Novas formas de tratamento das varizes dos membros inferiores

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NEWSLETTER Nº 8
MARÇO 2014 ● Trimestral
Novas formas de tratamento das varizes M.I. 01
Noticias do Espaço Terapêutico Cordeiro 02
03
FunYoga
04
Treino de Competências Sociais em Autismo 05
Doença pulmonar Obstrutiva Crónica
06
Terapêutica Osteopática
Novas formas de tratamento das varizes dos membros inferiores
As varizes dos membros inferiores são veias tortuosas, dilatadas e nodulares podendo atingir 25% das mulheres e 15% dos homens, nos países ocidentais. A prevalência aumenta com a idade, ortostatismo prolongado, obesidade e número de gravidezes.
O mecanismo responsável pelas varizes é o deficiente encerramento das válvulas a nível das veias do sistema venoso superficial que não coaptam adequadamente, permitindo o refluxo de sangue venoso (fig. 1). Este refluxo condiciona um hiperpressão a
nível dos membros inferiores que é responsável pela sensação de peso e desconforto nas pernas.
Não é assim de estranhar que as principais queixas dos doentes que apresentam
varizes dos membros inferiores sejam: dores nas pernas, sensação de peso, desconforto ortostático, prurido, edema, alterações cutâneas (pigmentação) e/ou
câimbras. Mais raramente as varizes podem estar associadas a manifestações de
maior gravidade como feridas crónicas, tromboflebite e trombose venosa profunda
com eventual embolia pulmonar.
O diagnóstico pode ser feito através de um método não invasivo, indolor e que tem elevada sensibilidade e especificidade diagnósticas: eco-doppler venoso. Este exame permite definir o mapeamento venoso, identificar quais as veias atingidas pela doença e assim estabelecer o plano de tratamento mais adequado para o doente em causa (fig. 2).
Após o diagnóstico há que propor o doente para um plano de tratamento. Este plano de
tratamento deve ser multifactorial e inclui três componentes: comportamental, medicamentosa e correctiva. Na componente comportamental estão incluídos a mudança de
estilos de vida com perda de peso e realização de exercício físico de modo a melhorar a
função da bomba muscular da perna. Simultaneamente, deve-se insistir na utilização
de meias de contenção elástica. A utilização regular de meias elásticas permite diminuir
o refluxo valvular, o edema e a pressão venosa aumentada que se verifica nestes doentes.
Na componente medicamentosa estão incluídos os medicamentos flebotrópicos que são habitualmente derivados de plantas e
que condicionam alívio sintomático e redução do edema através da diminuição da pressão venosa.
Por fim, a componente interventiva inclui as formas de tratamento mais invasivas onde se pretende o alívio dos sintomas através
da eliminação do refluxo venoso. Nesta componente podemos incluir duas abordagens – cirurgia clássica e cirurgia de ablação
endovascular. Na cirurgia clássica, através de incisões cutâneas procede-se à laqueação e excisão das varizes / trajectos venosos superficiais com remoção das veias doentes.
Continua 
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Continuação 
Novas formas de tratamento das varizes dos membros inferiores
Esta técnica é eficaz mas condiciona frequentemente uma recuperação lenta pela morbilidade (hematoma e dor pós-operatória)
que acarreta. Habitualmente, requer internamento e anestesia geral ou loco-regional (raqui-anestesia). O longo período de convalescença com abstenção laboral desfavorável motivou a procura de novas técnicas de tratamento, menos invasivas, com possibilidade de realização em ambulatório e sob anestesia local. Estas técnicas consistem na ablação das veias doentes e trajectos venosos através da punção de veias com introdução de catéteres de tratamento que fecham os vasos. Através do ecodoppler o operador controla a localização do cateter dentro do vaso e pelo efeito térmico (laser ou radiofrequência), mecânico e/
ou químico (utilização de substâncias esclerosantes) estes cateteres permitem fechar de forma definitiva a veia doente (fig. 3).
As vantagens inegáveis destas técnicas são: as elevadas taxas de sucesso (>
95% - 1º ano); baixo desconforto pós-operatório e o excelente resultado cosmético, pois não necessitam de cortes e incisões.
Na última década, esta foi uma das áreas da Cirurgia Vascular que maior evolução teve. O incremento do conhecimento e a utilização do eco-doppler permitiu
revolucionar o tratamento das varizes dos membros inferiores. Neste momento em
Inglaterra e nos EUA, estas novas técnicas terapêuticas são já recomendadas
como primeira linha de tratamento para as varizes dos membros inferiores.
Dra. Orlanda Castelbranco
Cirurgia Vascular
Avenida Aida, nº 153 Loja
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Informamos que as turmas de Yoga já iniciaram no Espaço Terapêutico Cordeiro .
Com o professor Filipe Teixeira
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Terapêutica Osteopática
A Terapêutica Osteopática é um sistema estabelecido e reconhecido de diagnóstico e tratamento que tem como ênfase principal
a integridade estrutural e funcional do corpo.
É distinta no facto que reconhece que a maior parte da dor e incapacidade que sentimos advém de disfunções da estrutura corporal, assim como lesões provocadas pela doença.
Osteopatia
Osteopatia é um sistema autónomo de cuidados de saúde primários, que se baseia no diagnóstico diferencial, bem como no
tratamento de várias patologias e prevenção da saúde, sem o recurso a fármacos ou cirurgia.
A Osteopatia enfatiza a sua ação centrada no paciente, ao invés do sistema convencional centrado na doença. A profissão de
Osteopata é uma profissão de saúde distinta, com uma formação académica superior e treino clínico específicos. A Osteopatia
utiliza várias técnicas terapêuticas manuais, entre elas a da manipulação do sistema músculo-esquelético (ossos, músculos e
articulações) para ajudar no tratamento de doenças. Foi criada inicialmente por Andrew Taylor Still.
A Osteopatia é uma terapia complementar, esta abordagem implica um relacionamento próximo e proactivo com médicos - frequentemente ortopedistas, neurologistas e médicos de família, e também com médicos - frequentemente ortopedistas, neurologistas e médicos de família, e também com hospitas e outros prestadores de cuidados de saúde, no sentido de assegurar ao
paciente o melhor nível de prestação de cuidados.
Os tratamentos usam uma abordagem holística da saúde, considerando que a capacidade de recuperação do corpo pode ser
aumentada pela estimulação das articulações. Na prática, os tratamentos da osteopatia estão enfocados em dores nas costas,
pescoço e demais articulações.
Tratamentos:
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Dores Cervicais
Dores Lombares
Problemas Articulares
Dores de Cabeça
Dores Musculares
Torcicolos
Dor Ciática
Quando Consultar um Osteopata?
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Lesões das costas: cervicais, lombares, hérnias, contracturas
Lesões desportivas: entorses, luxações, sobrecarga muscular
Patologia músculo-esquelética: artroses, artrites, fibromialgia, osteoporose
Transtornos da esfera crânio-cervical: cefaleias, enxaquecas, vertigens, tonturas
Transtornos digestivos, circulatórios, respiratórios
Transtornos nervosos
Princípios da Osteopatia
1- A estrutura (ossos, músculos, órgãos, etc.) está reciprocamente interrelacionada com a função (funções dos vários sistemas do corpo humano). O
sistema neuro-músculo-esquelético é regulador de todos os outros sistemas.
Disfunções dos componentes somáticos podem não ser só uma manifestação de doença, mas um factor que contribui para a própria doença.
2- O organismo tem a capacidade de se auto-regular e curar, uma vez eliminados os obstáculos que promovem a doença.
3- O sangue transporta todos os nutrientes necessários ao funcionamento saudável dos tecidos. Uma boa circulação vascular é
essencial para o bom funcionamento do organismo.
4- O corpo é uma unidade em movimento. O fluxo nervoso, vascular, linfático, nervoso é crucial para a manutenção da saúde
Esta terapêutica usa o aparelho músculo-esquelético para “manipular” os vários tecidos (ósseo, conjuntivo, neural, etc.) com o
objectivo de criar integridade, liberdade e coordenação de movimento, aumentando o fluxo sanguíneo, a drenagem de toxinas e
o reequilíbrio de regulação dos tecidos via o sistema nervoso.
O Osteopata possui conhecimentos profundos em várias áreas das ciências médicas, para poder fazer um diagnóstico diferencial e proteger o paciente no caso de patologia contra-indicada.
Da consulta deve-se esperar que o Osteopata faça uma história clínica cuidada e um exame clínico exaustivo.
É uma terapêutica puramente manual, não invasiva (não há cirurgia), nem existe a prescrição de fármacos. No entanto, conselhos sobre exercícios, nutrição e postura são normalmente abordados com o paciente.
Dr. Miguel Queiroz - Osteopata
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Funyoga
Um método de promover um desenvolvimento saudável e equilibrado na criança
O Funyoga é um método específico do yoga com o objectivo de desenvolver o potencial da criança e as suas capacidades intuitivas, criativas, éticas, físicas, emocionais, intelectuais e espirituais.
Através de posturas e princípios básicos de yoga, a criança é estimulada enquanto ser intra e interpessoal.
O método do Funyoga nasce da conjugação do yoga, com diversas pedagogias (mais
especificamente a pedagogia de Waldorf) e da Teoria das Inteligências Múltiplas de
Howard Gardner.
A partir destes 3 elementos constroem-se aulas criativas, interessantes, lúdicas e divertidas que abordam diferentes temas relacionados com a esfera de conhecimento da criança, e que são trabalhados através de ritmos, músicas, dinâmicas de grupo, partilhas,
histórias, viagens, movimentos, danças, posturas, meditações, visualizações e jogos.
A palavra “yoga” simboliza “união”, e como tal, o Funyoga pretende estimular na criança
desde cedo a a capacidade de evolução da mente, da alma e do corpo em equilíbrio. Um equilíbrio que neste caso se pretende
que seja pessoal, do eu, e social, do nós.
Os benefícios da pratica de yoga são inúmeros entre eles temos: o aumento da força, a ativação do tónus muscular, a postura e
o equilíbrio, o aumento da flexibilidade, a promoção do controlo da respiração, a melhoria da qualidade de sono, a diminuição do
stress e ansiedade, a melhoria do humor, o aumento da concentração e equilíbrio emocional, a melhoria da coordenação motora, o aumento do fluxo sanguíneo e a estimulação de uma atitude positiva face à vida.
Mais pormenorizadamente, o Funyoga realiza-se em aulas de 45 minutos a 1 hora, mediante o grupo de crianças e/ou unidade
familiar (também denominado Familyoga).
Os benefícios claros da pratica do Funyoga, citados pela Escola de Babyoga Portugal (2014) são os seguintes:
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Promover a auto estima
Promover padrões respiratórios saudáveis
Equilibrar o sistema nervoso
Regular o sistema endócrino
Fortalecer o sistema imunitário
Aumentar a capacidade intelectual
Desenvolver o comportamento de grupo e cooperação
Desenvolver corpos fortes e saudáveis
Estimular a expressão criativa e a imaginação
Desenvolver a capacidade de concentração
Melhorar a capacidade de lidar com o stress
Promover o relaxamento
Equilibrar o padrão de sono.
No Familyoga, os benefícios para os pais passam por: promover o vinculo, reduzir o stress, aprender os princípios e posturas do
yoga, reencontrar a sua criança interior e todos os benefícios mencionados antes para a criança.
As aulas de Funyoga são integradoras de qualquer criança, independentemente do seu estado físico ou mental, sendo que em
caso de necessidade serão feitas adaptações devidas mediante o diagnóstico clínico, no sentido da inclusão da mesma no grupo de trabalho.
Todas as aulas tem 4 fases estruturantes: a introdução, o aquecimento, as posturas de yoga e o relaxamento. Variando as praticas e jogos, de forma a captar a participação de todos os participantes.
Em suma, a pratica de hábitos de vida saudáveis, desenvolve no ser humano elementos que
o acompanham toda a vida e padrões comportamentais que servem de exemplo para si
próprio, sua família e sociedade em geral. Sendo a yoga um estilo de vida saudável que
promove o equilíbrio entre a mente, a alma e o corpo.
ESPAÇO TERAPÊUTICO CORDEIRO
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Enfermeira Marta Râfoto
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Treino de Competências Sociais para Indivíduos com Autismo
O Espaço Cordeiro em conjunto com a Dra. Manuela Quintas irá apresentar um projecto inovador que pretende colmatar uma
das maiores dificuldades da autonomia e vivência de indivíduos com autismo, que se prende com a inadequação no contacto
Social.
O individuo com autismo apresenta problemas/dificuldades na:
Interacção social, como comportamentos não-verbais (gestos e contacto ocular), falhas no desenvolvimento de relações com pares, e/ou défices na regulação da interacção
social.
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Comunicação, como atraso no desenvolvimento da comunicação verbal ou falha,
dificuldade em manter uma conversação, uso repetitivo ou estereotipado da linguagem, falta
do brincar simbólico ou imitação social , linguagem idiossincrática ou repetitiva com ecolália e
dificuldades ao nível da pragmática.
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Comportamentos restritos repetitivos e estereotipados, como preocupação excessiva com um ou mais padrões anormais em intensidade ou foco, adesão compulsiva a rituais ou rotinas, maneirismos motores repetitivos, preocupação excessiva com partes ou qualidades de objectos (não importa a funcionalidade)
Tem por objectivo principal trabalhar:
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Habilidade para reforçar relações interpessoais e aceitação pelos pares.
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Adaptar-se aos papeis e contextos de outros e integrar um grupo.
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Empatia e interesse pelos outros.
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Adequação e promoção do Olhar/contacto visual
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O cumprimento social, iniciar e manter interacções.
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Comunicação verbal, normas culturais, sinais verbais e não-verbais da
assertividade.
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Aspectos da conversação, tais como tomar a vez, ouvir, fazer perguntas ou mudar tópicos.
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Capacidade de dizer não, pedir favores e fazer/recusar pedidos e elogios.
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Comunicação não verbal (movimento e expressões corporais – gesticulação, contacto ocular, aparência, expressão facial, postura e paralínguistica).
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Conhecimento das emoções: capacidade de identificar, reconhecer e nomear emoções no próprio e noutros.
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Postura e expressão corporal e facial.
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Expressar sentimentos e desejos
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Agir de acordo com os seus interesses e direitos.
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Controle de ansiedade.
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Capacidade de justificar as suas acções.
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Resolução de problemas sociais e consequências das suas acções.
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Capacidade de expressar sentimentos positivos e negativos.
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Expressar amor, agrado e afecto
Desta forma a Clínica desenvolve um projecto inovador, agrupando indivíduos por faixas etárias, de forma a poder trabalhar com
maior eficácia a competência social e as características necessárias para uma integração adequada em diversos contextos sociais das crianças ou adultos com autismo
Terapeuta Ocupacional
Maria João Ferreira
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DPOC: Doença pulmonar Obstrutiva Crónica - a doença esquecida
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), vulgarmente conhecida por bronquite crónica ou enfisema é uma doença
crónica, caracterizada por obstrução dos brônquios, habitualmente progressiva e irreversível e em que tabagismo é o principal fator de risco.
É caracterizada por tosse crónica, expetoração habitualmente matinal,
falta de ar, pieira e cansaço progressivo. Muitas vezes, como o agravamento é lento, os sintomas não são valorizados e muitos dos doentes
só procuram o médico demasiado tarde, por vezes já a necessitar de
terapêutica com oxigénio.
Por outro lado, alguns doentes têm queixas persistentes, com tosse e
expetoração diárias, que muitos acham normais por serem fumadores.
As infeções respiratórias de repetição são também mais frequentes.
Nos casos graves, é muito incapacitante, com falta de ar mesmo em
repouso, não permitindo uma atividade diária normal, tendo internamentos frequentes.
O diagnóstico é feito por um exame muito fácil de realizar: a espirometria, que também avalia a gravidade. O diagnóstico precoce e o início da terapêutica o mais cedo possível, são essenciais para evitar o agravamento da doença.
Apesar de não haver evidência científica de que devam ser feitos rastreios dos doentes com DPOC, é aconselhável que sejam
feitas espirometrias nos indivíduos com mais de 40 anos, que sejam fumadores regulares.
O diagnóstico de DPOC em Portugal está muito subdiagnosticado, já que grande parte dos doentes não valoriza as queixas
e não procura o médico. No entanto, segundo dados da Direção Geral de Saúde (DGS), estima-se que a prevalência da DPOC
em Portugal atinja os 14,2% nos adultos com idade superior aos 40 anos e segundo os dados do Observatório Nacional das
Doenças Respiratórias em 2012 houve um aumento da mortalidade em 11,4%.
A DPOC é responsável cada vez mais por um maior número de internamentos, tendo aumentado 20% entre 2000 e 2008, com
todos os custos implicados que se estima que seja superior a 25 milhões de euros.
A cessação tabágica é essencial, já que é uma das medidas que evita a progressão da doença e melhora a sintomatologia e o
cansaço. Assim todos os doentes com DPOC devem deixar de fumar.
O tratamento farmacológico consiste em usar broncodilatadores inalados e em alguns casos, são associados corticosteroides
inalados. Nos casos mais graves, quando existe insuficiência respiratória, é necessário oxigenoterapia domiciliária e em alguns
doentes, tem mesmo de ser usada ventilação não invasiva domiciliária com BIPAP.
Todos os doentes com DPOC devem fazer anualmente a vacina da gripe, sendo a vacina anti-pneumocócica também recomendada.
O exercício físico regular é também muito
importante e nos doentes mais graves é
aconselhada a reabilitação respiratória
(cinesiterapia).
Continua 
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Continuação 
DPOC: Doença pulmonar Obstrutiva Crónica - a doença esquecida
A gravidade da DPOC depende da sintomatologia, do número de exacerbações, da
existência de internamentos e do resultado da espirometria.
Na DPOC, a espirometria mostra-nos uma obstrução dos brônquios ou seja revela um
síndrome obstrutivo em que a relação FEV1/FVC pós broncodilatação é inferior a 70% e
o Volume expiratório Máximo medido no primeiro segundo (FEV1) dá-nos a gravidade da
obstrução.
Assim, a gravidade dos doentes com esta doença pode ser dividida em quatro grupos:
Grupo A: poucos sintomas, menos de 2 exacerbações por ano e um FEV1 ≥ a 50%
Grupo B: muitos sintomas, menos de 2 exacerbações por ano e um FEV1≥ a 50%
Grupo C: poucos sintomas, mais de 2 exacerbações por ano e um FEV1< a 50%
Grupo D: muitos sintomas, mais de 2 exacerbações por ano e um FEV1< a 50%
A terapêutica é ajustada consoante o grupo, podendo ser usados um ou dois broncodilatadores e por vezes associados a corticosteroides inalados.
Nos casos mais graves é necessário avaliar se existe insuficiência respiratória ou seja, se o oxigénio está diminuído, devendo
ser feita uma gasometria arterial.
Quando os valores de oxigénio são baixos, os doentes precisam de fazer oxigenoterapia domiciliária pelo menos 15 horas diárias e por vezes o oxigénio não é suficiente, sendo necessário fazer ventilação não invasiva com um ventilador (BIBAP).
Temos de estar atentos para esta doença prevenível e tratável, para que o diagnóstico
não seja demasiado tarde.
Dra. Cecília Rodrigues Pardal
Pneumologista
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