mortalidade, causada pelo protozoário Plasmodium, e é transmitida pela picada do mosquito do gênero Anopheles. Existem quatro espécies de Plasmodium, sendo que o P. falciparum é o mais patogênico. Essa enfermidade possui cura, caso seja tratada a tempo. A maioria dos casos de malária se concentra na região Amazônica Legal como Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. Isso se dá pela intensa e desordenada ocupação das periferias das grandes cidades dessa região; desmatamento para extração de madeira, criação de gado, agricultura e assentamentos; aumento dos criadouros do mosquito, em função da atividade de piscicultura desordenada, com a construção de tanques artificiais em quintais de domicílios. Atualmente, o número de casos de malária diminuiu, porém nessa região a enfermidade continua endêmica. Nas demais regiões existem poucas notificações. Os sinais clínicos são: febre, acompanhada ou não de cefaléia, mialgia, fraqueza, vômitos e diarreia. A morte pode ser causada por dano cerebral (malária cerebral) ou dano aos órgãos vitais. O tratamento é disponibilizado gratuitamente em todo território nacional em unidades do SUS (Sistema Único da Saúde), sendo desenvolvido pelo DNDi (Drugs for Neglected Diseases initiative) em associação ao Programa Nacional de Malária do Ministério da Saúde que diminuiu de maneira significante os casos em cerca de 78% em 2011 na região amazônica. Por ser uma doença de fácil transmissão e que ocorre principalmente em locais de menores condições socioeconômicas, as medidas de prevenção devem ser aplicadas constantemente, sendo elas: proteção individual, a fim de reduzir picadas de mosquito; imunização; tratamento dos doentes com antimaláricos (Cloroquina e Primaquina); controle do vetor como manejo integrado, com controle químico de vetores adultos, borrifação intradomiciliar, mosquiteiros impregnados com inseticida de longa duração, nebulização espacial, controle larvário e informar a população. Palavras-chave: Plasmodium, Anopheles, febre. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 57 19 a 21 de março de 2015 LEPTOSPIROSE EM CÃES: INDICADOR DA PREVALÊNCIA NO AMBIENTE URBANO Paula, E.M.N.¹; Izola, B.F.²; Zucchermaglio, C.²; Fonsatti, F.G.²; Mairos, F.S.²; Toscano, J.H.B.²; Marquizzeppe, L.M.S.²; Albino, L.²; Olivari, M.B.D.²; Marques, N.C.²; Sarteschi, N.P.²; Bartoli, R.B.M.³ ¹Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, Unesp, Campus Jaboticabal. ³Docente da Universidade Federal de Goiás, Regional Jataí, Unidade Jatobá. RESUMO: A leptospirose é uma enfermidade cosmopolita e de caráter infectocontagioso podendo afetar tanto os animais domésticos e silvestres, quanto o homem. Essa doença causa grande impacto na saúde pública, pois faz parte das zoonoses associadas à catástrofes ambientais, como enchentes e alagamentos das cidades, e são de elevado custo, especialmente pelos gastos com o tratamento dos seres humanos. O agente etiológico é a bactéria do gênero Leptospira, atualmente classificada em genomespécies que são: Leptospira interrogans, L. nogushi, L. santarosai, L. meyeri, L. wolbachii, L, biflexa, L. fainei, L. borgpetersenii, L. kirschneri, L. weilli, L. inadai, L. parva e L. alexanderi. Os cães possuem papel importante na disseminação da doença. A infecção canina pode ser adquirida pela convivência com outros cães infectados e com animais sinantrópicos como os ratos (Rattus norvegicus) que urinam em áreas comuns. Esses animais têm sido considerados a principal fonte de infecção para a leptospirose humana em áreas urbanas, pois vivem em estreito contato com o ser humano e podem eliminar leptospiras vivas através da urina durante vários meses, mesmo sem apresentar sinais clínicos. Agricultores, tratadores de animais, plantadores de arroz, cortadores de cana-de-açúcar, limpadores de esgotos, magarefes, mineiros, veterinários e laboratoristas que possuem maior contato com as fontes de infecção, são os grupos de maior risco para adquirir a doença. A leptospirose tem caráter sazonal (período de chuvas) e possui alta prevalência em países tropicais. A temperatura ideal para a sobrevivência do agente etiológico é de 28°C, e pH em torno de 7,2. Os cães são os hospedeiros preferenciais da sorovariedade canicola e os ratos da sorovariedade icterohaemorrhagiae, mas os cães são frequentemente hospedeiros acidentais deste agente. A leptospirose é uma enfermidade de grande importância tanto à saúde animal quanto à saúde pública. O controle da população de roedores (antiratização), armazenamento adequado dos alimentos, coleta, condicionamento e destino adequado do lixo, manutenção de terrenos baldios, eliminando entulhos, materiais de construção ou objetos em desuso que possam oferecer abrigo a animais sinantrópicos e animais selvagens, isolar e tratar animais domésticos doentes e também cuidados com a água para consumo direto (saneamento) são formas de prevenir e controlar a disseminação dessa enfermidade. Palavras-chave: Leptospira, zoonose, sinantrópico, cão. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 58 19 a 21 de março de 2015 DENGUE E FEBRE CHIKUNGUNYA: UMA VISÃO COMPARATIVA Mairos, F.S.¹; Izola, B.F.¹; Zucchermaglio, C.¹; Fonsatti, F.G.¹; Toscano, J.H.B.¹; Marquizzeppe, L.M.S.¹; Albino, L.¹; Olivari, M.B.D.¹; Marques, N.C.¹; Sarteschi, N.P.¹; Paula, E.M.N.², Carvalho, A.A.B.³ ¹Alunos do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ²Aluno do Programa de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. ³Docente do Curso de Medicina Veterinária, FCAV, UNESP, Campus Jaboticabal. RESUMO: A Dengue e a Febre Chikungunya são enfermidades causadas por vírus com forma de transmissão e sinais clínicos comuns, podendo ser confundidos, portanto diferenciá-las é necessário. Ambas tem início súbito e são transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti. Podem ser assintomáticas ou até provocar febre e dores no corpo. Ainda não possuem vacina. São provocadas pro vírus distintos e possuem consequências diferentes. A dengue é provocada por um vírus do gênero Flavivirus com quatro sorotipos DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Os sinais clínicos na dengue são febre alta de início súbito, dores musculares, articulares, na cabeça e olhos, letargia e manchas vermelhas pelo corpo. É caracterizada em três fases: febril, crítica e de recuperação em que os sinais clínicos vão desaparecendo em algumas semanas. Mesmo sendo uma doença de baixa mortalidade, ela possui forma hemorrágica como mais grave provocando além dos sinais anteriores, dores abdominais, sangramentos pelo nariz, boca e gengiva, perda de consciência, dificuldade respiratória e frequência cardíaca alterada. Já a Febre Chikungunya, é provocada por um Alphavirus, podendo ser transmitida pelos Aedes aegypti e Aedes albopictus. Os sintomas iniciais são febre acima de 39°C de início repentino, dores intensas nas articulações e na musculatura, além de manchas vermelhas na pele. Possui baixa mortalidade, porém não apresenta forma hemorrágica e pode desenvolver forma crônica. Os sinais clínicos podem persistir por até três anos e em casos mais graves tem-se o desenvolvimento de artrose. Na dengue, o mesmo indivíduo pode ser infectado mais de uma vez, porém na Febre Chikungunya isso não é possível. A melhor forma de prevenção das duas enfermidades é combater os focos do mosquito transmissor, através do controle do mosquito com uso de inseticidas e mosquiteiros, dar destino adequado ao lixo doméstico, eliminar locais de água parada e entulhos, isolamento de pacientes diagnosticados no caso de Chikungunya e proteção individual com repelentes. PALAVRAS-CHAVE: Flavivirus, Alphavirus, febre, Aedes aegypti. Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 59 19 a 21 de março de 2015 Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 60 19 a 21 de março de 2015 Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 61 19 a 21 de março de 2015 Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 62 19 a 21 de março de 2015 Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 63 19 a 21 de março de 2015 Anais do II Simpósio Sul-Mineiro de Doenças Negligenciadas Universidade Federal de Lavras 64