CORRELAÇÃO CLÍNICA – INTEGRAÇÃO METABÓLICA Paciente: Joana Idade: 10 De acordo com os relatos da paciente é possível concluir que ela deu entrada no hospital com cetoacidose diabética decorrente da diabetes melito 1(DM1). Dessa forma, ela apresenta deficiência na secreção de insulina pelas células beta do pâncreas e, em decorrência disso, hiperglicemia sanguínea. Tal deficiência , em geral, é ocasionada pela destruição autoimune indolente sofrida por essas células secretoras de insulina. De fato, a homeostase normal da glicose é fortemente regulada por três processos inter-relacionados: a produção de glicose no fígado, a captação de glicose e a utilização pelos tecidos periféricos, principalmente músculos esqueléticos. Um aumento nos níveis de glicose sanguínea resulta em captação de glicose pelas células β-pancreáticas, facilitada por um transportador de glicose independente de insulina, o GLUT-2. A sinalização da insulina facilita o tráfego das vesículas contendo a proteína transportadora de glicose GLUT – 4 na membrana plasmática , o que promove a captação da glicose. Logo, os e feitos anabólicos da insulina são atribuíveis à síntese aumentada e à degradação reduzida de glicogênio, lipídios e proteínas. As anormalidades metabólicas do DM1 afeta de forma marcante o metabolismo dos órgãos e tecidos que necessitam diretamente da insulina para o controle metabólico, que são: o cérebro, o fígado, o rim, o músculo e o tecido adiposo. A hiperglicemia e cetoacidose são causados por níveis elevados de glicose e cetonas no sangue, que resulta da mobilização aumentada de ácidos graxos do tecido adiposo, combinada com aceleração hepática na β-oxidação e na síntese de 3hidroxibutirato e acetoacetato. O acúmulo de acetil – CoA leva a produção de corpos cetônicos, que não podem ser usados pelos tecidos extra-hepáticos na velocidade com que são produzidos no fígado, causando cetoacidose diabética. Além desses compostos, ocorre um acúmulo de acetona no sangue, que por ser volátil, provoca o hálito cetônico. A lesão celular oxidativa causada pelos radicais livres contribuem para o desenvolvimento das complicações DM1 e para a diminuição das defesas antioxidantes, causando falta de ar, dor de estômago e fraqueza generalizada. Outro aspecto importante é que a perda de massa corpórea pela paciente Joana deve-se, pricipalmente, à produção deficiente do hormônio insulina. Assim, a glicose circulante no seu corpo não consegue entrar nas células através dos canais GLUT-4, os quais dependem da insulina para sua abertura, e estão presentes no tecido adiposo e no tecido muscular. Em razão da falta de glicose para as células, o tecido adiposo sofre um aumento da lipólise dos ácidos graxos armazenados nele, bem como o tecido muscular sofre um aumento do catabolismo de suas próteinas e devido a esses problemas temos o emagrecimento da paciente. Cabe salientar que o início da DM1 é marcada pela polidipsia, glicosúria e conseqüentemente a poliúria os quais decorrem pela alteração nos processos metabólicos. Como a insulina é um dos principais hormônios anabólicos, a deficiência deste, leva a um estado catabólico que afeta não apenas o metabolismo da glicose, mas também o metabolismo de lipídeos e proteínas como descrito anteriormente. A hiperglicemia resultante excede o limiar renal de absorção de glicose, resultando em glicosúria. Esta por sua vez, causa uma diurese osmótica e, consequentemente, a poliúria(quem urina muito), levando a uma profunda perda de água e eletrólitos. Além disso, a perda de água pelos rins, aliada à hiperosmolaridade causada pelos níveis elevados de glicose no sangue, leva à redução da água intravascular, estimulando os receptores osmóticos do centro do cérebro, aparecendo a sede intensa ou polidipsia. Por fim, quando a paciente receber um tratamento a base de insulina os níveis desse hormônio na circulação sanguinea irão se normalizar, e,consequentemente, a glicemia será controlada e o açúcar que estar no sangue poderá penetrar dentro das células para ser utilizado como fonte do metabolismo energético. Além disso, a realização de atividade física e o controle alimentar ajudam a manter os níveis de açúcar no sangue controlados e afastam o risco de ganho de massa corpórea. INSTITUTO SUPERIOR DE TEOLOGIA APLICADA - INTA CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA BENEDITA TATIANE SARAH VASCONCELOS FERNANDO CASCIO CARLOS EDUARDO ALDENIZIO NETO CORRELAÇÃO CLÍNICA – INTEGRAÇÃO METABÓLICA SOBRAL – CE 2014