universidade tuiuti do paraná - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Faculdade de Ciências Biológicas e de Saúde
Curso de Medicina Veterinária
MONOGRAFIA
Curitiba
2006
MONOGRAFIA
Curitiba
2006
ii
Juliana Sacchelli
MONOGRAFIA
Relatório de Estágio Curricular apresentado ao
Curso
de
Medicina
Veterinária da Faculdade
de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti
do Paraná, como requisito parcial para obtenção do
título de Médico Veterinário.
Professor Orientador: Dr. Uriel Vinicius C. Andrade
Orientador Profissional: Dr. Airton Jose M. Ferreira
Curitiba
2006
iii
SUMÁRIO
1
2
2.1
2.2
2.3
2.4
2.5
2.6
3
4
5
6
7
8
9
INTRODUÇÃO....................................................................................................
HORMÔNIO DE CRESCIMENTO........................................................................
SECREÇÃO DO GH............................................................................................
EFEITOS..............................................................................................................
PROBLEMAS CLINICOS.....................................................................................
RISCOS DO USO................................................................................................
SISTEMA ENDÓCRINO.......................................................................................
HIPÓFISE.............................................................................................................
SOMATOTROPINA BOVINA RECOMBINANTE................................................
O QUE SÃO TRANSGÊNICOS...........................................................................
SUPEROVULAÇÃO............................................................................................
DESEMPENHO REPRODUTIVO........................................................................
SOMATOTROPINA NA BOVINOCULTURA LEITEIRA.....................................
PRODUTOS.........................................................................................................
CONCLUSÃO......................................................................................................
REFERÊNCIAS....................................................................................................
iv
1
2
2
3
4
4
4
5
7
8
9
12
13
15
19
20
LISTA DE ABREVIATURAS
ACTH: Hormônio Adrenocorticotrófico
AGM: Alimentos Geneticamente Modificados
BST: Somatotropina Bovina
DNA: Ácido Desoxirribonocleico
EU: União Européia
EUA: Estados Unidos da América
FSH: Hormônio Folículo Estimulante
GH: Hormônio de Crescimento
G I: Grupo um
G II: Grupo dois
G III: Grupo três
hCS: Somatotropina Corônica Humana
IGF-1: Fator de Crescimento Semelhante a Insulina
LH: Hormônio Luteinizante
LTDA: Limitada
Nº: número
PGF2α: Prostaglandina
rBST: Somatotropina Bovina Recombinante
rhGH: Hormônio de Crescimento Humano Recombinante
STH: Hormônio Somatotrófico
UI: Unidade Internacional
v
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar o benefício da
utilização da somatotropina bovina na produção de leite.
Para o desenvolvimento do presente trabalho baseamo-nos na
definição do hormônio GH, na deficiência de transgênicos e suas dúvidas /
polêmicas na utilização dos transgênicos e os benefícios da somatotropina na
produção de leite bovino.
Após o estudo feito e acompanhamento dos resultados de diferentes
pesquisas realizadas, foi possível concluir do resultado positivo do aumento da
produção de leite na bovinocultura.
2 HORMÔNIO DE CRESCIMENTO
Hormônio sintetizado e secretado pela hipófise (glândula pituitária), o
hormônio de crescimento (GH) estimula o crescimento e a produção celular em
humanos e outros animas vertebrados. É conhecido também como somatotropina.
Segundo os Contribuidores da Wikipédia, em 1985, nos EUA e em outros
países, o GH humano biossintético substitui àquele derivado de pituitárias
humanas. O GH humano biossintético é chamado de hormônio do crescimento
humano recombinante ou descrito pelas siglas rhGH.
Os genes responsáveis pelo código do hormônio do crescimento humano
estão localizados na região q22-24 do cromossomo 17 e no bovino localizando no
cromossomo 19, estão profundamente relacionados aos genes da somatotropina
corônica humana (hCS, também conhecida como lactogênio placentário humano).
O GH, o hCS e a prolactina constituem um grupo de hormônios homólogos com
atividade de promoção do crescimento e da lactogênese. (WINKIPÉDIA, 2006)
O hGH é uma proteína, que está composta de 191 aminoácidos, possui
quatro hélices em sua estrutura, que têm como função de receptores do GH.
2.1 Secreção do GH
O GH é secretado pela hipófise anterior, através das células somatotrópicas,
na corrente sanguínea, sendo que este hormônio é de maior produção em
quantidade entre todos os outros hormônios secretados e produzidos pela hipófise.
A deficiência de GH está associado ao mal desenvolvimento dessas células,
assim como, pela distribuição pela hipófise anterior. O controle da secreção de GH
ocorre através dos peptídeos liberados pelo núcleo do hipotálamo.
Existem fatores que estimulam ou inibem a liberação do GH. Entre os
estimulantes, pode-se citar a hipoglicemia, as proteínas ingeridas na dieta, o sono e
2
o estradiol. Já os inibidores estão relacionados com os carboidratos ingeridos na
dieta e os glicocorticóides.
A liberação do hormônio ocorre durante o dia, em forma de pulsos ou de
picos que duram em média de 10 à 30 minutos nos humanos e de 8 à 25 minutos
nos ruminantes, sendo que o maior pico ocorre uma hora após deitar-se, podendo
variar de acordo com o dia e com o indivÍduo. (WINKIPÉDIA, 2006)
2.2 Efeitos
O GH possui dois efeitos:
a) anabólicos: estão envolvidos no controle de crescimento agentes pancreáticos e
endócrinos. No animal intacto, os hormônios pituitários unem-se com outras
secreções endócrinas e pancreáticas para executar crescimento corporal
coordenado. Os efeitos do GH são observados particularmente no osso,
cartilagem, músculo, rim e fígado. (SWENSON & REECE, p.580, 1996)
Diversos fatores têm sido descritos em relação ao crescimento como: o
crescimento nervoso, o fator de crescimento ovariano, o fator do crescimento
derivado de plaquetas, fator de crescimento epidérmico e de fibroblastos.
Conforme consta no livro Fisiologia dos Animais Domésticos, Dickson (1996)
diz:
“Os estudos na vaca em lactação revelam um interessante efeito galactopoiético
após a injeção de GH. Uma relação linear e altamente significativa tem sido
demonstrada entre o logaritmo da dose de GH e o aumento na produção de leite.
Este efeito deve-se provavelmente ao crescimento da glândula mamária. A
disponibilidade de GH bovino sintético comercial, através de tecnologia de ADN
recombinante, pode demonstrar ser importante na produção de gado de corte e de
leite.” (p. 580)
b) catabólicos: o hormônio de crescimento possui a capacidade de mobilizar a
gordura presente no tecido adiposo e de aumentar os corpos cetônicos na corrente
sanguínea, quando na presença de cortisol.
3
2.3 Problemas clínicos
Podem ocorrer mudanças nas características físicas dos seres humanos e
dos vertebrados em geral, quando há deficiência de GH no organismo, podendo
surgir um desenvolvimento anormal dos pés, mãos e cabeça. Estas doenças são
conhecidas como acromegalia e gigantismo pituitário.
2.4 Riscos do uso
São raros os riscos que podem acometer o homem quando o GH é utilizado
em quantidades terapêuticas. Em animais o uso, não é para corrigir doenças e sim,
para aumentar a produção do proprietário, cabendo a ele decidir e avaliar o
custo/benefício.
2.5 Sistema endócrino
O sistema endócrino tem como principal função fazer com que o organismo
atenda as respostas do meio ambiente onde se vive, assim como a do seu próprio
meio interno e suas respostas surgem em diferentes partes do corpo. Juntamente
com o sistema endócrino, o sistema nervoso inicia a coordenação das repostas,
deixando que os músculos e glândulas gerem as respostas necessárias para o
resto do organismo.
O sistema nervoso tem como tarefa coletar, transformar e transmitir
informações tanto do meio externo quanto do meio interno. Este sistema é
constituído de um grande número de células que compartilham informações para
seu funcionamento seja eficaz, sendo realizado este processo pelos neurônios os
4
quais recebem impulsos elétricos e os transformam em um sinal químico, para que
possam ser transmitidos a outras células.
No animal em contato com o meio ambiente, as células nervosas já estão
prontas para receber informações, mas existem também os neurônios sensoriais
que monitoram as condições internas do corpo.Eles contribuem para a
coordenação dos processos internos de um animal.
A glândula endócrina, constituídas de células endócrinas, possui a função
de secretar moléculas na corrente sanguínea, que são chamadas de hormônios, e
que agem em células alvo através de moléculas receptoras, fazendo com que o
efeito do hormônio seja totalmente dependentes destas células. Existem também
as células exócrinas, que fazem a produção de substâncias químicas que serão
secretadas em lugares específicos.
2.6 Hipófise
A hipófise, conhecida também como glândula pituitária, é uma glândula
endócrina, isto é, que produz substâncias que são lançadas direto na corrente
sanguínea; se encontra no hipotálamo – base do cérebro – produzindo vários tipos
de hormônios. Em bovinos, possui o tamanho aproximado e com dimensões
semelhantes a um feijão. É dividida em duas porções, a adeno-hipófise (células
epiteliais) e a neuro-hipófise (origem nervosa).
A hipófise é conhecida também como glândula-mestra ou glândula-mãe, por
ser responsável pela secreção de leite através das mamas e por sua capacidade
de fazer a regulação de atividades de outras glândulas e possui função do
crescimento do organismo.
Os hormônios somatotróficos (STH), o adrenocorticotrófico e a tireotrofina
são metabolicamente ativos, já os germinativos são os hormônios folículo
estimulante (FSH), o hormônio luteinizante (LH) e a prolactina. Todos fazendo parte
da hipófise anterior.
5
Na porção média são encontrados os hormônios melanóforos e na porção
posterior estão presentes a ocitocina e a vasopressina.
A principal função da adeno-hipofise é a de fazer o desenvolvimento dos
órgãos sexuais e a regulação dos processos reprodutivos, a estimulação do
crescimento e desenvolvimento, e a regulação do metabolismo.
As principais funções dos hormônios da hipófise são:
•
Somatotropina (GH): é atuar sobre as cartilagens de crescimento dos ossos,
além de controlar parte do metabolismo de gorduras, proteínas e hidratos de
carbono.
•
Adrenocorticotrófico (ACTH): é
estimular
a secreção
do hormônio
córticosupra-renais.
•
FSH, ou hormônio folículo estimulante: é de estimular a formação dos
túbulos seminíferos dos testículos e do folículo de Graaf do ovário.
•
LH: a regulação da produção e da liberação de estrogênio, testosterona e
da progesterona são funções do LH (hormônio luteinizante).
•
Prolactina estabiliza: a secreção do estrogênio e da progesterona além de
estimular a secreção de leite.
O hormônio da porção intermediária regula a distribuição de pigmentos e os
hormônios da neuro-hipófise, a ocitocina, atua no útero favorecendo as contrações
no momento do parto e facilitando na secreção de leite, e a vasopressina regula a
contração dos vasos sanguíneos, regulando a pressão e ação antidiurética sobre
os túbulos dos rins.
6
3 SOMATOTROPINA BOVINA RECOMBINANTE
A somatotropina é um hormônio de crescimento natural produzido e
secretado pela hipófise de alguns animais e é liberada direto na corrente sanguínea
durante o período de lactação, estimulando a formação e secreção de IGF-1 (fator
de crescimento semelhante à insulina) pelo fígado, que estimula a capacidade
sintética dos tecidos.
Conhecido por sua sigla em inglesa, rBST, esse hormônio é considerado
uma espécie de precursor dos transgênicos e usado para fazer com que as vacas
produzam mais leite.
Sob condições de nutrição adequada, os receptores da glândula mamária
interagem com o IGF-1, aumentando a absorção de nutrientes, direcionando
grande parte da energia proveniente dos alimentos para a produção de leite.
A rBST estimula a produção de leite das vacas, conseqüentemente, estas
irão
consumir
mais
alimento,
que
então
fornecerá
a
quantidade
extra
de energia necessária. Grande parte desta energia extra será direcionada
para maior produção de leite.
Existem estudos sobre a utilização da somatotropina no desenvolvimento e
características corporais em bezerros, no pré-tratamento de superovulações, no
ganho de peso dos animais, entre outros, pois o seu uso pode afetar muitos
processos fisiológicos. O principal efeito da rSBT são as adaptações metabólicas
que aumentam quantitativamente a partição dos nutrientes absorvidos de modo a
atender a demanda tecidual, apesar de não afetar a digestibilidade da matéria
seca, da energia, da proteína ou mesmo a utilização de energia para a matença e
parcialmente não afetra a utilização de energia para a síntese do leite (NATIONAL
RESEARCH COUNCIL, 2001).
7
4 O QUE SÃO TRANSGÊNICOS
Segundo
consultores
da
WINKIPÉDIA
(2006),
“Transgênicos
são
organismos que, mediante técnicas de engenharia genética, contenham material
genético, de outros organismos. A geração de transgênicos visa a obtenção de
características especificas por um organismo de interesse. Resultados na área de
transgenia já são alcançados desde a década de 1970, época na qual foi
desenvolvida a técnica do DNA recombinante. A manipulação dos genes de
animais e plantas recombinam características de um ou mais organismos de uma
forma que provavelmente não aconteceria na natureza. Além disso, DNA de
animais e plantas podem ser combinados” (WIKIPÉDIA, 2006).
O primeiro transgênico, foi a bactéria Escherichia coli, que sofreu adição de
genes humanos para a produção de insulina na década de 1980.
Nos anos 90, a Monsato lançou seu primeiro produto transgênico, o
hormônio somatotropina bovina (BST), utilizado para aumentar a produção de leite.
Até hoje, o hormônio é motivo de disputa entre EUA e União Européia. Os EUA
também contestam o sistema de rotulagem de alimentos da União Européia (EU),
com o argumento de que a rotulagem é uma barreira não sanitária a seus produtos
(KASSAI, 2005).
De acordo com os mesmos consultores, ainda hoje existe um intenso
debate relacionado à inserção de alimentos geneticamente modificados (AGM) no
mercado, que podem ter uma implicação direta na saúde humana. Alguns países
da Europa e da Ásia rejeitam fortemente a entrada de alimentos com estas
características. Esta polêmica não só divide autoridades, como também a
comunidade cientifica, visto que a ciência ainda não tem informações suficientes
para isentar os transgênicos de efeitos colaterais negativos nos humanos.
Um dos possíveis impactos seria o contato entre o meio ambiente e as
espécies transgênicas, provocando a extinção de alguma espécie vegetal ou
animal menos favorecida, ou que dependa das espécies não modificadas.
8
5 SUPEROVULAÇÃO
Biotecnologia que possibilita a coleta simultânea de mais de um embrião e a
sua transferência para receptoras ou seu congelamento, a transferência de
embriões, tem sido difundida em rebanhos e proporcionando ganho genético, pelo
aumento do número de descendentes de animais geneticamente superiores.
(DROST et al, 1999)
O sucesso destas transferências depende, muitas vezes, da eficiência da
superovulação (CALLESEN et al, 1996) fator limitante atribuído à ampla variedade
na resposta ao tratamento superovulatório, que está diretamente relacionado com a
população de folículos presentes no ovário e com a resposta deles ao estímulo de
gonadotropinas exógenas. Estudos in vivo em raças européias de corte
demonstraram que injeções de somatotropina bovina recombinante (rBST),
reduziram o aumento da população de folículos atrais com diâmetro entre 2 e 5 mm
(GONG et al, 1993).
Neves, Ramos e Marques Junior, pesquisadores da Universidade Estadual
de Minas Gerais, estudaram o efeito da rBST sobre o número de quantidade dos
embriões de 40 vacas da raça holandesa, distribuídas aleatoriamente em três
grupos: controle (GI, n = 15), tratadas com 250 mg de rBST (GII, n = 11) e tratadas
com 500 mg de rBST (GIII, n = 14) no sexto dia do ciclo estral. No décimo dia
após o estro, as doadoras foram submetidas a um tratamento superovulatório com
360 mg de hormônio folículo estimulante (FSH) em doses decrescentes, duas
vezes ao dia, com intervalos de 12 horas. Juntamente com a sétima aplicação de
FSH foram administrados 0,5 mg de cloprostenol (análogo da PGF2) e as
doadoras inseminadas artificialmente 12, 20 e 28 horas após o início da
manifestação de estro. Os embriões foram coletados, não cirurgicamente, no
sétimo dia após a primeira inseminação. A administração de 250 ou 500 mg de
rBST aumentou o percentual de embriões viáveis e não alterou a taxa de gestação
das receptoras.
9
O resultado que obtiveram com o estudo foi que dos 40 animais
superovulados, 86,7%, 100% e 78,6% dos animais dos grupos I, II e III,
respectivamente, responderam ao tratamento com coleta de estruturas. Um
percentual de 20% dos animais do grupo I, 18% do II e 21,4% do III não produziu
embriões viáveis, isto é, não houve diferença entre os grupos quanto à resposta
ao tratamento e ao percentual de fêmeas que produziram embriões viáveis. Dos
três animais (7,5%) que não responderam ao tratamento, dois (13,3%) eram do
grupo I e um (7,1%) do grupo III. A resposta das doadoras foi homogênea: 13,1%
no grupo I produziram 30% dos embriões, 27,3% no grupo II produziram 61,2%, e
14,2% no grupo III, 64,6%.
Não houve diferença no número de estruturas totais, embriões viáveis e
taxa de fertilização entre os grupos. O percentual de embriões viáveis foi diferente
segundo o tratamento, sinalizando que a utilização de rBST, independente da
dose, aumentou o percentual de embriões viáveis, provavelmente em decorrência
da ação direta ou indireta da rBST no estímulo metabólico de folículos antrais que
normalmente estariam em atresia.
Estes resultados são semelhantes ao de estudos que utilizaram rBST
antes, durante e após a superovulação. O mecanismo pelo qual o rBST aumentou
o percentual de embriões viáveis não é possível de ser explicado neste
experimento. O fato de o rBST ter elevado as concentrações plasmáticas do
hormônio do crescimento, do IGF-I e da insulina, provavelmente se explica pelo
efeito desses hormônios sobre maturação dos ovócitos por efeito direto ou pela
estimulação das células da granulosa, além de poderem agir nos estádios iniciais
do desenvolvimento embrionário.
As médias gerais de 8,9 ± 6,9 estruturas totais e 4,68 ± 6,0 embriões
viáveis encontradas neste estudo foram similares aos resultados de Rodrigues
(2001), de 5,0 a 8,5 estruturas coletadas e 4,5 a 7,0 embriões viáveis, para
tratamentos superovulatórios com FSH em bovinos sem especificação da raça.
A taxa de gestação não divergiu entre os tratamentos. A média de 61,0% foi
próxima à encontrada por NEVES et al. (2001), 64,5%, e superior às observadas
por MOREIRA et al. (2002) e BÓ et al. (2002), 42,9% e 54,6%, respectivamente.
10
Apesar da taxa de embriões viáveis ter sido maior nos grupos tratados com rbST,
não houve reflexo na taxa de gestação das receptoras, provavelmente devido à
grande. (in NEVES, 2005)
Com sua pesquisa concluíram que a utilização da somatotropina bovina
recombinante antes do início da superovulação não aumentou o número de
estruturas totais coletadas, mas aumentou o percentual de embriões viáveis,
independente da dose utilizada de 250 mg ou 500 mg, sem alterar a taxa de
gestação das receptoras.
11
6 DESEMPENHO REPRODUTIVO
Baseando-se nos estudos feitos por RENNÓ et al (2005), abaixo será
descrito a visão dos mais diversos autores sobre o efeito da rBST no desempenho
reprodutivo.
Em relação aos efeitos sobre a reprodução, MATTOS (1998) relatou que a
utilização de rBST em vacas lactantes apresenta resultados discrepantes em
relação ao desempenho reprodutivo. A utilização de rBST em vacas de alta
produção tem influenciado o número de serviços por concepção, a taxa de
gestação e o intervalo parto-concepção. Outros autores relataram tendências de
aumento no intervalo parto-concepção (5 a 30 dias) e no número de serviços por
concepção (0,5 a 1) e diminuição da taxa de gestação (-5 a -10%) para animais
tratados com rBST. Citam ainda que vacas tratadas com rBST apresentaram
maior número de serviços por concepção e maior intervalo parto-concepção do
que animais não-tratados.
Verificaram também que a redução na taxa de gestação para animais
tratados com rBST, sem observar influência da aplicação do rBST sobre o
intervalo parto-concepção e o número de serviços por concepção. COLE et al.
(1991) e ZHAO et al. (1992) in RENNÓ (2005) observaram não haver diferenças
em relação à taxa de gestação, número de serviços por concepção e intervalo
parto-concepção em vacas tratadas ou não com rBST. E citaram que a aplicação
de rBST não apresentou efeito direto sobre o desempenho reprodutivo de vacas
em lactação. (RENNÓ, 2006)
Em pesquisa elaborada por RENNÓ et al (2005), concluíram a utilização da
rBST para vacas leiteiras aumentou a produção de leite, a produção de leite
corrigida a 4% de gordura e a persistência de lactação, quando administrada aos
60 dias pós-parto. A rBST não tem efeito sobre a porcentagem e produção de
gordura do leite. A aplicação de rBST aos 60 e 100 dias de lactação não influencia
12
o intervalo parto-concepção, o número de serviços por concepção e a taxa de
gestação aos 150 dias de lactação, bem como não afeta o ganho de peso dos
animais durante o período avaliado.
7 A SOMATOTROPINA NA BOVINOCULTURA LEITEIRA
Para obtenção de ganhos na produtividade leiteira, tem-se utilizado a
somatotropina recombinante bovina (rBST) para vacas em lactação. A resposta à
utilização de rBST em vacas leiteiras se refere a aumentos de 10 a 15% na
produção de leite (RENNÓ, et al, 2006), sendo a magnitude deste aumento afetada
pela qualidade do manejo nutricional. A mobilização corporal de energia e proteínas
para atender o aumento na demanda de nutrientes para a síntese de leite e seus
componentes, causam mudanças na sua composição em curto prazo com a
utilização da rBST. Em longo prazo não afeta a composição do leite, pois poucas
semanas após o uso, as vacas aumentam o consumo de alimentos e não mais
mobilizam reservas. Para uma máxima resposta ao uso da rBST será necessária
um excelente manejo nutricional com alta qualidade de alimentos.
É contra-indicado para animais que não estejam em lactação ou que
estejam fora do período de lactação recomendada. Também não deve ser
ministrado em animais debilitados, os quais tenham sido submetidos a um manejo
nutricional inadequado ou que apresentem sintomatologia infecciosa da glândula
mamaria e, principalmente, não deve ser administrado em seres humanos.
Especialistas se dividem em dois grupos sobre o resultado, para o ser
humano, do uso da rBST. Os primeiros dizem que o aumento na produção de leite
e o maior manejo das tetas das vacas aumentariam os casos de mastite
(inflamação da mama). O problema levaria a maior uso de antibióticos, cujos
resíduos passariam para o leite e chegariam aos consumidores. Isso afetaria o
sistema imunológico das pessoas, reduzindo sua resposta a antibióticos e
aumentando risco de efeitos das doenças. Estes mesmos especialistas defendem
também que os resíduos do IGF-1 no leite, quando passados a humanos,
aumentariam os riscos de ocorrência de câncer e outras doenças. O segundo
grupo afirma que estudos apoiaram que entre as principais causas de mastite não
13
está no aumento da produção de leite. Além disso, a transferência de antibióticos
para o leite só ocorreria em casos de manejo equivocado das vacas, pois o leite de
um animal em tratamento com esses medicamentos não deve ser usado para
consumo humano. Não existe pesquisas que comprovassem resíduos de IGF-1 em
quantidades suficientes para aumentar os riscos de doença em pessoas que
consomem o leite de animais que recebem a somatotropina, já que o sistema
digestivo humano eliminaria esse fator de crescimento.
Cercado por suspeitas de danos à saúde de consumidores, o medicamento
divide opiniões, como já esclarecido, e tem sua comercialização proibida na Europa
e no Canadá, mas permitida nos Estados Unidos e em outros países. O Brasil
adotou a linha norte-americana e em 1990 autorizou dois laboratórios a venderem
aqui o rBST, são eles: Eli Lilly do Brasil Ltda e Schering-Plough Saúde Animal Ind.
e Com. Ltda.
14
8 PRODUTOS
Os dois principais medicamentos no mercado são o Lactotropin e o
Boostin.
O primeiro, Lactotropin, comercializado pela Comercial Teca Tecnologia
Animal que está devidamente licenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, com o número de licença de estabelecimento nº ES-09506-1 e
opera dentro das mais exigentes medidas de higiene, segurança e qualidade.
Seguem a baixo descrições do produto:
•
O programa Lactotropin é uma das tecnologias disponíveis que aumenta a
persistência da lactação. Isto permite que o produtor use o máximo do potencial da
nutrição e do manejo.
•
A formulação exclusiva do produto proporciona o fornecimento continuo de
rBST, permitindo que a vaca aumente sua ingestão de alimento até alcançar suas
necessidades para a produção leiteira adicional.
•
Com o Lactotropin as vacas podem comer mais, aumentando a
disponibilidade de ingredientes para:
a)
Suportar a produção leiteira extra, permitindo a sua continuidade a longo
prazo.
b)
Prolongar a vida das células secretoras de leite.
c)
Recuperar a condição corporal.
•
A resposta ao medicamento melhora injeção após injeção, proporcionando
os melhores resultados quando usado continuamente.
•
Performance a longo prazo:
a)
Como o produto aumenta a resposta leiteira em cada uso, a vantagem
sobre a produção leiteira total continua durante toda a lactação.
b)
Com a formulação do produto, esta vantagem continua lactação após
lactação.
15
c)
A produção acumulada a três lactações pode aumentar mais de 3.400 Kg
com o medicamento comparado com animais não suplementados.
NA
FIGURA
1
pode-se
observar
os
benefícios
de
utilização
de
somatotropina bovina.
FIGURA 1 Curva de Lactação em Relação às Aplicações do Produto
FIGURA 2 Aumento da Ingestão de Alimentos
FIGURA 3 Curva de Lactação em Relação à Persistência
16
FONTE: TECA Tecnologia Animal
O segundo é um medicamento, produzido pelo laboratório Schering-Plough
Saúde Animal, que está no ranking das três maiores empresas de medicamentos
para a saúde animal do Brasil. A empresa é oriunda de uma fusão, no início de
2002, entre a Schering-Plough Veterinária LTDA e a Coopers Brasil LTDA.
A baixo segue informações sobre o produto:
•
Descrição: cada seringa dose contém 500 mg de somatotropina bovina
recombinante, vitamina E (1.665 UI) e lecitina (166,5 mg).
•
Indicações: o produto é indicado para aumentar a produção de leite de
vacas em lactação.
•
Duração do tratamento: esta formulação de liberação lenta oferece
quantidades suficientes de rBST para aplicação com intervalos de 14 dias, que
deverá iniciar-se após o pico de lactação e poderá estender-se até um mês antes
do período seco.
•
Propriedades: sabe-se que a somatotropina bovina é liberada naturalmente
na corrente sanguínea durante o período de lactação, estimulando a formação e
secreção de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina) pelo fígado, que
estimula a capacidade sintética dos tecidos. Sob condições de nutrição adequada,
os receptores da glândula mamária interagem com o IGF-1, aumentando a
absorção de nutrientes, direcionando grande parte da energia proveniente dos
alimentos para a produção de leite. A rBST estimula a produção de leite em vacas,
conseqüentemente, estas irão consumir mais alimento, que então fornecerá a
quantidade extra de energia necessária. Grande parte desta energia extra será
direcionada para maior produção de leite.
•
Características e benefícios:
a)
Características: aumenta a produção de leite; aumenta a produção de leite
sem a necessidade de aumentar o número de vacas no rebanho e; resposta rápida
e prolongada.
17
b)
Benefícios: melhora a lucratividade do produtor; dilui os custos fixos e
melhora a lucratividade; melhora retorno econômico; fortalece o sistema imune e;
contém vitamina E.
•
Modo de usar: administrar em vacas leiteiras no período de lactação, 1
seringa de 2 mL (500 mg de rBST) a cada 14 dias, por via subcutânea, na fossa
ísquio-retal previamente desinfetada, alternando-se os lados esquerdo e direito a
cada aplicação. Após este procedimento, deve-se massagear suavemente o local.
O melhor período para iniciar a aplicação é imediatamente após o pico de produção
leiteira. Nota: deve-se aguardar o produto atingir a temperatura ambiente antes da
aplicação.
•
Contra-indicações: animais que não estejam em lactação ou que estejam
fora do período de lactação recomendado; animais debilitados, submetidos a um
manejo nutricional inadequado ou que apresentem sintomatologia infecciosos da
glândula mamária; e seres humanos.
•
Período de carência: o produto não requer período de carência para a carne
e nem para descarte de leite de animais tratados com o produto.
9 CONCLUSÃO
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Ao fazer a auto-análise me conscientizei de que este trabalho é apenas o
início da construção da minha prática, por tanto não gostaria de utilizar o termo
“concluir”, e sim “construir”.
Hoje encontro maior sentido nas palavras que ouvi desde o início do curso
quando os professores afirmavam que, após meus estudos mudariam a minha
visão sobre a vida, sobre minhas atitudes. De fato, durante a execução dos
trabalhos fui constatando dia a dia que a teoria, cada vez mais se comprova na
prática e que a teoria não é necessariamente “teórica” e sim a base para uma
prática eficaz.
A maneira como fui acolhida pelo meu supervisor e a cumplicidade que senti
se estabelecer entre nós, colaborou para um melhor rendimento do trabalho. Sua
postura profissional e humanista, demonstrada em sua disponibilidade, atenção,
respeito e, principalmente o exemplo de amor a profissão foi sempre contagiante e
de extrema importância para o fortalecimento das minhas convicções, pois sempre
ouvi palavras de incentivo e estímulo que impulsionavam meu ânimo para seguir
em busca dos resultados necessários.
A experiência em que vivi me auxiliou no aprimoramento de meu senso
crítico e ao mesmo tempo fortaleceu a minha crença infantil do meu amor pela
Veterinária.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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