Indice • • • • • • • • • • • • Agente causador Ciclo Biológico Modos de Contaminação Sintomas Modos de Prevenção Métodos Terapêuticos Dados Epidemiológicos Estatísticas da Epidemia Perguntas ao Especialista Campanhas Diagnóstico Bibliografia Tipo de vírus • • Em 1983, o HIV-1 foi isolado de pacientes com AIDS pelos pesquisadores Luc Montaigner, na França, e Robert Gallo, nos EUA, recebendo os nomes de LAV (Lymphadenopathy Associated Virus ou Virus Associado à Linfadenopatia) e HTLV-III (Human TLymphotrophic Virus ou Vírus T-Linfotrópico Humano tipo lll) respectivamente nos dois países. Em 1986, foi identificado um segundo agente etiológico, também retrovírus, com características semelhantes ao HIV-1, denominado HIV-2. Nesse mesmo ano, um comitê internacional recomendou o termo HIV (Human Immunodeficiency Virus ou Vírus da Imunodeficiência Humana) para denominá-lo, reconhecendo-o como capaz de infectar seres humanos. O HIV é um retrovírus com genoma RNA, da Família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentivirinae. Pertence ao grupo dos retrovírus citopáticos e nãooncogênicos que necessitam, para multiplicar-se, de uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral para uma cópia DNA, que pode, então, integrar-se ao genoma do hospedeiro. • • • Embora não se saiba ao certo qual a origem do HIV-1 e 2 , sabe-se que uma grande família de retrovírus relacionados a eles está presente em primatas não-humanos, na África sub-Sahariana. Todos os membros desta família de retrovírus possuem estrutura genômica semelhante, apresentando homologia em torno de 50%. Além disso, todos têm a capacidade de infectar linfócitos através do receptor CD4. Aparentemente, o HIV-1 e o HIV-2 passaram a infectar o homem há poucas décadas; alguns trabalhos científicos recentes sugerem que isso tenha ocorrido entre os anos 40 e 50. Numerosos retrovírus de primatas não-humanos encontrados na África têm apresentado grande similaridade com o HIV-1 e com o HIV-2. O vírus da imunodeficiência símia (SIV), que infecta uma subespécie de chimpanzés africanos, é 98% similar ao HIV-1, sugerindo que ambos evoluíram de uma origem comum. Por esses fatos, supõe-se que o HIV tenha origem africana. Ademais, diversos estudos sorológicos realizados na África, utilizando amostras de soro armazenadas desde as décadas de 50 e 60, reforçam essa hipótese. O HIV é bastante lábil no meio externo, sendo inativado por uma variedade de agentes físicos (calor) e químicos (hipoclorito de sódio, glutaraldeído). Em condições experimentais controladas, as partículas virais intracelulares parecem sobreviver no meio externo por até, no máximo, um dia, enquanto que partículas virais livres podem sobreviver por 15 dias, à temperatura ambiente, ou até 11 dias, a 37ºC. Recentemente, têm sido descritas, ainda, variantes genômicas (subtipos), tanto de HIV-1 quanto de HIV-2, em pacientes infectados procedentes de diferentes regiões geográficas. Classificam-se, assim, os isolados de HIV-1 em dois grupos, M (major) e O (outlier), com variabilidade genética de até 30%. No grupo M, identificam-se nove subtipos (A, B, C, D, E, F, G, H e I), e no grupo O, apenas um. Em relação ao HIV-2 descrevem-se cinco subtipos: A, B, C, D, e E. Embora ainda não conhecida, especula-se a possibilidade de variantes virais possuírem diferentes índices de transmissibilidade e/ou patogenicidade. Ciclo Biológico • O ciclo biológico, do vírus HIV, se inicia quando um hospedeiro entra em contato por meio dos modos de contaminação já vistos. O vírus age no interior das principais células do sistema imunológico, os linfócitos. Ao entrar nessa célula, o HIV se integra ao seu código genético. Infectadas pelo vírus, essas células começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. Dessa forma, com o passar do tempo, a habilidade do organismo para combater doenças comuns diminui, permitindo, então, o aparecimento de doenças oportunistas. No interior do organismo o vírus passa pelas seguintes etapas: • • • • • • • • • 1 - ligação de glicoproteínas virais (gp120) ao receptor específico da superfície celular (principalmente CD4); 2 - fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira; 3 - liberação do "core" do vírus para o citoplasma da célula hospedeira; 4 - transcrição do RNA viral em DNA complementar, dependente da enzima transcriptase reversa; 5 - transporte do DNA complementar para o núcleo da célula, onde pode haver integração no genoma celular (provírus), dependente da enzima integrase, ou permanecer em forma circular isoladamente; 6 - o provírus é reativado e produz RNA mensageiro viral indo então para o citoplasma da célula; 7 - proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades por meio das enzimas proteases; 8 - as proteínas virais produzidas regulam a síntese de novos genomas virais e formam a estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela célula hospedeira; 9 - o vírion recém-formado é liberado para o meio circundante da célula hospedeira, podendo permanecer no fluído extracelular ou infectar novas células. MODOS DE CONTAMINAÇÃO • Transmissão Sexual - a transmissão por meio de relações sem o uso de preservativo é considerada, pela OMS, como a mais freqüente do ponto de vista global. Os preservativos masculinos e femininos são a única barreira comprovadamente eficaz contra o HIV, e o uso correto e sistemático deste método pode reduzir substancialmente o risco de transmissão do HIV • Transmissão Sangüínea - A transmissão por meio da transfusão de sangue e derivados tem apresentado importância decrescente nos países industrializados e naqueles que adotaram medidas de controle da qualidade do sangue utilizado, como é o caso do Brasil. A transmissão sangüínea associada ao uso de drogas injetáveis é um meio muito eficaz de transmissão do HIV devido ao uso compartilhado de seringas e agulhas. A prevenção da transmissão por meio da transfusão de sangue e derivados se resume ao controle da qualidade do sangue e derivados pelos Bancos de Sangue . • Transmissão Perinatal - A transmissão perinatal ocorre devido a exposição da criança durante a gestação, parto ou aleitamento materno. Podendo ocorrer na gestação devido a transfusão do sangue materno para o feto durante as contrações uterinas, infecção após a rotura das membranas, contato do feto com as secreções ou sangue infectados do trato genital materno. A prevenção pode ocorrer com o uso de AZT durante a gestação. • Transmissão Ocupacional A transmissão ocupacional ocorre quando profissionais da área da saúde sofrem ferimentos com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue ou secreções com mucosas de pacientes portadores do HIV. Meios eficazes de prevenir a contaminação são a utilização sistemática das normas de biossegurança, a determinação dos fatores de risco associados e na sua eliminação, e na implantação de novas tecnologias da instrumentação usadas na rotina de procedimentos invasivos. SINTOMAS • Não se pode dizer que existam sintomas diretamente relacionados ao vírus da Aids: na verdade, devem-se às chamadas doenças oportunistas – aquelas que se aproveitam do enfraquecimento do organismo para se instalarem, como tuberculose, pneumonia, Sarcoma de Kasposi, etc. Por outro lado, existem vários “sinais” do desenvolvimento da Aids. Entre os mais freqüentes, encontram-se: emagrecimento com perda de mais de 10% do peso corporal; diarréia prolongada (por mais de um mês); febre persistente (por mais de um mês); tosse seca e sem motivo aparente; suores noturnos; fadiga permanente; candidíase (sapinho) persistente, entre outros... • A ausência de sintomas evidentes da doença não exclui a possibilidade de haver infecção pelo vírus HIV pois a pessoa pode estar infectada pelo HIV e não ter desenvolvido a doença (aids), não tendo, portanto, nenhum sintoma da doença. A aids propriamente dita pode levar mais de 10 anos para aparecer e manifestar os primeiros sinais e sintomas. • O tempo que uma pessoa infectada leva para aparecer sintomas varia muito de pessoa para pessoa: não existe qualquer prazo definido. A maioria passa mais de dez anos sem nada diferente e alguns podem até nunca desenvolver Aids, mesmo estando infectados pelo HIV. Lembre-se: o acompanhamento médico adequado é um dos fatores que mais contribui para a qualidade e o tempo de vida Modos de prevenção • • • • • • • PREVENÇÃO E CONTROLE As principais estratégias de prevenção empregadas pelos programas de controle envolvem: a promoção do uso de preservativos, a promoção do uso de agulhas e seringas esterilizadas ou descartáveis, o controle do sangue e derivados, a adoção de cuidados na exposição ocupacional a material biológico e o manejo adequado das outras DST. Preservativos Os preservativos masculinos e femininos são a única barreira comprovadamente efetiva contra o HIV, e o uso correto e consistente deste método pode reduzir substancialmente o risco de transmissão do HIV e das outras DST. O uso regular de preservativos pode levar ao aperfeiçoamento na sua técnica de utilização, reduzindo a freqüência de ruptura e escape e, consequentemente, aumentando sua eficácia. Estudos recentes demonstraram que o uso correto e sistemático do preservativo masculino reduz o risco de aquisição do HIV e outras DST em até 95%. Espermicidas Os produtos espermicidas à base de nonoxinol-9 são capazes de inativar o HIV e agentes de outras DST "in vitro", e poderiam ter um papel importante na redução da transmissão sexual do HIV, se usados em associação com os preservativos. Estudos recentes sugerem que a concentração de nonoxinol-9, normalmente preconizada nos preservativos, seria insuficiente para inativar o HIV, sendo que o uso de concentrações mais elevadas poderiam apresentar toxicidade. Entretanto, a segurança e eficácia dos espermicidas atualmente disponíveis, nas condições de uso corrente, não estão bem estabelecidas, e mais estudos clínicos controlados são necessários para esta determinação. • • • • • • • • • • Prevenção em usuários de drogas injetáveis (UDI) Desde 1986, ficou claro que os UDI representavam um grupo focal particularmente importante, devido ao risco específico de ocorrência de epidemias de HIV nesta população, e ao potencial de representarem a interface através da qual a infecção por HIV se difundiria para a população heterossexual não usuária de drogas e consequentemente para as crianças. A disseminação da infecção pelo HIV entre UDI em muitos países com características diferentes, levantou importantes questões sobre a natureza do comportamento dos dependentes, e da possibilidade de modificá-lo mediante intervenções preventivas, de modo a reduzir a transmissão do HIV. Houve ceticismo inicial acerca da eficácia de ações educativas nessa população. O temor de que a estratégia de redução de danos, baseadas na facilitação do acesso a equipamento estéril de injeções pudesse levar ao aumento da população de usuários de drogas injetáveis, não se concretizou. Há atualmente evidências suficientes para concluir que foi possível reduzir o nível epidêmico da transmissão do HIV em locais onde programas inovadores de saúde pública foram iniciados precocemente. Os elementos desses programas de prevenção incluem orientação educativa, disponibilidade de testes sorológicos, facilitação de acesso aos serviços de tratamento da dependência de drogas, acesso a equipamento estéril de injeção, além de ações que se desenvolvem na comunidade de usuários de drogas a partir da intervenção de profissionais de saúde e/ou agente comunitários, recrutados na própria comunidade. Em relação às mudanças comportamentais, demonstrou-se que os UDI podem ser sensíveis às ações preventivas e capazes de reduzir a freqüência das situações de risco. Porém, se todos os estudos demonstram redução de risco, evidenciam, infelizmente, a persistência de níveis importantes do comportamento de risco, mesmo nas cidades onde se obteve razoável impacto com as ações preventivas. Exposição ocupacional Embora alguns tipos de exposição acidental, como o contato de sangue ou secreções com mucosas ou pele íntegra teoricamente possam ser responsáveis por infecção pelo HIV, os seus riscos são insignificantes quando comparados com a exposição percutânea, através de instrumentos pérfurocortantes. Fatores como prevalência da infecção pelo HIV na população de pacientes, grau de experiência dos profissionais de saúde no cuidado desse tipo de paciente, uso de precauções universais (luvas, óculos de proteção, máscaras, aventais, etc.), bem como a freqüência de utilização de procedimentos invasivos, podem também influir no risco de transmissão do HIV. O meio mais eficiente para reduzir tanto a transmissão profissional-paciente quanto a pacienteprofissional, baseia-se na utilização sistemática das normas de biossegurança, na determinação dos fatores de risco associados, e na sua eliminação, bem como na implantação de novas tecnologias da instrumentação usadas na rotina de procedimentos invasivos. Métodos Terapêuticos • Os cientistas perceberam que o vírus da Aids tem duas enzimas muito importantes para a sua reprodução: uma delas é a transcriptase reversa e a outra se chama protease. As armas químicas disponíveis para atacar o vírus da AIDS tentam bloquear a ação destas enzimas para impedir a reprodução do vírus em duas etapas diferentes. O AZT, o primeiro remédio ativo no combate ao vírus HIV, nasceu exatamente para inibir a, a transcriptase reversa. Os remédios que inibem a transcriptase reversa tentam impedir que o Rna do vírus da AIDS se transforme em uma molécula de DNA. Caso esses inibidores não resolvam o problema , o RNA do vírus da AIDS vira DNA e se apossa do núcleo da célula, obrigando-a a produzir cópias do HIV.Quando as partes começam a se juntar para formar novos virus inteiros, entra em campo um outro remédio que vai bloquear a enzima responsável por esse processo: a protease. Esses remédios se chamam inibidores de protease, e agem no último estágio da formação do HIV. O doutor chinês David Ho e equipe descobriram, entre 1994 e 1995 que utilizando uma bateria pesada de remédios combinados, ao invés de usar um único tipo de inibidor, era possível aumentar a resistência dos pacientes e dimuir a taxa de vírus no sangue. Esta foi uma das melhores notícias no combate ao vírus da AIDS dos últimos anos. A terapia do Dr.Ho ficou conhecida como coquetel anti-HIV, permitiu melhorar muito a qualidade de vida das pessoas que estão com o HIV. • 1-Inibidores da transcriptase reversa: São drogas que inibem a replicação do HIV bloqueando a ação da enzima transcriptase reversa, que age convertendo o RNA do vírus em DNA: Zidovudina (AZT) cápsula; Zidovudina (AZT) injetável; Zidovudina (AZT) solução oral; Didanosina (ddI) comprimido; Zalcitabina (ddC) comprimido; Lamivudina (3TC) comprimido; Estavudina (d4T) cápsula; e Abacavir comprimidos. Nãonucleosídeos: Nevirapina comprimido; Delavirdina comprimido; e Efavirenz comprimido. Nucleotídeo: Adefovir dipivoxil: comprimido. • 2-Inibidores da protease: Estas drogas agem no último estágio da formação do HIV, impedindo a ação da enzima protease que é fundamental para a fragmentação das cadeias de proteínass produzidas pela célula infectada em proteínas virais estruturais e enzimas que formarão cada partícula do HIV. Indinavir cápsula; Ritonavir cápsula; Saquinavir cápsula; Nelfinavir cápsula; Amprenavir cápsula Dados Epidemiológicos • • • Estima-se que cerca de 593 mil pessoas vivam com HIV ou aids no Brasil. Segundo parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil mantém sua posição, entre os países com epidemia, concentrada (quando o número de casos, novos ou antigos, em qualquer população de risco é maior que 5%, mas menor que 5% nas populações que não apresentam condutas de risco), com prevalência da infecção pelo HIV de 0,61% entre a população de 15 a 49 anos, sendo 0,42% entre as mulheres e 0,80% entre os homens. A estabilização das taxas de prevalência do HIV certamente está associada às mudanças de comportamento e às práticas e atitudes da população brasileira frente às questões relacionadas à transmissão do HIV. O uso consistente do preservativo é a medida considerada mais eficiente para impedir a transmissão do HIV pela via sexual. Estudos com jovens de 17 a 21 anos, conscritos do Exército Brasileiro, mostram que o uso de preservativo, com parceiro eventual, vem aumentando nos últimos anos. Destaca-se, também, o aumento observado no uso de preservativos entre os jovens em sua primeira relação sexual. O índice de comportamento sexual de risco (ICSR) diminuiu no período entre 1999 e 2002. Esta diminuição é mais expressiva entre homens que fazem sexo com outros homens (HSH) e usuários de drogas injetáveis (UDI). • Entre os principais fatores de vulnerabilidade ao HIV estão: a falta de conhecimento sobre as formas de transmissão e proteção; o uso inconsistente ou a falta de uso de preservativos; e a multiplicidade de parceiros sexuais. Dados da Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas na População Brasileira (PCAP-BR), realizada em 2004, mostram que quase 91% da população brasileira, com idades entre 15 e 54 anos, citou espontaneamente a relação sexual como forma de transmissão do HIV e 94% citou o uso de preservativo como forma de prevenção da infecção. O conhecimento foi maior entre as pessoas de 25 a 39 anos, entre os mais escolarizados e entre as pessoas residentes nas regiões Sul e Sudeste. Além disso, quase 90% da população brasileira de 15 a 54 anos relatou já ter tido alguma relação sexual na vida e, destes, 81% eram sexualmente ativos no ano anterior à realização da pesquisa. Dos ativos, quase 20% relatou ter tido mais de 10 parceiros na vida e 4%, mais de cinco parceiros eventuais no último ano. Entre os jovens de 15 a 24 anos, essa proporção alcança 7%. Ainda de acordo com a PCAP-BR de 2004, os indicadores relacionados ao uso de preservativos mostram que aproximadamente 38% da população sexualmente ativa usou preservativo na última relação sexual, independentemente da parceria. Essa proporção chega a 57% quando se consideram apenas os jovens de 15 a 24 anos. O uso de preservativos na última relação sexual com parceiro eventual foi de 67%. No que diz respeito ao uso consistente de preservativos, ou seja, ao uso em todas as relações sexuais, aproximadamente 25% da população sexualmente ativa, de 15 a 54 anos, relatou uso regular de preservativo no último ano, atingindo 51,5% quando se considera o uso com parceiro eventual. Vinte e oito por cento da população sexualmente ativa já havia se testado para o HIV alguma vez na vida. A cobertura da testagem é maior entre as mulheres sexualmente ativas (35%) do que entre os homens (21,4%) devido, principalmente, ao incentivo à realização do teste anti-HIV durante o pré-natal. Estatísticas do HIV • • • • • De 1980 a junho de 2007 foram notificados 474.273 casos de aids no País – 289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte. No Brasil e nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, a incidência de aids tende à estabilização. No Norte e Nordeste, a tendência é de crescimento. Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos. Em 2006, considerando dados preliminares, foram registrados 32.628 casos da doença. Em 2005, foram identificados 35.965 casos, representando uma taxa de incidência de 19,5 casos de aids a cada 100 mil habitantes. O Boletim Epidemiológico 2007 trouxe, pela primeira vez, dados sobre a proporção de pessoas que continuaram vivendo com aids em até cinco anos após o diagnóstico. O estudo foi feito com base no número de pessoas identificadas com a doença em 2000. Os dados apontam que, cinco anos depois de diagnosticadas, 90% das pessoas com aids no Sudeste estavam vivas. Nas outras regiões, os percentuais foram de 78%, no Norte; 80%, no Centro Oeste; 81%, no Nordeste; e 82%, no Sul. A análise mostra, ainda, que 20,5% dos indivíduos diagnosticados com aids no Norte haviam morrido em até um ano após a descoberta da doença. No Centro Oeste, o percentual foi de 19,2% e no Nordeste, de 18,3%. Na região Sudeste, o indicador cai para 16,8% e, no Sul, para 13,5%. A média do Brasil foi de 16,1%. Em números absolutos, o Brasil registrou 192.709 óbitos por aids, de 1980 a 2006, considerando que os dados do ano passado ainda são preliminares. Na série histórica, foram identificados 314.294 casos de aids em homens e 159.793 em mulheres. Ao longo do tempo, a razão entre os sexos vem diminuindo de forma progressiva. Em 1985, havia 15 casos da doença em homens para 1 em mulher. Hoje, a relação é de 1,5 para 1. Na faixa etária de 13 a 19 anos, há inversão na razão de sexo, a partir de 1998. • • • • • • Em ambos os sexos, a maior parte dos casos se concentra na faixa etária de 25 a 49 anos. Porém, nos últimos anos, tem-se verificado aumento percentual de casos na população acima de 50 anos, em ambos os sexos. Em 2005, foram identificados 700 casos de aids na população de menores de cinco anos, representando taxa de incidência de 3,9 casos por 100 mil habitantes. Em 2006, foram registrados 526 casos em menores de 5 anos, mas esse número provavelmente está subnotificado. Considerando as regiões, a taxa de incidência é maior no Sul (6,1), seguido do Sudeste (4,4); Nordeste (3,1); Norte (2,7) e Centro Oeste (2,6). Do total de 192.709 óbitos por aids identificados no Brasil (1980-2006*), a maioria foi no Sudeste, com 131.840 mortes em decorrência da doença. Em seguida, vêm Sul (28.784), Nordeste (18.379), Centro Oeste (8.738) e Norte (4.968). Em 2004, pesquisa de abrangência nacional estimou que no Brasil cerca de 593 mil pessoas, entre 15 a 49 anos de idade, vivem com HIV e aids (0,61%). Deste número, cerca de 208 mil são mulheres (0,42%) e 385 mil são homens (0,80%). A mesma pesquisa mostra que quase 91% da população brasileira de 15 a 54 anos citou a relação sexual como forma de transmissão do HIV e 94% citou o uso de preservativo como forma de prevenção da infecção. O conhecimento é maior entre as pessoas de 25 a 39 anos, entre os mais escolarizados e entre as pessoas residentes nas regiões Sul e Sudeste. Os indicadores relacionados ao uso de preservativos mostram que aproximadamente 38% da população sexualmente ativa usou preservativo na última relação sexual, independentemente da parceria. Este número chega a 57% quando se consideram apenas os jovens de 15 a 24 anos. O uso de preservativos na última relação sexual com parceiro eventual foi de 67%. A proporção comparável em 1998 foi de 63,7%. Estatísticas do HIV • Há cinco anos o estado não registra aumento no número de pacientes internados por causa de doenças provocadas pelo vírus. Mas as estatísticas ainda preocupam. De acordo com a Secretaria estadual de Saúde a cada ano, o Rio de Janeiro registra 1,5 mil novos casos de contaminação por HIV. Estatísticas do Hiv • Conforme o relatório anual do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids, existem no mundo aproximadamente 33 milhões de pessoas vivendo com HIV/aids. Esse número inclui os 2,5 milhões estimados de pessoas que adquiriram o HIV durante 2004. O número de pessoas que vivem com o HIV diminuiu globalmente em comparação com os dos anos anteriores. A diferença nos números se deve ao aperfeiçoamento da metodologia e às ações efetivas de enfrentamento da epidemia que vêm sendo desenvolvidas em diversos países. A África Subsaariana é a área mais afetada, com aproximadamente dois terços do total mundial (22,5 milhões de pessoas com o HIV); desse número três quartos são do sexo feminino. A região também concentra 76% das mortes pela doença. Na América Latina, o relatório afirma que a epidemia permanece estável. Em 2007, o número estimado de novas infecções na região foi de 100 mil; e o de mortes, de 58 mil. Atualmente, estima-se que 1,6 milhão de pessoas vivam com aids na América Latina. O documento também indica aumento de 150% no número de pessoas infectadas na Europa Oriental e Ásia Central: passou de 630 mil, em 2001, para 1,6 milhão, em 2007. Noventa por cento das pessoas com HIV no Leste Europeu vivem na Ucrânia e na Rússia. Mapa do Hiv no mundo 33 Dúvidas respondidas por expecialista • • • • Que teste detecta o vírus da aids? O teste mais utilizado nas investigações diagnósticas, para detecção de anticorpos anti-HIV no organismo, é o Elisa. Ele procura no sangue do indivíduo os anticorpos que, naturalmente, o corpo desenvolve em resposta à infecção pelo HIV. O resultado desse teste é rápido, mas, ocasionalmente, pode surgir um falso positivo (resultado positivo para o HIV, em uma pessoa não contaminada pelo vírus). Por isso, caso o resultado seja positivo, aconselha-se repetir o Elisa e, em seguida, fazer o teste de Western Blot para que não restem quaisquer dúvidas. O teste de Western Blot é mais sensível e define, com mais precisão, a presença de anticorpos anti-HIV no sangue. No entanto, como é mais complicado e exige condições técnicas mais avançadas, só é utilizado como confirmação do Elisa. Os exames habituais (ELISA e Western-Blot) detectam anticorpos contra o HIV, produzidos pelo sistema imune do hospedeiro. Desta forma, existe um período (chamado de "janela imunológica") em que o indivíduo pode star infectado, sem, no entanto, ter estabelecido ainda uma taxa de anticorpos em quantidade detectável. Assim, o indivíduo com infecção recente, ainda não detectável pelos exames habituais, pode transmitir o vírus, uma vez que esse já pode estar circulante no sangue e ser eliminado nas secreções. Além disso, na fase inicial da infecção, as taxas de vírus circulantes podem ser altas, uma vez que a resposta de defesa do hospedeiro ainda não está estruturada. O teste sorológico para AIDS pode ser realizado em laboratórios clínicos particulares. Porém, o ideal é realizar o exame após consulta e aconselhamento médico. Onde fazer o exame? É recomendável fazer o teste de aids em um Centro de Testagem e aconselhamento (CTA), onde ele é gratuito, pois estes centros pertencem à rede pública de saúde . • • • • • • Atualmente, ainda há a distinção entre grupo de risco e grupo de não risco? Essa distinção não existe mais. No começo da epidemia, pelo fato da aids atingir, principalmente, os homens homossexuais, os usuários de drogas injetáveis e os hemofílicos, eles eram, à época, considerados grupos de risco. Atualmente, fala-se em comportamento de risco e não mais em grupo de risco, pois o vírus passou a se espalhar de forma geral, não mais se concentrando apenas nesses grupos específicos. Por exemplo, o número de heterossexuais infectados por HIV tem aumentado proporcionalmente com a epidemia nos últimos anos, principalmente entre mulheres. O que se considera um comportamento de risco, que possa vir a ocasionar uma infecção pelo vírus da aids (HIV)? Relação sexual (homo ou heterossexual) com pessoa infectada, sem o uso de preservativos; compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso de drogas injetáveis; transfusão de sangue contaminado pelo HIV; reutilização de objetos perfuro-cortantes com presença de sangue ou fluidos contaminados pelo HIV. Qual o tempo de sobrevida de um indivíduo portador do HIV? Até o começo da década de 90, a aids era considerada uma doença que levava à morte em um prazo relativamente curto. Porém, com o surgimento do coquetel (combinação de medicamentos responsáveis pelo atual tratamento de pacientes HIV positivo) as pessoas infectadas passaram a viver mais. Esse coquetel é capaz de manter a carga viral do sangue baixa, o que diminui os danos causados pelo HIV no organismo e aumenta o tempo de vida da pessoa infectada. O tempo de sobrevida (ou seja, os anos de vida pós-infecção) é indefinido e varia de indivíduo para indivíduo. Por exemplo, algumas pessoas começaram a usar o coquetel em meados dos anos noventa e ainda hoje gozam de boa saúde. Outras apresentam complicações mais cedo e têm reações adversas aos medicamentos. Há, ainda, casos de pessoas que, mesmo com os remédios, têm infecções oportunistas (infecções que se instalam, aproveitando-se de um momento de fragilidade do sistema de defesa do corpo, o sistema imunológico). • • • • • • • • Quanto tempo o HIV sobrevive em ambiente externo? O vírus da aids é bastante sensível ao meio externo. Estima-se que ele possa viver em torno de uma hora fora do organismo humano. Graças a uma variedade de agentes físicos (calor, por exemplo) e químicos (água sanitária, glutaraldeído, álcool, água oxigenada) pode tornar-se inativo rapidamente. Para se fazer o diagnóstico de uma possível infecção pelo HIV, que período de tempo deve-se esperar para fazer o teste de aids? Após exposição à situação de risco, recomenda-se uma espera de 03 meses (90 dias) para fazer o teste de identificação. A ausência de sintomas evidentes da doença exclui a possibilidade de haver infecção pelo vírus HIV? Não. A pessoa pode estar infectada pelo HIV e não ter desenvolvido a doença (aids), não tendo, portanto, nenhum sintoma da doença. A aids propriamente dita pode levar mais de 10 anos para aparecer e manifestar os primeiros sinais e sintomas. Após a infecção pelo HIV, quanto tempo pode demorar até a manifestação dos primeiros sintomas da aids em si? Em geral, os primeiros sintomas da aids começam a aparecer entre oito e dez anos após a infecção pelo HIV, como conseqüência à diminuição do número de linfócitos T CD4+, que são as células de defesa do organismo. Esse tempo, porém, varia de pessoa para pessoa. Há casos em que a aids demora mais tempo para se manifestar, podendo a presença do HIV passar despercebida por vários anos. Há registro de casos em que se passaram 15 anos até a manifestação dos primeiros sintomas da doença (aparecimento das infecções oportunistas), tempo este denominado período de incubação. Nessa fase, o acompanhamento médico é muito importante. A queda da contagem de linfócitos T CD4+ é de 30 a 90 células por ano e está diretamente relacionada à velocidade da reprodução viral e à progressão para a aids. • • • • • • • • O que é fase aguda da infecção pelo HIV? A fase aguda é o período imediatamente após a infecção pelo vírus da aids. As manifestações clínicas da fase aguda podem variar desde gripes até uma síndrome que se assemelha à mononucleose (síndrome clínica caracterizada por mal estar, dor de cabeça, febre, dor de garganta, aumento de gânglios ou ínguas localizadas no pescoço ou generalizadas e inflamação do fígado - hepatite - leve e transitória). Os sintomas duram, em média, 14 dias. Depois desse período, ocorre a estabilização do quadro. Se após um comportamento de risco a pessoa contrai o vírus da aids, quais são e quando surgirão os primeiros sinais dessa infecção pelo HIV? A manifestação do vírus não ocorre de forma idêntica para todas as pessoas. Porém, geralmente, os sintomas aparecem como uma gripe (febre alta, dores pelo corpo e mal estar) acompanhada de manchas vermelhas pelo corpo (denominadas rash cutâneo) e linfadenopatia generalizada (aumento dos gânglios em diferentes partes do corpo). O tempo entre a exposição ao vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas é de cinco a 30 dias, com uma duração média na faixa de sete a 14 dias. No entanto, como os sinais e sintomas dessa fase são inespecíficos e comuns a outras patologias, eles não definem o diagnóstico de infecção pelo HIV. Por isso, a única maneira de saber a causa de tais sintomas é fazendo um teste anti-HIV. Qual o risco de contágio com aparelhos cortantes como aparelhos de barbear, brincos, alicates e piercings? Atualmente, a maioria dos aparelhos perfuro-cortantes fabricados, como seringas, máquinas de tatuar, aparelhos para colocar brincos ou piercings, são feitos com materiais descartáveis, que não podem ser usados mais de uma vez. Em caso de dúvida, sugerimos perguntar no local sobre os materiais utilizados. O risco de contaminação no contato do sangue com a pele e mucosa oral é menor do que a exposição percutânea (injeção), porque há maior quantidade de células-alvo suscetíveis à infecção pelo HIV na corrente sanguínea. Além disso, na pele e na mucosa oral existem barreiras imunológicas e não-imunológicas que conferem um determinado grau de proteção, uma vez que estes lugares estão em permanente contato com o meio externo e com microorganismos. Mesmo com a ausência de ejaculação durante o ato sexual é possível ser infectado pelo HIV? Apesar de o vírus da aids estar mais presente no esperma, essa não é a única forma do vírus ser transmitido em uma relação sexual. Há, também, a possibilidade de infecção pela secreção expelida antes da ejaculação ou pela secreção da vagina, por exemplo. Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV, nesses casos, são: imunodeficiência avançada, relação anal receptiva, relação sexual durante a menstruação e presença de outras doenças sexualmente transmissíveis como cancro mole, sífilis e herpes genital. • • • • • • O beijo, no caso de um dos parceiros ter feridas ou fissuras na boca, é uma via de contágio? Segundo estudos, não há evidências de transmissão do HIV pelo beijo. Para que houvesse possibilidade de transmissão, seria necessário que houvesse uma lesão grave de gengiva e sangramento na boca. O HIV pode ser encontrado na saliva, porém as substâncias encontradas na saliva são capazes de neutralizá-lo. Práticas como beijar na boca, fumar o mesmo cigarro, tomar água no mesmo copo, não oferecem riscos. A prática do sexo oral sem proteção implica risco de infecção pelo HIV? Se comparado a outras formas de contágio (sexo vaginal, sexo anal e compartilhamento de seringas, por exemplo), o risco relacionado ao sexo oral é baixo. Contudo, oferece riscos maiores para quem pratica (ou seja, o parceiro ativo), dependendo fundamentalmente da carga viral (quantidade do vírus no sangue) do indivíduo infectado e se há presença de ferimentos na boca de quem pratica (gengivites, aftas, machucados causados pela escova de dente). Caso não haja nenhum ferimento na boca, o risco de contágio é menor. Isto se explica, talvez, pela acidez do estômago, que pode tornar o vírus inativo, quando deglutido. No entanto, na prática de sexo oral desprotegido, há o risco de se contrair herpes, uretrite, hepatite B, ou HPV, independente da sorologia do parceiro. A existência de ferimentos e machucados nos genitais aumenta o risco de contágio? Sim. Feridas nos órgãos genitais aumentam o risco de transmissão do HIV, pois facilitam o contato do sangue com secreções, que têm risco muito alto de infecção. Geralmente essas feridas, assim como corrimentos, bolhas e verrugas, são resultado de alguma DST. O uso de preservativos em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para reduzir o risco de transmissão tanto das DST quanto do vírus da aids. Campanhas • O Vista-se é um selo que passa a assinar todas as peças de promoção ao uso do preservativo produzidas pelo Ministério da Saúde e seus parceiros e que poderá ser aplicada também nos materiais de prevenção das ONG, empresas da iniciativa privada e outras instituições governamentais. A campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids de 2007 tem como foco principal os jovens entre 14 e 24 anos. A intenção é afirmar os direitos do jovem de viver sua sexualidade e de ter acesso ao preservativo e a informação. A abordagem se soma aos esforços para munir a juventude dos conceitos de prevenção e de direitos humanos, refletidos em projetos como o Saúde e Prevenção nas Escolas e nas ações de parceiros do governo e em ações da sociedade civil e de organismos internacionais. Neste ano, a campanha de carnaval dá continuidade ao tema do Dia Mundial de Luta Contra a Aids de 2007. O foco continua sendo o jovem, e a chamada principal “Qual a sua atitude na Luta Contra a Aids?”, também permanece. Diagnóstico • • O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito em laboratórios, a partir da realização de testes sorológicos. No Brasil, o diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV é regulamentado por meio da Portaria de Nº 59/GM/MS, de 28 de janeiro de 2003. Para o diagnóstico correto do HIV, deve-se considerar a fase da doença, dada sua grande capacidade de manifestar-se de diferentes formas em cada pessoa. Na fase aguda, apresentam-se as patologias virais. Na fase inicial da aids propriamente dita, deve ser analisado o quadro clínico do paciente e o órgão atingido, por exemplo, meningites bacterianas para afecções do Sistema Nervoso Central ou pneumonias para doenças do trato respiratório. O profissional deve saber conduzir a investigação laboratorial após suspeita de risco de infecção pelo HIV. O tempo necessário para que o exame de aids detecte a presença do HIV no sangue é geralmente de três a 12 semanas depois de adquirido o vírus, com período médio de aproximadamente dois meses. Esse tempo decorrido entre a infecção pelo HIV e a detecção de anticorpos pelos testes sorológicos (positivação da sorologia para o HIV), é chamado de janela imunológica. Por isso, é preciso estar atento a esse período em casos de risco de infecção recente e resultado negativo de sorologia anti-HIV Bibliografia • • • • • • • Wikipedia Aids.gov.br Webciencia.com/10_aids.htm Aidsbrasil.com.br Aids.org.br Google Imagens Veja on-line Grupo • • • • • • Renan n:31 Henrique Soares n : 12 Matheus Rocha n:24 Peter n: 29 João Gabriel n :18 Rodrigo Bastos n: 32 Panfleto