Micropropagação de bananeira sob diferentes concentrações de potássio e magnésio Ylana Cláudia Medeiros Paula1, Moacir Pasqual1, Leila Aparecida Salles Pio1, Paulo Jorge de Pinho2 e Dalilhia Nazaré dos Santos1 1 Universidade Federal de Lavras, Campus Universitário, CEP 37200-000, Lavras-MG, Brasil. Caixa Postal 3037. E-mail: [email protected]; [email protected]; [email protected] 2Universidade Federal do Pampa, Rua Luiz Joaquim de Sá Britto, SN, Promorar, CEP 97650-000, Itaqui-RS, Brasil. E-mail: [email protected] Resumo - A bananeira exige grandes quantidades de nutrientes para manutenção de um adequado desenvolvimento e obtenção de altos rendimentos. Um dos nutrientes mais demandados é o potássio (K) e as interações nutricionais mais estudadas no campo são entre K, magnésio (Mg) e cálcio (Ca). É importante que esse conhecimento esteja disponível também na micropropagação da bananeira. O objetivo do presente trabalho foi avaliar os parâmetros de crescimento e desenvolvimento de plantas de bananeira micropropagadas, sob diferentes concentrações nutricionais de K e Mg, bem como verificar os teores de K, Mg e Ca absorvidos pelas plantas. Foram micropropagadas as cultivares Caipira, Japira e Tropical sob diferentes balanços de K e Mg (22:1, 20:3, 15:8, 10:13 e 5:18), em delineamento experimental inteiramente casualizado com esquema fatorial 3 x 5, totalizando 15 tratamentos. Após 60 dias de cultivo, observou-se que o meio de cultura MS com o balanço padrão 22:1 de K:Mg é satisfatório à micropropagação das cultivares Caipira e Japira, enquanto para a cultivar Tropical, o meio de cultura MS deve ser ajustado em 20:3 de K:Mg, visando superioridade na micropropagação desta cultivar. Com relação à absorção de K, Mg e Ca observou-se que as plantas cultivadas in vitro absorvem menos K e o mesmo teor de Mg e Ca em relação ao cultivo ex vitro. Palavras-chave: Musa, macronutrientes, in vitro. Micropropagation of banana under different concentrations of potassium and magnesium Abstract - The banana plant requires large amounts of nutrients to maintain an adequate development and to get high yields. One of the most demanded nutrients is potassium (K) and the nutritional interactions most studied in the field are between K, magnesium (Mg) and calcium (Ca). It is important that this knowledge is available also in the micropropagation of banana. The objective of this study was to evaluate the growth parameters and development of micropropagated banana plants under different nutritional concentrations of K and Mg, and check the contents of K, Mg and Ca absorbed by plants. The cultivars Caipira, Japira and Tropical were micropropagated under different balances of K and Mg (22:1, 20:3, 15:8, 10:13 and 5:18), in completely randomized design, in a factorial 3 x 5, totaling 15 treatments. After 60 days of culture, it was observed that MS medium with the concentration pattern 22:1 of K:Mg is suitable for micropropagation of Caipira and Japira cultivars. For the Tropical cultivar, the culture medium should be ajusted to 20:3 of K:Mg, aiming superiority in micropropagation of this cultivar. With relation to absorption of K, Mg and Ca, it was observed that the plants cultivated in vitro absorb less K and the same amount of Mg and Ca, in relation to ex vitro cultivation. Keywords: Musa, macronutrients, in vitro. Introdução A banana é uma das frutas mais apreciadas no mundo (Ramu et al., 2015) e seu cultivo constitui uma atividade agrícola de relevante papel socioeconômico e agroecológico. O Brasil é o quinto maior produtor mundial, ficando atrás da Índia, China, Filipinas e Equador. A área plantada em território nacional é da ordem de 490.000 hectares (IBGE, 2012). O cultivo da bananeira demanda grandes quantidades de nutrientes para manutenção de um adequado desenvolvimento e obtenção de altos rendimentos. Isso porque a bananeira produz muita massa vegetativa e absorve e exporta elevada quantidade de nutrientes. Segundo Borges (2004) as interações nutricionais mais estudadas no campo em bananeira são entre potássio (K), magnésio (Mg) e cálcio (Ca). O K tem inúmeras funções na planta como regulação osmótica, transpiração devido ao controle de abertura e fechamento dos estômatos, fotossíntese, translocação de fotossintatos (Pervez et al., 2004). O Mg é considerado o maior ativador de enzimas, especialmente daquelas associadas ao metabolismo energético das plantas e faz parte da molécula de clorofila. O Ca desempenha papel importante na morfogênese e exerce também função estrutural, por atuar na formação da parede e nos processos de divisão celular (Arruda et al., 2000). O cultivo da bananeira é influenciado também pelos genótipos cultivados, porque existe uma eficiência nutricional inerente a cada indivíduo, em função dos mecanismos de absorção desenvolvidos pelas plantas. Algumas desenvolvem extenso sistema radicular, enquanto outras têm alta taxa de absorção por unidade de comprimento de raiz, ou seja, alto influxo de nutrientes (Lynch & Ho, 2005). Portanto há necessidade de avaliação Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.43-47, jun. 2015 43 da eficiência nutricional em diferentes cultivares de bananeira. A cultivar Caipira (Yangambi km 5) do grupo AAA é uma variedade de mesa com frutos pequenos e muito doces. Possui porte médio a alto e destaca-se pelo vigor vegetativo, resistência à sigatoka-amarela e negra, mal-dopanamá e broca-do-rizoma (Borges & Souza, 2004). A cultivar Japira do grupo AAAB possui frutos similares à banana Prata, mas com maior vida de prateleira. Apresenta bom perfilhamento e crescimento, possuindo resistência à sigatoka-amarela e negra, mal-do-panamá e antracnose (Rodrigues et al., 2008). Já a cultivar Tropical do grupo AAAB possui frutos com sabor semelhante à variedade Maçã, mas maiores. As plantas são de porte médio, resistentes à sigatoka-amarela, mas não à negra e tolerante ao mal-do-panamá (Borges & Souza, 2004). O método de propagação da bananeira mais adotado é a micropropagação e isso se deve à obtenção de mudas sadias, em alta escala e em curto período de tempo (150 300 mudas/matriz/6-8 meses) (Diniz et al., 1999). No entanto, no processo micropropagativo há elevada umidade relativa e baixa troca gasosa no frasco, fatores que diminuem significativamente a taxa de transpiração da planta, e consequentemente diminuem a absorção de água e de nutrientes. Portanto, existe a possibilidade de menor absorção de nutrientes em explantes micropropagados e sendo K, Mg e Ca as interações nutricionais mais estudadas em bananeira cultivadas no campo, o conhecimento sobre tal conjuntura in vitro também é demandado e válido. Diante do exposto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar os parâmetros de crescimento e desenvolvimento de plantas de bananeira micropropagadas, sob diferentes concentrações nutricionais de potássio e magnésio, bem como verificar os teores de K, Mg e Ca absorvidos por propágulo, visando fornecer subsídios para um possível ajuste do meio de cultura. Material e Métodos O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais do Departamento de Agricultura da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Como material vegetal, utilizaram-se propágulos iniciais de bananeira Caipira, Japira e Tropical, pré-estabelecidos in vitro, por cultura de meristemas, fornecidos pela Embrapa Mandioca e Fruticultura Tropical. Brotações com cerca de 2,0 cm de comprimento foram individualizadas e transferidas para meio de multiplicação contendo sais minerais e vitaminas do meio MS (Murashige & Skoog, 1962), acrescidos de 30 g.L-1 de sacarose e 2,5 mg.L-1 de BAP (6-benzilaminopurina). O pH do meio foi ajustado para 5,7 ± 0,1 e posteriormente foram adicionados 1,75 g.L-1 de phytagel. O meio foi autoclavado a 121 oC por 20 min a 1 atm e posteriormente, distribuído na proporção de 50 mL por frasco, com capacidade para 250 mL. 44 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.43-47, jun. 2015 Para instalação dos experimentos, brotações padronizadas com 2,0 cm de comprimento foram individualizadas e inoculadas em frascos contendo o mesmo meio de cultura descrito, exceto pelos tratamentos. Os tratamentos consistiram-se de alteração do balanço nutricional entre potássio (K) e magnésio (Mg) a partir da relação padrão do meio MS 22:1, estabelecidas de acordo com a composição iônica dos macronutrientes. Portanto os tratamentos constituíram-se dos seguintes balanços potássio/magnésio: 22:1 (testemunha), 20:3, 15:8, 10:13 e 5:18. Após a inoculação, os propágulos foram mantidos em sala de crescimento, à temperatura de 25±2°C, sob irradiância de 36 μmol m-2 s-1 e fotoperíodo de 16 horas. Foi utilizado o delineamento experimental inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5x3 (K:Mg x Cultivares), totalizando 15 tratamentos. Cada tratamento foi composto por 10 repetições contendo 4 propágulos cada, perfazendo 600 propágulos. As avaliações foram realizadas aos 60 dias de cultivo. Avaliou-se altura da parte aérea (APA), número de folhas (NF), matéria fresca da parte aérea (MFPA), matéria seca da parte aérea (MSPA), comprimento da raiz (CR), matéria fresca da raiz (MFR), matéria seca da raiz (MSR) e teores de K, Mg e cálcio (Ca) absorvidos pelos propágulos. Para determinação do teor de K absorvido utilizou-se o método da fotometria de chama, enquanto os teores de Mg e Ca foram determinados por espectrofotometria de absorção atômica (Malavolta et al., 1997). As análises estatísticas foram conduzidas utilizando-se o software SISVAR (Ferreira et al., 2011), utilizando-se o teste de médias de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Resultados e Discussão Pelos resultados apresentados na Tabela 1, pode-se observar que estatisticamente as variáveis de crescimento e desenvolvimento das cultivares Caipira e Japira foram superiores sob o balanço padrão 22:1 de K:Mg utilizado pelo meio de cultura MS, apresentando comportamento inferior à medida que as concentrações são balanceadas diferentemente. Exceção ocorreu com a cultivar Tropical, a qual se comportou superiormente no balanço 20:3 de K:Mg, demonstrando que está cultivar demanda um pouco mais de magnésio para que o balanço nutricional lhe seja favorável. Tal comportamento é devido provavelmente à eficiência nutricional intrínseca a cada cultivar, em função dos mecanismos de absorção desenvolvidos por cada genótipo (Lynch & Ho, 2005). Sendo assim, quando se tratar de micropropagação da cultivar Tropical, recomenda-se ajuste do meio de cultura MS para o balanço 20:3 de K:Mg, visando superioridade no desenvolvimento das plantas. Com relação à absorção de K, Mg e Ca (Tabela 2), observa-se que para todas as cultivares, a absorção de K é favorecida nos balanços onde as concentrações desse nutriente são também superiores. Isso ocorre provavelmente porque como o K é muito móvel, lixivia com facilidade distanciando-se das pequenas raízes que estão em formação in vitro. Portanto, concentrações maiores em torno da raiz potencializam sua absorção. Outro fator a ser observado é que a absorção de K foi inibida quando a concentração de Mg foi elevada. Isso ocorre devido a natureza das relações K:Mg, pois há inibição competitiva entre esses nutrientes. Já o comportamento do K em relação ao Ca é de sinergismo, por isso é possível notar na Tabela 2 que os balanços que proporcionam maior absorção de K, também proporcionam maior absorção de Ca. Isso ocorre porque o sistema radicular da bananeira tem capacidade de troca catiônica (CTC) limitada, portanto a relação entre cátions é muito importante (Borges, 2004). Segundo Robinson (1996), o teor médio de K absorvido pelas bananeiras cultivadas é em média de 3%. Observando a absorção desse nutriente nos melhores tratamentos analisados na Tabela 1, para as cultivares Caipira (22:1), Japira (22:1) e Tropical (20:3), constatamse que as médias foram de 1,8%, 2,0% e 1,7% respectivamente. Tabela 1. Parâmetros de crescimento e desenvolvimento das cultivares de bananeira Caipira, Japira e Tropical submetidas a meios de cultura com diferentes concentrações de K e Mg. APA NF MFPA MSPA CR MFR MSR (cm) (un.) (g) (g) (cm) (g) (g) 22:1 17,2 a 6,0 a 4,4 a 0,21a 26,1 a 2,4 a 0,12a 20:3 17,2 a 5,8 a 4,2 a 0,19a 25,8 a 2,4 a 0,12a Caipira 15:8 16,0 b 5,5 a 3,9 a 0,20a 26,0 a 2,3 a 0,10a 10:13 15,2 b 4,8 b 3,1 b 0,16b 23,9 a 1,9 b 0,10a 5:18 11,4 c 4,8 b 1,7 c 0,12b 18,6 b 0,2 c 0,03b 22:1 18,0 a 5,2 a 3,3 a 0,17a 18,6 a 2,0 a 0,07a 20:3 17,0 a 4,5 b 3,1 a 0,17a 18,1 a 1,9 a 0,07a Japira 15:8 17,6 a 4,4 b 3,0 a 0,16a 18,6 a 1,9 a 0,07a 10:13 17,1 a 4,3 b 2,7 a 0,16a 18,5 a 2,0 a 0,07a 5:18 11,7 b 3,1 c 1,2 b 0,09b 17,8 a 1,0 b 0,03b 22:1 17,6 a 5,3 b 4,4 b 0,21b 16,0 b 1,4 b 0,07b 20:3 18,8 a 5,8 a 6,4 a 0,27a 25,3 a 2,3 a 0,10a Tropical 15:8 17,4 a 5,2 b 4,8 b 0,22b 21,4 a 2,0 a 0,12a 10:13 16,9 a 4,9 b 3,5 c 0,19b 17,6 b 1,0 b 0,06b 5:18 14,0 b 4,0 c 3,0 c 0,17b 14,5 b 0,7 b 0,05b Altura da parte aérea (APA), número de folhas (NF), matéria fresca da parte aérea (MFPA), matéria seca da parte aérea (MSPA), comprimento da raiz (CR), matéria fresca da raiz (MFR), matéria seca da raiz (MSR). Médias seguidas pela mesma letra na vertical pertencem a um mesmo grupo e não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Cultivares K:Mg Com relação ao teor de Mg, Robinson (1996) cita que o teor médio de absorção é de 0,3% e este teor foi satisfeito por todas as cultivares testadas, considerando os melhores tratamentos observados na tabela 1. A absorção de K foi proporcionalmente superior em balanços de K:Mg que favoreciam K, chegando a superar o valor de referência, o que não é necessariamente favorável. Tal fato ocorre por fluxo de massa, segundo Turner & Barkus (1981), a concentração de Mg na solução ao redor das raízes tem muita influência na absorção e essa condição foi plenamente satisfeita para as três cultivares testadas. Já para o teor de absorção de Ca, Robinson (1996) cita que a média para as espécies de bananeira é de 0,5%. A cultivar Caipira apresentou absorção de 0,7%, Japira de 0,3% e Tropical 0,5%, portanto somente a cultivar Japira ficou abaixo do teor de absorção médio. Provavelmente isso é uma característica da cultivar, pois a absorção de Ca se manteve constante, independentemente dos balanços de K:Mg testados. Segundo Arruda et al. (2000), o Ca desempenha papel importante na morfogênese, por causa da interação com substâncias reguladoras de crescimento, havendo associação com as citocininas. Provavelmente o Ca pode se manter constante em absorção, porque em plantas cultivadas in vitro o Ca tem interação facilitada com citocininas, já que por exemplo, está foi adicionada ao meio na forma de BAP. Tabela 2. Teores de K, Mg e Ca em %/Kg de matéria seca absorvidos por propágulos de bananeira, no meio de cultura MS, em função da concentração de K:Mg. Valor de Referência (Robinson, 1996). Cultivares K:Mg K (3%) Mg (0,3%) Ca (0,5%) 22:1 1,8 a 0,3 d 0,7 a 20:3 1,8 a 0,5 c 0,7 a Caipira 15:8 1,7 a 0,7 b 0,8 a 10:13 1,3 b 0,9 a 0,8 a 5:18 0,3 c 0,9 a 0,6 b 22:1 2,0 a 0,3 c 0,3 a 20:3 1,7 a 0,4 b 0,3 a Japira 15:8 1,8 a 0,5 b 0,3 a 10:13 1,2 b 0,6 a 0,3 a 5:18 0,4 c 0,7 a 0,3 a 22:1 1,7 a 0,2c 0,5 b 20:3 1,8 a 0,3 c 0,5 b Tropical 15:8 1,7 a 0,5 b 0,6 a 10:13 1,7 a 0,7 a 0,5 b 5:18 0,8 b 0,8 a 0,3 c Médias seguidas pela mesma letra na vertical pertencem ao mesmo grupo e não diferem estatisticamente pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade. Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.43-47, jun. 2015 45 Considerando K, Mg e Ca nas três cultivares e nos melhores tratamentos observados, infere-se que os níveis de Mg e Ca foram satisfeitos. Somente K ficou abaixo do teor médio recomendado que é de 3%. Como o K é um dos nutrientes mais absorvidos pela bananeira (Borges, 2004), tal comportamento deve ser analisado. O K participa de diversos processos bioquímicos da planta, como o metabolismo de carboidratos no que diz respeito à fotossíntese e respiração (glicólise); osmorregulação, transpiração e translocação de fotossintatos (Taiz & Zeiger, 2013). No entanto, sabe-se que plantas cultivadas in vitro possuem metabolismo mais heterotrófico do que autotrófico (Kozai & Kubota, 2001). No cultivo in vitro o K deixa de ser requerido em grandes quantidades no processo de fotossíntese porque esta é praticamente nula (Kozai & Kubota, 2001), devido à baixa intensidade luminosa pelo uso de lâmpadas artificiais e baixa difusão de CO2 devido ao ambiente fechado. Tem sua requisição normal no processo de respiração (Glicólise), pois como a fotossíntese é insuficiente o carboidrato é fornecido ao meio de cultura na forma de sacarose. O K acaba sendo pouco requerido também em osmorregulação, pois os estômatos não possuem in vitro o dilema de abertura para captura de CO2 e fechamento para evitar perda de água. Na transpiração também é pouco requerido, pois esta é minimizada devido à elevada umidade do ambiente in vitro. Na translocação de fotossintatos continua sendo muito demandado, pois a sacarose é consumida na glicólise e precisa ser distribuída dentro do metabolismo do vegetal. Portanto, dentre as 5 funções essências do K no metabolismo vegetal, 3 são praticamente omitidas in vitro (fotossíntese, osmorregulação e transpiração), restando 2, respiração e translocação de fotossintatos. Diante disso, se justifica o fato da absorção de K ter se mantido abaixo da média de 3% demandada pelas plantas cultivadas a campo. Em função das condições do cultivo in vitro serem menos laboriosas para a planta, o K pode ser menos absorvido e mesmo assim, ser suficiente para manter o metabolismo em níveis adequados. Conclusões 1. O meio de cultura MS com o balanço padrão 22:1 de K:Mg é mais adequado para micropropagação das cultivares Caipira e Japira e para cultivar Tropical é o balanço 20:3. 2. As bananeiras cultivadas in vitro absorvem menos K e o mesmo teor de Mg e Ca em relação ao cultivo ex vitro. Referências ARRUDA, S.C.C.; SOUZA, G.M.; ALMEIDA, M.; CONÇALVES, A.N. Anatomical and biochemical characterization of the calcium effect on Eucalyptus urophylla callus morphogenesis in vitro. Plant Cell, Tissue and Organ Culture, Sant Paul, v. 63, n. 2, p. 143154, 2000. 46 Tecnol. & Ciên. Agropec., João Pessoa, v.9, n.3, p.43-47, jun. 2015 BORGES, A.L. Interação entre nutrientes em bananeira. Banana em Foco. Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, v. 55, p. 2, jan. 2004. BORGES, A.L.; SOUZA, L. da S. O cultivo da bananeira. Cruz das Almas: EMBRAPA-CMPMF, 2004. 279 p. DINIZ, J.D.N.; GONÇALVES, A.N.; HERNANDEZ, F.F.F.; TORRES, A.C. Absorção de macronutrientes por explantes de bananeira in vitro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.7, p.1201-1209, jul. 1999. FERREIRA, D.F. Sisvar: A computer statistical analysis system. 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