Apresentação Esta edição é resultado dos resumos e artigos apresentados no I Congresso Norte Mineiro de Especialidades Médicas (CONMEM), realizado pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas – FUNORTE, na cidade de Montes Claros. O evento ocorreu entre os dias 21 e 24 de agosto de 2013, e abordou os principais temas da prática médica com um enfoque científico. Contou com a participação de profissionais renomados e aptos a expor os conhecimentos mais atuais através de palestras, mesas redondas, minicursos e apresentação de trabalhos. Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito Editora Geral da Revista Norte Mineira de Enfermagem - RENOME 3 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Depressão Pós-Parto: uma abordagem sobre os fatores de risco Ana Cláudia Oliveira Amorim¹ Hernan Carlos Sampaio Filho¹ Vitor Hipólito Silva² ¹Instituto Ciências da Saúde/ ICS- FUNORTE- Montes Claros- MG ²Universidade Estadual de Montes Claros- Montes Claros- MG Autor para correspondência: Ana Cláudia Oliveira Amorim Rua Iolanda Almeida, 54 – Cidade Nova Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-470 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A gestação e o puerpério são períodos que precisam ser avaliados com especial atenção, pois envolvem inúmeras alterações físicas, hormonais, psíquicas e de inserção social, podendo refletir na saúde mental das pacientes. O presente trabalho enfatiza a depressão pós-parto (DPP), caracterizada por um transtorno do humor de grau moderado a severo, de caráter multifatorial, clinicamente identificado como um episódio depressivo. Este quadro inicia-se durante o primeiro ano do pós-parto, com maior incidência entre a quarta à oitava semana após o parto. Objetivo: Identificar os principais fatores de risco relacionados à predisposição de puérperas desenvolverem DPP; analisar a associação entre condições psicossociais, hormonais, conflitos conjugais e o perfil psicológico prévio das gestantes com o desenvolvimento da DPP; e avaliar as repercussões da DPP na relação materno-infantil e no desenvolvimento da criança. Material e métodos: Foram avaliados 20 trabalhos sobre DPP nos bancos de dados Scielo e PubMed, restringidos entre o período de 2000 a 2013. Resultados: De acordo com a literatura, diversos fatores de risco estão associados à etiologia da DPP, sendo divididos em três categorias: a primeira refere-se à qualidade dos relacionamentos interpessoais da mãe e com seu parceiro; a segunda relaciona-se à gravidez, ao parto e à ocorrência de eventos estressantes, agressão física, emocional ou sexual; e a terceira refere-se às adversidades socioeconômicas. Os fatores endócrinos também estão relacionados à etiologia da DPP, com o envolvimento de hormônios como a progesterona, estradiol, cortisol, CRH, prolactina, TSH, T3 e T4. O risco para episódios de DPP é aumentado em mulheres com transtorno de humor anterior ao pós-parto, principalmente histórico prévio de transtorno afetivo bipolar do tipo I. Conclusões: Os estudos revisados indicam que a DPP tem etiologia multifatorial, atingindo significativo número de mulheres no pós-parto. A DPP manifestase com intensidade variável, dificultando o estabelecimento de vínculo afetivo estável entre mãe e filho, e interferindo na qualidade dos laços emocionais futuros. Há evidências de associação entre a DPP e prejuízo no desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança. Pode-se concluir que a detecção precoce dos fatores de risco envolvidos na DPP, realizada mediante acompanhamento das gestantes, seja um fator importante para a prevenção da própria DPP e das repercussões na interação mãe-filho. 4 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Fatores envolvidos na etiopatogenia do carcinoma gástrico Bárbara Daniela Gonçalves Santos¹ Bárbara Francielly Carvalho Soares¹ Daniele Mesquita de Brito¹ Danielle Flávia Gomes Guilherme¹ Isabela Carine Ramos¹ Diane Francine Gomes Guilherme² ¹Graduanda em Medicina/Unimontes ²Residente em Ginecologia e Obstetrícia/ Santa Casa de Montes Claros Autor para correspondência: Bárbara Daniela Gonçalves Santos Rua Dona Tiburtina, 1208 – Centro Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39403-043 [email protected] RESUMO Introdução: O carcinoma gástrico é responsável por muitos óbitos no Brasil e no mundo, constituindo a terceira causa de câncer nos homens e a quinta, em mulheres. O diagnóstico é geralmente tardio, quando a terapêutica não é mais efetiva, sendo crucial a obtenção de um diagnóstico precoce, a fim de elevar a sobrevida dos pacientes. Para tal, é mister a compreensão da etiologia desse câncer, a partir da identificação de seus fatores de risco - hereditariedade, tabagismo, dieta, gastrectomia e a infecção pela bactéria Helicobacter pylori - sendo este considerado o cofator mais relevante na carcinogênese gástrica. Objetivo: Compreender os fatores envolvidos na etiologia do câncer gástrico, com enfoque na infecção pela bactéria H. pylori. Materiais e Método: Trata-se de um estudo descritivo fundamentado na revisão de literatura integrativa em base de dados como LILACS e SciELO, utilizando os termos “H. pylori”, “gastrite” e “carcinoma gástrico”. Resultados e Discussão: A carcinogênese gástrica envolve uma sequência progressiva de eventos oriundos da infecção pela bactéria H. pylori, com consequente gastrite crônica, seguida de gastrite atrófica, metaplasia intestinal (MI), displasia e, por fim, carcinoma. Embora a gastrite atrófica e a metaplasia intestinal sejam consideradas lesões precursoras do câncer, apenas uma pequena parcela dos pacientes com tais lesões desenvolverão a neoplasia, sendo necessária a associação com outros fatores etiológicos. A bactéria H. pylori é comumente adquirida na infância, podendo persistir por toda vida. Sua atuação no epitélio gástrico, por meio de toxinas, enzimas e mediadores inflamatórios, promove ruptura da barreira mucosa do estômago, ocasionando dano epitelial, alteração do fluxo sanguíneo, da produção de muco e da liberação de gastrina. Vale ressaltar que há graus variáveis de virulência entre as cepas da bactéria, refletindo em diferentes situações de inflamação da mucosa gástrica. Ademais, destaca-se sua importante propriedade adaptativa, por meio da excreção de amônia, o que neutraliza a acidez estomacal, e da interação com as células hospedeiras, propiciando a estadia prolongada da bactéria no organismo. Conclusão: A bactéria H. pylori possui distribuição cosmopolita, associando-se a vários distúrbios gástricos, dentre eles, o câncer. Portanto, a identificação precoce da infecção por esse microrganismo, bem como a pesquisa de outros fatores patogênicos, pode reduzir sobremaneira a incidência dessa neoplasia. 5 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Avaliação da sensibilidade da alfafetoproteína e gonadotrofina coriônia humana (β-hcg) no prognóstico do câncer de testículo Bruno Porto Soares1 Tamara Carvalho Vasconcelos1 Joane de Souza Quaresma1 Kaito Alves Carvalho Laube1 Iuri Braga de Oliveira 1 Édson da Silva Gusmão2 1 Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. 2 Médico especialista em anatomia patológica. Autor para correspondência: Bruno Porto Soares Rua Joviniano Ramos, 446, São José Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39400-437 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O câncer de testículo, apesar de raro, é a neoplasia maligna mais comum entre homens jovens entre 15 e 35 anos. Os tumores germinativos não seminomatosos (85%) e os seminomatosos (10%) apresentam capacidade de sintetizar glicoproteínas que são utilizados como marcadores tumorais. Os marcadores oncofetais (α-Fetoproteína e β-HCG) estão relacionados com a atividade do tumor sendo utilizados para diagnóstico, monitorização e prognóstico de pacientes com tumores de células germinativas. Objetivo: Avaliar a sensibilidade da α-fetoproteína e gonadotrofina coriônia humana (β-HCG) no prognóstico do câncer de testículo. Materiais e Método: Trata-se de uma revisão de literatura realizada no período de maio a julho de 2013 com 25 publicações datadas de 2003 a 2013 disponíveis nas principais bases eletrônicas de periódicos: SCIELO e BIREME, bem como as diretrizes sobre o câncer de testículo da Sociedade Brasileira de Urologia e INCA. Resultados e Discussão: Os marcadores tumorais utilizados para o prognóstico do câncer testicular que conferem melhor acurácia são α-Fetoproteína (AFP) e β-HCG. O aumento dos níveis de AFP é visto em 70% dos carcinomas embrionários e do β-HCG em 100% dos coriocarcinomas e em 60 a 80% dos carcinomas embrionários. Apresentam prognóstico favorável os tumores não seminomatoso com AFP < 1,000 ng/mL e hCG < 5,000 IU/l e seminomas com AFP normal e qualquer hCG. Prognóstico intermediário não seminomatoso, AFP > 1,000 e < 10,000 ng/ml ou hCG > 5,000 e < 50,000 IU/l e desfavorável AFP > 10,000 ng/ml ou hCG > 50,000 IU/l. Esses marcadores são geralmente solicitados antes do início, semanalmente e sempre antes de cada novo ciclo terapêutico. Conclusão: A AFP e o β-HCG apresentam especificidade relativa e sensibilidade significativa, estratificando os riscos e influenciando no prognóstico do câncer de testículo. Estes marcadores estão elevados em 80% dos pacientes com tumor de células germinativas dos testículos metastáticos não-seminomatosos e seminomas (exceto AFP), e em quase todos aqueles com prognóstico ruim. Utilizando-se esta classificação, a sobrevida mediana de cinco anos é de 90% para os pacientes com bom prognóstico, 75% para os intermediários e 50% para os ruins. 6 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 A influência do hpv de alto risco no carcinoma cervical Danielle Flávia Gomes Guilherme¹ Bárbara Daniela Gonçalves Santos¹ Bárbara Francielly Carvalho Soares¹ Daniele Mesquita de Brito¹ Isabela Carine Ramos¹ Diane Francine Gomes Guilherme² ¹Acadêmica de Medicina/Unimontes ²Médica Residente em Ginecologia e Obstetrícia/ Santa Casa de Montes Claros Autor para correspondência: Danielle Flávia Gomes Guilherme. Rua Domiciano Pimenta,100 –Vila Luiza. Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39400-399. [email protected] Introdução: A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) constitui atualmente um problema de saúde pública, devido a sua comprovada associação ao carcinoma cervical, que é a quarta maior causa de morte por câncer no sexo feminino no Brasil, acometendo mulheres adultas com vida sexual ativa. Existem mais de cem tipos do HPV, no entanto, somente quinze desses são considerados de alto risco para malignidade, e, portanto, geneticamente capazes de codificar proteínas oncogênicas, especialmente E6 e E7. A E6 promove a inativação da proteína p53 e ativa a telomerase, imortalizando a célula, enquanto a E7 atua sobre a proteína codificada pelo gene Rb, levando à proliferação celular descontrolada. Os vírus HPV 16, 18, e 31, considerados de alto risco, têm uma capacidade singular de promover a integração de seu material genético aos cromossomos hospedeiros. Não obstante, é necessária a associação da infecção pelo HPV a outros fatores de risco, como paridade, tabagismo, estado imunológico, uso de contraceptivos orais, história de DST e múltiplos parceiros sexuais para o estabelecimento e progressão de uma lesão para o carcinoma. A partir disso, nota-se que como prevenção do contágio e do desenvolvimento do HPV, é essencial a adoção de atitudes sexuais seguras, como o uso de preservativos e a redução do número de parceiros sexuais, além de vacinação precoce e exame citológico de colo uterino periódico. Objetivo: Informar sobre a relação entre a infecção por HPV de alto risco e o câncer de colo de útero, bem como a importância da prevenção dessa DST. Materiais e Método: Trata-se de estudo descritivo, baseado em informações coletadas no banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde, através dos termos “vírus HPV”, “câncer de colo de útero e HPV” e “câncer de colo uterino”, acrescidas de literaturas médicas na área da Ginecologia e Oncologia. Resultados e Discussão: O Câncer cervical associado ao HPV é uma patologia de alta morbimortalidade em países em desenvolvimento, por apresentar evolução lenta, ser assintomática e, principalmente, pela baixa adesão ao exame preventivo. Conclusões: O HPV é o principal fator etiológico da neoplasia do colo uterino e ainda acomete muitas mulheres em idade reprodutiva em nosso país. Logo, faz-se necessário um maior investimento na educação sexual, visto que a profilaxia primária é bastante acessível, a afecção é facilmente diagnosticada e o tratamento, em fases precoces, tem apresentado bons resultados. 7 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Prevalência da hipertensão arterial no Brasil: estudo ecológico com base em série histórica Marcos Loyola Borém Guimarães1 Maria Cecilia Izidorio Barbosa. 1 Phillip Viriato Santos. 1 Isabela Loyola Borém Guimarães 2 André Luiz Cândido Sarmento Drumond Nobre. 3 Simone de Melo Costa. 4 1 Acadêmico do curso de medicina do Instituto de Ciências da Saúde/ Faculdades Unidas do Norte de Minas – ICS/FUNORTE. 2 Medica formada no curso de medicina da ICS-FUNORTE. 3 Médico cardiologista do Hiperdia. 4 Profª Drª da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes. Autor para correspondência: Marcos Loyola Borém Guimarães Rua Av. Pedro Alvares Cabral, 520 - Ibituruna Montes Claros, MG, Brasil CEP. 3940-1284 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A hipertensão arterial é uma das doenças de maior prevalência na população brasileira, estando frequentemente associada a alterações morfofuncionais de órgãos-alvo e alterações metabólicas que predispõem a eventos cardiovasculares. Objetivo: O trabalho avalia a série histórica da hipertensão arterial no Brasil entre 2006 e 2010. Método: Trata-se de estudo ecológico realizado com dados secundários - indicadores e dados básicos do Brasil - divulgados pelo Ministério da Saúde. Os dados foram capturados pela pesquisa VIGITEL- Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico. Utilizou-se o método comparativo e a análise das prevalências da hipertensão arterial nos anos de 2006 e 2010. As diferenças entre as prevalências anuais foram calculadas para definir o acréscimo ou decréscimo no período de quatro anos, no Brasil, nas regiões brasileiras e por sexo. Resultados: Verificou-se um aumento de 1,8 na prevalência da hipertensão arterial no Brasil, sendo em 2006 21,5% e em 2010 23,3%. O aumento da prevalência foi menor nas mulheres que nos homens, sendo 24,2% para 25,5% e 18,4% para 20,7% respectivamente. A avaliação por região demonstrou que apenas na região Norte houve decréscimo na prevalência da hipertensão arterial, de 19,1% para 18,1%, sendo que por sexo a região Norte apresentou decréscimo nas mulheres de 1,4 e nos homens 0,5. Na região Nordeste o acréscimo foi de 0,6, sendo as prevalências iguais a 21,4% e 22,0% nos anos avaliados, sendo o maior acréscimo nos homens. Na região Sudeste houve aumento na prevalência de 22,8% para 25,2%, constatado aumento tanto nas prevalências de homens como de mulheres. Na região Sul houve aumento de 2,9, sendo o acréscimo percebido nos dois sexos. Na região Centro-oeste houve aumento de 19,4% para 22,6%, sendo detectado acréscimo nos homens, de 17,4% para 24,2% e decréscimo nas mulheres, de 21,3% para 21,2%. Conclusão: No Brasil houve aumento da prevalência de hipertensão arterial. Na análise por região o decréscimo foi observado apenas no Norte. Entre homens observou-se decréscimo no Norte e entre mulheres no Norte e Centro-oeste. O aumento da prevalência de hipertensão arterial no Brasil requer políticas públicas para o enfrentamento das complicações da doença e gerenciamento dos cuidados nos diferentes níveis de complexidade. 8 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Os lipídeos e seu papel como fonte energética em diferentes intensidades de exercício Ramanna Castro de Oliveira¹ ¹ Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. Graduanda em Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE Autor para correspondência: Ramanna Castro de Oliveira Rua Francisco Anolino de Souza, 111 – Barcelona Park Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39401-825 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A prática da atividade física leva o organismo a um maior estresse, promovendo alterações fisiológicas importantes para se adaptar a esse processo. Uma demanda energética celular aumentada se faz necessária, de modo que alterações na Frequência Cardíaca, no consumo de oxigênio, na modulação hormonal e nas fontes energéticas celulares ocorrem para suprirem essa maior necessidade corporal. Fatores que afetam a fonte energética no exercício são a sua intensidade, o estado de treinamento e a dieta do atleta. . Objetivos: discutir o papel dos lipídeos como fonte energética em diferentes intensidades de exercício e as situações em que são prioritariamente mobilizados. Material e métodos: O estudo foi realizado por meio de revisão bibliográfica e análise de artigos nacionais e internacionais. Para viabilizar a coletas de dados foram utilizados os descritores “lipídeos”, “metabolismo” e “exercícios”, utilizando as bases de dados LILACS e BIREME. Resultados e discussão: Foram relacionados 925 artigos, sendo selecionados os 20 artigos cujo título e/ou resumo mais se adequavam à discussão. Em exercícios de características mais intensas de esforço máximo ou submáximo, mas que só podem ser mantidos por, no máximo 3 minutos a principal fonte energética são os glicídeos e a recuperação dos fosfagênios se faz por meio da fosfocreatina muscular, com o exercício assumindo um caráter predominantemente anaeróbio, tendo os lipídeos tem um papel secundário nesse fornecimento devido à característica aeróbia da β-oxidação. Em exercícios de duração prolongada, superior a 10 minutos, haverá a utilização dos glicídeos e lipídeos como fontes energéticas. Esse tipo de exercício assume uma característica predominantemente aeróbia e a principalidade no uso das fontes energéticas varia de acordo com o estado de treinamento do atleta, sua predominância de fibras musculares, a condição inicial de glicogênio e a duração total da atividade. Estudos demonstram uma maior utilização dos lipídeos após 30 minutos de exercício. Conclusões: Os lipídeos possuem papel importante como fonte energética em exercícios de intensidade baixa e moderada (até 60% do VO2máx) e duração prolongada assumindo a principalidade no fornecimento energético quando o exercício ultrapassa os 30 minutos nessa situação de esforço, embora tenha papel auxiliar nesse fornecimento desde o início da atividade. A função de armazenamento energético que os lipídeos assumem nos seres humanos é fator importante na disponibilidade do fornecimento energético necessário à manutenção desse tipo de atividade. A característica aeróbia do exercício é favorecedor da β-oxidação, o que permite a manutenção da atividade física sem que haja o acúmulo excessivo de lactato e posterior interrupção da atividade devido à fadiga. 9 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Revisão sobre as repercussões da hemodiálise na qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica Maria Letícia Marques Pinheiro1 Cristina Andrade Sampaio2 Acadêmica de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes Doutora em Saúde Coletiva/ Unifesp. Professora da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes Autor para correspondência: Maria Letícia Marques Pinheiro Rua João Pinheiro, 575, Centro Montes Claros, MG, Brasil [email protected] 1 ² RESUMO Introdução: No Brasil a epidemiologia da insuficiência renal crônica (IRC) é pouco explorada, embora se estima que haja mais de um milhão de portadores desta patologia com caráter progressivo e debilitante, além de repercussões sociais e econômicas. Há três tratamentos disponíveis para pacientes com IRC: diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal. A evolução terapêutica permite que pacientes em tratamento hemodialítico aumentem a sobrevida. Porém, muitas vezes não há concordância entre tal aumento e a qualidade com que esses anos ganhos são vividos. Objetivos: Revisar publicações acerca das repercussões do tratamento hemodialítico na qualidade de vida de insuficientes renais crônicos. Material e métodos: A amostra constitui-se de onze artigos, no idioma português que foram buscados nas bases de dados BVS, Scielo e Periódicos Capes e publicados entre os anos de 2003 e 2013. Resultados e discussão: A partir da análise dos onze artigos observou-se que o instrumento básico mais utilizado para o estudo da qualidade de vida de pacientes em hemodiálise é o questionário SF-36, que considera capacidade funcional, aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos funcionais e saúde mental. Em todos os artigos foram observados o tempo de hemodiálise e, embora haja divergência, a maioria relacionou negativamente o tempo de tratamento aos menores escores obtidos, principalmente sobre aspectos físicos, supõe-se que esse dado corrobora com a progressão característica da doença mesmo com tratamento. Quanto às variações de idade, cinco estudos concluíram que pacientes mais novos obtém as melhores pontuações quanto à vitalidade e aspectos físicos. Por outro lado, os idosos parecem lidar melhor com questões emocionais, o que pode significar que aceitam melhor as limitações da IRC. Não se pode afirmar que a diferença de gêneros repercuta na qualidade de vida, uma vez que três estudos afirmam essa associação e dois negam. Em mais da metade das pesquisas, a presença de comorbidades, associou-se à baixas pontuações, provavelmente, devido aos aspectos também debilitantes dessas patologias. Conclusão: A insuficiência renal crônica prejudica as atividades diárias do indivíduo, não apenas quanto à capacidade física e funcional, mas também influencia sobremaneira aspectos cognitivos e emocionais. A despeito dos avanços no tratamento hemodialítico que permitem aos indivíduos viver mais, é necessário um olhar mais cuidadoso para a qualidade desse viver. 10 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Ação e efeito do ranelato de estrôncio no tratamento da osteoporose Allana Sousa de Santana1 Camillo Tupinambá Oliveira1 Taís Aguiar Ivo1 Vitor Santos de Almeida1 William Hafid Fonseca Machado1 Marília Baeta Gontijo2 1 2 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Allana Sousa de Santana Rua Iraci de Oliveira Novais, 220, apt 207, bloco B – Cândida Câmara Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39401-043 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A osteoporose é um distúrbio multifatorial e progressivo do esqueleto, caracterizado por redução da massa óssea e deterioração da microarquitetura óssea, aumentando o risco de fraturas. Quando a doença está estabelecida, conduta medicamentosa e medidas gerais devem ser empregadas. O ranelato de estrôncio é um fármaco pró-formador do tecido ósseo, e o primeiro tratamento anti-osteoporótico que atua, simultaneamente, para aumentar a formação óssea e para diminuir a reabsorção. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre o papel do ranelato de estrôncio no tratamento da osteoporose. Materialemétodos: Realizou-se uma revisão integrativa a partir de levantamento bibliográfico de artigos nacionais publicados entre 2010 e 2012 na base de dados Lilacs e Scielo. Resultados e Discussão: O ranelato de estrôncio é um medicamento que estimula a replicação do pré-osteoblasto, aumentando o número de osteoblastos, além de agir estimulando a formação de colágeno, levando à formação do osso. Ao mesmo tempo, reduz a diferenciação e a atividade dos osteoclastos, inibindo a reabsorção óssea. Ao longo do tratamento, é possível observar que os marcadores de formação óssea (fosfatase alcalina e pró-peptídeo C) aumentam, enquanto os de reabsorção óssea (C-telopeptídeo sérico e N-telopeptídeo urinário) diminuem logo no terceiro mês, confirmando, assim, sua dupla ação. Sua utilização correta leva ao aumento da densidade mineral óssea (DMO), redução nas fraturas vertebrais e não vertebrais em três anos de uso, sendo recomendado para uso em longo prazo. Em relação a consequências negativas do uso desse medicamento, a diminuição da atividade da vitamina D3 hidroxilase pode levar ao desenvolvimento da osteomalácia, o que não ocorre quando utilizada nas pequenas doses diárias preconizadas. A sua eficácia é comprovada tanto em estágios mais iniciais quanto nos mais avançados da osteoporose, inclusive na população das pacientes com 80 ou mais anos de idade. Ela se observacom a redução de fraturas em pacientes sem fraturas prévias e em pacientes com fraturas. Em relação à utilização em homens, não há ainda um protocolo definido para tal.Conclusão: O ranelato tem a sua eficácia comprovada e constitui uma das opções de tratamento medicamentoso para a osteoporose em mulheres.Quando utilizado nas doses adequadas,leva a uma calcificação osteoide normal e diminui o risco de fratura consequente à doença. 11 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Impacto social da dor pélvica crônica em mulheres e na saúde pública Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis1 Moara Halanna Barbosa1 Isabela Lima Moreira1 Caroline Ribeiro Duarte1 Leonardo de Jesus Araújo2 Acadêmica do curso de Medicina nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE Mestrando em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES 1 2 Autor para correspondência: Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis Rua Carmínio de Abreu, 130 – Morada do Sol Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39402-226 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Dor pélvica crônica (DPC) é uma doença debilitante de alta prevalência, com grande impacto na qualidade de vida e produtividade, com custos relevantes para os serviços de saúde. Sua fisiopatologia é pouco conhecida, com tratamento muitas vezes insatisfatório por ser limitado ao alívio temporário dos sintomas. Objetivo: Reunir informações importantes sobre o impacto da DPC na população feminina mundial. Metodologia: Realizou-se uma revisão da literatura a partir de uma abordagem qualitativa, utilizando-se os bancos de dados MEDLINE e BIREME. Analisando 5 documentos com os seguintes descritores: dor crônica, dor pélvica. Discussão: A DPC é definida como dor não cíclica com duração igual ou superior a seis meses suficientemente severa para interferir com as atividades habituais ou necessitar de cuidados médicos. A etiologia não é clara e, usualmente, resulta de uma complexa interação entre os sistemas gastrintestinal, urinário, ginecológico, músculo-esquelético, neurológico, psicológico e endócrino, influenciada ainda por fatores socioculturais. Tal situação eleva a realização de exames subsidiários, muitas vezes desnecessários, considerando que a maioria dos diagnósticos é feita através de histórica clinica e exame físico bem feitos. A prevalência estimada de DPC é de 3,8% em mulheres de 15 a 73 anos (superior à enxaqueca), entre 14 a 24% em mulheres na idade reprodutiva, com impacto direto na sua vida conjugal, social e profissional, além de apresentarem índices mais elevados de introversão, ansiedade e depressão quando comparadas a outros grupos. Cerca de 60% das mulheres com a doença nunca receberam o diagnóstico e 20% nunca realizaram qualquer investigação para elucidar a causa da dor. Na atenção primária 39% das mulheres queixam-se de dor pélvica. É responsável por 40 a 50% das laparoscopias ginecológicas, 10% das consultas ginecológicas e, aproximadamente, 12% das histerectomias. Adicionalmente, implica custo direto e indireto superior a dois bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos. Não sabemos sua real prevalência em países em desenvolvimento, mas estima-se que seja superior àquela encontrada em países desenvolvidos. É provável que no Brasil essa prevalência seja aproximadamente de 10%. Conclusão: O papel do clínico é essencial, ao realizar diagnóstico preciso e precoce, evitar procedimentos desnecessários, promover medidas preventivas e instituir tratamento eficaz a fim de melhorar a qualidade de vida da mulher afetada. 12 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Características da mortalidade infantil em menores de um ano no estado de Minas Gerais Bruna Tupinambá Maia1 Eduardo Gonçalves2 Graduação em Medicina – Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros Professor Assistente do Departamento da Saúde da Mulher e da Criança/ CCBS/ Unimontes e da graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros 1 2 Autor para correspondência: Bruna Tupinambá Maia Rua Dr. Veloso, 1018, APTO 502 - Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-074 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A mortalidade infantil (MI) refere-se aos óbitos ocorridos ao longo do primeiro ano de vida, sendo comumente medida pelo coeficiente de mortalidade infantil. Este é calculado pelo número de óbitos em menores de um ano, por mil nascidos vivos, em uma determinada unidade geográfica e abrange a soma de óbitos ocorridos nos períodos neonatal precoce (0-6 dias de vida), neonatal tardio (7-27 dias) e pós-neonatal (28 dias e mais). Graças à vulnerabilidade desta faixa etária, a MI tem sido considerada um importante indicador para avaliar os cuidados de saúde, bem como as condições socioeconômicas de um determinado país. Objetivo: Identificar as taxas de mortalidade em menores de um ano do estado de Minas Gerais e relacioná-las à eficácia das ações básicas de proteção à saúde infantil. Materiais e Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, descritivo e quantitativo baseado nos dados dos indicadores demográficos registrados na Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), relativos ao período entre os anos de 1990 e 2009. Resultados: Em 1990 o número total de óbitos em menores de um ano foi de 10.099. Destes, a maior parte correspondeu ao período pós-neonatal tardio. Em contrapartida, no ano 2000, a maiorias das mortes documentadas ocorreram na primeira semana de vida e, a minorias no período pós-neonatal. Esta tendência persistiu até o ano de 2009 e neste, além da redução da taxa de mortalidade pós-neonatal, houve também uma redução do número total de óbitos. Conclusão: A redução da mortalidade em lactentes menores de um ano, sobretudo no período correspondente ao pós-neonatal, evidencia a eficácia das ações básicas de proteção à saúde infantil, já que sua etiologia encontra-se fundamentalmente relacionada aos fatores ambientais, como as doenças infecciosas e a desnutrição. Desta forma, posteriormente à diminuição da mortalidade infantil pósneonatal, pode-se verificar também a redução da mortalidade neonatal, mediante a adoção de medidas voltadas para o cuidado pré natal, a assistência ao parto e o pós-natal imediato. Portanto, fica clara a necessidade de analisar a mortalidade infantil segundo seus componentes, uma vez que as ações preventivas a serem adotadas para a redução da mortalidade neonatal e pós-natal são distintas. 13 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Características epidemiológicas da sífilis gestacional no estado de minas gerais Bruna Tupinambá Maia1 Camila Matos Versiani1 Eduardo Gonçalves2 Graduação em Medicina – Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros Professor Assistente do Departamento da Saúde da Mulher e da Criança/ CCBS/ Unimontes e da graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros 1 2 Autor para correspondência: Bruna Tupinambá Maia Rua Dr. Veloso, 1018, APTO 502 - Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-074 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A sífilis é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum e transmitida pela via sexual e verticalmente durante a gestação. Caracteriza-se por períodos de atividade e latência; pelo acometimento sistêmico disseminado e pela evolução grave em parte dos pacientes não tratados ou tratados inadequadamente. Quando adquirida durante a gravidez, pode levar ao abortamento espontâneo, morte fetal e neonatal, prematuridade e danos à saúde do recémnascido. A sífilis gestacional é de notificação compulsória, pois pode ser prevenida e tratada ainda no período pré-natal. Objetivo: Identificar as características epidemiológicas dos casos de Sífilis Gestacional notificados em Minas Gerais. Métodos: Pesquisa descritiva, transversal, retrospectiva e quantitativa baseada nos dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Estes são relativos aos casos de sífilis gestacional notificados no período de 2006 a 2010 em Minas Gerais. Resultados: Entre os anos de 2006 e 2010, 949 notificações de sífilis gestacional foram feitas no estado de Minas Gerais. Destas, 245 ocorreram no ano de 2007 (25,81%), 247 em 2008 (26,02%), 307 em 2009 (32,34%) e 131 em 2010 (13,80%). A maior prevalência de casos confirmados se deu nas gestantes com idade entre 20-39 anos (739 casos) e 15-19 anos (175 casos), correspondendo a 77,87% e 18,44% do total, respectivamente. Quanto à escolaridade, 25,39% da amostra (241) possuíam ensino fundamental (4ª a 8ª série) incompleto e 12,96% este nível de escolaridade completo. As gestantes com ensino médio (1º ao 3º ano) incompleto representam 7,79% e aquelas que concluíram até o 3º ano atingem o percentual de 6,74%. Do total analisado, 5 possuíam ensino superior completo e 3 o mesmo, porém incompleto, equivalendo-se a 0,52% e 0,31%, respectivamente. Em contrapartida, 6 eram analfabetas (0,63%) e 433 (45,62%) não tinham o grau de escolaridade informado. Os critérios utilizados para a confirmação do diagnóstico foram os laboratoriais e os clínico-epidemiológicos. O primeiro foi responsável pela confirmação de 833 casos notificados (87,77%) e o segundo por 116 casos (12,23%). Conclusão: Segundo os dados analisados, a sífilis congênita ainda apresenta uma prevalência alarmante. Dessa forma, é necessário que a equipe de saúde esteja seriamente comprometida com a qualidade dos serviços prestados na assistência pré-natal, buscando o diagnóstico e tratamento precoces da gestante. 14 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Prevalência de infecções do trato urinário em pacientes atendidos no NASPP – Montes Claros. Camila Matos Versiani1 Bruna Tupinambá Maia1 Eduardo Gonçalves2 Graduação em Medicina – Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros Professor Assistente do Departamento da Saúde da Mulher e da Criança/ CCBS/ Unimontes e da graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros 1 2 Autor para correspondência: Camila Matos Versiani Rua Dona Tiburtina, 992 - Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-079 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: As infecções de trato urinário (ITU) são citadas como uma das infecções bacterianas mais comuns, estimando-se que 50% das mulheres terão ao menos um episódio ao longo da vida. O patógeno mais frequentemente isolado é a Escherichia coli, agente etiológico de 50 a 70% dos casos de ITU. A contaminação ocorre através de três vias: ascendente, a partir da microbiota fecal e uretral; hematogênica e linfática, sendo esta última mais rara. Objetivos: Descrever a prevalência de ITU em pacientes atendidos no Núcleo de Atenção à Saúde e de Práticas Profissionalizantes (NASPP), Montes Claros-MG, de janeiro de 2010 a novembro de 2011. Materiais e métodos: Foram analisadas 342 amostras de urina. As amostras foram semeadas em placas Ágar Cled e Ágar MacConkey, incubadas em estufa bacteriológica e posteriormente analisadas, identificando-se as amostras positivas. Foram consideradas positivas as amostras com crescimento de colônias igual ou superior a aproximadamente 100.000 UFC/mL. Realizaram-se, ainda, provas de identificação bacteriológica. Quanto aos aspectos éticos, a presente pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), tendo sido devidamente aprovado (2759/2011). Resultados e discussão: Foram realizadas 342 uroculturas das amostras dos pacientes em estudo. A maioria das culturas analisadas foram negativas, correspondendo a 74% da amostra total. Quanto ao sexo, 93% das amostras positivas pertenciam a indivíduos do sexo feminino. Mulheres adultas apresentam 50 vezes mais chances de ocorrência de ITU se comparadas aos homens, sendo esse fato atribuído à menor extensão da uretra feminina e à maior proximidade entre vagina e ânus. Assim, a infecção por via ascendente é facilitada por esses fatores anatômicos. Quanto à idade, mostrou-se uma prevalência de ITU na faixa etária que vai dos 21 aos 40 anos. Já a análise dos agentes etiológicos mostrou a predominância da Escherichia coli (43%), seguida por Enterococcus sp (25,84%), Staphylococcus saprophyticus (10,11%) e Klebsiella sp (5,61%). Assim, demonstra-se o predomínio de microorganismos gram-negativos oriundos da micorobiota intestinal ou genital. Conclusões: A presente pesquisa expôs satisfatoriamente o perfil epidemiológico das ITU na população estudada, confirmando o sexo feminino como o mais atingido por essa condição e a Escherichia coli como o agente etiológico mais frequente. Ademais, foi demonstrada ainda a alta prevalência de uroculturas negativas, o que evidencia a relevância do diagnóstico clínico para evitar-se a sobrecarga do sistema de saúde. 15 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Diagnóstico diferencial de feocromocitoma em portadores de hipertensão arterial sistêmica Daniel Abolafio Gontijo1 Camillo Tupinambá e Oliveira1 Vitor Santos de Almeida1 Allana Sousa de Santana1 Roberto Júnior Gomes Junqueira1 Marília Baeta Gontijo2 1 2 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Daniel Abolafio Gontijo Rua João F. Pimenta, 49, apt 01 – Vila Santa Maria, Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-081. E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada um dos grandes problemas de saúde pública no mundo por ser a mais frequente das doenças cardiovasculares. O diagnóstico diferencial da HAS é extremamente relevante para que possíveis causas secundárias sejam eliminadas ou encontradas. O feocromocitoma é tumor considerado uma das causas de hipertensão arterial secundária. É uma neoplasia das células cromafins, de ocorrência rara (2 casos/1.000.000), com incidência semelhante em ambos os sexos e maior predomínio entre 30-50 anos. Objetivo: Analisar o conhecimento produzido e publicado acerca do diagnóstico diferencial da HAS, com enfoque no diagnóstico do feocromocitoma. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa que sintetizou o conhecimento produzido acerca do diagnóstico diferencial da HAS com enfoque no feocromocitoma. As fontes consultadas foram MEDLINE e LILACS. Foram identificadas 102 produções escritas de 2000 a 2008, sendo utilizadas 14 produções como amostra do estudo. Resultado: Pacientes com feocromocitoma apresentam-se classicamente com crises paroxísticas de hipertensão arterial acompanhadas de cefaleia, sudorese profunda, palpitações, palidez e sensação de morte iminente. Em cerca de 60% dos casos, os pacientes apresentam hipertensão mantida com elevações ainda maiores e paroxísticas dos níveis normais. Entre os outros 40%, os indivíduos são normotensos entre as crises, evoluindo episodicamente com paroxismos hipertensivos. Apesar de o feocromocitoma ser caracteristicamente uma causa de hipertensão arterial secundária, nota-se que estes pacientes são bastante hipovolêmicos, devido à constrição de todo o sistema vascular. Esses pacientes sofrem, frequentemente, de hipotensão postural e podem evoluir para o choque, que só responde à vigorosa reposição volêmica. A piora da hipertensão arterial com o uso de antagonistas β-adrenérgicos é uma importante pista para diagnóstico e se deve ao bloqueio do estímulo β2 de vasodilatação muscular. De forma inversa, a utilização de antagonistas α-adrenérgicos está relacionada com queda dramática da pressão arterial, revelando mais uma vez o estado de hipovolemia encontrado nesses pacientes. Conclusão: É imprescindível o diagnóstico diferencial de feocromocitoma nos pacientes com HAS, para que possíveis fatores secundários que causam a elevação da pressão sejam identificados de forma precoce e tratados corretamente, promovendo dessa forma uma melhor qualidade na assistência. 16 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Doença de alzheimer: repercussões psicossociais na família e nos cuidadores Eliane Nunes Lima1 Sérgio Souza Silva Buruaem1 Suzi de Almeida Vasconcelos Barboni2 ¹Graduando de Medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS. ²Graduação em Licenciatura em Ciências em Biologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana(UEFS), Mestrado em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília, Doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, Professora adjunto da UEFS. Autora para correspondência: Eliane Nunes Lima Praça Dois de Julho, N.26 - centro. Feira de Santana, BA, Brasil CEP: 44002-568 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A Doença de Alzheimer (D.A) constitui a perda progressiva e irreversível da memória, além do comprometimento das seguintes perturbações: afasia, apraxia, agnosia, correspondendo a 60% de todas as demências. A D.A caracterizada pela deteriorização irreversível das funções cognitiva e motora, comprometendo os aspectos psicossociais e emocionais não apenas do seu portador como também da família. Com a evolução da doença ocorre progressivo comprometimento das atividades da vida diária (AVD), tanto as instrumentais como as básicas, seguindo uma hierarquia paralela ao declínio cognitivo. A D.A tem início insidioso e a deterioração progressiva é acompanhada de repercussões negativas na qualidade de vida não só do indivíduo afetado, mas da família, e em especial, do cuidador. Isto porque as pessoas com D.A perdem progressivamente, as capacidades instrumentais e com avançar da doença tornam-se dependentes de seus cuidadores. Objetivos: Analisar as repercussões física, psíquicas e sociais expostas aos cuidadores e familiares de pacientes com D.A. Metodologia: Consiste em uma revisão de literatura, na qual buscou subsídios em artigos indexados nas revistas do Portal Periódico da Capes, na base de dados Scielo, Bireme, PubMed e MedLine dos últimos 10 anos, usando os descritores: idoso, doença de Alzheimer, família e cuidador. Resultados e Discussão: Foram selecionados 12 artigos em língua portuguesa, sobre o impacto das vivências dos cuidadores familiares de portadores da D.A . Nos achados não há divergência, ficando claro que as pessoas com D.A tornam-se rapidamente dependentes de seus cuidadores havendo forte carga emocional envolvida. Diante disso, aspectos relevantes como as modificações no estilo de vida do cuidador e família para incluir as novas necessidades do portador de D.A implicam em várias conseqüências tais como: a sobrecarga física e emocional decorrente do cuidado, exaustão e estresse manifestados em irritabilidade, tristeza, solidão, sentimentos relatados pelos cuidadores. Conclusão: É evidente que as repercussões psicossociais sobre os cuidadores devido à tarefa de cuidar demandam uma elevada exigência física e mental isso pode repercutir diretamente na qualidade de vida dos cuidadores. Portanto, uma atenção psicossocial aos cuidadores é essencial, pois se reflete em uma melhor qualidade de vida não só para o cuidador, mas principalmente para o seu desempenho eficaz e afetivo perante o paciente. 17 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Identificação de fatores de risco da pré-eclâmpsia: uma abordagem importante na assistência primaria à gestantes Gabriel Pereira Coelho Gomes1 Daniel Abolafio Gontijo2 Giovana Maria Cortes Mendes Ferreira2 Juliana Fróes Ribeiro2 Taís Aguiar Ivo2 Marília Baeta Gontijo3 1 Acadêmico de Medicina/ Pitágoras Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS 3 Médica graduada pela UNIMONTES, professora da FUNORTE/ICS 2 Autor para correspondência: Gabriel Pereira Coelho Gomes Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – centro Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39400-111 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: No Brasil, a hipertensão arterial (HA) é a causa mais frequente de morte materna (responsável por 23% delas). A pré-eclâmpsia (PE) é a principal síndrome hipertensiva da gestação, apresentando altas taxas de morbimortalidade. A PE é caracterizada pela presença de HA (PA > 140/90 mmHg) associada à proteinúria (> 300 mg/24h ou > 1+/amostra isolada em tira teste reagente), com instalação após 20 semanas de gestação, podendo persistir até 12 semanas após o parto. Existem diversos fatores que aumentam o risco de desenvolver a PE, tais como diabetes, doença renal, obesidade, gravidez múltipla, primiparidade, antecedentes pessoais ou familiares de pré-eclâmpsia e/ou hipertensão arterial crônica e raça negra. Objetivo: Identificar os fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de PE para auxiliar na prevenção e diagnóstico do início clínico da doença, oferecendo à gestante um acompanhamento especializado. Material e Métodos: Foram analisados artigos nacionais publicados nas bases de dados LILACS, e MEDLINE, entre os anos de 2009 a 2012 e selecionadas as referências relevantes para o levantamento de dados frente aos objetivos propostos. Resultados e Discussão: Os sintomas mais comuns da PE são cefaleia, tontura, dor epigástrica, distúrbios visuais e edema de membros. Como a PE é uma síndrome com uma grande repercussão social, torna-se necessária a busca por fatores de risco para instituir a prevenção e o tratamento, evitando assim a mortalidade e as complicações intra e pós-gestacionais. Dentre os fatores que elevam a incidência da PE podemos destacar: primiparidade, afrodescendência, sedentarismo, hiperglicemia, hiperinsulinemia, obesidade, pouca coabitação sexual, troca de parceiro, pai portador de histórico de PE em gestação anterior, mulheres provenientes de gestações complicadas por PE, antecedente da patologia na mãe e/ou irmã, gestação prévia com PE, infecções do trato urinário, infecções por clamídia e pelo citomegalovírus. Conclusão: Sabendo que a hipertensão gestacional se mostra como a maior causa de mortes maternas, torna-se de suma relevância a identificação dos fatores de risco (adequando-os a realidade regional), para que, dessa forma, sejam implantadas as políticas de combate a tais fatores, oferecendo para a gestante e ao concepto uma gestação uma melhor assistência. 18 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Depressão e fatores associados na população idosa Giovana Maria Côrtes Mendes Ferreira1 Allana Sousa de Santana1 Roberto Júnior Gomes Junqueira1 Gabriel Pereira Coelho Gomes2 Vitor Santos de Almeida1 Marília Baeta Gontijo3 1 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS 2 Acadêmico de Medicina/Pitágoras 3 Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Giovana Maria Côrtes Mendes Ferreira Rua Iraci de Oliveira Novais, 220, apt 207, bloco B – Cândida Câmara Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39401-043 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O envelhecimento populacional é o atual desafio para a saúde pública. A maior sobrevida deve está associada a fatores que melhoram a qualidade de vida. Portanto, diante das mudanças demográficas, torna-se essencial um planejamento que responda às particularidades da saúde do idoso. A prevalência de doenças crônicas nos idosos exige tratamento contínuo, aumentando a demanda e gastos com os serviços de saúde. Dentre uma das comorbidades mais prevalentes na terceira idade está à depressão. Essa é considerada pela Organização Mundial de Saúde um grave problema de saúde pública, visto que tem o potencial de aumentar a incapacidade funcional. Objetivo: Revisar a literatura sobre a importância e relevância do diagnóstico precoce da depressão e fatores associados na população idosa, como incapacidade para Atividades de Vida Diárias (AVDs) e Atividades Instrumentais de Vida Diárias (AIVDs). Método: Foram analisados artigos publicados nas bases de dados LILACS e SciELO entre os anos de 2006 e 2012 e selecionadas as referências relevantes para o levantamento de resultados frente ao objetivo proposto. Resultados e Discussão: Inúmeros fatores associam-se à depressão, sendo os mais comuns: luto, baixa renda, depressão prévia, más condições de saúde e distúrbios do sono. A associação entre sintomas depressivos e dependência funcional está bem estabelecida na literatura científica, por isso o diagnóstico e abordagem precoces são importantes. Vale ressaltar que as demências são quadros clínicos frequentes nesta população, devendo, portanto ser excluídas dentro dos diagnósticos diferencias para melhor condução dos casos. São instrumentos importantes na avaliação do idoso algumas ferramentas, como: Escala de Depressão Geriátrica - GDS-15, AVDs, AIVDs e o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Conclusão: Com o envelhecimento progressivo da população, é imprescindível estudar os fatores que influenciam a qualidade de vida. A abordagem da depressão nessa população é de fundamental importância, pois além da alta prevalência, ela influencia a vida do idoso em múltiplos aspectos, interferindo em sua funcionalidade. A avaliação da sua capacidade funcional permite um melhor manejo no sentido de indicar tratamentos interdisciplinares que melhorem sua qualidade de vida. 19 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Benzodiazepínicos: dependência e sua retirada Isabela Lima Moreira1 Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis1 Moara Halanna Barbosa1 Caroline Ribeiro Duarte1 Leonardo de Jesus Araújo2 Acadêmica do curso de Medicina nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE Mestrando em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES 1 2 Autor para correspondência: Isabela Lima Moreira Rua Barão do Rio Branco, 430 apto 301- Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-075 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Os benzodiazepínicos (BDZ) foram amplamente prescritos no tratamento de transtornos ansiosos durante toda a década de 70 como uma opção segura e de baixa toxicidade. Entretanto, o uso nocivo gerou preocupação devido ao risco de dependência entre seus usuários. Atualmente, ainda continuam sendo prescritos de modo indiscriminado tanto por psiquiatras quanto por médicos de outras especialidades, e encontram-se entre os fármacos mais consumidos, estimando-se que o uso dobre a cada 5 anos. Objetivo: Reunir informações a respeito do uso, abuso e dependência dos benzodiazepínicos, bem como as dificuldades da retirada destes medicamentos. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, em que foram considerados trabalhos científicos publicados entre os anos 2002-2011 nas bases de dados do Scielo, Pubmed e BVS. Discussão: Os BZD são um exemplo de agentes depressores do sistema nervoso central, classificados como sedativo-hipnóticos. Seus principais efeitos são a sedação, hipnose, diminuição da ansiedade, relaxante muscular, amnésia anterógrada e atividade anticonvulsivante que são decorrentes da interação com receptores de neurotransmissores inibitórios. A exposição crônica à droga altera a neurotransmissão gabaérgica, o que contribui para o aparecimento de tolerância, abstinência e dependência. É comum o uso prolongado de BDZ, embora as recomendações sugiram que a duração se limite a algumas semanas, já que as evidências demonstram que os benefícios podem diminuir com o tempo e o potencial para efeitos adversos permanecer. Baixo custo, imagem positiva conferida por usuários crônicos, má indicação e falta de uma melhor preparação acadêmica no que se refere à prescrição de psicofármacos por parte dos médicos, podem ser fatores que propiciariam a banalização do uso destes medicamentos. Estudos revelaram ainda que quando se tenta retirar o BDZ, os sintomas de abstinência são interpretados pelos médicos como indício de piora do quadro clínico, levando-os a restituírem a medicação. Nesse intervalo de tempo, os pacientes desenvolvem tolerância aos efeitos farmacológicos, sendo necessário aumentar a dose e, portanto, perpetuando o processo de dependência. Conclusão: O uso indiscriminado e excessivo desses fármacos pode expor os pacientes a efeitos adversos desnecessários e interações medicamentosas potencialmente perigosas. O ideal seria procurar alternativas terapêuticas, tais como antidepressivos e intervenções psicossociais. 20 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 A prevalência de algumas psicopatologias no pré e pós operatório de cirurgia bariátrica Jéssica Dayane Silva1 Bárbara Cardoso e Santos1 Clarissa Santos Rodrigues1 Stephânia Campos Lobato1 Rafael Calixto Fernandes2 1 Acadêmicas de medicina das Faculdades Unidas do Norte Minas – FUNORTE 2 Médico graduado pela Faculdade de Medicina de Barbacena – FAME Autor para correspondência Jéssica Dayane Silva Rua Juramento, 41, Bonfim Bocaiuva, Minas Gerais, Brasil CEP: 39.390-000 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A cirurgia bariátrica é um tratamento sugerido para pacientes com obesidade grave. Inúmeras complicações psicopatológicas estão associadas a esses indivíduos, o que nos permite atentar à importância da avaliação psiquiátrica no pré e pós operatórios. A avaliação pré-operatória analisa a adaptabilidade do indivíduo às novas condições alimentares e corporais e auxilia no diagnóstico de distúrbios emocionais pré-existentes. A investigação pós-operatória aponta para duas vertentes comportamentais do paciente: aumento da autoestima, reeducação alimentar e melhoria da qualidade de vida; bem como crise de identidade, dificuldade em adaptar-se à nova dieta, desestímulo em continuar o acompanhamento psicológico e desenvolvimento da predisposição a compulsividade. Objetivo: Observar a prevalência de algumas psicopatologias no pré e pós operatórios da cirurgia bariátrica. Materiais e Métodos: Foi utilizado o descritor "cirurgia bariátrica" para pesquisa na base de dados LILACS, em julho/2013. Foram incluídos os artigos em português datados de 2006 a 2013 que abordavam os aspectos psicopatológicos relacionados ao tema e excluídos os demais. Resultados e Discussão: Das 137 ocorrências foram selecionados as 5 mais adequadas ao tema. Comprovou-se que nenhum dos indivíduos no pós-operatório apresentou ansiedade grave e 81,8% apontaram níveis mínimos de ansiedade, diferentemente de pacientes no pré-operatório, dos quais 53,1% apresentaram ansiedade mínima e 3,1% ansiedade grave. No componente depressão foi confirmado que, do grupo pré-cirúrgico, 25% dos pacientes possuíram depressão moderada, em contraste com o grupo pós-cirúrgico, que indicou depressão moderada em 3% dos pacientes. Sendo assim, psicopatologias como depressão e ansiedade apresentam frequências mais elevadas no pré do que no pós operatório. No pré-operatório verifica-se percentual razoável de ansiedade grave, contrapondo a inexistência do quadro patológico em pacientes no póscirúrgico no grupo estudado. Fato semelhante ocorre no aspecto depressão, que possui percentuais mais elevados de frequência em pacientes no pré do que no pós operatório. Conclusão: As psicopatologias observadas no estudo são mais frequentes antes do procedimento do que depois dele, e isso expõe a importância da avaliação psicopatológica pré-cirúrgica. Ainda que menores, os índices pós operatórios não nos permitem excluir a relevância de um acompanhamento psiquiátrico adequado após a realização da cirurgia bariátrica. 21 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Terapia medicamentosa anti-hipertensiva na gravidez Letícia Sampaio Barbosa1 Luís Roberto Félix Alkmim1 Keury Soares Xavier1 Isabella Dias Raposo1 Breno Gabriel Rodrigues Queiroz1 João Carlos Silva Colares2 Graduandos em medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE Enfermeiro. Graduando em medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE 1 2 Autor para correspondência: Letícia Sampaio Barbosa Rua Boa Esperança, 60 - Sumaré Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39402-319 Email: [email protected] RESUMO Introdução: A terapia anti-hipertensiva tem como principal propósito reduzir os danos maternos e fetais. Todos os agentes anti-hipertensivos apresentam possíveis efeitos sobre o fluxo úteroplacentário, sendo alguns contraindicados durante a gestação devido ao seu potencial iatrogênico, por isso devem ser avaliados seus riscos e benefícios para a melhor escolha terapêutica. A Food and Drug Administration, classifica os medicamentos de acordo com a gravidade das sequelas que podem causar ao feto em A, B, C, D e X. Objetivo: Fazer uma revisão sobre as opções terapêuticas para gestantes hipertensas com ênfase nos riscos para o binômio mãe e feto. Materiais e Métodos: Foi realizada uma pesquisa literária com a seleção de 12 artigos nacionais e internacionais publicados nos últimos cinco anos dos bancos de dados Scielo, Bireme, Pubmed,Scopus. Resultados e Discussão: Alfa-metildopa (C): Referência em várias diretrizes; já foram feitos muitos estudos; não compromete a maturidade fetal, peso e resultado neonatal. Nifedipina (C): Droga de segunda linha, apesar de alguns estudos associarem os bloqueadores dos canais de cálcio a baixo peso ao nascer e prematuridade, outros estudos defendem que estas drogas não alteram o prognóstico fetal. Pindolol(B): Não provoca RCIU, o preferido entre os Beta Bloqueadores por não alterar a hemodinâmica e a função cardíaca fetal.Hidralazina (C): É referência para tratamento de emergência hipertensiva e não há relatos de defeitos fetais no primeiro trimestre. Quando comparada a outros anti-hipertensivos está associada a mais efeitos adversos, incluindo hipotensão materna e anormalidades da freqüência cardíaca fetal. IECA (X): São contra-indicados na gravidez por seus efeitos teratogênicos, porém estudos mais recentes atribuem os efeitos no primeiro trimestre de gestação à própria hipertensão subjacente. Antagonista de Angiotensina II (X): Drogas como Losartan, Irbesartan e Candesartan são contra-indicados por provocarem más formações fetais, além de natimortos ou neomortos. Conclusão: As mulheres com hipertensão durante a gravidez deverão ser tratadas com a terapia anti-hipertensiva a fim de evitar complicações maternas e fetais. Visto o risco elevado de iatrogenias de determinados fármacos, a melhor terapêutica nos diversos momentos do ciclo gravídico deve ser individualizada, levando em consideração a familiaridade do médico assistencialista com a droga adotada. 22 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Cardiopatias congênitas mais frequentes nas síndromes genéticas Matheus Vieira Moura1 Vitória Beatriz Prenazzi de Pádua1 Heitor Augusto Araújo da Mata1 Edson Rabelo Cardoso2 1 Acadêmicos de Medicina - Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE) 2 Graduação em Ciências Biológicas pela PUC Minas; Mestre em Biologia Celular pelo departamento de Morfologia da UFMG; Professor da Faculdades de Saúde e Desenvolvimento Humano Santo Agostinho e da FUNORTE. Autor para correspondência: Matheus Vieira Moura Rua Doutor José Esteves, 138 – Morrinhos Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-425 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: As anomalias genéticas acarretam cardiopatias com grande número de incidência, sendo as mais recorrentes as aneuploidias cromossômicas (Síndrome de Down-21; de Edwards-18; e de Patau-13). Objetivo: Relacionar as cardiopatias mais frequentes em cada síndrome genética estudada. Material e Método: Trata-se de uma revisão de literatura a partir de publicações contendo as palavras-chaves de relevância, como “cardiopatias congênitas, síndrome de Down, síndrome de Patau, síndorme de Edwards” na base de dado SciElo, compreendendo publicações no período de 2001 a 2011. Resultados e Discussão: Foram encontrados 10 artigos científicos, sendo que 5 artigos foram fundamentais para a discussão, onde apreendeu-se que os defeitos cardíacos originam-se na organogênese durante a 3ª semana à 8ª semana de gestação, quando se desenvolvem as mais relevantes estruturas cardiovasculares. Existem aqueles que inviabilizam a vida fetal e outros que permitem uma vida extrauterina, como os defeitos morfogenéticos de câmaras ou locais isolados do coração que se desenvolvem erroneamente, sendo que o restante do desenvolvimento cardíaco ocorre adequadamente. Os mecanismos que promovem as alterações cardíacas persistem desconhecidos, no entanto especula-se o envolvimento de expressão gênica desregulada, envolvendo múltiplos genes. Ao relacionar as cardiopatias com as síndromes, verificou-se que as mais prevalentes na síndrome de Down são: comunicação interventricular, comunicação interatrial, estenose pulmonar, persistência do canal arterial, defeito do septo atrioventricular e tetralogia de Fallot; na síndrome de Patau são: comunicação interventricular, canal arterial persistente, dextrocardia, coartação da aorta; e por fim na síndrome de Edwards: comunicação interventricular, anomalias das valvas cardíacas (principalmente na válvula tricúspide), persistência do canal arterial, comunicação interatrial, cardiopatias complexas e estenose do arco aórtico. Conclusão: As cardiopatias congênitas não são exclusivas das síndromes citadas e na maioria dos casos não são encontradas isoladas. A cardiopatia de maior frequência é o defeito no canal atrioventricular e a menos frequente a tetralogia de Fallot. 23 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Epidemiologia da depressão na atenção primária Moara Halanna Barbosa1 Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis1 Isabela Lima Moreira1 Caroline Ribeiro Duarte1 Leonardo de Jesus Araújo2 Acadêmica do curso de Medicina nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE Mestrando em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES 1 2 Autor para correspondência: Moara Halanna Barbosa Av. Deputado Esteves Rodrigues, 920 - Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39400-141 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A depressão maior é um distúrbio afetivo frequente, sério, incapacitante e tratável. Muitas vezes não é diagnosticada, e quando o é, pode não receber manejo adequado. Os problemas de saúde mental são uma das principais causas de morbidade nas sociedades atuais e representam 13% da carga de doença no mundo. No entanto, a lacuna entre oferta e procura de cuidados de saúde mental é grande, sendo que 25% a 50% dos pacientes que procuram atendimento primário tem pelo menos um transtorno psiquiátrico, além da estimativa de até 70% para transtornos do humor. Objetivo: Discutir os dados epidemiológicos da depressão maior na atenção primária e a relevância do correto diagnóstico. Método: Foi realizada uma revisão de artigos em português, que abordava o tema depressão na atenção primária, nos bancos de dados MEDLINE, LILACS e BIREME, utilizando os seguintes descritores: atenção primária à saúde, depressão e diagnóstico. Resultados e Discussão: Foram encontrados 13 artigos, mas apenas oito foram selecionados para a discussão. A depressão é um importante problema de saúde global e vem causando impacto negativo na vida dos indivíduos e na de suas famílias, além de elevar a demanda dos serviços de saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 450 milhões das pessoas que procuram serviço de saúde tenham problemas mentais e psicossociais não corretamente diagnosticados e tratados. Segundo a OMS, no ano 2000, a depressão foi a principal causa de incapacidade e o quarto fator contribuinte para a carga global da doença. Em ambulatórios de Atenção Primária, sua prevalência é estimada em 5% a 10% dos pacientes, mas a falta de conhecimento em relação ao seu diagnóstico impede que eles tenham um correto tratamento. Conclusão: Estudos mostram que 50% a 60% dos casos de depressão não são detectados ou não recebem tratamento adequado e específico, o que indica uma grande deficiência no diagnóstico e no tratamento da depressão na prática geral, apesar da existência de muitos instrumentos que podem ser facilmente utilizados em ambulatórios gerais, tanto para rastreamento quanto para diagnóstico, mostrando-se a importância de se conhecer suas características para que o diagnóstico e tratamento sejam devidamente aplicados. Gerando mais resolução e prevenindo as complicações das doenças mentais. 24 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Perfil antropométrico de mulheres climatéricas atendidas nos ESF´s de Montes Claros-MG Natália Gonçalves Santana Rocha1 Rafael Cândido Maia1 Ronilson Ferreira Freitas2 Jaime de Sousa Rocha Sobrinho3 Vivianne Margareth Chaves Pereira Reis4 Josiane Santo Brant Rocha5 1Acadêmicos do curso de Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras 2Acadêmico do curso de Farmácia, Faculdades Integradas Pitágoras 3Farmacêutico e Bioquímico, Universidade Federal Ouro Preto 4Mestre em Avaliação Física nas Atividades Físicas e Desportivas pela Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro – UTAD. 5Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD. Autor para correspondência: Natália Gonçalves Santana Rocha. Rua Iguaçú, 95 – Sumaré. Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39402-761. E-mail: [email protected] Introdução: A qualidade de vida das mulheres climatéricas é influenciada por diversos fatores, inclusive os fatores antropométricos como sobrepeso e obesidade. A maioria dos estudos disponíveis acerca deste da qualidade de vida no climatério provém de pesquisas realizadas em outros países, cuja transposição dos seus resultados para a realidade brasileira é limitada, em razão de diferenças culturais e socioeconômica. Objetivos: Identificar o perfil antropométrico de mulheres climatéricas atendidas pelas Estratégias de Saúde da Família do município de Montes Claros-MG. Materiais e Métodos: Estudo do tipo quantitativo, transversal e descritivo, constituído por 340 mulheres entre 40 a 65 anos de idade. Os dados antropométricos avaliados foram: peso e altura para cálculo do IMC, onde se avaliou a obesidade global, e circunferência abdominal, avaliando o risco para doenças cardiovasculares e a obesidade central. Para caracterizar o universo amostral pesquisado foi utilizada análise descritiva, sendo os dados expressos em freqüência, porcentagem, média e desvio padrão. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unimontes: nº 311.628/2013. Resultados: Observou-se que, 36,2% apresentaram taxa de sobrepeso e 29,4% de obesidade, enquanto 64,7% apresentaram risco muito aumentado para desenvolver doenças cardiovasculares e 25% com risco aumentado, quando analisada a classificação da circunferência da cintura. Discussão: Sabe-se que a menopausa está intrinsecamente ligada ao acúmulo de gordura na região abdominal – devido à deficiência hormonal, mudanças na dieta e ao sedentarismo – e, desta forma, se relaciona com o aumento do risco de doenças cardiovasculares, nas quais há presença significativa de dispnéia (falta de ar) como sintoma comum, afetando a qualidade de vida destas mulheres. Há evidências de que a ansiedade e o ganho de peso no período do climatério estão relacionados com as flutuações de estrogênio comuns nesta fase, onde as situações de estresse são freqüentes e desencadeiam compulsões alimentares. Conclusão: O excesso de peso esteve presente na maioria das entrevistadas, confirmando a influência das alterações hormonais nesta fase da vida da mulher, o que representa um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Desta forma, conhecer o perfil antropométrico de mulheres nesta fase de vida é de grande importância, a fim de se buscar alternativas para modificações destes padrões e proporcionar benefícios para a saúde destas mulheres. 25 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 A estimulação magnética transcraniana no tratamento da depressão Roberto Júnior Gomes Junqueira1 Taís Aguiar Ivo1 Juliana Fróes Ribeiro1 Camillo Tupinambá e Oliveira1 Daniel Abolafio Gontijo1 Marília Baeta Gontijo2 1 2 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Roberto Junior Gomes Junqueira Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-111 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é uma nova técnica capaz de estimular o cérebro, com algumas vantagens sobre as já existentes. A EMT é indolor, não-invasiva, simples de ser aplicada e considerada de baixo risco para pesquisas em seres humanos. Essa nova ferramenta tem sido proposta para ser usada no tratamento de diversas doenças neurológicas e psiquiátricas – inclusive depressão. Objetivos: Observar a importância e eficácia da EMT no tratamento da depressão, principalmente em pacientes que estão em uso, ou já fizeram uso de medicação antidepressiva, mas não obtiveram alívio satisfatório dos sintomas, ou para aqueles que apesar de obterem boa resposta com a medicação antidepressiva, sentem os problemas dos efeitos colaterais da medicação. Materiais e Métodos: Foram analisados artigos publicados nas bases de dados LILACS, SciELO entre os anos de 2004 e 2013 e selecionadas as referências relevantes para o levantamento de resultados frente aos objetivos propostos. Resultados e Discussão: Estima-se que cerca de 15 a 20% da população mundial, em algum momento da vida, sofreu de depressão. Ela é mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos. Pesquisas mais recentes têm demonstrado que a depressão é caracterizada por áreas específicas cerebrais que estão em baixa atividade (hipoativas). A hipoatividade cerebral em áreas específicas leva aos sintomas próprios da depressão como tristeza, desânimo, sentimento de culpa, pessimismo, dor no corpo e etc. O tratamento com EMT age nessas áreas hipoativas, tornando-as mais responsivas a estímulos. Exames de imagem determinam o ponto do cérebro que precisa ser estimulado. O paciente coloca uma touca de borracha parecida com as de natação. Nela está desenhado o ponto equivalente ao local exato do cérebro que precisa de tratamento. O aparelho que emite a corrente magnética é uma bobina pequena que recebe uma corrente elétrica alternada extremamente potente, sendo colocada sobre o crânio humano na região do córtex pré-frontal dorsolateral. Essa corrente altera a ligação entre os neurônios e ameniza os problemas. São necessárias várias sessões de 15 minutos para os efeitos tornarem-se evidentes. Cerca de 80% dos indivíduos estimulados tiveram resultados positivos. Conclusões: A EMT pode ser uma alternativa ou um complemento do tratamento da depressão, mas cada caso deve ser avaliado em particular, levando em conta a saúde global e a necessidade individual de cada paciente. 26 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 A importância da atuação multidisciplinar no tratamento do câncer de mama Stephânia Campos Lobato¹ Bárbara Cardoso e Santos¹ Clarissa Santos Rodrigues¹ Jéssica Dayane Silva¹ Renan Philippe Souza Pires² ¹Acadêmicas de medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE ²Médico formado pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES Autor para correspondência: Stephânia Campos Lobato Rua Gabriel Passos, 40ª – centro Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39400-112 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução:O câncer de mama (CM) é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos, sendo relativamente raro antes dos 35 anos. Sua incidência aumenta acima desta faixa etária respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Devido a esta alta frequência e pelas repercussões psicológicas que proporciona, esse câncer é o mais temido pelas mulheres, já que o tratamento cirúrgico afeta a percepção da sexualidade e da autoimagem. Estes temores muitas vezes levam à recusa do paciente a iniciar ou continuar o tratamento, comprometendo sua eficácia. Objetivo: Discutir a importância da atuação multidisciplinar no tratamento do câncer de mama. Materiais e Métodos: Estudo realizado através de uma revisão bibliográfica, tendo como referências artigos científicos publicados em revistas indexadas através das palavras-chaves: Câncer de Mama e tratamento multidisciplinar, disponíveis nas bases de dados do Instituto Nacional do Câncer(INCA), LILACS e SCIELO no período de 2006 a 2013.Resultados e Discussão:O INCA preconiza como utilização para tratamento do CM a cirurgia, quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia. Mas, apesar da eficácia dessas modalidades para controlar o tumor e suas complicações, é necessário que o planejamento terapêutico do paciente com câncer inclua um conjunto de cuidados, dos quais a conduta clínica e/ou cirúrgica é apenas uma parte. Para isso é necessário uma equipe multidisciplinar para acolher o paciente e tratá-lo como um ser biopsicossocial. A presença de psicólogos, enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas são indispensáveis para a humanização do tratamento do paciente. Assim, o foco de atenção passa a ser o doente e não a doença, e a finalidade do tratamento passa a ser a garantia da qualidade de vida do doente e não apenas a cura da sua doença a todo custo. A mulher diagnosticada com CM enfrenta um turbilhão de sentimentos como raiva, indignação, medo da morte e medo do tratamento em si, evidenciando a importância de uma abordagem multidisciplinar a fim de garantir o sucesso terapêutico. Conclusão: Uma equipe multiprofissional é importante tanto para o acolhimento do paciente após o diagnóstico quanto para a adesão do mesmo ao tratamento. A mulher se sentindo segura e amparada é capaz de enfrentar as fases do tratamento sem isolar-se do mundo, assim, seu estado emocional melhora e as formas de tratamento tornam-se mais eficazes, uma vez que a própria paciente contribui para a cura. 27 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Dinâmica da família do adolescente portador de anorexia nervosa Taís Aguiar Ivo1 Daniel Abolafio Gontijo1 Juliana Froes Ribeiro1 Roberto Júnior Gomes Junqueira1 Gabriel Pereira Coelho Gomes2 Marília Baeta Gontijo3 1 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS 2 Acadêmico de Medicina/FIP-MOC 3 Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Taís Aguiar Ivo. Rua José de Souza Mota, 55, apt 403 – Cidade Santa Maria Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39401-506 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A anorexia nervosa (AN) se caracteriza por um distúrbio da imagem corporal, tendo como consequência a busca incessante pela magreza, muitas vezes chegando à inanição. Tipicamente, pacientes adolescentes portadores de AN não possuem autonomia e individualidade, o que pode ser resultado de uma interação conflituosa no ambiente familiar. Esses pacientes possuem relacionamento íntimo, porém pouco harmonioso com seus pais e vivenciam o próprio corpo sob controle destes. Então, eles usam a autoinanição na tentativa de obter domínio do seu corpo ou, ainda, na busca de independência. Esse comportamento é mais comum em pessoas cujo núcleo familiar é disfuncional e desorganizado, em que se evita resolver os conflitos e há prejuízo no estímulo à autonomia: não há hierarquia entre as gerações e os membros interferem nas decisões dos outros sem respeitar os espaços individuais. Objetivo: Analisar a influência da dinâmica familiar no desenvolvimento da anorexia nervosa em adolescentes. Materiais e métodos: O estudo é uma revisão bibliográfica, para o qual foram analisados artigos publicados nas bases de dados LILACS e SciELO, entre os anos de 2004 e 2012. Foram selecionadas as referências relevantes para o levantamento de resultados frente ao objetivo proposto. Resultados e Discussão: Para adolescentes portadores de AN, a doença parece ser uma forma de ganhar independência tanto social quanto sexual: eles passam a se preocupar com a alimentação e o ganho de peso, ao invés de se preocuparem com os problemas mais comuns da adolescência. Isso é ainda mais frequente quando o núcleo familiar desses adolescentes é desorganizado, causando conflitos de relacionamentos entre os membros da família, sendo mais grave ainda quando o adolescente está no meio das discussões entre os adultos. É através de atos extremos de disciplina (neste caso, dieta mínima), que esses adolescentes adquirem senso de autonomia e de independência. Conclusões: A dinâmica familiar influencia fortemente na etiologia da AN, doença que apresenta altos índices de morbimortalidade. Assim, é importante que a equipe de saúde investigue o relacionamento intrafamiliar do paciente com anorexia, a fim de estabelecer mudanças em caso de desvio no padrão de organização familiar ideal, instituindo a terapia familiar em grupo, associada a cognitivocomportamental. Essa mudança pode influenciar, e muito na recuperação do paciente, já que os resultados são superiores à abordagem puramente farmacológica. 28 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 A importância do manejo pré-operatório em paciente com feocromocitoma Thaís Rodrigues Nunes1 José Miguel Assis Borges1 Flávia Jaddy Ribeiro de Souza1 Renan Philippe Souza Pires2 1 Acadêmicos do curso médico das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. 2 Médico graduado na Universidade Estadual de Montes Claros-Unimontes. Autor para correspondência: Thaís Rodrigues Nunes Rua Barão do Rio Branco, 430 – Centro. Montes Claros, MG, Brasil CEP 39400-000 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O Feocromocitoma é um tumor neuroendócrino raro, produtor de catecolaminas, que geralmente tem origem nas células cromafins da medula suprarrenal. Este tumor pode manifestar-se clinicamente de várias formas, apresentando-se na maioria dos pacientes com hipertensão persistente ou paroxística, sendo necessário um preparo pré-operatório adequado. Objetivo: Abordar a importância do controle pré-operatório do paciente portador de feocromocitoma. Material e Métodos: Realizou-se uma pesquisa a partir de levantamento bibliográfico de artigos dos últimos 04 anos, na base de dados Lilacs e Scielo no idioma em português e inglês. Resultado e Discussão: A ressecção cirúrgica do feocromocitoma pode desencadear descarga adrenérgica (sobretudo durante indução anestésica e manipulação do tumor) que pode ser fatal. Por isso, é necessário preparar estes doentes com terapêutica médica antes de qualquer procedimento cirúrgico, no sentido de controlar a tensão arterial, evitar arritmias e promover a expansão do volume intravascular. A preparação pré-cirúrgica na maioria das vezes é feita com alfa-bloqueantes, geralmente a fenoxibenzamina oral, com eventual associação posterior de beta-bloqueantes. Em outros casos utilizam-se como fármacos de primeira linha os antagonistas dos canais de cálcio, sobretudo a nicardipina e a nifedipina. Após adequado alfa-bloqueio, é aconselhável uma dieta sem restrição salina (no sentido de contrariar a contração de volume associada ao alfa-bloqueio) e, nos casos em que ocorra taquicardia ou arritmia, deve ser associado um fármaco beta-bloqueante. A cirurgia de ressecção de um feocromocitoma associa-se potencialmente a instabilidade hemodinâmica – período de hipotensão imediatamente após a ressecção tumoral, devido quer à diminuição de catecolaminas circulantes, quer ao efeito residual de fármacos hipotensores, quer a perdas hemáticas intra-operatória e que podem condicionar variações na pré-carga, na pós-carga e até na contractilidade do miocárdio. Para contrariar este efeito é fundamental assegurar a adequada expansão do volume intravascular. Conclusão: A partir deste estudo conclui-se que todos os pacientes com tumores produtores de catecolaminas, mesmo os normotensos, devem ser medicados antes de qualquer procedimento cirúrgico, demonstrando a grande importância da manutenção de valores tensionais normais previamente à cirurgia. 29 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 O uso de dissulfiram e naltrexona no tratamento da dependência alcoólica: uma revisão de literatura Victor Emanuel Soares Gusmão1 Ana Carolina Miguel Meira e Silva1 Ana Paula Alkmim Figueiredo Martins1 Letícia Maia e Cruz1 Ludmila Godinho Ribeiro1 Vitor Hipólito Silva2 Acadêmicos de medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE Médico graduado pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES/ Professor nas faculdades FUNORTE e Fip-Moc 1 2 Autor para correspondência: Victor Emanuel Soares Gusmão. Rua Flávio Maurício, 970 - Jardim Panorama Montes Claros, MG, Brasil. CEP 39401-097 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O alcoolismo é uma desordem crônica caracterizada por períodos cíclicos de consumo excessivo de etanol, retirada da substância, abstinência e recaída. No Brasil, há uma estimativa de que aproximadamente 11,2% da população seja dependente de álcool. Grande obstáculo para restrição do uso de álcool é a dificuldade de tratar o dependente. Cerca de metade desses pacientes recaem após 3 meses de tratamento. Método: Foi realizada uma revisão da literatura nos bancos de dados MEDLINE, LILACS e BIREME. Analisamos 9 artigos cujos critérios de inclusão foram publicação em português e textos completos disponíveis online. Objetivos: Os principais objetivos desta revisão de literatura são atualizar os conhecimentos acerca da eficácia terapêutica e do potencial uso do dissulfiram (DSF) e da naltrexona (NTX) no tratamento da síndrome da dependência do álcool e sua importância como intervenção adjuvante ao tratamento psicossocial. Resultados e Discussão: A administração crônica de álcool promove alterações nos sistemas de neurotransmissores, que exercem efeitos neuromoduladores no sistema nervoso. O DSF foi a primeira intervenção farmacológica aprovada pelo Food and Drug Administration para o tratamento da dependência de álcool. É um inibidor irreversível e inespecífico de enzimas, que decompõe o álcool no estágio de acetaldeído. Ao inibir a enzima acetaldeído-desidrogenase, ocorre um acúmulo de acetaldeído no organismo, levando à reação etanol-dissulfiram, causando efeitos aversivos quando o álcool é consumido. Dentre as contraindicações estão a cirrose hepática com hipertensão porta e na gravidez, risco de anomalias congênitas. O DSF é uma medicação com boa tolerabilidade. A dose habitual é de 250 mg por dia em dose única diária por até um ano. A NTX atua como um antagonista competitivo nos receptores opióides. Dessa forma, sua administração reduziria o consumo de álcool através do bloqueio pós-sináptico dos receptores opióides µ, δ e κ nas vias mesolímbicas. As principais contraindicações ao seu uso são doenças hepáticas agudas e crônicas. O principal efeito adverso é a náusea. A posologia recomendada é de 50 mg por dia, durante 12 semanas. Conclusão: No tratamento da dependência de álcool devem ser combinadas intervenções psicossociais e farmacológicas, que ao atuarem de forma sinérgica, possibilitam aumentar a adesão ao tratamento. Oferecer estratégias comportamentais ou farmacológicas na fase inicial do tratamento pode diminuir as taxas de abandono. 30 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Diagnóstico diferencial entre púrpura trombocitopênica trombótica e síndrome hemolítico urêmica Vitor Santos de Almeida1 Camillo Tupinambá e Oliveira1 Juliana Fróes Ribeiro1 William Hafid Fonseca Machado1 Gabriel Pereira Coelho Gomes2 Marília Baeta Gontijo3 1 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS 2 Acadêmico de Medicina/FIPMOC 3 Médica graduada pela UNIMONTES, professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Vitor Santos de Almeida Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – Centro Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39400-111 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e a síndrome hemolítico urêmica (SHU) são duas manifestações fenotípicas características das chamadas patologias microangiopáticas trombóticas. Essas doenças são caracterizadas por oclusões microvasculares generalizadas causadas por trombos de plaquetas, que ocasionam a trombocitopenia e a anemia hemolítica microangiopática. Objetivos: Fazer o diagnóstico diferencial entre SHU e PTT, com a finalidade de implementar a melhor terapêutica. Material e métodos: Foram analisados artigos nacionais publicados nas bases de dados LILACS, Scielo e MEDLINE, entre os anos de 2008 a 2013 e selecionadas as referências relevantes para o levantamento de informações frente aos objetivos propostos. Resultado e discussão: Por algum tempo, a SHU e a PTT foram tratadas como uma doença única devido à semelhança das manifestações clínicas de ambas. A diferenciação dessas patologias foi descrita em 1955 por Gasser e colaboradores. Atualmente, tem-se dado importância à distinção entre PTT e SHU, pois o tratamento com combinação de plasmaférese e infusão de plasma fresco congelado ou criosobrenadante seria apropriado para a PTT, mas não para a SHU. A SHU é mais frequente em menores de cinco (05) anos de idade e é considerada a causa mais comum de insuficiência renal aguda em crianças. Aproximadamente 90% das crianças com SHU têm diarreia como pródromo, geralmente sanguinolenta. Enquanto isso, a PTT possui maior incidência em pacientes entre 20 e 40 anos de idade, predomina em mulheres, na raça negra e em obesos, sendo rara em crianças. Com relação ao quadro clínico, podemos observar algumas similaridades entre PTT e SHU: insuficiência renal aguda, anemia microangiopática, trombocitopenia, febre, petéquias, palidez, hematomas e sinais neurológicos. Por outro lado, as diferenças clínicas entre ambas são: a SHU geralmente é acompanhada por gastroenterite e diarreia sanguinolenta e o paciente pode desenvolver hipertensão arterial sistêmica; já a insuficiência renal não costuma ser grave a ponto de causar sintomas urêmicos na PTT e os sintomas neurológicos são mais proeminentes nesta última. Conclusão: As patologias são muito semelhantes por isso é necessário reconhecer os pontos relevantes para o diagnóstico diferencial entre as duas doenças, e assim instituir a terapêutica mais adequada, levando a menor morbimortalidade dos pacientes. 31 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Perspectivas no tratamento da policitemia vera William Hafid Fonseca Machado1 Allana Sousa de Santana1 Roberto Júnior Gomes Junqueira1 Giovana Maria Cortes Mendes Ferreira1 Gabriel Pereira Coelho Gomes2 Marília Baeta Gontijo3 1 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS 2 Acadêmico de Medicina/Pitágoras 3 Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: William Hafid Fonseca Machado Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – Centro. Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-111 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A Policitemia Vera (PV) se trata de uma doença neoplásica clonal caracterizada pelo aumento do volume total da massa eritrocitária independentemente da ação dos mecanismos habituais de regulação da eritropoiese. A PV incide preferencialmente em pacientes na sexta/sétima décadas de vida, com média de sobrevida, após o diagnóstico, de aproximadamente 15 anos. É mais frequente em homens que em mulheres. Trombose costuma ser a causa mais comum de morte e, na fase tardia da doença, há risco de fibrose medular ou transformação em leucemia aguda. Objetivo: Descrever as abordagens terapêuticas de pacientes portadores de Policitemia Vera. Materiais e Métodos: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, tendo como bases de dados ferramentas de pesquisa como LILACS, SciELO, BVS e Ministério da Saúde. Foram encontrados 12 artigos com o descritor “policitemia vera”, utilizando como critério de inclusão, artigos publicados em português e inglês no período de 2007 a 2013, relacionados ao tema. Resultados e Discussão: Tendo como base que o objetivo principal do tratamento é buscar prevenir as maiores complicações e agravos provocados pela patologia, já que nenhum tratamento específico está disponível. O tratamento mais efetivo apontado pelas pesquisas constitui de flebotomia, são removidos 500 ml de sangue em dias alternados com a finalidade de alcançar um hematócrito-alvo de 45% nos homens e 43% em mulheres, quando ele atinge o nível normal, o sangue é removido em intervalos de alguns meses, de acordo com a necessidade. Utiliza-se também de doses baixas de AAS, e controle de fatores de risco reversíveis (HAS, tabagismo) para trombose. Estudos recomendam a indicação da terapia citoredutora (hidroxiuréia, interferon-α) nos casos de falha da flebotomia, ou em situações em que se deseja reduzir sua utilização; bem como na esplenomegalia progressiva ou sintomática, ou ainda, em pacientes com um risco trombótico elevado e com doença em um estágio avançado. Conclusão: O tratamento da PV por meio das principais técnicas disponíveis na atualidade, seja por meio de flebotomia ou de drogas mielossupressoras não-alquilantes, mostra que é possível manter os níveis de proliferação sob controle, com baixo risco de transformação em doença secundária, a exemplo da leucemia. Apesar de os resultados serem satisfatórios na abordagem das complicações da PV novos estudos são necessários para minimizar ainda mais a ocorrência de novos eventos trombóticos, particularmente os arteriais. 32 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Importância do conhecimento sobre cuidados paliativos por acadêmicos de medicina Ana Paula Alkmim Figueiredo Martins¹ Ludmila Godinho Ribeiro¹ Victor Emanuel Soares Gusmão¹ Ana Carolina Miguel Meira e Silva¹ Letícia Maia e Cruz¹ Wagner Luiz Mineiro Coutinho² ¹Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE) ²Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES) Autor para correspondência: Ana Paula Alkmim Figueiredo Martins Avenida Francisco Sá, 217, aptº 201 – Centro. Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39400-065 E-mail: [email protected] RESUMO Intodução: O termo cuidados paliativos implica um enfoque holístico, que considera não somente a dimensão física, mas também as psicológicas, sociais e espirituais. Se o objetivo primeiro da medicina é a preservação e a restauração da saúde, a morte deveria ser entendida e esperada como o último resultado deste esforço. Entretanto, os médicos e os estudantes de medicina apresentam dificuldades em lidar com a morte. Objetivo: Verificar a importância do conhecimento sobre cuidados paliativos para a formação do futuro profissional médico. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura, realizada entre fevereiro e junho de 2013, através da análise de artigos nacionais e internacionais, do período de 2006 a 2013, utilizando-se as bases de dados MEDLINE, LILACS E BIREME, tendo sido usado como descritores os termos: “Cuidados Paliativos”, “Estudantes de Medicina” e “Saúde Holística”. Discussão: Até o início do século XIX, a morte era vivida como um processo natural. Atualmente, tornou-se tabu, silenciada nos corredores dos hospitais. As ferramentas modernas de tratamento e cura das doenças, os recursos artificiais para postergar a morte fizeram com que esta se tornasse um fato repugnante, uma afronta à onipotência e ao saber médico. Em tempos de morte como fracasso médico, surge o movimento paliativista, que prima pela reumanização do viver e do morrer e oferece melhor qualidade de vida possível para os pacientes e suas famílias. Em 1985 o Reino Unido reconhece a Medicina Paliativa como especialidade médica, possibilitando que seu ensino se estabeleça nas universidades. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer oferece um curso de especialização em Medicina Paliativa, formando profissionais capacitados para cuidar do indivíduo que está morrendo. Em 2004, um documento publicado pela OMS, “The Solid Facts – Palliative Care” reafirma a necessidade de incluir os Cuidados Paliativos como parte da assistência integral à saúde e destaca a necessidade de educar profissionais para prover Cuidados Paliativos com qualidade. Conclusão: Diante da necessidade moral de se organizar um modelo de assistência adequado aos pacientes com doenças avançadas e terminais, e para que possamos construir uma sociedade que não exclua estes pacientes da assistência, propiciando a eles um processo de morrer digno, é de grande relevância que o acadêmico de medicina tenha contato com a disciplina de cuidados paliativos durante sua formação acadêmica. 33 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Correlação entre a apneia obstrutiva do sono e hipertensão arterial Mariane Mendes Gomes¹ Larissa de Pinho Amaral¹ Lorena Caldeira Cordeiro¹ Mariana de Paiva Oliveira¹ Karina Andrade de Prince² 1 Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. 2 Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. Autora para correspondência: Mariane Mendes Gomes Rua Zulma Antunes Pereira, 64, Antônio Narciso, Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39401-147 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A apneia obstrutiva do sono é de grande prevalência e vem aumentando cada vez mais a sua relação com patologias cardiovasculares, sobretudo a hipertensão arterial. Ocorre em um terço desses pacientes e está entre as nove etiologias principais para a hipertensão. É muito comum, porém, subdiagnosticada por ser ainda pouco conhecida. Acomete principalmente obesos, e homens acima de 55 anos, e está associada à insônia, sonolência diurna, fadiga e falta de concentração. Objetivos: Esse estudo teve como objetivo compreender a relação entre hipertensão arterial e a apneia obstrutiva do sono. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, e após análise criteriosa foram encontrados 24 artigos e destes, selecionados apenas 11 para discussão, com base nos critérios de inclusão ao tema, dados e datas atuais que estejam entre os anos de 2008 a 2013, obtidos no banco de dados da SciELO e LILACS, encontrados com a utilização dos descritores: apneia obstrutiva do sono e hipertensão arterial. Resultados e Discussão: Com base na pesquisa, o resultado encontrado foi a alta ocorrência da apneia obstrutiva do sono entre as pessoas e o pouco conhecimento por parte da população e também pelos profissionais da saúde, justificando portanto, a importância em ser estudada. A apneia é caracterizada pela cessação do fluxo aéreo ocasionando consequentemente repetidas paradas respiratórias, sendo elas completas, as apneias ou incompletas, as hipopnéias. Apresenta entre seus principais sintomas, a sonolência diurna e o ronco. Está intimamente ligada a hipertensão arterial por possuir fatores de risco em comum, tais como; idade, sedentarismo e obesidade e também pela ativação simpática permanente, barorreceptores com sensibilidade diminuída, redução da resposta vascular e disfunção no metabolismo de sal e água que a torna uma causa secundária para a hipertensão arterial. Conclusões: Oferecendo apoio constante e ações de orientação, prevenção de fatores de risco e complicações para a população, pode se ter uma melhoria na qualidade de vida desses pacientes evitando também que esta ocasione graves repercussões, inclusive mortalidade. Portanto, há a necessidade de um maior treinamento e reconhecimento da apneia pelos profissionais de saúde para evitar maiores riscos. Essas ações são necessárias, já que a melhora da apneia obstrutiva do sono gera o controle dos níveis pressóricos sendo capaz de reverter uma hipertensão arterial resistente. 34 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Terapia com inibidores da enzima conversora de angiotensina e risco de agravamento de insuficiência renal crônica Ana Paula Almeida Souza1 Daniel Abolafio Gontijo1 Anne Karoline Maia Azevedo1 Patrícia Jacundino Porto2 Marília Baeta Gontijo3 1 Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS 2 Acadêmica de Medicina da UFMG 3 Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Ana Paula Almeida Souza Rua Joaquim Sarmento, 94 – São José Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-350 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) resulta de um grande número de doenças que danificam os rins, tanto sistêmicas quanto intrínsecas a estes órgãos. Sabe-se que a hipertensão é uma das principais causadoras da perda da função renal, desta maneira, os anti-hipertensivos como os Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA’s) são, na maioria das vezes, a primeira opção por promover a prevenção da perda progressiva da função renal. Entretanto, estudos realizados apontam para a possibilidade dos IECA’s promoverem a piora da função renal, demonstrada pela elevação da creatinina. Objetivo: Esclarecer os efeitos da terapia com IECA no paciente portador de IRC. Métodos e Materiais: Realizou-se uma revisão integrativa a partir de publicações nas bases de dados Lilacs, Scielo e Pubmed dos últimos 05 anos, em língua inglesa e portuguesa. Resultados e discussão: Estudos mostram que a hipertensão arterial causa uma perda progressiva da função renal, seja danificando os rins ou lesando as células endoteliais da arteríola aferente e dos glomérulos, podendo provocar uma trombose nestes vasos. Em ensaios randomizados multicêntricos, em pacientes com IRC, a principal classe de droga com eficácia comprovada foram os inibidores do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (IECA’s), apresentando efeitos na redução da pressão sanguínea, além da correção da hiperfiltração. Os IECA’s inibem a ação da angiotensina II, que apresenta propriedades de fator de crescimento, ativando o fator transformador do crescimento, TGF-beta, o inibidor do ativador do plasminogênio do tipo I e outras citocinas, que agravariam a lesão intersticial renal. Entretanto, principalmente nos estágios 1 e 2 da IRC, a administração de IECA´s pode estar associada à perda da função renal e à hipercalemia logo no início do tratamento , já que a taxa de filtração glomerular cai bruscamente e a supressão da produção de angiotensina II diminui a vasoconstrição arteriolar pós-glomerular, o que promove a elevação das escórias renais. Conclusão: Verifica-se que apesar do risco do agravamento do IRC no inicio do tratamento com IECA’s, não se deve interromper o tratamento, mesmo nos caso em que haja aumento importante das escórias renais. 35 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Uso indiscriminado de metilfenidato em estudantes Ana Paula Almeida Souza1 Daniel Abolafio Gontijo1 Anne Karoline Maia Azevedo1 Patrícia Jacundino Porto2 Marília Baeta Gontijo3 1 Acadêmicos de Medicina da FUNORTE-ICS 2 Acadêmica de Medicina da UFMG 3 Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE-ICS Autor para correspondência: Ana Paula Almeida Souza Rua Joaquim Sarmento, 94 – São José. Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-350 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O Metilfenidato é um fármaco do grupo dos anfetamínicos que tem como forma comercial mais conhecida a Ritalina®. É a substância mais frequentemente utilizada no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Entretanto, devido a suas propriedades psicoestimulantes, tem sido usado, por estudantes, para aumento do desempenho cognitivo frente a grandes períodos de estudo, ao cansaço físico e ao estresse. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura para identificar os efeitos do uso indiscriminado de metilfenidato em estudantes. Métodos e Materiais: Realizou-se uma revisão integrativa a partir de publicações dos últimos 05 anos nas bases de dados Lilacs, PubMed e Scielo nos idiomas português e inglês. Resultados e Discussão: O metilfenidato é um estimulante do sistema nervoso central (SNC) e seu mecanismo de ação assemelha-se ao de drogas ilícitas como a cocaína, que provoca o estímulo de receptores alfa e beta-adrenérgicos diretamente, ou a liberação de dopamina e noradrenalina nas fendas sinápticas indiretamente, além de abrandar o metabolismo das catecolaminas através da inibição da monoamina oxidase. Estudos atuais revelam que não existem provas suficientes para apoiar o uso de metilfenidato entre estudantes saudáveis a fim de melhorar a cognição. Segundo eles, não há evidências de que a droga aumenta a capacidade de memorização ou a aprendizagem associativa. Ela apenas aumenta o tempo de vigília e diminui a fadiga, diminuindo a necessidade de descanso. A quantidade de informações a que o estudante é exposto durante o período de utilização do fármaco é superior ao que é capaz de assimilar, o que dificulta o aprendizado, pois o indivíduo eufórico e vigilante evita a quantidade de descanso necessária para a consolidação da memória. Além disso, existem outros efeitos negativos do consumo indevido do fármaco. Em curto prazo, observa-se a redução de apetite, insônia, dor abdominal, cefaleia e tontura. Já o uso indiscriminado em longo prazo, leva a efeitos como dependência, estimulação aguda do SNC, que pode levar a convulsões e alucinações, taquicardia, arritmias ou colapso cardíaco, em caso de intoxicação grave. Conclusões: A partir dessa revisão, conclui-se que o uso indiscriminado de metilfenidato por estudantes traz reais prejuízos à saúde, uma vez que os efeitos indesejados superam os benefícios do seu uso, devendo ser utilizado apenas nos casos de indicação médica, a exemplo dos portadores de TDHA. 36 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Perfil de resistência de staphylococcus aureus isolados em hospital universitário do norte de Minas Gerais Patrícia Palmeira Freitas1 Cláudia Biscotto2 Iuri Braga de Oliveira3 Daniela Hirsch4 1 Biomédica, Pós graduada em Análises Clínicas M.Sc. em Infectologia, Universidade Estadual de Montes Claros 3 Acadêmico do Curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE 4 M.Sc. em Microbiologia de Alimentos, Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI 2 Autor para correspondência: Patrícia Palmeira Freitas Rua República do Peru, 114 - JK Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39404-018 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O Staphylococcus aureus é uma bactéria pertencente a microbiota humana. Apresentase colonizando vários sítios, entre estes, destaca-se as fossas nasais. É um dos principais patógenos causadores de infecções hospitalares e sua a resistência à meticilina lhe confere o termo Staphylococcus aureus Meticilina Resistente (MRSA). No tratamento de infecções por S. aureus, o antibiótico de escolha é a Oxacilina. Uma vez MRSA, o tratamento é o glicopeptídeo Vancomicina. O S. aureus representa não só um dos principais agentes de infecção em determinadas unidades intra hospitalares, mas também é associado, em muitas vezes, a epidemia. Este microrganismo é considerado, por exemplo, a principal manifestação na comunidade tem se tornado crescente. É um microrganismo capaz de desenvolver-se e multiplicar em diversos ambientes. Acompanhando a disseminação deste patógeno está a sua resistência a antibacterianos, o que tem se intensificado nas últimas décadas. Sua sensibilidade a Meticilina lhe confere o termo Staphylococcus aureus Meticilina Sensível (MSSA), enquanto causa de sepse tardia em UTI neonatal relacionados diretamente com recém-nascidos de baixo peso. Objetivo: Avaliar a prevalência de infecção por S. aureus MSSA e MRSA no Hospital Universitário do Norte de Minas Gerais. Material e Métodos: Foram analisados prontuários médicos dos pacientes internados e atendidos no Pronto Atendimento. Resultados: Neste estudo foram analisados um total de 78 prontuários onde, 82% destes foram de pacientes internos e 12% de pacientes externos. Verificou-se uma prevalência de 70,9% de MSSA e 14,1% de MRSA entre os infectados. No geral, as principais doenças de base foram: sepse (12,9%); escaras infectadas (11,0%); pneumonia (8,3%); prematuridade (6,9%); insuficiência respiratória, diabetes mellitus e leishmaniose (4,1%); abscessos, infecção urinária, insuficiência renal, SIDA e celulite (3,4%), e outras (28,2%). O tempo de internação hospitalar variou de 02 dias a 03 meses, compreendendo idades entre 01 dia de vida à 86 anos. O pré projeto da pesquisa em questão, foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da FUNORTE. Conclusões: A ocorrência de infecções por este microrganismo tem se tornado crescente juntamente com sua alta capacidade de se tornar resistente aos antibacterianos utilizados na profilaxia e/ou tratamento empírico. 37 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Doença de kawasaki: relato de um caso Tatiany Ribeiro Aquino ¹ Mariana Oliveira Barros ¹ Lucas Freitas Borges¹ João Victor Fernandes Rocha ¹ Tamires Maria Vaz da Silva ² José Henrique Duarte Pinto ³ ¹ Acadêmicos de Medicina do ICS - Funorte ² Médica residente do Departamento de Pediatria do Hospital Irmandade Nossa Senhora das Mercês ³Médico cardiopediatra do Departamento de Pediatria do Hospital Irmandade Nossa Senhora das Mercês Autor para correspondência: Tatiany Ribeiro Aquino. Rua São Paulo, 72 – Todos os Santos. Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-124. E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A Doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite comum em crianças. O diagnóstico é clínico, baseado nos seguintes critérios: febre por 5 dias ou mais, somada a pelo menos 4 dos seguintes achados: conjuntivite bilateral não exsudativa; alterações de mucosa oral; alterações em extremidades; rash polimórfico e linfadenopatia cervical. Objetivos: O objetivo deste trabalho é relatar um caso de DK. Relato de caso: Paciente ILXB, 3 anos, sexo feminino, parda, foi atendida inicialmente com quadro de febre há três dias, sem outros sinais ou sintomas presentes no momento da admissão. Pensou-se em sinusite bacteriana, sendo prescrito Amoxicilina. No dia seguinte, surgiu um rash cutâneo do tipo maculopapular, pruriginoso, em região perineal e passou a usar antihistamínico e Claritromicina no lugar da Amoxicilina, sendo feito uso dessas medicações por mais 3 dias, sem melhora do quadro. A paciente retornou ao pronto atendimento, quando se observou hiperemia conjuntival bilateral não exsudativa, fissuras labiais ,um linfonodo cervical anterior à esquerda, doloroso, com 2 cm de diâmetro e edema de pés. Diante desse quadro, a hipótese diagnóstica foi DK. Foram feitos exames complementares que mostravam anemia normocítica e normocrômica, sem alterações de leucócitos e plaquetas, Proteína C Reativa (PCR) de 24mg/dl, Velocidade de hemossedimentação (VHS) de 127mm/h e ecocardiograma sem alterações. Permaneceu internada para tratamento com uso diário de ácido acetilsalicílico (AAS) e imunoglobulina humana venosa em dose única, sem intercorrências. Após 3 dias do tratamento, foram feitos novos exames que mostravam plaquetas de 463.000/mm³, PCR 48mg/dl e VHS 123mm/h. Recebeu alta hospitalar já assintomática com orientações de acompanhamento ambulatorial. Discussão: A paciente do caso relatado apresentava um quadro de DK completa. A idade da criança, entre 6 meses e cinco anos, foi compatível com a maioria dos casos descritos na literatura. Quanto aos exames laboratoriais, o caso em questão apresentou as seguintes alterações inespecíficas, mas compatíveis com a DK: anemia normocítica, trombocitose, elevação da velocidade de hemossedimentação e da proteína C reativa. Conclusão: A DK é de difícil diagnóstico, devido a ausência de testes laboratoriais específicos e existência de quadros atípicos ou incompletos. Isso implica em atraso do tratamento e aumento da morbimortalidade, devido a ocorrência de aneurismas coronarianos e infarto agudo do miocárdio. 38 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Uso da ocitocina para profilaxia e controle da hemorragia no pós-parto imediato Kelly Viviane Gomes Marques ¹ Janniny Fernanda Lopes Mendes Figueiredo² Luciano Neto Loureiro Freitas³ Liliane de Oliveira Melo4 José Aparecido Soares Lopes5 ¹ Enfermeira graduada pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)/ PósGraduada em Urgência e Emergência pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE)/ Graduanda em Medicina pela FUNORTE. ² Graduanda em Medicina pela FUNORTE. ³ Graduado em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)/ Pós-graduado em Direito Público pela Universidade Cândido Mendes (UCAM)/ Graduando em Medicina pela FUNORTE. 4 Enfermeira graduada pela UNIMONTES / Graduanda em Medicina pela FUNORTE. 5 Enfermeiro graduado pela UNIMONTES/ Residência em Saúde da Família pela UNIMONTES. Autor para correspondência: Kelly Viviane Gomes Marques. Rua São João, 770, Ap 204 – Todos os Santos. Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39400-126 E-mail: [email protected] Introdução: A hemorragia é a principal causa de morte materna nos países em desenvolvimento, sendo responsável por cerca de 30 % do total de mortes. A ocitocina é um neuropeptídeo sintetizado nos corpos celulares de neurônios hipotalâmicos e secretados pelas terminações nervosas na hipófise posterior. No útero, ela determina a contração da musculatura lisa, que é bastante importante para o controle de hemorragia após a retirada da placenta. Considera-se hemorragia pósparto quando a perda sanguínea após o parto for maior ou igual a 500 ml. Objetivo: Descrever a importância do uso da ocitocina para profilaxia e controle da hemorragia no pós-parto imediato. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica, descritivo-reflexiva embasada em literatura pertinente sobre o assunto, trazendo idéias de autores contemporâneos. Resultados e Discussão: A ocitocina, ao se ligar em seu receptor, leva à ativação da fosfolipase C e à liberação do Ca²+ intracelular através do inositol-1,4,5-trifosfato, além da ativação direta ou induzida por despolarização dos canais de Ca²+ sensíveis à voltagem. Utiliza-se para profilaxia da hemorragia puerperal 10U de ocitocina intramuscular na parturiente após a retirada do feto. Na primeira hora pós-parto, se houver sangramento excessivo, deve-se realizar massagem uterina e infusão endovenosa de 30-60U de ocitocina em 1000 ml de solução glicosada a 40 gts/min. Outra indicação seria uma dose de ataque com 20-40U por via endovenosa em seis horas e uma dose de manutenção de 20U em oito horas até que o sangramento cesse. A adequada profilaxia da hemorragia pós-parto, que deve ser realizada sistematicamente em todas as mulheres que estão parindo, independentemente do local e da via, é capaz de evitar no mínimo metade dos casos de hemorragia que ocorreriam, além de provavelmente reduzir a gravidade dos que ainda ocorrem. Conclusão: A hemorragia pós-parto é uma das maiores causas de morbimortalidade materna em todo o mundo. Logo, ações são necessárias para o enfrentamento eficiente das complicações hemorrágicas no ciclo gravídico-puerperal. A ocitocina, ao promover a contração uterina, diminui a incidência de hemorragia pós-parto, secundária a atonia uterina. Assim, sua administração está indicada tanto para a profilaxia quanto para o tratamento da hemorragia pós-parto. 39 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Avaliação do risco cardiovascular em mulheres climatéricas assistidas pela saúde da família Bárbara Dias Brito1 Josiane Santos Brant Rocha2 1. Graduanda em Medicina pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros, MG. Montes Claros, MG, Brasil. 2. Doutora em Ciências da saúde. Professora das Faculdades Integradas Pitágoras e Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Montes Claros, MG, Brasil. Autor para correspondência: Bárbara Dias Brito Rua Hidelberto de Freitas, 172, apto 401- São José Montes Claros, MG, Brasil CEP:39.400-359 E-mail: [email protected] RESUMO Objetivos: No Brasil, ainda que os dados de morbidade sejam escassos, os dados de mortalidade em mulheres após a menopausa demonstram a necessidade de mais estudos. Assim, a realização do presente trabalho justifica-se pela busca de intervenções possíveis em fatores de risco cardiovascular modificáveis, estimulando mudanças de estilo de vida que levem à alteração do curso clínico das mulheres climatéricas. O objetivo deste estudo foi comparar o perfil de risco cardiovascular em mulheres pré e pós-menopáusicas assistidas em uma unidade de saúde. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, englobando 342 mulheres na faixa etária de 40 a 87 anos, atendidas pelo Programa de Saúde da Família no Bairro Morrinhos no Município de Montes Claros, MG. Resultados: Foram apresentadas 50 mulheres na pré-menopausa e 114 mulheres na pós-menopausa. Níveis elevados de colesterol total, e LDL-c foram observados nas mulheres pós-menopáusicas (59,6%; 58,8%-67, respectivamente), enquanto que os níveis de HDL-c se mostraram inferiores ao considerado ideal em praticamente toda a população estudada (66,0% das mulheres pré-menopáusica e 61,4% das mulheres pós-menopáusicas). Quanto aos níveis de triglicerídeos, estes se apresentaram elevados efetivamente nas mulheres pós-menopáusicas (48,2%). Em relação ao perfil glicídico, apenas 28,0% das mulheres pré-menopausa e 31,6% pósmenopausadas apresentaram glicemia de jejum alterada. Os valores apontados determinam que o grupo das pacientes pós-menopáusicas (92,60) possuem maior risco cardiovascular quando comparado ao grupo das pré-menopáusicas (59,47). Conclusão: Mulheres na pré-menopausa apresentam uma proteção inata contra eventos cardiovasculares, a qual é perdida na transição menopausal. Nestas circunstâncias o risco cardiovascular equipara-se ao da população masculina, o que pode ser relacionado à queda abrupta dos níveis séricos de estrogênio. As mulheres pósmenopáusicas apresentam maior risco de eventos cardiovasculares, conforme ao Escore de Risco de Framingham, ao se comparar com as pré-menopáusicas. Como previsto pelos estudos anteriores, os dados obtidos pelo presente trabalho vieram corroborar a afirmação supracitada. Sendo assim, fazse necessária a ampliação da assistência direcionada a essas mulheres na prevenção primária de saúde, com o intuito de reduzir a morbimortalidade dos eventos cardiovasculares dessa população. 40 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Usando o pressure ulcer scale for healing (push) no acompanhamento de usuário com úlcera por pressão ¹ Bárbara Laurence Nunes Borborema ¹Ana Lúcia Mendes Nobre ¹Damaris Brito Rodrigues ¹Jéssica Pereira Neves ¹Jessiel Gonçalves de Souza ²Gracielle Batista Pereira Brandão ¹Acadêmicas do 4º período do curso de Medicina - FUNORTE ²Enfermeira pós-graduada da especialização em Saúde da Família Autor para correspondência: Bárbara Laurence Nunes Borborema Rua Carlos Murilo Ribeiro, 40 – Vila Regina Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39.400-564 Email: [email protected] RESUMO Introdução: A úlcera por pressão (UP) é definida como qualquer lesão provocada por pressão contínua e prolongada mantida sobre a superfície da pele, geralmente entre uma proeminência óssea e uma superfície dura, que causa dano ao tecido subjacente. No cuidado de Enfermagem domiciliar prestado a uma pessoa idosa portadora de UP no âmbito da Saúde da Família, sentiu-se a necessidade de uma avaliação que proporcionasse a visualização progressiva do processo cicatricial da lesão e que orientasse a intervenção prestada. Optou-se, então, pelo uso do Pressure Ulcer Scale for Healing (PUSH), que é um instrumento indicado para avaliação do processo de cicatrização de UP. Objetivo: Dessa maneira, estabeleceu-se descrever o acompanhamento evolutivo de UP em ambiente domiciliar utilizando o instrumento (PUSH). Material e Métodos: Para a realização deste trabalho foi utilizado como metodologia o estudo de caso realizado nos meses de agosto e setembro de 2007 em um domicílio acompanhado por uma Equipe de Saúde da Família na cidade de Montes Claros – MG. Os dados foram coletados utilizando registros escritos e fotografias digitais. Para acompanhamento do processo cicatricial adotou-se a escala PUSH. A família apresentou como demanda o cuidado domiciliar das úlceras. Após avaliação das condições envolvidas no cuidado de visita domiciliar feita pela enfermeira, discutiu-se entre a equipe um plano de cuidados que foi apresentado para os cuidadores e os familiares. As UP passaram por três avaliações previamente programadas para observar os parâmetros indicados pela escala descritos em evoluções semanais pela enfermagem. Essa abordagem serviu como orientação para se repensar o cuidado prestado. Resultados e Discussão: Embora tenha sido somente um caso, constatou-se que a utilização da Escala PUSH atua orientando o raciocínio clínico do enfermeiro e da equipe além da fácil aplicação e da detalhada anotação do processo cicatricial favorecendo uma assistência de qualidade e cientificamente eficaz. Conclusões: Considera-se de grande valia sua utilização e indica-se o seu uso em diferentes casos e clientelas assim como a realização de outros estudos no cenário do saúde da família. 41 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Abordagem da terapêutica farmacológica em crianças com febre maculosa Bruno Porto Soares1 Tamara Carvalho Vasconcelos1 Joane de Souza Quaresma1 José Marcos Novais Tolledo1 Kaito Alves Carvalho Laube1 Letícia Andriolo Dunley 2 1 Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. 2 Médica especialista em Medicina de Família e Comunidade. Autor para correspondência: Bruno Porto Soares Rua Joviniano Ramos, 446, São José Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39400-437 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A febre maculosa é uma doença infecciosa aguda, de gravidade variável, causada pela bactéria Rickettisia rickettsii, transmitida através da saliva de carrapatos Amblyomma cajennense infectados. A evolução da doença pode se dar de forma assintomática, com sintomatologia discreta até formas graves com elevada taxa de letalidade. Objetivo: identificar a abordagem da terapêutica farmacológica em crianças com febre maculosa. Materiais e Método: Trata-se de uma revisão de literatura realizada no período de junho a agosto de 2013 com 30 publicações datadas de 2008 a 2012 disponíveis nas principais bases eletrônicas de periódicos: SCIELO, BIREME e PUBMED. Resultados e Discussão: Os agentes beta-lactâmicos e aminoglicosídeos não apresentam qualquer atividade contra a riquétsia. As sulfas são absolutamente contraindicadas, pois agem como substrato e fator de nutrição para o microrganismo, agravando o quadro clínico. Os únicos fármacos com comprovada ação e eficácia são as tetraciclinas (doxiciclina) e o cloranfenicol. Em crianças graves, o cloranfenicol é o fármaco de escolha e deverá ser utilizado por via endovenosa em doses de 50 a 100 mg/kg/dia, de 6 em 6 horas, até a melhora do quadro clínico geral, nunca ultrapassando 2g/dia. Em pacientes com quadro menos grave, a preferência é pela doxiciclina, utilizada por via oral. Alguns trabalhos têm demonstrado, clinicamente, sua maior efetividade no tratamento da febre maculosa quando comparada ao cloranfenicol. Estudos in vitro comparando a susceptibilidade da Rickettsia rickettsii aos dois fármacos também demonstram a superioridade da doxiciclina. Em crianças, apesar de vários autores não recomendarem o uso de nenhuma tetraciclina em menores de 9 anos em função do efeito de pigmentação acastanhada dos dentes, recentemente a Academia Americana de Pediatria fez recomendação do uso da doxiciclina, independentemente da idade, em função de sua maior efetividade. A dose de doxiciclina empregada em crianças com menos de 45 kg é de 2,2 mg/kg a cada 12 horas. Crianças com peso maior devem utilizar a dose do adulto. Conclusão: O sucesso da terapêutica farmacológica está relacionado à precocidade e à especificidade de sua instalação. A droga de escolha em casos leves e moderados é a doxiciclina. Nos casos mais severos, que requerem internação e utilização de antibioticoterapia por via endovenosa, o cloranfenicol é a droga utilizada, pela inexistência da doxiciclina parenteral no país. 42 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Automedicação: uma crítica à perspectiva “top-donw” Demerson Batista Vieira1 Marília Baeta Gontijo2 1 2 Acadêmico de Medicina/FUNORTE-ICS Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Demerson Batista Vieira Rua Santa Marta, 1139, C,– São Judas Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39402-421 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Em muitos estabelecimentos no Brasil, a comercialização dos medicamentos está a cargo de leigos, proprietários e balconistas, oque facilitaria a compra e o consumo dos medicamentos sem a prescrição médica, ou seja, a prática da “automedicação”. Entretanto, essa perspectiva não deve ser avaliada isoladamente, uma vez que tanto o profissional médico, quanto o paciente possuem responsabilidades na manutenção dessa prática. Objetivo: Identificar as principais falhas da cadeia “Prescrição-comercialização-Consumo”, que favorecem a automedicação. Materiais e Métodos: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, tendo como bases de dados ferramentas de pesquisa como LILACS, SciELO, BVS e Ministério da Saúde. Foram encontrados 11 artigos com o descritor “Automedicação e Padrões de Consumo”, utilizando como critério de inclusão, artigos publicados em português no período de 2007 a 2013, relacionados ao tema. Resultado: A automedicação é uma prática antiga e muito frequente no Brasil. É um problema de saúde pública, pois é capaz de retardar o diagnóstico e a cura de inúmeras patologias, onerando o sistema de saúde. Na perspectiva “Top-Down”, o balconista da farmácia, seja ele farmacêutico ou não, e o médico são os únicos responsabilizados pela prática da automedicação. Sendo o primeiro responsabilizado devido à facilitação da compra de medicamentos, com ou sem prescrição médica e o último devido a equívocos na prescrição propriamente dita, como nas doses e tempo de tratamento. Apesar de que, o maior prejudicado dessa cadeia de consumo seja o próprio paciente, poucas pesquisas os têm responsabilizado pela prática da automedicação. Conhecidamente, a falta de restrições ao acesso e a promoção e publicidade de medicamentos são fatores que colaboram para o uso irracional e indiscriminado de medicamentos por parte da população. Além disso, uma abordagem mais qualitativa sobre a automedicação propõe que tal processo se deva também às expectativas e representatividade que o binômio “doença-cura” possui nas diferentes camadas sociais. Essa proposta defende que as classes mais favorecidas economicamente associam a terapêutica à ideologia de que o uso de medicamentos garantirá acesso à saúde e ao bem-estar, indispensáveis a uma vida farta. Por outro lado, as classes menos favorecidas usariam os medicamentos como forma de preservar sua fonte de renda, ou seja, sua disposição física para o trabalho. Conclusão: As pesquisas mais recentes caminham para uma mudança da perspectiva “Top-Down” para a “Bottom-up”, na qual uma racionalização do consumo de medicamentos deve ser desenvolvida com os pacientes/consumidores. 43 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Expressão de receptores estrogênicos no câncer de mama em homens Éverton Gustavo Costa de Oliveira1 Bruno Porto Soares1 Rosana de Fátima M. de F. Braga2 ¹ Acadêmico do cursodde Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas-FUNORTE. ² Médica especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Universidade Estadual de Montes Claros. Autor para correspondência: Éverton Gustavo Costa de Oliveira. Rua João de Barro, 156 – Alcides Rabelo. Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39401-426 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O câncer de mama (CM) é neoplasia rara em homens, correspondendo a menos de 1% dos tumores de mama e 0,17% dos carcinomas no sexo masculino. Observa-se pico de casos entre 60 e 70 anos no momento do diagnóstico. A incidência é mais elevada em negros e pacientes com níveis estrogênicos elevados. O carcinoma do tipo ductal é mais prevalente, sendo rara a apresentação lobular. A maioria dos casos é de carcinoma invasor e apenas 10% dos pacientes têm a doença in situ. O diagnóstico é tardio por baixa suspeita clínica dos pacientes e dos médicos. Diferente da mulher, o CM em homens evolui mais rápido pela baixa quantidade de tecido gorduroso nestes. Diagnosticados no mesmo estágio, a sobrevida entre homens e mulheres é similar. O tratamento padrão é o mesmo que em mulheres por falta de estudos específicos do CM masculino. Este trabalho objetiva identificar a expressão de receptores estrogênicos no CM em homens. Materiais e Métodos: O trabalho constitui-se numa revisão integrativa referenciada por artigos disponibilizados nas bases SCIELO e LILACS utilizando os descritores: câncer de mama, homens e receptores estrogênicos, no período de publicação de 1993 a 2013. Foram encontrados 257 artigos. Os artigos que se adequavam ao objetivo deste trabalho foram selecionados. Resultados e Discussão: De acordo com a literatura, administração de estrogênios e doenças relacionadas ao hiperestrogenismo como cirrose e Síndrome de Klinefelter predispõem ao surgimento de CM em homens. A expressão dos receptores hormonais de estrógeno (RE) foi identificada como importante fator preditivo entre pacientes com câncer de mama. Hoje esse marcador é usado para definição do tratamento e estabelecimento do prognóstico da doença, associados a variáveis clínicas e patológicas. Aproximadamente dois terços dos tumores da mama expressam ativação para RE no núcleo tumoral, o que justifica o uso da terapia anti-estrogênica. Estudos revelaram maior positividade para receptores de estrogênio e progesterona no CM masculino em relação ao feminino, o que justifica a associação do CM a níveis elevados de estrogênios. Para o RE a positividade varia de 70% a 90%. Conclusão: Ainda que alguns estudos tenham relatado diferenças imuno-histoquímicas no CM masculino relacionadas a expressão de RE, os estudos sobre o marcador nesse grupo epidemiológico são insuficientes para se basear qualquer conduta clínica, demonstrando a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o tema. 44 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Impacto do tratamento hemodialítico na qualidade de vida relacionada à saúde do paciente renal crônico Fernanda Ataide Caldeira¹ Isadora Ataide Caldeira¹ Thays Dias Lopes¹ Janine Andressa Costa¹ Ana Luiza Silveira Ferreira¹ Karina Andrade de Prince² ¹ Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. ² Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. Autor para correspondência: Fernanda Ataide Caldeira Rua Gabriel Passos, 116, apto 501, Centro. Montes Claros, MG, Brasil, CEP. 39400-112. E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A doença renal crônica consiste em uma lesão com perda progressiva e irreversível da função dos rins mantida por pelo menos três meses. É uma das doenças de curso crônico que gera grande morbidade e incapacidade. Devido a perda progressiva da função renal a alternativa para se manter a vida é o tratamento dialítico contínuo. O uso constante e intenso da hemodiálise pode ocasionar grande impacto na qualidade de vida relacionada à saúde, devido ao seu potencial de afetar o paciente como um todo, o que abrange aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Objetivo: Esse estudo teve como objetivo avaliar o impacto do tratamento hemodialítico na qualidade de vida relacionada à saúde do paciente renal crônico. Material e métodos: Realizou-se uma revisão da literatura através das bases de dados LILACS, SciELO e MEDLINE no período de 2004 a 2013. Foram selecionados dez artigos por meio dos descritores: qualidade de vida, hemodiálise, doença renal crônica. Resultados e Discussão: Pessoas dependentes da hemodiálise estão submissas a consideráveis alterações da qualidade de vida, advindas das limitações das tarefas corriqueiras pela condição crônica. Inicialmente, as funções biológicas sofrem consequências, acarretando perturbações nos sistemas muscular, esquelético, cardiovascular, epitelial e gastrintestinal. Os pacientes podem consequentemente apresentar envelhecimento precoce, edema, emagrecimento e diminuição da tonalidade da pele. O estresse é outro elemento regular na vida dos dependentes da hemodiálise, pois a máquina se associa a sua autoimagem, simbolizando sua vida. Também são agentes estressantes o medo do incorreto funcionamento da máquina, e a insegurança financeira devido à demissão do emprego ou aposentadoria precoce. Conclusões: A qualidade de vida está comprovadamente afetada no paciente renal crônica em tratamento hemodialítico. Portanto, o amparo psicológico e participação da família são de intensa importância para pacientes com doença renal crônica, uma vez que o tratamento dialítico pode causar desordens emocionais e psíquicas, tais como depressão, angústia e um estado de dissolução dos desejos que sinalizam para uma situação de empobrecimento e vida. 45 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Câncer de mama masculino: relação dos principais marcadores tumorais com o prognóstico Higor Frederico Martins Rodrigues¹ Lílian Márcia Costa Andrade¹ Maria Clara Gomes Oliveira¹ Clarissa Santos Rodrigues¹ Milson Carvalho Quadros Júnior2 Jadson Rabelo Assis3 ¹Acadêmicos do Curso Médico das Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE) 2 Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. Graduando em Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas. 3 Mestre em Promoção de Saúde e Docente do Curso Médico das Faculdades Integradas do Norte de Minas(FUNORTE) Autor para correspondência: Higor Frederico M. Rodrigues. Rua Camélia, 419 – Sagrada Família. Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39401-020. E-mail: [email protected] Introdução: O carcinoma da mama masculina é uma rara neoplasia, com incidência expressivamente inferior quando comparada à da mama feminina. Os marcadores tumorais são substâncias presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, produzidos primariamente por ele ou, secundariamente pelo paciente, em resposta à presença do tumor. A identificação dos marcadores tumorais nesse tipo de câncer torna-se relevante, pois pode predizer o comportamento tumoral, fator determinante na progressão clínica da doença. Objetivo: Descrever os marcadores tumorais mais prevalentes e de maior relação com o prognóstico no câncer de mama masculino em comparação ao câncer de mama feminino. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática de artigos selecionados nos últimos 10 anos, realizada no período de junho a julho de 2013. Os bancos de dados utilizados foram scielo, bireme e medline. Resultados e Discussão: De acordo com vários autores, os marcadores de receptores hormonais (RH) mostraram maior taxa de positividade em relação ao câncer de mama feminino, superior a 90% contra 70% para o receptor de estrogênio e de 80% a 90% para o receptor de progesterona em homens versus 60% em mulheres, tendo a positividade dos RH relação com melhor resposta à terapia hormonal e um melhor prognóstico. Poucos estudos avaliaram o receptor do fator de crescimento epidérmico humano (EGFR/HER1) em homens, com resultados conflitantes quanto à positividade encontrada, variando de 20% a 76%, em mulheres é expresso em 30% a 60%. O EGFR/HER1 representa um fator de prognóstico negativo, pois apresenta correlação inversa com os receptores de estrogênio. O receptor para o fator de crescimento epidérmico humano dois (HER2) tem demonstrado uma associação entre sua amplificação e um mau prognóstico. Atualmente, acredita-se que esse marcador seja menos expresso em homens do que em mulheres. O p53, em homens com câncer de mama, expressou-se de forma mista: similar ao das mulheres em alguns trabalhos e em outros menos frequentes. A expressão aumentada do p53 está associada, segundo alguns autores, a tumores mais agressivos e a um pior prognóstico. Conclusão: As divergências na literatura são muito discutidas, chegando-se à conclusão que os marcadores tumorais para serem utilizados como fatores prognósticos do câncer de mama necessitam de mais estudos. 46 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Grau de dependência de idosos diabéticos atendidos pela estratégia saúde da família Iuri Braga de Oliveira1 Lorena Roseli Rios2 Larissa Silva Teixeira2 Maria Aparecida Vieira 3 Danilo Cangussu Mendes 4 João Marcus Oliveira Andrade5 ¹ Graduando em Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE) Graduada em enfermagem e Pós-graduada em Saúde da Família pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). 3 Graduada em Enfermagem e Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutoranda em Ciências da Saúde da Escola Paulista de Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo. 4 Graduado em Odontologia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Especialista em Saúde da Família, Mestre em Cuidado Primário em Saúde e Doutorando em Ciências da Saúde pela (UNIMONTES). 5 Enfermeiro Especialista em Saúde da Família. Mestre em Ciências da Saúde e Doutorando em Ciências da Saúde pela (UNIMONTES). 2 Autor para correspondência: Iuri Braga de Oliveira. Rua Coronel João Maia, 92 – Bairro: Alto São João. Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39400-338. E-mail: [email protected] Introdução: Nos últimos anos, ocorreram modificações significativas nos padrões demográficos e de saúde da população mundial, acarretando um crescimento expressivo da população idosa. O conjunto das alterações fisiológicas e patológicas vivenciadas pelos idosos culmina com a crescente dependência. A dependência pode ser considerada como um estado em que as pessoas se encontram por razões ligadas à falta ou perda de autonomia (física, psíquica, social), de necessidade de ajuda para realizar as Atividades Básicas e Instrumentais da Vida Diária. É um problema grave de saúde que interfere na qualidade de vida do idoso. Objetivo: Este estudo objetivou identificar o grau de dependência de idosos diabéticos atendidos pela Estratégia Saúde da Família no município de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Material e Métodos: Estudo transversal descritivo. Participaram do estudo 157 idosos diabéticos residentes em área de abrangência de sete unidades da Estratégia Saúde da Família. Os dados foram coletados pelo Questionário de Caracterização de Idosos Diabéticos e pela Escala de Katz. A associação dos dados foi conduzida por análises descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 2661/2011. Resultados e Discussão: A maioria dos idosos é do sexo feminino (n=102; 55,0%), com idade entre 60-69 anos (n=82; 52,2%), casados/amasiados (n=80; 51,0%), católicos (n=101; 64,3%), alfabetizados (n=91; 58,0%), com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (n=93; 59,2%), em uso contínuo de 1 a 2 medicamentos/dia (n=74; 47,1%) e sem outras doenças crônicas (n=48; 30,6%). O grau de dependência foi observado em 31,8% (n=50), a dependência parcial em 15,3% (n=24) e a dependência total em 52,9% (n=83), sendo que os idosos apresentam melhor capacidade de execução das atividades de alimentação (68,8%; n=108) e continência (70,1%; n=110). Conclusão: Assim, o presente estudo sugere a necessidade de acompanhamento contínuo na prevenção da incapacidade funcional desse grupo populacional. 47 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Fatores predeterminantes para o desencadeamento da diabetes mellitus gestacional Janine Andressa Costa¹* Thays Dias Lopes¹ Fernanda Ataide Caldeira¹ Isadora Ataide Caldeira¹ Ana Luiza Silveira Ferreira¹ Karina Andrade de Prince² 1 Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. 2 Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. Autor para correspondência: Thays Dias Lopes. Rua Santa Terezinha, 201, apto 203 - Cidade Nova Montes Claros, MG, Brasil, CEP. 39400-468 E-mail: [email protected] Introdução: Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é definida como uma intolerância a carboidratos, resultando em hiperglicemia, com início ou diagnóstico na gestação. Sua fisiopatologia é decorrente da elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, pelo estresse imposto pela gravidez e a fatores predeterminantes genéticos ou ambientais, como obesidade, idade avançada, fatores emocionais e história familiar. No Brasil, cerca de, 5,9 % de toda a população é portadora dessa enfermidade. Objetivo: Conhecer na literatura os fatores predeterminantes da DMG. Material e Método: Realizou-se uma revisão da literatura através das bases de dados LILACS, SciELO e MEDLINE no período de 2009 a 2013. Foram selecionados dez artigos por meio dos descritores: diabetes mellitus gestacional, fatores de risco e rastreamento. Resultados e Discussão: Foram encontrados vários fatores de risco relacionados com a DMG, porém muitos ainda são controversos, como tabagismo, baixo peso ao nascer, baixa estatura, multiparidade, raça e fatores sociais. Tal fato se deve a inexistência de mecanismos que explicam seu envolvimento na patogênese. Dentre os fatores de risco relevantes inclui-se idade avançada, obesidade, fatores emocionais e história familiar. Existe uma relação entre obesidade e DMG, pois a resistência à insulina, secundária ao acúmulo de gordura intra-abdominal, provoca alteração pancreática comum nas mulheres predispostas a tal patologia. Os hábitos alimentares e o sedentarismo vão determinar o excesso de peso gestacional, e a partir de então, sua influencia na DMG. Em relação à idade, a partir dos 25 anos o metabolismo é modificado e o sedentarismo passa a ser frequente, o que podem contribuir na alteração do perfil hormonal com elevação dos hormônios contra-reguladores da insulina, levando ao desenvolvimento da doença.O próprio estresse emocional pode influenciar nas funções metabólicas e levar ao aumento de cortisol e outros hormônios hiperglicemiantes. Por fim, a história familiar, pois a genética pode ser um determinante dessa enfermidade. Conclusões: A gestante com fatores de risco modificáveis para o DMG deve receber acompanhamento médico a fim de extinguir tais riscos. Já a gestação com fatores de risco não modificáveis deve ser cuidadosamente planejada, mantendo, sobretudo, o controle glicêmico adequado. Recomenda-se que o rastreamento do DMG seja universal, independente da predisposição, devido aos riscos impostos a gestante e ao concepto por essa enfermidade. 48 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Endocardite infecciosa e uso de drogas injetáveis – uma revisão de literatura atualizada Jéssica Santiago Dias¹ Izabela Andrade Ferreira¹ Letícia Gomes Pereira¹ Luara Mychelle Silveira Neres¹ Ana Clara Cruz Braga¹ Américo Alves de Almeida Júnior² ¹Acadêmicos do curso de Medicina do Instituto de Ciências da Saúde- Funorte ² Médico graduado pelo Instituto de Ciências da Saúde- Funorte Autor para correspondência: Jéssica Santiago Dias Rua Espírito Santo, nº 31, apt 1001, Ibituruna Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39401-349 Email: [email protected] RESUMO Introdução: A Endocardite Infecciosa (EI) é uma condição decorrente da colonização da superfície endocárdica, cuja lesão característica é a vegetação, acometendo principalmente valvas, além de cordoalhas, endocárdio mural e shunts. Taxa de incidência desta patologia é entre 1,7 à 6,2 por 100.000 na população em geral, e manteve-se essencialmente inalterada nas duas últimas décadas. Condições predisponentes da EI são cardiopatias congênitas, acometimento por Febre Reumática, entre outras, porém destaca-se aqui a associação com o uso de drogas injetáveis devido ao caráter prevenível desse fator. Objetivo: Revisar a correlação do uso de drogas injetáveis com o desenvolvimento da Endocardite Infecciosa. Métodos: Estudo baseado numa revisão de literatura tendo como referência artigos publicados a partir do ano 2000 nas bases de dados do PUBMED, MEDLINE e SCIELO, referências de livros e teses, usando palavras-chave como Endocardite Infecciosa, Staphylococcus aureus, Drogas injetáveis. Resultados: Verificou-se que a incidência de EI em usuários de drogas injetáveis (UDI) pode ser trinta vezes mais alta que na população geral e quatro vezes mais alta que o risco em adultos com cardiopatia reumática. Bactéria Staphylococcus aureus é o principal agente etiológico envolvido no desenvolvimento da EI e apresenta elevada virulência, evolução clínica aguda e grandes taxas de morbimortalidade. Valva tricúspide é mais acometida (60% à 70%), seguida da mitral e aórtica (20% à 30%), neste caso. Manifestações clínicas da EI nos UDI estão relacionadas à alta frequência do acometimento do lado direito do coração, com repercussões importantes no sistema respiratório - pneumonia bilateral e formação de múltiplos abscessos pulmonares. Êmbolos pulmonares sépticos são encontrados em cerca de 75% dos casos, particularmente em pacientes infectados por S.aureus. Os pacientes podem apresentar expectoração, hemoptise, dor torácica pleurítica e achados radiológicos iniciais que sugerem pneumonia. Conclusão: Diante dos estudos, as características clínicas e o prognóstico dos pacientes com EI associada ao uso de drogas injetáveis é significantemente diferente dos pacientes não usuários. Os UDI foram menos propensos a terem um curso clínico benigno e apresentaram uma maior frequência de complicações sépticas. Tais achados demonstram a importância da estratificação de risco e estratégia de tratamento modificada em UDI que desenvolvem EI. 49 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Esclerose múltipla: uma abordagem genética Keloton Evangelista Mendes¹ Luís Gustavo Biondi Soares¹ Tamara Carvalho Vasconcelos2 Bruno Porto Soares2 Joane de Souza Quaresma2 Kaito Alves Carvalho Laube2 Viviane Braga Lima3 1 Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes 2 Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte. 3 Médica de Família e Comunidade Autora para correspondência: Tamara Carvalho Vasconcelos Rua Juca Macedo, 583, Funcionários Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39401-044 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A esclerose múltipla (EM) é a desordem inflamatória desmielinizante mais comum do sistema nervoso central (SNC), de natureza autoimune, mediada por linfócitos Th1, caracterizada por episódios repetidos de disfunção neurológica com remissão variável. Objetivo: relacionar os genes associados com esclerose múltipla e a predisposição genética para o desenvolvimento da doença. Materiais e Métodos: Este trabalho constitui-se de uma revisão de literatura nos acervos de livros médicos disponíveis na biblioteca central da Universidade Estadual de Montes Claros, bem como artigos disponíveis nas principais bases eletrônicas de periódicos: BIREME e SCIELO no período de março a junho de 2013, tendo as referências datadas de 2009 a 2013. Resultados e Discussão: Trata-se de uma doença com caráter poligênico e cada gene influencia a susceptibilidade genética ao desenvolvimento da EM, em pequena intensidade, 80% desses genes relacionados à doença são imunológicos. Há indícios de que os genes HLA, principalmente os de classe II, das sub-regiões DR e DQ estejam envolvidos. O haplótipo DRB1*15O1.DQA1*0102.DQB1*0602 referente ao fenótipo DR2.Dw2.DQ6 foi encontrado em associação positiva em vários estudos realizados em populações caucasoides. O desequilíbrio de ligação entre os genes DR e DQ dificulta o reconhecimento da contribuição individual de cada alelo. Cerca de 20% dos pacientes com EM têm ao menos um parente acometido pela mesma doença. Comparado à população em geral, os parentes em 1º grau de doentes com EM apresentam um risco de 20 a 40 vezes maior de desenvolver a enfermidade. Além disso, a influência genética na predisposição à EM é também sugerida devido à taxa de concordância da doença em gêmeos monozigóticos (30%) ser seis vezes maior que entre os gêmeos dizigóticos (5%). Conclusão: Através desse estudo concluímos que a Esclerose Múltipla tem bases genéticas envolvidas no desenvolvimento de sua patogenia autoimune, modulando a susceptibilidade a doença da população em geral. 50 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Impacto do exercício físico no tratamento da miastenia gravis Luís Gustavo Biondi Soares1 Tamara Carvalho Vasconcelos2 Bruno Porto Soares2 Joane de Souza Quaresma2 Kaito Alves Carvalho Laube2 Keloton Evangelista Mendes1 Viviane Braga Lima3 ¹ Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros. ² Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas. ³ Médica de Família e Comunidade Autor para correspondência: Luís Gustavo Biondi Soares Av. Deputado Esteves Rodrigues, 21 Apto 403, Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP: 39400-00 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Miastenia gravis (MG) é uma doença autoimune caracterizada pelo acometimento da junção neuromuscular, causada por autoanticorpos contra os receptores nicotínicos da acetilcolina (anti AChR). Esse distúrbio na transmissão do impulso nervoso para o músculo esquelético gera um quadro clínico de fraqueza muscular, inicialmente na face, mas que pode tornar-se generalizada, acometendo também os membros, geralmente após repetidos movimentos. Objetivo: Discutir sobre o impacto do exercício físico no tratamento da Miastenia Gravis. Materiais e Métodos: Este estudo constitui-se de uma revisão de literatura tendo como referência artigos indexados publicados nos últimos cinco anos nas bases de dados MEDLINE e Scielo, assim como referências de teses de mestrado por meio de palavras-chave – Miastenia Gravis, Exercício Físico e Tratamento -, onde se estabeleceu o impacto do exercício físico no tratamento da Miastenia Gravis. Resultados e Discussão: Os efeitos dos exercícios físicos na MG ainda não foram suficientemente abordados na literatura. Alguns estudos evidenciam a importância do treinamento físico, no ganho de força muscular e resistência à fadiga, em pacientes portadores de MG leve. Os autores relatam que é possível realizar treinamento de fortalecimento dinâmico em pacientes com MG leve embora seja preciso mais estudos para avaliar a variação da fadigabilidade. Atividades musculares que utilizam cargas elevadas e baixo numero de repetições visam promover a hipertrofia muscular. Já as atividades que utilizam menor intensidade de carga, porém com repetições prolongadas, tendem a melhorar a resistência muscular. A melhora da resistência muscular esquelética está associada ao aumento da capacidade oxidativa devido aos altos níveis de enzimas oxidativas, grande quantidade de substratos de lipídeos e glicogênio, além do aumento do número de capilares. Conclusão: Embasando-se nos resultados obtidos, o treinamento físico dos pacientes miastênicos levemente comprometidos revela certa eficiência na melhora da resistência e força muscular, facilitando, dessa forma, tanto a recuperação de quadros agudos da crise miastênica como a manutenção das atividades de vida diárias. 51 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 A importância dos métodos diagnósticos do câncer gástrico: uma revisão de literatura Majlla Magalhães Silva1 Anderson Frederico Oliveira Dias1 Pedro Henrique Souza Reis1 Iuri Braga de Oliveira1 Lorenna Rabelo Oliveira Leal2 Antônio Sérgio Barcala Jorge3 1 Acadêmicos de Medicina-Faculdades Unidas do Norte de Minas-FUNORTE. 2 Acadêmica de Medicina -Faculdades Integradas Pitágoras. 3 Médico-Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES. Autor para correspondência: Majlla Magalhães Silva Rua São Paulo, 372 apt 206 – Todos os Santos Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-124 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O câncer gástrico é o quarto câncer mais prevalente no mundo e permanece como a segunda causa de morte por neoplasia no mundo.No Brasil, o câncer gástrico é a quinta neoplasia mais incidente.A etiologia é multifatorial: fatores genéticos, epigenéticos e ambientais interagem e contribuem para a origem e progressão desse tumor.Não há sintomatologia patognomônica para o diagnóstico do câncer gástrico, pois os sintomas são vagos e inespecíficos, fato que justifica o diagnóstico tardio e a realização dessa revisão.Objetivo:Realizar uma revisão de literatura acerca dos métodos diagnósticos do câncer gástrico,destacando a importância de cada um.Material e Métodos: Foi feita uma revisão bibliográfica nas seguintes bases de dados: PubMed, Lilacs, Medline e Scielo.Foram elegíveis artigos publicados do período de 2001 a 2009, e utilizamos os seguintes indexadores: câncer gástrico, métodos diagnósticos, técnicas radiológicas, endoscopia e marcadores biológicos.Resultados e Discussão: As técnicas utilizadas são radiológicas, endoscópicas e marcadores biológicos. A seriografia esofagogastroduodenal, recebe destaque dentre as técnicas radiológicas,é utilizada de forma complementar às técnicas endoscópicos e é importante para avaliar o subtipo infiltrativo difuso.A ressonância magnética, ultrassonografia e tomografia computadorizada são úteis para a detecção de extensão locorregional e pesquisa de metástases à distância.Já a endoscopia digestiva alta destaca-se pelo fato de permitir a avaliação macroscópica e confirmação histopatológica da lesão. Os marcadores tumorais são macromoléculas que se encontram no tumor e líquidos biológicos.O achado dessas substâncias está intimamente relacionado com a gênese e o crescimento de tumores.Por essa razão são usados no acompanhamento dos pacientes com câncer, dando suporte nos processos de diagnóstico, estadiamento, avaliação de resposta terapêutica, detecção de recidivas e prognóstico.Para o câncer gástrico, os marcadores usados são o CA 72.4(o mais sensível) CEA e o CA 9.9.Conclusão: Nessa revisão, percebemos que as técnicas radiológicas e endoscópicas têm utilidade limitada visto que são úteis apenas para fase estabelecida da neoplasia. Destacamos, por outro lado, os marcadores biológicos, que além de serem alvo de vários estudos, possuem empregabilidade maior que as demais técnicas. 52 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Avaliação da qualidade de vida em mulheres climatéricas atendidas nas ESF’s de Montes Claros-MG Mariana de Paiva Oliveira1 Lucianne Vanelle Sales Freitas1 Josiane Santos Brant Rocha2 1 Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil 2 Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro-UTAD Ator para correspondência: Mariana de Paiva Oliveira Rua Irmã Beata, nº 18, apto. 804, Centro Montes Claros, MG, Brasil, CEP: 39400-110 E-mail: [email protected], RESUMO Introdução: A mulher ganhou maior destaque nas pesquisas que visam avaliar a qualidade de vida na fase do envelhecimento. Isso devido às particularidades que envolvem o processo de senilidade feminina e quanto aos sintomas climatéricos que afetam a qualidade de vida das mulheres, por estarem associados a fatores psicossociais e culturais. Objetivos: Avaliar os sintomas presentes no climatério que podem interferir na qualidade de vida de mulheres climatéricas entre 40 e 65 anos. Material e Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e descritivo. A qualidade de vida no climatério foi investigada através da Menopause Rating Scale – MRS, sendo um questionário contendo 11 questões sobre três domínios relacionados a esse período da vida da mulher: sintomas somato-vegetativos, urogenitais e psicológicos. A amostra consistiu em 340 mulheres climatéricas, atendidas nas Estratégias de Saúde da Família (ESF’S), conveniadas às Faculdades Integradas Pitágoras, do município de Montes Claros – Minas Gerais, no período de abril/maio de 2013. A pesquisa foi submetida à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros: Nº 311.628/2013. As participantes, esclarecidas sobre a pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados foram apresentados como média ± de desvio padrão para o score de qualidade de vida. Resultados: A maioria das mulheres entrevistadas (23,2%) se encontrava na faixa etária entre 59 e 65 anos de idade. As médias dos sintomas encontrados foram: falta de ar (1,55±1,486), mal-estar (1,14±1,306), sono (1,32±1,480), ânimo (1,44±1,426), irritabilidade (1,57±1,491), ansiedade (2,05±1,556) e esgotamento físico (1,65±1,399). Discussão: As mulheres no período do climatério estão sujeitas a oscilações comportamentais e de humor, que podem se exteriorizar através da irritabilidade, depressão, nervosismo e ansiedade. No presente estudo, a ansiedade foi a característica biológica mais prevalente, devendo-se investir então na promoção da saúde para o seu controle, uma vez que a ansiedade climatérica é fator de risco para doenças psiquiátricas sérias. Conclusão: Diante do relato sobre os sintomas e desconfortos fisiológicos no período do climatério na amostra entrevistada, o estudo chama a atenção para a necessidade de maior cuidado em saúde para as mulheres climatéricas, uma vez que elas são caracterizadas como um grupo populacional crescente, à medida que aumenta a expectativa de vida. 53 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Perfil ginecológico de mulheres climatéricas diagnosticadas com Diabetes Mellitus tipo 2 em Montes Claros-MG Natália Gonçalves Santana Rocha1 Ana Paula Machado1 Guilherme Veloso Gomes1 Ronilson Ferreira Freitas2 Vivianne Margareth Chaves Pereira Reis3 Josiane Santos Brant Rocha4 1 Acadêmicos do curso de Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras 2 Acadêmico do curso de Farmácia, Faculdades Integradas Pitágoras 3 Mestre Avaliação Física nas Atividades Físicas e Desportivas pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD. 4 Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD. Autor para correspondência: Natália Gonçalves Santana Rocha. Rua Iguaçú, 95 – Sumaré Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39402-761. E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome resultante de um distúrbio no metabolismo de açúcares, gorduras e proteínas que acomete pessoas em todo o mundo. Objetivo: Analisar o perfil ginecológico de mulheres climatéricas portadoras de Diabetes Mellitus Tipo 2. Metodologia: Trata-se de estudo transversal e quantitativo, onde foram entrevistadas 95 mulheres climatéricas diagnosticadas com Diabetes Mellitus tipo 2, atendidas nas Estratégias de Saúde da Família do município de Montes Claros-MG, através de questionário ginecológico e sociodemográfico, após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa das FIPMoc, sob o parecer de número: 038757/2012, e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise baseou-se na avaliação dos fatores ginecológicos (estado menopausal, tipo de menopausa, sintomas de menopausa, número de partos e relações sexuais) e sociodemográficos (idade, cor da pele, grau de instrução, estado marital e renda). Foi utilizada análise descritiva através de porcentagem, utilizando-se o programa estatístico SPSS versão 20.0. Resultados e Discussão: A amostra foi composta, em sua maioria (56,3%), por mulheres com média de idade de 59 a 65 anos, pardas (49%) e grau de instrução igual ou inferior a 5 anos de estudo completo (47,9%), apresentando companheiro fixo (65,6%) e com renda entre 1 e 2 salários mínimos (53,1%). Quanto aos fatores ginecológicos, a maior prevalência foi de mulheres na pós-menopausa (68,8%), com menopausa natural (83,3%), sendo o principal sintoma relatado os fogaços (46,9%), com vida sexual ativa (50%) e média igual ou superior a 3 partos por mulher (67,7%). Nos últimos anos, devido à crescente urbanização e conseqüentemente alteração no estilo de vida, o número de pessoas portadoras dessa enfermidade tem aumentado notoriamente sendo que a idade de maior freqüência do Diabetes Mellitus Tipo 2 se dá após os 40 anos, com o maior pico em torno dos 60 anos, sendo muito frequente entre mulheres climatéricas, período este conhecido como fase de transição entre a fase reprodutiva para a não reprodutiva e se caracteriza pelo déficit de estrogênio pelos ovários. Conclusão: Conclui-se que as mulheres em sua maioria estavam na pós menopausa, apresentavam fogachos como principal sintoma e baixo grau de instrução, o que reforça a necessidade de existir uma atenção maior para mulheres climatéricas. 54 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Relação entre ansiedade e qualidade de vida em mulheres no climatério Rafael Dourado Borges¹ Frederico Raelmi Lopes Nobre¹ Juliana Cristina de Souza¹ Nayara Caetano Agapito¹ Josiane Santos Brant Rocha² ¹ Acadêmicos do curso de Medicina/ Faculdades Integradas Pitágoras ² Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD Autor para correspondência: Rafael Dourado Borges Rua Espírito Santo, 220 – Ibituruna Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39401-349 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A presença da ansiedade é considerada um fator que altera a qualidade de vida da mulher climatérica, sendo aquela influenciada tanto por fatores biológicos, quanto por fatores culturais e psicossociais. Essa associação pode ser feita em decorrência da redução progressiva dos estrogênios, uma vez que esse esteroide exibe nítida ação ansiolítica. Objetivo: Destacar a incidência de ansiedade em mulheres climatéricas relacionando com a qualidade de vida das mesmas. Material e Métodos: Foram entrevistadas 340 mulheres, com idade de 40 a 65 anos acompanhadas pelas Estratégias de Saúde da Família (ESF’s) Morrinhos, Maracanã e Clarisse Ataíde da cidade de Montes Claros, MG. Para análise estatística dos dados, utilizou-se Programa SPSS, na versão 20.0 para o Windows. Os estudos estatísticos não paramétricos aplicados para comparação entre duas variáveis foram a Análise Mann-Whitney e para comparação entre mais de dois grupos de variáveis foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. Adotou-se como nível de significância estatística o valor de p menor que 0,05. Resultados: A relação observada entre ansiedade e qualidade de vida foi significativa. A ansiedade apresentou "Mean" 2,05; relacionando o fator ansiedade com o IMC calculado, mulheres normais com N=105, sobrepeso com N=123 e obesas com N=100 apresentaram o "Mean Rank" com valor de 159,61, 172,64 e 180,39 respectivamente para tais classificações; ao relacionar ansiedade com atividade remunerada dessas mulheres foi revelado que 189 das 340 mulheres não exerciam nenhuma atividade e colocação no “Mean Rank” 176,15, enquanto que 151 mulheres exerciam com “Mean Rank”163,43 e p=0,224. Discussão: As mulheres obesas são mais acometidas por quadros de ansiedade do que o restante das mulheres, visto que quanto maior o IMC, menor a qualidade de vida, já que o fator psicológico aumenta proporcionalmente. Além disso, a condição socioeconômica exerce uma influência direta no determinismo da ansiedade, em que mulheres desempregadas, apesar de terem maior escolaridade mostraram-se ansiosas, sinalizando que o emprego e a renda, nos dias atuais, representam importantes fatores de proteção contra a ansiedade. Conclusão: A prevalência de ansiedade no estágio climatérico foi significativa, no qual a mulher apresenta-se mais sensível à ansiedade, possivelmente em decorrência da redução progressiva dos estrogênios, tornando-se mais vulnerável e instável, afetando diretamente sua qualidade de vida. 55 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Sintomas depressivos nos acadêmicos de medicina Ticiane Dias Prado1 Marília Baeta Gontijo2 1 2 Acadêmica de Medicina/FUNORTE-ICS Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS Autor para correspondência: Ticiane Dias Prado Rua Barão do Rio Branco, 430, apt 01 – Centro Montes Claros, MG, Brasil CEP. 39400-075 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: A formação médica expõe o estudante de medicina a diversas situações estressantes e o torna potencialmente vulnerável a processos patológicos, principalmente distúrbios emocionais. Excessivas cargas horárias, exposição crônica a estressores inerentes ao ofício (lidar com dor e morte), restrições das atividades sociais, pressão econômica, alta competitividade e outros fatores podem comprometer as relações interpessoais e o desempenho acadêmico, além de contribuir para o aparecimento de sintomas depressivos. A detecção precoce de sintomas de sofrimento psíquico é extremamente importante para evitar a cronificação do transtorno depressivo e, de acordo com novos estudos, evitar o desenvolvimento da Síndrome de Burnout, altamente prevalente nos profissionais médicos. Objetivo: Observar a correlação existente entre a escola médica e o desenvolvimento de sintomas depressivos em um grupo de acadêmicos e a importância da identificação precoce dessa sintomatologia e os fatores associados. Materiais e Métodos: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, feito a partir da análise de artigos publicados nas bases de dados LILACS e SciELO entre os anos de 2008 e 2012 e foram selecionadas as referências relevantes para o levantamento de informações frente ao objetivo proposto. A análise foi feita predominante com base em estudos transversais de amostra representativa dos acadêmicos de medicina, nas quais foi utilizado para avaliação o Inventário de Depressão de Beck (IDB). Resultado: A prevalência dos sintomas depressivos nos estudantes de Medicina é superior à média encontrada na população geral. Há um maior predomínio de jovens, do sexo feminino e solteiros. Acredita-se que esses resultados estejam relacionados às variáveis do processo ensinoaprendizagem e aos aspectos pessoais. Tristeza, anedonia, baixa auto-estima, perfeccionismo, irritabilidade, desinteresse por pessoas, redução da capacidade de trabalho e cansaço excessivo foram os itens do IDB mais pontuados. Conclusão: A partir dos dados obtidos nesta revisão podemos concluir que a maioria dos pesquisadores concorda que os sintomas depressivos são prevalentes durante a formação do médico e podem comprometer vida pessoal, desempenho acadêmico e profissional futuro. A maioria dos estudos realizados nesta área é transversal e não multicêntricos, portanto são cabíveis novas pesquisas de acompanhamento longitudinal. Além disso, é fundamental a criação de programas preventivos de atendimento aos alunos que possibilitem identificar e minimizar o sofrimento emocional. 56 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Depressão pós-parto no âmbito da estratégia saúde da família Francinne Possidônio Leão1 Lais Pereira Viana1 Fernanda Amaral Soares1 Amanda Miranda Ferreira1 Gláucia Mendes de Almeida2 Taynna Possidônio Leão³ 1 Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. 2 Graduada em Enfermagem pelas Faculdades Santo Agostinho, Montes Claros (MG), Brasil. ³Enfermeira Pós-Graduada em Saúde Pública e Urgência e Emergência pela Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. Autor para correspondência: Francinne Possidônio Leão. Rua G, Nº 64, João Botelho. Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39.402-618. E-mail: [email protected] RESUMO Introdução e Objetivos: Depressão Pós-Parto (DPP) consiste numa perturbação emocional, humoral e reativa, identificada em mulheres após o parto¹. A DPP é um importante problema de saúde pública, afetando tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho². É importante a identificação de fatores de risco para a depressão no ciclo gravídico-puerperal e o conhecimento sobre a vulnerabilidade biológica para os transtornos de humor no puerpério, para que haja a prevenção, utilizando estratégias psicossociais, psicofarmacológicas e hormonais³. Este trabalho teve o objetivo de verificar a ocorrência de DPP em puérperas atendidas pela Estratégia Saúde da Família de Brasília de Minas e caracterizá-las quanto aos aspectos socioeconômicos, avaliando o risco para DPP. Material e Métodos: Trata-se um estudo descritivo, quantitativo e exploratório. Constitui-se universo da pesquisa todas as puérperas com partos ocorridos no período de maio a outubro de 2010, cadastradas na ESF do município de Brasília de Minas – MG, residentes na zona urbana. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado e fundamentado na Edimburgh Postnatal Depression Scale (EPDS). Após treinamento com os agentes comunitários de saúde (ACS), procedeu-se à coleta dos dados. Estes foram tabulados e apresentados em gráficos, através do programa EXCEL/2007. Resultados e Discussão: Participaram da pesquisa 63 mulheres, sendo que a maioria se encontrava na faixa etária de 26 a 30 anos (32%), apresentava escolaridade de ensino médio incompleto (32%), renda familiar de até 1 salário mínimo (51%) e eram casadas (46%). A última gestação não foi planejada por 63% delas, 81% relataram que nunca tiveram episódio de DPP e 83% não sentiram necessidade de procurar por assistência psicológica durante a gestação. Dentre elas, 24% apresentaram escore ≥ a 12 na EPDS, apresentando probabilidade de DPP, ressaltando que nenhuma delas foi detectada pela atenção primária do município. Conclusões: Percebe-se dificuldade em detectar sofrimento psíquico no puerpério, pois nenhuma das puérperas tinha diagnóstico de DPP e, no entanto, 24% delas obtiveram probabilidade de estarem desenvolvendo depressão puerperal. É necessária a implantação de estratégia de ação e capacitação profissional para que a equipe de saúde esteja apta para identificar e assistir puérperas com sofrimento psíquico, visando a melhora da qualidade de vida da família e a recuperação da mulher no puerpério. 57 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Incidência e perfil epidemiológico da Hepatite B em Montes Claros-MG no período de 2003 a 2012 Lais Pereira Viana1 Fernanda Amaral Soares1 Francinne Possidônio Leão1 Amanda Miranda Ferreira1 Karina Andrade de Prince² 1 Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil. 2 Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG). Autor para correspondência: Lais Pereira Viana. Rua Coimbra, Nº 51, Ibituruna. Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39400-000. E-mail: [email protected]. RESUMO Introdução: A hepatite B é doença infecciosa, causada por um vírus hepatotrópico, de estrutura complexa. A doença é um problema de saúde mundial, principalmente em países em desenvolvimento, e estima-se que um terço da população global esteja infectado com o vírus da hepatite B. Objetivos Esse trabalho teve como objetivos conhecer a incidência e o perfil epidemiológico da Hepatite B em Montes Claros, MG, entre os anos de 2003 a 2012. Material e Métodos: Levantamento epidemiológico, descritivo, retrospectivo e de delineamento quantitativo. Os dados foram obtidos através das notificações compulsórias de hepatite B registradas no Sistema Nacional de Agravos de Notificação entre 2003 e 2012. Variáveis avaliadas: incidência, sexo, faixa etária, etnia, escolaridade, forma clínica e fonte de infecção. Para calcular a incidência foram utilizou-se os dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística juntamente com o número de casos notificados. Resultados e Discussão: A incidência da hepatite B no município aumentou no período de 2003 a 2007, diminuindo ano a ano a partir de 2008, tendo discreto aumento nos anos de 2011 e 2012. Com relação ao sexo, houve maior notificação da infecção no sexo masculino entre os anos de 2005 (100%), 2008 (71,54%) e 2011 (71, 43%), no sexo feminino nos anos de 2006, 2009 e 2010, havendo igualdade do número de casos entre os sexos nos demais anos. A faixa etária entre 20-39 anos foi a mais acometida (43,7%), e os indivíduos de etnia branca e parda de e de baixa escolaridade representaram a maioria dos casos da doença no município. A forma clínica mais diagnosticada foi a aguda (60,5%), e a fonte de infecção mais relatada foi o uso de drogas injetáveis e o compartilhamento de seringas, com pouco mais de 30% em 2009 e 2010, e 100% dos casos nos anos de 2011 e 2012. Conclusões: Através desse estudo percebemos um aumento do número de casos de Hepatite B entre os anos de 2006 a 2008 com um pico em 2007 e declínio ao longo dos demais anos estudados. A queda do número de casos da doença ao longo desses anos se deve à implantação das políticas públicas do Ministério da Saúde, como o Programa Nacional de Hepatites Virais, cujo objetivo é a identificação precoce das hepatites, além do maior acesso da população aos meios de informação, maior adesão à vacinação e maior proteção ao grupo de risco que inclui indivíduos sexualmente promíscuos, hemodialisados, pacientes imunodeprimidos e usuários de drogas. 58 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Profilaxia do tromboembolismo venoso no tratamento de neoplasias malignas Lílian Márcia Costa Andrade¹ Maria Clara Gomes Oliveira¹ Clarissa Santos Rodrigues¹ Higor Frederico Martins Rodrigues¹ Milson Carvalho Quadros Júnior² ¹Graduandos em medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas ² Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. Graduando em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas. Autora para correspondência: Lílian Márcia Costa Andrade. Rua Antônio Rodrigues, 529, São José Montes Claros – MG - Brasil CEP. 39400-349 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: O Tromboembolismo Venoso (TEV) resulta da formação de coágulos na circulação venosa e apresenta-se sob a forma de uma trombose venosa profunda ou de uma embolia pulmonar. A incidência do TEV em portadores de câncer é superior à população em geral, sendo, hoje, a segunda causa de morte nesses pacientes. Fatores desencadeados por células cancerígenas induzem o estado trombofílico, predispondo a coagulações constantes e óbito por embolia pulmonar. Diante disso, a tromboprofilaxia se faz necessária a fim de prevenir agravos associados a tratamentos cirúrgicos, quimioterápicos ou paliativos, assim como melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo destacar a importância de se conhecer as complicações tromboembólicas no paciente oncológico a fim de evitá-las. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão de literatura de artigos publicados nos últimos 10 anos, realizada no período de agosto de 2013. Os bancos de dados utilizados foram Biblioteca Cochrane, LILACS, MEDLINE e SciELO. Resultados e Discussão: No câncer, ocorre a liberação de substâncias pró-coagulantes que induzem ativação da coagulação através de moléculas com propriedades pró-coagulantes, como o fator tissular, fator pró-coagulante do câncer e citocinas inflamatórias. Além de fatores como tipo, estágio e histologia do câncer, o tratamento também predispõe ao TEV. Os quimioterápicos podem levar à redução das proteínas C e S, anticoagulantes naturais, desencadeando o TEV. Cirurgias oncológicas podem causar estase venosa e hipóxia que favorecem a tendência pró-coagulante. Pacientes expostos aos fatores de risco devem ser submetidos à tromboprofilaxia através de substância anticoagulantes, como heparina não fracionada, heparina de baixo peso molecular, fondaparinux e cumarínicos. Conclusão: O uso de tromboprofiláticos para a melhora do prognóstico desses pacientes depende da estratificação de risco que eles apresentam e da seleção dos agentes mais adequados e seguros para a profilaxia e o tratamento. 59 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Influência dos fatores sociodemográficos e clínicos na pós-menopausa Juliana Cristina de Souza1 Nayara Caetano Agapito1 Rafael Dourado Borges1 Frederico Raelmi Lopes Nobre1 Josiane Santos Brant Rocha2 1 2 Graduandos em Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro- UTAD Autor para correspondência: Juliana Cristina de Souza Rua Vicente de Paula Lopes, 82 – Cristo Rei Montes Claros, MG, Brasil. CEP:39402-774 E-mail: [email protected] RESUMO Introdução: Nos últimos anos têm surgido indagações sobre os sintomas climatéricos e a tendência ao comprometimento da qualidade de vida do crescente número de mulheres que vivenciam esta fase. O conhecimento dos fatores relacionados às características sociodemográficas e clínicas pode fornecer dados para interpretação dessas associações e pode, em princípio, sugerir medidas preventivas. Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres entrevistadas nas Estratégias de Saúde da Família (ESF's) da cidade de Montes Claros, MG. Material e Métodos: Estudo quantitativo, transversal e analítico, realizado no período de abril e maio de 2013. Foram entrevistadas 340 mulheres com idade de 40 a 65 anos, cadastradas e acompanhadas. Para análise estatística e descritiva dos dados, utilizou-se Programa SPSS, na versão 20.0 para o Windows. Foi utilizado o teste não paramétrico aplicado para comparação entre duas variáveis, Mann-Whitney, e para comparação entre mais de dois grupos de variáveis o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. Adotou-se como nível de significância estatística o valor de p menor que 0,05. Resultados e Discussão: Mulheres com faixa etária entre 40 e 44 anos representaram N=49, 45 a 49 anos N=77, 50 a 54 anos N=78, 55 a 59 anos N=57, 59 a 65 anos N=79. Com relação à cor identificou-se que mulheres brancas representaram N=83; negras N=59; pardas N=192; amarelas N=4; e indígenas N=2. Em relação aos anos de estudo completos observou-se que 121 possuíam menos de 5 anos de estudo; 114 tiveram entre 5 e 9 anos de estudo e 105 afirmaram 10 anos ou mais de estudo. Analisando-se o estado menopausal foram significativas as variáveis, irritabilidade (p=0,009), ressecamento vaginal (p=0,000), ansiedade (p=0,002) e problemas musculares (p=0,029). Mulheres na faixa de 40 a 44 anos apresentaram mais ansiedade e irritabilidade, o que está relacionado ao impacto psicossocial dos primeiros sintomas da menopausa. As mulheres com menos de 5 anos de estudo relataram maior intensidade dos problemas clínicos estando relacionados à menor compreensão sobre o que se passa com seu corpo no período da menopausa. Conclusão: A labilidade emocional dos primeiros anos da menopausa assim como a baixa escolaridade representam um fator limitante para que a mulher atravesse de forma harmônica este período da vida. Portanto, orientações devem ser oferecidas pelos serviços de saúde a fim de auxiliar essa transição. 60 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Perfil sóciodemográfico, ginecológico e prevalência de sintomas vasomotores em mulheres climatéricas no município de Montes Claros-MG Rafael Cândido Maia1 Natália Gonçalves Santana Rocha1 Carlos Rogério Cândido Maia1 Ronilson Ferreira Freitas2 Jaime de Sousa Rocha Sobrinho3 Josiane Santo Brant Rocha5 1 Acadêmicos do curso de Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras 2 Acadêmico do curso de Farmácia, Faculdades Integradas Pitágoras 3 Farmacêutico e Bioquímico, Universidade Federal Ouro Preto 4 Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD. Autor para correspondência: Rafael Cândido Maia Avenida Ovídio de Abreu, 481, Apt. A, Centro. Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39400-068 E-mail: [email protected] RESUMO Objetivo: Identificar o perfil sóciodemográfico e ginecológico, bem como a presença do sintoma fogacho em mulheres climatéricas. Metodologia: Estudo descritivo, de corte transversal, em que participaram 340 mulheres inseridas no Estratégia de Saúde da Família de Montes Claros-MG. As características sociodemográficas avaliadas foram: idade, cor da pele, anos de estudo, atividade remunerada, renda familiar per capta e estado marital. Para análise dos dados ginecológicos foram registradas as variáveis: estado menopausal, tipo de menopausa, sintomas da menopausa, número de partos e relações sexuais. Os dados coletados foram analisados de forma descritiva e os mesmos foram expressos em porcentagem. O presente estudo foi submetido para avaliação do Comitê de Ética e Pesquisa da Unimontes, sendo aprovado sob o parecer de nº 311.628/2013. Resultados: Observou-se que a maioria (59,9 %) das mulheres possuíam idade entre 40 e 54 anos, 56,5% referiram a cor parda, 35.6% possuíam menos de 5 anos de estudos completos, a maioria (55,6%) não exerciam atividade remunerada, enquanto 60,9% recebiam menos de 1 salário mínimo per capta e 60.9% relataram companheiro fixo. Quanto ao estado menopausal, a maior parte das mulheres estavam na pós-menopausa, sendo que em 68,2% ocorreu de forma natural, 57.6% mantinham relações sexuais e 63,2% declararam três ou mais partos. Dentre os sintomas relatados o mais comum foram os fogachos, além do aumento da sensibilidade emocional que estava relacionado com o climatério, mas também com outros fatores como, solidão, incapacidade de realizar alguma atividade remunerada, dentre outros. Discussão: Os resultados obtidos confirmam que a presença de sintomas climatéricos como fogachos, sudorese, palpitação, tontura, ansiedade, irritabilidade, cefaléia, depressão e insônia é muito elevada, confirmando-se que a transição climatérica tem um grande impacto na vida dessas mulheres. Conclusão: Conclui-se que as mulheres em sua maioria estavam na pós menopausa, apresentavam fogachos como principal sintoma e baixo grau de instrução, o que reforça a necessidade de existir uma atenção maior para as mulheres climatéricas, no sentido de melhorar sua qualidade de vida. 61 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 ARTIGOS 62 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Técnicas de treinamento muscular respiratório utilizadas em terapia intensiva para eficácia do desmame da ventilação mecânica Respiratory muscle training techniques used in intensive care for effectiveness weaning from mechanical ventilation Milson Carvalho Quadros Júnior1 Marina Aguiar Pires Guimarães2 Iuri Braga de Oliveira3 Anderson Frederico Oliveira Dias3 Higor Frederico Martins Rodrigues3 Igor Larchert Mota4 1 Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. Graduando em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas. 2 Graduada em Fisioterapia pela UESB. Especializanda em Fisioterapia Hospitalar e Terapia Intensiva pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES. 3 Graduandos em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas. 4 Graduado em Fisioterapia pela UESB. Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR. Mestrando em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Sergipe - UFS. Autor para correspondência: Milson Carvalho Quadros Júnior Rua Coronel Joaquim Costa, nº 392, Centro. Montes Claros – MG - Brasil. CEP 39400-049. E-mail: [email protected] Resumo: Objetivou-se verificar a existência de estudos científicos apresentando eficácia de procedimentos de treino muscular respiratório (TMR) em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) através de uma revisão integrativa utilizando as bases de dados: SciELO, Biblioteca Cochrane, MEDLINE, LILACS, Google Acadêmico e Portal Educação, sendo selecionadas todas as publicações, no período de 2006 a 2013. Foram utilizadas seis referências para análise e para efeito de associação. Dois artigos tinham desenho tipo experimental, um era estudo tipo caso-controle, dois estudos de revisão bibliográfica e um relato de casos. Com a busca literária pode-se observar a existência de estudos científicos que apresentam a eficácia do treino muscular respiratório no ambiente de terapia intensiva. Sendo assim, cria-se uma reflexão sobre o tema a fim de que novas pesquisas possam ser úteis no planejamento terapêutico, visando à integralidade da assistência ao doente crítico. Descritores: Exercícios respiratórios, desmame; ventilação mecânica, Unidades de Terapia Intensiva (UTI). 63 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Abstract: This study aimed to verify the existence of scientific studies showing efficacy of procedures of respiratory muscle training (RMT) in Intensive Care Units (ICU) through integrative review using databases: SciELO, Cochrane Library, MEDLINE, LILACS, Google academic and Education Portal, being selected all publications in the period 2006-2013. Six references were used for analysis and effect association. Two articles had an experimental design, one was a case-control study, two studies literature review and one case reports. With the literary search can observe the existence of scientific studies that show the effectiveness of respiratory muscle training in the ICU setting. Thus, it creates a reflection on the theme, so that further research may be useful in treatment planning, aiming at comprehensive care to critically ill patients. Key words: Breathing Exercises, Weaning , Intensive Care Units; Respiration, Artificial. Introdução A ventilação mecânica (VM) é um processo invasivo de apoio à vida, que visa otimizar as trocas gasosas e o estado clínico do paciente com o mínimo de pressão, FiO2 e ventilação. A ventilação mecânica tem se tornado cada vez mais importante no tratamento e manutenção da vida do paciente, e com a evolução da tecnologia, os ventiladores estão proporcionando uma melhor harmonia entre o paciente e a máquina, obtendo dentro do possível mais conforto ao paciente (1). A VM leva o oxigênio e retira o excesso do gás carbônico acumulado dos pulmões do paciente que já não consegue respirar satisfatoriamente de forma espontânea, com o objetivo de realizar a ventilação alveolar capaz de permitir as trocas gasosas compatíveis com as necessidades metabólicas, assim considerando as condições pulmonares preexistentes do paciente (2). Ela é indicada quando houver razões para crer que a doença responsável pela insuficiência respiratória apresenta um componente reversível suficiente para o retorno a respiração espontânea (3). Apesar de ser um recurso eficiente de suporte a vida, a VM prolongada pode ocasionar diversas complicações e até mesmo por em risco a vida do paciente. Entre essas complicações temse a atrofia e fraqueza muscular, o que predispõe ao insucesso do desmame devido a problemas ligados à própria contração ou eficiência muscular, que são insuficientes para atender a demanda exigida. O treinamento muscular respiratório (TMR) torna-se importante neste momento, minimizando essas alterações, desde que respeitado o limite de esforço do paciente (4,5). O TMR restabelece a função muscular respiratória, melhora força e resistência, alcançando uma readaptação progressiva aos esforços e acelerando o desmame (3). No caso específico do treinamento muscular inspiratório (TMI), conforme relatado por Gosselink e Decramer (6), desde que Leith e Bradley, em 1976, mostraram aumento da força e “endurance” depois do treinamento dos músculos respiratórios em indivíduos saudáveis, um grande número de estudos destinou-se a investigar os efeitos do TMI em diversas desordens, como por exemplo, nas doenças neuromusculares, na asma, na DPOC, na insuficiência cardíaca congestiva e após insucesso no desmame da ventilação mecânica (5,7-9). Todas estas desordens apresentam em comum a fraqueza da musculatura respiratória e, portanto, são freqüentemente associadas com insuficiência respiratória no repouso ou durante o esforço físico. A TMI pode ser utilizada ajustando a sensibilidade do aparelho de ventilação pulmonar mecânica em seu mínimo, para que haja maior trabalho da musculatura inspiratório, respeitando os limites físicos do paciente (10). O trabalho conjunto entre médico e fisioterapeuta torna-se essencial neste contexto, uma vez que a soma dos recursos que podem ser utilizados pelos dois profissionais, como manobras manuais de recrutamento da musculatura respiratória, incentivadores respiratórios, o próprio ventilador mecânico e condutas clínicas que favoreçam a utilização de tais recursos, afetam direta ou 64 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 indiretamente o aparelho respiratório, favorecendo a melhora da ventilação e redução da frequência de quadros de exacerbação pulmonar (11). Desta forma, são evidentes as inúmeras complicações relacionadas ao tempo prolongado de permanência na ventilação mecânica, além dos elevados custos hospitalares e vantagens para o paciente com as reduções deste tempo de internação. Baseando-se nesse pressuposto a pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar a existência de estudos científicos apresentando eficácia de procedimentos de treino muscular respiratório em Unidades de Terapia Intensiva, discutindo seus resultados por uma avaliação metodologicamente estruturada. Materiais e métodos Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no período de junho a agosto de 2013, visando identificar na literatura cientifica as principais técnicas de treinamento muscular respiratório (TMR) utilizadas em unidades de terapia intensiva (UTI) para tornar eficaz e acelerar o processo do desmame da ventilação mecânica. As publicações foram pesquisadas nas bases, SciELO, Biblioteca Cochrane, MEDLINE, LILACS, Google Acadêmico e Portal Educação, utilizando os seguintes descritores: Exercícios respiratórios, Desmame, Ventilação Mecânica e Unidade de Terapia Intensiva. Todas as publicações, no período de 2006 a 2013 foram selecionadas. Como critérios de inclusão, os estudos escolhidos deveriam preencher as seguintes condições: Estudos observacionais (descritivos e/ou analíticos), experimentais (ensaios clínicos) e/ou revisões bibliográficas, publicados em inglês, português ou espanhol, abordando o tema proposto; Com informações sobre a metodologia empregada no processo de desmame, sobre as técnicas para o TMR e os resultados obtidos; Presença de pacientes sob ventilação mecânica prolongada necessitando de manobras terapêuticas que diminuam o tempo de dependência do ventilador e que passaram por avaliações criteriosas antes da aplicação das técnicas citadas nos trabalhos. Foram excluídos da pesquisa artigos que não demonstravam relação da TRM com o desmame ventilatório em UTI e os que não se enquadraram aos critérios de inclusão. Em cada artigo pesquisado foram extraídos detalhes quanto à população de estudo, a metodologia utilizada, ao acompanhamento e exposição aos fatores de risco e os resultados obtidos. Resultados e Discussão A procura nos arquivos eletrônicos citados identificou 11 publicações sobre os descritores. Após considerações dos critérios de inclusão e exclusão, seis referências foram selecionadas para análise e para efeito de associação. Dois desses artigos são ensaios-clínicos, um é do tipo caso-controle, dois são estudos de revisão bibliográfica e um é relato de casos. Para Colombo et al (12), a retirada precoce da ventilação mecânica dos pacientes das UTI’s é importante para a redução da morbimortalidade, porém, na prática, os desmames são realizados aleatoriamente. Neste estudo foram incluídos 120 pacientes dependentes de ventilação mecânica por mais de 48 horas. O método de Pressão Suporte + PEEP (PSP), foi aplicado aos pacientes em dias pares, constituindo o grupo 1 (GPSP) e em dias ímpares, utilizou-se o método do Tubo-T (TT), formando o grupo 2 (GTT). Foram incluídos todos os pacientes aptos ao desmame, 65 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 independentemente do tipo de doença de base ou do evento que tenha motivado a ventilação mecânica. Quanto à comparação entre os tipos de métodos de desmame utilizados (PS+PEEP/G1 e Tubo-T/G2), o cálculo do Qui-quadrado de independência não evidenciou diferença significativa entre os G1 e G2, demonstrando, portanto, que tais métodos apresentaram níveis similares de sucesso e insucesso em sua utilização. Outro estudo experimental conduzido por Rodrigues (13) teve como objetivo propor e avaliar o método de aplicação do protocolo de treinamento e fortalecimento muscular ventilatório em pacientes de UTI, traqueostomizados, dependentes de Ventilação Mecânica Invasiva (VMI) prolongada, caracterizado em tomadas de decisões obedecendo a um fluxograma que pelo qual, obedece como ponto de referência o índice de desmame ventilatório (IDV) Ferrari-Tadini. O atendimento era iniciado com a aplicação do teste de apnéia do primeiro minuto (desconexão do paciente do ventilador por um intervalo de tempo de 30 a 60 segundos para observação de drive ventilatório, ventilação espontânea e dinâmica torácica), no caso de apresentar ventilação espontânea, realiza-se o IDV, para direcionar o paciente no fluxograma do protocolo de TMR. Os instrumentos utilizados foram: ventiladores mecânicos - Takaoka Monterrey, Takaoka Smart e Bird 6400; Threshold IMT; Gerador de Fluxo, tubo T e Válvula de PEEP, lençol para contenção abdominal e máscara de nebulização. O protocolo foi realizado avaliando cinco pacientes, onde a TMR foi aplicada durante cinco dias, nos quais o trabalho se mostrou seguro e eficaz para aplicação na rotina da UTI. Todos os pacientes evoluíram de maneira satisfatória, apresentando ganho de força muscular e aumento de volume corrente. Não foi necessário abortar o treinamento em nenhum dos pacientes. Com a intenção de investigar a existência de diferenças na evolução dos parâmetros de pressão respiratória máxima (PImáx e PEmáx), do Volume Corrente (VC), Volume Minuto (Vm), índice de Tobin e índice de oxigenação, em pacientes sob VM, submetidos a um TMR, Pires et al (14) realizaram um estudo do tipo caso-controle com 45 pacientes com mais de uma semana sob VM e com pelo menos uma tentativa de desmame, malsucedida. Destes, 20 deles participaram de um TMR, utilizando o ajuste da sensibilidade do respirador e compuseram o grupo 1 (G-1), 5 pacientes participaram do TMR com uso do threshold, constituindo o grupo 2 (G-2) e 20 não foram submetidos ao TMR e compuseram o grupo controle, grupo 3 (G-3). Para o TMR foi utilizada uma carga de resistência inspiratória com 40% da PImáx, obtida na avaliação inicial dos pacientes. O protocolo constou de duas sessões ao dia, nas quais foram realizadas cinco séries de dez inspirações. Comparando os resultados dos três grupos, constatou-se que não houve diferenças significativas (p ≤ 0,05) na evolução das variáveis entre os grupos G-l e G-2 na maior parte das sessões, e os dois grupos diferenciaram do G-3. Por meio de um programa de TMR específico, observou-se um aumento significativo da PImáx (G-l - 79% e G-2 - 58%), PEmáx (G-1 - 79% e G-2 - 61 %), VC (G 152% e G - 235%), PaO2/FiO2 (G - 132% e G - 212%) e o Vm diminuiu no G-I (10%). O índice de Tobin diminuiu nos pacientes dos grupos G-l (50%) e G-2 (45%) e aumentou nos pacientes do G-3 (30%). Como efeito do TMR, os músculos respiratórios responderam eficientemente ao programa de TMR, pois estes tiveram um aumento da força e, como tal, contribuiu para o processo de desmame e redução no número de óbitos e de retorno ao aparelho. Com o objetivo de analisar a eficácia do treinamento do TMR por intermédio do incentivador respiratório Threshold® em pacientes submetidos à VM, Bahia et al (15) realizaram um levantamento bibliográfico identificando oito publicações onde foram encontradas relação positiva do uso do TMR em questão, com o sucesso do desmame ventilatório. A autora ressalta, após análise das referências, que é ideal que o paciente já esteja com uma melhora da força muscular respiratória antes de se iniciar o desmame da VMI, o que se tornou evidente, em todos os estudos observados, após utilização do Threshold. Completa ainda que, não há relatos que apontem uma das duas 66 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 técnicas de utilização do aparelho como método de escolha: o treinamento recessivo ou o linear. Contudo, observou que o treinamento linear, além de ter a vantagem de ser fluxo-independente, o que evita a fadiga muscular, possibilita uma melhor relação de tempo inspiratório e expiratório, pois o aumento da velocidade de contração muscular inspiratória necessária para superar a carga imposta, leva a uma diminuição do tempo inspiratório e, correspondentemente, a um aumento do tempo expiratório, proporcionando maior tempo de relaxamento da musculatura inspiratória. Conclui seu estudo convencida da importância do TMR em pacientes sob VMI prolongada em UTI, haja vista as deficiências significativas da mecânica ventilatória apresentadas por estes indivíduos, mas ressalta que a literatura atual não possui evidências científicas suficientes para embasar a utilização dessas técnicas em 100% dos pacientes. Alves e Najas (16). realizaram um estudo de revisão de literatura com a finalidade de demonstrar, o que acontece durante o processo de ventilação mecânica invasiva nos músculos respiratórios. Devido à massa muscular respiratória se correlacionar bem com a massa corpórea total, a força diminuída do músculo respiratório ocorre rapidamente no paciente criticamente doente, ventilado mecanicamente, devido à falha no balanço entre o suporte nutricional e as demandas metabólicas. Os autores ainda ressaltam que a fraqueza grave dos músculos respiratórios pode conduzir à falência respiratória. Esta, quando associada a infecções e falência cardíaca, se torna ainda mais grave. Foi descoberto também, que os maiores aumentos de força foram relatados com fortalecimento específico dos músculos respiratórios. No trabalho há evidencias mostrando que um acesso ordenado e sistemático é necessário nos pacientes nos quais o desmame não obtiver sucesso. Nesses pacientes, é importante acessar cada determinante da evolução do desmame, incluindo oxigenação, adequação da capacidade respiratória e nível de demanda ventilatória. Conforme cada uma dessas áreas for acessada, esforços devem ser feitos para corrigir ou otimizar cada anormalidade identificada, porque a inabilidade em recuperar a respiração espontânea é frequentemente multifatorial. A capacidade respiratória também deve ser cuidadosamente avaliada. Isto inclui assegurar a energia central respiratória adequada, minimizando-se o uso de drogas sedativas e corrigindo qualquer alcalose metabólica. Evidências sugerem que o trabalho muscular gerador de alta tensão/baixo volume predispõe ao aumento do número de sarcômeros (força) e que, exercícios geradores de baixa tensão/alto volume tendem a aumentar a densidade mitocondrial (resistência). Com o intuito em descrever os efeitos da aplicação do treinamento muscular esquelético em dois pacientes internados em UTI, Pedroso et al (17), realizaram um relato de casos no qual foram feitas avaliações na internação, no desmame do ventilador mecânico, na alta da unidade e na alta hospitalar, tendo como parâmetros a avaliação nutricional e musculoesquelética. O programa de treinamento iniciou na internação na terapia intensiva. Após a avaliação inicial, foram aplicados exercícios passivos até o período de desmame da ventilação. A partir desse período até a alta hospitalar, foram aplicados exercícios ativos, testes de força muscular e goniometria. O estudo demonstrou que houve uma melhora na amplitude de movimento articular e na força muscular, minimizando os efeitos negativos do imobilismo e prevenindo as limitações funcionais. Sendo assim, o trabalho concluiu que o treinamento muscular em pacientes críticos pode minimizar os distúrbios musculoesqueléticos ocasionados pelo repouso prolongado dos doentes em terapia intensiva. Conclusões Com a busca literária realizada pode-se observar a existência de estudos científicos que apresentam a eficácia do treino muscular respiratório no ambiente de terapia intensiva. 67 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Em todos os artigos selecionados encontrou-se associação entre o TMR e a eficácia do desmame na maioria dos pacientes submetidos às técnicas de exercícios respiratórios. Entretanto, cabe destacar alguns déficits metodológicos como a inexistência, em alguns deles, de instrumentos de análise para avaliação de sucesso dos desmame. Contudo, esta revisão pode estimular a realização de novas pesquisas com treinamento muscular precoce em pacientes críticos, com o objetivo de diminuir os efeitos negativos da imobilização prolongada facilitando o desmame ventilatório. Sendo assim, cria-se uma reflexão sobre o tema a fim de que novas pesquisas possam ser úteis no planejamento terapêutico, visando à integralidade da assistência ao doente crítico. Referências 1- Eichenwald EC. Ventilação mecânica. In: Cloherty JP, Stark AS. Manual de Neonatologia. 4a ed. Rio de Janeiro: Medsi; 2000. 2- Emmerich CJ, Maia JÁ. Ventilação pulmonar artificial. São Paulo: Atheneu; 1992. 3- Knobel E. Condutas no paciente grave. 2a ed. São Paulo: Atheneu; 2002. 4- Ferraz DGE. Efeitos do treinamento muscular inspiratório no pré e pós operatório de cirurgia cardíaca. São Carlos (SP). Tese [Mestrado] - Universidade Federal de São Carlos; 1999. 5- Pires VA. Treinamento muscular inspiratório em pacientes sob desmame da ventilação mecânica. São Carlos (SP). Tese [Mestrado] - Universidade Federal de São Carlos; 1999. 6- Gosselink R, Decramer M. Inspiratory muscle training: where are we? Eur Respir J. 1994; 7: 2103-5. 7- Weiner P, Gross D, Meiner Z, Ganem R, Weiner M, Zamir D, et al. Respiratory muscle training in patients with moderate to severe myasthenia gravis. Can J Neurol Sci. 1998; 25(3): 236-41. 8- Beckerman M, Magadle R, Weiner M, Weiner P. The effects of 1 year of specific inspiratory muscle training in patients with COPD. Chest. 2005; 128(5): 3177-82. 9- Johnson PH, Cowley AJ, Kinnear WJ. A randomized controlled trial of inspiratory muscle training in stable chronic heart failure. Eur Heart J. 1998; 19(8): 1249-53. 10- Cunha CS, Santana ERM, Fortes RA. Técnicas de fortalecimento da musculatura respiratória auxiliando o desmame do paciente em ventilação mecânica invasiva. Cad unifoa. 2008; 06 (Suppl 1): 80-6. 11- Suzan ABBM, Galvão F, Ribeiro JD, Ribeiro MAGO, Hessel G, Ribeiro AF. Comparação da eficácia de dois equipamentos de oscilação oral de alta freqüência utilizados em Fisioterapia Respiratória de pacientes com fibrose cística. J Bras de Pneumologia. 2006; 32 (Suppl 1): 02-9. 12- Colombo T, Boldrini AF, Juliano SRR, Juliano MCR, Houly JGS, Gebara OCE, et al. Implementação, Avaliação e Comparação dos Protocolos de Desmame com Tubo-T e Pressão Suporte Associada à Pressão Expiratória Final Positiva em Pacientes Submetidos à Ventilação Mecânica por mais de 48 Horas em Unidade de Terapia Intensiva. RBTI. 2007; 19(1): 31-37. 13- Rodrigues KPL. Proposta: Protocolo de Treinamento Muscular Ventilatório baseado no Índice de Desmame Ventilatório – IDV. São Paulo. Monografia [Especialização em Fisioterapia Intensiva] – Hospital Santa Cruz/ SOBRATI; 2006. 14- Pires VA, Costa D, Jamami M, Oishi JE, Baldissera V. Comparação de duas Técnicas de Treinamento Muscular Respiratório em Pacientes sob Ventilação Mecânica com Insucesso de Desmame. Rev bras fisioter. 2006; 4(2): 93-104. 15- Bahia BL, Rocha PMN, Xavier, DS. Análise da eficácia do treinamento da musculatura ventilatória com incentivador respiratório threshold® em pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva: uma revisão literária. [Internet]. 2011. [citado em 2013 ago 3]. Disponível em: 68 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/18442/analise-da-eficacia-do-treinamentoda-musculatura-ventilatoria-com-incentivador 16- Alves TK, Najas C. A Importância da Musculatura Respiratória no Processo de Desmame em Pacientes Submetidos a Ventilação Mecânica. [Internet]. 2009. [citado em 2013 ago 3]. Disponível em: http://www.fisionet.com.br/monografias/interna.asp?cod=22 17- Pedroso AIB, Bigolin M, Gonçalves M, Werle RW. Efeitos do treinamento muscular esquelético em pacientes submetidos à ventilação mecânica prolongada. Cogitare Enferm 2010; 15(1):164-8. 69 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Revisão integrativa acerca da psoríase com foco na atenção primária Review on psoriasis focusing on primary assistance Bárbara Cardoso e Santos1 Stephânia Campos Lobato1 Jéssica Dayane Silva1 Clarissa Santos Rodrigues1 Rafael Calixto Fernandes2 1 Acadêmica de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas, Montes Claros - MG 2 Médico graduado pela Faculdade de Medicina de Barbacena, Barbacena - MG Autor para correspondência Bárbara Cardoso e Santos Rua Alameda Galeno, 281, Vila Brasília Montes Claros – Minas Gerais – Brasil. CEP: 39.400-156 E-mail: [email protected] Resumo: Psoríase é a dermatose mais frequente na prática clínica e é caracterizada pela presença de lesões eritemato-escamosas. É uma doença crônica e não contagiosa mediada por resposta imune, que provoca alterações estéticas e psicológicas. Objetiva-se disponibilizar aos médicos da atenção básica conhecimento acerca dos fatores externos que atuam desencadeando ou agravando esta dermatose e das comorbidades a ela associada. Foram incluídos 14 artigos e revisões, pesquisados nas bases de dados Lilacs e Scielo e que foram publicados nos últimos 05 anos. Dos artigos selecionados 36% enfocam fisiopatologia e manifestações clínicas, 43% aspectos psicológicos e qualidade de vida, 29% alimentação e obesidade e 14% comorbidades. Este estudo ratifica que a equipe de saúde da atenção primária deve focar a sua abordagem terapêutica nos fatores desencadeantes e agravantes modificáveis da psoríase, pois a interferência nesses aspectos pode atuar positivamente na progressão da doença. Descritores: Psoríase, Comorbidades, Atenção primária, Psicossocial. Abstract: Psoriasis is the most frequent dermatosis in clinical practice and is characterized by the presence of erythematous-squamous lesions. It is a chronic non-contagious disease, mediated by immune response, which causes psychological and aesthetic changes. The purpose is to provide for primary care physicians knowledge of the external factors that act causing or aggravating this skin disease and associated comorbidities. We researched on Lilacs and Scielo databases and included 13 articles and reviews published in the last five years. From the included articles, 23% focus on pathophysiology and clinical manifestations, 38% on psychological aspects and quality of life, 23% on diet and obesity and 16% on associated comorbidities. This study confirms that the primary health care team should focus their therapeutic approach on the modifiable factors that causes or aggravates psoriasis manifestations, because the interference on these aspects can be effective in breaking disease progression. Key words: Psoriasis, Comorbidity, Primary Assistance, Psychosocial 70 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 INTRODUÇÃO Psoríase é uma dermatose inflamatória crônica e não contagiosa, mediada por resposta imunológica, que se caracteriza pela presença de lesões eritemato-escamosas bem delimitadas que se alternam em ocasiões de piora e de melhora. Estas lesões ocorrem predominantemente em cotovelos, joelhos, região pré-tibial, couro cabeludo e região sacra, podendo acometer grandes áreas da pele(1-4,9,13). É uma das dermatoses mais freqüentes e, apesar da ocorrência mundial, existem poucos estudos sobre a prevalência desta doença no Brasil. Acomete igualmente ambos os sexos e pode ocorrer em qualquer idade, com dois picos de incidência aos 20 e aos 50 anos. Esta doença não apresenta apenas manifestações restritas à pele(5), já que evidências clínicas demonstram sua associação à comorbidades. Estas são doenças secundárias e não se apresentam, necessariamente, simultaneamente à doença primária. Envolvem vários sistemas, como o articular, o gastrintestinal, o cardiocirculatório e o endócrino(3). Apesar de possuir etiologia desconhecida considera-se uma relação entre a predisposição genética e múltiplos fatores externos, que ativam do sistema imune, estimulando persistentemente células T (linfócitos CD4+ e CD8+)(1-3,5,13). A psoríase promove desconforto pela descamação e, ocasionalmente, prurido, porém, indubitavelmente o maior índice de queixas deve-se às dificuldades de interação social, devido à aparência inestética das lesões. Dessa maneira, o individuo esquiva-se se situações de convívio social e do contato sexual, evitando olhares e comentários(7,10). Por fim, por já haverem estudos que comprovam que fatores externos influenciam no desencadeamento ou agravamento da psoríase, faz-se necessário o reconhecimento por médicos e toda a equipe da atenção primária à saúde acerca destes fatores, uma vez que, em geral, são os primeiros a serem procurados pelo paciente. Desta forma, podem atuar no diagnóstico precoce e na prevenção dos agravos da doença. MATERIAIS E MÉTODOS Este estudo é uma revisão integrativa que compreende temáticas nas diversas áreas da saúde e nela foram utilizadas as bases de dados Lilacs e Scielo. Para obter as publicações para esta revisão integrativa foi usado o descritor “psoríase”, sendo incluídos 480 artigos. Foram selecionados e incluídos os 14 artigos de periódicos nacionais e internacionais que mais se adequaram aos critérios de inclusão previamente determinados: o idioma (português e inglês), o ano de publicação (2009 a 2013), a relevância e a adequação ao tema. Após serem criteriosamente analisados, os artigos foram agrupados de acordo com o seu tema. Foram excluídas da análise as restantes 466 publicações. RESULTADOS Dentre os estudos analisados, observou-se que em 43% (06 estudos) abordaram os aspectos psicológicos e qualidade de vida, 36% (05 estudos) publicações o assunto abordado foi a fisiopatologia e as manifestações clínicas da psoríase, 29% (04 estudos) dissertaram sobre alimentação e obesidade e 14% (02 estudos) focaram o estudo das comorbidades. Sendo assim, percebe-se uma maior preocupação dos autores em abordarem as questões psicológicas que envolvem a doença. Seguido dos temas ‘fisiopatologia e manifestações clínicas’ e 71 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 ‘alimentação e obesidade’. O estudo das comorbidades foi o tema menos descrito dentre os textos revisados. Apesar das diferenças relacionadas às frequências encontradas após a categorização dos artigos estudados, nota-se uma distribuição não muito discrepante entre os grupos. Esta estratificação, então, nos permite entender a importância de se abordar vários aspectos da psoríase ao se dissertar sobre o tema. DISCUSSÃO A psoríase é classificada como Leve, Moderada e Grave de acordo com a extensão da área corporal comprometida e com as modificações na qualidade de vida do paciente(2,4), que é definida pela Organização Mundial de Saúde como percepção individual de um completo bem estar físico, mental e social, e, hoje, auxilia os médicos na prática clínica(13). A psoríase é classificada como Leve se não houver alterações da qualidade de vida ou se atingir até 2%, como Moderada entre 2 a 10% de comprometimento da qualidade de vida, e como Grave se afetar significativamente a qualidade de vida, com porcentagens iguais ou superiores a 10%(2). Fisiopatogenia Em suas revisões, Duarte(6) e Arruda(4) deixam claro que na psoríase o ciclo celular é acelerado, reduzindo sua proliferação e diferenciação de 28 para quatro dias, provocando prejuízos na maturação e defeitos na queratinização, logo, acumulando queratina na camada córnea. Outra diferença, abordada no estudo de Lima(5), deve-se à composição celular, já que a pele lesionada apresenta abundância de alguns tipos celulares, como células dendríticas mielóides, células dendríticas maduras, entre outras, capazes de ativar linfócitos T. Esta ativação associada á produção de citocinas, como o TNF alfa, expressam o caráter imune da psoríase. Assim, relações moleculares expressas por mediadores inflamatórios e co-estimulatórios atuam tanto no desencadeamento como no agravamento, contribuindo para alterações epidérmicas e vasculares. Genética A base genética da psoríase é evidenciada pela alta incidência familiar, pelos relatos de incidência na prole quando um ou ambos os pais possuem a doença e pela concordância entre gêmeos, especialmente homozigóticos. Estudos genéticos em famílias com muitos acometidos revelaram loci de suscetibilidade chamado Psors, que estão localizados nos cromossomos 6p, 17q, 4q, 1q, 3q, 19p e 1p(2,13). Aspectos psicológicos Mota(7) enfatiza que a psoríase provoca alterações biológicas na pele, mas também sentimentos em relação a sua aparência física, principalmente diante a reação das pessoas. Estes indivíduos sofrem modificações da qualidade de vida, pois enfrentam dificuldades no relacionamento interpessoal e na exposição pública, seja no trabalho, transporte ou áreas de lazer, favorecendo o isolamento e crises depressivas(4,9). Essa tendência ao isolamento originou-se na Idade Média, quando a psoríase era confundida com a hanseníase, que é uma doença contagiosa(6). Estudo prospectivo de Torres(9) realizado com 138 pacientes demonstrou que melhora na qualidade de vida reflete na melhora clínica, e vice-versa. Logo, demonstra que a identificação das 72 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 dificuldades enfrentadas pelos pacientes é necessária para ajudá-los, a curto e longo prazo, prevenindo problemas pessoais, profissionais e afetivos. Permitindo que atue direcionando o paciente em variados contextos sociais, ou seja, ensinando a não eliminar as dificuldades, mas a enfrentá-las. Assim, constituindo um passo fundamental para evitar o isolamento social(7,9). A relação entre saúde individual e familiar é notória, já que quando algum membro adoece tem efeito direto sobre a vida familiar, sendo necessário que a família se organize para cuidar do familiar doente. Brito(8) num estudo com 101 pacientes e 78 parceiros demonstra que estes efeitos interferem principalmente na dinâmica conjugal devido à rejeição de alguns parceiros, fazendo com que o paciente esquive-se de relações íntimas, enfatizando a necessidade de envolver os parceiros nas medidas de intervenção(8). No estudo bibliográfico de Arruda(4) percebe-se que é neste contexto de doença crônica que a abordagem familiar, estratégia da atenção primária, constitui um elemento para gestão do cuidado integrado, permitindo o conhecimento das possíveis disfuncionalidades que prejudicam o bem estar biopsicossocial da família. Através de um trabalho coletivo e cooperativo numa rede de relações que exigem interação e diálogo constantes. Fatores modificáveis A psoríase é uma doença multifatorial, sendo que alguns aspectos que influenciam no desencadeamento ou agravamento dessa patologia não se alteram ao longo da vida do indivíduo, como a genética por exemplo. Porém existem também os fatores modificáveis que, se bem controlados, reduzem a incidência de sintomas ou até retardam o aparecimento das manifestações clínicas. Obviamente, conclui-se que a atenção da equipe de suporte básico de saúde deve estar voltada para o controle desses aspectos. Tanto o médico quanto todos os componentes da equipe multidisciplinar de assistência são capazes de interferir na qualidade de vida dos pacientes. Veremos que os fatores modificáveis estão muito relacionados à hábitos de vida e aspectos psicossociais, o que reforça a importância do psicólogo no acompanhamento desse paciente, bem como enaltece a relevância de se prestarem orientações médicas adequadas e de se construir uma boa relação médico-paciente. Os fatores modificáveis são descritos a seguir: 1) Alimentação: Com o intuito de relacionar alguns alimentos com a melhora clínica Festugato(10) realizou um estudo piloto com 43 pacientes que adotaram hábitos alimentares saudáveis, no qual 88,37% relataram que tiveram resultados positivos. Afirma ainda que o desconhecimento da importância dos alimentos e de refeições regulares são fatores que contribuem para a obesidade, deficiência nutricional e piora da doença. Ao analisar os fatores dietéticos Araújo(1) considera que a inflamação da pele na psoríase está relacionada ao estresse oxidativo e à formação elevada de radicais livres, que são reduzidos numa restrição calórica. Desta maneira, corroborando a necessidade de orientação do paciente quanto à adoção de hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para a melhora dos resultados obtidos com o tratamento. 2) Obesidade: A obesidade provoca um estado crônico e leve de inflamação, especialmente devido aos níveis elevados de TNF-α. Este estado provoca alterações na sensibilidade à insulina e maior estresse oxidativo, com produção de radicais livres. Dessa maneira, a obesidade pode desencadear, mas também pode ser conseqüência da psoríase devido as alterações metabólicas e da qualidade de vida(6), todavia Festugato(10) afirma que a obesidade segue a psoríase, não a precede e que ambas favorecem a síndrome metabólica. O 73 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 risco de desenvolvimento da obesidade é aumentado em duas vezes e possui relação com o grau da doença, sendo mais comum em pacientes com psoríase grave(14). Em seu trabalho Duarte(6) demonstrou que pacientes que perdem peso e controlam a obesidade obtiveram melhora na gravidade, tornando necessária a orientação a cerca da modificação dos hábitos de vida, buscando IMC (índice de massa corporal) menor que 25. Neste sentido, o acompanhamento e estímulo traduzem numa maior disposição física e emocional. 3) Bebidas alcoólicas e tabagismo: Festugato(10) e Araújo(1) concordam na determinação de que a ingestão alcoólica e fumo ativo ou passivo elevam o estresse oxidativo e reduz antioxidantes naturais, exacerbando a doença. O tabagismo tem relação com o número de cigarros/dia e deve ser enfatizada a importância de cessação do hábito, a fim de não piorar a psoríase(1,2,10). O álcool é considerado um fator de risco, particularmente, em homens jovens e de meia idade e também deve ser suspendido o seu consumo(2). 4) Drogas: O aparecimento e piora da psoríase têm sido associados ao uso de alguns medicamentos como, por exemplo, antimaláricos, antiinflamatórios não esteróides e lítio(2,11,12). 5) Fatores emocionais: Não está muito clara a relação, mas o estresse psicológico está relacionado ao aumento na intensidade da psoríase, corroborando o fato de que o suporte emocional oferecido pela família e a qualidade de vida do paciente atuam positivamente na doença (2,8,9,11). Comorbidades Arruda(3) observou-se um grande número de doenças sistêmicas associadas de modo mais frequente que o esperado à psoríase. Tais doenças, conhecidas como comorbidades, podem ser classificadas como clássicas, emergentes, relacionadas ao estilo de vida e aos tratamentos da doença. As clássicas são a Artrite psoriásica, Doença inflamatória intestinal crônica, Distúrbios psicológicos e psiquiátricos e Uveíte. As emergentes são a Síndrome metabólica, Doenças cardiovasculares, Doença gordurosa do fígado não alcoólica e Aterosclerose. As relacionadas ao estilo de vida são o Alcoolismo, Tabagismo e Ansiedade. E, por fim, as relacionadas aos tratamentos da doença são as Dislipidemias, Nefrotoxicidades, Hipertensão, Hepatoxicidades e Câncer de pele(2). Estudos epidemiológicos mostram um aumento da prevalência de comorbidades cardiovasculares, secundárias às alterações metabólicas, associadas à psoríase e obesidade (6). Dessa forma, torna-se importante analisar o escore de Framingham, que é uma ferramenta que prevê o risco absoluto de desenvolver eventos coronários e cerebrovasculares importantes em 5 a 10 anos em adultos e é estratificado em três categorias de risco: baixo (< 10% de risco de um evento em 10 anos), intermediário (10-20%) e alto (>20%). Os pacientes com psoríase crônica demonstram um risco intermediário para o aparecimento de eventos cardiovascular maiores em dez anos(3). Há vários relatos de melhora da psoríase apenas com o tratamento das comorbidades, com correção de dieta, perda de peso, diminuição do IMC, normalização dos níveis de glicose e lipídeos(3). Isso reforça a necessidade da atuação continuada e longitudinal da Atenção Primária à Saúde tanto na identificação do risco cardiovascular individual, que pode motivar o paciente a aderir às modificações dos hábitos de vida, como no esclarecimento e controle das co-morbidades. 74 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 CONCLUSÃO Visto que é possível atuar sobre as modificações psicológicas e sobre os fatores desencadeantes e agravantes modificáveis da psoríase, e que a eliminação destes é essencial na abordagem terapêutica, torna-se importante o reconhecimento destes pelo médico e de toda a equipe da atenção básica, destacando-se a abordagem psicológica. Devemos disponibilizar ao paciente o conhecimento a cerca do envolvimento familiar e da mudança de hábitos, da importância de se instituir uma dieta balanceada, estimular a prática de atividades físicas e reduzir ou cessar o consumo de tabaco e álcool. É necessária a produção e divulgação desta temática visando uma maior difusão desses conhecimentos, a fim de possibilitar uma intervenção holística de elevada qualidade. REFERÊNCIAS 1. Araujo MLD, Burgos MGPDA, Moura ISC (2009). Influências nutricionais na psoríase; Nutritional influences in psoriasis. An. bras. dermatol, 84(1), 90-92. 2. Consenso Brasileiro de Psoríase e Guias de Tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em URL: http://www.sbd.org.br 3. Arruda LHFD, Arruda ACBB, Lima RG, Suehiro, RM (2011). Psoríase e comorbidades; Psoriasis and comorbidities. RBM rev. bras. med, 68(supl. 1). 4. Arruda, CSACS, NogueiraE, OliveiraMS, Pereira ER, MarR, Silva RMCRA (2011). Avanços e desafios da enfermagem na produção científica sobre Psoríase. Revista Brasileira de Enfermagem, 64(1), 168-175. 5. Lima EDA, Lima MDA (2011). Imunopatogênese da psoríase: revisando conceitos; Reviewing concepts in the immunopathogenesis of psoriasis. An. bras. dermatol, 86(6), 1151-1158. 6. Duarte GV, FolladorI, Cavalheiro CMA, Silva TS, Oliveira MFSP (2010). Psoríase e obesidade: revisão de literatura e recomendações no manejo. An Bras Dermatol, 85(3), 355-60. 7. Mota CMS, Gon MCC, Gon ADS (2009). Análise comportamental de problemas de interação social de indivíduos com psoríase. Interação em Psicologia (Qualis/CAPES: A2), 13(1). 8. Brito L, Pereira MDG (2012). Individual and family variables in psoriasis: a study with patients and partners. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 28(2), 171-180. 9. Torres RAT, Silva SA, Magalhães RF, Morcillo AM, Velho PENF (2011). Comparação entre questionários de qualidade de vida e sua correlação com a evolução clínica de pacientes com psoríase. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro, 86, 45-49. 10. Festugato M (2011). Estudo piloto sobre alimentos que devem ser evitados nos portadores de psoríase. An Bras Dermatol, 86(6), 1103-8. 11. Redighieri IP, Maia TDC, Nadal MA, Caliman TRL, Ruiz MDFMA, Petri V (2011). Erythrodermic psoriasis with regression after prophylaxis with isoniazid and antidepressant therapy: case report. Anais brasileiros de dermatologia, 86(4), 141-143. 12. Carvalho APL (2011). Efeitos dermatológicos da terapia com lítio-psoríase; Dermatologic adverse effects of lithium-psoriasis. RBM rev. bras. med, 68(2). 13. Marques SA (2009). Conceito, epidemiologia, genética e imunopatogênese. 1a EDIÇÃO. 14. Boza JC, Rech L, Sachett L, Menegon DB, Cestari TF (2010). Manifestações dermatológicas da obesidade. Revista HCPA, 30 (1). 75 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Carcinoma Brocogênico Ocupacional e o Asbesto Bronchogenic Carcinoma to the Occupational Asbestos Damaris Brito Rodrigues¹, Marcela Araújo Pereira de Castro¹, Milla Ribeiro Rodrigues¹ Gracielle Batista Pereira² ¹ Graduandas em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas. ² Graduada em Enfermagem pela UNIMONTES. Pós-graduada em Saúde da Família na modalidade de residência-Unimontes. Autor para correspondência: Damaris Brito Rodrigues Rua: Herlindo Silveira, 52, AP 301 BL A, Ibituruna Montes Claros- MG-Brasil CEP: 39408078 E-mail: [email protected] Resumo: O carcinoma broncogênico ocupacional é extremante relevante do ponto de vista clínico e de saúde pública por se tratar de uma moléstia de alta letalidade devido ao diagnóstico tardio. A exposição ao asbesto no ambiente de trabalho constitui um importante fator de risco relacionado a esse tipo de câncer. O Brasil destaca-se como o terceiro produtor mundial de asbesto sendo que 100 % de sua produção é representada pelo tipo crisotila. Encontram- se jazidas de amianto nos estados de Goiás, Bahia, Minas Gerais e Piauí. Cerca de 25.000 trabalhadores brasileiros estão expostos ao asbesto. Por essa razão, o câncer de pulmão asbesto induzido constitui importante objeto de estudo. Esse artigo objetiva a revisão integrativa a respeito do conceito, carcinogênese, patologia, incidência e diagnóstico do câncer de pulmão ocupacional. Descritores : Carcinoma broncogênico ocupacional ;Câncer pulmonar ocupacional; Asbesto Abstract: The occupational lung tumors it is extremely important from the standpoint of clinical and public health because it is a disease of high mortality due to late diagnosis. Asbestos exposure in the workplace is an important risk factor related to such cancer. Brazil stands out as the third largest producer of asbestos and 100% of its production is represented by the type chrysotile. There are deposits of asbestos in the states of Goiás, Bahia, Minas Gerais and Piauí. Approximately 25,000 Brazilian workers are exposed to asbestos. For the reason the asbestos-induced lung cancer is an important object of study. This article aims to integrative review about the concept, carcinogenesis, pathology, incidence and diagnosis of occupational lung cancer. Descriptors: Occupational lung tumors; Occupational lung cancer ;Asbestos 76 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Introdução O amianto ou asbesto é uma fibra de origem mineral, derivada de rochas metamórficas eruptivas, que, por processo natural de recristalização, transforma-se em material fibroso. Compõese de silicatos hidratados de magnésio, ferro, cálcio e sódio e se divide em dois grandes grupos: serpentinas (crisotila ou amianto branco) e anfibólios (tremolita, actinolita, antofilita, amosita e crocidolita, etc.) (1). No Brasil, existem jazidas de amianto (crisotila e anfibólios) nos estados de Goiás, Minas Gerais, Bahia e Piauí, algumas já extintas. Atualmente, o País é o terceiro produtor mundial de crisotila, totalmente extraída da Mina de Canabrava, em Minaçu, Goiás, controlada pela Sociedade Anônima Mineração de Amianto – Sama (1 ,2). A exposição ao amianto acarreta riscos à saúde de muitos trabalhadores e seus familiares que acabam inalando essas partículas. Até mesmo em relação às minas hoje já desativadas, como a localizada na cidade Bom Jesus da Serra, Bahia, existe o risco de forma indireta, uma vez que, ao tempo da exploração, muitas casas ficavam no entorno das minas, favorecendo que fibras ou poeira de amianto, impregnadas nas roupas dos trabalhadores, fossem levadas para seus lares. A exposição ocupacional e/ou ambiental a fibras de asbesto relaciona-se com o aparecimento de fibrose intersticial pulmonar (asbestose), fibrose pleural, câncer de pulmão e mesotelioma. Segundo Ettinger(3), o período de latência para o desenvolvimento de câncer de pulmão em trabalhadores expostos ao amianto é de 25 a 40 anos. A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde, classifica o amianto como definitivamente carcinogênico para os humanos. E esse efeito carcinogênico pode ser comparado ao do tabaco (4). Exposição à crisotila implica aumento do risco de asbestose, câncer de pulmão e mesotelioma de forma dose-dependente. Não há limite de tolerância seguro para o risco de carcinogenicidade. Os riscos do amianto fazem da sua proibição uma das grandes bandeiras da ANAMT. Atualmente, mais de 50 países baniram o composto, que provoca 100 mil óbitos ao ano, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) (5). O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão integrativa sobre o câncer broncogênico ocupacional a respeito do conceito, carcinogênese, patologia, incidência, diagnóstico do câncer de pulmão ocupacional. Materiais e Métodos O presente trabalho constitui-se de uma revisão da integrativa especializada, realizada entre abril de 2013 a agosto de 2013. Para tanto se utilizaram publicações do Ministério da Saúde, concomitante a isso foram realizadas busca em livros –texto atualizados sobre o tema e uma revisão bibliográfica de artigos, que adotou como critério inicial para seleção a consulta às bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde MEDLINE (Literatura Internacional em Ciências da Saúde), e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), por meio dos seus sistemas de busca, utilizando como descritores as palavras-chave "carcinoma broncogênico ocupacional" e "câncer pulmonar ocupacional" combinadas com "asbesto". A pesquisa também foi realizada por meio de consulta dos mesmos descritores em inglês " Occupational lung tumors " e " occupational lung cancer " combinadas com "asbestos ". A escolha por esses bancos de dados justifica-se pelo fato de serem conhecidos e muito utilizados por acadêmicos e profissionais da área de saúde e pelo rigor na classificação de seus periódicos. A seleção buscou artigos, entre 1989 e 2013, nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa.Para esta revisão, foram escolhidos estudos sobre 77 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 a relação do asbesto na gênese do câncer pulmonar . Foram excluídos da seleção artigos que não discorriam sobre o câncer pulmonar ocupacional. Logo em seguida, buscou-se estudar e compreender o câncer de pulmão ocupacional relacionado a exposição ao asbesto, em seus aspectos clínicos e epidemiológicos. Discussão e Resultados Na pesquisa eletrônica realizadas nas bases de dados supracitados, foram encontradas cerca de 172 publicações.Entretanto , nove destas se enquadraram nos critérios de inclusão sendo utilizadas para fins de comparação e discussão. Câncer ocupacional O câncer ocupacional é originado devido a exposição a agentes carcinogênicos presentes no ambiente de trabalho, mesmo após a cessação da exposição (6). A proporção de casos de câncer atribuída a exposições ocupacionais é variável, entre 4 e 40%, dependendo do tipo de tumor e metodologia empregada (7). Para a Occupational Safety and Health Administration, “(...) um potencial carcinogênico ocupacional significa qualquer substância, combinação ou mistura de substâncias, que causam um aumento da incidência de neoplasias benignas ou malignas, ou uma substancial diminuição do período de latência entre a exposição e o aparecimento da doença em humanos ou em um ou mais mamíferos de experimentação como resultado de exposição por via oral, respiratória ou dérmica, ou qualquer outra exposição que resulte na indução de tumor em um local diferente do local de administração. Esta definição também inclui qualquer substância que seja metabolizada em carcinogênicos ocupacionais pelos mamíferos (8). O conhecimento da carcinogênese química foi trazido a público pela clássica descrição de Percival Pott, que, com base apenas em evidências factuais (observação), relacionou a ocorrência de câncer de escroto à atividade de limpeza de chaminés(9). Até a década de 70, a maioria dos cancerígenos humanos conhecidos era proveniente do ambiente de trabalho. Atualmente, tal ambiente continua a apresentar uma importante proporção de agentes cancerígenos(10). Segundo Stellman e Daum , cerca de 3.000 substâncias novas são introduzidas a cada ano nas indústrias, sem que os trabalhadores a elas expostos tenham consciência dos seus efeitos tóxicos(11). De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial de Saúde, os agentes cancerígenos são classificados em quatro grupos. Enquadrado na classificação 1 – os reconhecidamente cancerígenos para os seres humanos – está o amianto. Este merece atenção, uma vez que possui grande participação na economia brasileira. Segundo dados da United States Geological Survey (USGS), de 2011, o Brasil é o 3º maior produtor mundial de amianto, o 2º exportador e o 4º consumidor. No Brasil, a legislação específica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) proíbe o uso de quatro substâncias cancerígenas: aminodifenil, benzidina, beta-naftilamina e nitrodifenil. Também delimita valores de referência tecnológicos para a exposição ambiental ao benzeno. Porém, agentes reconhecidamente cancerígenos, como o amianto e a sílica, possuem amplos limites de exposição tolerados, embora o conhecimento científico corrente de carcinogênese não reconheça limites de exposição seguros para agentes cancerígenos (12). Ainda que as exposições ocupacionais não contribuam com uma fração significativa de casos de câncer, os carcinógenos ocupacionais são muito importantes em termos da saúde pública devido ao seu potencial de prevenção. Em princípio, exposições ocupacionais podem ser regulamentadas, minimizadas ou eliminadas de modo relativamente fácil se comparadas a fatores 78 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 mais gerais de “estilo de vida” como fumo, alimentação, práticas sexuais ou exposição à luz do sol (13) . Carcinogênese e Asbesto Para Ferreira, a carcinogênese do câncer de pulmão, assim como de outros tipos de cânceres, é considerada um fenômeno multifatorial, associado a um grande número de alterações moleculares independentes múltiplas e mutações genéticas críticas no epitélio normal. A exposição ambiental /ocupacional e o tabagismo promovem a ativação de carcinógenos e conseqüentemente desenvolvimento de câncer de pulmão (4). O câncer pulmonar pode ser dividido em dois grandes grupos histológicos principais: câncer pulmonar de células pequenas (CPCP) e câncer pulmonar de células não pequenas (CPCNP), que possui subtipos como adenocarcinomas, carcinomas de células escamosas e carcinoma de células grandes. Capelozzi baseado em Chug cita que, os quatro tipos maiores de câncer de pulmão (escamoso, adenocarcinoma, pequenas e grandes células) podem estar relacionados com a exposição ao asbesto, sendo possível a ocorrência de qualquer um deles, não havendo predileção para um tipo histológico ou outro, e não diferindo daqueles atribuídos a outras causas(14).Já Gloyne, patologista britânico, relacionou o potencial carcinogênico do asbesto, ao desenvolvimento do carcinoma de células escamosas. Entretanto, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o adenocarcinoma é o tipo histológico mais freqüente entre os cânceres de pulmão desenvolvidos por trabalhadores e ex-empregados expostos ao amianto. Patogênese A patogenicidade do mineral decorre principalmente da deposição de suas fibras nos pulmões, onde podem provocar varias alterações. Isso ocorre porque as fibras de amianto, por apresentarem diâmetro de até 3 μm e comprimento maior que 5 μm, são classificadas como respiráveis (15). As fibras com essas características conseguem atingir os pulmões, onde se depositam nos alvéolos, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. São então envolvidas por macrófagos e pneumócitos tipo I, sendo transportadas para o interstício, vasos linfáticos ou células endoteliais. Essas lesões nas células promovem alterações genéticas, resultando na perda do controle do crescimento normal celular. Segundo ETTINGER, as alterações afetam os oncogenes – que são homólogos dos genes celulares normais e, quando mutados, resultam na ativação e ganho de função –, atingem os genes supressores de tumor, que são genes “do câncer”, nos quais a perda de função por mutação remove a inibição do controle do crescimento celular, e afetam também os fatores de crescimento (3). Relação Asbesto e Tabaco no desenvolvimento do câncer broncogênico De acordo com Associação Brasileira de Expostos ao Amianto ,os indivíduos que tem contato com o amianto e fumantes têm a probabilidade aumentada em 57 vezes de desenvolverem o câncer de pulmão em relação aos que não fumam e aos que não estão expostos ao amianto, devido ao efeito sinérgico do tabaco com esse mineral, que potencializa o risco de câncer (16). Porém, em um estudo feito por Selikoff IJ, Hammond EC; Churg, J. de uma coorte de trabalhadores expostos a asbesto, encontrou-se risco relativo de 92 vezes para expostos e fumantes com relação a não expostos e não fumantes(17). 79 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Em qualquer circunstância, é de fundamental importância estimar a carga ou dose de exposição ao asbestos e ao tabaco, pois, com pouco tempo de exposição em altas concentrações, o risco para seu aparecimento é de duas ou mais vezes(18). Diagnóstico Conforme o Manual de Doenças Relacionas ao Trabalho do Ministério da Saúde o diagnóstico das doenças respiratórias ocupacionais baseia-se em: • história clínica-ocupacional completa, explorando os sintomas respiratórios, sinais clínicos e exames complementares, o estabelecimento da relação temporal adequada entre o evento e as exposições a que foi submetido o trabalhador. Considerando a latência de certas patologias, como, por exemplo, as neoplasias de pulmão e pleura, são importantes as informações sobre a história ocupacional do indivíduo e de seus pais, como no caso da exposição pregressa ao asbesto trazido do local de trabalho nos uniformes profissionais, contaminando o ambiente familiar. Também deve ser considerada a manipulação de resinas, epóxi, massas plásticas, solda, madeiras alergênicas em atividades de lazer, hobbies ou trabalho extra por conta própria (bicos, biscates), que podem esclarecer certos achados que não se explicam pela história ocupacional; • informações epidemiológicas existentes e estudo do conhecimento disponível na literatura especializada; • informações sobre o perfil profissiográfico do trabalhador e sobre as avaliações ambientais, fornecidas pelo empregador ou colhidas em inspeção da empresa/local de trabalho; • propedêutica complementar (19). Para diagnosticar o câncer de pulmão, os exames complementares são extremamente necessários. As técnicas relacionadas ao diagnóstico da neoplasia pulmonar, descritas nas literaturas, são variadas. Dentre elas se encontram a citologia do escarro, a broncofibroscopia, biópsia e a radiografia de tórax. Com a disseminação e a maior disponibilidade da broncofibroscopia, a confiabilidade na citologia do escarro vem diminuindo. Entretanto, em um estudo retrospectivo, com base em todos os pedidos de citologia de escarro recebidos em cinco laboratórios de histopatologia / citopatologia em Yorkshire 1 de Janeiro a 31 de dezembro de 1993 onde os resultados da citologia foram correlacionados com o diagnóstico histológico ou resultado clínico, e relacionados com a especialidade do médico referindo concluiu –se , que a citologia de escarro é ocasionalmente útil, especialmente naqueles pacientes nos quais se necessita de uma definição diagnóstica, mas a broncofibroscopia não está indicada(20). Todavia, um artigo de atualização classifica a broncofribroscopia como o método mais utilizado para diagnóstico do câncer de pulmão, além disso, é utilizada também para o estadiamento e tratamento. O aparelho utilizado é bastante flexível, por isso permite visualizar todos os brônquios(21). A biópsia é utilizada para classificação histológica do tumor, sendo classificada em biopsia transbrônquica ou transtorácica.Entretanto, a biopsia transtorácica está relacionada a algumas complicações como o pneumotórax. Consoante a , Norma Regulamentadora-7 (1994) do Programa de controle médico de saúde ocupacional no Brasil, a utilização da radiografia simples é prevista na legislação trabalhista, como o método de interpretação radiológica para o controle periódico, admissional e demissional de trabalhadores expostos a poeiras minerais (22). 80 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 É importante ressaltar que todos os achados dos exames clínicos e completares são idênticos em pacientes com e sem exposição ao asbesto. Por essa razão, a anamnese tem uma importância ímpar no diagnóstico do câncer ocupacional. Não existe um programa de rastreamento para este tipo de câncer devido a isso na maioria dos casos, ele é diagnosticado tardiamente, o que explica a alta letalidade do câncer de pulmão, sendo a relação entre a sua incidência e morte segundo o INCA de, aproximadamente, 86 % . Conclusão Com a busca literária realizada pode-se observar a existência de estudos científicos que apresentam um aumento do risco de desenvolvimento do carcinoma broncogênico da população submetida à utilização de produtos, à extração, ao contato direto com os trabalhadores de minas, ou mesmo às construções públicas que contenham o amianto, tem a exposição acentuada pela presença constante e contínua dessa fibra mineral. Devido a isso, esta revisão pode estimular a realização de novas pesquisas e a elaboração de um programa de rastreamento efetivo e economicamente executável para trabalhares e seus familiares que foram expostos ao asbesto, uma vez que o diagnóstico precoce contribuirá para uma sobrevida maior daqueles acometidos por essa doença. Referências 1-Mendes R. Asbesto (amianto) e doença: revisão do conhecimento científico e fundamentação para uma urgente mudança da atual política brasileira sobre a questão. Cad. Saúde Pública. Jan-fev, 2001;17(1):7-29. 2-Sacramento Filho AL. Boletim informativo do amianto: 2007. Brasília: Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, 2007. 29 p. 3-Ettinger DS.Câncer de pulmão e outras neoplasias pulmonares :Câncer Pulmonar Broncogênico .In: Goldman Ausiello. Cecil Medicina .Rio de Janeiro :Saunders,2008 .p 1675-1678. 4- Ferreira RG,Santos KS.Manual de Oncologia:Patologia oncológica do trato respiratório . 3° edição ;BBS Editora,2008. P- 499 ,V1. 5-Jornal da ANAMT. Ameaça constante; Exposição de profissionais a substância nocivas, a exemplo do cancerígeno amianto, ainda é um desafio. Junh. 2013. p. 17. 6Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/115cancer_ocupa.html acesso em 01.07.2013. 7- Pearce N, Boffetta P, Kogevinas M. Occupational carcinogens. In: Encyclopaedia of occupational health and safety [CD-ROM]. 4th Ed. Geneva: International Labour Organization; 1998. 8- Hunter WJ. Carcinogenic substances: Enciclopedia of Occupational Health and Safety. 3rd. ed. Italy:[s.n.], 1989. p. 401-404. 9 .Wagoner JK. Occupational carcinogenesis: the two hundred years since. Percival Pott. Ann NY Acad Sci. 1976;271:1-4. 10- - (Siemiatycki J, Richardson L, Straif K, Latreille B, Lakhani R, Campbell S, et al. Listing occupational carcinogens. Environ Health Perspect. 2004;112(15):1447-59. Erratum in: Environ Health Perspect. 2005;113(2):A89. 11 Inca – Instituto Nacional de Câncer. Disponível no Endereço http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=17, acesso em 15.07.2013. 12- Gustavsson P. Cancer, prevention. In: Encyclopaedia of occupational health and safety [CDROM] 4th Ed. Geneva: International Labor Office, 1998. 81 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 13- Barreto ML., et al., (Orgs). Epidemiologia, serviços e tecnologias em saúde [online]. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 1998. 235 p. Epidemiológica series, nº 3. ISBN 85-85676-49-3. Available from SciELO Books: http://books.scielo.org/id/889m2/pdf/barreto-9788575412626-12.pdf. 14- Capelozzi VL. Asbesto, asbestose e câncer: critérios diagnósticos. J.Pneumol. .2001;27(4):206218. 15-Algranti E, Lima CQ, Vieira AV. Asbesto e carcinoma broncogênico: Pesquisa de fibras em tecido pulmonar de três pacientes portadores de carcinoma broncogênico. Revista Paulista de Medicina, 1,1989. 16-ABREA Associação Brasileira dos Expostos ao Amianto Disponível no Endereço http://www.abrea.com.br/cartilha.pdf, acesso em 08.07.2013. 17- Selikoff IJ; Hammond EC; Churg, J. Asbestos exposure, smoking, and neoplasia. JAMA, 1968;204(2):106-12. 18- Consensus Report. Scand J Work Environ Health 1997; 23:311-316. 19- Doenças Relacionadas ao Trabalho: Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde Série A. Normas e Manuais Técnicos; n. 114 Brasília/DF – Brasil 2001. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/editora/produtos/livros/pdf/02_0388_M1.pdf. Acesso em 15.07.2013. 20- Gledhill A; Bates C; Henderson D; Costa P; Thomas G. Sputum cytology: a limited role. J Clin Pathol 1997;50:566-8. 21- Fernandez A, Jatene F, Zamboni M . Diagnóstico e estadiamento do câncer de pulmão. Jornal de Pneumologia, 2002;28(4):219-228. 22- Uma lista dos médicos que realizaram o curso de Leitura Radiológica entre 1994 e 2010 encontra-se no sítio www.fundacentro.gov.br/silicaesilicose, por estado de origem, e ano de realização do treinamento. 82 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Diagnóstico Diferencial dos Tremores Differential diagnosis of tremors Kaito Alves Carvalho Laube1 Guilherme Kened Souza Amorim1 Ana Carolina Miguel Meira e Silva1 Laís Neiva e Oliveira1 Raquel Gusmão Soares2 Victor Emanuel Soares Gusmão1 Acadêmicos de medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde e Professora do Dep. de Enfermagem da Universidade Estadual de Montes Claros– UNIMONTES 1 2 Autor para correspondência: Kaito Alves Carvalho Laube Rua Tupinambás, 169A, Funcionários Montes Claros – MG – Brasil. CEP: 39401-033 E-mail: [email protected] Resumo: Os tremores são os distúrbios do movimento mais frequentes na prática clínica e caracterizam-se pela oscilação involuntária e rítmica de qualquer parte do corpo em decorrência de contrações de músculos agonistas e antagonistas. Pode causar incapacidade funcional considerável. O estudo teve como objetivo revisar a literatura científica relacionada ao Diagnóstico dos Tremores visto que sua correta definição fenomenológica nem sempre é estabelecida com facilidade na prática médica. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo de revisão literária realizada no período de junho a agosto de 2013, nas bases de dados LILACS, SciELO e MEDLINE da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Selecionou-se um total de 8 artigos por atenderem aos objetivos do estudo. Concluiu-se pela literatura estudada que embora os tremores sejam a perturbação do movimento mais comumente encontrada na prática clínica, seu diagnóstico pode ser difícil, ou às vezes confuso devido sua semelhança com outros movimentos involuntários. Descritores: Tremor, Classificação, Diagnóstico diferencial. Summary: Tremors are the most common movement disorders in clinical practice and is characterized by involuntary, rhythmic oscillation of any part of the body due to contractions of agonist and antagonist muscles. Can cause considerable disability. The study aimed to review the literature related to the diagnosis of tremors since their correct phenomenological definition is not always easily established in medical practice. This is a retrospective descriptive study of a literature review conducted in the period June to August 2013, in the databases LILACS, SciELO and MEDLINE of the Virtual Health Library (VHL). Selected a total of 8 articles for meeting the objectives of the study. It was concluded that although the literature studied the tremors are a movement disorder most commonly encountered in clinical practice, diagnosis can be difficult, and sometimes confusing due to its similarity to other involuntary movements. Key-words: Tremor, Classification, Differential diagnosis. 83 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Introdução A queixa de tremor é uma das mais comuns na prática clinica, sendo o distúrbio do movimento mais frequente (1). Trata-se de uma manifestação clínica caracterizada por oscilação involuntária e rítmica de qualquer parte do corpo(2,6).E em geral ocorre devido a uma contração alternada ou simultânea de músculos agonistas e antagonistas(3). De uma forma geral, os tremores são classificados de acordo com a predominância em diferentes situações ou condições de ativação sendo: em repouso, com o paciente deitado em repouso ou sentado; postural, quando adotada uma determinada posição contra a gravidade; e cinético, durante a realização de qualquer movimento voluntário. A abordagem de um paciente com tremor deverá se iniciar pela história clínica seguida do exame físico neurológico, buscando avaliar o caráter rítmico, amplitude e frequência do movimento. O restante da avaliação neurológica deverá ser concluído para determinar a possibilidade da existência de outras alterações associadas(3). O tremor de repouso se manifesta quando a parte do corpo afetada está sem ativação voluntária e é totalmente suportado contra a gravidade. Costuma ter a característica de aduçãoabdução ou de flexão-extensão(2,6) e é comumente encontrado na doença de Parkinson. Ocorre ainda no tremor essencial severo, no tremor rubral, no tremor tardio, na miorritmia e no “spasmusnutans”(6). O tremor Postural é evidenciado durante a manutenção de uma determinada postura antigravitacional, como, por exemplo, quando os membros superiores são mantidos estendidos na frente do corpo. Costumam desaparecer com o relaxamento do referido segmento. Na prática neurológica o exemplo mais comum de tremor postural é o tremor essencial (esporádico ou familiar)(3,6). O tremor cinético é aquele que ocorre durante a realização de determinado ato motor. Pode ser inicial, dinâmico ou final quando surge, respectivamente, no início, no curso ou no final do ato motor. Está tipicamente associado com lesões ou doenças do cerebelo(6). Este tipo de tremor ocorre durante qualquer movimento voluntário podendo ser subdividido em tremor cinético simples (não direcionado a um alvo) e tremor intencional (movimento direcionado a um alvo, como o que ocorre na manobra index-naso)(3). O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão integrativa de literatura nas bases de dados: Literatura LatinoAmericana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS), a Scientific Electronic Library Online(SciELO) e MEDLINE no período de 1998 a 2011 e nos livrostextos contemporâneos de especialistas da área. Material e métodos Trata-se de uma revisão de literatura das formas mais comuns de tremor da prática clínica, bem como do diagnóstico diferencial entre elas. Para tanto, procedeu-se à busca de publicações nas bases de dados: LILACS, SciELO e MEDLINE. A pesquisa foi realizada na BVS no período de junho a agosto de 2013. Adotaram-se como critérios de inclusão: artigos publicados no período de 1998-2011 no idioma português, que contemplassem em seus títulos e/ou resumos os seguintes descritores: Tremor, Classificação, Diagnóstico diferencial e que estivessem disponibilizados na íntegra, gratuitamente, online. Adicionalmente, foram consultados livros-texto contemporâneos de princípios básicos em neurologia. Em seguida, realizou-se uma leitura reflexiva de caráter qualitativo, descritivo e exploratório. 84 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Resultados e Discussão O conhecimento das características principais do tremor é muito importante para o diagnóstico diferencial, mas por vezes se torna difícil, sendo que em algumas situações faz-se necessária a utilização de exames neurofisiológicos(2). A abordagem de um tremor deverá iniciar-se por uma história clínica cuidadosa em que se inquira sobre: a idade e o modo de início; a coexistência de outros sintomas ou doenças; terapêutica habitual, e se foi notada alguma relação de precipitação ou agravamento quando do uso de chá ou café; e se diminui com a ingestão de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas. É necessário saber da existência de tremor idêntico nos familiares ou de outras doenças neurológicas(1,4). Do ponto de vista semiológico, o caráter rítmico dos tremores, com amplitude e frequência mais ou menos regulares, torna a sua identificação, na maioria das vezes, direta e o diagnóstico diferencial em relação a outros fenômenos hipercinéticos uma tarefa geralmente simples(1). A avaliação só ficará completa após término do exame neurológico, ainda que de maneira sumária, permitindo concluir-se se o tremor é um sintoma único ou se está associado a outras alterações(4). No que se refere ao Diagnóstico Diferencial observou-se que o tremor fisiológico é um fenômeno normal, existe em todos os grupos musculares, na vigília e em certas fases do sono, em regra não é observável e não constitui problema clínico(4).Também chamado de tremor normal, ocorre na frequência de 8-13 Hz e uma das explicações para sua existência é a de que seria o reflexo do balistocardiograma, isto é, da vibração passiva dos tecidos do corpo produzida pela atividade mecânica do coração. Não é habitualmente percebido, podendo, no entanto, ser exacerbado por certas condições, tais como: situações de medo e ansiedade, distúrbios metabólicos (hipertireoidismo, hipoglicemia), exercícios físicos, retirada de álcool e uso de certas drogas (lítio, prednisona)(2-3,6). Já o tremor essencial (TE) é uma das condições neurológicas mais frequentes em adultos e a principal causa de tremor. De uma forma geral, estima-se que a prevalência do TE varie de 0,4 a 5% na população, aumentando, juntamente com a incidência, de acordo com a faixa etária embora no final da adolescência ou entre 45 e 50 anos estejam os picos mais frequentes de início do quadro(1-23) . O mecanismo fisiopatológico desse tremor ainda não está completamente esclarecido, contudo se especula que ele ocorra devido a oscilações centrais, em nível do triângulo de Guillain-Mollaret, particularmente uma disfunção em nível das olivas inferiores e também em nível do cerebelo (3). O tremor é típico de um cinético acompanhado de um tremor postural que acomete os membros superiores e no início pode ser assimétrico(2).Não raramente pode também ser cefálico ou da voz. Em casos de tremor muito exuberante pode também observar-se em repouso(4). O tremor parkinsoniano se impõe como principal diagnóstico diferencial do tremor essencial (Tabela 1), sendo a principal causa de tremor de repouso (ao contrário do tremor essencial que é a principal causa de tremor postural e cinético). No entanto, o tremor essencial pode ocorrer também no repouso e o tremor parkinsoniano podendo ser também postural(5). 85 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Tabela 1. Diferenciação entre tremor essencial e tremor da doença de Parkinson Característica clínica Tremor essencial Doença de Parkinson +++ _ Tremor de cabeça +++ _ Tremor vocal +++ _ Melhora com álcool _ +++ Melhora com uso de levodopa + ++ Tremor de repouso clássico + +++ Tremor unilateral + +++ Tremor de membro inferior _ ++ Rigidez muscular (excluir o sinal de Fromert) Fonte: Teive HAG. Tremores. Rev Bras Med. 2011 out; 68(10): 288-293 Os critérios diagnósticos principais são: tremor bilateral das mãos e antebraços (sem tremor de repouso); ausência de outros sinais neurológicos, com exceção do sinal de Froment (sinal da roda denteada à manobra passiva do membro afetado com movimento voluntário do membro contralateral); tremor isolado da cabeça sem postura anormal da mesma. Os critérios secundários: duração longa maior do que 3 anos; história familiar; e resposta ao álcool(2-3). A doença de Parkinson (DP) representa a segunda doença neurodegenerativa mais comum, acometendo cerca de 1% da população acima de 60 anos e 2% acima de 70 anos(3). O tremor parkinsoniano típico é descrito como tremor de repouso, que pode ser suprimido no início de uma ação e desaparece no sono e completo relaxamento(2-3). Acomete os membros superiores mais frequentemente seguido dos membros inferiores e (2) mento . A flexão-extensão dos dedos combinada com a adução-abdução do polegar produz o clássico tremor em “contar dinheiro” ou em “enrolar fumo”(3,6). A frequência do componente de repouso é habitualmente baixa, variando de 3 a 6 Hz (1). Para que se faça o diagnóstico de doença de Parkinson há a necessidade de no mínimo dois dos critérios descritos como tétrade clássica parkinsoniana (tremor, rigidez em roda denteada, bradicinesia e instabilidade postural)(4,5). Existe ainda o tremor induzido por drogas, constituído pelas doenças do movimento induzidas por fármacos (DMIF) e que englobam síndromes com fenomenologia muito distinta, sendo as mais prevalentes, o parkinsonismo, a distonia, a discinesia e a acatisia(7,8). São causados, principalmente, por drogas que interferem na neurotransmissão da dopamina(8). A forma mais comum de tremor induzido por drogas é parecida com o tremor fisiológico exacerbado, que se manifesta como um tremor postural ou cinético rápido (8 a 12 Hz) e de baixa amplitude, acometendo os membros superiores(2,8). O tremor induzido por drogas, tipicamente, começa logo após a instituição da medicação e piora com o escalonamento da dose. O tratamento envolve a redução da dose ou remoção do agente causal. Medicações, comumente, usadas para tratar o tremor podem ser eficazes, incluindo propranolol, primidona e benzodiazepínicos, como o clonazepan(8). O tremor cerebelar é um tremor caracteristicamente intencional, unilateral ou mesmo bilateral, com frequência abaixo de 5 Hz, podendo ocorrer também de forma postural, porém não no repouso(3).Geralmente é associado com outras alterações cerebelares como fala escandida, nistagmo, dismetria, ataxia e hipotonia(2,4). Pode observar-se num doente jovem como manifestação de esclerose múltipla, associando-se a outras alterações, como exemplo ataxia, e em pessoas idosas no contexto de acidente vascular cerebral(1). 86 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Alguns autores consideram o tremor ortostático como variante do tremor essencial, isso se deve ao fato de que alguns pacientes também apresentem tremor das mãos. Caracteriza-se por ser um tremor de baixa amplitude e frequência de 14-18Hz, com localização nas pernas e no tronco e que se inicia logo após adquirir a posição ortostática(2). Gera grande incapacidade, tornando difíceis ou impossíveis tarefas como permanecer numa fila e fazer compras pela necessidade constante que o doente tem de se sentar. Em casos graves pode estar presente durante a marcha. Ao palparem-se os músculos dos membros inferiores, os gémeos ou quadrícipes nota-se vibração (4). A Doença de Wilson, que é autossômica recessiva, relacionada com uma perturbação do metabolismo do cobre, pode numa fase inicial, manifestar-se só por tremor a que se associam outras manifestações como disartria, incoordenação motora ou distonia(4). O tremor da Doença de Wilson (DW) pode ser de repouso, quando existe uma síndrome rígido-acinética, postural (particularmente o que aparece na manobra de esgrima, conhecido como tremor do tipo “bater em asas”) e mesmo intencional(2,3). A investigação laboratorial mostra uma diminuição ceruloplasmina sérica, diminuição do cobre sérico e aumento no cobre em urina de 24 horas. A pesquisa do anel de Kayser-Fleischer costuma ser positiva e os exames de imagem podem mostrar sinal de hipodensidade nos gânglios da base à tomografia computadorizada. A realização da biópsia hepática pode confirmar o diagnóstico(2). Conclusão O tremor, embora seja a perturbação do movimento mais frequentemente encontrada na prática clínica, pode ter seu diagnóstico confundido com outros movimentos involuntários como mioclonias, atetose e epilepsia parcial contínua. E dentro da classe dos tremores, inúmeras são as possibilidades sindrômicas associadas. Sendo assim, uma análise criteriosa do médico baseada numa história clínica bem descrita, no exame físico adequado e nos eventuais exames complementares torna-se fundamental, com vistas ao delineamento do diagnóstico mais provável e à implementação de uma terapêutica racional. Referências bibliográficas 1- Dalbem A. Tremor: diagnóstico diferencial. In: Stefani MA, ChavesMLF,Finkelsztejn A. Rotinas em neurologia e neurocirurgia. Rotinas em neurologia e neurocirurgia. 1.ed. 2008. p. 244-253 2- Borges V, Ferraz HB. Tremores. RevNeurocienc. 2006; 14(1):043-047. 3- Teive HAG. Tremores. Ver Bras Med. 2011 out; 68(10): 288-293. 4- Vieira S. Tremores. RevPortClinGera.l 2005;21:61-7 5- Albuquerque AV. Tremor Essencial. RevNeurocienc. 2010;18(3):401-405. 6- Mattos JP. Diagnóstico diferencial dos tremores. ArqNeuropsiquiatr. 1998; 56(2):320-323. 7- Damásio J, Carvalho S. Doenças do movimento induzidas por fármacos. Acta Med Port. 2011; 24(S4):915-922 8- Protógenes M. Distúrbios do movimento induzidos por drogas. Ver HospUnivers Pedro Ernerto. 2010 jan-jun; 10(1): 55-62. 87 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092 Agradecimentos Agradeço aos editores Maria Fernanda Santos Figueiredo e Silvania Paiva dos Santos pelo apoio, tonando a Renome parceira na divulgação das pesquisas realizadas; aos acadêmicos Milson Carvalho Quadros Júnior e Bruno Porto Soares, idealizadores do I Congresso Norte Mineiro de Especialidades Médicas (CONMEM) juntamente com a turma 14 do curso de Medicina da Funorte; aos pareceristas pela presteza e prontidão na análise dos manuscritos; e aos autores pelo envio dos trabalhos, pois sem eles não seria possível a concretização desta edição especial. Luiza Augusta Rosa Rossi-Barbosa Equipe de Organização do I Congresso Norte-Mineiro de Especialidades Médicas Idealização Luiza Augusta Rosa Rossi-Barbosa - Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS Milson Carvalho Quadros Júnior – Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS Bruno Porto Soares – Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS Realização TURMA XIV de Medicina – Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS Equipe Editorial da Revista Norte Mineira de Enfermagem Coordenador Silvania Paiva dos Santos, Universidade Estadual de Montes Claros - MG, Brasil Editor Geral Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito, Universidade Estadual de Montes Claros - MG, Brasil 88 Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp) ISSN 2317-3092