UNIDADE 1 Capítulo IV A importância do cérebro no comportamento humano Especialização dos hemisférios cerebrais: lateralidade e dominância: Pelo que se tem vindo a estudar, foi concluído que existe uma lateralização dos hemisférios do cérebro, ou seja, cada hemisfério está especializado em determinadas funções. Dominância Cerebral Este termo refere-se ao fato de que um dos hemisférios cerebrais é o "dominante" em certas funções. A diferença é predominantemente percebida na linguagem e habilidades manuais. Ainda que exista uma variabilidade de indivíduo para indivíduo, a linguagem é essencialmente representada no hemisfério esquerdo, enquanto as habilidades não verbais tendem a ser representadas no hemisfério direito. Hemisfério esquerdo vs direito Estudos em pacientes Estudos efetuados por Roger Sperry (em indivíduos que possuíam os hemisférios cerebrais separados) mostraram que o hemisfério esquerdo designa-se por hemisfério verbal. Isto tudo porque: Quando um determinado objecto era colocado no campo visual direito do indivíduo, a informação era enviada para o hemisfério esquerdo e o indivíduo respondia através de palavras o que estava a ver. No entanto, quando o mesmo objecto era colocado no campo visual esquerdo do indivíduo, a informação era enviada para o hemisfério direito e o indivíduo não conseguia dizer por palavras o que estava a ver. Hemisfério esquerdo vs direito Funções do hemisfério esquerdo Hemisfério esquerdo vs direito Está associado a funções linguísticas: Ler, escrever, falar, compreender a linguagem, entre outros. Este também se encontra especializado em aptidões matemáticas e na expressão de emoções positivas. Funções do hemisfério direito Está associado a funções espaciais e visuais. Para além destes fatores encontra-se também ligada ao reconhecimento de vozes, expressões faciais etc. Ao contrário do hemisfério esquerdo este hemisfério encontra-se especializado na expressão de emoções negativas. UNIDADE 1 Capítulo IV Contributo de diversas áreas (exemplo caricaturado) A importância do cérebro no comportamento humano O cérebro é uma estrutura que funciona de forma especializada e integrada: Plasticidade cerebral e aprendizagem: Com os estudos que foram efetuados, apesar de não parecer, os hemisférios estão “interligados”. O exemplo mais demonstrativo desta afirmação é a linguagem. Sabe-se que as duas áreas mais ligadas à linguagem são a área de Wernicke (compreensão do discurso oral) e a área de Broca (produção do discurso oral) que estão situadas no hemisfério esquerdo. Assim (por exemplo) ao lermos um livro, o hemisfério esquerdo compreende a gramática e a sintaxe, o que não é o caso do hemisfério direito. Contudo, é o hemisfério direito é o mais importante no que diz respeito à compreensão dos aspetos emocionais daquilo que lemos, bem como das relações espaciais e visuais. Assim, podemos verificar que tanto o hemisfério direito como o esquerdo funcionam em conjunto. Nós, seres humanos, possuímos um programa genético aberto e um cérebro flexível. A esta flexibilidade (capacidade de criar novas sinapses), dá-se o nome de plasticidade cerebral. Face a isto também se sabe que o cérebro não é uma entidade fechada e isolada e por esse motivo manifesta uma grande recetividade às estimulações do meio. Mesmo indivíduos com o mesmo património genético apresentam diferentes configurações cerebrais e individualidade uma vez que não viveram as mesmas experiências e as interpretam de maneira diferente. Assim, esta plasticidade do cérebro, permite a aprendizagem que por sua vez modifica o cérebro de acordo com os problemas que o meio coloca e as necessidades de adaptação. A unidade funcional do cérebro A noção que se tem relativamente ao facto de o cérebro ser uma entidade funcional, significa que a localização das funções cerebrais, têm as suas limitações. No entanto, apesar de existirem zonas do cérebro responsáveis pela (visão, audição etc), não se deve pensar três factos: Essas zonas funcionam todas independentemente umas das outras; Que uma zona assume todos os aspectos de uma função (o que não se aplica no caso da linguagem); Que danificar uma determinada zona do cérebro leva a que uma dada função que lhe estava atribuída desapareça. Contributo de diversas áreas (exemplo caricaturado) Para demonstrar que tais tópicos não se verificam existem dois exemplos que ilustram esta afirmação: Uma mesma função exige a contribuição de diversas áreas do cérebro Por exemplo, quando realizamos um teste de psicologia, é necessária a intervenção de várias zonas do nosso cérebro: Para mantermos a posição do nosso corpo e o equilíbrio para escrever é necessário que o cerebelo funcione; A coordenação motora necessária ao acto de escrever implica a actuação de várias áreas cerebrais; Para desenvolvermos uma resposta é necessária a participação do córtex pré-frontal Isto são apenas exemplos para descrever como é que funciona o nosso cérebro aquando da intervenção de várias áreas. UNIDADE 1 Capítulo IV Unidade funcional do cérebro Unidade funcional do cérebro Unidade funcional do cérebro A importância do cérebro no comportamento humano A função vicariante do cérebro A principal característica que nos diferencia dos animais é a nossa capacidade cerebral. Uma das características mais espantosas do nosso cérebro é a capacidade de recuperação, quase a 100% de uma lesão do cérebro. Até aqui, foram referidas as lesões que podem ocorrer se for afectada uma zona do cérebro. Importa também ver e recuperação das áreas afetadas quase na totalidade. É por causa da capacidade do nosso cérebro funcionar como um todo, como uma rede funcional que conseguimos recuperar quase na totalidade a área danificada. Isto é, cada área do nosso cérebro possui neurónios específicos para determinada função. Quando é danificada uma zona do nosso cérebro, os neurónios dessa zona perdem a sua funcionalidade, mas por causa da função vicariante que o cérebro possui, este consegue recuperar quase totalmente as funções da área afetada.