NEEJA- NÚCLEO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS-CULTURA POPULR, CONSTRUÍNDO UM MUNDO NOVO. APOSTILA DE HISTÓRIA- MÓDULO- 08 PROFESSORAS: IVONE VENDRUSCULO SANDRA M. C. SCHERER A AMÉRICA LUTA PELA INDEPENDÊNCIA 1 – A independência das Treze Colônias A segunda metade do século XVIII foi um período conturbado tanto na Europa quanto na América. Os colonos franceses do Canadá, da mesma forma que os ingleses estabelecidos nas Treze Colônias, procuravam ampliar seus negócios coloniais e áreas de influência na América. Na Europa, entre 1756 e 1763, ocorreu um conflito conhecido como Guerra dos Sete Anos, que envolveu vários países europeus e, onde os colonos ingleses enfrentaram os colonos franceses na América. Tanto a Inglaterra como os colonos ingleses saíram vitoriosos, afastando a presença francesa nas Índias Orientais e conquistando as terras dos colonos franceses na América do Norte, além da Flórida espanhola. Com isso, os colonos ingleses tinham condições de expandir as fronteiras de seus domínios americanos, ampliando a ocupação das terras indígenas. A Inglaterra saiu do conflito fortalecida e com a maior marinha mercante e de guerra do mundo. Porém, teve altos gastos para manter operações militares na Europa, Ásia e América. Para pagar essas despesas, os ingleses por meio de seu Parlamento, aumentaram sua interferência nas Treze Colônias, fortalecendo a sua política mercantilista. Essa prática se manifestou por meio de uma série de leis (Acts), que provocaram grande descontentamento entre os colonos americanos. A Lei do Açúcar de 1764, intervinha no comércio do melaço e do açúcar nas colônias, determinando que os colonos deveriam comprar esse produto somente das Antilhas inglesas; a lei também estabeleceu impostos para a maioria dos produtos importados pelas colônias inglesas. A Lei da Moeda, do mesmo ano, atingia a autonomia financeira das colônias, proibindo-as de emitirem papéis de crédito, utilizados pelos colonos como moeda. Em 1765, a Lei do Selo determinava que fossem selados e taxados todos os documentos oficiais, declarações, jornais e demais publicações feitas na colônia. Os selos seriam fornecidos apenas pelos agentes ingleses. Em 1773, o governo inglês aprovou outra lei. Esta beneficiava a Companhia das Índias Orientais. Conhecida como Lei do Chá, a nova lei estabelecia o monopólio do fornecimento de chá para a América inglesa pela companhia, abrindo um precedente para que a Inglaterra continuasse a estabelecer monopólios em outras atividades comerciais. Os colonos, no entanto, que já estavam descontentes, não aceitaram a imposição dessa nova lei. Muitos passaram a boicotar o chá, substituindo-o por outras bebidas, como o café. Os mais radicais formaramum grupo de carca de 150 pessoas, que se disfarçaram de índios e invadiram o porto de Boston, saqueando os primeiros navios que chegaram carregados de chá, lançando a carga ao mar. Esse episódio ficou conhecido como a Festa do Chá de Boston. Os protestos dos colonos contra a ingerência da metrópole em seus negócios se ampliaram rapidamente. Manifestações de descontentamento ocorreram em várias localidades. Em um desses protestos que ficou conhecido como o massacre de Boston, em março de 1770, uma multidão de colonos se reunirem para protestar contras as leis e a presença de tropas inglesas, mas foram alvejados pelos soldados ingleses que faziam a guarda do quartel. Muitos colonos se feriram, e cinco deles morreram. Esse incidente reforçou os sentimentos de revolta e o desejo de maior autonomia entre os colonos. A Inglaterra não tardou em lançar represálias contra as agitações promovidas pelos colonos. Por meio das chamadas Leis de Coação, chamada pelos colonos de Leis Intoleráveis; os ingleses determinaram a interdição do porto de Boston até o ressarcimento dos prejuízos provocados pela ação dos colonos no porto, além de restringir as reuniões entre os colonos e intervirem na colônia de Massachusetts, submetendo-a diretamente a Coroa. Os colonos, por sua vez, reuniram-se clandestinamente em uma assembleia, formando o Primeiro Congresso Continental, organizado na Filadélfia, na Pensilvânia. Em março de 1774, com exceção da Geórgia, todas as colônias haviam mandado representantes. Os colonos que nesse momento ainda não cogitavam o rompimento com a metrópole, enviaram um documento ao rei da Inglaterra pedindo a abolição das leis, mas não foram atendidos. Durante a formação desse congresso, os colonos se dividiram em duas correntes políticas: de um lado os patriotas que eram favoráveis à independência. Esse grupo era composto por pequenos proprietários, intelectuais, trabalhadores assalariados e pela burguesia ascendente; do outro lado, estavam os legalistas, que mantinham fidelidade a Coroa inglesa formado principalmente por funcionários da burocracia e os latifundiários sulistas. Além desses dois grupos, havia uma parcela significativa da população que era totalmente indiferente às essas questões. As tensões entre colonos e as autoridades inglesas aumentavam rapidamente. A cada dia ficava mais claros para os colonos que os interesses mercantilistas dos ingleses eram contrários aos seus. Em 1775, novamente na Filadélfia ocorreu o Segundo Congresso Continental. Esse reuniu os principais líderes do movimento patriota: John Hancock, Samuel Adams, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, entre outros. Nesse momento, apenas parte dos colonos era a favor de se revoltar contra a metrópole. Após muitas discussões, os partidários da independência saíram vitoriosos e o Congresso deliberou pelo enfrentamento militar contra os ingleses caso necessário. Para comandar as forças rebeldes foi escolhido um rico aristocrata da Virginia, proprietário de terras e escravos, chamado George Washington. Enquanto isso, o rei da Inglaterra declarava que as colônias estavam em estado de rebelião. Em 1775 já haviam começado os primeiros combates entre os patriotas e as forças inglesas, que eram apoiadas pelos legalistas norteamericanos. Em meio aos primeiros combates com os ingleses, os congressistas norteamericanos aprovaram um importante documento: a Declaração de Independência das Treze Colônias. Este documento, redigido por Thomas Jefferson, determinava que as colônias se uniriam formando um único país, porém, cada uma manteria sua autonomia, votando suas próprias leis. Esse documento publicado em 4 de julho de 1776 é o marco da independência dessas colônias, que mais tarde iriam formar os Estados Unidos da América. A guerra de independência se estendeu por seis anos, que foram muito difíceis para os rebeldes, que tinham um exército mal armado e carente de recursos e se treinamento, ao contrário das forças inglesas. A situação dos colonos melhorou graças à ajuda dada pelos espanhóis e, principalmente, pelos franceses, tradicionais inimigos da Inglaterra. A ajuda francesa em dinheiro, soldados e armas foi decisiva para a vitória final dos colonos. Em 1873, a Inglaterra reconheceu oficialmente a independência das Treze Colônias, com a assinatura do Tratado de Paris. Além disso, por meio desse tratado, a Inglaterra devolvia para a Espanha e para França territórios que haviam sido conquistadosdurante a Guerra dos Sete Anos. A EMANCIPAÇÃO DAS COLÔNIAS ESPANHOLAS A independência da América espanhola está relacionada às transformações que ocorreram no século XVIII na Europa e que levaram à ruína o Absolutismo. A independência das colônias inglesas na América do Norte, a Revolução Industrial, o Iluminismo e a Revolução Francesa causaram um grande impacto na América Espanhola. Entre o final do século XV e o inicio do século XVI, a Espanha constituiu na América um imenso império colonial, riquíssimo em metais preciosos e que, até o final do século XVIII, foi a principal fonte de sustento da Coroa espanhola. A Coroa dividiu a administração em quatro vice-reinos; Nova Granada, Nova Espanha, Rio do Patra e Peru. Junto foram criadas quatro capitanias com função de defesa: Guatemala, Chile, Cuba e Venezuela. O Pacto Colonial visava permanecer com o monopólio comercial através de uma série de limitações comerciais e de algumas obrigações por parte da colônia. Em meados do século XVIII, a riqueza das colônias espanholas já não era a mesma. Em séculos anteriores sugou praticamente toda riqueza de algumas regiões. A Espanha tornou-se grande devedora da Inglaterra e da França, pois importava produtos, já que seu desenvolvimento industrial era atrasado. Para contornar a situação, a Coroa espanhola, aumentou os impostos e restringiu ainda mais o comércio colonial. Tais medidas desagradaram os colonos, em especial os criollos. Além dessas restrições econômicas, os criollos também eram proibidos de tomar decisões políticas, pois o controle estava nas mãos dos Chapetones. No século XIX, ocorreram diversas transformações no continente americano. As colônias espanholas e o Brasil se transformaram em Estados nacionais. Simultaneamente, os Estados Unidos se expandiram para o Oeste, enfrentaram uma violenta guerra civil, conhecida como Guerra da Secessão e, por fim, estabeleceram o seu domínio na América Latina. No século XIX, teve inicio o processo de descolonização da América Latina. No século XIX, teve inicio o processo de descolonização da América Latina, levando à formação de Estados independentes, cujo modelo econômico era o agrário-exportador. Pouco antes da emancipação descolonias espanholas, a sociedade colonial se apresentava rigidamente hierarquizado, onde o nascimento, a tradição e a riqueza definiam a posição social do individuo. A elite colonial, dividia-se em: Criollos – eram descendentes de espanhóis nascidos na América. Chapetones – eram pessoas nascidas na metrópole e que possuíam todos os privilégios e ocupavam os altos cargos administrativos. Camada intermediaria – era formada por comerciantes, advogados, médicos, professores, artesões, etc. Camada dominada – era formada pela grande maioria da população . Brasil – As Primeiras Manifestações contra a presença da Metrópole O Brasil colonial passou a conviver com movimentos emancipacionistas a partir do século XVII. As rebeliões coloniais foram influenciadas por pensamentos iluministas. A partir desse momento, grupos revolucionários começaram a construir os caminhos que culminariam na independência do Brasil. Os movimentos brasileiros buscavam uma separação politica e apresentavam características regionais. No final do século XVIII, o Brasil começou a enfrentar problemas econômicos, e a cobrança de impostos por parte da coroa portuguesa passou a desagradar os colonos. Depois da independência dos Estados Unidos, outras colônias começaram a buscar sua emancipação. Assim, começaram as revoltas anticoloniais no Brasil, como a Inconfidência Mineira, a Conjuração Baiana e a Revolução Pernambucana. Vamos entender mais sobre as primeiras manifestações contra a presença da metrópole no Brasil: Inconfidência Mineira – O aumento da cobrança de impostos sobre o ouro resultou na determinação do do quinto, onde todos os garimpeiros deviam dar à coroa portuguesa 20% do ouro descoberto. Com o tempo, o ouro das minas foi acabando e os colonos já não tinham como pagar Portugal. Com a pressão que sofriam de Portugal para o pagamento da dívida, os colonos de Minas Gerais decidiram lutar por uma república independente. A inconfidência foi liderada por Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes. Os revoltosos acabaram sendo denunciados por Joaquim Silvério dos Reis e foram presos. Tiradentes assumiu sozinho a iniciativa da rebelião, e acabou executado no Rio de Janeiro. O corpo de Tiradentes foi esquartejado. Sua cabeça foi erguida num poste de Vila Rica. Conjuração Baiana - Dez anos depois da Inconfidência Mineira, a Bahia começou um novo movimento anticolonial. O movimento contou com a participação de ricos e pobres. Os baianos pediam a abolição da escravatura, o fim da miséria, da injustiça e da desigualdade social. Os revoltosos foram inspirados por ideiais iluministas e pela Revolução Francesa. A conjuração também acabou com fracasso. Os líderes do movimento foram condenados à prisão e à morte. Entre os mortos estavam o soldado Lucas Dantas do Amorim Torres, o aprendiz de alfaiate Manuel Faustino dos Santos, o soldado Luís Gonzaga das Virgens e o mestre alfaiate João de Deus Nascimento. Revolução Pernambucana - A Revolução Pernambucana foi um movimento emancipacionista que começou em 6 de março de 1817, na Província de Pernambuco. Os revoltosos lutavam contra a crise econômica regional, o absolutismo monárquico português e a influência iluminista das sociedades maçônicas. O movimento foi liderado por Domingos José Martins. Em 29 de março, os colonos convocaram uma assembleia constituinte. A revolução foi marcada pelo sentimento de patriotismo dos pernambucanos. No entanto, as tropas de Portugal atacaram e derrotaram os revolucionários em 19 de maio. As tropas portuguesas entraram no Recife e acabaram com o governo provisório. Nesse movimento, os revoltosos foram anistiados e apenas quatro homens foram executados. PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DO BRASIL Para compreender o verdadeiro significado histórico da independência do Brasil, levaremos em consideração duas importantes questões: Em primeiro lugar, entender que o 07 de setembro de 1822 não foi um ato isolado do príncipe D. Pedro, e sim um acontecimento que integra o processo de crise do Antigo Sistema Colonial, iniciada com as revoltas de emancipação no final do século XVIII. Ainda é muito comum a memória do estudante associar a independência do Brasil ao quadro de Pedro Américo, "O Grito do Ipiranga", que personifica o acontecimento na figura de D. Pedro. Em segundo lugar, perceber que a independência do Brasil, restringiu-se à esfera política, não alterando em nada a realidade sócio-econômica, que se manteve com as mesmas características do período colonial. Valorizando essas duas questões, faremos uma breve avaliação histórica do processo de independência do Brasil. Desde as últimas décadas do século XVIII assinala-se na América Latina a crise do Antigo Sistema Colonial. No Brasil, essa crise foi marcada pelas rebeliões de emancipação, destacando-se a Inconfidência Mineira e a Conjuração Baiana. Foram os primeiros movimentos sociais da história do Brasil a questionar o pacto colonial e assumir um caráter republicano. Era apenas o início do processo de independência política do Brasil, que se estende até 1822 com o "sete de setembro". Esta situação de crise do antigo sistema colonial, era na verdade, parte integrante da decadência do Antigo Regime europeu, debilitado pela Revolução Industrial na Inglaterra e principalmente pela difusão do liberalismo econômico e dos princípios iluministas, que juntos formarão a base ideológica para a Independência dos Estados Unidos (1776) e para a Revolução Francesa (1789). Trata-se de um dos mais importantes movimentos de transição na História, assinalado pela passagem da idade moderna para a contemporânea, representada pela transição do capitalismo comercial para o industrial. Os Movimentos de Emancipação A Inconfidência Mineira destacou-se por ter sido o primeiro movimento social republicano-emancipacionista de nossa história. Eis aí sua importância maior, já que em outros aspectos ficou muito a desejar. Sua composição social por exemplo, marginalizava as camadas mais populares, configurando-se num movimento elitista estendendo-se no máximo às camadas médias da sociedade, como intelectuais, militares, e religiosos. Outros pontos que contribuíram para debilitar o movimento foram a precária articulação militar e a postura regionalista, ou seja, reivindicavam a emancipação e a república para o Brasil e na prática preocupavam-se com problemas locais de Minas Gerais. O mais grave contudo foi a ausência de uma postura clara que defendesse a abolição da escravatura. O desfecho do movimento foi assinalado quando o governador Visconde de Barbacena suspendeu a derrama -- seria o pretexto para deflagar a revolta - e esvaziou a conspiração, iniciando prisões acompanhadas de uma verdadeira devassa. Os líderes do movimento foram presos e enviados para o Rio de Janeiro responderam pelo crime de inconfidência (falta de fidelidade ao rei), pelo qual foram condenados. Todos negaram sua participação no movimento, menos Joaquim José da Silva Xavier, o alferes conhecido como Tiradentes, que assumiu a responsabilidade de liderar o movimento. Após decreto de D. Maria I é revogada a pena de morte dos inconfidentes, exceto a de Tiradentes. Alguns tem a pena transformada em prisão temporária, outros em prisão perpétua. Cláudio Manuel da Costa morreu na prisão, onde provavelmente foi assassinado. Tiradentes, o de mais baixa condição social, foi o único condenado à morte por enforcamento. Sua cabeça foi cortada e levada para Vila Rica. O corpo foi esquartejado e espalhado pelos caminhos de Minas Gerais (21 de abril de 1789). Era o cruel exemplo que ficava para qualquer outra tentativa de questionar o poder da metrópole. O exemplo parece que não assustou a todos, já que nove anos mais tarde iniciava-se na Bahia a Revolta dos Alfaiates, também chamada de Conjuração Baiana. A influência da loja maçônica Cavaleiros da Luz deu um sentido mais intelectual ao movimento que contou também com uma ativa participação de camadas populares como os alfaiates João de Deus e Manuel dos Santos Lira.Eram pretos, mestiços, índios, pobres em geral, além de soldados e religiosos. Justamente por possuír uma composição social mais abrangente com participação popular, a revolta pretendia uma república acompanhada da abolição da escravatura. Controlado pelo governo, as lideranças populares do movimento foram executadas por enforcamento, enquanto que os intelectuais foram absolvidos. Outros movimentos de emancipação também foram controlados, como a Conjuração do Rio de Janeiro em 1794, a Conspiração dos Suaçunas em Pernambuco (1801) e a Revolução Pernambucana de 1817. Esta última, já na época que D. João VI havia se estabelecido no Brasil. Apesar de contidas todas essas rebeliões foram determinantes para o agravamento da crise do colonialismo no Brasil, já que trouxeram pela primeira vez os ideais iluministas e os objetivos republicanos. A Família Real no Brasil e a Preponderância Inglesa Se o que define a condição de colônia é o monopólio imposto pela metrópole, em 1808 com a abertura dos portos, o Brasil deixava de ser colônia. O monopólio não mais existia. Rompia-se o pacto colonial e atendia-se assim, os interesses da elite agrária brasileira, acentuando as relações com a Inglaterra, em detrimento das tradicionais relações com Portugal. Esse episódio, que inaugura a política de D. João VI no Brasil, é considerado a primeira medida formal em direção ao "sete de setembro". Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores. Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês. Em 1820, a burguesia mercantil portuguesa colocou fim ao absolutismo em Portugal com a Revolução do Porto. Implantou-se uma monarquia constitucional, o que deu um caráter liberal ao movimento. Mas, ao mesmo tempo, por tratar-se de uma burguesia mercantil que tomava o poder, essa revolução assume uma postura recolonizadora sobre o Brasil. D. João VI retorna para Portugal e seu filho aproxima-se ainda mais da aristocracia rural brasileira, que sentia-se duplamente ameaçada em seus interesses: a intenção recolonizadora de Portugal e as guerras de independência na América Espanhola, responsáveis pela divisão da região em repúblicas. O Significado Histórico da Independência A aristocracia rural brasileira encaminhou a independência do Brasil com o cuidado de não afetar seus privilégios, representados pelo latifúndio e escravismo. Dessa forma, a independência foi imposta verticalmente, com a preocupação em manter a unidade nacional e conciliar as divergências existentes dentro da própria elite rural, afastando os setores mais baixos da sociedade representados por escravos e trabalhadores pobres em geral. Com a volta de D. João VI para Portugal e as exigências para que também o príncipe regente voltasse, a aristocracia rural passa a viver sob um difícil dilema: conter a recolonização e ao mesmo tempo evitar que a ruptura com Portugal assumisse o caráter revolucionário-republicano que marcava a independência da América Espanhola, o que evidentemente ameaçaria seus privilégios. A maçonaria (reaberta no Rio de Janeiro com a loja maçônica Comércio e Artes) e a imprensa uniram suas forças contra a postura recolonizadora das Cortes. D. Pedro é sondado para ficar no Brasil, pois sua partida poderia representar o esfacelamento do país. Era preciso ganhar o apoio de D. Pedro, em torno do qual se concretizariam os interesses da aristocracia rural brasileira. Um abaixo assinado de oito mil assinaturas foi levado por José Clemente Pereira (presidente do Senado) a D. Pedro em 9 de janeiro de 1822, solicitando sua permanência no Brasil. Cedendo às pressões, D. Pedro decidiu-se: "Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto. Diga ao povo que fico". É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal. Graças a homens como José Bonifácio de Andrada e Silva (patriarca da independência), Gonçalves Ledo, José Clemente Pereira e outros, o movimento de independência adquiriu um ritmo surpreendente com o cumpra-se, onde as leis portuguesas seriam obedecidas somente com o aval de D. Pedro, que acabou aceitando o título de Defensor Perpétuo do Brasil (13 de maio de 1822), oferecido pela maçonaria e pelo Senado. Em 3 de junho foi convocada uma Assembléia Geral Constituinte e Legislativa e em primeiro de agosto considerou-se inimigas as tropas portuguesas que tentassem desembarcar no Brasil. São Paulo vivia um clima de instabilidade para os irmãos Andradas, pois Martim Francisco (vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo) foi forçado a demitir-se, sendo expulso da província. Em Portugal, a reação tornava-se radical, com ameaça de envio de tropas, caso o príncipe não retornasse imediatamente. José Bonifácio, transmitiu a decisão portuguesa ao príncipe, juntamente com carta sua e de D. Maria Leopoldina, que ficara no Rio de Janeiro como regente. No dia sete de setembro de 1822 D. Pedro que se encontrava às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, após a leitura das cartas que chegaram em suas mãos, bradou: "É tempo... Independência ou morte... Estamos separados de Portugal".Chegando no Rio de Janeiro (14 de setembro de 1822), D. Pedro foi aclamado Imperador Constitucional do Brasil. Era o início do Império, embora a coroação apenas se realizasse em primeiro de dezembro de 1822. A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos. EXERCÍCIOS 1-As treze colônias da América do Norte pertenciam a qual País? 2- O que foi a Guerra dos Sete Anos e quem saiu vitorioso? 3-Quais as principais Leis Impostas pela Inglaterra ás suas Colônias na América? 4- Em que ano a América do Norte começa a lutar pela Independência, e em que ano a conquista? 5- Como a Espanha dividiu suas Colônias na América Espanhola? 6- O que era o Pacto Colonial implantado nas Colônia da América? 7- Quem eram os Criollos na América espanhola? 8- Quem eram os Chapetones na América Espanhola? 9- A partir de que século tem início os movimentos emancipacionistas brasileiros? 10- Quais os Principais Movimentos Emancipacionistas Brasileiros? 11- Quais as causas da Revolução Pernambucana no Brasil? 12- Em que ano o Brasil consegue se libertar definitivamente de Portugal? 13-Quais as duas principais medidas tomadas pela Família Real no Brasil? 14- Porque a Inglaterra desempenhava uma grande preponderância sobre o Brasil, após a Família Real se instalar aqui? 15- Qual o significado histórico da Independência do Brasil? EXPANSÃO DO CAPITALISMO OCIDENTAL NO SÉCULO XIX A Expansão Imperialista do século XIX Definição de imperialismo O Imperialismo do século XIX foi uma política de expansão e domínio territorial, cultural, econômico e político de nações capitalistas que vivenciavam a segunda revolução industrial. Está política deve ser entendida também como impositora de novas formas de colonização – daí a expressão neocolonialismo – que foi além do colonialismo praticado dos séculos XV a XVIII, época do Antigo regime. “Essa expansão deu inicio a chamada fase imperialista do capitalismo, da qual participaria a maioria das nações industrializadas. Uma das formas adotadas pelo imperialismo nessa expansão foi a partilha da África e da Ásia, a criação de áreas de influencia em diversas regiões do planeta e a formação de novos impérios coloniais. A essa forma especifica de dominação imperialista se deu o nome de neocolonialismo”. Imperialismo: a supremacia inglesa na Era Vitoriana A indiscutível supremacia da Inglaterra – na Europa do século XIX atingiu seu apogeu entre 1850 e 1875. O país, que havia iniciado sua Revolução Industrial mais de cem anos antes, colocou-se quase um século na frente dos demais Estados europeus. Somente na segunda metade do século XIX foi que França, Itália e Alemanha começaram a avançar, mas não o suficiente para abalar a hegemonia inglesa. A Inglaterra enviava homens, capitais, car-vão, tecidos e máquinas para o mundo inteiro. A supremacia naval completava a supremacia econômica. As camadas médias prosperavam, e seu papel político ganhava importância. Londres era a maior cidade do mundo, e o Parlamentarismo, um regime político estável, maleável para que as reformas se antecipassem às necessidades sociais. Assim, a Inglaterra evitou as agitações que assolaram a Europa dos fins do século XVIII ao século XIX. A união de desenvolvimento econômico com progresso social e estabilidade política criou condições para a formação de um vasto império colonial na América, África e Ásia. A dinastia Hannover, surgida no início do século XVIII, teve na rainha Vitória (18371901) o grande símbolo da virtude e da perseverança inglesas. Ela governou o país durante o período de supremacia britânica, por isso mesmo chamado de Era Vitoriana. Os Motivos da expansão imperialista As mudanças tecnológicas que caracterizaram a Segunda Revolução Industrial (motores a gasolina, diesel e eletricidade, produção de aço em larga escala) aumentaram ainda mais a produção, gerando uma grande necessidade de mercados consumidores para os excedentes industriais. Além disso, as potencias centrais do capitalismo, precisavam encontrar fontes de matérias-primas (carvão, ferro, petróleo) e de produtos alimentícios que faltavam em suas terras. Também buscavam novas regiões para investir os capitais disponíveis, construindo ferrovias ou explorando minas, por exemplo. Tal mecanismo era indispensável para aliviar a Europa dos capitais excedentes. Se eles fossem investidos na Europa, agravariam a superprodução e intensificariam a tendência dos países europeus industrializados de adotar medidas protecionistas, fechando seus mercados e tornando a situação ainda mais difícil. Some-se a tudo isso o crescimento acelerado da população europeia, necessitada de novas terras para estabelecer-se. No plano político cada Estado europeu estava preocupado em aumentar seus contingentes militares, para fortalecer sua posição entre as demais potências. Possuindo colônias, disporiam de mais recursos e mais homens para seus exércitos. Tal era a política de revanche, característica da França, que buscava compensar as perdas na Europa, especialmente a Alsácia-Lorena, para os alemães. Ter colônias significava ter portos de escala e abastecimento de carvão para os navios mercantes e militares distribuídos pelo planeta. Já a ação dos missionários religiosos, típica da segunda metade do século XIX, se encaixava em um discurso religioso e cultural que justificava o imperialismo. Eles desejavam converter africanos e asiáticos. Havia gente que considerava mesmo um dever dos europeus espalhar sua civilização entre povos que julgavam primitivos, atrasados e inferiores. Na realidade, além do olhar etnocêntrico e preconceituoso, esse discurso era o pretexto para justificar a colonização e espoliação das áreas dominadas. Foi nesse contexto que assumiu importância um movimento intelectual e pseudo-científico. O desenvolvimento de ideologias racistas que, partindo das teorias de Darwin, afirmavam a superioridade da raça branca: o etnocentrismo, baseado na idéia de que existiam povos superiores a outros (europeus superiores a asiáticos, indígenas e africanos). O darwinismo social interpretava a teoria da evolução a sua maneira errônea, afirmando a hegemonia de alguns sobre outros pela seleção natural. Assim, além de fenômeno político-econômico, o imperialismo teve profunda influência na cultura de sua época. Um exemplo disso foi o poema a “carga do homem branco”, escrito pelo poeta inglês, RudyardKipling (18651936): A expansão do Imperialismo na África e na Ásia O Imperialismo foi uma estratégia política que esteve presente no século XIX em várias regiões do planeta, entre elas na África e na Ásia. Essa foi uma estratégia de expansão e domínio territorial, cultural, econômico e político. As nações capitalistas da Europa e da América do Norte usaram o cenário da segunda revolução industrial para implantar uma nova forma de colonização. Dessa vez, o objetivo era impor um estilo de vida entre as nações subdesenvolvidas. O imperialismo também foi chamado de neocolonialismo. As nações poderosas procuravam ampliar o controle sobre povos mais pobres. O imperialismo também esteve associado à expansão econômica dos países capitalistas. Na África, a expansão do imperialismo aconteceu na metade do século XIX, quando nações europeias começaram a impor sua presença no continente. A África esteve sob domínio da Holanda e da Inglaterra. As nações ricas estavam interessadas principalmente na grande descoberta de diamantes na África do Sul e na abertura do Canal de Suez. A partir de 1869, a Europa entendeu a importância econômica da África e passou a explorar o continente. Isso deu início a uma disputa entre os países europeus para controlar os territórios. No período, foram feitos acordos e estratégias militares para conquistar o território africano. O continente africano passou a ser dominado por Grã Bretanha, Alemanha, França, Portugal, Holanda e Bélgica. As nações capitalistas exploravam as matériasprimas dos países africanos. O imperialismo prejudicou a economia e a vida dos africanos. Outro legado negativo foi a implantação de preconceitos e da ideia de superioridade racial e cultural que eram características europeias. Já na Ásia, o período da conquista europeia começou em 1500 e seguiu até a metade do século 20. Os europeus ocuparam a Ásia para explorar as riquezas do continente. A dominação europeia resultou em novas técnicas para agricultura, a indústria, o comércio, a saúde, a educação e a política. O imperialismo chegou ao Japão, à Indochina e outros países. Esse novo colonialismo também resultou em problemas para essas nações asiáticas. Entre os principais problemas do imperialismo estavam a exploração das riquezas, o desrespeito às culturas e religiões asiáticas e problemas sociais. REFORMA RELIGIOSA Os movimentos religiosos que culminaram na grande reforma religiosa do século XVI tiveram início desde a Idade Média, através dos teólogos John Wycliffe e Jan Huss. Esses movimentos foram reprimidos, mas, na Inglaterra e na Boêmia (hoje República Tcheca), os ideais reformistas perseveraram em circunstâncias ocultas às tendências que fizeram romper a revolta religiosa na Alemanha. No começo do século XVI, a Igreja passava por um período delicado. A venda de cargos eclesiásticos e de indulgências e o enfraquecimento das influências papais pelo prestígio crescente dos soberanos europeus, que muitas vezes influenciavam diretamente nas decisões da Igreja, proporcionaram um ambiente oportuno a um movimento reformista. No final da Idade Média surgiu um forte espírito nacionalista que se desenvolveu em vários países onde a figura da Igreja, ou seja, do Papa, já estava em descrédito. Esse espírito nacionalista foi estrategicamente explorado pelos príncipes e monarcas, empenhados em aumentar os poderes monárquicos, colocando a Igreja em situação de subordinação. Nesse período, os olhos se voltaram para o grande patrimônio da Igreja, que despertou a ambição de monarcas e nobres ávidos em anexar às suas terras as grandes e ricas propriedades da Igreja, que perfaziam um terço do território da Alemanha e um quinto do território da França. Sem contar na isenção de impostos sobre esse território eclesiástico, que aumentava o interesse dos mais abastados. Observa-se nessa fase o surgimento de uma nova classe social, que na Itália era formada por banqueiros e comerciantes poderosos. Mas essa classe social não era tão religiosa quanto à da Alemanha, para a qual a religião tinha um significado muito mais pungente. O espírito crítico do Humanismo e o aperfeiçoamento da imprensa, por Gutemberg, contribuíram para a difusão das obras escritas, entre elas a Bíblia. Ao traduzir a Bíblia para outras línguas, vislumbrou-se a possibilidade de cristãos e não cristãos interpretá-la sem mediação, recebendo conhecimento imediato sobre o cristianismo e suas verdadeiras práticas. O ponto de partida da reforma religiosa foi o ataque de Martinho Lutero, em 1517, à prática da Igreja de vender indulgências. Martinho Lutero era um monge da ordem católica dos agostinianos, nascido em Eisleben, em 1483, na Alemanha. Após os primeiros estudos, Lutero matriculou-se na Universidade de Erfurt, em 1501, onde se graduou em Artes. Após ter passado alguns anos no mosteiro, estudando o pensamento de Santo Agostinho, foi nomeado professor de teologia da Universidade de Wittenberg. Lutero admirava os escritos e as ideias de Jan Huss sobre a liberdade cristã e a necessidade de reconduzir o mundo cristão à simplicidade da vida dos primeiros apóstolos. Através de exaustivo estudo, Lutero encontrou respostas para suas dúvidas e, a partir desse momento, começou a defender A doutrina da salvação pela fé. Ele elaborou 95 teses que criticavam duramente a compra de indulgências. Eis algumas delas: Tese 21 - Estão errados os que pregam as indulgências e afirmam ao próximo que ele será liberto e salvo de todo castigo dos pecados cometidos mediante indulgência do papa. Tese 36 - Todo cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados e sente pesar por ter pecado tem total perdão dos pecados e consequentemente de suas dívidas, mesmo sem a carta de indulgência. Tese 43 - Deve-se ensinar aos cristãos que aquele que dá aos pobres ou empresta a quem necessita age melhor do que se comprasse indulgências. Esses princípios foram considerados uma afronta à Igreja Católica. Em 1521, o monge agostiniano, já declarado herege, foi definitivamente excomungado pela Igreja Católica, refugiando-se na Saxônia. Lutero não tinha a pretensão de dividir o povo cristão, mas a repercussão de suas teses foi amplamente difundida; e suas ideias, passadas adiante. Através da tradução da Bíblia para o idioma alemão, o número de adeptos às ideias de Lutero aumentou largamente; e, por outro lado, o poder da Igreja diminuiu consideravelmente. Seus ideais reformistas religiosos desencadearam revoltas e assumiram dimensões politicas e socioeconômicas que fugiram do seu controle. A revolta social instalou-se e o descontentamento foi geral. Os príncipes tomaram as terras pertencentes à Igreja Católica e os camponeses revoltaram-se, em 1524, contra a exploração da Igreja e dos príncipes. Lutero, que era protegido pelos príncipes, condenou a revolta dos camponeses e do líder protestante radical, Thomaz Munzer. Munzer foi decapitado e um grande número de camponeses revoltados foi massacrado pelos exércitos organizados pelos príncipes locais apoiados por Lutero, que dizia “não há nada mais daninho que um homem revoltado...”. A preocupação de Lutero em defender as aspirações feudais fez com que sua doutrina fosse considerada uma religião, a religião dos nobres. Esses nobres assumiram cargos importantes na Igreja, que foi chamada de Igreja Luterana. A reforma religiosa de Lutero chegou a outros países, como a Dinamarca, Suécia, Noruega, os quais foram rompendo os laços com a Igreja Católica, fomentando a reorganização das novas doutrinas religiosas. EXPANSÃO MARÍTIMO E COMERCIAL DA EUROPA DOS SÉCULOS XV E XVI. No começo do século XV, um movimento que ocorreu na Europa tinha o seu início: A Expansão Marítima. Os países europeus finalmente lançaram-se na conquista dos mares, descobrindo lugares que sequer suspeitavam da existência e iniciando a colonização de terras em outros continentes. A civilização europeia estava saindo da Idade Média e iniciando a Idade Moderna, enfrentavam problemas por causa da crise do feudalismo e sentiram a necessidade de expandir seu mercado, a partir daí começava a expansão marítima e comercial daquele continente. Fatores que levaram à Expansão Marítima 1 – A procura de especiarias: A Itália possuía duas cidades (Gênova e Veneza) que dominaram o mercado de especiarias no Mediterrâneo Oriental, pois era necessário buscar as mercadorias (tecidos, tapetes, perfumes, etc.) nos portos de Alexandria e Constantinopla. Eles revendiam esses produtos por preços absurdos, visando apenas um grande lucro. A burguesia europeia, cansada desses preços, percebeu que era hora de descobrir um novo caminho para as Índias, para quebrar o monopólio italiano sobre o comércio no mar Mediterrâneo. 2 – A escassez de metais preciosos: As minas europeias já não conseguiam atender a demanda de metais preciosos. A escassez foi consequência da grande quantidade de moedas usadas para o pagamento das importações. Eles perceberam que era preciso buscar novas fontes/novas minas fora do continente europeu. 3 – Aliança entre o rei e a burguesia: Essa aliança buscava a valorização do comércio e a centralização do poder, possibilitando a derrota da nobreza feudal. Funcionava desse modo: a burguesia fornecia capital e armas para o exército, em troca, os reis promoviam melhorias no comércio para atenderem aos interesses da burguesia. 4 – A Catequese: A igreja católica desejava conquistar novos fiéis para compensar as perdas com a Reforma Protestante (que havia “tomado” muitos de seus religiosos). A possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo animava os católicos. 5 – Avanços na Arte Náutica: Desejavam aprimorar seus conhecimentos geográficos, após o desenvolvimento da cartografia. As tecnologias de navegação estavam em grande grau de avanço, logo, invenções como a bússola, o astrolábio e a caravela tornaram as viagens bem mais seguras. O Pioneirismo Português Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI. Os portugueses já possuíam certa experiência em navegações – por causa da pesca de bacalhau, por exemplo – o que ajudou bastante o país. Esse pioneirismo só foi possível com: investimento de capital vindo da burguesia e da nobreza (muito interessados no lucro que este negócio poderia gerar), boa qualidade de suas caravelas (superiores à de outras nações) e a preocupação com os estudos náuticos (chegaram a criar até um centro de estudos, A Escola de Sagres). Foi durante essa boa fase que Portugal chegou ao Brasil. Em 1500, Pedro Álvares Cabral o descobriu, antes de seguir até a Índia. Existem controvérsias sobre esta vinda (se foi intencional ou não). Portugal também acabou em disputa com a Espanha, pelas terras da América. Consequências Ampliação do conhecimento humano sobre a geografia da Terra. Revolução comercial – unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos. A decadência das cidades italianas. Formação do Sistema Colonial. Escravismo em moldes capitalistas. Hegemonia europeia sobre o mundo. Afluxo de metais provenientes da América para a Europa. CONQUISTA E COLONIZAÇÃO DA AMÉRICA O processo de conquista e colonização da América pelos europeus provocou significativa devastação ambiental e morte das populações nativas. O objetivo dos conquistadores espanhóis, portugueses, ingleses e franceses era explorar as suas colônias e proporcionar o maior lucro possível para as metrópoles. Em função disso, apropriaram-se das terras, escravizaram, mataram, destruíram. Duas grandes civilizações da América pré-colombiana, asteca e inca, foram dominadas pelos espanhóis. O fabuloso Império Asteca foi conquistado por Hernán Cortês. O responsável pela conquista do Peru foi Francisco Pizarro. No inicio do século XVI, Portugal e Espanha e, um pouco mais tarde, a Inglaterra, a França e a Holanda promoveram a colonização das terras que haviam conquistado na América. A colonização implantada estava ligada à expansão marítima e comercial da Europa, ao fortalecimento das monarquias absolutistas e à política econômica do mercantilismo. O monopólio do comércio colonial garantia à metrópole a aquisição de todos os produtos coloniais a um preço mínimo, porém suficiente para estimular a produção. As colônias eram também um centro consumidor dos produtos metropolitanos. Tanto a Espanha como Portugal foram levados a colonizar suas possessões americanas devido às pressões políticas de alguns países europeus, particularmente França e Inglaterra. Esses países só respeitavam as terras efetivamente ocupadas, e não aquelas garantidas pelo Tratado de Tordesilhas. BRASIL COLÔNIA DE PORTUGAL Ciclo do pau-brasil (1500 a 1530) - Chegada dos portugueses ao Brasil em 22 de abril de 1500. - Portugueses começam a extrair o pau-Brasil da região litorânea, usando mão-de-obra indígena. A madeira era comercializada na Europa. - Os portugueses construíram feitorias no litoral para servirem de armazéns de madeira. - Nesta fase os portugueses não se fixaram, vinham apenas para explorar a pau-Brasil e retornavam. - Época marcada por ataques estrangeiros (ingleses, franceses e holandeses) à costa brasileira Ciclo do açúcar (1530 até século XVII) - Em 1530 chega ao Brasil a expedição de Martim Afonso de Souza com objetivo de dar início a colonização do Brasil e iniciar o cultivo da cana-de-açúcar. - A região Nordeste é escolhida para o cultivo da cana-de-açúcar em função do solo e clima favoráveis. - Em 1534 a Coroa portuguesa cria o sistema de Capitanias Hereditárias para dividir o território brasileiro, facilitando a administração. O sistema fracassou e foi extinto em 1759. - Em 1549 foi criado pela coroa portuguesa o Governo-Geral, que era uma representação do rei português no Brasil, com a função de administrar a colônia. - A capital do Brasil é estabelecida em Salvador. A região nordeste torna-se a mais próspera do Brasil em função da economia impulsionada pela produção e comércio do açúcar. - Nos engenhos de açúcar do Nordeste é usada a mão-de-obraescrava de origem africana. - Invasão holandesa no Brasil entre os anos de 1630 e 1654, com a administração de Maurício de Nassau. - Nos séculos XVI e XVII, os bandeirantes começam a explorar o interior do Brasil em busca de índios, escravos fugitivos e metais preciosos. Com isso, ampliam as fronteiras do Brasil além do Tratado de Tordesilhas. Ciclo do ouro (século XVIII) - Em meados do século XVIII começam a serem descobertas as primeiras minas de ouro na região de Minas Gerais. - O centro econômico desloca-se para a região Sudeste. - A mão-de-obra nas minas, assim como nos engenhos, continua sendo a escrava de origem africana. - A Coroa Portuguesa cria uma série de impostos e taxas para lucrar com a exploração do ouro no Brasil. Entre os principais impostos estava o quinto. - Grande crescimento das cidades na região das minas, com grande urbanização, geração de empregos e desenvolvimento econômico. - A capital é transferida para a cidade do Rio de Janeiro. - No campo artístico destaque para o Barroco Mineiro e seu principal representante: Aleijadinho. REVOLUÇÃO BURGUESA A situação da França no século XVIII era de extrema injustiça social na época do Antigo Regime. O Terceiro Estado era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial. Os impostos eram pagos somente por este segmento social com o objetivo de manter os luxos da nobreza. A França era um país absolutista nesta época. O rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos súditos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à morte. A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. A base da sociedade era formada pelo terceiro estado (trabalhadores, camponeses e burguesia) que, como já dissemos, sustentava toda a sociedade com seu trabalho e com o pagamento de altos impostos. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas. A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade econômica em seu trabalho. A Revolução Francesa (14/07/1789) A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objetivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luis XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa. O lema dos revolucionários era "Liberdade, Igualdade e Fraternidade ", pois ele resumia muito bem os desejos do terceiro estado francês. Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, porém a família real foi capturada enquanto tentava fugir do país. Presos, os integrantes da monarquia, entre eles o rei Luis XVI e sua esposa Maria Antonieta foram guilhotinados em 1793. O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução. No mês deagosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo. Girondinos e Jacobinos Após a revolução, o terceiro estado começa a se transformar e partidos começam a surgir com opiniões diversificadas. Os girondinos, por exemplo, representavam a alta burguesia e queriam evitar uma participação maior dos trabalhadores urbanos e rurais na política. Por outro lado, os jacobinos representavam a baixa burguesia e defendiam uma maior participação popular no governo. Liderados por Robespierre e Saint-Just, os jacobinos eram radicais e defendiam também profundas mudanças na sociedade que beneficiassem os mais pobres. A Fase do Terror Maximilien de Robespierre: defesa de mudanças radicais Em 1792, os radicais liderados por Robespierre, Danton e Marat assumem o poder e organização as guardas nacionais. Estas recebem ordens dos líderes para matar qualquer oposicionista do novo governo. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época. A burguesia no poder Napoleão Bonaparte: implantação do governo burguês Em 1795, os girondinos assumem o poder e começam a instalar um governo burguês na França. Uma nova Constituição é aprovada, garantindo o poder da burguesia e ampliando seus direitos políticos e econômico. O general francês Napoleão Bonaparte é colocado no poder, após o Golpe de 18 de Brumário (9 de novembro de 1799) com o objetivo de controlar a instabilidade social e implantar um governo burguês. Napoleão assume o cargo de primeiro-cônsul da França, instaurando uma ditadura. Conclusão A Revolução Francesa foi um importante marco na História Moderna da nossa civilização. Significou o fim do sistema absolutista e dos privilégios da nobreza. O povo ganhou mais autonomia e seus direitos sociais passaram a ser respeitados. A vida dos trabalhadores urbanos e rurais melhorou significativamente. Por outro lado, a burguesia conduziu o processo de forma a garantir seu domínio social. As bases de uma sociedade burguesa e capitalista foram estabelecidas durante a revolução. Os ideais políticos (principalmente iluministas) presentes na França antes da Revolução Francesa também influenciaram a independênciade alguns países da América Espanhola e o movimento de Inconfidência Mineira no Brasil. EXERCÍCIOS 16-Quais as principais causas de grande expansão Imperialista do século XIX? 17- Porque a Inglaterra assumiu a posição de Supremacia durante o século XIX? 18- Quais as causas do Imperialismo sobre a Ásia e África? 19- O que era o Neocolonialismo implantado pelos países Europeus na Ásia e África? 20- Quais os países que exerceram maior domínio sobre a África e Ásia no século XIX? 21- Após descobrirem diversas riquezas na África, quais os outros países que passaram a dominar este território? 22-O que foi a Reforma Religiosa? 23-Cite as principais causas da expansão Marítima e comercial europeia? 24-Conforme os países Europeus, quais os motivos que os levaram á Navegação? 25- Qual o País pioneiro na Navegação? 26- Qual a primeira riqueza extraída do Brasil por Portugal? 27-O ciclo do açúcar se desenvolveu em qual a região brasileira? 28-Em 1534, como dividiram as terras brasileiras, para facilitar a administração? 29-Com o fracasso do sistema de Capitanias Hereditárias, qual o outro sistema de governo implantado no Brasil? 30-Quais as Capitais que o Brasil já teve? 31-A mão de obra utilizada na produção do açúcar no brasil era: 32- Em que região brasileira se desenvolveu o ciclo do ouro? 33-Como era dividida a Sociedade francesa durante a Revolução Francesa? 34-O que era a Bastilha na França? REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFA Piletti,Nelson,HistóriaeVida,volume 3,3ª Edição, Atica Ceriacopi Reinaldo e Azevedo C.Gislaine,História em Movimento, volume 1, Etitora Ática. Educação de Jovens e dultos,EditoraVergínia, e Moderna,1ª Edição, São Paulo2013. Carneiro; Miguel Castilho Junior, Rubem Gorki,Educação de Jovens e AdultosGlobal. CORTI, ANA PAULA, VIVER, APRENDER, INTERDISCIPLINAR, 1ª EDIÇÃO, EDITORA GLOBAL, SÃO PAULO, 2013. Educação de jovens e adultos/Neide Aparecida de Almeida. -1ªed. São Paulo: Global, 2013. LUCI, Eliam Alabai, Homem e Espaço Geografia. 11º edição. São Paulo: Saraiva 1998.. MELHEM, Adas. Geografia. 3º edição. São Paulo: Moderna, 1988. MOREIRA, Igor Antônio Gomes. Construindo o espaço brasileiro. São Paulo: Ática, 2002; MORINA, Lúcia: RIGOLIN, Tércio. Geografia. 1ºEdição. São Paulo: Ática,2002. NOVO Dicionário Aurélio (Aurélio Buarque de Holanda) Rubem Gorki, TELECURSO 2000; VESENTINI, j.Willian; Wlach, Vânia. Geografia crítica- O espaço natural e a ação humana. 1º edição. São Paulo Ática,2000. William Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. -7ed. Reformada. -São Paulo: Saraiva 2010 eleito Presidente e Vice em 2011 e que foram reeleitos em 2014?