Artigo 8

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Anuário da Produção
Acadêmica Docente
Vol. III, Nº. 5, Ano 2009
Suselei A. Bedin Affonso
Faculdade Anhanguera de Campinas
unidade 3
[email protected]
PROJETO PEDAGÓGICO:
ARTICULAÇÃO ENTRE OS DIFERENTES NÍVEIS
DO PLANEJAMENTO EDUCACIONAL1
RESUMO
Considerando a importância do Projeto Pedagógico de uma instituição para
a definição de seu papel social e identidade, esse artigo discute a importância
da existência de uma articulação entre os diferentes níveis de planejamento
educacional envolvidos no trabalho pedagógico desenvolvido pela
instituição e da clareza e coerência entre o proposto em cada um desses
níveis para garantir o alcance das metas, o desenvolvimento da instituição e
a obtenção de um trabalho de qualidade.
Palavras-Chave: projeto pedagógico institucional; planos de ensino e
aprendizagem; projeto de curso.
ABSTRACT
Considering the importance of the pedagogical project of an institution to
define its social role and identity, this article discusses the importance of
coordination between the different levels of educational planning involved
in the pedagogical work developed by the institution and the clarity and
consistency between proposed in each of these levels to ensure the
achievement of goals, the development of the institution and the
achievement of quality work.
Keywords: pedagogical institutional project; teaching and learning plans;
course project.
Anhanguera Educacional S.A.
Correspondência/Contato
Alameda Maria Tereza, 2000
Valinhos, São Paulo
CEP 13.278-181
[email protected]
Coordenação
Instituto de Pesquisas Aplicadas e
Desenvolvimento Educacional - IPADE
Informe Técnico
Recebido em: 30/5/2009
Avaliado em: 17/2/2010
Publicação: 21 de abril de 2010
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Material da 2ª. Aula da Disciplina Projeto Pedagógico e Operação Acadêmica,
ministrada no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Didática e Metodologia do
Ensino Superior – Programa Permanente de Capacitação Docente. Valinhos, SP:
Anhanguera Educacional, 2009.
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Projeto Pedagógico: articulação entre os diferentes níveis do planejamento educacional
1.
INTRODUÇÃO
A construção do projeto pedagógico de uma instituição educacional envolve um processo
de reflexão e de tomada de decisão sobre a ação; é um
[...] processo contínuo que se preocupa com o ‘para onde ir’ e ‘quais as maneiras
adequadas para chegar lá’, tendo em vista a situação presente e possibilidades futuras,
para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades da sociedade,
quanto as do indivíduo (PARRA apud SANT'ANNA et al., 1995, p. 14).
Isso implica que a concepção e execução do projeto pedagógico demandam um
processo de planejamento educacional em diferentes níveis, articulados entre si, para que
se possa realizar a “previsão de necessidades e racionalização de emprego de meios
(materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à concretização de objetivos, em
prazos determinados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações”
(PADILHA, 2001, p. 30).
Qualquer instituição de ensino, embora disponha de relativa autonomia para
definir suas metas e objetivos e para elaborar sua proposta de trabalho, deve submeter-se
a um nível de planejamento amplo e abrangente, o qual prevê a estruturação e o
funcionamento da totalidade do sistema educacional do país e determina as diretrizes da
política nacional de educação, bem como a organização de seus sistemas e redes de
ensino.
De acordo com Baia Horta (1991), esse nível mais amplo de planejamento
constitui uma forma específica de intervenção do Estado na educação, que se relaciona, de
diferentes maneiras, com as outras formas de intervenção na vida em sociedade.
A educação é hoje concebida como fator de mudança, renovação e progresso
econômico e social de um país. Por ser considerada imprescindível ao desenvolvimento
globalizado, vem recebendo maior atenção do Estado que, amparado em uma legislação
pertinente, planeja ações a serem efetivadas em diferentes níveis e esferas. O objetivo
principal é, assim, possibilitar a expansão e melhoria da rede escolar e preparação de
recursos humanos.
Nessa ampla perspectiva, constata-se que “o planejamento educacional se
apresenta como um processo de abordagem racional e científica dos problemas da
educação, incluindo definição de prioridades e levando em conta a relação entre os
diversos níveis do contexto educacional” (TEIXEIRA, 2005).
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2.
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NÍVEIS DE PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
Segundo Coaracy (1972), esse nível de planejamento educacional mais amplo tem como
objetivo atrelar o desenvolvimento do sistema com o desenvolvimento econômico, social,
político e cultural do país (âmbito geral) e de cada comunidade (âmbito particular). Dessa
maneira, estabelecem-se as condições necessárias para o aperfeiçoamento dos fatores que
influem diretamente sobre a eficiência da educação (estrutura, administração,
financiamento, pessoal, conteúdo, procedimentos e instrumentos).
O planejamento educacional tem como pressuposto básico o delineamento da
filosofia da educação do país, através do estabelecimento de uma política que norteie de
forma sistemática e racional o processo de desenvolvimento da educação, buscando tornálo mais eficiente e capaz de responder com maior precisão às necessidades e objetivos da
sociedade.
As políticas e o planejamento da educação, em nível nacional, encontram-se
expressos em documentos legais, tais como:
•
O Plano Nacional de Educação – Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001 –
define diretrizes para gestão e financiamento da educação no Brasil,
oferecendo um estudo diagnóstico sobre metas e diretrizes para cada
nível e modalidade de ensino bem como para a formação e valorização do
magistério, nos próximos dez anos.
•
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9394/96 – define
as bases e orientações para a gestão e diretrizes para os diferentes níveis
de ensino.
No caso do ensino superior, temos ainda o Decreto nº. 5.773, de 2006, que dispõe
sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de
educação superior e cursos superiores de graduação e seqüenciais a serem
desempenhadas pelo CNE (Conselho Nacional de Educação), Ministério da Educação,
INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) e CONAES (Comissão
Nacional de Avaliação da Educação Superior), a partir de observância das normas e
recomendações em relação à qualificação do curso, diretrizes curriculares, corpo docente,
entre outros.
Outro nível de planejamento é aquele que, observadas as recomendações e
diretrizes do sistema educacional mais amplo, ocorre no âmbito da instituição de ensino,
concretizando-se pela elaboração de seu Projeto Pedagógico, um instrumento de
planejamento e gestão que considera sua identidade. No que toca a sua filosofia de
trabalho, a sua estrutura organizacional, à missão a que se propõe e às estratégias visa,
portanto, a atingir as metas e objetivos definindo as diretrizes pedagógicas que orientam
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suas ações e as atividades acadêmicas e científicas que desenvolve ou que pretende
desenvolver.
Na definição do Projeto Político-Pedagógico,
[...] materializam-se os diferentes momentos do planejamento: a definição de um marco
referencial, a elaboração de um diagnóstico e a proposição de uma programação com
vistas à implementação das ações necessárias à realização de uma prática pedagógica
crítica e reflexiva (SOUZA, 2005).
No caso do ensino superior, em consonância com a missão e os objetivos
descritos no Projeto Pedagógico da instituição, será construído outro nível de
planejamento mais específico, que são os projetos pedagógicos dos cursos a serem
desenvolvidos pela instituição. São eles que expressam os ideais de formação que
subsidiarão a definição de perfil do profissional a ser formado, a matriz curricular e a
concepção de aprendizagem a ser adotada.
Nessa perspectiva, esse nível de planejamento deve trabalhar com previsão
global e sistemática de toda ação a ser desencadeada durante o processo formativo do
aluno em um determinado curso, em consonância com os objetivos educacionais para a
promoção não só da aprendizagem de conteúdos e habilidades específicas, mas também
para fornecer condições favoráveis à aplicação e integração desses conhecimentos. Isto é
viável através de um planejamento curricular capaz de prever a proposição de situações
que favoreçam o desenvolvimento das capacidades do aluno para solucionar problemas,
muitos dos quais comuns no seu dia-a-dia.
Portanto este nível de planejamento é relativo ao curso. Através dele são
estabelecidas as linhas-mestras que norteiam todo o trabalho. Expressa, por meio dos
objetivos gerais, a linha filosófica do estabelecimento. Em outras palavras, o planejamento
curricular é: “uma tarefa multidisciplinar que tem por objeto organização de um sistema
de relações lógicas e psicológicas dentro de um ou vários campos do conhecimento, de tal
modo que se favoreça ao máximo o processo ensino-aprendizagem” (SARUBBI apud
SOUZA, 2005).
O planejamento curricular está articulado às metas e prioridades delineadas no
Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e no projeto do curso específico, pois traduz em
termos mais próximos e concretos, as linhas-mestras de ação delineadas no planejamento
imediatamente superior, através de seus objetivos e metas.
Subsidiado pelo planejamento curricular, surge, em nível mais específico, o
planejamento de ensino. Ele é a transposição dos ideais formativos e metas definidas nos
níveis anteriores de planejamento para o nível mais próximo e concreto da sala de aula.
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Indica a atividade direcional, metódica e sistematizada que será empreendida pelo
professor junto a seus alunos, em busca de propósitos definidos.
O docente que deseja uma atuação competente participa, elabora e organiza
planos em diferentes níveis de complexidade para atender seus alunos. Pelo
envolvimento no processo ensino-aprendizagem, estimula a participação do aluno, a fim
de que este possa, realmente, efetuar uma aprendizagem tão significativa quanto o
permitam suas possibilidades e interesses. O planejamento, neste caso, deve contemplar
previsão de resultados esperados e os meios necessários para alcançá-los.
O processo de seleção da cultura, materializado no currículo e, em especial, nos
conhecimentos a serem trabalhados, deve estar intimamente relacionado à experiência de
vida dos alunos, não como mera aplicabilidade dos conteúdos ao cotidiano, mas como
possibilidade de conduzir a uma apropriação significativa desses conteúdos. Como afirma
Lopes, “essa relação, inclusive, mostra-se como condição necessária para que ao mesmo
tempo em que ocorra a transmissão de conhecimentos, proceda-se a sua re-elaboração
com vistas à produção de novos conhecimentos” (LOPES, 1992).
Deste modo, o planejamento de ensino passa a ser compreendido de forma
estreitamente vinculada às relações que se produzem entre a instituição e o contexto
histórico-cultural em que a educação se realiza. Nesta perspectiva, leva-se em conta,
ainda, as articulações entre o planejamento do ensino e o planejamento global do curso,
explicitado em seu projeto pedagógico. O planejamento de ensino se constitui um
elemento integrador entre a escola e o contexto social. Em virtude deste caráter, é
fundamental que se paute em alguns elementos.
• no estudo real da escola em relação ao contexto: o que demanda a caracterização do
universo sócio-cultural da clientela escolar e evidencia os interesses e necessidades dos
educandos;
• na organização do trabalho didático propriamente dito, o que implica:
a) definir objetivos – em função dos três níveis de aprendizagem: aquisição, reelaboração e produção de conhecimentos;
b) prever conteúdos – tendo como critérios de seleção a finalidade de que eles
atuem como instrumento de compreensão crítica da realidade e como elo
propiciador da autonomia;
c) selecionar procedimentos metodológicos – considerando os diferentes níveis de
aprendizagem e a natureza da área do conhecimento;
d) estabelecer critérios e procedimentos de avaliação – considerando a finalidade
de intervenção e retomada no processo de ensino e aprendizagem, sempre que
necessário. (LOPES, 1992).
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Projeto Pedagógico: articulação entre os diferentes níveis do planejamento educacional
3.
OS DIVERSOS NÍVEIS DE PLANEJAMENTO DA ANHANGUERA EDUCACIONAL
S.A. (AESA) E SUAS ARTICULAÇÕES
A) Plano de Desenvolvimento Institucional
É um plano global que define a postura, metas e trabalho a ser desenvolvido pela
instituição como um todo, delimitando sua área de atuação e forma de organização de sua
estrutura.
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da AESA é pautado na
realidade econômica e cultural da sociedade, na realidade atual do ensino superior
brasileiro, nas condições de oferta, na crescente demanda de formação e inserção dos
jovens trabalhadores no mercado e, por fim, nas orientações e diretrizes do Plano
Nacional de Educação (Lei 10.172, de 09 de janeiro de 2001). Foi concebido, conforme
Decreto nº. 5.773, de 2006, como um instrumento de planejamento e gestão que considera
a identidade da Instituição de Ensino Superior (IES), no que diz respeito à sua filosofia de
trabalho, à missão a que se propõe, às estratégias para atingir suas metas e objetivos, à sua
estrutura organizacional, ao Projeto Pedagógico Institucional com as diretrizes
pedagógicas que orientam suas ações e as atividades acadêmicas e científicas que
desenvolve ou que pretende desenvolver.
Em consonância com a missão e os objetivos descritos no PDI, as metas estão
embasadas nas políticas e diretrizes institucionais, implementando estratégias para seu
alcance, prevendo ações mensuráveis com acompanhamento e monitoração da qualidade,
num determinado tempo e contexto.
O PDI define a área de atuação da IES no ensino superior de graduação nas
grandes áreas do conhecimento, com cursos de bacharelado, licenciatura e tecnologia, com
a oferta dos cursos podendo ser realizada de maneira presencial ou à distância, na pósgraduação lato-senso e na extensão universitária, nas mesmas áreas dos cursos de
graduação, buscando o desenvolvimento e qualificação profissional da região, bem como
o desenvolvimento das comunidades vizinhas.
B) Projeto Pedagógico Institucional
Trata-se de um documento que contribui para a instituição projetar-se no futuro, “no
rumo da construção de Instituições de Ensino Superior comprometidas com as mudanças
sociais e reconhecidas no cenário acadêmico nacional e internacional, preservando e
aperfeiçoando
as
conquistas
alcançadas
até
o
momento”
(ANHANGUERA
EDUCACIONAL, 2008, p. 14).
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Nele estão propostas ações de inovação com o objetivo de fazer cumprir a sua
missão, que postula promover o ensino de forma eficiente e com qualidade para que os
educandos possam desenvolver seus projetos de vida como cidadãos conscientes dos seus
direitos, deveres e responsabilidades sociais.
Dessa maneira, no Projeto Pedagógico Institucional são apresentadas políticas e
estratégias, buscando a obtenção de resultados na esfera educativa. Tais resultados serão
estabelecidos a partir da avaliação dos cenários possíveis para o desenvolvimento das
sociedades, da produção do conhecimento, do ensino e das profissões. Ressalta-se que a
efetividade deste projeto está diretamente ligada à qualidade da participação de todos os
envolvidos no processo educativo, cuja implantação deve ser dinâmica e coletiva.
O documento contempla a implantação de projetos pedagógicos, com base nas
diretrizes curriculares nacionais, nas normas do Ministério da Educação e órgãos a ele
vinculados, além das competências e habilidades preconizadas pela IES. Nessa
perspectiva, as diretrizes didático-pedagógicas gerais da instituição são definidas através
dos seguintes parâmetros:
•
Perfil do Egresso.
•
Seleção de Conteúdos.
•
Princípios Metodológicos.
•
Práticas Pedagógicas Inovadoras.
•
Políticas de Educação Inclusiva.
•
Processo de Avaliação.
•
Políticas de Estágio, Prática Profissional e Atividades Complementares.
C) Projeto Pedagógico de Curso
A concepção curricular dos cursos da IES é realizada através de três parâmetros
principais, tais sejam: as diretrizes curriculares nacionais, a experiência pedagógica da IES
e as necessidades regionais. Dessa maneira, cada Projeto Pedagógico de Curso tem sua
revisão constante, pelo colegiado de curso, na busca da consonância com as diretrizes
curriculares nacionais e as exigências do perfil do egresso exigido pelo mercado de
trabalho na área de formação.
Conforme definido no Projeto Pedagógico Institucional da Anhanguera
Educacional (2008), as ações para garantir o mesmo perfil de qualidade na formação dos
estudantes são pautadas pelo trabalho da Pró-Reitoria, que promove e gerencia as
atividades de Planejamento, Execução, Controle e Avaliação dos Projetos Pedagógicos de
Curso, das Matrizes Curriculares, do Ementário e da revisão constante da bibliografia
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Projeto Pedagógico: articulação entre os diferentes níveis do planejamento educacional
indicada, garantindo, também, a necessária adequação da infra-estrutura de laboratórios,
bibliotecas e outros espaços para o desenvolvimento das atividades práticas nas diversas
áreas de estudo para melhoria de competências dos alunos.
As ações, através de processo participativo, contam com a contribuição dos
Colegiados de Curso, do Conselho Pedagógico (COP), do Conselho de Administração
Superior (CAS).
A IES constituiu o grupo de inovação curricular com a participação de
especialistas nas diversas áreas do conhecimento. O grupo passou a se reunir com o
propósito de debater a criação de inovações nos currículos dos vários cursos de
graduação, extensão e pós-graduação, em conjunto com a mantenedora, com um duplo
objetivo: produzir melhoria no desempenho acadêmico dos estudantes da IES e criar
melhores condições de entrada dos estudantes no mercado de trabalho.
Para tal empreitada, realizou-se uma pesquisa na qual o grupo identificou as
principais competências e habilidades que os estudantes deveriam desenvolver,
independentemente do curso de graduação pelos quais optaram, e que eram desejáveis
para os objetivos. Chegou-se, então, a um elenco de competências e habilidades que
estariam compondo as matrizes curriculares de todos os cursos de graduação.
Assim, em função das competências/habilidades detectadas como desejáveis,
foram constituídas as seguintes disciplinas humanísticas:
•
Desenvolvimento Pessoal e Profissional.
•
Direito e Legislação.
•
Economia.
•
Comportamento Organizacional.
•
Direitos Humanos e Relações Internacionais.
•
Leituras Clássicas.
•
Responsabilidade Social e Meio Ambiente.
•
Desenvolvimento Econômico e Organismos Internacionais.
Em função da perspectiva por parte da instituição de padronizar a aplicação das
disciplinas e com o propósito de garantir o cumprimento dos objetivos do projeto, houve
a criação de uma coordenação pedagógica que opera na IES e em conjunto a mantenedora,
respeitando as características regionais de cada um dos cursos. Na prática, significa que o
Plano de Aprendizagem (com ementa, programa e bibliografia) das disciplinas do Núcleo
Comum é de responsabilidade da IES.
O PPI da Anhanguera Educacional prevê que as atividades educacionais no
ensino de graduação deverão proporcionar o oferecimento de cursos, com seus meios e
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recursos, para que o educando possa desenvolver-se como sujeito do processo
educacional, ao mesmo tempo em que desenvolve seu projeto de vida. Dessa forma, a
concepção didático-pedagógica dos cursos de graduação da AESA, descrita no PPI,
preocupa-se:
[...] em promover, de maneira integrada, o ensino superior para a capacitação
profissional dos seus alunos, a investigação de iniciação científica e intelectual, bem
como a educação geral dos membros do seu corpo social, como meios de alcançar o
desenvolvimento pessoal e da comunidade nas quais os cursos estão inseridos.
(ANHANGUERA EDUCACIONAL, 2008, p. 20)
Os cursos propostos buscam atender essas definições, cujos objetivos convergem
para a formação de profissionais que correspondam às necessidades de demanda de mão
de obra especializada nas diferentes áreas, sobretudo às relacionadas com a formação de
um profissional ético, crítico e consciente diante da realidade educacional brasileira.
A fim de assegurar a plena articulação entre o PPC, o PPI e o PDI a elaboração do
Projeto Pedagógico dos cursos conta com a participação de representantes do Corpo
Docente e das Coordenações de Curso das várias unidades da Anhanguera Educacional,
bem como de representantes do Departamento de Desenvolvimento Educacional da
Instituição para a discussão da proposta do projeto, os conteúdos das ementas com sua
adaptação ao programa e a atualização da bibliografia. A equipe colabora também na
discussão das características do curso, levando em conta, além das Diretrizes Curriculares
Nacionais que o norteiam, o perfil do profissional adequado para a região em que o curso
está inserido e os valores institucionais, bem como o referencial teórico-metodológico, os
princípios, diretrizes, abordagens, estratégias e ações previstas no PPI.
D) Planos de ensino e aprendizagem das disciplinas
O Planejamento de Ensino para a IES é “um ato político-pedagógico, na medida em que
revela intencionalidade e expõe o que se pretende atingir, o que se deseja realizar”
(ANHANGUERA EDUCACIONAL, 2008, p. 26). O Planejamento educacional das
atividades pedagógicas no nível do plano de ensino e atividades pedagógicas é a
transposição dos ideais formativos e metas definidas nos níveis anteriores de
planejamento para o nível mais próximo e concreto da sala de aula e exige organização,
sistematização, previsão, decisão entre outros aspectos que pretendam garantir a
eficiência e eficácia da ação educativa.
A fim de assegurar a plena articulação entre o PPC, o PPI e o PDI a instituição
promove e gerencia as atividades de planejamento, execução e avaliação do ementário,
conteúdos e bibliografia indicada, garantindo, também, a necessária adequação da infraestrutura para o desenvolvimento das atividades.
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Desta forma, espera-se que o professor, responsável direto pela ação pedagógica
na sala de aula, analise e opine regularmente sobre o Plano de Aula, o Projeto da
Disciplina e a Programação Semestral, seguindo os preceitos da Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional e dos direcionamentos do Projeto Pedagógico do Curso.
A revisão semestral do Plano de Ensino-Aprendizagem da Disciplina, por parte
do professor, permite que este reflita sobre sua ação, sobre o seu fazer na sala de aula,
concretizando os princípios institucionais da formação do cidadão, do profissional e do
sujeito enquanto pessoa, numa formação que o habilite ao trabalho e à vida.
Aos professores é solicitado decidir, prever, selecionar, escolher, organizar,
refazer, redimensionar, refletir sobre o processo antes, durante e depois da ação
concluída. Ao final de cada semestre o docente entregará sua análise do Plano de EnsinoAprendizagem da Disciplina sob sua responsabilidade, ao seu Coordenador de Curso,
fazendo inferências, críticas e sugestões para o desenvolvimento desta mesma disciplina
no semestre seguinte. Entretanto, este não é um trabalho solitário. A IES disponibiliza,
através do Programa Permanente de Capacitação Docente, encontros para discussão sobre
planejamento de ensino e organização do trabalho em sala de aula.
Como se pode perceber existe uma articulação entre os diferentes níveis de
planejamento educacional envolvidos no trabalho pedagógico desenvolvido pela
instituição e é a clareza e coerência entre o proposto em cada um deles que garante o
alcance das metas, o desenvolvimento da instituição e a obtenção de uma trabalho de
qualidade.
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Universitário Anhanguera. Leme, 2008.
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1986.
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Paulo: Libertad, 1995.
Suselei Aparecida Bedin Affonso
Doutorado
em
Educação
pela
Universidade Estadual de Campinas
(2008). Mestrado em Educação pela
Universidade Estadual de Campinas
(2003), especialização em Educação e
Psicopedagogia
pela
Pontifícia
Universidade Católica de Campinas
(1997) e graduação em Psicologia pela Pontifícia
Universidade Católica de Campinas (1985). Experiência
na docência de disciplinas relacionadas à formação de
professores, em cursos de Pedagogia e Licenciaturas,
tendo participado também de projetos relativos à
formação continuada de professores em exercício.
Desenvolvimento de pesquisas nas áreas de educação
continuada, cognição, afetividade e relações de gênero.
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