A Revolução Francesa

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ASSUNTO 4. – REVOLUÇÃO FRANCESA
OBJETIVOS:
-Explicar as características do Antigo Regime.
-Identificar o conjunto de causas sociais,
econômicas e políticas da Revolução Francesa.
-Identificar as etapas do processo revolucionário
francês e suas características.
-Justificar a importância da Revolução Francesa
para a ascensão política da burguesia.
SUMÁRIO
1. CONCEITO DE REVOLUÇÃO.
2. O ESTADO ABSOLUTISTA: ANTIGO REGIME.
3. CARACTERÍSTICAS DO ANTIGO REGIME.
4. CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA.
5. FASES DA REVOLUÇÃO.
6. VERIFICAÇÃO.
7. CONCLUSÃO.
1. A REVOLUÇÃO – CONCEITO
A Revolução Francesa foi um movimento político e
social, iniciado em 1789, mas com causas muitas
antigas e que foi conduzido por vários segmentos
sociais, todos liderados pela burguesia.
Ao aniquilar o absolutismo, a política mercantilista,
os resquícios do feudalismo ainda existentes na
França e o poder do clero e da nobreza, a Revolução
Francesa propôs e executou o fim do Antigo
Regime.
2. O ESTADO ABSOLUTISTA: ANTIGO REGIME
Por Antigo Regime (Ancien Régime) devemos entender
o sistema social, econômico e político aristocrático (o
termo aristocrata vem do grego Aristoï, que significa belo
e bem nascido, ou seja, todo nobre era um aristocrata) estabelecido na Europa.
Concebido em torno da nobreza, prosperou devido ao
caráter dinástico (Valois, Bourbon, Tudor, Habsburgo, Avis,
etc) das diversas monarquias europeias entre os Séculos
XIII e XVIII.
A difusão do modelo do Antigo Regime ou Absolutismo
deve-se muito aos laços parentais que existiam entre os mo
narcas.
3. CARACTERÍSTICAS DO ANTIGO REGIME
Revisando, as características daquele sistema eram:
No campo econômico, a transição do Feudalismo
para o capitalismo comercial e dele para o mercantil.
A propriedade da terra, principal fator de produção,
estava submetida a vínculos sociais, que na França
eram chamados de morgados (em poder da nobreza),
mãos - mortas (clero) e ajuntamentos.
-No campo social, existência de estamentos (classes
sociais sem capilaridade). Na França, a burguesia
era marginalizada em virtude da opção religiosa que
predominou a partir de meados do Século XVI.
-No campo político, regime monárquico centralizador e autoritário, que procurou se acercar da burguesia conforme as demandas próprias de cada país.
Caracterizou-se principalmente na França, entre o
final do Século XVI e o final do Século XVIII.
4. CAUSAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA
4.1. ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL
A população francesa - a maior da Europa, com cerca de 25
milhões – estava dividida em três estamentos (classes sociais
sem mobilidade): clero, nobreza e o restante da população,
incluindo a burguesia, todos abaixo da família real:
.1º estamento ou estado (formado pelos componentes da
Igreja, cerca de 120 mil pessoas):
.Alto clero (bispos, abades e cônicos – absolutistas.)
.Baixo clero (sacerdotes pobres que se opunham ao
absolutismo)
.2º estamento ou estado (representado pela nobreza,
cerca de 350 mil pessoas)
.Nobreza cortesã ( Palácio de Versalhes).
.Nobreza provincial (grupo empobrecido que vivia no
interior explorando camponeses.
Nobreza de Toga (burgueses ricos que compravam títulos
de nobreza e cargos políticos e administrativos e, com isso,
se tornavam nobres).
O clero e a nobreza tinham vários privilégios: não pagavam
impostos, recebiam pensões do estado e podiam exercer cargos públicos.
3º estamento ou estado (formado por 96% da população, mais
de 24 milhões de pessoas):
-Alta burguesia (banqueiros e grandes proprietários);
-Média burguesia (profissionais liberais como médicos
e advogados);
-Baixa burguesia (artesãos, industriais, intelectuais e pequenos
comerciantes).
-Sans-culottes (camada social urbana de aprendizes
de ofícios, assalariados, desempregados).
-Assim chamados por não usarem as calças curtas com meias, típicas da nobreza.
- Camponeses
O poder econômico e cultural dos burgueses fez com que
eles aspirassem ao poder político.
A burguesia sabia que o crescimento do consumo geraria
condições para o crescimento do capitalismo; porém o
setor não se expandia devido ao excesso de impostos, da miséria reinante, da distância do poder e da perseguição religiosas movida a partir da segunda metade do Século XVI.
Pirâmide social na França
4.2. A crise econômica – Desde o final do século XV, a
agricultura era a base da economia francesa e várias crises
climáticas ao longo da década de 1780 provocaram fome e
revolta.
Indústria: A França só iria se industrializar com o rei Felipe de
Orleans, o Rei Burguês, nos idos de 1840.
O insignificante parque industrial manufatureiro francês
sofreu uma séria crise a partir de 1786, devido ao
Tratado de Eden com a Inglaterra.
4.3. Comércio: O comércio externo deteriorou-se a partir
da 2ª metade do Século XVIII, principalmente em virtude
da Guerra dos Sete Anos, em 1756-63 (perda de territórios
nas Antilhas, Canadá e Índia), diminuindo o fluxo de matériasprimas e manufaturas.
4.3. Finanças: O governo francês atravessava série crise
financeira desde o reinado de Luís XIV, pois as despesas do
Estado eram muito superiores às receitas do Tesouro Público.
Para sustentar a máquina administrativa, somente o 3º
estamento tinha que arcar com os pesados impostos.
4.4. A influência dos ideais iluministas – Críticas do
absolutismo, do mercantilismo e da estrutura social
vigente, as ideias iluministas
tornaram-se
públicas,
sendo comentadas nas universidades, escolas, salões, cafés
e lojas maçônicas.
4.5. A influência da Revolução Inglesa – a Revolução
Inglesa mostrou o caminho das liberdades políticas e
econômicas, ao mesmo tempo em que apresentou a força da
separação dos poderes do Estado.
4.6. A influência da Independência dos Estados Unidos –
A França apoiou a independência das colônias inglesas na
América, em revide à derrota sofrida com a Inglaterra na
Guerra dos 7 anos.
Aquele
movimento
de
independência
comprovou
que os ensinamentos iluministas eram fundamentais.
5. ETAPAS DO PROCESSO DA REVOLUÇÃO
- Revolta da aristocracia
-Assembleia nacional constituinte
-Monarquia constitucional
-República e convenção
-Diretório
5.1. REVOLTA OU REAÇÃO ARISTOCRÁTICA
(1789)
Com a revogação do Édito de Nantes, em 1685, a
burguesia novamente se afastou dos negócios do rei e a França
tomou uma rota em direção ao caos. Os próximos 100
anos seriam de profunda crise, em que o 3º Estado seria o
pagador da conta.
Ao recrudescer a crise econômica no final da década de
1780, Luís XVI promoveu uma severa reforma tributária,
por propostas de seus ministros das finanças, que aumentou
a carga tributária do 3º Estado, além de tentar começar a
cobrar impostos também da nobreza e do clero.
-Para tal, Luís XVI convocou em 1788 a Assembleia
dos Notáveis, composta por nobres, que se
recusaram a apoiar a universalização tributária.
A recessão econômica atingira seu ápice, até porque a
aristocracia se negou a contribuir com a reforma tributária e
não havia mais como extrair recursos dos miseráveis.
Luís XVI (início do reinado em 1776) demitiu vários primeiros
ministros (Turgot, Necker, Brienne e Calonne). Necker
(calvinista e amigo de Voltaire, Diderot e D’Alembert),
convocou a Assembleia dos Estados Gerais.
A Assembleia dos Estados Gerais (órgão consultivo que
agregava os três estados e que não se reunia havia 175 anos),
foi convocada para discutir o aumento de tributos. Para isso,
realizaram-se eleições e o voto censitário elegeu uma
quantidade de membros do 3º Estado em quantidade maior
do que estava prevista.
Os Estados Gerais sempre votaram por estado e, desta forma,
o 1º e 2º Estados (clero e aristocracia) se uniam e
sempre derrotavam o 3º Estado por 2x1.
Só que em 1789, diferente de 1614, o 3º Estado
exigiu, por possuir um número de representantes maior
(578) que o do 1º e 2º Estado somados (561), que a
votação fosse por número de votos dos representantes.
Tal fato provocou uma forte reação dos aristocratas e do
alto Clero.
Para conter uma grave crise econômica, Luís XVI convocou
os Três Estados, para que estes votassem pelo aumento dos
impostos. Foi nesta reunião que o Terceiro Estado rebelou-se.
5.2. ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE
(1789-91)
Apoiados pelo rei, a nobreza e o clero recusaram a
proposta do 3º estado.
Revoltados, os membros do 3º Estado se proclamaram em
Assembleia Nacional Constituinte, com o objetivo de
elaborar uma nova Constituição para a França (indício de
superação do poder absolutista).
Luís XVI reagiu e organizou tropas para lutar contra o 3º
Estado, mas a revolta popular liderada pela burguesia,
militarizada com a criação de um exército revolucionário,
(Guarda Nacional), já tomara conta das ruas. Um dos
principais lemas dos revolucionários era:
LIBERDADE, IGUALDADE E FRATERNIDADE.
No dia 14 de julho de 1789, uma multidão invadiu a prisão
da Bastilha, símbolo do poder absoluto do rei. De Paris,
a revolta se espalhou por toda França, havendo
massacre de nobres e retirada de seus bens (período
conhecido como GRANDE MEDO). Sem força para
dominar a agitação, o rei foi obrigado a reconhecer a
legitimidade da Assembleia Nacional Constituinte. Vários
nobres de Paris e das províncias fugiram para a Áustria e
Prússia.
Vimos, então, que no dia 14 de julho de 1789, o povo,
cansado da situação de miséria, saiu às ruas em protesto,
tomou a Bastilha, antiga prisão e símbolo do absolutismo,
iniciando a Revolução.
A Assembleia Nacional Constituinte decretou em agosto de
1789 o fim dos direitos feudais sobre os camponeses, dos
privilégios tributários do clero e da nobreza, extinguindo
o regime feudal na França. Confiscou, também, em 1790, os
bens da Igreja (Constuição Civil do Clero) e da nobreza rural,
distribuindo a terra da Igreja para os camponeses.
-Também aprovou a Declaração dos Direitos do Homem e do
Cidadão, que estabeleceu a igualdade dos cidadãos perante a
lei; o direito às liberdades individuais (expressão e
pensamento), à propriedade privada e à luta contra a
opressão.
-Jornada das Mulheres (Marcha até Versalhes): retiram o Rei
de Versalhes e o obrigam a ficar no palácio de Tulherias, em
Paris.
O rei foi obrigado a concordar com a mudança da
Constituição e, em 1790, a Assembleia, já contando com
boa parte da pequena nobreza ou nobreza de toga,
confiscou as terras da Igreja, subordinando o clero à
autoridade do Estado.
Em junho de 1791, Luís XVI tentou fugir do país, mas foi
preso na cidade de Varennes. e levado de volta a Paris,
onde foi mantido sob vigilância no Palácio das
Tulherias.
Declaracão dos Direitos
do Homem e do Cidadão,
França, 1789, um dos
documentos
políticos
produzidos no século XVIII
e sob a inspiração do
ideário iluminista.
5.3. MONARQUIA CONSTITUCIONAL (1791-92)
Em setembro de 1791, foi votada a 1ª Constituição
Francesa, que instituiu a Monarquia Constitucional no país.
Logo depois, a Assembleia Constituinte foi dissolvida e foi eleita
Assembleia Legislativa.
A Assembleia Legislativa passou a ser dominada pela alta
burguesia.
Seus interesses foram contemplados na nova Constituição:
garantia da liberdade comercial; direito à propriedade
privada; criação de três poderes (Legislativo, Executivo e
Judiciário) e manutenção da representatividade popular:
voto censitário (a população ficou dividida entre ativos pessoas mais ricas e que votavam e passivos - mais pobres e
sem direito a voto).
Partidos
Tendência
Líder
Cordeliers
Moderada
Danton
Jacobinos
Montanha
Feuillants
Girondinos
Radicais
Republicanos Robespierre
Povo unido aos
Jacobinos
Monarquia
La Fayette
Constitucional
Liberais
Roland
Moderados
A Áustria e a Prússia (pressão sobre o governo girondino com
a Declaração de Pillnitz), contando com o apoio da família
real, invadiram a França na tentativa de restabelecer o
absolutismo.
Robespierre, Danton e Marat conclamam a população a lutar
(“é pela violência que se deve estabelecer a liberdade”).
- Batalhões de Marselha formam o exército popular e vencem
na batalha de Valmy.
-A população, insatisfeita com a intromissão estrangeira,
formou a Comuna Popular e atacou a residência real,
prendendo a família real.
- Matou, também, a maioria dos adeptos do rei.
5.4. 1ª REPÚBLICA E CONVENÇÃO (1792-95)
Após a vitória contra as tropas estrangeiras, os líderes da
revolução decidiram, em 20 setembro de 1792, proclamar a
República. A Assembleia Legislativa foi dissolvida e criou-se
a Convenção Nacional, cuja missão principal seria elaborar
uma nova Constituição, agora, de caráter republicano,
inspirada nas ideias democráticas de Rosseau. Os
deputados da Convenção Nacional eram divididos em:
Girondinos ou Planícies: representantes da alta e média
burguesia que assumiram posições moderadas a fim de
garantir a liberdade econômica e o direito de propriedade
(Considerados de direita);
-Jacobinos
ou
Montanhases:
representantes
da
pequena
burguesia iluminista e sains-culottes, eram
liderados por Danton, Marat, Maximillien Robespierre e
Antoine de Sain-Just, que defendiam posições mais
radicais e de interesse popular (considerados de esquerda).
Pântanos:
representantes
de
uma
burguesia
oportunista,
mudavam
de posição conforme suas
conveniências, embora apoiassem os girondinos com
frequência.
-Cordeliers:
liderados
por
Danton
e
Marat,
representava as camadas populares;
-Feuillants: Burguesia financeira.
ASSEMBLEIA DOS ESTADOS GERAIS
PRINCIPAIS LÍDERES
Girondinos
Jacobinos
Cordeliers
Brissot
Robespierre
Marat
Saint-Just
Danton
Luís XVI foi julgado e condenado à morte por influência
dos jacobinos em dez 1792. A execução do rei provocou,
internamente, a revolta do grupo girondino e,
externamente, a reorganização de tropas estrangeiras
favoráveis ao absolutismo.
-Inglaterra, Áustria, Prússia Espanha e Sardenha,
temerosos de que a revolução se alastrasse para
seus territórios, criaram a Primeira Coligação
Militar, a fim de restaurar a monarquia francesa.
A França venceu com facilidade todos países, exceto
a Inglaterra (aderiu posteriormente à Coligação),
indignada com os rumos da revolução estava
tomando na França.
Inicia-se o Terror de Set 1793 a Jul de 1794 pelo
radicalismo jacobino contra os girondinos e
contrarrevolucionários.
Além da pressão externa, problemas internos como o
agravamento da crise econômica e as brigas entre as
facções que compunham a Convenção provocaram uma
insurreição popular em Vendeia, região oeste da França.
5.5. TERROR JACOBINO (CONVENÇAO MONTANHESA)
Para enfrentar essa reação, os jacobinos prenderam e
eliminaram os principais líderes girondinos e deram um
golpe de estado, criando:
- Comitê de Salvação Pública:
administração e defesa do país.
responsável
pela
- Tribunal Revolucionário: encarregado de vigiar e punir
os opositores da revolução.
A partir do golpe de estado jacobino, a recém instalada
ditadura espalhou um regime de perseguição que ficou
conhecido como Terror. Ao terror, adveio o Grande Terror.
A liderança desses modelos
de
esmagamento
da
oposição foi conduzida por Robespierre.
Robespierre teve alguns êxitos no campo militar, ao conter
o ataque das forças estrangeiras e, em relação ao
povo, adotou algumas
medidas
populares, como
sufrágio universal (voto), reforma agrária, aumento
de impostos para os mais ricos, tabelamento de
gêneros alimentícios, etc.
Mas:
Devido ao exagero das execuções arbitrárias, Robespierre
perdeu apoio popular e ficou isolado politicamente. Os
girondinos, mesmo exilados, mas com o apoio dos
pântanos, o prenderam.
Guilhotinaram todos os líderes jacobinos, finalizando aquele
período de terror, totalmente na contramão do que
pretendera a Revolução Francesa e seus ideais de Liberdade,
Igualdade e Fraternidade.
5.6. DIRETÓRIO (1795-99)
Após a execução de Robespierre, a Convenção passou a ser
controlada pela alta burguesia girondina, que votou uma
nova Constituição e restabeleceu o voto censitário.
Executivo com 05 membros; Legislativo formado pelo
Conselho dos Quinhentos e dos Anciãos.
Em outubro de 1795, os monarquistas tentaram tomar o
poder, sendo sufocados por Napoleão Bonaparte, que
recebeu a recompensa de comandar o Exército na Itália. A
Convenção foi então dissolvida para dar lugar ao Diretório.
O Diretório era composto de cinco membros eleitos
pelo Poder Legislativo, vigorou de 1795 a 1799, período
em que tentou conter o descontentamento popular
(maio de 1796, Conjuração dos Iguais, liderada por Graco
Babeuf.)
A maioria da população continuava excluída das decisões
políticas e o Diretório afirmou o controle político da
burguesia sobre o país, apesar da grave crise pela qual o país
passava (inflação e corrupção administrativa).
Paralelamente, a França voltou a ser ameaçada pelas forças
absolutistas vizinhas que formaram a Segunda Coligação
militar (Inglaterra, Áustria, Rússia e Turquia) e a situação
agravou-se.
Foi então que Napoleão Bonaparte, de volta da campanha do
Egito, dotado de grande prestígio e contando com o apoio
de Girondinos e do Exército, deflagrou um golpe de
Estado.
Em 10 Nov 1799, Napoleão dissolveu o Diretório e
estabeleceu um novo governo, denominado Consulado.
Esse episódio ficou conhecido como Golpe de 18 do
Brumário.
6. VERIFICAÇÃO.
1. Assinale a alternativa que complementa CORRETAMENTE
o enunciado abaixo.
A Revolução Francesa é um marco da história ocidental por=
que:
( ) inaugurou a era das perseguições políticas.
( ) adotou e generalizou um novo calendário.
( ) propôs o universalismo dos direitos humanos.
( ) foi a primeira revolução a instituir o Estado de Direito.
2.No preâmbulo da Constituição francesa de 1791 lê-se: “Não
há mais nobreza, nem distinções hereditárias, nem distinções
de Ordens, nem regime feudal...Não há mais nem venalidade,
nem hereditariedade de qualquer ofício público; não há mais
para qualquer porção da Nação, nem para qualquer indivíduo
qualquer privilégio nem exceção”...Do texto depreende-se
que, na França do Antigo Regime, as pessoas careciam de:
(
(
(
(
(
) igualdade jurídica.
) direitos de herança.
) liberdade de movimento.
) privilégios coletivos.
) garantias de propriedade.
3.Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução
Francesa:
( ) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e apropriada por uma só classe social, a burguesia, única beneficiária da nova ordem.
( ) fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não conseguiu
impedir o retorno das forças sócio-políticas do Antigo Regime.
( ) nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma revolução burguesa, uma camponesa e uma popular urbana, a dos chamados sans-culottes.
( ) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir
as pequenas propriedades aos camponeses, atrasou, em mais de
um século, o processo econômico da França.
( ) abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do pon
to de vista da riqueza, quanto do ponto de vista político, impediu
que a burguesia a concluísse.
4.“Chegou a hora da igualdade passar a foice por todas as cabeças.
Portanto, legisladores, vamos colocar o terror na ordem do dia.”
(Discurso de ROBESPIERRE na Convenção).
A fala de Robespierre ocorreu num dos períodos mais intensos da
Revolução Francesa. Esse período caracterizou-se:
( ) pela fundação da monarquia constitucional, marcada pelo funcionamento da Assembleia Nacional.
( ) pela organização do Diretório, marcado pela adoção do voto
censitário.
( ) pela reação termidoriana, marcada pelo fortalecimento dos
setores conservadores.
( ) pela convocação dos Estados Gerais, que pôs fim ao
absolutismo francês.
( ) pela criação do Comitê de Salvação Pública e a radicalização da
revolução.
5. As revoluções contra o poder absolutista dos reis atravessaram
grande parte da história moderna da Europa. Houve, no entanto,
diferenças entre as revoluções francesa e inglesa. Assinale a alternativa
correta.
( ) Na França, a oposição ao absolutismo implicou, ao contrário do que
ocorreu na Inglaterra, o estabelecimento de um regime republicano,
mesmo que passageiro.
( ) A revolução inglesa, diferentemente da francesa, reivindicou os
direitos do Parlamento contra o arbítrio real, expressos por documentos
escritos que remontavam à Idade Média.
( ) A revolução inglesa, ao contrário da francesa, contou com o apoio
popular na luta contra os reis absolutistas, desvinculando-se de disputas
entre facções religiosas.
( ) A luta contra o absolutismo na França distinguiu-se do processo que
se desenvolveu na Inglaterra pela violência e execução do monarca
absolutista.
.
6. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, votada
pela Assembleia Nacional Constituinte Francesa, em 26 de agosto de 1789, visava:
( ) romper com a Declaração de Independência dos Estados
Unidos, por esta não ter negado a escravidão.
( ) recuperar os ideais cristãos de liberdade e igualdade, surgidos na época medieval e esquecidos na moderna.
( ) estimular todos os povos a se revoltarem contra seus governos, para acabar com a desigualdade social.
( ) assinalar os princípios que, inspirados no Iluminismo, iriam
fundar a nova constituição francesa.
( ) pôr em prática o princípio: a todos, segundo suas necessidades, a cada um, de acordo com sua capacidade.
7. A charge da época, reproduzida abaixo, retrata o jogo de relações
sociais da França pré-revolucionária. A esse respeito é correto afirmar:
( ) A França era estruturada em uma sociedade
estamental dividida em 03 Estados, sendo o
3º Estado composto, desde a alta burguesia
até as camadas populares, incidindo sobre
estas todas as tributações.
( ) apesar de a França ter uma sociedade
dividida em estamentos, não havia conflitos
de classes, pois a Igreja, por meio da teoria
do direito divino, garantia a imobilidade
meio da teoria do direito divino, garantia a
imobilidade social.
( ) o povo permanecia obediente ao seu monarca, havendo o respaldo da Igreja, que
que doutrinava seus fiéis a se submeterem
à vontade de Deus, que apoiava uma estrutura social estratificada.
( ) o povo, que formava o Primeiro Estado,
arcava pesadas tributações impostas pelo
monarca francês.
8. Veja a charge, leia o texto e responda:
“A 5 de outubro, oito ou dez mil mulheres foram a Versalhes; muita gente as acompanhou. A Guarda Nacional forçou o Sr de La Fayette a conduzi-las para lá na mesma noite. No dia 06, elas
trouxeram o rei e obrigaram-no a residir em Paris.(...)
Não devemos procurar aqui a ação dos partidos. Eles agiram,
mas fizeram muito pouco. A causa real, certa, para as mulheres,
para a multidão mais miserável, foi uma só, a fome. Tendo
desmontado um cavaleiro, em Versalhes, mataram o cavalo e
comeram-no quase cru.
(...) O que há no povo de mais povo, quero dizer, de mais
instintivo, de mais inspirado, são, por certo, as mulheres. Sua idéia
foi esta: “Falta pão, vamos buscar o rei; se ele estiver conosco,
cuidar-se-á para que o pão não falte mais.
Vamos buscar o padeiro!”
(Jules Michelet. História da Revolução Francesa, 1989.)
Sobre aquele momento da Revolução Francesa, é correto afirmar:
( ) o povo, constituído principalmente de funcionários da nobreza
acreditava que era necessário separar o rei da corte, para que se
pudessem fazer as reformas econômicas.
( ) a Assembleia havia assinado a Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão e o povo acreditava que o rei era seu aliado para resolver o problema da circulação de cereais.
c) os revolucionários estavam negociando com o rei a assinatura
sua deposição, visando a instalação de uma República na França.
d) o rei e a rainha eram vistos como inimigos do povo e cúmplices
da aristocracia, responsabilizada pela crise econômica.
e) o rei escolhera ficar em Versalhes, com a finalidade de proteger
a nobreza dos ataques do povo.
9. “Robespierre- Que se passa por aqui?
III Cidadão- Que pode se passar? Passa-se que aquelas poucas gotas de
sangue de agosto e setembro não deram para as bochechas do povo firem coradas. A guilhotina anda muito devagar. Precisamos de um bom
aguaceiro!
I Cidadão- Nossas mulheres e filhos bradam por pão; queremos cevá-los
com carne da aristocracia. Vamos! Mata os que não têm casaco
esburacado! -Todos- Mata! Mata! (BÜCHNER, Georg. A Morte de
Danton. Quadros dramáticos da época do Terror na França. Trad. Mario
da Silva, Clássicos de Bolso, Ed. Tecnoprint S.A. s/d)
-O drama, escrito entre 1834/35, retrata o momento da Revolução Francesa em que os jacobinos estão no poder, tentando varrer da França os
"traidores" da Revolução. Sobre o período retratado podemos afirmar
:( ) permitiu o atendimento das demandas populares e preservou os
privilégios do clero e da nobreza( ) garantiu a permanência da alta
burguesia (gironda) e da nobreza em aliança pela defesa da revolução.
( ) preservou os direitos feudais e garantiu os privilégios da nobreza
francesa conciliados com os avanços burgueses ( ) foi o momento mais
radical do processo revolucionário e teve ampla participação popular.
10. Algumas transformações que antecederam a Revolução
Francesa podem ser exemplificadas pela mudança de significado
da palavra “restaurante”. Desde o final da Idade Média, a palavra
“restaurant” designava caldos ricos, com carne de aves e de boi,
legumes, raízes e ervas.
Em 1765 surgiu, em Paris, um local onde se vendiam esses caldos,
usados para restaurar as forças dos trabalhadores. Nos anos que
precederam a Revolução, em 1789, multiplicaram-se diversos
restaurateurs, que serviam pratos requintados, descritos em
páginas emolduradas e servidos não mais em mesas coletivas e
mal cuidadas, mas individuais e com toalhas limpas. Com a
Revolução, cozinheiros da corte e da nobreza perderam seus
patrões, refugiados no exterior ou guilhotinados, e abriram seus
restaurantes por conta própria. Apenas em 1835, o Dicionário da
Academia Francesa oficializou a utilização da palavra restaurante
com o sentido atual.
A mudança do significado da palavra restaurante ilustra:
( ) a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de
vida da burguesia e da nobreza.
( ) a apropriação e a transformação, pela burguesia, de hábitos
populares e dos valores da nobreza.
( ) a incorporação e a transformação, pela nobreza, dos ideais e
da visão de mundo da burguesia.
( ) a consolidação das práticas coletivas e dos ideais revolucionários, cujas origens remontam à Idade Média.
( ) a institucionalização, pela nobreza, de práticas coletivas e de
uma visão de mundo igualitária.
11. Alguns contos infantis pertencem, em sua origem, à tradição
oral dos camponeses da França do antigo Regime. Naquela
situação, quase todos tinham as mesmas características de
violência. Na versão camponesa de "A Bela Adormecida", um
príncipe casado violenta uma donzela e a engravida. Ela entra em
um sono profundo e só desperta quando é mordida por um de
seus filhos durante a amamentação. Entretanto, décadas à frente,
ao sair do universo camponês e entrar no universo burguês, esse
conto ganha um final feliz.
a. Relacione o caráter originalmente trágico desse conto com a
condição econômica e política dos camponeses da França do
Antigo Regime.
Resposta: A versão camponesa para o conto mostra a opressão
sofrida pelo campesinato francês por parte da nobreza daquele
país. Os camponeses não possuíam direito político algum e sua
condição econômica era de absoluta miséria.
b. Relacione o final feliz desse conto com a condição econômica e
política da burguesia após o Antigo Regime.
Resposta: Após derrubar o regime absolutista franceses a
burguesia obteve os direitos políticos que buscava, já que mesmo
sendo uma classe rica seus direitos não podiam sobressair em
relação a nobreza, e consequentemente seus interesses
econômicos prevaleceram na França.
12. Marat foi um importante personagem na
Revolução Francesa (1789). Seu assassinato
teve várias representações. Uma delas foi o
quadro de David A Morte de Marat, um símbolo do movimento revolucionário e de grande importância para a história da arte.
Em relação a essa obra, é correto afirmar que:
( ) David ressaltou características da história pessoal de Marat, ou
seja, um revolucionário de origem humilde e camponesa.
( ) Marat foi retratado como um símbolo dos radicais girondinos,
responsáveis pela expulsão dos montanheses da Convenção e
execução de seus líderes.
( ) David inaugurou a pintura histórica, mítica e heroica,
apresentando a eternidade do personagem.
( ) David retratou Marat de uma forma não épica, diferenciando
sua obra do idealismo da arte acadêmica aristocrática.
13. É o estudo do passado que nos permite compreender o
presente. Veja, por exemplo, a origem dos termos “ESQUERDA” e
“DIREITA” - hoje considerados por alguns como superados. Nas
reuniões da Assembleia Legislativa francesa, eleita em 1791, os
deputados conservadores sentavam-se à direita; à esquerda,
ficavam os favoráveis às transformações. Sabendo disso, escolha a
alternativa correta.
(
(
(
(
) Os monarquistas sentavam-se à esquerda.
) Os republicanos sentavam-se à direita.
) Os girondinos sentavam-se no centro.
) Os jacobinos sentavam-se à esquerda.
14.Abolição da escravidão; fim dos privilégios; limite aos preços dos
gêneros alimentícios; criação do ensino gratuito obrigatório; concessão
de terras aos camponeses. Estas foram medidas tomadas pelo:
( ) adepto da escola econômica fisiocrática, o francês Turgot;
( ) jovem general, recém-chegado do Egito, Napoleão Bonaparte;
( ) líder jacobino, Robespierre, conhecido como "o Incorruptível";
( ) primeiro-ministro francês, cardeal de Richelieu, a concluídas por seu
sucessor, cardeal Mazarino;
15. A abolição da escravidão nas Colônias, a criação da Lei do
Máximo, o estabelecimento do sufrágio universal, a criação do
Tribunal Revolucionário e o Comitê de Salvação Pública, foram
instituídos na Revolução Francesa, na fase:
( ) Assembleia Nacional Constituinte.
( ) Convenção Nacional.
( ) Diretório.
( ) Reação Termidoriana.
( ) Monarquia Constitucional.
16.O esquema refere-se à situação
da receita e da despesa do Estado
francês na década de 1780.
A partir da observação dos dados, pode-se inferir:
( )o equilíbrio da economia do país, obtido pela administração
centralizada, típica do absolutismo.
( )a fragilidade das contas públicas, agravada pelo envolvimen
to do país em guerras externas, que aprofundaram a crise eco
nômica.
( )a importância das taxas pagas pela nobreza, que compunham grande parte das receitas do poder público.
( ) a necessidade de se aumentar o controle das fronteiras,
para evitar a evasão de divisas para outros países europeus.
( ) os efeitos das revoltas camponesas, que desestruturaram
a produção rural e diminuíram a arrecadação de impostos.
17. “Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral,
a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as
conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império
da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a
insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o
amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas
boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o
brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da
felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do
homem.” HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In:
PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução
Francesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das
Letras, 1991 (adaptado).
O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o
trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos político Sociais da Revolução Francesa?
( ) À alta burguesia, que desejava participar do poder
legislativo francês como força política dominante.
( ) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à
alta burguesia.
( ) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que
derrotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França
internamente.
( ) À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato,
com os intelectuais iluministas, desejava extinguir o
absolutismo francês.
( ) Aos representantes da pequena e média burguesia e das
camadas populares, que desejavam justiça social e direitos.
18. A pintura ao lado feita pelo pintor
Léon Maxime Faivre mais de um sécuLo depois da eclosão do processo revolucionário. Em sua opinião, a obra exalta
A Revolução ou faz crítica dela? Por quê?
Observação: a obra, inspirada num relato
do historiador Jules Michelet, representa a vítima Maria Teresa
Luísa de Saboia-Carignan, a princesa de Lamballe, amiga pessoal
da rainha Maria Antonieta.
19. Explique com suas palavras o que foi a Revolução Francesa,
indicando qual foi o seu estopim e que evento é considerado seu
marco inicial.
19. Descreva as principais medidas e características do governo
Jacobino (1793-1794)
20. Indique quem eram os revolucionários franceses. Eles
formavam um grupo homogêneo? Justifique.
CONCLUSÃO
A Revolução Francesa foi um marco para a história ocidental
porque representou a queda do Antigo Regime na França,
mesmo que depois ele viesse a ser retomado.
Para a França, aquele movimento representou o fim da
servidão e dos privilégios feudais, a declaração dos direitos
do homem e do cidadão, o confisco dos bens do clero, a
reforma do Exército e da Justiça.
Suas ideias iluministas nortearam os movimentos de
emancipação de colônias e geraram mudanças políticas,
sociais e econômicas no mundo.
Sua trajetória demonstrou de forma pioneira que o ideário
liberal (mínima interferência do Estado, igualdade de todos
perante a lei, liberdades econômicas e políticas e defesa
da propriedade privada) não foi praticado como na
Inglaterra.
Tudo isso levou a França a sucessivos golpes de estado
que a fizeram marcar passo por mais 80 anos.
Ela é considerada a mais importante dentre as
revoluções burguesas ocorridas na Europa, pois, por
intermédio dela, a burguesia pode ascender ao poder
político e nele exercer influência na defesa de seus
interesses.
Historicamente, sua influência marcou
o
fim
da
Idade
Moderna
e
o
início
da
Idade
Contemporânea.
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