www.drapriscilaalves.com.br [HIPERTIREOIDISMO FELINO] 2 É considerada a doença endócrina mais comum em felinos. É resultante da produção excessiva de hormônios pela glândula tireóide, podendo ser causada por uma hiperplasia benigna (aumento de tamanho da glândula) chamada Hiperplasia Adenomatosa Multinodular Benigna, por tumores tireoidianos (sendo raro, correspondendo a 2% dos casos) ou distúrbios hipotalâmicos/hipofisários (raro). Acomete comumente animais idosos a geriátricos, geralmente entre 7 e 20 anos. Entretanto, pode acometer gatos a partir dos 5 anos. Hoje em dia tem sido bastante diagnosticada em virtude da melhoria dos testes diagnósticos e do conhecimento do clínico sobre a doença e as suas várias formas de apresentação. Na verdade, ela deve ser suspeita e investigada em todos os felinos doentes. Acredita‐se que no futuro haverá um grande aumento do número de casos, fruto do diagnóstico e do contato dos gatos com possíveis fatores de risco. Esses fatores ainda não foram claramente definidos, mas os enlatados são citados como potenciais. A literatura cita os siameses e os himalaios como raças não predispostas a desenvolver a doença. Porém, isso não é evidenciado no Brasil. Não há predisposição sexual. A tireóide é uma glândula localizada na região cervical e seu aumento é palpável em 90% dos gatos. Os sintomas iniciais podem ser bastante sutis. Os gatos doentes podem apresentar perda de peso progressiva, apesar de alguns aumentarem a ingestão alimentar – polifagia – podendo evoluir para a caquexia, poliúria e polidipsia. www.drapriscilaalves.com.br 3 Podem ocorrer alterações comportamentais como vocalização excessiva (o gato começa a miar muito), excitação e hiperatividade, aumento da agressividade (começam a agredir outros animais da casa) e muitos gatos parecem “abobados” e ficam com olhar fixo. Os gatos podem ter alterações digestivas como vômitos, alteração na consistência das fezes (pastosas, diarréicas) e na freqüência de defecação; alterações dermatológicas como mau estado da pelagem, alopecia e seborréia. Outros gatos apresentam perda de massa muscular, fraqueza e ventroflexão do pescoço (não conseguem manter a cabeça firme). O gato hipertireóideo apresenta‐se com o metabolismo acelerado já que o hormônio tireoidiano atua no metabolismo geral. Essa demanda exige do coração um esforço maior, fazendo com que www.drapriscilaalves.com.br 4 ocorram alterações cardíacas, como taquicardia, sopros, aumento da pressão arterial e a hipertrofia da sua musculatura. Isso irá culminar numa doença chamada Cardiomiopatia Hipertrófica, comum nos felinos com hipertireoidismo. A Hipertensão Arterial Sistêmica ocorre em 87% dos casos e, portanto, todos os gatos hipertireóideos devem ser monitorados, pois pode levar a descolamento de retina e cegueira. Os problemas renais também são comuns, principalmente naqueles gatos que estão em tratamento, pois uma vez que o metabolismo desacelera por ação da medicação, haverá prejuízos na função renal. A função renal deve ser rigorosamente monitorada em pacientes hipertireóideos. O diagnóstico é feito com a dosagem do nível do hormônio tireoidiano e encontrados valores superiores aos normais. Muitas vezes, entretanto, serão necessárias várias dosagens para conseguir fazer o diagnóstico. Muitas doenças não tireoidianas podem reduzir o nível do hormônio a valores inferiores ou dentro da normalidade. Muitas outras doenças como Diabetes Melitus, Doença Intestinal Inflamatória, Insuficiência Renal, doenças hepáticas e Hiperadrenocorticismo podem levar a sintomas parecidos com o Hipertireoidismo. Então, o diagnóstico diferencial deve ser feito. O tratamento poderá ser feito através da utilização de medicação ou de cirurgia. Caberá ao Médico Veterinário determinar o que será melhor para o paciente e isso dependerá da causa do Hipertireoidismo e do estado geral do animal. www.drapriscilaalves.com.br