TÉCNICA PARA O PROJETO DE UM AMPLIFICADOR OPERACIONAL FOLDED CASCODE EM TECNOLOGIA CMOS. Murillo Fraguas Franco Neto e João Navarro Escola Politécnica da Universidade de São Paulo [email protected], [email protected] maior durante o projeto e, consequentemente, para um tempo de projeto maior, o que acaba por elevar custos. Por fim, para os projetistas de mixed-signal, somam-se às dificuldades dos projetistas analógicos outras, tais como problemas de ruído, de testabilidade, etc. O objetivo deste trabalho é contribuir para a simplificação de projetos de circuitos analógicos, procurando disponibilizar programas que determinem as dimensões de transistores de blocos analógicos. Essa idéia tem como atrativo a redução dos erros de projeto, uma vez que os programas utilizados já foram testados, além da redução do tempo de projeto, pois parte das tarefas de projeto será realizada pelo programa. A proposta foi desenvolvida em um bloco construtivo particular, um amplificador operacional do tipo folded cascode [3]. Amplificadores operacionais são blocos essenciais em muitos circuitos analógicos tais como bandgaps, conversores AD/DA, etc. Além disso, ele é considerado um bloco complexo para projeto, pois muitas de suas características estão correlacionadas e, portanto, ao se alterar uma dessas características, como por exemplo o ganho, se degradam outras, como o consumo de potência. Na literatura, essa dependência é conhecida como tradeoff. A facilidade de gerar amplificadores que atendam às especificações de um projeto, facilita o seu desenvolvimento e dá ao projetista maior tempo para otimizações ou análises de eventuais alternativas. As seções a seguir irão apresentar a descrição do bloco amplificador operacional proposto e como foi realizado seu projeto, e estão divididas da seguinte forma: a seção 2 apresentará a técnica de projeto a ser desenvolvida e sua aplicação ao projeto de um amplificador simples; a seção 3 abordará o amplificador folded cascode, apresentando as equações que rejem seu funcionamento e a sequência utilizada para projeto; a seção 4 apresentará os resultados de simulação e fará a comparação com os resultados do amplificador projetado realizado na seção 3; a seção 5 apresentará os rumos que este trabalho pretende seguir, e a seção 6 apresentará as conclusões. Nas próximas seções será usada a seguinte notação: VGS é a tensão gate-source; RESUMO Este trabalho pretende contribuir para a simplificação do projeto de circuitos integrados analógicos, apresentando uma técnica para o projeto de um amplificador operacional folded cascode em tecnologia CMOS. Esta técnica consiste em, a partir de uma topologia pré determinada completa (operacional e polarização), relacionar as dimensões dos transistores através das expressões que rejem seu funcionamento e implementar rotinas computacionais para realização dos cálculos necessários para o projeto. Essas rotinas devem receber, como parâmetros, um arquivo contendo o modelo dos transistores e as especificações desejadas e irão fornecer, como resultados, as dimensões dos transistores e um arquivo para simulações. 1. INTRODUÇÃO Atualmente o mundo dos projetistas de circuitos integrados se divide em três porções: o digital, o analógico e o mixedsignal. Para os projetistas de circuitos digitais, existem diversas ferramentas de auxílio ao projeto que são poderosas e que facilitam em muito o desenvolvimento de sistemas digitais, disponibilizando células semi-prontas, como memórias, contadores, somadores, etc., para as quais basta configurar e instanciar e teremos blocos prontos para serem utilizados. Além disso, sistemas digitais podem ser continuamente testados em plataformas de desenvolvimento bastante completas, que disponibilizam diversos módulos como interfaces de comunicação, dispositivos de saída de vídeo, portas de entrada e saída de dados, bancos de memória, botões, etc., tudo à um custo relativamente baixo [9]. Já para o projetista analógico aparecem várias dificuldades: custo elevado das ferramentas de projeto; inexistência de plataformas de desenvolvimento onde se possa realizar testes, em tempo real, e rapidamente corrigir eventuais erros; menor número de blocos de propriedade intelectual - IP Cores - disponíveis para serem prontamente utilizados. Isto contribui para uma probabilidade de erros 1 VSB é a tensão source-bulk; gMi é a transcondutância transistor Mi; gdsMi é a condutância dreno-source transistor Mi; CgsMi é a capacitância gate-source transistor Mi; CdbMi é a capacitância dreno-bulk transistor Mi; VTH é a tensão de limiar do transistor. Tabela 1: Especificações do amplificador simples. do do do do 2. TÉCNICA DE PROJETO A técnica proposta consiste em definir uma sequência de projeto para o amplificador operacional utilizando fórmulas que relacionam as dimensões dos transistores, além de automatizar esse seqüência através de rotinas computacionais que recebem especificações iniciais como parâmetros e retornam as dimensões dos transistores. Obviamente a topologia do amplificador deve ser previamente definida, e o software de auxílio ao projeto será capaz de trabalhar apenas para essa topologia de amplificador. Os resultados obtidos através do projeto com o software devem ser verificados através de algum simulador de circuitos, por exemplo o simulador Eldo da Mentor Graphics utilizado neste trabalho. Essa técnica será aplicada, inicialmente, ao projeto de um amplificador simples, figura 1, composto de um par diferencial de entrada e de um espelho de corrente funcionando como carga ativa, além de um capacitor representado uma carga conectada ao nó de saída do circuito. M3 M4 UNIDADE Ganho DC 45 dB GBW > 30 MHz Margem de Fase 80 ° CL 10 pF IBIAS 500 μA Para o projeto dos transistores foram usadas as seguintes equações simplificadas: Corrente de dreno: ID = W 1 ⋅ K ⋅ ⋅ (VGS − VTH )2 2 L (1) onde K= μCox Tensão de saturação: VDSAT = Tensão de limiar: VTH = VTH 0 + γ ⋅ 2 ⋅ ID W K⋅ L ( 2⋅ φ F + VSB − 2 ⋅ φ F (2) ) (3) onde VTH0, γ e φF são parâmetros da tecnologia. Condutância dreno source do transistor: gds ≈ λ ⋅ I D Nó 1 onde λ é o inverso da tensão de Early: 1 λ= VA As seguintes equações, conhecidas na literatura, são importantes no amplificador: Impedância de saída (Nó 1): CL M2 M5 VALOR 2.1. Equações do Amplificador Simples Nó 2 M1 Especificação Ro1 = (gds M 4 + gds M 2 )−1 Impedância do nó interno (Nó 2, Figura 1): Ro 2 = ( gmM 3 + gdsM 1 )−1 ≈ 1 gmM 3 Capacitância de saída (Nó 1, Figura 1): C1 ≈ C L onde CL é a carga na saída. Capacitância do nó interno (Nó 2): M6 Figura 1: Amplificador Operacional simples. C 2 = C dbM 1 + C gsM 3 + C dbM 3 + C gsM 4 Pólo dominante (Nó 1): 1 1 fp1 = ≈ 2 ⋅ π ⋅ Ro1 ⋅ C1 2 ⋅ π ⋅ Ro1 ⋅ C L Pólo não-dominante (Nó 2): 1 fp 2 = 2 ⋅ π ⋅ Ro 2 ⋅ C 2 Esse amplificador simples foi escolhido inicialmente pois suas características e as equações que rejem seu funcionamento são amplamente conhecidas na literatura e estão devidamente validadas [3] [8], o que reduz o trabalho de avaliação da idéia. A tabela 1 mostra as especificações adotadas para o projeto do amplificador operacional simples. 2 (4) Ganho do amplificador (entrada não-inversora): AV = gm M 1 ⋅ Ro1 Transcondutância do transistor: 2⋅ ID W gm ≈ 2 ⋅ I D ⋅ K ⋅ = L VGS − VTH Banda de ganho unitário do amplificador: GBW = AV ⋅ fp1 Margem de fase do amplificador: ⎛ | fp | ⎞ 2 ⎟ ⎟ ⎝ GBW ⎠ Φ M = arctan⎜⎜ o valor da tensão entre os terminais porta-fonte de M6. Para nosso caso temos: >> vgs_n_mirror(500e-6, 0.4979, 40, 1) resultando >> VGS = 0,97 V (5) 3- Determinação da tensão dreno-fonte, VDS, no transistor M5 do espelho de corrente: Para uma primeira tentativa, será adotada para a tensão VDS de M5, o valor de VGS do espelho de corrente, calculado no passo 2. Essa tensão VDS é importante, pois influenciará na tensão de limiar, VTH, dos transistores do par diferencial de entrada (transistores M1 e M2). Logo, VDS = 0,97 V (transistor M5) (6) Uma vez conhecidas essas equações, que dependem da topologia do amplificador, torna-se possível definir uma sequência de projeto e utilizar rotinas computacionais para efetuar os cálculos dessa sequência. Dessa forma, se as especificações do projeto forem modificadas, pode-se reprojetar rapidamente o amplificador, apenas mudando os parâmetros fornecidos para as rotinas. 4- Determinação da tensão de limiar para os transistores do par diferencial da entrada: Foi escrita a rotina vt() no MATLAB para tal. Esta rotina recebe o valor da tensão fonte-substrato, VBS, do transistor M1 ou M2, e retorna o valor da nova tensão de limiar VTH. Para nosso caso temos: >> vt(0,97) resultando >> VTH = 0,7738 V 2.2. Projeto do Amplificador Simples O projeto do amplificador simples foi realizado utilizando rotinas construídas com a ferramenta MATLAB, que implementam as equações apresentadas anteriormente, e os parâmetros dos transistores foram retirados do modelo BSIM3v3 CMOS 0,35μm. A seguir são mostradas a seqüência de projeto e uma breve descrição dessas rotinas. O símbolo “ >> “ usado abaixo representa a linha de comando da ferramenta MATLAB, podendo indicar a chamada de uma rotina, com os parâmetros passados, ou a saída de uma rotina, com os resultados do projeto. 5- Determinação das dimensões dos transistores M1, M2, M3 e M4: Para isso, a rotina dsgn() foi escrita no MATLAB. Esta rotina recebe como parâmetros a corrente de dreno ID que passa pelo transistor M1, a tensão de limiar VTH de M1, calculada no passo 4, o ganho desejado para o amplificador (em dB) e a margem de fase desejada para o circuito. Ela retorna a relação W/L dos transistores M1, M2, M3 e M4, a banda do circuito (em MHz), a tensão VGS dos transistores M1 e M2, a posição do primeiro e do segundo pólos (fp1 e fp2, em Hz). Para o cálculo da dimensão dos transistores M1 e M2, são utilizados o valor do ganho fornecido e a impedância de saída, nó 1, da figura 1. Essa impedância, para o caso deste circuito, é dada pela expressão (4), onde a condutância do transistor i pode ser aproximada por gds ≈ λ ⋅ I D . Para se estimar os termos gdsM2 e gdsM4 de (4), traçouse uma reta tangente à curva ID x Vds de cada transistor; o ponto onde esta reta cruza o eixo horizontal representa a tensão de Early usada para determinar gds. Essa caracterização foi realizada, tanto para os transistores PMOS quanto para os transistores NMOS, e os resultados estão na tabela 2. Os valores do parâmetro λ foram obtidos para um valor de comprimento de canal L=1 μm. 1- Determinação do Espelho de Polarização: O primeiro passo é adotar um valor para a tensão VDSAT do transistor M5. Essa escolha deve levar em consideração a mínima tensão de modo comum a ser aplicada nos transistores de entrada. Para o nosso caso, será escolhida uma tensão VDSAT =0,38V. Dessa forma, a relação W/L dos transistores do espelho de polarização (transistores M5 e M6) pode ser calculada. De (2) teremos: 0,38 = 2 ⋅ 500 μ W 170 μ ⋅ L 40 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ . Obtendo-se uma relação ⎜ ⎟ = μm⎥⎦ 1 ⎢⎣ ⎝ L ⎠ M 5, M 6 2- Determinação da tensão porta-fonte, VGS, no espelho de corrente: Foi escrita a rotina vgs_n_mirror() no MATLAB para determinar essa tensão. Esta rotina recebe como parâmetros a corrente de dreno ID de M6, a tensão de limiar VTH de M6, e as dimensões W e L, que foram escolhidas para o espelho de corrente no passo 1, e retorna 3 Tabela 2: Estimativa do parâmetro λ que representa o inverso da tensão de Early Parâmetro VALOR UNIDADE λPMOS 0,047 V -1 λNMOS 0,016 V -1 Foi realizada uma simulação AC do circuito projetado e os resultados dessa simulação são apresentados na tabela 3. O modelo dos transistores utilizado para as simulações é o MOS BSIM3v3. Tabela 3: Resultados da simulação AC do amplificador operacional simples Os valores de λ estimados foram inseridos no corpo da rotina dsgn(). Agora já é possível efetuar os cálculos: >> dsgn(250e-6,0.7738,45,81) resultando: 95 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ >> ⎜ ⎟ = ⎝ L ⎠ M 1, M 2 1 ⎢⎣ μm ⎥⎦ 96 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ >> ⎜ ⎟ = μm ⎥⎦ L ⎝ ⎠ M 3, M 4 1 ⎢⎣ >> fp1 = 250 kHz >> fp2 = 281,4 MHz >> GBW = 44,5 MHz >> VGS = 0,95 V Parâmetro PROJETO SIMULAÇÃO UNIDADE IBIAS 500 500 μA VDD 3 3 V CL 10 10 pF (W/L)1,2 95/1 95/1 - (W/L)3,4 96/1 96/1 - Ganho DC 45 42,3 dB fp1 250 275 kHz GBW 44,5 35,7 MHz MF 81 86,5 ° 6- Determinação da tensão mínima de modo comum da entrada: A tensão mínima de modo comum da entrada deve ser calculada levando-se em consideração a tensão VDSAT de M5, utilizada no passo 1, e a tensão VGS de M1, calculada no passo 5. Assim, VCMmin = VDSAT_M5 + VGS_M1 = 0,38 V + 0,95 V = 1,33 V Nó 2 Nó 1 Figura 2: Topologia completa do amplificador operacional folded cascode. 4 Banda de ganho unitário do amplificador (expressão simplificada): gm M 1 GBW ≈ (14) 2 ⋅ π ⋅ (2 ⋅ C C ) Banda de ganho unitário do amplificador (expressão completa): AV ⋅ gmM 1 ⋅ ( gmM 8 + gdsM 8 ) + GBW = OUT 2 ⋅ π ⋅ (2 ⋅ CC ) ⋅ ( AVOUT + 1) ⋅ 3. O AMPLIFICADOR OPERACIONAL FOLDED CASCODE Em relação ao amplificador simples apresentado na seção anterior, o amplificador operacional folded cascode apresenta uma série de fatores que o tornam mais complexo, dentre eles [5] [6]: • • • • • • [ Estágio de polarização completo; Estágio de saída classe AB, rail-to-rail; Circuito de controle de corrente mínima na saída; Espelhos cascode; Compensação Miller com nulling resistor; Carga capacitiva na saída elevada. + gdsM 7 ⋅ gdsM 8 (15) R ⎤ ⋅ (gmM 8 + gdsM 7 + gdsM 8 ) + C ⋅ gdsM 7 ⋅ gdsM 8 ⎥ 2 ⎦ Parâmetro que determina a região de operação do transistor [7]: I (16) LIM = D I D lim onde os seguinites limites devem ser observados: • LIM > 8: Inversão Forte; • LIM < 0,125: Inversão Fraca; • 0,125 < LIM < 8: Inversão Moderada Limiar de corrente de dreno [7]: W I D lim = K ⋅ ⋅ 2n ⋅ U T2 (17) L onde n é um parâmetro da tecnologia e UT é a tensão térmica (∼ 27 mV à 40°C). Slew Rate (SR): I I (18) SR = ≈ FOLDED C 2 ⋅ CC IFOLDED é a corrente que passa pelo transistor M12 Neste caso foram também utilizadas equações simplificadas para o transistor. Para este amplificador as equações importantes são: Transcondutância do estágio de saída: gmO = gm MP + gm MN (7) Pólo dominante após a compensação em frequência (Nó 1): 1 fp1 = 2 ⋅ π ⋅ Ro1 ⋅ AVOUT ⋅ C + C P ( ) onde R01 é a resistência no nó 1 da figura 2, AVout é o ganho do estágio de saída, CP representa a somatória das capacitâncias parasitas no nó 1 da figura 2 e C, capacitância de compensação. Pólo não-dominante após a compensação em frequência (Nó 2): gmO (8) fp 2 = 2 ⋅ π ⋅ CL onde CL é a capacitância de carga do amplificador. Ganho do estágio de saída: AVOUT ≈ gmO ⋅ R L (9) A expressão (15) é mais completa do que (14), e corrige uma falha grave que (14) apresenta: o fato de considerar gdsM7 muito menor do que gmM8 pode acarretar um erro considerável caso essa hipótese não seja verdadeira. No caso deste amplificador, gdsM7 é da mesma ordem de grandeza de gmM8, e por isso a expressão (14) fornece um resultado bastante diferente da banda real, enquanto que a expressão (15) fornece um resultado próximo. Infelizmente (15) contém os termos gds que são difíceis de estimar; dependendo do ponto de operação dos transistores na curva Id x Vds, a componente gds pode variar muito. Por este motivo, o projeto do amplificador será, num primeiro momento, realizado utilizando (14), sendo que (15) será utilizada após a simulação AC do circuito, para verificar a banda de ganho unitário, e para realizar eventuais modificações no circuito. Para poder utilizar (15) aproveitaremos os parâmetros gds calculados pelo simulador Eldo aplicado ao projeto feito utilizando (14). onde RL é a resistência de carga do amplificador. Relação entre a capacitância de compensação em frequência C, e capacitâncias parasitas CP: AVOUT ⋅ C >> C P (10) Capacitância CC é dada por: C = 2 ⋅ CC (11) Frequência do zero introduzido pela compensação em frequência: 1 (12) ZC = ⎛ 1 RC ⎞ ⎟ 2 ⋅ π ⋅ C ⋅ ⎜⎜ − 2 ⎟⎠ ⎝ gm O Resistor de compensação em frequência: 2 RC = (13) gmO 5 VGMN ≈ 0,68 V 3.1. Projeto do Amplificador Folded Cascode O projeto do amplificador folded cascode foi realizado utilizando-se uma sequência de projeto que será posteriomente transformada em rotinas computacionais. A tabela 4 mostra as especificações iniciais adotadas para o projeto do amplificador e a seqüência de projeto é apresentada abaixo. 3- Projeto dos capacitores, CC, e resistores, RC, de compensação: Utilizando as expressões (9), (10) e (11), levando em conta uma capacitância parasita CP ≅ 0,35 pF no nó 2, e considerando a resistência de carga indicada na tabela 4, teremos, [ V] AVOUT ≈ 6,5 V Tabela 4: Especificações para o projeto do amplificador operacional folded cascode. ESPECIFICAÇÃO Valor Unidade GBW 5 MHz MF 60 ° VOUT (PP)* 2,4 V RL 4 kΩ CL 30 pF SR 2 V/μs IBIAS 1,5 ± 20% μA VDD 2,8 *(PP) indica a excursão pico à pico do sinal RC = 1,227 kΩ 4- Projeto dos transistores de entrada M1 e M2: Conforme explicado no início da seção 3, o projeto de M1 e M2 será feito utilizando-se a expressão simplificada de GBW, (14). Assim, substituindo em (14) os valores da tabela 4 e de CC , chegamos à, gm M 1 = 47 μS Transistores PMOS operando em inversão forte geram menor ruído flicker do que operando em inversão moderada ou fraca [1]. As expressões (16) e (17) indicam em qual região de operação o transistor está operando. Logo, para que os transistores M1 e M2 operem em inversão forte, de acordo com (17), ⎛W ⎞ I D lim = 0,114 ⋅ ⎜ ⎟ μA ⎝ L ⎠ M1 Substituindo o resultado em (16), a corrente de polarização de M1 deve ser tal que, V gm = 1,63 mS o ⎛W ⎞ I D > 0,91 ⋅ ⎜ ⎟ ⎝ L ⎠M1 logo, ⎤ ⎡ μm μm⎥⎦ ⎢⎣ 4,6 9,2 ⎛W ⎞ = = ⎜ ⎟ 1 2 ⎝ L ⎠ M 1, M 2 ⎞ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ ⎟⋅⎜ ⎟ = 2,93 ⋅ ⎜ ⎟ ⎟ ⎝L⎠ ⎝ L ⎠ MN ⎠ MN ⎡ μm ⎤ ⎢⎣ μm⎥⎦ onde L=2μm foi utilizado para se ter um melhor casamento entre os transistores [4]. O par diferencial de entrada é polarizado através de uma fonte de corrente ITAIL que é dada por ITAIL = m ⋅ I BIAS , onde m representa o fator de espelhamento e IBIAS é uma corrente externa de polarização. Assim, M1 e M2 terão m ⋅ I BIAS . uma corente de dreno dada por I D = 2 Considerando o pior caso de IBIAS da tabela 4 (-20%), e garantindo que os transistores estejam trabalhando na região de inversão forte, devemos ter um fator de temos, 29 ,1 ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ 1 ⎝ L ⎠ MN μA Substituindo esse resultado em (5), e utilizando o valor da transcondutância de M1 calculado anteriormente, a relação W/L de M1 e de M2 pode ser calculada, considerando a relação entre os transistores PMOS e NMOS, ⎛K ⎛W ⎞ = ⎜⎜ P ⎜ ⎟ ⎝ L ⎠ MP ⎝ K N e CC >> 0 ,025 pF Um valor razoável para CC é CC = 0 ,75 pF . Finalmente, pela expressão (13) temos, 1- Projeto dos transistores MN e MP do estágio de saída: Admitindo apenas dois pólos importantes para o amplificador, de (5) (6) (7) e (8) e escolhendo uma corrente quiescente de saída IQ = 80μA, temos, 85,3 ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ 1 L ⎝ ⎠ MP VGMP ≈ 1,92 V ⎤ ⎡ μm μm ⎥⎦ ⎢⎣ 2- Cálculo das tensões VgsMN e VgsMP (quiescentes) nos terminais de porta dos transistores de saída: Considerando a corrente quiescente IQ = 80μA, e utilizando as relações W/L calculadas no passo 1, de (1) temos, 6 ( L) espelhamento m > 6,93 . Escolhendo m=8, e considerando agora o caso nominal de IBIAS, teremos I TAIL = 12 μA . Resolvendo as duas equações para W 1,7 ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ 2 L ⎝ ⎠ M 15 5- Projeto de M5 e M7 / M6 e M8: A corrente para polarizar cada ramo do estágio folded cascode pode ser escolhida levando-se em consideração a especificação de Slew Rate do amplificador. Para o circuito, o nó responsável pelo Slew Rate é o nó 1, figura 2, e (18) relaciona SR e a corrente no estágio folded cascode. A expressão é aproximada pois não foram consideradas as capacitâncias parasitas mas apenas a capacitância de compensação. Assim, substituindo o resultado do passo 3 e resolvendo para IFOLDED teremos, I FOLDED = 3μA Logo, para o cálculo de M5 e M7, vamos utilizar a corrente de polarização IFOLDED=3μA, e substituir o resultado do passo 2 em (1), o que fornece, 6,6 ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ 2 ⎝ L ⎠ M 5, M 7 5 ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ ⎝ L ⎠ M 16 2 ⎡ μm ⎤ ⎢⎣ μm⎥⎦ 7- Projeto das fontes de corrente formadas por M3, M4, M9, M10, M11 e M12: Para o espelho de corrente formado por MP1, MP2 e MP3, será escolhido o valor 10 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ μm ⎥⎦ e L L ⎝ ⎠ MP1 ⎝ ⎠ MP 2 2 ⎢⎣ 20 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ 2 ⎢⎣ μm⎥⎦ ⎝ L ⎠ MP3 De forma imediata, de acordo com o cálculo de ITAIL realizado no passo 4, teremos, ao considerar o caso I nominal de IBIAS na tabela 4, TAIL = 8 e portanto, I BIAS ⎡ μm ⎤ μm⎥⎦ ⎢⎣ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ = 8⋅⎜ ⎟ ⎜ ⎟ L L ⎝ L ⎠ MP3 ⎝ ⎠M 4 ⎝ ⎠M3 6- Projeto do circuito de controle AB, composto por M15 e M16: Para seu projeto, devem ser consideradas duas situações: a situação quiescente de operação do circuito, e a situação em que o sinal de saída se encontra em um valor de pico, onde um dos transistores de saída conduz uma corrente máxima, e o outro transistor conduz IQ uma corrente mínima, dada por I MIN = = 40 μA [6]. 2 Além disso, deve-se levar em consideração o efeito de corpo que modifica a tensão de limiar dos transistores do controle AB. Assim, para a condição quiescente de operação, utilizando (3) para calcular a nova tensão de limiar de M15, e utilizando o resultado V S M 15 = VGMN ≈ 0,68 V do passo 2, temos a primeira ⇒ 160 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ 2 ⎢⎣ μm ⎥⎦ ⎝ L ⎠M 4 ⎝ L ⎠M3 No passo 5 foi determinado IFOLDED = 3μA, que fornece I FOLDED = 2 , logo, I BIAS ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ = 2⋅⎜ ⎟ ⎜ ⎟ L L ⎝ L ⎠ MP3 ⎝ ⎠ M 9 ⎝ ⎠ M 10 ⇒ 40 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ =⎜ ⎟ L L ⎝ ⎠ M 9 ⎝ ⎠ M 10 2 ⎢⎣ μm⎥⎦ equação dada por, 1 ⎛W ⎞ 1,5μ = ⋅170 μ ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ VGM 15 − 0,68 − 0,7 2 2 ⎝ L ⎠ M 15 Para a condição de corrente mínima em um dos transistores de saída, teremos V S M 15 = VGMN ≈ 0,63 V , e ) Escolhemos ainda M11 = M9 e M12 = M10. 8- Projeto do estágio de polarização: Os transistores MP8, MP12, MP13, MP18 e MP19 são espelhos de corrente que espelham IBIAS, e têm, portanto, a mesma relação W/L de MP3. Já a tensão de polarização de M6 e M8 segue a seguinte equação, calculando a nova tensão de limiar de M15 para este caso, teremos a segunda equação, 1 ⎛W ⎞ 3μ = ⋅170 μ ⋅ ⎜ ⎟ ⋅ VGM 15 − 0,63 − 0,69 2 2 ⎝ L ⎠ M 15 ( ⎡ μm ⎤ μm⎥⎦ ⎢⎣ Escolhemos ainda M13 = M15 e M14 = M16. Escolhendo uma tensão de overdrive para M6 e M8 igual à de M5 e M7 e utilizando (1), vem, ( vem, Fazendo a mesma consideração do passo 1, temos ⎡ μm ⎤ ⎢⎣ μm⎥⎦ 2,2 ⎛W ⎞ = ⎜ ⎟ 2 ⎝ L ⎠ M 6, M 8 M 15 ) VGS M 5 − VTH M 5 + VGS M 6 = VGS MP11 + VGS MP10 − VGS MP 9 7 MP14, MP15, e pode ser expressa da seguinte maneira [5] [6], Como a corrente de polarização que passa por MP10 e MP11 é metade da corrente que passa por M6 e é um sexto da corrente que passa por M5, para que as tensões VGS de MP10 e MP11 sejam iguais às tensões VGS de M5 e M6, devemos ter, 1 ⎛W ⎞ 1 ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎝ L ⎠ MP10 ⎝ L ⎠ MP11 2 ⎝ L ⎠ M 6 6 ⎝ L ⎠ M 5 Facilmente se obtém , 1,1 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ ⎝ L ⎠ MP10 ⎝ L ⎠ MP11 2 ⎢⎣ μm⎥⎦ VSG MP + VSGM 16 = VSGMP14 + VSG MP15 Foram escolhidas VSG MP = VSG MP15 e VSG M 16 = VSGMP14 Temos então, 5,2 ⎡ μm ⎤ ⎛ W ⎞ 1,6 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ = e ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ μ m ⎢ ⎥ ⎣ ⎦ L L 2 ⎝ ⎠ MP14 ⎝ ⎠ MP15 1 ⎢⎣ μm ⎥⎦ A tensão VGS de MP9 deve ser aproximadamente igual à tensão de limiar, VTH , de M5. Para isso MP9 deve ser projetado para trabalhar na região de inversão fraca. Assim, como a corrente que passa por MP9 é 1,5 μA, de (17) devemos ter I D = 1,5μA < I D lim e LIM < 0,125 , de forma a garantir operação na região de inversão fraca. Assim, I D ≤ 0,125 ⋅ I D lim ⇒ I D lim ≥ 12 μA . Logo, utilizando (17) e escolhendo n=1,2, teremos, ⎛W ⎞ ≥ 40,3 [7]. Vamos trabalhar com o valor de ⎜ ⎟ ⎝ L ⎠ MP9 Analogamente, para a tensão VGB, os transistores MP20 e MP21 são projetados, obtendo-se, 0,55 ⎡μm ⎤ 1,7 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ = e ⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ μ m μm ⎥⎦ ⎢ ⎥ ⎣ ⎦ 1 ⎝ L ⎠MP20 ⎝ L ⎠ MP 21 2 ⎢⎣ A tabela 5 apresenta os valores das relações W/L dos transistores projetados para o amplificador operacional folded cascode. L=0,35μm, para diminuir a área ocupada pelo transistor. 70 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ = ,o Finalmente, será escolhido ⎜ ⎟ 0 ,35 ⎢⎣ μm ⎥⎦ L ⎝ ⎠ MP9 que fornece um valor para o parâmetro LIM=0,025, indicando operação na região de inversão fraca. Da mesma forma, os transistores MP4, MP5, MP6 e MP7 podem ser calculados. MP7 espelha IBIAS e tem a mesma relação W/L de MP1 e MP2. Será escolhida a seguite relação, Tabela 5: Transistores projetados para o amplificador folded cascode. 10 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ =⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ L L L ⎝ ⎠ MP1 ⎝ ⎠ MP 2 ⎝ ⎠ MP 7 2 ⎢⎣ μm ⎥⎦ De forma análoga ao cálculo de MP9, MP10 e MP11, os transistores MP4, MP5, MP6 são projetados, resultando em, 20 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ ⎛W ⎞ =⎜ ⎟ = ⎜ ⎟ 2 ⎢⎣ μm⎥⎦ ⎝ L ⎠ MP 4 ⎝ L ⎠ MP5 120 ⎡ μm ⎤ ⎛W ⎞ e ⎜ ⎟ = , para operação na região de ⎝ L ⎠ MP6 0,35 ⎢⎣ μm⎥⎦ inversão fraca. Os transistores MP16 e MP17 são projetados para espelhar a corrente IBIAS nos seus respectivos ramos de polarização, e têm a mesma relação W/L de MP1 e MP2. As tensões de polarização VGA e VGB, nos terminais de porta de M16 e M15, respectivamente, são geradas pelos transistores de polarização MP14 e MP15 (VGA), e MP20 e MP21 (VGB). A equação para VGA é obtida através da malha translinear formada pelos transistores MP, M16, TRANSISTOR Projeto (W/L) Transistor Projeto (W/L) MN 29,1 1 MP1, MP2, MP7, MP16, MP17 10 2 MP 85,3 1 MP3, MP4, MP5, MP8, MP18, MP19 20 2 M1, M2 9,2 2 MP10, MP11 1,1 2 M5, M7 6,6 2 MP9 70 0,35 M6, M8 2,2 2 MP6 120 0,35 M13, M15, MP21 1,7 2 MP14 5,2 2 M14, M16 5 2 MP15 1,6 1 M3, M4 160 MP20 0,55 1 MP12, MP13 20 2 2 M9, M10, M11, M12 8 40 2 simulado para amplificador. 4. RESULTADOS DE SIMULAÇÃO E ANÁLISE A tabela 6 apresenta os resultados de uma simulação AC do amplificador operacional folded cascode e as especificações iniciais. Especificação Resultado simulado Unidade Av - 78,2 dB fp1 - 407,9 Hz GBW 5 3,03 MHz MF 60 63,5 ° VOUT (PP) * 2,4 2,4 V das características do 6. CONCLUSÕES Neste trabalho é proposto o desenvolvimento de programas para auxilio no projeto de blocos analógicos. A função dos programas é, a partir de uma especificação de entrada, determinar as dimensões dos transistores do bloco analógico. Para levar adiante a idéia é necessário primeiro obter as relações importantes de funcionamento do bloco e depois estabelecer uma seqüência apropriada de projeto. Apresentamos aqui como tal programa pode ser implementado considerando dois blocos amplificadores, um simples, com apenas um par diferencial, e outro complexo, com configuração folded cascode e seu circuito de polarização. No caso do circuito simples foram determinadas as relações importantes, desenvolvidas a seqüência de projeto e algumas rotinas. Os resultados de simulação apontam que os parâmetros calculados e o simulados ficam próximos. Para o circuito complexo as relações importantes e a seqüência de projeto foram desenvolvidas, assim como o programa de auxílio ao projeto, que foi utilizado para projetar o amplificador folded cascode. Também neste caso, em boa parte, as especificações calculadas ficaram próximas das encontradas na simulação. A exceção foi do parâmetro GBW, o que era esperado. Tabela 6: Resultados da simulação AC do amplificador folded cascode. PARÂMETRO avaliação *(PP) indica a excursão pico à pico do sinal Podemos verificar uma grande discrepância entre os valores de GBW projetado e simulado. Conforme explicado na seção 3, essa diferença ocorre por causa da utilização da expressão (14) no projeto dos transistores do estágio de entrada, onde gdsM7 é considerado desprezível em relação à gmM8, o que não é verdade para esta topologia. Do arquivo de saída da simulação AC, podemos retirar os valores dos gds de interesse e utilizar a expressão (15) para confirmar que a banda do circuito fica mesmo em torno de 3 MHz. Efetuando os cálculos, obtemos para a expressão simplificada o valor GBW ≈ 4 ,6 MHz , e para a expressão 7. BIBLIOGRAFIA [1] J. Chang, A.A. Abidi, and C.R. Viswanathan, “Flicker Noise in CMOS Transistors from Subthreshold to Strong Inversion at Various Temperatures,” IEEE Transactions on Electron Devices, pp. 1965-1971, November, 1994. completa o valor GBW ≈ 3 ,4 MHz . Os resultados mostram que a expressão completa fornece o melhor resultado, mesmo sem levar em consideração as capacitâncias parasitas. Infelizmente, como dito, sua utilização implica no conhecimento do valor de gds. [2] E. Crain and M.H. Perrott, "A numerical Design Approach for High-Speed, Differential, Resistor-Loaded, CMOS Amplifiers," IEEE International Symposium on Circuits and Systems, Vancouver, Canada, 2004. 5. CONTINUIDADE DO TRABALHO Os próximos passos deste trabalho visam a implementação do software que irá automatizar o projeto do amplificador operacional folded cascode, seguindo a sequência de projeto estabelecida na seção 3 [2]. Como dito anteriormente, esse software pretende facilitar o projeto de um amplificador nesta topologia, dando rapidamente uma visão ao projetista das suas características. Dessa forma, a tomada de decisão para aprimorar o projeto ou partir para uma outra topologia, pode ser feita com menor esforço e tempo. O software será escrito em linguagem de programação C, e funcionará por linha de comando na plataforma Linux. A saída do software deverá fornecer um arquivo tipo SPICE, ou seja um netlist, que poderá ser prontamente [3] P.R. Gray and R.G. Meyer, "MOS Operational Amplifier Design - A Tutorial Overview," IEEE Journal Solid-State Circuits, pp. 969-983, December, 1982. [4] A. Hastings, The Art of Analog Layout, Prentice Hall, 2000. [5] R. Hogervorst, J.P. Tero, R.G.H. Eschauzier, and J.H. Huijsing, “A Compact Power-Efficient 3V CMOS Rail-to-Rail Input/Output Operational Amplifier for VLSI Cell Libraries,” IEEE Journal of Solid-State Circuits, pp. 1505-1512, December, 1994. [6] K. Langen and J.H. Huijsing, “Compact Low-Voltage PowerEfficient Operational Amplifier Cells for VLSI,” IEEE Journal of Solid-State Circuits, pp. 1482-1496, October, 1998. 9 [7] M. Pardoen, “A Simple and Pretty Accurate MOS Model for Hand Calculations,” Internet, 2001. [8] M. Steyaert, W. Sansen, J.H. Huijsing, and R. Plassche, “Opamp Design towards Maximum Gain-Bandwidth”. Analog circuit design. Operational amplifiers, analog to digital converters, analog computer aided design, Kluwer Academic Publishers, Delft, pp. 63-85, March 1993. [9] http://www.xilinx.com/products/devboards/index.htm 10