Leonardo Costa

Propaganda
CONDUÇÃO DO DESENHO
EXPERIMENTAL DE UM ESTUDO
CONTROLADO RANDOMIZADO:
EVIDÊNCIA CIENTÍFICA E
EXPERIÊNCIA PRÁTICA
Leonardo Costa
Prática Baseada em Evidências
Pesquisa clínica de
alta qualidade
Conhecimento
do profissional
Preferências do
paciente
PBE em fisioterapia
Herbert et al, 2005
Pesquisa clínica
• Ambientes clínicos
• Pacientes “de verdade”
• Respondem perguntas relevantes aos pacientes
Níveis de evidência
Alta
RS
ECA
EC
Série de
casos
Baixa
Evolução da pesquisa clínica em
fisioterapia
Estudos controlados
aleatorizados
Number of RCTs/SRs/CPs
14000
12000
10000
8000
6000
F
4000
2000
Revisões sistemáticas
Diretrizes
0
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010
Média Geral (n=3120): 5,6
Média ECA em Português (n=50): 3,4
Porque os estudos controlados são melhores?
Tto
Tto
•Regressão para a média
severidade
•Recuperação natural da patologia
•Pacientes “bonzinhos”
•Placebo
•“Recall bias” (viés de memorização)
Tempo
Tipos de delineamento em estudos controlados
1. Um grupo recebe intervenção e o outro não
Ex: Educação para a correta utilização do nebulizador X nada
2. Um grupo recebe a intervenção e o outro também mais uma outra intervenção
Ex: exercícios para síndrome do impacto X exercícios + US
3. Um grupo recebe uma intervenção e o outro recebe uma outra intervenção
Ex: Mackenzie X Pilates para pacientes com hérnia discal
Exemplo 1
Intervenção versus não-intervenção
Objetivo: Saber se a
intervenção é melhor
do que nada
O que foi controlado?
• História natural
Intervenção
Controle
(sem intervenção)
Efeito
Exemplo 2
Intervenção versus placebo
Objetivo: Saber se a
intervenção é melhor
do que um placebo
O que foi controlado?
• História natural
• Efeitos placebo
• Pacientes bonzinhos
• Regressão para a média
Intervenção
Placebo
Efeito
Exemplo 3
Intervenção versus outra intervenção
Objetivo: Saber se a
intervenção é melhor do
que outra intervenção
O que foi controlado?
• História natural
• Efeitos placebo
• Pacientes bonzinhos
• Regressão para a média
• Viés de memorização
Intervenção
A
Intervenção
B
Efeito
Mas estudos controlados são do
tamanho de um elefante!!!!
Vale a pena conduzir um?
Rob Herbert & Rebecca Craig
• “a cracking idea!”
• Faça um estudo que responda a pergunta de forma
contundente
– Estudos piloto?
– Estudos menores?
– Reproduzir estudos já existentes?
• Busque lacunas na literatura
• Faça um estudo robusto
• Publique em revistas de alto impacto
– Sorte
Passos básicos
• Pontos que não podem estar incorretos no
delineamento
– Comparabilidade dos grupos na linha de base
– Seguimentos completos ou quase completos
– Cegamento
– Análise por intenção de tramento
– Descrição estatística adequada
• Registro do estudo
• Como reportar os resultados do estudo
Os grupos tratamento e controle são
comparáveis?
• “matching”
• Randomização
– Gerado por computador
– “lançamento de moeda/dados”
– Quasi
Quasi--random
• Data de nascimento, número do prontuário, par ou ímpar, etc
• Alocação secreta
• Se os grupos não forem comparáveis, não podepode-se atribuir que os
possíveis efeitos foram devidos a intervenção.
Como assegurar comparabilidade?
1. Distribuição aleatória
2. Evitar a todo custo a “corrupção da aleatorização”
3. Razoável contingente amostral
4. Evitar grandes perdas amostrais
5. Análise por intenção de tratamento
Hancock 2007
Vitiello et al 2008
Passos básicos
• Pontos que não podem estar incorretos no
delineamento
– Comparabilidade dos grupos na linha de base
– Seguimentos completos ou quase completos
– Cegamento
– Análise por intenção de tramento
– Descrição estatística adequada
Os seguimentos foram completos
ou quase completos?
• Razões aceitáveis
– Drop out
– Morte
• Será que os eliminados são diferentes?
• Os níveis de perda de follow ups foram semelhantes nos 2 grupos?
• A perda de follow up ocorreu por acaso?
• Aceita
Aceita--se perda entre 1010-20% (via de regra 15%)
Hancock et al, 2007
Vitiello et al 2008
Passos básicos
• Pontos que não podem estar incorretos no
delineamento
– Comparabilidade dos grupos na linha de base
– Seguimentos completos ou quase completos
– Cegamento
– Análise por intenção de tramento
– Descrição estatística adequada
Cegamento
• Cegar é não permitir que o sujeito/terapeuta/avaliador esteja ciente
do grupo que o sujeito está alocado
• Cegar assegura que os efeitos da intervenção não são devidos ao
efeito placebo
• Como cegar?
• Quando não é possível cegar?
• O que sempre pode ser cego?
Passos básicos
• Pontos que não podem estar incorretos no
delineamento
– Comparabilidade dos grupos na linha de base
– Seguimentos completos ou quase completos
– Cegamento
– Análise por intenção de tramento
– Descrição estatística adequada
A análise foi por intenção de tratamento?
G1 (controle)
G2 (intervenção)
Pacientes que não cumpriram o protocolo
+ drop outs
Pacientes que cumpriram a risca o protocolo
Per protocol
Análise por intenção de tratamento é simplesmente
obedecer o sistema de aleatorização
A análise foi por intenção de tratamento?
G1 (controle)
G2 (intervenção)
Vantagens:
1. Protege randomização
2. Vida real
3. Preserva comparabilidade
Intenção de tratamento
Passos básicos
• Pontos que não podem estar incorretos no
delineamento
– Comparabilidade dos grupos na linha de base
– Seguimentos completos ou quase completos
– Cegamento
– Análise por intenção de tramento
– Descrição estatística adequada
Descrição estatística adequada
• Apresente
– Medidas de precisão (efeito)
– Medidas de variabilidade (IC 95%)
– Separe os desfechos primários dos secundários
– Valor p?
– Comparação entre grupos!!!!!!
A execução do estudo
Passos a serem seguidos 1
• O projeto de pesquisa
– Extremamente detalhado
– Pense no:
•
•
•
PEDro
CONSORT Statement
Estatístico
• Registrado num site de livre acesso
• Publicado?
Porque registrar?
• Porque é obrigatório ☺
• Assegurar transparência
• Evitar ocultação de resultados desfavoráveis
– Selective reporting
• Viés de publicação
• Evitar duplicação de estudos
• Ética
• Deve ser feito antes de recrutar o primeiro paciente
N Engl J Med 351;12 september16, 2004
Links para os sites de registros
http://www.icmje.org/faq_clinical.html
O que os trials registrations vão lhe pedir?
•
Tipo de estudo
–
•
Fatorial, paralelo, crossover, série de casos, etc
Amostra
–
–
–
n
Eligibilidade
Fonte dos pacientes
•
Método de randomização
•
Cegamento
•
Descrição dos desfechos primários e secundários (desfecho e
tempo)
•
Descrição da(s) intervenção(ões)
•
Dados dos autores, instituições, CEP, etc
Passos a serem seguidos 2
• O projeto de pesquisa
– Extremamente detalhado
• Registrado num site de livre acesso
• Publicado?
– Biomed Central (BMC)
– Trials
– Contemporary Clinical Trials
Quem faz o que?
• Terapeutas
• Avaliadores
• Esquema de randomização
• “randomizador”
• Entrada/armazenamento de dados
• Análise dos dados
Treinamento da equipe
• Terapeutas
• Avaliadores
• “recrutadores”
• Auditoria
Gerenciamento dos dados
• Quando entrar com os dados?
• Back ups
• Armazenamento dos dados brutos
• Dupla-entrada (antes da análise)
Análise dos dados
• Análise cega
• Entre-grupos!
• Análises secundárias devem ser realizadas ao
mínimo
Dicas do Léo
•
Quem precisa do paciente é você!
– Quem deve trabalhar é o pesquisador
– Procure usar desfechos simples
•
•
•
Questionários, escalas, etc
Visite os pacientes
Os pacientes sumiram!
– Lasagna effects
•
Estratégias de recrutamento
– Perdas de seguimentos
•
•
•
Dados pessoais (endereço vizinhos, email, 2 telefones, etc)
Ligue ligue ligue!
Dentro dos limites éticos (e de bom senso), vale tudo!
Dicas do Léo
• Cuidado com estudos sem $$
– Assistente de pesquisa
– Bolsistas TT
– Alunos
– Não existe feriado, FDS, etc…
A hora de publicar…
• CONSORT Statement
• Revistas médicas ou fisioterapia?
– Publico-alvo ou Fator de impacto?
• Evite slice publication
– Resultados primários?
– Abro a randomização ou não?
[email protected]
[email protected]
Download