Apresentação - Renome

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Apresentação
Esta edição é resultado dos resumos e artigos apresentados no I Congresso Norte Mineiro de
Especialidades Médicas (CONMEM), realizado pelas Faculdades Integradas do Norte de Minas –
FUNORTE, na cidade de Montes Claros. O evento ocorreu entre os dias 21 e 24 de agosto de 2013,
e abordou os principais temas da prática médica com um enfoque científico. Contou com a
participação de profissionais renomados e aptos a expor os conhecimentos mais atuais através de
palestras, mesas redondas, minicursos e apresentação de trabalhos.
Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito
Editora Geral da Revista Norte Mineira de Enfermagem - RENOME
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Depressão Pós-Parto: uma abordagem sobre os fatores de risco
Ana Cláudia Oliveira Amorim¹
Hernan Carlos Sampaio Filho¹
Vitor Hipólito Silva²
¹Instituto Ciências da Saúde/ ICS- FUNORTE- Montes Claros- MG
²Universidade Estadual de Montes Claros- Montes Claros- MG
Autor para correspondência:
Ana Cláudia Oliveira Amorim
Rua Iolanda Almeida, 54 – Cidade Nova
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-470
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A gestação e o puerpério são períodos que precisam ser avaliados com especial
atenção, pois envolvem inúmeras alterações físicas, hormonais, psíquicas e de inserção social,
podendo refletir na saúde mental das pacientes. O presente trabalho enfatiza a depressão pós-parto
(DPP), caracterizada por um transtorno do humor de grau moderado a severo, de caráter
multifatorial, clinicamente identificado como um episódio depressivo. Este quadro inicia-se durante
o primeiro ano do pós-parto, com maior incidência entre a quarta à oitava semana após o parto.
Objetivo: Identificar os principais fatores de risco relacionados à predisposição de puérperas
desenvolverem DPP; analisar a associação entre condições psicossociais, hormonais, conflitos
conjugais e o perfil psicológico prévio das gestantes com o desenvolvimento da DPP; e avaliar as
repercussões da DPP na relação materno-infantil e no desenvolvimento da criança. Material e
métodos: Foram avaliados 20 trabalhos sobre DPP nos bancos de dados Scielo e PubMed,
restringidos entre o período de 2000 a 2013. Resultados: De acordo com a literatura, diversos
fatores de risco estão associados à etiologia da DPP, sendo divididos em três categorias: a primeira
refere-se à qualidade dos relacionamentos interpessoais da mãe e com seu parceiro; a segunda
relaciona-se à gravidez, ao parto e à ocorrência de eventos estressantes, agressão física, emocional
ou sexual; e a terceira refere-se às adversidades socioeconômicas. Os fatores endócrinos também
estão relacionados à etiologia da DPP, com o envolvimento de hormônios como a progesterona,
estradiol, cortisol, CRH, prolactina, TSH, T3 e T4. O risco para episódios de DPP é aumentado em
mulheres com transtorno de humor anterior ao pós-parto, principalmente histórico prévio de
transtorno afetivo bipolar do tipo I. Conclusões: Os estudos revisados indicam que a DPP tem
etiologia multifatorial, atingindo significativo número de mulheres no pós-parto. A DPP manifestase com intensidade variável, dificultando o estabelecimento de vínculo afetivo estável entre mãe e
filho, e interferindo na qualidade dos laços emocionais futuros. Há evidências de associação entre a
DPP e prejuízo no desenvolvimento emocional, social e cognitivo da criança. Pode-se concluir que
a detecção precoce dos fatores de risco envolvidos na DPP, realizada mediante acompanhamento
das gestantes, seja um fator importante para a prevenção da própria DPP e das repercussões na
interação mãe-filho.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Fatores envolvidos na etiopatogenia do carcinoma gástrico
Bárbara Daniela Gonçalves Santos¹
Bárbara Francielly Carvalho Soares¹
Daniele Mesquita de Brito¹
Danielle Flávia Gomes Guilherme¹
Isabela Carine Ramos¹
Diane Francine Gomes Guilherme²
¹Graduanda em Medicina/Unimontes
²Residente em Ginecologia e Obstetrícia/ Santa Casa de Montes Claros
Autor para correspondência:
Bárbara Daniela Gonçalves Santos
Rua Dona Tiburtina, 1208 – Centro
Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39403-043
[email protected]
RESUMO
Introdução: O carcinoma gástrico é responsável por muitos óbitos no Brasil e no mundo,
constituindo a terceira causa de câncer nos homens e a quinta, em mulheres. O diagnóstico é
geralmente tardio, quando a terapêutica não é mais efetiva, sendo crucial a obtenção de um
diagnóstico precoce, a fim de elevar a sobrevida dos pacientes. Para tal, é mister a compreensão da
etiologia desse câncer, a partir da identificação de seus fatores de risco - hereditariedade, tabagismo,
dieta, gastrectomia e a infecção pela bactéria Helicobacter pylori - sendo este considerado o cofator mais relevante na carcinogênese gástrica. Objetivo: Compreender os fatores envolvidos na
etiologia do câncer gástrico, com enfoque na infecção pela bactéria H. pylori. Materiais e Método:
Trata-se de um estudo descritivo fundamentado na revisão de literatura integrativa em base de
dados como LILACS e SciELO, utilizando os termos “H. pylori”, “gastrite” e “carcinoma
gástrico”. Resultados e Discussão: A carcinogênese gástrica envolve uma sequência progressiva
de eventos oriundos da infecção pela bactéria H. pylori, com consequente gastrite crônica, seguida
de gastrite atrófica, metaplasia intestinal (MI), displasia e, por fim, carcinoma. Embora a gastrite
atrófica e a metaplasia intestinal sejam consideradas lesões precursoras do câncer, apenas uma
pequena parcela dos pacientes com tais lesões desenvolverão a neoplasia, sendo necessária a
associação com outros fatores etiológicos. A bactéria H. pylori é comumente adquirida na infância,
podendo persistir por toda vida. Sua atuação no epitélio gástrico, por meio de toxinas, enzimas e
mediadores inflamatórios, promove ruptura da barreira mucosa do estômago, ocasionando dano
epitelial, alteração do fluxo sanguíneo, da produção de muco e da liberação de gastrina. Vale
ressaltar que há graus variáveis de virulência entre as cepas da bactéria, refletindo em diferentes
situações de inflamação da mucosa gástrica. Ademais, destaca-se sua importante propriedade
adaptativa, por meio da excreção de amônia, o que neutraliza a acidez estomacal, e da interação
com as células hospedeiras, propiciando a estadia prolongada da bactéria no organismo. Conclusão:
A bactéria H. pylori possui distribuição cosmopolita, associando-se a vários distúrbios gástricos,
dentre eles, o câncer. Portanto, a identificação precoce da infecção por esse microrganismo, bem
como a pesquisa de outros fatores patogênicos, pode reduzir sobremaneira a incidência dessa
neoplasia.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Avaliação da sensibilidade da alfafetoproteína e gonadotrofina coriônia humana (β-hcg) no
prognóstico do câncer de testículo
Bruno Porto Soares1
Tamara Carvalho Vasconcelos1
Joane de Souza Quaresma1
Kaito Alves Carvalho Laube1
Iuri Braga de Oliveira 1
Édson da Silva Gusmão2
1
Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte.
2
Médico especialista em anatomia patológica.
Autor para correspondência:
Bruno Porto Soares
Rua Joviniano Ramos, 446, São José
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39400-437
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O câncer de testículo, apesar de raro, é a neoplasia maligna mais comum entre homens
jovens entre 15 e 35 anos. Os tumores germinativos não seminomatosos (85%) e os seminomatosos
(10%) apresentam capacidade de sintetizar glicoproteínas que são utilizados como marcadores
tumorais. Os marcadores oncofetais (α-Fetoproteína e β-HCG) estão relacionados com a atividade
do tumor sendo utilizados para diagnóstico, monitorização e prognóstico de pacientes com tumores
de células germinativas. Objetivo: Avaliar a sensibilidade da α-fetoproteína e gonadotrofina
coriônia humana (β-HCG) no prognóstico do câncer de testículo. Materiais e Método: Trata-se de
uma revisão de literatura realizada no período de maio a julho de 2013 com 25 publicações datadas
de 2003 a 2013 disponíveis nas principais bases eletrônicas de periódicos: SCIELO e BIREME,
bem como as diretrizes sobre o câncer de testículo da Sociedade Brasileira de Urologia e INCA.
Resultados e Discussão: Os marcadores tumorais utilizados para o prognóstico do câncer testicular
que conferem melhor acurácia são α-Fetoproteína (AFP) e β-HCG. O aumento dos níveis de AFP é
visto em 70% dos carcinomas embrionários e do β-HCG em 100% dos coriocarcinomas e em 60 a
80% dos carcinomas embrionários. Apresentam prognóstico favorável os tumores não
seminomatoso com AFP < 1,000 ng/mL e hCG < 5,000 IU/l e seminomas com AFP normal e
qualquer hCG. Prognóstico intermediário não seminomatoso, AFP > 1,000 e < 10,000 ng/ml ou
hCG > 5,000 e < 50,000 IU/l e desfavorável AFP > 10,000 ng/ml ou hCG > 50,000 IU/l. Esses
marcadores são geralmente solicitados antes do início, semanalmente e sempre antes de cada novo
ciclo terapêutico. Conclusão: A AFP e o β-HCG apresentam especificidade relativa e sensibilidade
significativa, estratificando os riscos e influenciando no prognóstico do câncer de testículo. Estes
marcadores estão elevados em 80% dos pacientes com tumor de células germinativas dos testículos
metastáticos não-seminomatosos e seminomas (exceto AFP), e em quase todos aqueles com
prognóstico ruim. Utilizando-se esta classificação, a sobrevida mediana de cinco anos é de 90%
para os pacientes com bom prognóstico, 75% para os intermediários e 50% para os ruins.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
A influência do hpv de alto risco no carcinoma cervical
Danielle Flávia Gomes Guilherme¹
Bárbara Daniela Gonçalves Santos¹
Bárbara Francielly Carvalho Soares¹
Daniele Mesquita de Brito¹
Isabela Carine Ramos¹
Diane Francine Gomes Guilherme²
¹Acadêmica de Medicina/Unimontes
²Médica Residente em Ginecologia e Obstetrícia/ Santa Casa de Montes Claros
Autor para correspondência:
Danielle Flávia Gomes Guilherme. Rua Domiciano Pimenta,100 –Vila Luiza. Montes Claros, MG,
Brasil. CEP. 39400-399. [email protected]
Introdução: A infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV) constitui atualmente um problema de
saúde pública, devido a sua comprovada associação ao carcinoma cervical, que é a quarta maior
causa de morte por câncer no sexo feminino no Brasil, acometendo mulheres adultas com vida
sexual ativa. Existem mais de cem tipos do HPV, no entanto, somente quinze desses são
considerados de alto risco para malignidade, e, portanto, geneticamente capazes de codificar
proteínas oncogênicas, especialmente E6 e E7. A E6 promove a inativação da proteína p53 e ativa
a telomerase, imortalizando a célula, enquanto a E7 atua sobre a proteína codificada pelo gene Rb,
levando à proliferação celular descontrolada. Os vírus HPV 16, 18, e 31, considerados de alto risco,
têm uma capacidade singular de promover a integração de seu material genético aos cromossomos
hospedeiros. Não obstante, é necessária a associação da infecção pelo HPV a outros fatores de risco,
como paridade, tabagismo, estado imunológico, uso de contraceptivos orais, história de DST e
múltiplos parceiros sexuais para o estabelecimento e progressão de uma lesão para o carcinoma. A
partir disso, nota-se que como prevenção do contágio e do desenvolvimento do HPV, é essencial a
adoção de atitudes sexuais seguras, como o uso de preservativos e a redução do número de
parceiros sexuais, além de vacinação precoce e exame citológico de colo uterino periódico.
Objetivo: Informar sobre a relação entre a infecção por HPV de alto risco e o câncer de colo de
útero, bem como a importância da prevenção dessa DST. Materiais e Método: Trata-se de estudo
descritivo, baseado em informações coletadas no banco de dados da Biblioteca Virtual de Saúde,
através dos termos “vírus HPV”, “câncer de colo de útero e HPV” e “câncer de colo uterino”,
acrescidas de literaturas médicas na área da Ginecologia e Oncologia. Resultados e Discussão: O
Câncer cervical associado ao HPV é uma patologia de alta morbimortalidade em países em
desenvolvimento, por apresentar evolução lenta, ser assintomática e, principalmente, pela baixa
adesão ao exame preventivo. Conclusões: O HPV é o principal fator etiológico da neoplasia do
colo uterino e ainda acomete muitas mulheres em idade reprodutiva em nosso país. Logo, faz-se
necessário um maior investimento na educação sexual, visto que a profilaxia primária é bastante
acessível, a afecção é facilmente diagnosticada e o tratamento, em fases precoces, tem apresentado
bons resultados.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Prevalência da hipertensão arterial no Brasil: estudo ecológico com base em série histórica
Marcos Loyola Borém Guimarães1
Maria Cecilia Izidorio Barbosa. 1
Phillip Viriato Santos. 1
Isabela Loyola Borém Guimarães 2
André Luiz Cândido Sarmento Drumond Nobre. 3
Simone de Melo Costa. 4
1
Acadêmico do curso de medicina do Instituto de Ciências da Saúde/ Faculdades Unidas do Norte
de Minas – ICS/FUNORTE.
2
Medica formada no curso de medicina da ICS-FUNORTE.
3
Médico cardiologista do Hiperdia.
4
Profª Drª da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes.
Autor para correspondência:
Marcos Loyola Borém Guimarães
Rua Av. Pedro Alvares Cabral, 520 - Ibituruna
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 3940-1284
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A hipertensão arterial é uma das doenças de maior prevalência na população brasileira,
estando frequentemente associada a alterações morfofuncionais de órgãos-alvo e alterações metabólicas
que predispõem a eventos cardiovasculares. Objetivo: O trabalho avalia a série histórica da hipertensão
arterial no Brasil entre 2006 e 2010. Método: Trata-se de estudo ecológico realizado com dados
secundários - indicadores e dados básicos do Brasil - divulgados pelo Ministério da Saúde. Os dados
foram capturados pela pesquisa VIGITEL- Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico. Utilizou-se o método comparativo e a análise das prevalências da
hipertensão arterial nos anos de 2006 e 2010. As diferenças entre as prevalências anuais foram
calculadas para definir o acréscimo ou decréscimo no período de quatro anos, no Brasil, nas regiões
brasileiras e por sexo. Resultados: Verificou-se um aumento de 1,8 na prevalência da hipertensão
arterial no Brasil, sendo em 2006 21,5% e em 2010 23,3%. O aumento da prevalência foi menor nas
mulheres que nos homens, sendo 24,2% para 25,5% e 18,4% para 20,7% respectivamente. A avaliação
por região demonstrou que apenas na região Norte houve decréscimo na prevalência da hipertensão
arterial, de 19,1% para 18,1%, sendo que por sexo a região Norte apresentou decréscimo nas mulheres
de 1,4 e nos homens 0,5. Na região Nordeste o acréscimo foi de 0,6, sendo as prevalências iguais a
21,4% e 22,0% nos anos avaliados, sendo o maior acréscimo nos homens. Na região Sudeste houve
aumento na prevalência de 22,8% para 25,2%, constatado aumento tanto nas prevalências de homens
como de mulheres. Na região Sul houve aumento de 2,9, sendo o acréscimo percebido nos dois sexos.
Na região Centro-oeste houve aumento de 19,4% para 22,6%, sendo detectado acréscimo nos homens,
de 17,4% para 24,2% e decréscimo nas mulheres, de 21,3% para 21,2%. Conclusão: No Brasil houve
aumento da prevalência de hipertensão arterial. Na análise por região o decréscimo foi observado apenas
no Norte. Entre homens observou-se decréscimo no Norte e entre mulheres no Norte e Centro-oeste. O
aumento da prevalência de hipertensão arterial no Brasil requer políticas públicas para o enfrentamento
das complicações da doença e gerenciamento dos cuidados nos diferentes níveis de complexidade.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Os lipídeos e seu papel como fonte energética em diferentes intensidades de exercício
Ramanna Castro de Oliveira¹
¹ Graduada em Educação Física pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES.
Graduanda em Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE
Autor para correspondência:
Ramanna Castro de Oliveira
Rua Francisco Anolino de Souza, 111 – Barcelona Park
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39401-825
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A prática da atividade física leva o organismo a um maior estresse, promovendo
alterações fisiológicas importantes para se adaptar a esse processo. Uma demanda energética celular
aumentada se faz necessária, de modo que alterações na Frequência Cardíaca, no consumo de
oxigênio, na modulação hormonal e nas fontes energéticas celulares ocorrem para suprirem essa
maior necessidade corporal. Fatores que afetam a fonte energética no exercício são a sua
intensidade, o estado de treinamento e a dieta do atleta. . Objetivos: discutir o papel dos lipídeos
como fonte energética em diferentes intensidades de exercício e as situações em que são
prioritariamente mobilizados. Material e métodos: O estudo foi realizado por meio de revisão
bibliográfica e análise de artigos nacionais e internacionais. Para viabilizar a coletas de dados foram
utilizados os descritores “lipídeos”, “metabolismo” e “exercícios”, utilizando as bases de dados
LILACS e BIREME. Resultados e discussão: Foram relacionados 925 artigos, sendo selecionados
os 20 artigos cujo título e/ou resumo mais se adequavam à discussão. Em exercícios de
características mais intensas de esforço máximo ou submáximo, mas que só podem ser mantidos
por, no máximo 3 minutos a principal fonte energética são os glicídeos e a recuperação dos
fosfagênios se faz por meio da fosfocreatina muscular, com o exercício assumindo um caráter
predominantemente anaeróbio, tendo os lipídeos tem um papel secundário nesse fornecimento
devido à característica aeróbia da β-oxidação. Em exercícios de duração prolongada, superior a 10
minutos, haverá a utilização dos glicídeos e lipídeos como fontes energéticas. Esse tipo de exercício
assume uma característica predominantemente aeróbia e a principalidade no uso das fontes
energéticas varia de acordo com o estado de treinamento do atleta, sua predominância de fibras
musculares, a condição inicial de glicogênio e a duração total da atividade. Estudos demonstram
uma maior utilização dos lipídeos após 30 minutos de exercício. Conclusões: Os lipídeos possuem
papel importante como fonte energética em exercícios de intensidade baixa e moderada (até 60% do
VO2máx) e duração prolongada assumindo a principalidade no fornecimento energético quando o
exercício ultrapassa os 30 minutos nessa situação de esforço, embora tenha papel auxiliar nesse
fornecimento desde o início da atividade. A função de armazenamento energético que os lipídeos
assumem nos seres humanos é fator importante na disponibilidade do fornecimento energético
necessário à manutenção desse tipo de atividade. A característica aeróbia do exercício é favorecedor
da β-oxidação, o que permite a manutenção da atividade física sem que haja o acúmulo excessivo
de lactato e posterior interrupção da atividade devido à fadiga.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Revisão sobre as repercussões da hemodiálise na qualidade de vida de pacientes com
insuficiência renal crônica
Maria Letícia Marques Pinheiro1
Cristina Andrade Sampaio2
Acadêmica de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes
Doutora em Saúde Coletiva/ Unifesp. Professora da Universidade Estadual de Montes Claros –
Unimontes
Autor para correspondência:
Maria Letícia Marques Pinheiro
Rua João Pinheiro, 575, Centro
Montes Claros, MG, Brasil
[email protected]
1
²
RESUMO
Introdução: No Brasil a epidemiologia da insuficiência renal crônica (IRC) é pouco explorada,
embora se estima que haja mais de um milhão de portadores desta patologia com caráter
progressivo e debilitante, além de repercussões sociais e econômicas. Há três tratamentos
disponíveis para pacientes com IRC: diálise peritoneal, hemodiálise e transplante renal. A evolução
terapêutica permite que pacientes em tratamento hemodialítico aumentem a sobrevida. Porém,
muitas vezes não há concordância entre tal aumento e a qualidade com que esses anos ganhos são
vividos. Objetivos: Revisar publicações acerca das repercussões do tratamento hemodialítico na
qualidade de vida de insuficientes renais crônicos. Material e métodos: A amostra constitui-se de
onze artigos, no idioma português que foram buscados nas bases de dados BVS, Scielo e Periódicos
Capes e publicados entre os anos de 2003 e 2013. Resultados e discussão: A partir da análise dos
onze artigos observou-se que o instrumento básico mais utilizado para o estudo da qualidade de
vida de pacientes em hemodiálise é o questionário SF-36, que considera capacidade funcional,
aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos funcionais e saúde mental. Em
todos os artigos foram observados o tempo de hemodiálise e, embora haja divergência, a maioria
relacionou negativamente o tempo de tratamento aos menores escores obtidos, principalmente sobre
aspectos físicos, supõe-se que esse dado corrobora com a progressão característica da doença
mesmo com tratamento. Quanto às variações de idade, cinco estudos concluíram que pacientes mais
novos obtém as melhores pontuações quanto à vitalidade e aspectos físicos. Por outro lado, os
idosos parecem lidar melhor com questões emocionais, o que pode significar que aceitam melhor as
limitações da IRC. Não se pode afirmar que a diferença de gêneros repercuta na qualidade de vida,
uma vez que três estudos afirmam essa associação e dois negam. Em mais da metade das pesquisas,
a presença de comorbidades, associou-se à baixas pontuações, provavelmente, devido aos aspectos
também debilitantes dessas patologias. Conclusão: A insuficiência renal crônica prejudica as
atividades diárias do indivíduo, não apenas quanto à capacidade física e funcional, mas também
influencia sobremaneira aspectos cognitivos e emocionais. A despeito dos avanços no tratamento
hemodialítico que permitem aos indivíduos viver mais, é necessário um olhar mais cuidadoso para a
qualidade desse viver.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Ação e efeito do ranelato de estrôncio no tratamento da osteoporose
Allana Sousa de Santana1
Camillo Tupinambá Oliveira1
Taís Aguiar Ivo1
Vitor Santos de Almeida1
William Hafid Fonseca Machado1
Marília Baeta Gontijo2
1
2
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Allana Sousa de Santana
Rua Iraci de Oliveira Novais, 220, apt 207, bloco B – Cândida Câmara
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39401-043
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A osteoporose é um distúrbio multifatorial e progressivo do esqueleto, caracterizado
por redução da massa óssea e deterioração da microarquitetura óssea, aumentando o risco de
fraturas. Quando a doença está estabelecida, conduta medicamentosa e medidas gerais devem ser
empregadas. O ranelato de estrôncio é um fármaco pró-formador do tecido ósseo, e o primeiro
tratamento anti-osteoporótico que atua, simultaneamente, para aumentar a formação óssea e para
diminuir a reabsorção. Objetivo: Realizar uma revisão de literatura sobre o papel do ranelato de
estrôncio no tratamento da osteoporose. Materialemétodos: Realizou-se uma revisão integrativa a
partir de levantamento bibliográfico de artigos nacionais publicados entre 2010 e 2012 na base de
dados Lilacs e Scielo. Resultados e Discussão: O ranelato de estrôncio é um medicamento que
estimula a replicação do pré-osteoblasto, aumentando o número de osteoblastos, além de agir
estimulando a formação de colágeno, levando à formação do osso. Ao mesmo tempo, reduz a
diferenciação e a atividade dos osteoclastos, inibindo a reabsorção óssea. Ao longo do tratamento, é
possível observar que os marcadores de formação óssea (fosfatase alcalina e pró-peptídeo C)
aumentam, enquanto os de reabsorção óssea (C-telopeptídeo sérico e N-telopeptídeo urinário)
diminuem logo no terceiro mês, confirmando, assim, sua dupla ação. Sua utilização correta leva ao
aumento da densidade mineral óssea (DMO), redução nas fraturas vertebrais e não vertebrais em
três anos de uso, sendo recomendado para uso em longo prazo. Em relação a consequências
negativas do uso desse medicamento, a diminuição da atividade da vitamina D3 hidroxilase pode
levar ao desenvolvimento da osteomalácia, o que não ocorre quando utilizada nas pequenas doses
diárias preconizadas. A sua eficácia é comprovada tanto em estágios mais iniciais quanto nos mais
avançados da osteoporose, inclusive na população das pacientes com 80 ou mais anos de idade. Ela
se observacom a redução de fraturas em pacientes sem fraturas prévias e em pacientes com fraturas.
Em relação à utilização em homens, não há ainda um protocolo definido para tal.Conclusão: O
ranelato tem a sua eficácia comprovada e constitui uma das opções de tratamento medicamentoso
para a osteoporose em mulheres.Quando utilizado nas doses adequadas,leva a uma calcificação
osteoide normal e diminui o risco de fratura consequente à doença.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Impacto social da dor pélvica crônica em mulheres e na saúde pública
Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis1
Moara Halanna Barbosa1
Isabela Lima Moreira1
Caroline Ribeiro Duarte1
Leonardo de Jesus Araújo2
Acadêmica do curso de Medicina nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
Mestrando em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
1
2
Autor para correspondência:
Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis
Rua Carmínio de Abreu, 130 – Morada do Sol
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39402-226
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: Dor pélvica crônica (DPC) é uma doença debilitante de alta prevalência, com grande
impacto na qualidade de vida e produtividade, com custos relevantes para os serviços de saúde. Sua
fisiopatologia é pouco conhecida, com tratamento muitas vezes insatisfatório por ser limitado ao
alívio temporário dos sintomas. Objetivo: Reunir informações importantes sobre o impacto da DPC
na população feminina mundial. Metodologia: Realizou-se uma revisão da literatura a partir de
uma abordagem qualitativa, utilizando-se os bancos de dados MEDLINE e BIREME. Analisando 5
documentos com os seguintes descritores: dor crônica, dor pélvica. Discussão: A DPC é definida
como dor não cíclica com duração igual ou superior a seis meses suficientemente severa para
interferir com as atividades habituais ou necessitar de cuidados médicos. A etiologia não é clara e,
usualmente, resulta de uma complexa interação entre os sistemas gastrintestinal, urinário,
ginecológico, músculo-esquelético, neurológico, psicológico e endócrino, influenciada ainda por
fatores socioculturais. Tal situação eleva a realização de exames subsidiários, muitas vezes
desnecessários, considerando que a maioria dos diagnósticos é feita através de histórica clinica e
exame físico bem feitos. A prevalência estimada de DPC é de 3,8% em mulheres de 15 a 73 anos
(superior à enxaqueca), entre 14 a 24% em mulheres na idade reprodutiva, com impacto direto na
sua vida conjugal, social e profissional, além de apresentarem índices mais elevados de introversão,
ansiedade e depressão quando comparadas a outros grupos. Cerca de 60% das mulheres com a
doença nunca receberam o diagnóstico e 20% nunca realizaram qualquer investigação para elucidar
a causa da dor. Na atenção primária 39% das mulheres queixam-se de dor pélvica. É responsável
por 40 a 50% das laparoscopias ginecológicas, 10% das consultas ginecológicas e,
aproximadamente, 12% das histerectomias. Adicionalmente, implica custo direto e indireto superior
a dois bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos. Não sabemos sua real prevalência em países
em desenvolvimento, mas estima-se que seja superior àquela encontrada em países desenvolvidos.
É provável que no Brasil essa prevalência seja aproximadamente de 10%. Conclusão: O papel do
clínico é essencial, ao realizar diagnóstico preciso e precoce, evitar procedimentos desnecessários,
promover medidas preventivas e instituir tratamento eficaz a fim de melhorar a qualidade de vida da
mulher afetada.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Características da mortalidade infantil em menores de um ano no estado de Minas Gerais
Bruna Tupinambá Maia1
Eduardo Gonçalves2
Graduação em Medicina – Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros
Professor Assistente do Departamento da Saúde da Mulher e da Criança/ CCBS/ Unimontes e da
graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros
1
2
Autor para correspondência:
Bruna Tupinambá Maia
Rua Dr. Veloso, 1018, APTO 502 - Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-074
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A mortalidade infantil (MI) refere-se aos óbitos ocorridos ao longo do primeiro ano de
vida, sendo comumente medida pelo coeficiente de mortalidade infantil. Este é calculado pelo
número de óbitos em menores de um ano, por mil nascidos vivos, em uma determinada unidade
geográfica e abrange a soma de óbitos ocorridos nos períodos neonatal precoce (0-6 dias de vida),
neonatal tardio (7-27 dias) e pós-neonatal (28 dias e mais). Graças à vulnerabilidade desta faixa
etária, a MI tem sido considerada um importante indicador para avaliar os cuidados de saúde, bem
como as condições socioeconômicas de um determinado país. Objetivo: Identificar as taxas de
mortalidade em menores de um ano do estado de Minas Gerais e relacioná-las à eficácia das ações
básicas de proteção à saúde infantil. Materiais e Métodos: Estudo transversal, retrospectivo,
descritivo e quantitativo baseado nos dados dos indicadores demográficos registrados na Rede
Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), relativos ao período entre os anos de 1990 e
2009. Resultados: Em 1990 o número total de óbitos em menores de um ano foi de 10.099. Destes,
a maior parte correspondeu ao período pós-neonatal tardio. Em contrapartida, no ano 2000, a
maiorias das mortes documentadas ocorreram na primeira semana de vida e, a minorias no período
pós-neonatal. Esta tendência persistiu até o ano de 2009 e neste, além da redução da taxa de
mortalidade pós-neonatal, houve também uma redução do número total de óbitos. Conclusão: A
redução da mortalidade em lactentes menores de um ano, sobretudo no período correspondente ao
pós-neonatal, evidencia a eficácia das ações básicas de proteção à saúde infantil, já que sua
etiologia encontra-se fundamentalmente relacionada aos fatores ambientais, como as doenças
infecciosas e a desnutrição. Desta forma, posteriormente à diminuição da mortalidade infantil pósneonatal, pode-se verificar também a redução da mortalidade neonatal, mediante a adoção de
medidas voltadas para o cuidado pré natal, a assistência ao parto e o pós-natal imediato. Portanto,
fica clara a necessidade de analisar a mortalidade infantil segundo seus componentes, uma vez que
as ações preventivas a serem adotadas para a redução da mortalidade neonatal e pós-natal são
distintas.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Características epidemiológicas da sífilis gestacional no estado de minas gerais
Bruna Tupinambá Maia1
Camila Matos Versiani1
Eduardo Gonçalves2
Graduação em Medicina – Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros
Professor Assistente do Departamento da Saúde da Mulher e da Criança/ CCBS/ Unimontes e da
graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros
1
2
Autor para correspondência:
Bruna Tupinambá Maia
Rua Dr. Veloso, 1018, APTO 502 - Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-074
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A sífilis é uma doença infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum e
transmitida pela via sexual e verticalmente durante a gestação. Caracteriza-se por períodos de
atividade e latência; pelo acometimento sistêmico disseminado e pela evolução grave em parte dos
pacientes não tratados ou tratados inadequadamente. Quando adquirida durante a gravidez, pode
levar ao abortamento espontâneo, morte fetal e neonatal, prematuridade e danos à saúde do recémnascido. A sífilis gestacional é de notificação compulsória, pois pode ser prevenida e tratada ainda
no período pré-natal. Objetivo: Identificar as características epidemiológicas dos casos de Sífilis
Gestacional notificados em Minas Gerais. Métodos: Pesquisa descritiva, transversal, retrospectiva e
quantitativa baseada nos dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação
(SINAN). Estes são relativos aos casos de sífilis gestacional notificados no período de 2006 a 2010
em Minas Gerais. Resultados: Entre os anos de 2006 e 2010, 949 notificações de sífilis gestacional
foram feitas no estado de Minas Gerais. Destas, 245 ocorreram no ano de 2007 (25,81%), 247 em
2008 (26,02%), 307 em 2009 (32,34%) e 131 em 2010 (13,80%). A maior prevalência de casos
confirmados se deu nas gestantes com idade entre 20-39 anos (739 casos) e 15-19 anos (175 casos),
correspondendo a 77,87% e 18,44% do total, respectivamente. Quanto à escolaridade, 25,39% da
amostra (241) possuíam ensino fundamental (4ª a 8ª série) incompleto e 12,96% este nível de
escolaridade completo. As gestantes com ensino médio (1º ao 3º ano) incompleto representam
7,79% e aquelas que concluíram até o 3º ano atingem o percentual de 6,74%. Do total analisado, 5
possuíam ensino superior completo e 3 o mesmo, porém incompleto, equivalendo-se a 0,52% e
0,31%, respectivamente. Em contrapartida, 6 eram analfabetas (0,63%) e 433 (45,62%) não tinham
o grau de escolaridade informado. Os critérios utilizados para a confirmação do diagnóstico foram
os laboratoriais e os clínico-epidemiológicos. O primeiro foi responsável pela confirmação de 833
casos notificados (87,77%) e o segundo por 116 casos (12,23%). Conclusão: Segundo os dados
analisados, a sífilis congênita ainda apresenta uma prevalência alarmante. Dessa forma, é necessário
que a equipe de saúde esteja seriamente comprometida com a qualidade dos serviços prestados na
assistência pré-natal, buscando o diagnóstico e tratamento precoces da gestante.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Prevalência de infecções do trato urinário em pacientes atendidos no NASPP – Montes
Claros.
Camila Matos Versiani1
Bruna Tupinambá Maia1
Eduardo Gonçalves2
Graduação em Medicina – Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros
Professor Assistente do Departamento da Saúde da Mulher e da Criança/ CCBS/ Unimontes e da
graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros
1
2
Autor para correspondência:
Camila Matos Versiani
Rua Dona Tiburtina, 992 - Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-079
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: As infecções de trato urinário (ITU) são citadas como uma das infecções bacterianas
mais comuns, estimando-se que 50% das mulheres terão ao menos um episódio ao longo da vida. O
patógeno mais frequentemente isolado é a Escherichia coli, agente etiológico de 50 a 70% dos
casos de ITU. A contaminação ocorre através de três vias: ascendente, a partir da microbiota fecal e
uretral; hematogênica e linfática, sendo esta última mais rara. Objetivos: Descrever a prevalência
de ITU em pacientes atendidos no Núcleo de Atenção à Saúde e de Práticas Profissionalizantes
(NASPP), Montes Claros-MG, de janeiro de 2010 a novembro de 2011. Materiais e métodos:
Foram analisadas 342 amostras de urina. As amostras foram semeadas em placas Ágar Cled e Ágar
MacConkey, incubadas em estufa bacteriológica e posteriormente analisadas, identificando-se as
amostras positivas. Foram consideradas positivas as amostras com crescimento de colônias igual ou
superior a aproximadamente 100.000 UFC/mL. Realizaram-se, ainda, provas de identificação
bacteriológica. Quanto aos aspectos éticos, a presente pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), tendo sido devidamente
aprovado (2759/2011). Resultados e discussão: Foram realizadas 342 uroculturas das amostras dos
pacientes em estudo. A maioria das culturas analisadas foram negativas, correspondendo a 74% da
amostra total. Quanto ao sexo, 93% das amostras positivas pertenciam a indivíduos do sexo
feminino. Mulheres adultas apresentam 50 vezes mais chances de ocorrência de ITU se comparadas
aos homens, sendo esse fato atribuído à menor extensão da uretra feminina e à maior proximidade
entre vagina e ânus. Assim, a infecção por via ascendente é facilitada por esses fatores anatômicos.
Quanto à idade, mostrou-se uma prevalência de ITU na faixa etária que vai dos 21 aos 40 anos. Já a
análise dos agentes etiológicos mostrou a predominância da Escherichia coli (43%), seguida por
Enterococcus sp (25,84%), Staphylococcus saprophyticus (10,11%) e Klebsiella sp (5,61%). Assim,
demonstra-se o predomínio de microorganismos gram-negativos oriundos da micorobiota intestinal
ou genital. Conclusões: A presente pesquisa expôs satisfatoriamente o perfil epidemiológico das
ITU na população estudada, confirmando o sexo feminino como o mais atingido por essa condição
e a Escherichia coli como o agente etiológico mais frequente. Ademais, foi demonstrada ainda a
alta prevalência de uroculturas negativas, o que evidencia a relevância do diagnóstico clínico para
evitar-se a sobrecarga do sistema de saúde.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Diagnóstico diferencial de feocromocitoma em portadores de hipertensão arterial sistêmica
Daniel Abolafio Gontijo1
Camillo Tupinambá e Oliveira1
Vitor Santos de Almeida1
Allana Sousa de Santana1
Roberto Júnior Gomes Junqueira1
Marília Baeta Gontijo2
1
2
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Daniel Abolafio Gontijo
Rua João F. Pimenta, 49, apt 01 – Vila Santa Maria, Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-081. E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é considerada um dos grandes problemas de
saúde pública no mundo por ser a mais frequente das doenças cardiovasculares. O diagnóstico
diferencial da HAS é extremamente relevante para que possíveis causas secundárias sejam
eliminadas ou encontradas. O feocromocitoma é tumor considerado uma das causas de hipertensão
arterial secundária. É uma neoplasia das células cromafins, de ocorrência rara (2 casos/1.000.000),
com incidência semelhante em ambos os sexos e maior predomínio entre 30-50 anos. Objetivo:
Analisar o conhecimento produzido e publicado acerca do diagnóstico diferencial da HAS, com
enfoque no diagnóstico do feocromocitoma. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão
integrativa que sintetizou o conhecimento produzido acerca do diagnóstico diferencial da HAS com
enfoque no feocromocitoma. As fontes consultadas foram MEDLINE e LILACS. Foram
identificadas 102 produções escritas de 2000 a 2008, sendo utilizadas 14 produções como amostra
do estudo. Resultado: Pacientes com feocromocitoma apresentam-se classicamente com crises
paroxísticas de hipertensão arterial acompanhadas de cefaleia, sudorese profunda, palpitações,
palidez e sensação de morte iminente. Em cerca de 60% dos casos, os pacientes apresentam
hipertensão mantida com elevações ainda maiores e paroxísticas dos níveis normais. Entre os outros
40%, os indivíduos são normotensos entre as crises, evoluindo episodicamente com paroxismos
hipertensivos. Apesar de o feocromocitoma ser caracteristicamente uma causa de hipertensão
arterial secundária, nota-se que estes pacientes são bastante hipovolêmicos, devido à constrição de
todo o sistema vascular. Esses pacientes sofrem, frequentemente, de hipotensão postural e podem
evoluir para o choque, que só responde à vigorosa reposição volêmica. A piora da hipertensão
arterial com o uso de antagonistas β-adrenérgicos é uma importante pista para diagnóstico e se deve
ao bloqueio do estímulo β2 de vasodilatação muscular. De forma inversa, a utilização de
antagonistas α-adrenérgicos está relacionada com queda dramática da pressão arterial, revelando
mais uma vez o estado de hipovolemia encontrado nesses pacientes. Conclusão: É imprescindível o
diagnóstico diferencial de feocromocitoma nos pacientes com HAS, para que possíveis fatores
secundários que causam a elevação da pressão sejam identificados de forma precoce e tratados
corretamente, promovendo dessa forma uma melhor qualidade na assistência.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Doença de alzheimer: repercussões psicossociais na família e nos cuidadores
Eliane Nunes Lima1
Sérgio Souza Silva Buruaem1
Suzi de Almeida Vasconcelos Barboni2
¹Graduando de Medicina da Universidade Estadual de Feira de Santana- UEFS.
²Graduação em Licenciatura em Ciências em Biologia pela Universidade Estadual de Feira de
Santana(UEFS), Mestrado em Biologia Molecular pela Universidade de Brasília, Doutorado em
Saúde Pública pela Universidade de São Paulo, Professora adjunto da UEFS.
Autora para correspondência:
Eliane Nunes Lima
Praça Dois de Julho, N.26 - centro.
Feira de Santana, BA, Brasil
CEP: 44002-568
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A Doença de Alzheimer (D.A) constitui a perda progressiva e irreversível da memória,
além do comprometimento das seguintes perturbações: afasia, apraxia, agnosia, correspondendo a
60% de todas as demências. A D.A caracterizada pela deteriorização irreversível das funções
cognitiva e motora, comprometendo os aspectos psicossociais e emocionais não apenas do seu
portador como também da família. Com a evolução da doença ocorre progressivo
comprometimento das atividades da vida diária (AVD), tanto as instrumentais como as básicas,
seguindo uma hierarquia paralela ao declínio cognitivo. A D.A tem início insidioso e a deterioração
progressiva é acompanhada de repercussões negativas na qualidade de vida não só do indivíduo
afetado, mas da família, e em especial, do cuidador. Isto porque as pessoas com D.A perdem
progressivamente, as capacidades instrumentais e com avançar da doença tornam-se dependentes de
seus cuidadores. Objetivos: Analisar as repercussões física, psíquicas e sociais expostas aos
cuidadores e familiares de pacientes com D.A. Metodologia: Consiste em uma revisão de literatura,
na qual buscou subsídios em artigos indexados nas revistas do Portal Periódico da Capes, na base de
dados Scielo, Bireme, PubMed e MedLine dos últimos 10 anos, usando os descritores: idoso,
doença de Alzheimer, família e cuidador. Resultados e Discussão: Foram selecionados 12 artigos
em língua portuguesa, sobre o impacto das vivências dos cuidadores familiares de portadores da
D.A . Nos achados não há divergência, ficando claro que as pessoas com D.A tornam-se
rapidamente dependentes de seus cuidadores havendo forte carga emocional envolvida. Diante
disso, aspectos relevantes como as modificações no estilo de vida do cuidador e família para incluir
as novas necessidades do portador de D.A implicam em várias conseqüências tais como: a
sobrecarga física e emocional decorrente do cuidado, exaustão e estresse manifestados em
irritabilidade, tristeza, solidão, sentimentos relatados pelos cuidadores. Conclusão: É evidente que
as repercussões psicossociais sobre os cuidadores devido à tarefa de cuidar demandam uma elevada
exigência física e mental isso pode repercutir diretamente na qualidade de vida dos cuidadores.
Portanto, uma atenção psicossocial aos cuidadores é essencial, pois se reflete em uma melhor
qualidade de vida não só para o cuidador, mas principalmente para o seu desempenho eficaz e
afetivo perante o paciente.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Identificação de fatores de risco da pré-eclâmpsia: uma abordagem importante na assistência
primaria à gestantes
Gabriel Pereira Coelho Gomes1
Daniel Abolafio Gontijo2
Giovana Maria Cortes Mendes Ferreira2
Juliana Fróes Ribeiro2
Taís Aguiar Ivo2
Marília Baeta Gontijo3
1
Acadêmico de Medicina/ Pitágoras
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
3
Médica graduada pela UNIMONTES, professora da FUNORTE/ICS
2
Autor para correspondência:
Gabriel Pereira Coelho Gomes
Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39400-111
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: No Brasil, a hipertensão arterial (HA) é a causa mais frequente de morte materna
(responsável por 23% delas). A pré-eclâmpsia (PE) é a principal síndrome hipertensiva da gestação,
apresentando altas taxas de morbimortalidade. A PE é caracterizada pela presença de HA (PA >
140/90 mmHg) associada à proteinúria (> 300 mg/24h ou > 1+/amostra isolada em tira teste
reagente), com instalação após 20 semanas de gestação, podendo persistir até 12 semanas após o
parto. Existem diversos fatores que aumentam o risco de desenvolver a PE, tais como diabetes,
doença renal, obesidade, gravidez múltipla, primiparidade, antecedentes pessoais ou familiares de
pré-eclâmpsia e/ou hipertensão arterial crônica e raça negra. Objetivo: Identificar os fatores de
risco relacionados ao desenvolvimento de PE para auxiliar na prevenção e diagnóstico do início
clínico da doença, oferecendo à gestante um acompanhamento especializado. Material e Métodos:
Foram analisados artigos nacionais publicados nas bases de dados LILACS, e MEDLINE, entre os
anos de 2009 a 2012 e selecionadas as referências relevantes para o levantamento de dados frente
aos objetivos propostos. Resultados e Discussão: Os sintomas mais comuns da PE são cefaleia,
tontura, dor epigástrica, distúrbios visuais e edema de membros. Como a PE é uma síndrome com
uma grande repercussão social, torna-se necessária a busca por fatores de risco para instituir a
prevenção e o tratamento, evitando assim a mortalidade e as complicações intra e pós-gestacionais.
Dentre os fatores que elevam a incidência da PE podemos destacar: primiparidade, afrodescendência, sedentarismo, hiperglicemia, hiperinsulinemia, obesidade, pouca coabitação sexual,
troca de parceiro, pai portador de histórico de PE em gestação anterior, mulheres provenientes de
gestações complicadas por PE, antecedente da patologia na mãe e/ou irmã, gestação prévia com PE,
infecções do trato urinário, infecções por clamídia e pelo citomegalovírus. Conclusão: Sabendo que
a hipertensão gestacional se mostra como a maior causa de mortes maternas, torna-se de suma
relevância a identificação dos fatores de risco (adequando-os a realidade regional), para que, dessa
forma, sejam implantadas as políticas de combate a tais fatores, oferecendo para a gestante e ao
concepto uma gestação uma melhor assistência.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Depressão e fatores associados na população idosa
Giovana Maria Côrtes Mendes Ferreira1
Allana Sousa de Santana1
Roberto Júnior Gomes Junqueira1
Gabriel Pereira Coelho Gomes2
Vitor Santos de Almeida1
Marília Baeta Gontijo3
1
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
2
Acadêmico de Medicina/Pitágoras
3
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Giovana Maria Côrtes Mendes Ferreira
Rua Iraci de Oliveira Novais, 220, apt 207, bloco B – Cândida Câmara
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39401-043
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O envelhecimento populacional é o atual desafio para a saúde pública. A maior
sobrevida deve está associada a fatores que melhoram a qualidade de vida. Portanto, diante das
mudanças demográficas, torna-se essencial um planejamento que responda às particularidades da
saúde do idoso. A prevalência de doenças crônicas nos idosos exige tratamento contínuo,
aumentando a demanda e gastos com os serviços de saúde. Dentre uma das comorbidades mais
prevalentes na terceira idade está à depressão. Essa é considerada pela Organização Mundial de
Saúde um grave problema de saúde pública, visto que tem o potencial de aumentar a incapacidade
funcional. Objetivo: Revisar a literatura sobre a importância e relevância do diagnóstico precoce da
depressão e fatores associados na população idosa, como incapacidade para Atividades de Vida
Diárias (AVDs) e Atividades Instrumentais de Vida Diárias (AIVDs). Método: Foram analisados
artigos publicados nas bases de dados LILACS e SciELO entre os anos de 2006 e 2012 e
selecionadas as referências relevantes para o levantamento de resultados frente ao objetivo
proposto. Resultados e Discussão: Inúmeros fatores associam-se à depressão, sendo os mais
comuns: luto, baixa renda, depressão prévia, más condições de saúde e distúrbios do sono. A
associação entre sintomas depressivos e dependência funcional está bem estabelecida na literatura
científica, por isso o diagnóstico e abordagem precoces são importantes. Vale ressaltar que as
demências são quadros clínicos frequentes nesta população, devendo, portanto ser excluídas dentro
dos diagnósticos diferencias para melhor condução dos casos. São instrumentos importantes na
avaliação do idoso algumas ferramentas, como: Escala de Depressão Geriátrica - GDS-15, AVDs,
AIVDs e o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM). Conclusão: Com o envelhecimento
progressivo da população, é imprescindível estudar os fatores que influenciam a qualidade de vida.
A abordagem da depressão nessa população é de fundamental importância, pois além da alta
prevalência, ela influencia a vida do idoso em múltiplos aspectos, interferindo em sua
funcionalidade. A avaliação da sua capacidade funcional permite um melhor manejo no sentido de
indicar tratamentos interdisciplinares que melhorem sua qualidade de vida.
19
Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Benzodiazepínicos: dependência e sua retirada
Isabela Lima Moreira1
Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis1
Moara Halanna Barbosa1
Caroline Ribeiro Duarte1
Leonardo de Jesus Araújo2
Acadêmica do curso de Medicina nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
Mestrando em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
1
2
Autor para correspondência:
Isabela Lima Moreira
Rua Barão do Rio Branco, 430 apto 301- Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-075
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: Os benzodiazepínicos (BDZ) foram amplamente prescritos no tratamento de
transtornos ansiosos durante toda a década de 70 como uma opção segura e de baixa toxicidade.
Entretanto, o uso nocivo gerou preocupação devido ao risco de dependência entre seus usuários.
Atualmente, ainda continuam sendo prescritos de modo indiscriminado tanto por psiquiatras quanto
por médicos de outras especialidades, e encontram-se entre os fármacos mais consumidos,
estimando-se que o uso dobre a cada 5 anos. Objetivo: Reunir informações a respeito do uso,
abuso e dependência dos benzodiazepínicos, bem como as dificuldades da retirada destes
medicamentos. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura, em que foram
considerados trabalhos científicos publicados entre os anos 2002-2011 nas bases de dados do
Scielo, Pubmed e BVS. Discussão: Os BZD são um exemplo de agentes depressores do sistema
nervoso central, classificados como sedativo-hipnóticos. Seus principais efeitos são a sedação,
hipnose, diminuição da ansiedade, relaxante muscular, amnésia anterógrada e atividade
anticonvulsivante que são decorrentes da interação com receptores de neurotransmissores
inibitórios. A exposição crônica à droga altera a neurotransmissão gabaérgica, o que contribui para
o aparecimento de tolerância, abstinência e dependência. É comum o uso prolongado de BDZ,
embora as recomendações sugiram que a duração se limite a algumas semanas, já que as evidências
demonstram que os benefícios podem diminuir com o tempo e o potencial para efeitos adversos
permanecer. Baixo custo, imagem positiva conferida por usuários crônicos, má indicação e falta de
uma melhor preparação acadêmica no que se refere à prescrição de psicofármacos por parte dos
médicos, podem ser fatores que propiciariam a banalização do uso destes medicamentos. Estudos
revelaram ainda que quando se tenta retirar o BDZ, os sintomas de abstinência são interpretados
pelos médicos como indício de piora do quadro clínico, levando-os a restituírem a medicação.
Nesse intervalo de tempo, os pacientes desenvolvem tolerância aos efeitos farmacológicos, sendo
necessário aumentar a dose e, portanto, perpetuando o processo de dependência. Conclusão: O uso
indiscriminado e excessivo desses fármacos pode expor os pacientes a efeitos adversos
desnecessários e interações medicamentosas potencialmente perigosas. O ideal seria procurar
alternativas terapêuticas, tais como antidepressivos e intervenções psicossociais.
20
Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
A prevalência de algumas psicopatologias no pré e pós operatório de cirurgia bariátrica
Jéssica Dayane Silva1
Bárbara Cardoso e Santos1
Clarissa Santos Rodrigues1
Stephânia Campos Lobato1
Rafael Calixto Fernandes2
1
Acadêmicas de medicina das Faculdades Unidas do Norte Minas – FUNORTE
2
Médico graduado pela Faculdade de Medicina de Barbacena – FAME
Autor para correspondência
Jéssica Dayane Silva
Rua Juramento, 41, Bonfim
Bocaiuva, Minas Gerais, Brasil
CEP: 39.390-000
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A cirurgia bariátrica é um tratamento sugerido para pacientes com obesidade grave.
Inúmeras complicações psicopatológicas estão associadas a esses indivíduos, o que nos permite
atentar à importância da avaliação psiquiátrica no pré e pós operatórios. A avaliação pré-operatória
analisa a adaptabilidade do indivíduo às novas condições alimentares e corporais e auxilia no
diagnóstico de distúrbios emocionais pré-existentes. A investigação pós-operatória aponta para duas
vertentes comportamentais do paciente: aumento da autoestima, reeducação alimentar e melhoria da
qualidade de vida; bem como crise de identidade, dificuldade em adaptar-se à nova dieta,
desestímulo em continuar o acompanhamento psicológico e desenvolvimento da predisposição a
compulsividade. Objetivo: Observar a prevalência de algumas psicopatologias no pré e pós
operatórios da cirurgia bariátrica. Materiais e Métodos: Foi utilizado o descritor "cirurgia
bariátrica" para pesquisa na base de dados LILACS, em julho/2013. Foram incluídos os artigos em
português datados de 2006 a 2013 que abordavam os aspectos psicopatológicos relacionados ao
tema e excluídos os demais. Resultados e Discussão: Das 137 ocorrências foram selecionados as 5
mais adequadas ao tema. Comprovou-se que nenhum dos indivíduos no pós-operatório apresentou
ansiedade grave e 81,8% apontaram níveis mínimos de ansiedade, diferentemente de pacientes no
pré-operatório, dos quais 53,1% apresentaram ansiedade mínima e 3,1% ansiedade grave. No
componente depressão foi confirmado que, do grupo pré-cirúrgico, 25% dos pacientes possuíram
depressão moderada, em contraste com o grupo pós-cirúrgico, que indicou depressão moderada em
3% dos pacientes. Sendo assim, psicopatologias como depressão e ansiedade apresentam
frequências mais elevadas no pré do que no pós operatório. No pré-operatório verifica-se percentual
razoável de ansiedade grave, contrapondo a inexistência do quadro patológico em pacientes no póscirúrgico no grupo estudado. Fato semelhante ocorre no aspecto depressão, que possui percentuais
mais elevados de frequência em pacientes no pré do que no pós operatório. Conclusão: As
psicopatologias observadas no estudo são mais frequentes antes do procedimento do que depois
dele, e isso expõe a importância da avaliação psicopatológica pré-cirúrgica. Ainda que menores, os
índices pós operatórios não nos permitem excluir a relevância de um acompanhamento psiquiátrico
adequado após a realização da cirurgia bariátrica.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Terapia medicamentosa anti-hipertensiva na gravidez
Letícia Sampaio Barbosa1
Luís Roberto Félix Alkmim1
Keury Soares Xavier1
Isabella Dias Raposo1
Breno Gabriel Rodrigues Queiroz1
João Carlos Silva Colares2
Graduandos em medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
Enfermeiro. Graduando em medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
1
2
Autor para correspondência:
Letícia Sampaio Barbosa
Rua Boa Esperança, 60 - Sumaré
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39402-319
Email: [email protected]
RESUMO
Introdução: A terapia anti-hipertensiva tem como principal propósito reduzir os danos maternos e
fetais. Todos os agentes anti-hipertensivos apresentam possíveis efeitos sobre o fluxo úteroplacentário, sendo alguns contraindicados durante a gestação devido ao seu potencial iatrogênico,
por isso devem ser avaliados seus riscos e benefícios para a melhor escolha terapêutica. A Food and
Drug Administration, classifica os medicamentos de acordo com a gravidade das sequelas que
podem causar ao feto em A, B, C, D e X. Objetivo: Fazer uma revisão sobre as opções terapêuticas
para gestantes hipertensas com ênfase nos riscos para o binômio mãe e feto. Materiais e Métodos:
Foi realizada uma pesquisa literária com a seleção de 12 artigos nacionais e internacionais
publicados nos últimos cinco anos dos bancos de dados Scielo, Bireme, Pubmed,Scopus.
Resultados e Discussão: Alfa-metildopa (C): Referência em várias diretrizes; já foram feitos
muitos estudos; não compromete a maturidade fetal, peso e resultado neonatal. Nifedipina (C):
Droga de segunda linha, apesar de alguns estudos associarem os bloqueadores dos canais de cálcio a
baixo peso ao nascer e prematuridade, outros estudos defendem que estas drogas não alteram o
prognóstico fetal. Pindolol(B): Não provoca RCIU, o preferido entre os Beta Bloqueadores por não
alterar a hemodinâmica e a função cardíaca fetal.Hidralazina (C): É referência para tratamento de
emergência hipertensiva e não há relatos de defeitos fetais no primeiro trimestre. Quando
comparada a outros anti-hipertensivos está associada a mais efeitos adversos, incluindo hipotensão
materna e anormalidades da freqüência cardíaca fetal. IECA (X): São contra-indicados na gravidez
por seus efeitos teratogênicos, porém estudos mais recentes atribuem os efeitos no primeiro
trimestre de gestação à própria hipertensão subjacente. Antagonista de Angiotensina II (X): Drogas
como Losartan, Irbesartan e Candesartan são contra-indicados por provocarem más formações
fetais, além de natimortos ou neomortos. Conclusão: As mulheres com hipertensão durante a
gravidez deverão ser tratadas com a terapia anti-hipertensiva a fim de evitar complicações maternas
e fetais. Visto o risco elevado de iatrogenias de determinados fármacos, a melhor terapêutica nos
diversos momentos do ciclo gravídico deve ser individualizada, levando em consideração a
familiaridade do médico assistencialista com a droga adotada.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Cardiopatias congênitas mais frequentes nas síndromes genéticas
Matheus Vieira Moura1
Vitória Beatriz Prenazzi de Pádua1
Heitor Augusto Araújo da Mata1
Edson Rabelo Cardoso2
1
Acadêmicos de Medicina - Faculdades Integradas do Norte de Minas (FUNORTE)
2 Graduação em Ciências Biológicas pela PUC Minas; Mestre em Biologia Celular pelo
departamento de Morfologia da UFMG; Professor da Faculdades de Saúde e Desenvolvimento
Humano Santo Agostinho e da FUNORTE.
Autor para correspondência:
Matheus Vieira Moura
Rua Doutor José Esteves, 138 – Morrinhos
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-425
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: As anomalias genéticas acarretam cardiopatias com grande número de incidência,
sendo as mais recorrentes as aneuploidias cromossômicas (Síndrome de Down-21; de Edwards-18;
e de Patau-13). Objetivo: Relacionar as cardiopatias mais frequentes em cada síndrome genética
estudada. Material e Método: Trata-se de uma revisão de literatura a partir de publicações
contendo as palavras-chaves de relevância, como “cardiopatias congênitas, síndrome de Down,
síndrome de Patau, síndorme de Edwards” na base de dado SciElo, compreendendo publicações no
período de 2001 a 2011. Resultados e Discussão: Foram encontrados 10 artigos científicos, sendo
que 5 artigos foram fundamentais para a discussão, onde apreendeu-se que os defeitos cardíacos
originam-se na organogênese durante a 3ª semana à 8ª semana de gestação, quando se desenvolvem
as mais relevantes estruturas cardiovasculares. Existem aqueles que inviabilizam a vida fetal e
outros que permitem uma vida extrauterina, como os defeitos morfogenéticos de câmaras ou locais
isolados do coração que se desenvolvem erroneamente, sendo que o restante do desenvolvimento
cardíaco ocorre adequadamente. Os mecanismos que promovem as alterações cardíacas persistem
desconhecidos, no entanto especula-se o envolvimento de expressão gênica desregulada,
envolvendo múltiplos genes. Ao relacionar as cardiopatias com as síndromes, verificou-se que as
mais prevalentes na síndrome de Down são: comunicação interventricular, comunicação interatrial,
estenose pulmonar, persistência do canal arterial, defeito do septo atrioventricular e tetralogia de
Fallot; na síndrome de Patau são: comunicação interventricular, canal arterial persistente,
dextrocardia, coartação da aorta; e por fim na síndrome de Edwards: comunicação interventricular,
anomalias das valvas cardíacas (principalmente na válvula tricúspide), persistência do canal arterial,
comunicação interatrial, cardiopatias complexas e estenose do arco aórtico. Conclusão: As
cardiopatias congênitas não são exclusivas das síndromes citadas e na maioria dos casos não são
encontradas isoladas. A cardiopatia de maior frequência é o defeito no canal atrioventricular e a
menos frequente a tetralogia de Fallot.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Epidemiologia da depressão na atenção primária
Moara Halanna Barbosa1
Ana Luiza de Freitas Ribeiro Reis1
Isabela Lima Moreira1
Caroline Ribeiro Duarte1
Leonardo de Jesus Araújo2
Acadêmica do curso de Medicina nas Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
Mestrando em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
1
2
Autor para correspondência:
Moara Halanna Barbosa
Av. Deputado Esteves Rodrigues, 920 - Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39400-141
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A depressão maior é um distúrbio afetivo frequente, sério, incapacitante e tratável.
Muitas vezes não é diagnosticada, e quando o é, pode não receber manejo adequado. Os problemas
de saúde mental são uma das principais causas de morbidade nas sociedades atuais e representam
13% da carga de doença no mundo. No entanto, a lacuna entre oferta e procura de cuidados de
saúde mental é grande, sendo que 25% a 50% dos pacientes que procuram atendimento primário
tem pelo menos um transtorno psiquiátrico, além da estimativa de até 70% para transtornos do
humor. Objetivo: Discutir os dados epidemiológicos da depressão maior na atenção primária e a
relevância do correto diagnóstico. Método: Foi realizada uma revisão de artigos em português, que
abordava o tema depressão na atenção primária, nos bancos de dados MEDLINE, LILACS e
BIREME, utilizando os seguintes descritores: atenção primária à saúde, depressão e diagnóstico.
Resultados e Discussão: Foram encontrados 13 artigos, mas apenas oito foram selecionados para a
discussão. A depressão é um importante problema de saúde global e vem causando impacto
negativo na vida dos indivíduos e na de suas famílias, além de elevar a demanda dos serviços de
saúde. A Organização Mundial da Saúde (OMS) calcula que 450 milhões das pessoas que procuram
serviço de saúde tenham problemas mentais e psicossociais não corretamente diagnosticados e
tratados. Segundo a OMS, no ano 2000, a depressão foi a principal causa de incapacidade e o quarto
fator contribuinte para a carga global da doença. Em ambulatórios de Atenção Primária, sua
prevalência é estimada em 5% a 10% dos pacientes, mas a falta de conhecimento em relação ao seu
diagnóstico impede que eles tenham um correto tratamento. Conclusão: Estudos mostram que 50%
a 60% dos casos de depressão não são detectados ou não recebem tratamento adequado e específico,
o que indica uma grande deficiência no diagnóstico e no tratamento da depressão na prática geral,
apesar da existência de muitos instrumentos que podem ser facilmente utilizados em ambulatórios
gerais, tanto para rastreamento quanto para diagnóstico, mostrando-se a importância de se conhecer
suas características para que o diagnóstico e tratamento sejam devidamente aplicados. Gerando
mais resolução e prevenindo as complicações das doenças mentais.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Perfil antropométrico de mulheres climatéricas atendidas nos ESF´s de Montes Claros-MG
Natália Gonçalves Santana Rocha1
Rafael Cândido Maia1
Ronilson Ferreira Freitas2
Jaime de Sousa Rocha Sobrinho3
Vivianne Margareth Chaves Pereira Reis4
Josiane Santo Brant Rocha5
1Acadêmicos do curso de Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras
2Acadêmico do curso de Farmácia, Faculdades Integradas Pitágoras
3Farmacêutico e Bioquímico, Universidade Federal Ouro Preto
4Mestre em Avaliação Física nas Atividades Físicas e Desportivas pela Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro – UTAD.
5Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD.
Autor para correspondência:
Natália Gonçalves Santana Rocha. Rua Iguaçú, 95 – Sumaré. Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39402-761. E-mail: [email protected]
Introdução: A qualidade de vida das mulheres climatéricas é influenciada por diversos fatores,
inclusive os fatores antropométricos como sobrepeso e obesidade. A maioria dos estudos
disponíveis acerca deste da qualidade de vida no climatério provém de pesquisas realizadas em
outros países, cuja transposição dos seus resultados para a realidade brasileira é limitada, em razão
de diferenças culturais e socioeconômica. Objetivos: Identificar o perfil antropométrico de mulheres
climatéricas atendidas pelas Estratégias de Saúde da Família do município de Montes Claros-MG.
Materiais e Métodos: Estudo do tipo quantitativo, transversal e descritivo, constituído por 340
mulheres entre 40 a 65 anos de idade. Os dados antropométricos avaliados foram: peso e altura para
cálculo do IMC, onde se avaliou a obesidade global, e circunferência abdominal, avaliando o risco
para doenças cardiovasculares e a obesidade central. Para caracterizar o universo amostral
pesquisado foi utilizada análise descritiva, sendo os dados expressos em freqüência, porcentagem,
média e desvio padrão. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unimontes: nº
311.628/2013. Resultados: Observou-se que, 36,2% apresentaram taxa de sobrepeso e 29,4% de
obesidade, enquanto 64,7% apresentaram risco muito aumentado para desenvolver doenças
cardiovasculares e 25% com risco aumentado, quando analisada a classificação da circunferência da
cintura. Discussão: Sabe-se que a menopausa está intrinsecamente ligada ao acúmulo de gordura na
região abdominal – devido à deficiência hormonal, mudanças na dieta e ao sedentarismo – e, desta
forma, se relaciona com o aumento do risco de doenças cardiovasculares, nas quais há presença
significativa de dispnéia (falta de ar) como sintoma comum, afetando a qualidade de vida destas
mulheres. Há evidências de que a ansiedade e o ganho de peso no período do climatério estão
relacionados com as flutuações de estrogênio comuns nesta fase, onde as situações de estresse são
freqüentes e desencadeiam compulsões alimentares. Conclusão: O excesso de peso esteve presente
na maioria das entrevistadas, confirmando a influência das alterações hormonais nesta fase da vida
da mulher, o que representa um importante fator de risco para doenças cardiovasculares. Desta
forma, conhecer o perfil antropométrico de mulheres nesta fase de vida é de grande importância, a
fim de se buscar alternativas para modificações destes padrões e proporcionar benefícios para a
saúde destas mulheres.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
A estimulação magnética transcraniana no tratamento da depressão
Roberto Júnior Gomes Junqueira1
Taís Aguiar Ivo1
Juliana Fróes Ribeiro1
Camillo Tupinambá e Oliveira1
Daniel Abolafio Gontijo1
Marília Baeta Gontijo2
1
2
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Roberto Junior Gomes Junqueira
Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-111
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) é uma nova técnica capaz de estimular o
cérebro, com algumas vantagens sobre as já existentes. A EMT é indolor, não-invasiva, simples de
ser aplicada e considerada de baixo risco para pesquisas em seres humanos. Essa nova ferramenta
tem sido proposta para ser usada no tratamento de diversas doenças neurológicas e psiquiátricas –
inclusive depressão. Objetivos: Observar a importância e eficácia da EMT no tratamento da
depressão, principalmente em pacientes que estão em uso, ou já fizeram uso de medicação
antidepressiva, mas não obtiveram alívio satisfatório dos sintomas, ou para aqueles que apesar de
obterem boa resposta com a medicação antidepressiva, sentem os problemas dos efeitos colaterais
da medicação. Materiais e Métodos: Foram analisados artigos publicados nas bases de dados
LILACS, SciELO entre os anos de 2004 e 2013 e selecionadas as referências relevantes para o
levantamento de resultados frente aos objetivos propostos. Resultados e Discussão: Estima-se que
cerca de 15 a 20% da população mundial, em algum momento da vida, sofreu de depressão. Ela é
mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos. Pesquisas mais recentes têm demonstrado
que a depressão é caracterizada por áreas específicas cerebrais que estão em baixa atividade
(hipoativas). A hipoatividade cerebral em áreas específicas leva aos sintomas próprios da depressão
como tristeza, desânimo, sentimento de culpa, pessimismo, dor no corpo e etc. O tratamento com
EMT age nessas áreas hipoativas, tornando-as mais responsivas a estímulos. Exames de imagem
determinam o ponto do cérebro que precisa ser estimulado. O paciente coloca uma touca de
borracha parecida com as de natação. Nela está desenhado o ponto equivalente ao local exato do
cérebro que precisa de tratamento. O aparelho que emite a corrente magnética é uma bobina
pequena que recebe uma corrente elétrica alternada extremamente potente, sendo colocada sobre o
crânio humano na região do córtex pré-frontal dorsolateral. Essa corrente altera a ligação entre os
neurônios e ameniza os problemas. São necessárias várias sessões de 15 minutos para os efeitos
tornarem-se evidentes. Cerca de 80% dos indivíduos estimulados tiveram resultados positivos.
Conclusões: A EMT pode ser uma alternativa ou um complemento do tratamento da
depressão, mas cada caso deve ser avaliado em particular, levando em conta a saúde global e a
necessidade individual de cada paciente.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
A importância da atuação multidisciplinar no tratamento do câncer de mama
Stephânia Campos Lobato¹
Bárbara Cardoso e Santos¹
Clarissa Santos Rodrigues¹
Jéssica Dayane Silva¹
Renan Philippe Souza Pires²
¹Acadêmicas de medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
²Médico formado pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
Autor para correspondência:
Stephânia Campos Lobato
Rua Gabriel Passos, 40ª – centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39400-112
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução:O câncer de mama (CM) é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos
distintos, sendo relativamente raro antes dos 35 anos. Sua incidência aumenta acima desta faixa
etária respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Devido a esta alta frequência e pelas
repercussões psicológicas que proporciona, esse câncer é o mais temido pelas mulheres, já que o
tratamento cirúrgico afeta a percepção da sexualidade e da autoimagem. Estes temores muitas vezes
levam à recusa do paciente a iniciar ou continuar o tratamento, comprometendo sua eficácia.
Objetivo: Discutir a importância da atuação multidisciplinar no tratamento do câncer de mama.
Materiais e Métodos: Estudo realizado através de uma revisão bibliográfica, tendo como
referências artigos científicos publicados em revistas indexadas através das palavras-chaves: Câncer
de Mama e tratamento multidisciplinar, disponíveis nas bases de dados do Instituto Nacional do
Câncer(INCA), LILACS e SCIELO no período de 2006 a 2013.Resultados e Discussão:O INCA
preconiza como utilização para tratamento do CM a cirurgia, quimioterapia, radioterapia e
hormonioterapia. Mas, apesar da eficácia dessas modalidades para controlar o tumor e suas
complicações, é necessário que o planejamento terapêutico do paciente com câncer inclua um
conjunto de cuidados, dos quais a conduta clínica e/ou cirúrgica é apenas uma parte. Para isso é
necessário uma equipe multidisciplinar para acolher o paciente e tratá-lo como um ser
biopsicossocial. A presença de psicólogos, enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem,
fisioterapeutas são indispensáveis para a humanização do tratamento do paciente. Assim, o foco de
atenção passa a ser o doente e não a doença, e a finalidade do tratamento passa a ser a garantia da
qualidade de vida do doente e não apenas a cura da sua doença a todo custo. A mulher
diagnosticada com CM enfrenta um turbilhão de sentimentos como raiva, indignação, medo da
morte e medo do tratamento em si, evidenciando a importância de uma abordagem multidisciplinar
a fim de garantir o sucesso terapêutico. Conclusão: Uma equipe multiprofissional é importante
tanto para o acolhimento do paciente após o diagnóstico quanto para a adesão do mesmo ao
tratamento. A mulher se sentindo segura e amparada é capaz de enfrentar as fases do tratamento
sem isolar-se do mundo, assim, seu estado emocional melhora e as formas de tratamento tornam-se
mais eficazes, uma vez que a própria paciente contribui para a cura.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Dinâmica da família do adolescente portador de anorexia nervosa
Taís Aguiar Ivo1
Daniel Abolafio Gontijo1
Juliana Froes Ribeiro1
Roberto Júnior Gomes Junqueira1
Gabriel Pereira Coelho Gomes2
Marília Baeta Gontijo3
1
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
2
Acadêmico de Medicina/FIP-MOC
3
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Taís Aguiar Ivo. Rua José de Souza Mota, 55, apt 403 – Cidade Santa Maria
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39401-506
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A anorexia nervosa (AN) se caracteriza por um distúrbio da imagem corporal, tendo
como consequência a busca incessante pela magreza, muitas vezes chegando à inanição.
Tipicamente, pacientes adolescentes portadores de AN não possuem autonomia e individualidade, o
que pode ser resultado de uma interação conflituosa no ambiente familiar. Esses pacientes possuem
relacionamento íntimo, porém pouco harmonioso com seus pais e vivenciam o próprio corpo sob
controle destes. Então, eles usam a autoinanição na tentativa de obter domínio do seu corpo ou,
ainda, na busca de independência. Esse comportamento é mais comum em pessoas cujo núcleo
familiar é disfuncional e desorganizado, em que se evita resolver os conflitos e há prejuízo no
estímulo à autonomia: não há hierarquia entre as gerações e os membros interferem nas decisões
dos outros sem respeitar os espaços individuais. Objetivo: Analisar a influência da dinâmica
familiar no desenvolvimento da anorexia nervosa em adolescentes. Materiais e métodos: O estudo
é uma revisão bibliográfica, para o qual foram analisados artigos publicados nas bases de dados
LILACS e SciELO, entre os anos de 2004 e 2012. Foram selecionadas as referências relevantes
para o levantamento de resultados frente ao objetivo proposto. Resultados e Discussão: Para
adolescentes portadores de AN, a doença parece ser uma forma de ganhar independência tanto
social quanto sexual: eles passam a se preocupar com a alimentação e o ganho de peso, ao invés de
se preocuparem com os problemas mais comuns da adolescência. Isso é ainda mais frequente
quando o núcleo familiar desses adolescentes é desorganizado, causando conflitos de
relacionamentos entre os membros da família, sendo mais grave ainda quando o adolescente está no
meio das discussões entre os adultos. É através de atos extremos de disciplina (neste caso, dieta
mínima), que esses adolescentes adquirem senso de autonomia e de independência. Conclusões: A
dinâmica familiar influencia fortemente na etiologia da AN, doença que apresenta altos índices de
morbimortalidade. Assim, é importante que a equipe de saúde investigue o relacionamento
intrafamiliar do paciente com anorexia, a fim de estabelecer mudanças em caso de desvio no padrão
de organização familiar ideal, instituindo a terapia familiar em grupo, associada a cognitivocomportamental. Essa mudança pode influenciar, e muito na recuperação do paciente, já que os
resultados são superiores à abordagem puramente farmacológica.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
A importância do manejo pré-operatório em paciente com feocromocitoma
Thaís Rodrigues Nunes1
José Miguel Assis Borges1
Flávia Jaddy Ribeiro de Souza1
Renan Philippe Souza Pires2
1
Acadêmicos do curso médico das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte.
2
Médico graduado na Universidade Estadual de Montes Claros-Unimontes.
Autor para correspondência:
Thaís Rodrigues Nunes
Rua Barão do Rio Branco, 430 – Centro.
Montes Claros, MG, Brasil
CEP 39400-000
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O Feocromocitoma é um tumor neuroendócrino raro, produtor de catecolaminas, que
geralmente tem origem nas células cromafins da medula suprarrenal. Este tumor pode manifestar-se
clinicamente de várias formas, apresentando-se na maioria dos pacientes com hipertensão
persistente ou paroxística, sendo necessário um preparo pré-operatório adequado. Objetivo:
Abordar a importância do controle pré-operatório do paciente portador de feocromocitoma.
Material e Métodos: Realizou-se uma pesquisa a partir de levantamento bibliográfico de artigos
dos últimos 04 anos, na base de dados Lilacs e Scielo no idioma em português e inglês. Resultado e
Discussão: A ressecção cirúrgica do feocromocitoma pode desencadear descarga adrenérgica
(sobretudo durante indução anestésica e manipulação do tumor) que pode ser fatal. Por isso, é
necessário preparar estes doentes com terapêutica médica antes de qualquer procedimento cirúrgico,
no sentido de controlar a tensão arterial, evitar arritmias e promover a expansão do volume
intravascular. A preparação pré-cirúrgica na maioria das vezes é feita com alfa-bloqueantes,
geralmente a fenoxibenzamina oral, com eventual associação posterior de beta-bloqueantes. Em
outros casos utilizam-se como fármacos de primeira linha os antagonistas dos canais de cálcio,
sobretudo a nicardipina e a nifedipina. Após adequado alfa-bloqueio, é aconselhável uma dieta sem
restrição salina (no sentido de contrariar a contração de volume associada ao alfa-bloqueio) e, nos
casos em que ocorra taquicardia ou arritmia, deve ser associado um fármaco beta-bloqueante. A
cirurgia de ressecção de um feocromocitoma associa-se potencialmente a instabilidade
hemodinâmica – período de hipotensão imediatamente após a ressecção tumoral, devido quer à
diminuição de catecolaminas circulantes, quer ao efeito residual de fármacos hipotensores, quer a
perdas hemáticas intra-operatória e que podem condicionar variações na pré-carga, na pós-carga e
até na contractilidade do miocárdio. Para contrariar este efeito é fundamental assegurar a adequada
expansão do volume intravascular. Conclusão: A partir deste estudo conclui-se que todos os
pacientes com tumores produtores de catecolaminas, mesmo os normotensos, devem ser medicados
antes de qualquer procedimento cirúrgico, demonstrando a grande importância da manutenção de
valores tensionais normais previamente à cirurgia.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
O uso de dissulfiram e naltrexona no tratamento da dependência alcoólica: uma revisão de
literatura
Victor Emanuel Soares Gusmão1
Ana Carolina Miguel Meira e Silva1
Ana Paula Alkmim Figueiredo Martins1
Letícia Maia e Cruz1
Ludmila Godinho Ribeiro1
Vitor Hipólito Silva2
Acadêmicos de medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
Médico graduado pela Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES/ Professor nas
faculdades FUNORTE e Fip-Moc
1
2
Autor para correspondência:
Victor Emanuel Soares Gusmão. Rua Flávio Maurício, 970 - Jardim Panorama
Montes Claros, MG, Brasil. CEP 39401-097
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O alcoolismo é uma desordem crônica caracterizada por períodos cíclicos de consumo
excessivo de etanol, retirada da substância, abstinência e recaída. No Brasil, há uma estimativa de
que aproximadamente 11,2% da população seja dependente de álcool. Grande obstáculo para
restrição do uso de álcool é a dificuldade de tratar o dependente. Cerca de metade desses pacientes
recaem após 3 meses de tratamento. Método: Foi realizada uma revisão da literatura nos bancos de
dados MEDLINE, LILACS e BIREME. Analisamos 9 artigos cujos critérios de inclusão foram
publicação em português e textos completos disponíveis online. Objetivos: Os principais objetivos
desta revisão de literatura são atualizar os conhecimentos acerca da eficácia terapêutica e do
potencial uso do dissulfiram (DSF) e da naltrexona (NTX) no tratamento da síndrome da
dependência do álcool e sua importância como intervenção adjuvante ao tratamento psicossocial.
Resultados e Discussão: A administração crônica de álcool promove alterações nos sistemas de
neurotransmissores, que exercem efeitos neuromoduladores no sistema nervoso. O DSF foi a
primeira intervenção farmacológica aprovada pelo Food and Drug Administration para o tratamento
da dependência de álcool. É um inibidor irreversível e inespecífico de enzimas, que decompõe o
álcool no estágio de acetaldeído. Ao inibir a enzima acetaldeído-desidrogenase, ocorre um acúmulo
de acetaldeído no organismo, levando à reação etanol-dissulfiram, causando efeitos aversivos
quando o álcool é consumido. Dentre as contraindicações estão a cirrose hepática com hipertensão
porta e na gravidez, risco de anomalias congênitas. O DSF é uma medicação com boa
tolerabilidade. A dose habitual é de 250 mg por dia em dose única diária por até um ano. A NTX
atua como um antagonista competitivo nos receptores opióides. Dessa forma, sua administração
reduziria o consumo de álcool através do bloqueio pós-sináptico dos receptores opióides µ, δ e κ
nas vias mesolímbicas. As principais contraindicações ao seu uso são doenças hepáticas agudas e
crônicas. O principal efeito adverso é a náusea. A posologia recomendada é de 50 mg por dia,
durante 12 semanas. Conclusão: No tratamento da dependência de álcool devem ser combinadas
intervenções psicossociais e farmacológicas, que ao atuarem de forma sinérgica, possibilitam
aumentar a adesão ao tratamento. Oferecer estratégias comportamentais ou farmacológicas na fase
inicial do tratamento pode diminuir as taxas de abandono.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Diagnóstico diferencial entre púrpura trombocitopênica trombótica e síndrome hemolítico
urêmica
Vitor Santos de Almeida1
Camillo Tupinambá e Oliveira1
Juliana Fróes Ribeiro1
William Hafid Fonseca Machado1
Gabriel Pereira Coelho Gomes2
Marília Baeta Gontijo3
1
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
2
Acadêmico de Medicina/FIPMOC
3
Médica graduada pela UNIMONTES, professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Vitor Santos de Almeida
Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – Centro
Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39400-111
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e a síndrome hemolítico urêmica
(SHU) são duas manifestações fenotípicas características das chamadas patologias
microangiopáticas trombóticas. Essas doenças são caracterizadas por oclusões microvasculares
generalizadas causadas por trombos de plaquetas, que ocasionam a trombocitopenia e a anemia
hemolítica microangiopática. Objetivos: Fazer o diagnóstico diferencial entre SHU e PTT, com a
finalidade de implementar a melhor terapêutica. Material e métodos: Foram analisados artigos
nacionais publicados nas bases de dados LILACS, Scielo e MEDLINE, entre os anos de 2008 a
2013 e selecionadas as referências relevantes para o levantamento de informações frente aos
objetivos propostos. Resultado e discussão: Por algum tempo, a SHU e a PTT foram tratadas como
uma doença única devido à semelhança das manifestações clínicas de ambas. A diferenciação
dessas patologias foi descrita em 1955 por Gasser e colaboradores. Atualmente, tem-se dado
importância à distinção entre PTT e SHU, pois o tratamento com combinação de plasmaférese e
infusão de plasma fresco congelado ou criosobrenadante seria apropriado para a PTT, mas não para
a SHU. A SHU é mais frequente em menores de cinco (05) anos de idade e é considerada a causa
mais comum de insuficiência renal aguda em crianças. Aproximadamente 90% das crianças com
SHU têm diarreia como pródromo, geralmente sanguinolenta. Enquanto isso, a PTT possui maior
incidência em pacientes entre 20 e 40 anos de idade, predomina em mulheres, na raça negra e em
obesos, sendo rara em crianças. Com relação ao quadro clínico, podemos observar algumas
similaridades entre PTT e SHU: insuficiência renal aguda, anemia microangiopática,
trombocitopenia, febre, petéquias, palidez, hematomas e sinais neurológicos. Por outro lado, as
diferenças clínicas entre ambas são: a SHU geralmente é acompanhada por gastroenterite e diarreia
sanguinolenta e o paciente pode desenvolver hipertensão arterial sistêmica; já a insuficiência renal
não costuma ser grave a ponto de causar sintomas urêmicos na PTT e os sintomas neurológicos são
mais proeminentes nesta última. Conclusão: As patologias são muito semelhantes por isso é
necessário reconhecer os pontos relevantes para o diagnóstico diferencial entre as duas doenças, e
assim instituir a terapêutica mais adequada, levando a menor morbimortalidade dos pacientes.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Perspectivas no tratamento da policitemia vera
William Hafid Fonseca Machado1
Allana Sousa de Santana1
Roberto Júnior Gomes Junqueira1
Giovana Maria Cortes Mendes Ferreira1
Gabriel Pereira Coelho Gomes2
Marília Baeta Gontijo3
1
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
2
Acadêmico de Medicina/Pitágoras
3
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
William Hafid Fonseca Machado
Rua Coronel Spyer, 512, apt 302 – Centro. Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-111
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A Policitemia Vera (PV) se trata de uma doença neoplásica clonal caracterizada pelo
aumento do volume total da massa eritrocitária independentemente da ação dos mecanismos
habituais de regulação da eritropoiese. A PV incide preferencialmente em pacientes na sexta/sétima
décadas de vida, com média de sobrevida, após o diagnóstico, de aproximadamente 15 anos. É mais
frequente em homens que em mulheres. Trombose costuma ser a causa mais comum de morte e, na
fase tardia da doença, há risco de fibrose medular ou transformação em leucemia aguda. Objetivo:
Descrever as abordagens terapêuticas de pacientes portadores de Policitemia Vera. Materiais e
Métodos: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, tendo como bases de dados ferramentas
de pesquisa como LILACS, SciELO, BVS e Ministério da Saúde. Foram encontrados 12 artigos
com o descritor “policitemia vera”, utilizando como critério de inclusão, artigos publicados em
português e inglês no período de 2007 a 2013, relacionados ao tema. Resultados e Discussão:
Tendo como base que o objetivo principal do tratamento é buscar prevenir as maiores complicações
e agravos provocados pela patologia, já que nenhum tratamento específico está disponível. O
tratamento mais efetivo apontado pelas pesquisas constitui de flebotomia, são removidos 500 ml de
sangue em dias alternados com a finalidade de alcançar um hematócrito-alvo de 45% nos homens e
43% em mulheres, quando ele atinge o nível normal, o sangue é removido em intervalos de alguns
meses, de acordo com a necessidade. Utiliza-se também de doses baixas de AAS, e controle de
fatores de risco reversíveis (HAS, tabagismo) para trombose. Estudos recomendam a indicação da
terapia citoredutora (hidroxiuréia, interferon-α) nos casos de falha da flebotomia, ou em situações
em que se deseja reduzir sua utilização; bem como na esplenomegalia progressiva ou sintomática,
ou ainda, em pacientes com um risco trombótico elevado e com doença em um estágio avançado.
Conclusão: O tratamento da PV por meio das principais técnicas disponíveis na atualidade, seja por
meio de flebotomia ou de drogas mielossupressoras não-alquilantes, mostra que é possível manter
os níveis de proliferação sob controle, com baixo risco de transformação em doença secundária, a
exemplo da leucemia. Apesar de os resultados serem satisfatórios na abordagem das complicações
da PV novos estudos são necessários para minimizar ainda mais a ocorrência de novos eventos
trombóticos, particularmente os arteriais.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Importância do conhecimento sobre cuidados paliativos por acadêmicos de medicina
Ana Paula Alkmim Figueiredo Martins¹
Ludmila Godinho Ribeiro¹
Victor Emanuel Soares Gusmão¹
Ana Carolina Miguel Meira e Silva¹
Letícia Maia e Cruz¹
Wagner Luiz Mineiro Coutinho²
¹Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE)
²Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)
Autor para correspondência:
Ana Paula Alkmim Figueiredo Martins
Avenida Francisco Sá, 217, aptº 201 – Centro. Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39400-065
E-mail: [email protected]
RESUMO
Intodução: O termo cuidados paliativos implica um enfoque holístico, que considera não somente a
dimensão física, mas também as psicológicas, sociais e espirituais. Se o objetivo primeiro da
medicina é a preservação e a restauração da saúde, a morte deveria ser entendida e esperada como o
último resultado deste esforço. Entretanto, os médicos e os estudantes de medicina apresentam
dificuldades em lidar com a morte. Objetivo: Verificar a importância do conhecimento sobre
cuidados paliativos para a formação do futuro profissional médico. Materiais e Métodos: Trata-se
de uma revisão de literatura, realizada entre fevereiro e junho de 2013, através da análise de artigos
nacionais e internacionais, do período de 2006 a 2013, utilizando-se as bases de dados MEDLINE,
LILACS E BIREME, tendo sido usado como descritores os termos: “Cuidados Paliativos”,
“Estudantes de Medicina” e “Saúde Holística”. Discussão: Até o início do século XIX, a morte era
vivida como um processo natural. Atualmente, tornou-se tabu, silenciada nos corredores dos
hospitais. As ferramentas modernas de tratamento e cura das doenças, os recursos artificiais para
postergar a morte fizeram com que esta se tornasse um fato repugnante, uma afronta à onipotência e
ao saber médico. Em tempos de morte como fracasso médico, surge o movimento paliativista, que
prima pela reumanização do viver e do morrer e oferece melhor qualidade de vida possível para os
pacientes e suas famílias. Em 1985 o Reino Unido reconhece a Medicina Paliativa como
especialidade médica, possibilitando que seu ensino se estabeleça nas universidades. No Brasil, o
Instituto Nacional do Câncer oferece um curso de especialização em Medicina Paliativa, formando
profissionais capacitados para cuidar do indivíduo que está morrendo. Em 2004, um documento
publicado pela OMS, “The Solid Facts – Palliative Care” reafirma a necessidade de incluir os
Cuidados Paliativos como parte da assistência integral à saúde e destaca a necessidade de educar
profissionais para prover Cuidados Paliativos com qualidade. Conclusão: Diante da necessidade
moral de se organizar um modelo de assistência adequado aos pacientes com doenças avançadas e
terminais, e para que possamos construir uma sociedade que não exclua estes pacientes da
assistência, propiciando a eles um processo de morrer digno, é de grande relevância que o
acadêmico de medicina tenha contato com a disciplina de cuidados paliativos durante sua formação
acadêmica.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Correlação entre a apneia obstrutiva do sono e hipertensão arterial
Mariane Mendes Gomes¹
Larissa de Pinho Amaral¹
Lorena Caldeira Cordeiro¹
Mariana de Paiva Oliveira¹
Karina Andrade de Prince²
1
Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes
Claros (MG), Brasil.
2
Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Faculdade de Ciências
Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes
Claros (MG), Brasil.
Autora para correspondência:
Mariane Mendes Gomes
Rua Zulma Antunes Pereira, 64, Antônio Narciso,
Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39401-147
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A apneia obstrutiva do sono é de grande prevalência e vem aumentando cada vez mais
a sua relação com patologias cardiovasculares, sobretudo a hipertensão arterial. Ocorre em um terço
desses pacientes e está entre as nove etiologias principais para a hipertensão. É muito comum,
porém, subdiagnosticada por ser ainda pouco conhecida. Acomete principalmente obesos, e homens
acima de 55 anos, e está associada à insônia, sonolência diurna, fadiga e falta de concentração.
Objetivos: Esse estudo teve como objetivo compreender a relação entre hipertensão arterial e a
apneia obstrutiva do sono. Material e Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, e
após análise criteriosa foram encontrados 24 artigos e destes, selecionados apenas 11 para
discussão, com base nos critérios de inclusão ao tema, dados e datas atuais que estejam entre os
anos de 2008 a 2013, obtidos no banco de dados da SciELO e LILACS, encontrados com a
utilização dos descritores: apneia obstrutiva do sono e hipertensão arterial. Resultados e Discussão:
Com base na pesquisa, o resultado encontrado foi a alta ocorrência da apneia obstrutiva do sono
entre as pessoas e o pouco conhecimento por parte da população e também pelos profissionais da
saúde, justificando portanto, a importância em ser estudada. A apneia é caracterizada pela cessação
do fluxo aéreo ocasionando consequentemente repetidas paradas respiratórias, sendo elas
completas, as apneias ou incompletas, as hipopnéias. Apresenta entre seus principais sintomas, a
sonolência diurna e o ronco. Está intimamente ligada a hipertensão arterial por possuir fatores de
risco em comum, tais como; idade, sedentarismo e obesidade e também pela ativação simpática
permanente, barorreceptores com sensibilidade diminuída, redução da resposta vascular e disfunção
no metabolismo de sal e água que a torna uma causa secundária para a hipertensão arterial.
Conclusões: Oferecendo apoio constante e ações de orientação, prevenção de fatores de risco e
complicações para a população, pode se ter uma melhoria na qualidade de vida desses pacientes
evitando também que esta ocasione graves repercussões, inclusive mortalidade. Portanto, há a
necessidade de um maior treinamento e reconhecimento da apneia pelos profissionais de saúde para
evitar maiores riscos. Essas ações são necessárias, já que a melhora da apneia obstrutiva do sono
gera o controle dos níveis pressóricos sendo capaz de reverter uma hipertensão arterial resistente.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Terapia com inibidores da enzima conversora de angiotensina e risco de agravamento de
insuficiência renal crônica
Ana Paula Almeida Souza1
Daniel Abolafio Gontijo1
Anne Karoline Maia Azevedo1
Patrícia Jacundino Porto2
Marília Baeta Gontijo3
1
Acadêmicos de Medicina/FUNORTE-ICS
2
Acadêmica de Medicina da UFMG
3
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Ana Paula Almeida Souza
Rua Joaquim Sarmento, 94 – São José
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-350
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A Insuficiência Renal Crônica (IRC) resulta de um grande número de doenças que
danificam os rins, tanto sistêmicas quanto intrínsecas a estes órgãos. Sabe-se que a hipertensão é
uma das principais causadoras da perda da função renal, desta maneira, os anti-hipertensivos como
os Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA’s) são, na maioria das vezes, a
primeira opção por promover a prevenção da perda progressiva da função renal. Entretanto, estudos
realizados apontam para a possibilidade dos IECA’s promoverem a piora da função renal,
demonstrada pela elevação da creatinina. Objetivo: Esclarecer os efeitos da terapia com IECA no
paciente portador de IRC. Métodos e Materiais: Realizou-se uma revisão integrativa a partir de
publicações nas bases de dados Lilacs, Scielo e Pubmed dos últimos 05 anos, em língua inglesa e
portuguesa. Resultados e discussão: Estudos mostram que a hipertensão arterial causa uma perda
progressiva da função renal, seja danificando os rins ou lesando as células endoteliais da arteríola
aferente e dos glomérulos, podendo provocar uma trombose nestes vasos. Em ensaios randomizados
multicêntricos, em pacientes com IRC, a principal classe de droga com eficácia comprovada foram
os inibidores do Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (IECA’s), apresentando efeitos na
redução da pressão sanguínea, além da correção da hiperfiltração. Os IECA’s inibem a ação da
angiotensina II, que apresenta propriedades de fator de crescimento, ativando o fator transformador
do crescimento, TGF-beta, o inibidor do ativador do plasminogênio do tipo I e outras citocinas, que
agravariam a lesão intersticial renal. Entretanto, principalmente nos estágios 1 e 2 da IRC, a
administração de IECA´s pode estar associada à perda da função renal e à hipercalemia logo no
início do tratamento , já que a taxa de filtração glomerular cai bruscamente e a supressão da
produção de angiotensina II diminui a vasoconstrição arteriolar pós-glomerular, o que promove a
elevação das escórias renais. Conclusão: Verifica-se que apesar do risco do agravamento do IRC
no inicio do tratamento com IECA’s, não se deve interromper o tratamento, mesmo nos caso em
que haja aumento importante das escórias renais.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Uso indiscriminado de metilfenidato em estudantes
Ana Paula Almeida Souza1
Daniel Abolafio Gontijo1
Anne Karoline Maia Azevedo1
Patrícia Jacundino Porto2
Marília Baeta Gontijo3
1
Acadêmicos de Medicina da FUNORTE-ICS
2
Acadêmica de Medicina da UFMG
3
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE-ICS
Autor para correspondência:
Ana Paula Almeida Souza
Rua Joaquim Sarmento, 94 – São José. Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-350
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O Metilfenidato é um fármaco do grupo dos anfetamínicos que tem como forma
comercial mais conhecida a Ritalina®. É a substância mais frequentemente utilizada no tratamento
do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Entretanto, devido a suas
propriedades psicoestimulantes, tem sido usado, por estudantes, para aumento do desempenho
cognitivo frente a grandes períodos de estudo, ao cansaço físico e ao estresse. Objetivo: Realizar
uma revisão da literatura para identificar os efeitos do uso indiscriminado de metilfenidato em
estudantes. Métodos e Materiais: Realizou-se uma revisão integrativa a partir de publicações dos
últimos 05 anos nas bases de dados Lilacs, PubMed e Scielo nos idiomas português e inglês.
Resultados e Discussão: O metilfenidato é um estimulante do sistema nervoso central (SNC) e seu
mecanismo de ação assemelha-se ao de drogas ilícitas como a cocaína, que provoca o estímulo de
receptores alfa e beta-adrenérgicos diretamente, ou a liberação de dopamina e noradrenalina nas
fendas sinápticas indiretamente, além de abrandar o metabolismo das catecolaminas através da
inibição da monoamina oxidase. Estudos atuais revelam que não existem provas suficientes para
apoiar o uso de metilfenidato entre estudantes saudáveis a fim de melhorar a cognição. Segundo
eles, não há evidências de que a droga aumenta a capacidade de memorização ou a aprendizagem
associativa. Ela apenas aumenta o tempo de vigília e diminui a fadiga, diminuindo a necessidade de
descanso. A quantidade de informações a que o estudante é exposto durante o período de utilização
do fármaco é superior ao que é capaz de assimilar, o que dificulta o aprendizado, pois o indivíduo
eufórico e vigilante evita a quantidade de descanso necessária para a consolidação da memória.
Além disso, existem outros efeitos negativos do consumo indevido do fármaco. Em curto prazo,
observa-se a redução de apetite, insônia, dor abdominal, cefaleia e tontura. Já o uso indiscriminado
em longo prazo, leva a efeitos como dependência, estimulação aguda do SNC, que pode levar a
convulsões e alucinações, taquicardia, arritmias ou colapso cardíaco, em caso de intoxicação grave.
Conclusões: A partir dessa revisão, conclui-se que o uso indiscriminado de metilfenidato por
estudantes traz reais prejuízos à saúde, uma vez que os efeitos indesejados superam os benefícios do
seu uso, devendo ser utilizado apenas nos casos de indicação médica, a exemplo dos portadores de
TDHA.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Perfil de resistência de staphylococcus aureus isolados em hospital universitário do norte de
Minas Gerais
Patrícia Palmeira Freitas1
Cláudia Biscotto2
Iuri Braga de Oliveira3
Daniela Hirsch4
1
Biomédica, Pós graduada em Análises Clínicas
M.Sc. em Infectologia, Universidade Estadual de Montes Claros
3
Acadêmico do Curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
4
M.Sc. em Microbiologia de Alimentos, Faculdade de Saúde Ibituruna - FASI
2
Autor para correspondência:
Patrícia Palmeira Freitas
Rua República do Peru, 114 - JK
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39404-018
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O Staphylococcus aureus é uma bactéria pertencente a microbiota humana. Apresentase colonizando vários sítios, entre estes, destaca-se as fossas nasais. É um dos principais patógenos
causadores de infecções hospitalares e sua a resistência à meticilina lhe confere o termo
Staphylococcus aureus Meticilina Resistente (MRSA). No tratamento de infecções por S. aureus, o
antibiótico de escolha é a Oxacilina. Uma vez MRSA, o tratamento é o glicopeptídeo Vancomicina.
O S. aureus representa não só um dos principais agentes de infecção em determinadas unidades
intra hospitalares, mas também é associado, em muitas vezes, a epidemia. Este microrganismo é
considerado, por exemplo, a principal manifestação na comunidade tem se tornado crescente. É um
microrganismo capaz de desenvolver-se e multiplicar em diversos ambientes. Acompanhando a
disseminação deste patógeno está a sua resistência a antibacterianos, o que tem se intensificado nas
últimas décadas. Sua sensibilidade a Meticilina lhe confere o termo Staphylococcus aureus
Meticilina Sensível (MSSA), enquanto causa de sepse tardia em UTI neonatal relacionados
diretamente com recém-nascidos de baixo peso. Objetivo: Avaliar a prevalência de infecção por S.
aureus MSSA e MRSA no Hospital Universitário do Norte de Minas Gerais. Material e Métodos:
Foram analisados prontuários médicos dos pacientes internados e atendidos no Pronto Atendimento.
Resultados: Neste estudo foram analisados um total de 78 prontuários onde, 82% destes foram de
pacientes internos e 12% de pacientes externos. Verificou-se uma prevalência de 70,9% de MSSA e
14,1% de MRSA entre os infectados. No geral, as principais doenças de base foram: sepse (12,9%);
escaras infectadas (11,0%); pneumonia (8,3%); prematuridade (6,9%); insuficiência respiratória,
diabetes mellitus e leishmaniose (4,1%); abscessos, infecção urinária, insuficiência renal, SIDA e
celulite (3,4%), e outras (28,2%). O tempo de internação hospitalar variou de 02 dias a 03 meses,
compreendendo idades entre 01 dia de vida à 86 anos. O pré projeto da pesquisa em questão, foi
submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da FUNORTE. Conclusões: A ocorrência de infecções
por este microrganismo tem se tornado crescente juntamente com sua alta capacidade de se tornar
resistente aos antibacterianos utilizados na profilaxia e/ou tratamento empírico.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Doença de kawasaki: relato de um caso
Tatiany Ribeiro Aquino ¹
Mariana Oliveira Barros ¹
Lucas Freitas Borges¹
João Victor Fernandes Rocha ¹
Tamires Maria Vaz da Silva ²
José Henrique Duarte Pinto ³
¹ Acadêmicos de Medicina do ICS - Funorte
² Médica residente do Departamento de Pediatria do Hospital Irmandade Nossa Senhora das Mercês
³Médico cardiopediatra do Departamento de Pediatria do Hospital Irmandade Nossa Senhora das
Mercês
Autor para correspondência:
Tatiany Ribeiro Aquino. Rua São Paulo, 72 – Todos os Santos. Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-124. E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A Doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite comum em crianças. O diagnóstico é
clínico, baseado nos seguintes critérios: febre por 5 dias ou mais, somada a pelo menos 4 dos
seguintes achados: conjuntivite bilateral não exsudativa; alterações de mucosa oral; alterações em
extremidades; rash polimórfico e linfadenopatia cervical. Objetivos: O objetivo deste trabalho é
relatar um caso de DK. Relato de caso: Paciente ILXB, 3 anos, sexo feminino, parda, foi atendida
inicialmente com quadro de febre há três dias, sem outros sinais ou sintomas presentes no momento
da admissão. Pensou-se em sinusite bacteriana, sendo prescrito Amoxicilina. No dia seguinte,
surgiu um rash cutâneo do tipo maculopapular, pruriginoso, em região perineal e passou a usar antihistamínico e Claritromicina no lugar da Amoxicilina, sendo feito uso dessas medicações por mais
3 dias, sem melhora do quadro. A paciente retornou ao pronto atendimento, quando se observou
hiperemia conjuntival bilateral não exsudativa, fissuras labiais ,um linfonodo cervical anterior à
esquerda, doloroso, com 2 cm de diâmetro e edema de pés. Diante desse quadro, a hipótese
diagnóstica foi DK. Foram feitos exames complementares que mostravam anemia normocítica e
normocrômica, sem alterações de leucócitos e plaquetas, Proteína C Reativa (PCR) de 24mg/dl,
Velocidade de hemossedimentação (VHS) de 127mm/h e ecocardiograma sem alterações.
Permaneceu internada para tratamento com uso diário de ácido acetilsalicílico (AAS) e
imunoglobulina humana venosa em dose única, sem intercorrências. Após 3 dias do tratamento,
foram feitos novos exames que mostravam plaquetas de 463.000/mm³, PCR 48mg/dl e VHS
123mm/h. Recebeu alta hospitalar já assintomática com orientações de acompanhamento
ambulatorial. Discussão: A paciente do caso relatado apresentava um quadro de DK completa. A
idade da criança, entre 6 meses e cinco anos, foi compatível com a maioria dos casos descritos na
literatura. Quanto aos exames laboratoriais, o caso em questão apresentou as seguintes alterações
inespecíficas, mas compatíveis com a DK: anemia normocítica, trombocitose, elevação da
velocidade de hemossedimentação e da proteína C reativa. Conclusão: A DK é de difícil
diagnóstico, devido a ausência de testes laboratoriais específicos e existência de quadros atípicos ou
incompletos. Isso implica em atraso do tratamento e aumento da morbimortalidade, devido a
ocorrência de aneurismas coronarianos e infarto agudo do miocárdio.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Uso da ocitocina para profilaxia e controle da hemorragia no pós-parto imediato
Kelly Viviane Gomes Marques ¹
Janniny Fernanda Lopes Mendes Figueiredo²
Luciano Neto Loureiro Freitas³
Liliane de Oliveira Melo4
José Aparecido Soares Lopes5
¹ Enfermeira graduada pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES)/ PósGraduada em Urgência e Emergência pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE)/
Graduanda em Medicina pela FUNORTE.
² Graduanda em Medicina pela FUNORTE.
³ Graduado em Direito pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP)/ Pós-graduado em Direito
Público pela Universidade Cândido Mendes (UCAM)/ Graduando em Medicina pela FUNORTE.
4
Enfermeira graduada pela UNIMONTES / Graduanda em Medicina pela FUNORTE.
5
Enfermeiro graduado pela UNIMONTES/ Residência em Saúde da Família pela UNIMONTES.
Autor para correspondência:
Kelly Viviane Gomes Marques. Rua São João, 770, Ap 204 – Todos os Santos.
Montes Claros, MG, Brasil. CEP: 39400-126
E-mail: [email protected]
Introdução: A hemorragia é a principal causa de morte materna nos países em desenvolvimento,
sendo responsável por cerca de 30 % do total de mortes. A ocitocina é um neuropeptídeo sintetizado
nos corpos celulares de neurônios hipotalâmicos e secretados pelas terminações nervosas na
hipófise posterior. No útero, ela determina a contração da musculatura lisa, que é bastante
importante para o controle de hemorragia após a retirada da placenta. Considera-se hemorragia pósparto quando a perda sanguínea após o parto for maior ou igual a 500 ml. Objetivo: Descrever a
importância do uso da ocitocina para profilaxia e controle da hemorragia no pós-parto imediato.
Material e Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica, descritivo-reflexiva embasada em
literatura pertinente sobre o assunto, trazendo idéias de autores contemporâneos. Resultados e
Discussão: A ocitocina, ao se ligar em seu receptor, leva à ativação da fosfolipase C e à liberação
do Ca²+ intracelular através do inositol-1,4,5-trifosfato, além da ativação direta ou induzida por
despolarização dos canais de Ca²+ sensíveis à voltagem. Utiliza-se para profilaxia da hemorragia
puerperal 10U de ocitocina intramuscular na parturiente após a retirada do feto. Na primeira hora
pós-parto, se houver sangramento excessivo, deve-se realizar massagem uterina e infusão
endovenosa de 30-60U de ocitocina em 1000 ml de solução glicosada a 40 gts/min. Outra indicação
seria uma dose de ataque com 20-40U por via endovenosa em seis horas e uma dose de manutenção
de 20U em oito horas até que o sangramento cesse. A adequada profilaxia da hemorragia pós-parto,
que deve ser realizada sistematicamente em todas as mulheres que estão parindo,
independentemente do local e da via, é capaz de evitar no mínimo metade dos casos de hemorragia
que ocorreriam, além de provavelmente reduzir a gravidade dos que ainda ocorrem. Conclusão: A
hemorragia pós-parto é uma das maiores causas de morbimortalidade materna em todo o mundo.
Logo, ações são necessárias para o enfrentamento eficiente das complicações hemorrágicas no ciclo
gravídico-puerperal. A ocitocina, ao promover a contração uterina, diminui a incidência de
hemorragia pós-parto, secundária a atonia uterina. Assim, sua administração está indicada tanto
para a profilaxia quanto para o tratamento da hemorragia pós-parto.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Avaliação do risco cardiovascular em mulheres climatéricas assistidas pela saúde da família
Bárbara Dias Brito1
Josiane Santos Brant Rocha2
1. Graduanda em Medicina pelas Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros,
MG. Montes Claros, MG, Brasil.
2. Doutora em Ciências da saúde. Professora das Faculdades Integradas Pitágoras e Universidade
Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Montes Claros, MG, Brasil.
Autor para correspondência:
Bárbara Dias Brito
Rua Hidelberto de Freitas, 172, apto 401- São José
Montes Claros, MG, Brasil
CEP:39.400-359
E-mail: [email protected]
RESUMO
Objetivos: No Brasil, ainda que os dados de morbidade sejam escassos, os dados de mortalidade
em mulheres após a menopausa demonstram a necessidade de mais estudos. Assim, a realização do
presente trabalho justifica-se pela busca de intervenções possíveis em fatores de risco
cardiovascular modificáveis, estimulando mudanças de estilo de vida que levem à alteração do
curso clínico das mulheres climatéricas. O objetivo deste estudo foi comparar o perfil de risco
cardiovascular em mulheres pré e pós-menopáusicas assistidas em uma unidade de saúde.
Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, englobando 342 mulheres na faixa
etária de 40 a 87 anos, atendidas pelo Programa de Saúde da Família no Bairro Morrinhos no
Município de Montes Claros, MG. Resultados: Foram apresentadas 50 mulheres na pré-menopausa
e 114 mulheres na pós-menopausa. Níveis elevados de colesterol total, e LDL-c foram observados
nas mulheres pós-menopáusicas (59,6%; 58,8%-67, respectivamente), enquanto que os níveis de
HDL-c se mostraram inferiores ao considerado ideal em praticamente toda a população estudada
(66,0% das mulheres pré-menopáusica e 61,4% das mulheres pós-menopáusicas). Quanto aos níveis
de triglicerídeos, estes se apresentaram elevados efetivamente nas mulheres pós-menopáusicas
(48,2%). Em relação ao perfil glicídico, apenas 28,0% das mulheres pré-menopausa e 31,6% pósmenopausadas apresentaram glicemia de jejum alterada. Os valores apontados determinam que o
grupo das pacientes pós-menopáusicas (92,60) possuem maior risco cardiovascular quando
comparado ao grupo das pré-menopáusicas (59,47). Conclusão: Mulheres na pré-menopausa
apresentam uma proteção inata contra eventos cardiovasculares, a qual é perdida na transição
menopausal. Nestas circunstâncias o risco cardiovascular equipara-se ao da população masculina, o
que pode ser relacionado à queda abrupta dos níveis séricos de estrogênio. As mulheres pósmenopáusicas apresentam maior risco de eventos cardiovasculares, conforme ao Escore de Risco de
Framingham, ao se comparar com as pré-menopáusicas. Como previsto pelos estudos anteriores, os
dados obtidos pelo presente trabalho vieram corroborar a afirmação supracitada. Sendo assim, fazse necessária a ampliação da assistência direcionada a essas mulheres na prevenção primária de
saúde, com o intuito de reduzir a morbimortalidade dos eventos cardiovasculares dessa população.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Usando o pressure ulcer scale for healing (push) no acompanhamento de usuário com úlcera
por pressão
¹ Bárbara Laurence Nunes Borborema
¹Ana Lúcia Mendes Nobre
¹Damaris Brito Rodrigues
¹Jéssica Pereira Neves
¹Jessiel Gonçalves de Souza
²Gracielle Batista Pereira Brandão
¹Acadêmicas do 4º período do curso de Medicina - FUNORTE
²Enfermeira pós-graduada da especialização em Saúde da Família
Autor para correspondência:
Bárbara Laurence Nunes Borborema
Rua Carlos Murilo Ribeiro, 40 – Vila Regina
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39.400-564
Email: [email protected]
RESUMO
Introdução: A úlcera por pressão (UP) é definida como qualquer lesão provocada por pressão
contínua e prolongada mantida sobre a superfície da pele, geralmente entre uma proeminência óssea
e uma superfície dura, que causa dano ao tecido subjacente. No cuidado de Enfermagem domiciliar
prestado a uma pessoa idosa portadora de UP no âmbito da Saúde da Família, sentiu-se a
necessidade de uma avaliação que proporcionasse a visualização progressiva do processo cicatricial
da lesão e que orientasse a intervenção prestada. Optou-se, então, pelo uso do Pressure Ulcer Scale
for Healing (PUSH), que é um instrumento indicado para avaliação do processo de cicatrização de
UP. Objetivo: Dessa maneira, estabeleceu-se descrever o acompanhamento evolutivo de UP em
ambiente domiciliar utilizando o instrumento (PUSH). Material e Métodos: Para a realização deste
trabalho foi utilizado como metodologia o estudo de caso realizado nos meses de agosto e setembro
de 2007 em um domicílio acompanhado por uma Equipe de Saúde da Família na cidade de Montes
Claros – MG. Os dados foram coletados utilizando registros escritos e fotografias digitais. Para
acompanhamento do processo cicatricial adotou-se a escala PUSH. A família apresentou como
demanda o cuidado domiciliar das úlceras. Após avaliação das condições envolvidas no cuidado de
visita domiciliar feita pela enfermeira, discutiu-se entre a equipe um plano de cuidados que foi
apresentado para os cuidadores e os familiares. As UP passaram por três avaliações previamente
programadas para observar os parâmetros indicados pela escala descritos em evoluções semanais
pela enfermagem. Essa abordagem serviu como orientação para se repensar o cuidado prestado.
Resultados e Discussão: Embora tenha sido somente um caso, constatou-se que a utilização da
Escala PUSH atua orientando o raciocínio clínico do enfermeiro e da equipe além da fácil aplicação
e da detalhada anotação do processo cicatricial favorecendo uma assistência de qualidade e
cientificamente eficaz. Conclusões: Considera-se de grande valia sua utilização e indica-se o seu
uso em diferentes casos e clientelas assim como a realização de outros estudos no cenário do saúde
da família.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Abordagem da terapêutica farmacológica em crianças com febre maculosa
Bruno Porto Soares1
Tamara Carvalho Vasconcelos1
Joane de Souza Quaresma1
José Marcos Novais Tolledo1
Kaito Alves Carvalho Laube1
Letícia Andriolo Dunley 2
1
Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte.
2
Médica especialista em Medicina de Família e Comunidade.
Autor para correspondência:
Bruno Porto Soares
Rua Joviniano Ramos, 446, São José
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39400-437
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A febre maculosa é uma doença infecciosa aguda, de gravidade variável, causada pela
bactéria Rickettisia rickettsii, transmitida através da saliva de carrapatos Amblyomma cajennense
infectados. A evolução da doença pode se dar de forma assintomática, com sintomatologia discreta
até formas graves com elevada taxa de letalidade. Objetivo: identificar a abordagem da terapêutica
farmacológica em crianças com febre maculosa. Materiais e Método: Trata-se de uma revisão de
literatura realizada no período de junho a agosto de 2013 com 30 publicações datadas de 2008 a
2012 disponíveis nas principais bases eletrônicas de periódicos: SCIELO, BIREME e PUBMED.
Resultados e Discussão: Os agentes beta-lactâmicos e aminoglicosídeos não apresentam qualquer
atividade contra a riquétsia. As sulfas são absolutamente contraindicadas, pois agem como substrato
e fator de nutrição para o microrganismo, agravando o quadro clínico. Os únicos fármacos com
comprovada ação e eficácia são as tetraciclinas (doxiciclina) e o cloranfenicol. Em crianças graves,
o cloranfenicol é o fármaco de escolha e deverá ser utilizado por via endovenosa em doses de 50 a
100 mg/kg/dia, de 6 em 6 horas, até a melhora do quadro clínico geral, nunca ultrapassando 2g/dia.
Em pacientes com quadro menos grave, a preferência é pela doxiciclina, utilizada por via oral.
Alguns trabalhos têm demonstrado, clinicamente, sua maior efetividade no tratamento da febre
maculosa quando comparada ao cloranfenicol. Estudos in vitro comparando a susceptibilidade da
Rickettsia rickettsii aos dois fármacos também demonstram a superioridade da doxiciclina. Em
crianças, apesar de vários autores não recomendarem o uso de nenhuma tetraciclina em menores de
9 anos em função do efeito de pigmentação acastanhada dos dentes, recentemente a Academia
Americana de Pediatria fez recomendação do uso da doxiciclina, independentemente da idade, em
função de sua maior efetividade. A dose de doxiciclina empregada em crianças com menos de 45 kg
é de 2,2 mg/kg a cada 12 horas. Crianças com peso maior devem utilizar a dose do adulto.
Conclusão: O sucesso da terapêutica farmacológica está relacionado à precocidade e à
especificidade de sua instalação. A droga de escolha em casos leves e moderados é a doxiciclina.
Nos casos mais severos, que requerem internação e utilização de antibioticoterapia por via
endovenosa, o cloranfenicol é a droga utilizada, pela inexistência da doxiciclina parenteral no país.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Automedicação: uma crítica à perspectiva “top-donw”
Demerson Batista Vieira1
Marília Baeta Gontijo2
1
2
Acadêmico de Medicina/FUNORTE-ICS
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Demerson Batista Vieira
Rua Santa Marta, 1139, C,– São Judas
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39402-421
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: Em muitos estabelecimentos no Brasil, a comercialização dos medicamentos está a
cargo de leigos, proprietários e balconistas, oque facilitaria a compra e o consumo dos
medicamentos sem a prescrição médica, ou seja, a prática da “automedicação”. Entretanto, essa
perspectiva não deve ser avaliada isoladamente, uma vez que tanto o profissional médico, quanto o
paciente possuem responsabilidades na manutenção dessa prática. Objetivo: Identificar as
principais falhas da cadeia “Prescrição-comercialização-Consumo”, que favorecem a
automedicação. Materiais e Métodos: O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica, tendo como
bases de dados ferramentas de pesquisa como LILACS, SciELO, BVS e Ministério da Saúde.
Foram encontrados 11 artigos com o descritor “Automedicação e Padrões de Consumo”, utilizando
como critério de inclusão, artigos publicados em português no período de 2007 a 2013, relacionados
ao tema. Resultado: A automedicação é uma prática antiga e muito frequente no Brasil. É um
problema de saúde pública, pois é capaz de retardar o diagnóstico e a cura de inúmeras patologias,
onerando o sistema de saúde. Na perspectiva “Top-Down”, o balconista da farmácia, seja ele
farmacêutico ou não, e o médico são os únicos responsabilizados pela prática da automedicação.
Sendo o primeiro responsabilizado devido à facilitação da compra de medicamentos, com ou sem
prescrição médica e o último devido a equívocos na prescrição propriamente dita, como nas doses e
tempo de tratamento. Apesar de que, o maior prejudicado dessa cadeia de consumo seja o próprio
paciente, poucas pesquisas os têm responsabilizado pela prática da automedicação.
Conhecidamente, a falta de restrições ao acesso e a promoção e publicidade de medicamentos são
fatores que colaboram para o uso irracional e indiscriminado de medicamentos por parte da
população. Além disso, uma abordagem mais qualitativa sobre a automedicação propõe que tal
processo se deva também às expectativas e representatividade que o binômio “doença-cura” possui
nas diferentes camadas sociais. Essa proposta defende que as classes mais favorecidas
economicamente associam a terapêutica à ideologia de que o uso de medicamentos garantirá acesso
à saúde e ao bem-estar, indispensáveis a uma vida farta. Por outro lado, as classes menos
favorecidas usariam os medicamentos como forma de preservar sua fonte de renda, ou seja, sua
disposição física para o trabalho. Conclusão: As pesquisas mais recentes caminham para uma
mudança da perspectiva “Top-Down” para a “Bottom-up”, na qual uma racionalização do consumo
de medicamentos deve ser desenvolvida com os pacientes/consumidores.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Expressão de receptores estrogênicos no câncer de mama em homens
Éverton Gustavo Costa de Oliveira1
Bruno Porto Soares1
Rosana de Fátima M. de F. Braga2
¹ Acadêmico do cursodde Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas-FUNORTE.
² Médica especialista em Medicina de Família e Comunidade pela Universidade Estadual de Montes
Claros.
Autor para correspondência:
Éverton Gustavo Costa de Oliveira.
Rua João de Barro, 156 – Alcides Rabelo.
Montes Claros, MG, Brasil.
CEP. 39401-426
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O câncer de mama (CM) é neoplasia rara em homens, correspondendo a menos de 1%
dos tumores de mama e 0,17% dos carcinomas no sexo masculino. Observa-se pico de casos entre
60 e 70 anos no momento do diagnóstico. A incidência é mais elevada em negros e pacientes com
níveis estrogênicos elevados. O carcinoma do tipo ductal é mais prevalente, sendo rara a
apresentação lobular. A maioria dos casos é de carcinoma invasor e apenas 10% dos pacientes têm a
doença in situ. O diagnóstico é tardio por baixa suspeita clínica dos pacientes e dos médicos.
Diferente da mulher, o CM em homens evolui mais rápido pela baixa quantidade de tecido
gorduroso nestes. Diagnosticados no mesmo estágio, a sobrevida entre homens e mulheres é similar.
O tratamento padrão é o mesmo que em mulheres por falta de estudos específicos do CM
masculino. Este trabalho objetiva identificar a expressão de receptores estrogênicos no CM em
homens. Materiais e Métodos: O trabalho constitui-se numa revisão integrativa referenciada por
artigos disponibilizados nas bases SCIELO e LILACS utilizando os descritores: câncer de mama,
homens e receptores estrogênicos, no período de publicação de 1993 a 2013. Foram encontrados
257 artigos. Os artigos que se adequavam ao objetivo deste trabalho foram selecionados.
Resultados e Discussão: De acordo com a literatura, administração de estrogênios e doenças
relacionadas ao hiperestrogenismo como cirrose e Síndrome de Klinefelter predispõem ao
surgimento de CM em homens. A expressão dos receptores hormonais de estrógeno (RE) foi
identificada como importante fator preditivo entre pacientes com câncer de mama. Hoje esse
marcador é usado para definição do tratamento e estabelecimento do prognóstico da doença,
associados a variáveis clínicas e patológicas. Aproximadamente dois terços dos tumores da mama
expressam ativação para RE no núcleo tumoral, o que justifica o uso da terapia anti-estrogênica.
Estudos revelaram maior positividade para receptores de estrogênio e progesterona no CM
masculino em relação ao feminino, o que justifica a associação do CM a níveis elevados de
estrogênios. Para o RE a positividade varia de 70% a 90%. Conclusão: Ainda que alguns estudos
tenham relatado diferenças imuno-histoquímicas no CM masculino relacionadas a expressão de RE,
os estudos sobre o marcador nesse grupo epidemiológico são insuficientes para se basear qualquer
conduta clínica, demonstrando a necessidade de estudos mais aprofundados sobre o tema.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Impacto do tratamento hemodialítico na qualidade de vida relacionada à saúde do paciente
renal crônico
Fernanda Ataide Caldeira¹
Isadora Ataide Caldeira¹
Thays Dias Lopes¹
Janine Andressa Costa¹
Ana Luiza Silveira Ferreira¹
Karina Andrade de Prince²
¹
Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de
Montes Claros (MG), Brasil.
²
Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Faculdade de
Ciências Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente das Faculdades Integradas Pitágoras de
Montes Claros (MG), Brasil.
Autor para correspondência:
Fernanda Ataide Caldeira
Rua Gabriel Passos, 116, apto 501, Centro. Montes Claros, MG, Brasil,
CEP. 39400-112. E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A doença renal crônica consiste em uma lesão com perda progressiva e irreversível da
função dos rins mantida por pelo menos três meses. É uma das doenças de curso crônico que gera
grande morbidade e incapacidade. Devido a perda progressiva da função renal a alternativa para se
manter a vida é o tratamento dialítico contínuo. O uso constante e intenso da hemodiálise pode
ocasionar grande impacto na qualidade de vida relacionada à saúde, devido ao seu potencial de
afetar o paciente como um todo, o que abrange aspectos biológicos, psicológicos e sociais.
Objetivo: Esse estudo teve como objetivo avaliar o impacto do tratamento hemodialítico na
qualidade de vida relacionada à saúde do paciente renal crônico. Material e métodos: Realizou-se
uma revisão da literatura através das bases de dados LILACS, SciELO e MEDLINE no período de
2004 a 2013. Foram selecionados dez artigos por meio dos descritores: qualidade de vida,
hemodiálise, doença renal crônica. Resultados e Discussão: Pessoas dependentes da hemodiálise
estão submissas a consideráveis alterações da qualidade de vida, advindas das limitações das tarefas
corriqueiras pela condição crônica. Inicialmente, as funções biológicas sofrem consequências,
acarretando perturbações nos sistemas muscular, esquelético, cardiovascular, epitelial e
gastrintestinal. Os pacientes podem consequentemente apresentar envelhecimento precoce, edema,
emagrecimento e diminuição da tonalidade da pele. O estresse é outro elemento regular na vida dos
dependentes da hemodiálise, pois a máquina se associa a sua autoimagem, simbolizando sua vida.
Também são agentes estressantes o medo do incorreto funcionamento da máquina, e a insegurança
financeira devido à demissão do emprego ou aposentadoria precoce. Conclusões: A qualidade de
vida está comprovadamente afetada no paciente renal crônica em tratamento hemodialítico.
Portanto, o amparo psicológico e participação da família são de intensa importância para pacientes
com doença renal crônica, uma vez que o tratamento dialítico pode causar desordens emocionais e
psíquicas, tais como depressão, angústia e um estado de dissolução dos desejos que sinalizam para
uma situação de empobrecimento e vida.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Câncer de mama masculino: relação dos principais marcadores tumorais com o prognóstico
Higor Frederico Martins Rodrigues¹
Lílian Márcia Costa Andrade¹
Maria Clara Gomes Oliveira¹
Clarissa Santos Rodrigues¹
Milson Carvalho Quadros Júnior2
Jadson Rabelo Assis3
¹Acadêmicos do Curso Médico das Faculdades Integradas
do Norte de Minas (FUNORTE)
2
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.
Graduando em Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas.
3
Mestre em Promoção de Saúde e Docente do Curso Médico
das Faculdades Integradas do Norte de
Minas(FUNORTE)
Autor para correspondência:
Higor Frederico M. Rodrigues. Rua Camélia, 419 – Sagrada Família. Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39401-020. E-mail: [email protected]
Introdução: O carcinoma da mama masculina é uma rara neoplasia, com incidência
expressivamente inferior quando comparada à da mama feminina. Os marcadores tumorais são
substâncias presentes no tumor, no sangue ou em outros líquidos biológicos, produzidos
primariamente por ele ou, secundariamente pelo paciente, em resposta à presença do tumor. A
identificação dos marcadores tumorais nesse tipo de câncer torna-se relevante, pois pode predizer o
comportamento tumoral, fator determinante na progressão clínica da doença. Objetivo: Descrever
os marcadores tumorais mais prevalentes e de maior relação com o prognóstico no câncer de mama
masculino em comparação ao câncer de mama feminino. Material e Métodos: Trata-se de uma
revisão sistemática de artigos selecionados nos últimos 10 anos, realizada no período de junho a
julho de 2013. Os bancos de dados utilizados foram scielo, bireme e medline. Resultados e
Discussão: De acordo com vários autores, os marcadores de receptores hormonais (RH) mostraram
maior taxa de positividade em relação ao câncer de mama feminino, superior a 90% contra 70%
para o receptor de estrogênio e de 80% a 90% para o receptor de progesterona em homens versus
60% em mulheres, tendo a positividade dos RH relação com melhor resposta à terapia hormonal e
um melhor prognóstico. Poucos estudos avaliaram o receptor do fator de crescimento epidérmico
humano (EGFR/HER1) em homens, com resultados conflitantes quanto à positividade encontrada,
variando de 20% a 76%, em mulheres é expresso em 30% a 60%. O EGFR/HER1 representa um
fator de prognóstico negativo, pois apresenta correlação inversa com os receptores de estrogênio. O
receptor para o fator de crescimento epidérmico humano dois (HER2) tem demonstrado uma
associação entre sua amplificação e um mau prognóstico. Atualmente, acredita-se que esse
marcador seja menos expresso em homens do que em mulheres. O p53, em homens com câncer de
mama, expressou-se de forma mista: similar ao das mulheres em alguns trabalhos e em outros
menos frequentes. A expressão aumentada do p53 está associada, segundo alguns autores, a tumores
mais agressivos e a um pior prognóstico. Conclusão: As divergências na literatura são muito
discutidas, chegando-se à conclusão que os marcadores tumorais para serem utilizados como fatores
prognósticos do câncer de mama necessitam de mais estudos.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Grau de dependência de idosos diabéticos atendidos pela estratégia saúde da família
Iuri Braga de Oliveira1
Lorena Roseli Rios2
Larissa Silva Teixeira2
Maria Aparecida Vieira 3
Danilo Cangussu Mendes 4
João Marcus Oliveira Andrade5
¹ Graduando em Medicina pelas Faculdades Unidas do Norte de Minas (FUNORTE)
Graduada em enfermagem e Pós-graduada em Saúde da Família pela Universidade Estadual de
Montes Claros (UNIMONTES).
3
Graduada em Enfermagem e Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Doutoranda em Ciências da Saúde da Escola Paulista de Enfermagem pela Universidade
Federal de São Paulo.
4
Graduado em Odontologia pela Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES).
Especialista em Saúde da Família, Mestre em Cuidado Primário em Saúde e Doutorando em
Ciências da Saúde pela (UNIMONTES).
5
Enfermeiro Especialista em Saúde da Família. Mestre em Ciências da Saúde e Doutorando em
Ciências da Saúde pela (UNIMONTES).
2
Autor para correspondência:
Iuri Braga de Oliveira. Rua Coronel João Maia, 92 – Bairro: Alto São João.
Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39400-338. E-mail: [email protected]
Introdução: Nos últimos anos, ocorreram modificações significativas nos padrões demográficos e
de saúde da população mundial, acarretando um crescimento expressivo da população idosa. O
conjunto das alterações fisiológicas e patológicas vivenciadas pelos idosos culmina com a crescente
dependência. A dependência pode ser considerada como um estado em que as pessoas se encontram
por razões ligadas à falta ou perda de autonomia (física, psíquica, social), de necessidade de ajuda
para realizar as Atividades Básicas e Instrumentais da Vida Diária. É um problema grave de saúde
que interfere na qualidade de vida do idoso. Objetivo: Este estudo objetivou identificar o grau de
dependência de idosos diabéticos atendidos pela Estratégia Saúde da Família no município de
Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Material e Métodos: Estudo transversal descritivo.
Participaram do estudo 157 idosos diabéticos residentes em área de abrangência de sete unidades da
Estratégia Saúde da Família. Os dados foram coletados pelo Questionário de Caracterização de
Idosos Diabéticos e pela Escala de Katz. A associação dos dados foi conduzida por análises
descritiva. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com parecer nº 2661/2011.
Resultados e Discussão: A maioria dos idosos é do sexo feminino (n=102; 55,0%), com idade
entre 60-69 anos (n=82; 52,2%), casados/amasiados (n=80; 51,0%), católicos (n=101; 64,3%),
alfabetizados (n=91; 58,0%), com renda familiar entre 1 e 2 salários mínimos (n=93; 59,2%), em
uso contínuo de 1 a 2 medicamentos/dia (n=74; 47,1%) e sem outras doenças crônicas (n=48;
30,6%). O grau de dependência foi observado em 31,8% (n=50), a dependência parcial em 15,3%
(n=24) e a dependência total em 52,9% (n=83), sendo que os idosos apresentam melhor capacidade
de execução das atividades de alimentação (68,8%; n=108) e continência (70,1%; n=110).
Conclusão: Assim, o presente estudo sugere a necessidade de acompanhamento contínuo na
prevenção da incapacidade funcional desse grupo populacional.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Fatores predeterminantes para o desencadeamento da diabetes mellitus gestacional
Janine Andressa Costa¹*
Thays Dias Lopes¹
Fernanda Ataide Caldeira¹
Isadora Ataide Caldeira¹
Ana Luiza Silveira Ferreira¹
Karina Andrade de Prince²
1
Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades
Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil.
2
Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela
Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente
das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil.
Autor para correspondência:
Thays Dias Lopes. Rua Santa Terezinha, 201, apto 203 - Cidade Nova
Montes Claros, MG, Brasil, CEP. 39400-468
E-mail: [email protected]
Introdução: Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) é definida como uma intolerância a
carboidratos, resultando em hiperglicemia, com início ou diagnóstico na gestação. Sua
fisiopatologia é decorrente da elevação de hormônios contra-reguladores da insulina, pelo estresse
imposto pela gravidez e a fatores predeterminantes genéticos ou ambientais, como obesidade, idade
avançada, fatores emocionais e história familiar. No Brasil, cerca de, 5,9 % de toda a população é
portadora dessa enfermidade. Objetivo: Conhecer na literatura os fatores predeterminantes da
DMG. Material e Método: Realizou-se uma revisão da literatura através das bases de dados
LILACS, SciELO e MEDLINE no período de 2009 a 2013. Foram selecionados dez artigos por
meio dos descritores: diabetes mellitus gestacional, fatores de risco e rastreamento. Resultados e
Discussão: Foram encontrados vários fatores de risco relacionados com a DMG, porém muitos
ainda são controversos, como tabagismo, baixo peso ao nascer, baixa estatura, multiparidade, raça e
fatores sociais. Tal fato se deve a inexistência de mecanismos que explicam seu envolvimento na
patogênese. Dentre os fatores de risco relevantes inclui-se idade avançada, obesidade, fatores
emocionais e história familiar. Existe uma relação entre obesidade e DMG, pois a resistência à
insulina, secundária ao acúmulo de gordura intra-abdominal, provoca alteração pancreática comum
nas mulheres predispostas a tal patologia. Os hábitos alimentares e o sedentarismo vão determinar o
excesso de peso gestacional, e a partir de então, sua influencia na DMG. Em relação à idade, a partir
dos 25 anos o metabolismo é modificado e o sedentarismo passa a ser frequente, o que podem
contribuir na alteração do perfil hormonal com elevação dos hormônios contra-reguladores da
insulina, levando ao desenvolvimento da doença.O próprio estresse emocional pode influenciar nas
funções metabólicas e levar ao aumento de cortisol e outros hormônios hiperglicemiantes. Por fim,
a história familiar, pois a genética pode ser um determinante dessa enfermidade. Conclusões: A
gestante com fatores de risco modificáveis para o DMG deve receber acompanhamento médico a
fim de extinguir tais riscos. Já a gestação com fatores de risco não modificáveis deve ser
cuidadosamente planejada, mantendo, sobretudo, o controle glicêmico adequado. Recomenda-se
que o rastreamento do DMG seja universal, independente da predisposição, devido aos riscos
impostos a gestante e ao concepto por essa enfermidade.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Endocardite infecciosa e uso de drogas injetáveis – uma revisão de literatura atualizada
Jéssica Santiago Dias¹
Izabela Andrade Ferreira¹
Letícia Gomes Pereira¹
Luara Mychelle Silveira Neres¹
Ana Clara Cruz Braga¹
Américo Alves de Almeida Júnior²
¹Acadêmicos do curso de Medicina do Instituto de Ciências da Saúde- Funorte
² Médico graduado pelo Instituto de Ciências da Saúde- Funorte
Autor para correspondência:
Jéssica Santiago Dias
Rua Espírito Santo, nº 31, apt 1001, Ibituruna
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39401-349
Email: [email protected]
RESUMO
Introdução: A Endocardite Infecciosa (EI) é uma condição decorrente da colonização da superfície
endocárdica, cuja lesão característica é a vegetação, acometendo principalmente valvas, além de
cordoalhas, endocárdio mural e shunts. Taxa de incidência desta patologia é entre 1,7 à 6,2 por
100.000 na população em geral, e manteve-se essencialmente inalterada nas duas últimas décadas.
Condições predisponentes da EI são cardiopatias congênitas, acometimento por Febre Reumática,
entre outras, porém destaca-se aqui a associação com o uso de drogas injetáveis devido ao caráter
prevenível desse fator. Objetivo: Revisar a correlação do uso de drogas injetáveis com o
desenvolvimento da Endocardite Infecciosa. Métodos: Estudo baseado numa revisão de literatura
tendo como referência artigos publicados a partir do ano 2000 nas bases de dados do PUBMED,
MEDLINE e SCIELO, referências de livros e teses, usando palavras-chave como Endocardite
Infecciosa, Staphylococcus aureus, Drogas injetáveis. Resultados: Verificou-se que a incidência de
EI em usuários de drogas injetáveis (UDI) pode ser trinta vezes mais alta que na população geral e
quatro vezes mais alta que o risco em adultos com cardiopatia reumática. Bactéria Staphylococcus
aureus é o principal agente etiológico envolvido no desenvolvimento da EI e apresenta elevada
virulência, evolução clínica aguda e grandes taxas de morbimortalidade. Valva tricúspide é mais
acometida (60% à 70%), seguida da mitral e aórtica (20% à 30%), neste caso. Manifestações
clínicas da EI nos UDI estão relacionadas à alta frequência do acometimento do lado direito do
coração, com repercussões importantes no sistema respiratório - pneumonia bilateral e formação de
múltiplos abscessos pulmonares. Êmbolos pulmonares sépticos são encontrados em cerca de 75%
dos casos, particularmente em pacientes infectados por S.aureus. Os pacientes podem apresentar
expectoração, hemoptise, dor torácica pleurítica e achados radiológicos iniciais que sugerem
pneumonia. Conclusão: Diante dos estudos, as características clínicas e o prognóstico dos pacientes
com EI associada ao uso de drogas injetáveis é significantemente diferente dos pacientes não
usuários. Os UDI foram menos propensos a terem um curso clínico benigno e apresentaram uma
maior frequência de complicações sépticas. Tais achados demonstram a importância da
estratificação de risco e estratégia de tratamento modificada em UDI que desenvolvem EI.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Esclerose múltipla: uma abordagem genética
Keloton Evangelista Mendes¹
Luís Gustavo Biondi Soares¹
Tamara Carvalho Vasconcelos2
Bruno Porto Soares2
Joane de Souza Quaresma2
Kaito Alves Carvalho Laube2
Viviane Braga Lima3
1
Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes
2
Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – Funorte.
3
Médica de Família e Comunidade
Autora para correspondência:
Tamara Carvalho Vasconcelos
Rua Juca Macedo, 583, Funcionários
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39401-044
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A esclerose múltipla (EM) é a desordem inflamatória desmielinizante mais comum do
sistema nervoso central (SNC), de natureza autoimune, mediada por linfócitos Th1, caracterizada
por episódios repetidos de disfunção neurológica com remissão variável. Objetivo: relacionar os
genes associados com esclerose múltipla e a predisposição genética para o desenvolvimento da
doença. Materiais e Métodos: Este trabalho constitui-se de uma revisão de literatura nos acervos
de livros médicos disponíveis na biblioteca central da Universidade Estadual de Montes Claros,
bem como artigos disponíveis nas principais bases eletrônicas de periódicos: BIREME e SCIELO
no período de março a junho de 2013, tendo as referências datadas de 2009 a 2013. Resultados e
Discussão: Trata-se de uma doença com caráter poligênico e cada gene influencia a
susceptibilidade genética ao desenvolvimento da EM, em pequena intensidade, 80% desses genes
relacionados à doença são imunológicos. Há indícios de que os genes HLA, principalmente os de
classe
II,
das
sub-regiões
DR
e
DQ
estejam
envolvidos.
O
haplótipo
DRB1*15O1.DQA1*0102.DQB1*0602 referente ao fenótipo DR2.Dw2.DQ6 foi encontrado em
associação positiva em vários estudos realizados em populações caucasoides. O desequilíbrio de
ligação entre os genes DR e DQ dificulta o reconhecimento da contribuição individual de cada
alelo. Cerca de 20% dos pacientes com EM têm ao menos um parente acometido pela mesma
doença. Comparado à população em geral, os parentes em 1º grau de doentes com EM apresentam
um risco de 20 a 40 vezes maior de desenvolver a enfermidade. Além disso, a influência genética na
predisposição à EM é também sugerida devido à taxa de concordância da doença em gêmeos
monozigóticos (30%) ser seis vezes maior que entre os gêmeos dizigóticos (5%). Conclusão:
Através desse estudo concluímos que a Esclerose Múltipla tem bases genéticas envolvidas no
desenvolvimento de sua patogenia autoimune, modulando a susceptibilidade a doença da população
em geral.
50
Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Impacto do exercício físico no tratamento da miastenia gravis
Luís Gustavo Biondi Soares1
Tamara Carvalho Vasconcelos2
Bruno Porto Soares2
Joane de Souza Quaresma2
Kaito Alves Carvalho Laube2
Keloton Evangelista Mendes1
Viviane Braga Lima3
¹ Acadêmicos do curso de Medicina da Universidade Estadual de Montes Claros.
² Acadêmicos do curso de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas.
³
Médica de Família e Comunidade
Autor para correspondência:
Luís Gustavo Biondi Soares
Av. Deputado Esteves Rodrigues, 21 Apto 403, Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP: 39400-00
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: Miastenia gravis (MG) é uma doença autoimune caracterizada pelo acometimento da
junção neuromuscular, causada por autoanticorpos contra os receptores nicotínicos da acetilcolina
(anti AChR). Esse distúrbio na transmissão do impulso nervoso para o músculo esquelético gera um
quadro clínico de fraqueza muscular, inicialmente na face, mas que pode tornar-se generalizada,
acometendo também os membros, geralmente após repetidos movimentos. Objetivo: Discutir
sobre o impacto do exercício físico no tratamento da Miastenia Gravis. Materiais e Métodos: Este
estudo constitui-se de uma revisão de literatura tendo como referência artigos indexados publicados
nos últimos cinco anos nas bases de dados MEDLINE e Scielo, assim como referências de teses de
mestrado por meio de palavras-chave – Miastenia Gravis, Exercício Físico e Tratamento -, onde se
estabeleceu o impacto do exercício físico no tratamento da Miastenia Gravis. Resultados e
Discussão: Os efeitos dos exercícios físicos na MG ainda não foram suficientemente abordados na
literatura. Alguns estudos evidenciam a importância do treinamento físico, no ganho de força
muscular e resistência à fadiga, em pacientes portadores de MG leve. Os autores relatam que é
possível realizar treinamento de fortalecimento dinâmico em pacientes com MG leve embora seja
preciso mais estudos para avaliar a variação da fadigabilidade. Atividades musculares que utilizam
cargas elevadas e baixo numero de repetições visam promover a hipertrofia muscular. Já as
atividades que utilizam menor intensidade de carga, porém com repetições prolongadas, tendem a
melhorar a resistência muscular. A melhora da resistência muscular esquelética está associada ao
aumento da capacidade oxidativa devido aos altos níveis de enzimas oxidativas, grande quantidade
de substratos de lipídeos e glicogênio, além do aumento do número de capilares. Conclusão:
Embasando-se nos resultados obtidos, o treinamento físico dos pacientes miastênicos levemente
comprometidos revela certa eficiência na melhora da resistência e força muscular, facilitando, dessa
forma, tanto a recuperação de quadros agudos da crise miastênica como a manutenção das
atividades de vida diárias.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
A importância dos métodos diagnósticos do câncer gástrico: uma revisão de literatura
Majlla Magalhães Silva1
Anderson Frederico Oliveira Dias1
Pedro Henrique Souza Reis1
Iuri Braga de Oliveira1
Lorenna Rabelo Oliveira Leal2
Antônio Sérgio Barcala Jorge3
1
Acadêmicos de Medicina-Faculdades Unidas do Norte de Minas-FUNORTE.
2
Acadêmica de Medicina -Faculdades Integradas Pitágoras.
3
Médico-Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES.
Autor para correspondência:
Majlla Magalhães Silva
Rua São Paulo, 372 apt 206 – Todos os Santos
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-124
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O câncer gástrico é o quarto câncer mais prevalente no mundo e permanece como a
segunda causa de morte por neoplasia no mundo.No Brasil, o câncer gástrico é a quinta neoplasia
mais incidente.A etiologia é multifatorial: fatores genéticos, epigenéticos e ambientais interagem e
contribuem para a origem e progressão desse tumor.Não há sintomatologia patognomônica para o
diagnóstico do câncer gástrico, pois os sintomas são vagos e inespecíficos, fato que justifica o
diagnóstico tardio e a realização dessa revisão.Objetivo:Realizar uma revisão de literatura acerca
dos métodos diagnósticos do câncer gástrico,destacando a importância de cada um.Material e
Métodos: Foi feita uma revisão bibliográfica nas seguintes bases de dados: PubMed, Lilacs,
Medline e Scielo.Foram elegíveis artigos publicados do período de 2001 a 2009, e utilizamos os
seguintes indexadores: câncer gástrico, métodos diagnósticos, técnicas radiológicas, endoscopia e
marcadores biológicos.Resultados e Discussão: As técnicas utilizadas são radiológicas,
endoscópicas e marcadores biológicos. A seriografia esofagogastroduodenal, recebe destaque
dentre as técnicas radiológicas,é utilizada de forma complementar às técnicas endoscópicos e é
importante para avaliar o subtipo infiltrativo difuso.A ressonância magnética, ultrassonografia e
tomografia computadorizada são úteis para a detecção de extensão locorregional e pesquisa de
metástases à distância.Já a endoscopia digestiva alta destaca-se pelo fato de permitir a avaliação
macroscópica e confirmação histopatológica da lesão. Os marcadores tumorais são macromoléculas
que se encontram no tumor e líquidos biológicos.O achado dessas substâncias está intimamente
relacionado com a gênese e o crescimento de tumores.Por essa razão são usados no
acompanhamento dos pacientes com câncer, dando suporte nos processos de diagnóstico,
estadiamento, avaliação de resposta terapêutica, detecção de recidivas e prognóstico.Para o câncer
gástrico, os marcadores usados são o CA 72.4(o mais sensível) CEA e o CA 9.9.Conclusão: Nessa
revisão, percebemos que as técnicas radiológicas e endoscópicas têm utilidade limitada visto que
são úteis apenas para fase estabelecida da neoplasia. Destacamos, por outro lado, os marcadores
biológicos, que além de serem alvo de vários estudos, possuem empregabilidade maior que as
demais técnicas.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Avaliação da qualidade de vida em mulheres climatéricas atendidas nas ESF’s de Montes
Claros-MG
Mariana de Paiva Oliveira1
Lucianne Vanelle Sales Freitas1
Josiane Santos Brant Rocha2
1
Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes
Claros (MG), Brasil
2
Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro-UTAD
Ator para correspondência:
Mariana de Paiva Oliveira
Rua Irmã Beata, nº 18, apto. 804, Centro
Montes Claros, MG, Brasil, CEP: 39400-110
E-mail: [email protected],
RESUMO
Introdução: A mulher ganhou maior destaque nas pesquisas que visam avaliar a qualidade de vida
na fase do envelhecimento. Isso devido às particularidades que envolvem o processo de senilidade
feminina e quanto aos sintomas climatéricos que afetam a qualidade de vida das mulheres, por
estarem associados a fatores psicossociais e culturais. Objetivos: Avaliar os sintomas presentes no
climatério que podem interferir na qualidade de vida de mulheres climatéricas entre 40 e 65 anos.
Material e Métodos: Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e descritivo. A qualidade de
vida no climatério foi investigada através da Menopause Rating Scale – MRS, sendo um
questionário contendo 11 questões sobre três domínios relacionados a esse período da vida da
mulher: sintomas somato-vegetativos, urogenitais e psicológicos. A amostra consistiu em 340
mulheres climatéricas, atendidas nas Estratégias de Saúde da Família (ESF’S), conveniadas às
Faculdades Integradas Pitágoras, do município de Montes Claros – Minas Gerais, no período de
abril/maio de 2013. A pesquisa foi submetida à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Estadual de Montes Claros: Nº 311.628/2013. As participantes, esclarecidas sobre a
pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados foram
apresentados como média ± de desvio padrão para o score de qualidade de vida. Resultados: A
maioria das mulheres entrevistadas (23,2%) se encontrava na faixa etária entre 59 e 65 anos de
idade. As médias dos sintomas encontrados foram: falta de ar (1,55±1,486), mal-estar (1,14±1,306),
sono (1,32±1,480), ânimo (1,44±1,426), irritabilidade (1,57±1,491), ansiedade (2,05±1,556) e
esgotamento físico (1,65±1,399). Discussão: As mulheres no período do climatério estão sujeitas a
oscilações comportamentais e de humor, que podem se exteriorizar através da irritabilidade,
depressão, nervosismo e ansiedade. No presente estudo, a ansiedade foi a característica biológica
mais prevalente, devendo-se investir então na promoção da saúde para o seu controle, uma vez que
a ansiedade climatérica é fator de risco para doenças psiquiátricas sérias. Conclusão: Diante do
relato sobre os sintomas e desconfortos fisiológicos no período do climatério na amostra
entrevistada, o estudo chama a atenção para a necessidade de maior cuidado em saúde para as
mulheres climatéricas, uma vez que elas são caracterizadas como um grupo populacional crescente,
à medida que aumenta a expectativa de vida.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Perfil ginecológico de mulheres climatéricas diagnosticadas com Diabetes Mellitus tipo 2 em
Montes Claros-MG
Natália Gonçalves Santana Rocha1
Ana Paula Machado1
Guilherme Veloso Gomes1
Ronilson Ferreira Freitas2
Vivianne Margareth Chaves Pereira Reis3
Josiane Santos Brant Rocha4
1
Acadêmicos do curso de Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras
2
Acadêmico do curso de Farmácia, Faculdades Integradas Pitágoras
3
Mestre Avaliação Física nas Atividades Físicas e Desportivas pela
Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD.
4
Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD.
Autor para correspondência:
Natália Gonçalves Santana Rocha. Rua Iguaçú, 95 – Sumaré
Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39402-761. E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome resultante de um distúrbio no metabolismo
de açúcares, gorduras e proteínas que acomete pessoas em todo o mundo. Objetivo: Analisar o
perfil ginecológico de mulheres climatéricas portadoras de Diabetes Mellitus Tipo 2. Metodologia:
Trata-se de estudo transversal e quantitativo, onde foram entrevistadas 95 mulheres climatéricas
diagnosticadas com Diabetes Mellitus tipo 2, atendidas nas Estratégias de Saúde da Família do
município de Montes Claros-MG, através de questionário ginecológico e sociodemográfico, após
aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa das FIPMoc, sob o parecer de número: 038757/2012, e
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. A análise baseou-se na avaliação dos
fatores ginecológicos (estado menopausal, tipo de menopausa, sintomas de menopausa, número de
partos e relações sexuais) e sociodemográficos (idade, cor da pele, grau de instrução, estado marital
e renda). Foi utilizada análise descritiva através de porcentagem, utilizando-se o programa
estatístico SPSS versão 20.0. Resultados e Discussão: A amostra foi composta, em sua maioria
(56,3%), por mulheres com média de idade de 59 a 65 anos, pardas (49%) e grau de instrução igual
ou inferior a 5 anos de estudo completo (47,9%), apresentando companheiro fixo (65,6%) e com
renda entre 1 e 2 salários mínimos (53,1%). Quanto aos fatores ginecológicos, a maior prevalência
foi de mulheres na pós-menopausa (68,8%), com menopausa natural (83,3%), sendo o
principal sintoma relatado os fogaços (46,9%), com vida sexual ativa (50%) e média igual ou
superior a 3 partos por mulher (67,7%). Nos últimos anos, devido à crescente urbanização e
conseqüentemente alteração no estilo de vida, o número de pessoas portadoras dessa enfermidade
tem aumentado notoriamente sendo que a idade de maior freqüência do Diabetes Mellitus Tipo 2 se
dá após os 40 anos, com o maior pico em torno dos 60 anos, sendo muito frequente entre mulheres
climatéricas, período este conhecido como fase de transição entre a fase reprodutiva para a não
reprodutiva e se caracteriza pelo déficit de estrogênio pelos ovários. Conclusão: Conclui-se que as
mulheres em sua maioria estavam na pós menopausa, apresentavam fogachos como principal
sintoma e baixo grau de instrução, o que reforça a necessidade de existir uma atenção maior para
mulheres climatéricas.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Relação entre ansiedade e qualidade de vida em mulheres no climatério
Rafael Dourado Borges¹
Frederico Raelmi Lopes Nobre¹
Juliana Cristina de Souza¹
Nayara Caetano Agapito¹
Josiane Santos Brant Rocha²
¹ Acadêmicos do curso de Medicina/ Faculdades Integradas Pitágoras
² Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD
Autor para correspondência:
Rafael Dourado Borges
Rua Espírito Santo, 220 – Ibituruna
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39401-349
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A presença da ansiedade é considerada um fator que altera a qualidade de vida da
mulher climatérica, sendo aquela influenciada tanto por fatores biológicos, quanto por fatores
culturais e psicossociais. Essa associação pode ser feita em decorrência da redução progressiva dos
estrogênios, uma vez que esse esteroide exibe nítida ação ansiolítica. Objetivo: Destacar a
incidência de ansiedade em mulheres climatéricas relacionando com a qualidade de vida das
mesmas. Material e Métodos: Foram entrevistadas 340 mulheres, com idade de 40 a 65 anos
acompanhadas pelas Estratégias de Saúde da Família (ESF’s) Morrinhos, Maracanã e Clarisse
Ataíde da cidade de Montes Claros, MG. Para análise estatística dos dados, utilizou-se Programa
SPSS, na versão 20.0 para o Windows. Os estudos estatísticos não paramétricos aplicados para
comparação entre duas variáveis foram a Análise Mann-Whitney e para comparação entre mais de
dois grupos de variáveis foi utilizado o teste não paramétrico de Kruskal-Wallis. Adotou-se como
nível de significância estatística o valor de p menor que 0,05. Resultados: A relação observada
entre ansiedade e qualidade de vida foi significativa. A ansiedade apresentou "Mean" 2,05;
relacionando o fator ansiedade com o IMC calculado, mulheres normais com N=105, sobrepeso
com N=123 e obesas com N=100 apresentaram o "Mean Rank" com valor de 159,61, 172,64 e
180,39 respectivamente para tais classificações; ao relacionar ansiedade com atividade remunerada
dessas mulheres foi revelado que 189 das 340 mulheres não exerciam nenhuma atividade e
colocação no “Mean Rank” 176,15, enquanto que 151 mulheres exerciam com “Mean Rank”163,43
e p=0,224. Discussão: As mulheres obesas são mais acometidas por quadros de ansiedade do que o
restante das mulheres, visto que quanto maior o IMC, menor a qualidade de vida, já que o fator
psicológico aumenta proporcionalmente. Além disso, a condição socioeconômica exerce uma
influência direta no determinismo da ansiedade, em que mulheres desempregadas, apesar de terem
maior escolaridade mostraram-se ansiosas, sinalizando que o emprego e a renda, nos dias atuais,
representam importantes fatores de proteção contra a ansiedade. Conclusão: A prevalência de
ansiedade no estágio climatérico foi significativa, no qual a mulher apresenta-se mais sensível à
ansiedade, possivelmente em decorrência da redução progressiva dos estrogênios, tornando-se mais
vulnerável e instável, afetando diretamente sua qualidade de vida.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Sintomas depressivos nos acadêmicos de medicina
Ticiane Dias Prado1
Marília Baeta Gontijo2
1
2
Acadêmica de Medicina/FUNORTE-ICS
Médica graduada pela UNIMONTES, Professora da FUNORTE/ICS
Autor para correspondência:
Ticiane Dias Prado
Rua Barão do Rio Branco, 430, apt 01 – Centro
Montes Claros, MG, Brasil
CEP. 39400-075
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: A formação médica expõe o estudante de medicina a diversas situações estressantes e
o torna potencialmente vulnerável a processos patológicos, principalmente distúrbios emocionais.
Excessivas cargas horárias, exposição crônica a estressores inerentes ao ofício (lidar com dor e
morte), restrições das atividades sociais, pressão econômica, alta competitividade e outros fatores
podem comprometer as relações interpessoais e o desempenho acadêmico, além de contribuir para o
aparecimento de sintomas depressivos. A detecção precoce de sintomas de sofrimento psíquico é
extremamente importante para evitar a cronificação do transtorno depressivo e, de acordo com
novos estudos, evitar o desenvolvimento da Síndrome de Burnout, altamente prevalente nos
profissionais médicos. Objetivo: Observar a correlação existente entre a escola médica e o
desenvolvimento de sintomas depressivos em um grupo de acadêmicos e a importância da
identificação precoce dessa sintomatologia e os fatores associados. Materiais e Métodos: O estudo
trata-se de uma revisão bibliográfica, feito a partir da análise de artigos publicados nas bases de
dados LILACS e SciELO entre os anos de 2008 e 2012 e foram selecionadas as referências
relevantes para o levantamento de informações frente ao objetivo proposto. A análise foi feita
predominante com base em estudos transversais de amostra representativa dos acadêmicos de
medicina, nas quais foi utilizado para avaliação o Inventário de Depressão de Beck (IDB).
Resultado: A prevalência dos sintomas depressivos nos estudantes de Medicina é superior à média
encontrada na população geral. Há um maior predomínio de jovens, do sexo feminino e solteiros.
Acredita-se que esses resultados estejam relacionados às variáveis do processo ensinoaprendizagem e aos aspectos pessoais. Tristeza, anedonia, baixa auto-estima, perfeccionismo,
irritabilidade, desinteresse por pessoas, redução da capacidade de trabalho e cansaço excessivo
foram os itens do IDB mais pontuados. Conclusão: A partir dos dados obtidos nesta revisão
podemos concluir que a maioria dos pesquisadores concorda que os sintomas depressivos são
prevalentes durante a formação do médico e podem comprometer vida pessoal, desempenho
acadêmico e profissional futuro. A maioria dos estudos realizados nesta área é transversal e não
multicêntricos, portanto são cabíveis novas pesquisas de acompanhamento longitudinal. Além
disso, é fundamental a criação de programas preventivos de atendimento aos alunos que
possibilitem identificar e minimizar o sofrimento emocional.
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ISSN 2317-3092
Depressão pós-parto no âmbito da estratégia saúde da família
Francinne Possidônio Leão1
Lais Pereira Viana1
Fernanda Amaral Soares1
Amanda Miranda Ferreira1
Gláucia Mendes de Almeida2
Taynna Possidônio Leão³
1
Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes
Claros (MG), Brasil.
2
Graduada em Enfermagem pelas Faculdades Santo Agostinho, Montes Claros (MG), Brasil.
³Enfermeira Pós-Graduada em Saúde Pública e Urgência e Emergência pela Faculdades Integradas
Pitágoras de Montes Claros (MG), Brasil.
Autor para correspondência:
Francinne Possidônio Leão. Rua G, Nº 64, João Botelho. Montes Claros, MG, Brasil.
CEP: 39.402-618. E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução e Objetivos: Depressão Pós-Parto (DPP) consiste numa perturbação emocional,
humoral e reativa, identificada em mulheres após o parto¹. A DPP é um importante problema de
saúde pública, afetando tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento de seu filho². É importante
a identificação de fatores de risco para a depressão no ciclo gravídico-puerperal e o conhecimento
sobre a vulnerabilidade biológica para os transtornos de humor no puerpério, para que haja a
prevenção, utilizando estratégias psicossociais, psicofarmacológicas e hormonais³. Este trabalho
teve o objetivo de verificar a ocorrência de DPP em puérperas atendidas pela Estratégia Saúde da
Família de Brasília de Minas e caracterizá-las quanto aos aspectos socioeconômicos, avaliando o
risco para DPP. Material e Métodos: Trata-se um estudo descritivo, quantitativo e exploratório.
Constitui-se universo da pesquisa todas as puérperas com partos ocorridos no período de maio a
outubro de 2010, cadastradas na ESF do município de Brasília de Minas – MG, residentes na zona
urbana. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário estruturado e
fundamentado na Edimburgh Postnatal Depression Scale (EPDS). Após treinamento com os
agentes comunitários de saúde (ACS), procedeu-se à coleta dos dados. Estes foram tabulados e
apresentados em gráficos, através do programa EXCEL/2007. Resultados e Discussão:
Participaram da pesquisa 63 mulheres, sendo que a maioria se encontrava na faixa etária de 26 a 30
anos (32%), apresentava escolaridade de ensino médio incompleto (32%), renda familiar de até 1
salário mínimo (51%) e eram casadas (46%). A última gestação não foi planejada por 63% delas,
81% relataram que nunca tiveram episódio de DPP e 83% não sentiram necessidade de procurar por
assistência psicológica durante a gestação. Dentre elas, 24% apresentaram escore ≥ a 12 na EPDS,
apresentando probabilidade de DPP, ressaltando que nenhuma delas foi detectada pela atenção
primária do município. Conclusões: Percebe-se dificuldade em detectar sofrimento psíquico no
puerpério, pois nenhuma das puérperas tinha diagnóstico de DPP e, no entanto, 24% delas
obtiveram probabilidade de estarem desenvolvendo depressão puerperal. É necessária a implantação
de estratégia de ação e capacitação profissional para que a equipe de saúde esteja apta para
identificar e assistir puérperas com sofrimento psíquico, visando a melhora da qualidade de vida da
família e a recuperação da mulher no puerpério.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Incidência e perfil epidemiológico da Hepatite B em Montes Claros-MG no período de
2003 a 2012
Lais Pereira Viana1
Fernanda Amaral Soares1
Francinne Possidônio Leão1
Amanda Miranda Ferreira1
Karina Andrade de Prince²
1
Acadêmicas do Curso de Graduação em Medicina das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes
Claros (MG), Brasil.
2
Doutoranda em Biociências e Biotecnologia Aplicadas à Farmácia pela Faculdade de Ciências
Farmacêuticas UNESP/ Araraquara (SP) e docente das Faculdades Integradas Pitágoras de Montes
Claros (MG).
Autor para correspondência:
Lais Pereira Viana. Rua Coimbra, Nº 51, Ibituruna. Montes Claros, MG, Brasil.
CEP. 39400-000. E-mail: [email protected].
RESUMO
Introdução: A hepatite B é doença infecciosa, causada por um vírus hepatotrópico, de estrutura
complexa. A doença é um problema de saúde mundial, principalmente em países em
desenvolvimento, e estima-se que um terço da população global esteja infectado com o vírus da
hepatite B. Objetivos Esse trabalho teve como objetivos conhecer a incidência e o perfil
epidemiológico da Hepatite B em Montes Claros, MG, entre os anos de 2003 a 2012. Material e
Métodos: Levantamento epidemiológico, descritivo, retrospectivo e de delineamento quantitativo.
Os dados foram obtidos através das notificações compulsórias de hepatite B registradas no Sistema
Nacional de Agravos de Notificação entre 2003 e 2012. Variáveis avaliadas: incidência, sexo, faixa
etária, etnia, escolaridade, forma clínica e fonte de infecção. Para calcular a incidência foram
utilizou-se os dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística juntamente com
o número de casos notificados. Resultados e Discussão: A incidência da hepatite B no município
aumentou no período de 2003 a 2007, diminuindo ano a ano a partir de 2008, tendo discreto
aumento nos anos de 2011 e 2012. Com relação ao sexo, houve maior notificação da infecção no
sexo masculino entre os anos de 2005 (100%), 2008 (71,54%) e 2011 (71, 43%), no sexo feminino
nos anos de 2006, 2009 e 2010, havendo igualdade do número de casos entre os sexos nos demais
anos. A faixa etária entre 20-39 anos foi a mais acometida (43,7%), e os indivíduos de etnia branca
e parda de e de baixa escolaridade representaram a maioria dos casos da doença no município. A
forma clínica mais diagnosticada foi a aguda (60,5%), e a fonte de infecção mais relatada foi o uso
de drogas injetáveis e o compartilhamento de seringas, com pouco mais de 30% em 2009 e 2010, e
100% dos casos nos anos de 2011 e 2012. Conclusões: Através desse estudo percebemos um
aumento do número de casos de Hepatite B entre os anos de 2006 a 2008 com um pico em 2007 e
declínio ao longo dos demais anos estudados. A queda do número de casos da doença ao longo
desses anos se deve à implantação das políticas públicas do Ministério da Saúde, como o Programa
Nacional de Hepatites Virais, cujo objetivo é a identificação precoce das hepatites, além do maior
acesso da população aos meios de informação, maior adesão à vacinação e maior proteção ao grupo
de risco que inclui indivíduos sexualmente promíscuos, hemodialisados, pacientes
imunodeprimidos e usuários de drogas.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Profilaxia do tromboembolismo venoso no tratamento de neoplasias malignas
Lílian Márcia Costa Andrade¹
Maria Clara Gomes Oliveira¹
Clarissa Santos Rodrigues¹
Higor Frederico Martins Rodrigues¹
Milson Carvalho Quadros Júnior²
¹Graduandos em medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas
² Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB. Graduando
em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do Norte de Minas.
Autora para correspondência:
Lílian Márcia Costa Andrade.
Rua Antônio Rodrigues, 529, São José
Montes Claros – MG - Brasil
CEP. 39400-349
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: O Tromboembolismo Venoso (TEV) resulta da formação de coágulos na circulação
venosa e apresenta-se sob a forma de uma trombose venosa profunda ou de uma embolia pulmonar.
A incidência do TEV em portadores de câncer é superior à população em geral, sendo, hoje, a
segunda causa de morte nesses pacientes. Fatores desencadeados por células cancerígenas induzem
o estado trombofílico, predispondo a coagulações constantes e óbito por embolia pulmonar. Diante
disso, a tromboprofilaxia se faz necessária a fim de prevenir agravos associados a tratamentos
cirúrgicos, quimioterápicos ou paliativos, assim como melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo destacar a importância de se conhecer as complicações
tromboembólicas no paciente oncológico a fim de evitá-las. Material e Métodos: Trata-se de uma
revisão de literatura de artigos publicados nos últimos 10 anos, realizada no período de agosto de
2013. Os bancos de dados utilizados foram Biblioteca Cochrane, LILACS, MEDLINE e SciELO.
Resultados e Discussão: No câncer, ocorre a liberação de substâncias pró-coagulantes que induzem
ativação da coagulação através de moléculas com propriedades pró-coagulantes, como o fator
tissular, fator pró-coagulante do câncer e citocinas inflamatórias. Além de fatores como tipo, estágio
e histologia do câncer, o tratamento também predispõe ao TEV. Os quimioterápicos podem levar à
redução das proteínas C e S, anticoagulantes naturais, desencadeando o TEV. Cirurgias oncológicas
podem causar estase venosa e hipóxia que favorecem a tendência pró-coagulante. Pacientes
expostos aos fatores de risco devem ser submetidos à tromboprofilaxia através de substância
anticoagulantes, como heparina não fracionada, heparina de baixo peso molecular, fondaparinux e
cumarínicos. Conclusão: O uso de tromboprofiláticos para a melhora do prognóstico desses
pacientes depende da estratificação de risco que eles apresentam e da seleção dos agentes mais
adequados e seguros para a profilaxia e o tratamento.
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Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Influência dos fatores sociodemográficos e clínicos na pós-menopausa
Juliana Cristina de Souza1
Nayara Caetano Agapito1
Rafael Dourado Borges1
Frederico Raelmi Lopes Nobre1
Josiane Santos Brant Rocha2
1
2
Graduandos em Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras
Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro- UTAD
Autor para correspondência:
Juliana Cristina de Souza
Rua Vicente de Paula Lopes, 82 – Cristo Rei
Montes Claros, MG, Brasil. CEP:39402-774
E-mail: [email protected]
RESUMO
Introdução: Nos últimos anos têm surgido indagações sobre os sintomas climatéricos e a tendência
ao comprometimento da qualidade de vida do crescente número de mulheres que vivenciam esta
fase. O conhecimento dos fatores relacionados às características sociodemográficas e clínicas pode
fornecer dados para interpretação dessas associações e pode, em princípio, sugerir medidas
preventivas. Objetivos: Caracterizar o perfil sociodemográfico e clínico de mulheres entrevistadas
nas Estratégias de Saúde da Família (ESF's) da cidade de Montes Claros, MG. Material e
Métodos: Estudo quantitativo, transversal e analítico, realizado no período de abril e maio de 2013.
Foram entrevistadas 340 mulheres com idade de 40 a 65 anos, cadastradas e acompanhadas. Para
análise estatística e descritiva dos dados, utilizou-se Programa SPSS, na versão 20.0 para o
Windows. Foi utilizado o teste não paramétrico aplicado para comparação entre duas variáveis,
Mann-Whitney, e para comparação entre mais de dois grupos de variáveis o teste não paramétrico
de Kruskal-Wallis. Adotou-se como nível de significância estatística o valor de p menor que 0,05.
Resultados e Discussão: Mulheres com faixa etária entre 40 e 44 anos representaram N=49, 45 a
49 anos N=77, 50 a 54 anos N=78, 55 a 59 anos N=57, 59 a 65 anos N=79. Com relação à cor
identificou-se que mulheres brancas representaram N=83; negras N=59; pardas N=192; amarelas
N=4; e indígenas N=2. Em relação aos anos de estudo completos observou-se que 121 possuíam
menos de 5 anos de estudo; 114 tiveram entre 5 e 9 anos de estudo e 105 afirmaram 10 anos ou
mais de estudo. Analisando-se o estado menopausal foram significativas as variáveis, irritabilidade
(p=0,009), ressecamento vaginal (p=0,000), ansiedade (p=0,002) e problemas musculares
(p=0,029). Mulheres na faixa de 40 a 44 anos apresentaram mais ansiedade e irritabilidade, o que
está relacionado ao impacto psicossocial dos primeiros sintomas da menopausa. As mulheres com
menos de 5 anos de estudo relataram maior intensidade dos problemas clínicos estando relacionados
à menor compreensão sobre o que se passa com seu corpo no período da menopausa. Conclusão: A
labilidade emocional dos primeiros anos da menopausa assim como a baixa escolaridade
representam um fator limitante para que a mulher atravesse de forma harmônica este período da
vida. Portanto, orientações devem ser oferecidas pelos serviços de saúde a fim de auxiliar essa
transição.
60
Rev Norte Min Enferm. 2013;2(esp)
ISSN 2317-3092
Perfil sóciodemográfico, ginecológico e prevalência de sintomas vasomotores em mulheres
climatéricas no município de Montes Claros-MG
Rafael Cândido Maia1
Natália Gonçalves Santana Rocha1
Carlos Rogério Cândido Maia1
Ronilson Ferreira Freitas2
Jaime de Sousa Rocha Sobrinho3
Josiane Santo Brant Rocha5
1
Acadêmicos do curso de Medicina, Faculdades Integradas Pitágoras
2
Acadêmico do curso de Farmácia, Faculdades Integradas Pitágoras
3
Farmacêutico e Bioquímico, Universidade Federal Ouro Preto
4
Doutora em Ciências do Desporto pela Universidade de Trás-os- Montes e Alto Douro – UTAD.
Autor para correspondência:
Rafael Cândido Maia
Avenida Ovídio de Abreu, 481, Apt. A, Centro. Montes Claros, MG, Brasil. CEP. 39400-068
E-mail: [email protected]
RESUMO
Objetivo: Identificar o perfil sóciodemográfico e ginecológico, bem como a presença do sintoma
fogacho em mulheres climatéricas. Metodologia: Estudo descritivo, de corte transversal, em que
participaram 340 mulheres inseridas no Estratégia de Saúde da Família de Montes Claros-MG. As
características sociodemográficas avaliadas foram: idade, cor da pele, anos de estudo, atividade
remunerada, renda familiar per capta e estado marital. Para análise dos dados ginecológicos foram
registradas as variáveis: estado menopausal, tipo de menopausa, sintomas da menopausa, número de
partos e relações sexuais. Os dados coletados foram analisados de forma descritiva e os mesmos
foram expressos em porcentagem. O presente estudo foi submetido para avaliação do Comitê de
Ética e Pesquisa da Unimontes, sendo aprovado sob o parecer de nº 311.628/2013. Resultados:
Observou-se que a maioria (59,9 %) das mulheres possuíam idade entre 40 e 54 anos, 56,5%
referiram a cor parda, 35.6% possuíam menos de 5 anos de estudos completos, a maioria (55,6%)
não exerciam atividade remunerada, enquanto 60,9% recebiam menos de 1 salário mínimo per capta
e 60.9% relataram companheiro fixo. Quanto ao estado menopausal, a maior parte das mulheres
estavam na pós-menopausa, sendo que em 68,2% ocorreu de forma natural, 57.6% mantinham
relações sexuais e 63,2% declararam três ou mais partos. Dentre os sintomas relatados o mais
comum foram os fogachos, além do aumento da sensibilidade emocional que estava relacionado
com o climatério, mas também com outros fatores como, solidão, incapacidade de realizar alguma
atividade remunerada, dentre outros. Discussão: Os resultados obtidos confirmam que a presença
de sintomas climatéricos como fogachos, sudorese, palpitação, tontura, ansiedade, irritabilidade,
cefaléia, depressão e insônia é muito elevada, confirmando-se que a transição climatérica tem um
grande impacto na vida dessas mulheres. Conclusão: Conclui-se que as mulheres em sua maioria
estavam na pós menopausa, apresentavam fogachos como principal sintoma e baixo grau de
instrução, o que reforça a necessidade de existir uma atenção maior para as mulheres climatéricas,
no sentido de melhorar sua qualidade de vida.
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ARTIGOS
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Técnicas de treinamento muscular respiratório utilizadas em terapia intensiva para eficácia
do desmame da ventilação mecânica
Respiratory muscle training techniques used in intensive care for effectiveness weaning from
mechanical ventilation
Milson Carvalho Quadros Júnior1
Marina Aguiar Pires Guimarães2
Iuri Braga de Oliveira3
Anderson Frederico Oliveira Dias3
Higor Frederico Martins Rodrigues3
Igor Larchert Mota4
1
Graduado em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB.
Graduando em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do
Norte de Minas.
2
Graduada em Fisioterapia pela UESB. Especializanda em Fisioterapia Hospitalar e
Terapia Intensiva pela Universidade Estadual de Montes Claros - UNIMONTES.
3
Graduandos em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do
Norte de Minas.
4
Graduado em Fisioterapia pela UESB. Especialista em Fisioterapia Cardiorrespiratória
pela Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR. Mestrando em Ciências da Saúde
pela Universidade Federal de Sergipe - UFS.
Autor para correspondência:
Milson Carvalho Quadros Júnior
Rua Coronel Joaquim Costa, nº 392, Centro.
Montes Claros – MG - Brasil. CEP 39400-049.
E-mail: [email protected]
Resumo: Objetivou-se verificar a existência de estudos científicos apresentando eficácia de
procedimentos de treino muscular respiratório (TMR) em Unidades de Terapia Intensiva (UTI)
através de uma revisão integrativa utilizando as bases de dados: SciELO, Biblioteca Cochrane,
MEDLINE, LILACS, Google Acadêmico e Portal Educação, sendo selecionadas todas as
publicações, no período de 2006 a 2013. Foram utilizadas seis referências para análise e para efeito
de associação. Dois artigos tinham desenho tipo experimental, um era estudo tipo caso-controle,
dois estudos de revisão bibliográfica e um relato de casos. Com a busca literária pode-se observar a
existência de estudos científicos que apresentam a eficácia do treino muscular respiratório no
ambiente de terapia intensiva. Sendo assim, cria-se uma reflexão sobre o tema a fim de que novas
pesquisas possam ser úteis no planejamento terapêutico, visando à integralidade da assistência ao
doente crítico.
Descritores: Exercícios respiratórios, desmame; ventilação mecânica, Unidades de Terapia
Intensiva (UTI).
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Abstract: This study aimed to verify the existence of scientific studies showing efficacy of
procedures of respiratory muscle training (RMT) in Intensive Care Units (ICU) through integrative
review using databases: SciELO, Cochrane Library, MEDLINE, LILACS, Google academic and
Education Portal, being selected all publications in the period 2006-2013. Six references were used
for analysis and effect association. Two articles had an experimental design, one was a case-control
study, two studies literature review and one case reports. With the literary search can observe the
existence of scientific studies that show the effectiveness of respiratory muscle training in the ICU
setting. Thus, it creates a reflection on the theme, so that further research may be useful in treatment
planning, aiming at comprehensive care to critically ill patients.
Key words: Breathing Exercises, Weaning , Intensive Care Units; Respiration, Artificial.
Introdução
A ventilação mecânica (VM) é um processo invasivo de apoio à vida, que visa otimizar as
trocas gasosas e o estado clínico do paciente com o mínimo de pressão, FiO2 e ventilação. A
ventilação mecânica tem se tornado cada vez mais importante no tratamento e manutenção da vida
do paciente, e com a evolução da tecnologia, os ventiladores estão proporcionando uma melhor
harmonia entre o paciente e a máquina, obtendo dentro do possível mais conforto ao paciente (1).
A VM leva o oxigênio e retira o excesso do gás carbônico acumulado dos pulmões do
paciente que já não consegue respirar satisfatoriamente de forma espontânea, com o objetivo de
realizar a ventilação alveolar capaz de permitir as trocas gasosas compatíveis com as necessidades
metabólicas, assim considerando as condições pulmonares preexistentes do paciente (2). Ela é
indicada quando houver razões para crer que a doença responsável pela insuficiência respiratória
apresenta um componente reversível suficiente para o retorno a respiração espontânea (3).
Apesar de ser um recurso eficiente de suporte a vida, a VM prolongada pode ocasionar
diversas complicações e até mesmo por em risco a vida do paciente. Entre essas complicações temse a atrofia e fraqueza muscular, o que predispõe ao insucesso do desmame devido a problemas
ligados à própria contração ou eficiência muscular, que são insuficientes para atender a demanda
exigida. O treinamento muscular respiratório (TMR) torna-se importante neste momento,
minimizando essas alterações, desde que respeitado o limite de esforço do paciente (4,5).
O TMR restabelece a função muscular respiratória, melhora força e resistência, alcançando
uma readaptação progressiva aos esforços e acelerando o desmame (3).
No caso específico do treinamento muscular inspiratório (TMI), conforme relatado por
Gosselink e Decramer (6), desde que Leith e Bradley, em 1976, mostraram aumento da força e
“endurance” depois do treinamento dos músculos respiratórios em indivíduos saudáveis, um grande
número de estudos destinou-se a investigar os efeitos do TMI em diversas desordens, como por
exemplo, nas doenças neuromusculares, na asma, na DPOC, na insuficiência cardíaca congestiva e
após insucesso no desmame da ventilação mecânica (5,7-9). Todas estas desordens apresentam em
comum a fraqueza da musculatura respiratória e, portanto, são freqüentemente associadas com
insuficiência respiratória no repouso ou durante o esforço físico. A TMI pode ser utilizada
ajustando a sensibilidade do aparelho de ventilação pulmonar mecânica em seu mínimo, para que
haja maior trabalho da musculatura inspiratório, respeitando os limites físicos do paciente (10).
O trabalho conjunto entre médico e fisioterapeuta torna-se essencial neste contexto, uma vez
que a soma dos recursos que podem ser utilizados pelos dois profissionais, como manobras manuais
de recrutamento da musculatura respiratória, incentivadores respiratórios, o próprio ventilador
mecânico e condutas clínicas que favoreçam a utilização de tais recursos, afetam direta ou
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indiretamente o aparelho respiratório, favorecendo a melhora da ventilação e redução da frequência
de quadros de exacerbação pulmonar (11).
Desta forma, são evidentes as inúmeras complicações relacionadas ao tempo prolongado de
permanência na ventilação mecânica, além dos elevados custos hospitalares e vantagens para o
paciente com as reduções deste tempo de internação.
Baseando-se nesse pressuposto a pesquisa foi realizada com o objetivo de verificar a
existência de estudos científicos apresentando eficácia de procedimentos de treino muscular
respiratório em Unidades de Terapia Intensiva, discutindo seus resultados por uma avaliação
metodologicamente estruturada.
Materiais e métodos
Trata-se de uma revisão integrativa, realizada no período de junho a agosto de 2013, visando
identificar na literatura cientifica as principais técnicas de treinamento muscular respiratório (TMR)
utilizadas em unidades de terapia intensiva (UTI) para tornar eficaz e acelerar o processo do
desmame da ventilação mecânica. As publicações foram pesquisadas nas bases, SciELO, Biblioteca
Cochrane, MEDLINE, LILACS, Google Acadêmico e Portal Educação, utilizando os seguintes
descritores: Exercícios respiratórios, Desmame, Ventilação Mecânica e Unidade de Terapia
Intensiva. Todas as publicações, no período de 2006 a 2013 foram selecionadas.
Como critérios de inclusão, os estudos escolhidos deveriam preencher as seguintes
condições:
 Estudos observacionais (descritivos e/ou analíticos), experimentais (ensaios clínicos) e/ou
revisões bibliográficas, publicados em inglês, português ou espanhol, abordando o tema
proposto;
 Com informações sobre a metodologia empregada no processo de desmame, sobre as
técnicas para o TMR e os resultados obtidos;
 Presença de pacientes sob ventilação mecânica prolongada necessitando de manobras
terapêuticas que diminuam o tempo de dependência do ventilador e que passaram por
avaliações criteriosas antes da aplicação das técnicas citadas nos trabalhos.
Foram excluídos da pesquisa artigos que não demonstravam relação da TRM com o
desmame ventilatório em UTI e os que não se enquadraram aos critérios de inclusão.
Em cada artigo pesquisado foram extraídos detalhes quanto à população de estudo, a
metodologia utilizada, ao acompanhamento e exposição aos fatores de risco e os resultados obtidos.
Resultados e Discussão
A procura nos arquivos eletrônicos citados identificou 11 publicações sobre os descritores.
Após considerações dos critérios de inclusão e exclusão, seis referências foram selecionadas para
análise e para efeito de associação.
Dois desses artigos são ensaios-clínicos, um é do tipo caso-controle, dois são estudos de
revisão bibliográfica e um é relato de casos.
Para Colombo et al (12), a retirada precoce da ventilação mecânica dos pacientes das UTI’s é
importante para a redução da morbimortalidade, porém, na prática, os desmames são realizados
aleatoriamente. Neste estudo foram incluídos 120 pacientes dependentes de ventilação mecânica
por mais de 48 horas. O método de Pressão Suporte + PEEP (PSP), foi aplicado aos pacientes em
dias pares, constituindo o grupo 1 (GPSP) e em dias ímpares, utilizou-se o método do Tubo-T (TT),
formando o grupo 2 (GTT). Foram incluídos todos os pacientes aptos ao desmame,
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independentemente do tipo de doença de base ou do evento que tenha motivado a ventilação
mecânica. Quanto à comparação entre os tipos de métodos de desmame utilizados (PS+PEEP/G1 e
Tubo-T/G2), o cálculo do Qui-quadrado de independência não evidenciou diferença significativa
entre os G1 e G2, demonstrando, portanto, que tais métodos apresentaram níveis similares de
sucesso e insucesso em sua utilização.
Outro estudo experimental conduzido por Rodrigues (13) teve como objetivo propor e avaliar
o método de aplicação do protocolo de treinamento e fortalecimento muscular ventilatório em
pacientes de UTI, traqueostomizados, dependentes de Ventilação Mecânica Invasiva (VMI)
prolongada, caracterizado em tomadas de decisões obedecendo a um fluxograma que pelo qual,
obedece como ponto de referência o índice de desmame ventilatório (IDV) Ferrari-Tadini. O
atendimento era iniciado com a aplicação do teste de apnéia do primeiro minuto (desconexão do
paciente do ventilador por um intervalo de tempo de 30 a 60 segundos para observação de drive
ventilatório, ventilação espontânea e dinâmica torácica), no caso de apresentar ventilação
espontânea, realiza-se o IDV, para direcionar o paciente no fluxograma do protocolo de TMR. Os
instrumentos utilizados foram: ventiladores mecânicos - Takaoka Monterrey, Takaoka Smart e Bird
6400; Threshold IMT; Gerador de Fluxo, tubo T e Válvula de PEEP, lençol para contenção
abdominal e máscara de nebulização. O protocolo foi realizado avaliando cinco pacientes, onde a
TMR foi aplicada durante cinco dias, nos quais o trabalho se mostrou seguro e eficaz para aplicação
na rotina da UTI. Todos os pacientes evoluíram de maneira satisfatória, apresentando ganho de
força muscular e aumento de volume corrente. Não foi necessário abortar o treinamento em nenhum
dos pacientes.
Com a intenção de investigar a existência de diferenças na evolução dos parâmetros de
pressão respiratória máxima (PImáx e PEmáx), do Volume Corrente (VC), Volume Minuto (Vm),
índice de Tobin e índice de oxigenação, em pacientes sob VM, submetidos a um TMR, Pires et al
(14)
realizaram um estudo do tipo caso-controle com 45 pacientes com mais de uma semana sob VM
e com pelo menos uma tentativa de desmame, malsucedida. Destes, 20 deles participaram de um
TMR, utilizando o ajuste da sensibilidade do respirador e compuseram o grupo 1 (G-1), 5 pacientes
participaram do TMR com uso do threshold, constituindo o grupo 2 (G-2) e 20 não foram
submetidos ao TMR e compuseram o grupo controle, grupo 3 (G-3). Para o TMR foi utilizada uma
carga de resistência inspiratória com 40% da PImáx, obtida na avaliação inicial dos pacientes. O
protocolo constou de duas sessões ao dia, nas quais foram realizadas cinco séries de dez
inspirações. Comparando os resultados dos três grupos, constatou-se que não houve diferenças
significativas (p ≤ 0,05) na evolução das variáveis entre os grupos G-l e G-2 na maior parte das
sessões, e os dois grupos diferenciaram do G-3. Por meio de um programa de TMR específico,
observou-se um aumento significativo da PImáx (G-l - 79% e G-2 - 58%), PEmáx (G-1 - 79% e G-2
- 61 %), VC (G 152% e G - 235%), PaO2/FiO2 (G - 132% e G - 212%) e o Vm diminuiu no G-I
(10%). O índice de Tobin diminuiu nos pacientes dos grupos G-l (50%) e G-2 (45%) e aumentou
nos pacientes do G-3 (30%). Como efeito do TMR, os músculos respiratórios responderam
eficientemente ao programa de TMR, pois estes tiveram um aumento da força e, como tal,
contribuiu para o processo de desmame e redução no número de óbitos e de retorno ao aparelho.
Com o objetivo de analisar a eficácia do treinamento do TMR por intermédio do
incentivador respiratório Threshold® em pacientes submetidos à VM, Bahia et al (15) realizaram um
levantamento bibliográfico identificando oito publicações onde foram encontradas relação positiva
do uso do TMR em questão, com o sucesso do desmame ventilatório. A autora ressalta, após análise
das referências, que é ideal que o paciente já esteja com uma melhora da força muscular respiratória
antes de se iniciar o desmame da VMI, o que se tornou evidente, em todos os estudos observados,
após utilização do Threshold. Completa ainda que, não há relatos que apontem uma das duas
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técnicas de utilização do aparelho como método de escolha: o treinamento recessivo ou o linear.
Contudo, observou que o treinamento linear, além de ter a vantagem de ser fluxo-independente, o
que evita a fadiga muscular, possibilita uma melhor relação de tempo inspiratório e expiratório, pois
o aumento da velocidade de contração muscular inspiratória necessária para superar a carga
imposta, leva a uma diminuição do tempo inspiratório e, correspondentemente, a um aumento do
tempo expiratório, proporcionando maior tempo de relaxamento da musculatura inspiratória.
Conclui seu estudo convencida da importância do TMR em pacientes sob VMI prolongada em UTI,
haja vista as deficiências significativas da mecânica ventilatória apresentadas por estes indivíduos,
mas ressalta que a literatura atual não possui evidências científicas suficientes para embasar a
utilização dessas técnicas em 100% dos pacientes.
Alves e Najas (16). realizaram um estudo de revisão de literatura com a finalidade de
demonstrar, o que acontece durante o processo de ventilação mecânica invasiva nos músculos
respiratórios. Devido à massa muscular respiratória se correlacionar bem com a massa corpórea
total, a força diminuída do músculo respiratório ocorre rapidamente no paciente criticamente
doente, ventilado mecanicamente, devido à falha no balanço entre o suporte nutricional e as
demandas metabólicas. Os autores ainda ressaltam que a fraqueza grave dos músculos respiratórios
pode conduzir à falência respiratória. Esta, quando associada a infecções e falência cardíaca, se
torna ainda mais grave. Foi descoberto também, que os maiores aumentos de força foram relatados
com fortalecimento específico dos músculos respiratórios. No trabalho há evidencias mostrando que
um acesso ordenado e sistemático é necessário nos pacientes nos quais o desmame não obtiver
sucesso. Nesses pacientes, é importante acessar cada determinante da evolução do desmame,
incluindo oxigenação, adequação da capacidade respiratória e nível de demanda ventilatória.
Conforme cada uma dessas áreas for acessada, esforços devem ser feitos para corrigir ou otimizar
cada anormalidade identificada, porque a inabilidade em recuperar a respiração espontânea é
frequentemente multifatorial. A capacidade respiratória também deve ser cuidadosamente avaliada.
Isto inclui assegurar a energia central respiratória adequada, minimizando-se o uso de drogas
sedativas e corrigindo qualquer alcalose metabólica. Evidências sugerem que o trabalho muscular
gerador de alta tensão/baixo volume predispõe ao aumento do número de sarcômeros (força) e que,
exercícios geradores de baixa tensão/alto volume tendem a aumentar a densidade mitocondrial
(resistência).
Com o intuito em descrever os efeitos da aplicação do treinamento muscular esquelético em
dois pacientes internados em UTI, Pedroso et al (17), realizaram um relato de casos no qual foram
feitas avaliações na internação, no desmame do ventilador mecânico, na alta da unidade e na alta
hospitalar, tendo como parâmetros a avaliação nutricional e musculoesquelética. O programa de
treinamento iniciou na internação na terapia intensiva. Após a avaliação inicial, foram aplicados
exercícios passivos até o período de desmame da ventilação. A partir desse período até a alta
hospitalar, foram aplicados exercícios ativos, testes de força muscular e goniometria. O estudo
demonstrou que houve uma melhora na amplitude de movimento articular e na força muscular,
minimizando os efeitos negativos do imobilismo e prevenindo as limitações funcionais. Sendo
assim, o trabalho concluiu que o treinamento muscular em pacientes críticos pode minimizar os
distúrbios musculoesqueléticos ocasionados pelo repouso prolongado dos doentes em terapia
intensiva.
Conclusões
Com a busca literária realizada pode-se observar a existência de estudos científicos que
apresentam a eficácia do treino muscular respiratório no ambiente de terapia intensiva.
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Em todos os artigos selecionados encontrou-se associação entre o TMR e a eficácia do
desmame na maioria dos pacientes submetidos às técnicas de exercícios respiratórios. Entretanto,
cabe destacar alguns déficits metodológicos como a inexistência, em alguns deles, de instrumentos
de análise para avaliação de sucesso dos desmame.
Contudo, esta revisão pode estimular a realização de novas pesquisas com treinamento
muscular precoce em pacientes críticos, com o objetivo de diminuir os efeitos negativos da
imobilização prolongada facilitando o desmame ventilatório.
Sendo assim, cria-se uma reflexão sobre o tema a fim de que novas pesquisas possam ser
úteis no planejamento terapêutico, visando à integralidade da assistência ao doente crítico.
Referências
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Rio de Janeiro: Medsi; 2000.
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cardíaca. São Carlos (SP). Tese [Mestrado] - Universidade Federal de São Carlos; 1999.
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São Carlos (SP). Tese [Mestrado] - Universidade Federal de São Carlos; 1999.
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Respiratória de pacientes com fibrose cística. J Bras de Pneumologia. 2006; 32 (Suppl 1): 02-9.
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Suporte Associada à Pressão Expiratória Final Positiva em Pacientes Submetidos à Ventilação
Mecânica por mais de 48 Horas em Unidade de Terapia Intensiva. RBTI. 2007; 19(1): 31-37.
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ISSN 2317-3092
http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/18442/analise-da-eficacia-do-treinamentoda-musculatura-ventilatoria-com-incentivador
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Pacientes Submetidos a Ventilação Mecânica. [Internet]. 2009. [citado em 2013 ago 3]. Disponível
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17- Pedroso AIB, Bigolin M, Gonçalves M, Werle RW. Efeitos do treinamento muscular
esquelético em pacientes submetidos à ventilação mecânica prolongada. Cogitare Enferm 2010;
15(1):164-8.
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Revisão integrativa acerca da psoríase com foco na atenção primária
Review on psoriasis focusing on primary assistance
Bárbara Cardoso e Santos1
Stephânia Campos Lobato1
Jéssica Dayane Silva1
Clarissa Santos Rodrigues1
Rafael Calixto Fernandes2
1
Acadêmica de Medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas, Montes Claros - MG
2
Médico graduado pela Faculdade de Medicina de Barbacena, Barbacena - MG
Autor para correspondência
Bárbara Cardoso e Santos
Rua Alameda Galeno, 281, Vila Brasília
Montes Claros – Minas Gerais – Brasil. CEP: 39.400-156
E-mail: [email protected]
Resumo: Psoríase é a dermatose mais frequente na prática clínica e é caracterizada pela presença de
lesões eritemato-escamosas. É uma doença crônica e não contagiosa mediada por resposta imune,
que provoca alterações estéticas e psicológicas. Objetiva-se disponibilizar aos médicos da atenção
básica conhecimento acerca dos fatores externos que atuam desencadeando ou agravando esta
dermatose e das comorbidades a ela associada. Foram incluídos 14 artigos e revisões, pesquisados
nas bases de dados Lilacs e Scielo e que foram publicados nos últimos 05 anos. Dos artigos
selecionados 36% enfocam fisiopatologia e manifestações clínicas, 43% aspectos psicológicos e
qualidade de vida, 29% alimentação e obesidade e 14% comorbidades. Este estudo ratifica que a
equipe de saúde da atenção primária deve focar a sua abordagem terapêutica nos fatores
desencadeantes e agravantes modificáveis da psoríase, pois a interferência nesses aspectos pode
atuar positivamente na progressão da doença.
Descritores: Psoríase, Comorbidades, Atenção primária, Psicossocial.
Abstract: Psoriasis is the most frequent dermatosis in clinical practice and is characterized by the
presence of erythematous-squamous lesions. It is a chronic non-contagious disease, mediated by
immune response, which causes psychological and aesthetic changes. The purpose is to provide for
primary care physicians knowledge of the external factors that act causing or aggravating this skin
disease and associated comorbidities. We researched on Lilacs and Scielo databases and included
13 articles and reviews published in the last five years. From the included articles, 23% focus on
pathophysiology and clinical manifestations, 38% on psychological aspects and quality of life, 23%
on diet and obesity and 16% on associated comorbidities. This study confirms that the primary
health care team should focus their therapeutic approach on the modifiable factors that causes or
aggravates psoriasis manifestations, because the interference on these aspects can be effective in
breaking disease progression.
Key words: Psoriasis, Comorbidity, Primary Assistance, Psychosocial
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INTRODUÇÃO
Psoríase é uma dermatose inflamatória crônica e não contagiosa, mediada por resposta
imunológica, que se caracteriza pela presença de lesões eritemato-escamosas bem delimitadas que
se alternam em ocasiões de piora e de melhora. Estas lesões ocorrem predominantemente em
cotovelos, joelhos, região pré-tibial, couro cabeludo e região sacra, podendo acometer grandes áreas
da pele(1-4,9,13).
É uma das dermatoses mais freqüentes e, apesar da ocorrência mundial, existem poucos
estudos sobre a prevalência desta doença no Brasil. Acomete igualmente ambos os sexos e pode
ocorrer em qualquer idade, com dois picos de incidência aos 20 e aos 50 anos.
Esta doença não apresenta apenas manifestações restritas à pele(5), já que evidências clínicas
demonstram sua associação à comorbidades. Estas são doenças secundárias e não se apresentam,
necessariamente, simultaneamente à doença primária. Envolvem vários sistemas, como o articular,
o gastrintestinal, o cardiocirculatório e o endócrino(3).
Apesar de possuir etiologia desconhecida considera-se uma relação entre a predisposição
genética e múltiplos fatores externos, que ativam do sistema imune, estimulando persistentemente
células T (linfócitos CD4+ e CD8+)(1-3,5,13).
A psoríase promove desconforto pela descamação e, ocasionalmente, prurido, porém,
indubitavelmente o maior índice de queixas deve-se às dificuldades de interação social, devido à
aparência inestética das lesões. Dessa maneira, o individuo esquiva-se se situações de convívio
social e do contato sexual, evitando olhares e comentários(7,10).
Por fim, por já haverem estudos que comprovam que fatores externos influenciam no
desencadeamento ou agravamento da psoríase, faz-se necessário o reconhecimento por médicos e
toda a equipe da atenção primária à saúde acerca destes fatores, uma vez que, em geral, são os
primeiros a serem procurados pelo paciente. Desta forma, podem atuar no diagnóstico precoce e na
prevenção dos agravos da doença.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo é uma revisão integrativa que compreende temáticas nas diversas áreas da saúde e
nela foram utilizadas as bases de dados Lilacs e Scielo. Para obter as publicações para esta revisão
integrativa foi usado o descritor “psoríase”, sendo incluídos 480 artigos. Foram selecionados e
incluídos os 14 artigos de periódicos nacionais e internacionais que mais se adequaram aos critérios
de inclusão previamente determinados: o idioma (português e inglês), o ano de publicação (2009 a
2013), a relevância e a adequação ao tema. Após serem criteriosamente analisados, os artigos foram
agrupados de acordo com o seu tema. Foram excluídas da análise as restantes 466 publicações.
RESULTADOS
Dentre os estudos analisados, observou-se que em 43% (06 estudos) abordaram os aspectos
psicológicos e qualidade de vida, 36% (05 estudos) publicações o assunto abordado foi a
fisiopatologia e as manifestações clínicas da psoríase, 29% (04 estudos) dissertaram sobre
alimentação e obesidade e 14% (02 estudos) focaram o estudo das comorbidades.
Sendo assim, percebe-se uma maior preocupação dos autores em abordarem as questões
psicológicas que envolvem a doença. Seguido dos temas ‘fisiopatologia e manifestações clínicas’ e
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‘alimentação e obesidade’. O estudo das comorbidades foi o tema menos descrito dentre os textos
revisados.
Apesar das diferenças relacionadas às frequências encontradas após a categorização dos
artigos estudados, nota-se uma distribuição não muito discrepante entre os grupos. Esta
estratificação, então, nos permite entender a importância de se abordar vários aspectos da psoríase
ao se dissertar sobre o tema.
DISCUSSÃO
A psoríase é classificada como Leve, Moderada e Grave de acordo com a extensão da área
corporal comprometida e com as modificações na qualidade de vida do paciente(2,4), que é definida
pela Organização Mundial de Saúde como percepção individual de um completo bem estar físico,
mental e social, e, hoje, auxilia os médicos na prática clínica(13). A psoríase é classificada como
Leve se não houver alterações da qualidade de vida ou se atingir até 2%, como Moderada entre 2 a
10% de comprometimento da qualidade de vida, e como Grave se afetar significativamente a
qualidade de vida, com porcentagens iguais ou superiores a 10%(2).
Fisiopatogenia
Em suas revisões, Duarte(6) e Arruda(4) deixam claro que na psoríase o ciclo celular é
acelerado, reduzindo sua proliferação e diferenciação de 28 para quatro dias, provocando prejuízos
na maturação e defeitos na queratinização, logo, acumulando queratina na camada córnea. Outra
diferença, abordada no estudo de Lima(5), deve-se à composição celular, já que a pele lesionada
apresenta abundância de alguns tipos celulares, como células dendríticas mielóides, células
dendríticas maduras, entre outras, capazes de ativar linfócitos T. Esta ativação associada á produção
de citocinas, como o TNF alfa, expressam o caráter imune da psoríase. Assim, relações moleculares
expressas por mediadores inflamatórios e co-estimulatórios atuam tanto no desencadeamento como
no agravamento, contribuindo para alterações epidérmicas e vasculares.
Genética
A base genética da psoríase é evidenciada pela alta incidência familiar, pelos relatos de
incidência na prole quando um ou ambos os pais possuem a doença e pela concordância entre
gêmeos, especialmente homozigóticos. Estudos genéticos em famílias com muitos acometidos
revelaram loci de suscetibilidade chamado Psors, que estão localizados nos cromossomos 6p, 17q,
4q, 1q, 3q, 19p e 1p(2,13).
Aspectos psicológicos
Mota(7) enfatiza que a psoríase provoca alterações biológicas na pele, mas também
sentimentos em relação a sua aparência física, principalmente diante a reação das pessoas. Estes
indivíduos sofrem modificações da qualidade de vida, pois enfrentam dificuldades no
relacionamento interpessoal e na exposição pública, seja no trabalho, transporte ou áreas de lazer,
favorecendo o isolamento e crises depressivas(4,9). Essa tendência ao isolamento originou-se na
Idade Média, quando a psoríase era confundida com a hanseníase, que é uma doença contagiosa(6).
Estudo prospectivo de Torres(9) realizado com 138 pacientes demonstrou que melhora na
qualidade de vida reflete na melhora clínica, e vice-versa. Logo, demonstra que a identificação das
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dificuldades enfrentadas pelos pacientes é necessária para ajudá-los, a curto e longo prazo,
prevenindo problemas pessoais, profissionais e afetivos. Permitindo que atue direcionando o
paciente em variados contextos sociais, ou seja, ensinando a não eliminar as dificuldades, mas a
enfrentá-las. Assim, constituindo um passo fundamental para evitar o isolamento social(7,9).
A relação entre saúde individual e familiar é notória, já que quando algum membro adoece
tem efeito direto sobre a vida familiar, sendo necessário que a família se organize para cuidar do
familiar doente. Brito(8) num estudo com 101 pacientes e 78 parceiros demonstra que estes efeitos
interferem principalmente na dinâmica conjugal devido à rejeição de alguns parceiros, fazendo com
que o paciente esquive-se de relações íntimas, enfatizando a necessidade de envolver os parceiros
nas medidas de intervenção(8).
No estudo bibliográfico de Arruda(4) percebe-se que é neste contexto de doença crônica que a
abordagem familiar, estratégia da atenção primária, constitui um elemento para gestão do cuidado
integrado, permitindo o conhecimento das possíveis disfuncionalidades que prejudicam o bem estar
biopsicossocial da família. Através de um trabalho coletivo e cooperativo numa rede de relações
que exigem interação e diálogo constantes.
Fatores modificáveis
A psoríase é uma doença multifatorial, sendo que alguns aspectos que influenciam no
desencadeamento ou agravamento dessa patologia não se alteram ao longo da vida do indivíduo,
como a genética por exemplo. Porém existem também os fatores modificáveis que, se bem
controlados, reduzem a incidência de sintomas ou até retardam o aparecimento das manifestações
clínicas. Obviamente, conclui-se que a atenção da equipe de suporte básico de saúde deve estar
voltada para o controle desses aspectos. Tanto o médico quanto todos os componentes da equipe
multidisciplinar de assistência são capazes de interferir na qualidade de vida dos pacientes.
Veremos que os fatores modificáveis estão muito relacionados à hábitos de vida e aspectos
psicossociais, o que reforça a importância do psicólogo no acompanhamento desse paciente, bem
como enaltece a relevância de se prestarem orientações médicas adequadas e de se construir uma
boa relação médico-paciente. Os fatores modificáveis são descritos a seguir:
1) Alimentação: Com o intuito de relacionar alguns alimentos com a melhora clínica
Festugato(10) realizou um estudo piloto com 43 pacientes que adotaram hábitos alimentares
saudáveis, no qual 88,37% relataram que tiveram resultados positivos. Afirma ainda que o
desconhecimento da importância dos alimentos e de refeições regulares são fatores que
contribuem para a obesidade, deficiência nutricional e piora da doença. Ao analisar os
fatores dietéticos Araújo(1) considera que a inflamação da pele na psoríase está relacionada
ao estresse oxidativo e à formação elevada de radicais livres, que são reduzidos numa
restrição calórica. Desta maneira, corroborando a necessidade de orientação do paciente
quanto à adoção de hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para a melhora dos
resultados obtidos com o tratamento.
2) Obesidade: A obesidade provoca um estado crônico e leve de inflamação, especialmente
devido aos níveis elevados de TNF-α. Este estado provoca alterações na sensibilidade à
insulina e maior estresse oxidativo, com produção de radicais livres. Dessa maneira, a
obesidade pode desencadear, mas também pode ser conseqüência da psoríase devido as
alterações metabólicas e da qualidade de vida(6), todavia Festugato(10) afirma que a
obesidade segue a psoríase, não a precede e que ambas favorecem a síndrome metabólica. O
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risco de desenvolvimento da obesidade é aumentado em duas vezes e possui relação com o
grau da doença, sendo mais comum em pacientes com psoríase grave(14). Em seu trabalho
Duarte(6) demonstrou que pacientes que perdem peso e controlam a obesidade obtiveram
melhora na gravidade, tornando necessária a orientação a cerca da modificação dos hábitos
de vida, buscando IMC (índice de massa corporal) menor que 25. Neste sentido, o
acompanhamento e estímulo traduzem numa maior disposição física e emocional.
3) Bebidas alcoólicas e tabagismo: Festugato(10) e Araújo(1) concordam na determinação de
que a ingestão alcoólica e fumo ativo ou passivo elevam o estresse oxidativo e reduz
antioxidantes naturais, exacerbando a doença. O tabagismo tem relação com o número de
cigarros/dia e deve ser enfatizada a importância de cessação do hábito, a fim de não piorar a
psoríase(1,2,10). O álcool é considerado um fator de risco, particularmente, em homens jovens
e de meia idade e também deve ser suspendido o seu consumo(2).
4) Drogas: O aparecimento e piora da psoríase têm sido associados ao uso de alguns
medicamentos como, por exemplo, antimaláricos, antiinflamatórios não esteróides e
lítio(2,11,12).
5) Fatores emocionais: Não está muito clara a relação, mas o estresse psicológico está
relacionado ao aumento na intensidade da psoríase, corroborando o fato de que o suporte
emocional oferecido pela família e a qualidade de vida do paciente atuam positivamente na
doença (2,8,9,11).
Comorbidades
Arruda(3) observou-se um grande número de doenças sistêmicas associadas de modo mais
frequente que o esperado à psoríase. Tais doenças, conhecidas como comorbidades, podem ser
classificadas como clássicas, emergentes, relacionadas ao estilo de vida e aos tratamentos da
doença.
As clássicas são a Artrite psoriásica, Doença inflamatória intestinal crônica, Distúrbios
psicológicos e psiquiátricos e Uveíte. As emergentes são a Síndrome metabólica, Doenças
cardiovasculares, Doença gordurosa do fígado não alcoólica e Aterosclerose. As relacionadas ao
estilo de vida são o Alcoolismo, Tabagismo e Ansiedade. E, por fim, as relacionadas aos
tratamentos da doença são as Dislipidemias, Nefrotoxicidades, Hipertensão, Hepatoxicidades e
Câncer de pele(2).
Estudos epidemiológicos mostram um aumento da prevalência de comorbidades
cardiovasculares, secundárias às alterações metabólicas, associadas à psoríase e obesidade (6). Dessa
forma, torna-se importante analisar o escore de Framingham, que é uma ferramenta que prevê o
risco absoluto de desenvolver eventos coronários e cerebrovasculares importantes em 5 a 10 anos
em adultos e é estratificado em três categorias de risco: baixo (< 10% de risco de um evento em 10
anos), intermediário (10-20%) e alto (>20%). Os pacientes com psoríase crônica demonstram um
risco intermediário para o aparecimento de eventos cardiovascular maiores em dez anos(3).
Há vários relatos de melhora da psoríase apenas com o tratamento das comorbidades, com
correção de dieta, perda de peso, diminuição do IMC, normalização dos níveis de glicose e
lipídeos(3). Isso reforça a necessidade da atuação continuada e longitudinal da Atenção Primária à
Saúde tanto na identificação do risco cardiovascular individual, que pode motivar o paciente a
aderir às modificações dos hábitos de vida, como no esclarecimento e controle das co-morbidades.
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CONCLUSÃO
Visto que é possível atuar sobre as modificações psicológicas e sobre os fatores
desencadeantes e agravantes modificáveis da psoríase, e que a eliminação destes é essencial na
abordagem terapêutica, torna-se importante o reconhecimento destes pelo médico e de toda a equipe
da atenção básica, destacando-se a abordagem psicológica. Devemos disponibilizar ao paciente o
conhecimento a cerca do envolvimento familiar e da mudança de hábitos, da importância de se
instituir uma dieta balanceada, estimular a prática de atividades físicas e reduzir ou cessar o
consumo de tabaco e álcool. É necessária a produção e divulgação desta temática visando uma
maior difusão desses conhecimentos, a fim de possibilitar uma intervenção holística de elevada
qualidade.
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Carcinoma Brocogênico Ocupacional e o Asbesto
Bronchogenic Carcinoma to the Occupational Asbestos
Damaris Brito Rodrigues¹,
Marcela Araújo Pereira de Castro¹,
Milla Ribeiro Rodrigues¹
Gracielle Batista Pereira²
¹ Graduandas em Medicina pelo Instituto de Ciências da Saúde / Faculdades Unidas do
Norte de Minas.
² Graduada em Enfermagem pela UNIMONTES. Pós-graduada em Saúde da Família na
modalidade de residência-Unimontes.
Autor para correspondência:
Damaris Brito Rodrigues
Rua: Herlindo Silveira, 52, AP 301 BL A, Ibituruna
Montes Claros- MG-Brasil
CEP: 39408078
E-mail: [email protected]
Resumo: O carcinoma broncogênico ocupacional é extremante relevante do ponto de vista clínico
e de saúde pública por se tratar de uma moléstia de alta letalidade devido ao diagnóstico tardio. A
exposição ao asbesto no ambiente de trabalho constitui um importante fator de risco relacionado a
esse tipo de câncer. O Brasil destaca-se como o terceiro produtor mundial de asbesto sendo que
100 % de sua produção é representada pelo tipo crisotila. Encontram- se jazidas de amianto nos
estados de Goiás, Bahia, Minas Gerais e Piauí. Cerca de 25.000 trabalhadores brasileiros estão
expostos ao asbesto. Por essa razão, o câncer de pulmão asbesto induzido constitui importante
objeto de estudo. Esse artigo objetiva a revisão integrativa a respeito do conceito, carcinogênese,
patologia, incidência e diagnóstico do câncer de pulmão ocupacional.
Descritores : Carcinoma broncogênico ocupacional ;Câncer pulmonar ocupacional; Asbesto
Abstract: The occupational lung tumors it is extremely important from the standpoint of clinical and
public health because it is a disease of high mortality due to late diagnosis. Asbestos exposure in the
workplace is an important risk factor related to such cancer. Brazil stands out as the third largest
producer of asbestos and 100% of its production is represented by the type chrysotile. There are
deposits of asbestos in the states of Goiás, Bahia, Minas Gerais and Piauí. Approximately 25,000
Brazilian workers are exposed to asbestos. For the reason the asbestos-induced lung cancer is an
important object of study. This article aims to integrative review about the concept, carcinogenesis,
pathology, incidence and diagnosis of occupational lung cancer.
Descriptors: Occupational lung tumors; Occupational lung cancer ;Asbestos
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Introdução
O amianto ou asbesto é uma fibra de origem mineral, derivada de rochas metamórficas
eruptivas, que, por processo natural de recristalização, transforma-se em material fibroso. Compõese de silicatos hidratados de magnésio, ferro, cálcio e sódio e se divide em dois grandes grupos:
serpentinas (crisotila ou amianto branco) e anfibólios (tremolita, actinolita, antofilita, amosita e
crocidolita, etc.) (1).
No Brasil, existem jazidas de amianto (crisotila e anfibólios) nos estados de Goiás, Minas
Gerais, Bahia e Piauí, algumas já extintas. Atualmente, o País é o terceiro produtor mundial de
crisotila, totalmente extraída da Mina de Canabrava, em Minaçu, Goiás, controlada pela Sociedade
Anônima Mineração de Amianto – Sama (1 ,2).
A exposição ao amianto acarreta riscos à saúde de muitos trabalhadores e seus familiares
que acabam inalando essas partículas. Até mesmo em relação às minas hoje já desativadas, como a
localizada na cidade Bom Jesus da Serra, Bahia, existe o risco de forma indireta, uma vez que, ao
tempo da exploração, muitas casas ficavam no entorno das minas, favorecendo que fibras ou
poeira de amianto, impregnadas nas roupas dos trabalhadores, fossem levadas para seus lares.
A exposição ocupacional e/ou ambiental a fibras de asbesto relaciona-se com o
aparecimento de fibrose intersticial pulmonar (asbestose), fibrose pleural, câncer de pulmão e
mesotelioma. Segundo Ettinger(3), o período de latência para o desenvolvimento de câncer de
pulmão em trabalhadores expostos ao amianto é de 25 a 40 anos.
A Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde,
classifica o amianto como definitivamente carcinogênico para os humanos. E esse efeito
carcinogênico pode ser comparado ao do tabaco (4).
Exposição à crisotila implica aumento do risco de asbestose, câncer de pulmão e
mesotelioma de forma dose-dependente. Não há limite de tolerância seguro para o risco de
carcinogenicidade.
Os riscos do amianto fazem da sua proibição uma das grandes bandeiras da ANAMT.
Atualmente, mais de 50 países baniram o composto, que provoca 100 mil óbitos ao ano, segundo
dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) (5).
O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão integrativa sobre o câncer broncogênico
ocupacional a respeito do conceito, carcinogênese, patologia, incidência, diagnóstico do câncer de
pulmão ocupacional.
Materiais e Métodos
O presente trabalho constitui-se de uma revisão da integrativa especializada, realizada entre
abril de 2013 a agosto de 2013. Para tanto se utilizaram publicações do Ministério da Saúde,
concomitante a isso foram realizadas busca em livros –texto atualizados sobre o tema e uma revisão
bibliográfica de artigos, que adotou como critério inicial para seleção a consulta às bases de dados
LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde MEDLINE (Literatura
Internacional em Ciências da Saúde), e SciELO (Scientific Eletronic Library Online), por meio dos
seus sistemas de busca, utilizando como descritores as palavras-chave "carcinoma broncogênico
ocupacional" e "câncer pulmonar ocupacional" combinadas com "asbesto". A pesquisa também foi
realizada por meio de consulta dos mesmos descritores em inglês " Occupational lung tumors " e "
occupational lung cancer " combinadas com "asbestos ". A escolha por esses bancos de dados
justifica-se pelo fato de serem conhecidos e muito utilizados por acadêmicos e profissionais da área
de saúde e pelo rigor na classificação de seus periódicos. A seleção buscou artigos, entre 1989 e
2013, nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa.Para esta revisão, foram escolhidos estudos sobre
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a relação do asbesto na gênese do câncer pulmonar . Foram excluídos da seleção artigos que não
discorriam sobre o câncer pulmonar ocupacional. Logo em seguida, buscou-se estudar e
compreender o câncer de pulmão ocupacional relacionado a exposição ao asbesto, em seus aspectos
clínicos e epidemiológicos.
Discussão e Resultados
Na pesquisa eletrônica realizadas nas bases de dados supracitados, foram encontradas cerca
de 172 publicações.Entretanto , nove destas se enquadraram nos critérios de inclusão sendo
utilizadas para fins de comparação e discussão.
Câncer ocupacional
O câncer ocupacional é originado devido a exposição a agentes carcinogênicos presentes no
ambiente de trabalho, mesmo após a cessação da exposição (6).
A proporção de casos de câncer atribuída a exposições ocupacionais é variável, entre 4 e
40%, dependendo do tipo de tumor e metodologia empregada (7).
Para a Occupational Safety and Health Administration, “(...) um potencial carcinogênico
ocupacional significa qualquer substância, combinação ou mistura de substâncias, que causam um
aumento da incidência de neoplasias benignas ou malignas, ou uma substancial diminuição do
período de latência entre a exposição e o aparecimento da doença em humanos ou em um ou mais
mamíferos de experimentação como resultado de exposição por via oral, respiratória ou dérmica,
ou qualquer outra exposição que resulte na indução de tumor em um local diferente do local de
administração. Esta definição também inclui qualquer substância que seja metabolizada em
carcinogênicos ocupacionais pelos mamíferos (8).
O conhecimento da carcinogênese química foi trazido a público pela clássica descrição de
Percival Pott, que, com base apenas em evidências factuais (observação), relacionou a ocorrência de
câncer de escroto à atividade de limpeza de chaminés(9). Até a década de 70, a maioria dos
cancerígenos humanos conhecidos era proveniente do ambiente de trabalho. Atualmente, tal
ambiente continua a apresentar uma importante proporção de agentes cancerígenos(10).
Segundo Stellman e Daum , cerca de 3.000 substâncias novas são introduzidas a cada ano
nas indústrias, sem que os trabalhadores a elas expostos tenham consciência dos seus efeitos
tóxicos(11).
De acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização
Mundial de Saúde, os agentes cancerígenos são classificados em quatro grupos.
Enquadrado na classificação 1 – os reconhecidamente cancerígenos para os seres humanos –
está o amianto. Este merece atenção, uma vez que possui grande participação na economia
brasileira. Segundo dados da United States Geological Survey (USGS), de 2011, o Brasil é o 3º
maior produtor mundial de amianto, o 2º exportador e o 4º consumidor.
No Brasil, a legislação específica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) proíbe o uso
de quatro substâncias cancerígenas: aminodifenil, benzidina, beta-naftilamina e nitrodifenil.
Também delimita valores de referência tecnológicos para a exposição ambiental ao benzeno.
Porém, agentes reconhecidamente cancerígenos, como o amianto e a sílica, possuem amplos limites
de exposição tolerados, embora o conhecimento científico corrente de carcinogênese não reconheça
limites de exposição seguros para agentes cancerígenos (12).
Ainda que as exposições ocupacionais não contribuam com uma fração significativa de
casos de câncer, os carcinógenos ocupacionais são muito importantes em termos da saúde pública
devido ao seu potencial de prevenção. Em princípio, exposições ocupacionais podem ser
regulamentadas, minimizadas ou eliminadas de modo relativamente fácil se comparadas a fatores
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mais gerais de “estilo de vida” como fumo, alimentação, práticas sexuais ou exposição à luz do sol
(13)
.
Carcinogênese e Asbesto
Para Ferreira, a carcinogênese do câncer de pulmão, assim como de outros tipos de cânceres,
é considerada um fenômeno multifatorial, associado a um grande número de alterações moleculares
independentes múltiplas e mutações genéticas críticas no epitélio normal. A exposição ambiental
/ocupacional e o tabagismo promovem a ativação de carcinógenos e conseqüentemente
desenvolvimento de câncer de pulmão (4).
O câncer pulmonar pode ser dividido em dois grandes grupos histológicos principais:
câncer pulmonar de células pequenas (CPCP) e câncer pulmonar de células não pequenas (CPCNP),
que possui subtipos como adenocarcinomas, carcinomas de células escamosas e carcinoma de
células grandes.
Capelozzi baseado em Chug cita que, os quatro tipos maiores de câncer de pulmão
(escamoso, adenocarcinoma, pequenas e grandes células) podem estar relacionados com a
exposição ao asbesto, sendo possível a ocorrência de qualquer um deles, não havendo predileção
para um tipo histológico ou outro, e não diferindo daqueles atribuídos a outras causas(14).Já Gloyne,
patologista britânico, relacionou o potencial carcinogênico do asbesto, ao desenvolvimento do
carcinoma de células escamosas. Entretanto, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o
adenocarcinoma é o tipo histológico mais freqüente entre os cânceres de pulmão desenvolvidos por
trabalhadores e ex-empregados expostos ao amianto.
Patogênese
A patogenicidade do mineral decorre principalmente da deposição de suas fibras nos
pulmões, onde podem provocar varias alterações. Isso ocorre porque as fibras de amianto, por
apresentarem diâmetro de até 3 μm e comprimento maior que 5 μm, são classificadas como
respiráveis (15).
As fibras com essas características conseguem atingir os pulmões, onde se depositam nos
alvéolos, ductos alveolares e bronquíolos respiratórios. São então envolvidas por macrófagos e
pneumócitos tipo I, sendo transportadas para o interstício, vasos linfáticos ou células endoteliais.
Essas lesões nas células promovem alterações genéticas, resultando na perda do controle do
crescimento normal celular. Segundo ETTINGER, as alterações afetam os oncogenes – que são
homólogos dos genes celulares normais e, quando mutados, resultam na ativação e ganho de função
–, atingem os genes supressores de tumor, que são genes “do câncer”, nos quais a perda de função
por mutação remove a inibição do controle do crescimento celular, e afetam também os fatores de
crescimento (3).
Relação Asbesto e Tabaco no desenvolvimento do câncer broncogênico
De acordo com Associação Brasileira de Expostos ao Amianto ,os indivíduos que tem
contato com o amianto e fumantes têm a probabilidade aumentada em 57 vezes de desenvolverem
o câncer de pulmão em relação aos que não fumam e aos que não estão expostos ao amianto,
devido ao efeito sinérgico do tabaco com esse mineral, que potencializa o risco de câncer (16).
Porém, em um estudo feito por Selikoff IJ, Hammond EC; Churg, J. de uma coorte de
trabalhadores expostos a asbesto, encontrou-se risco relativo de 92 vezes para expostos e fumantes
com relação a não expostos e não fumantes(17).
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Em qualquer circunstância, é de fundamental importância estimar a carga ou dose de
exposição ao asbestos e ao tabaco, pois, com pouco tempo de exposição em altas concentrações, o
risco para seu aparecimento é de duas ou mais vezes(18).
Diagnóstico
Conforme o Manual de Doenças Relacionas ao Trabalho do Ministério da Saúde o
diagnóstico das doenças respiratórias ocupacionais baseia-se em:
• história clínica-ocupacional completa, explorando os sintomas respiratórios, sinais clínicos
e exames complementares, o estabelecimento da relação temporal adequada entre o evento e as
exposições a que foi submetido o trabalhador. Considerando a latência de certas patologias, como,
por exemplo, as neoplasias de pulmão e pleura, são importantes as informações sobre a história
ocupacional do indivíduo e de seus pais, como no caso da exposição pregressa ao asbesto trazido do
local de trabalho nos uniformes profissionais, contaminando o ambiente familiar. Também deve ser
considerada a manipulação de resinas, epóxi, massas plásticas, solda, madeiras alergênicas em
atividades de lazer, hobbies ou trabalho extra por conta própria (bicos, biscates), que podem
esclarecer certos achados que não se explicam pela história ocupacional;
• informações epidemiológicas existentes e estudo do conhecimento disponível na literatura
especializada;
• informações sobre o perfil profissiográfico do trabalhador e sobre as avaliações ambientais,
fornecidas pelo empregador ou colhidas em inspeção da empresa/local de trabalho;
• propedêutica complementar (19).
Para diagnosticar o câncer de pulmão, os exames complementares são extremamente
necessários. As técnicas relacionadas ao diagnóstico da neoplasia pulmonar, descritas nas
literaturas, são variadas. Dentre elas se encontram a citologia do escarro, a broncofibroscopia,
biópsia e a radiografia de tórax.
Com a disseminação e a maior disponibilidade da broncofibroscopia, a confiabilidade na
citologia do escarro vem diminuindo. Entretanto, em um estudo retrospectivo, com base em todos
os pedidos de citologia de escarro recebidos em cinco laboratórios de histopatologia / citopatologia
em Yorkshire 1 de Janeiro a 31 de dezembro de 1993 onde os resultados da citologia foram
correlacionados com o diagnóstico histológico ou resultado clínico, e relacionados com a
especialidade do médico referindo concluiu –se , que a citologia de escarro é ocasionalmente útil,
especialmente naqueles pacientes nos quais se necessita de uma definição diagnóstica, mas a
broncofibroscopia não está indicada(20).
Todavia, um artigo de atualização classifica a broncofribroscopia como o método mais
utilizado para diagnóstico do câncer de pulmão, além disso, é utilizada também para o
estadiamento e tratamento. O aparelho utilizado é bastante flexível, por isso permite visualizar
todos os brônquios(21).
A biópsia é utilizada para classificação histológica do tumor, sendo classificada em biopsia
transbrônquica ou transtorácica.Entretanto, a biopsia transtorácica está relacionada a algumas
complicações como o pneumotórax.
Consoante a , Norma Regulamentadora-7 (1994) do Programa de controle médico de saúde
ocupacional no Brasil, a utilização da radiografia simples é prevista na legislação trabalhista, como
o método de interpretação radiológica para o controle periódico, admissional e demissional de
trabalhadores expostos a poeiras minerais (22).
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É importante ressaltar que todos os achados dos exames clínicos e completares são idênticos
em pacientes com e sem exposição ao asbesto. Por essa razão, a anamnese tem uma importância
ímpar no diagnóstico do câncer ocupacional.
Não existe um programa de rastreamento para este tipo de câncer devido a isso na maioria
dos casos, ele é diagnosticado tardiamente, o que explica a alta letalidade do câncer de pulmão,
sendo a relação entre a sua incidência e morte segundo o INCA de, aproximadamente, 86 % .
Conclusão
Com a busca literária realizada pode-se observar a existência de estudos científicos que
apresentam um aumento do risco de desenvolvimento do carcinoma broncogênico da população
submetida à utilização de produtos, à extração, ao contato direto com os trabalhadores de minas, ou
mesmo às construções públicas que contenham o amianto, tem a exposição acentuada pela presença
constante e contínua dessa fibra mineral.
Devido a isso, esta revisão pode estimular a realização de novas pesquisas e a elaboração de
um programa de rastreamento efetivo e economicamente executável para trabalhares e seus
familiares que foram expostos ao asbesto, uma vez que o diagnóstico precoce contribuirá para uma
sobrevida maior daqueles acometidos por essa doença.
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encontra-se no sítio www.fundacentro.gov.br/silicaesilicose, por estado de origem, e ano de
realização do treinamento.
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Diagnóstico Diferencial dos Tremores
Differential diagnosis of tremors
Kaito Alves Carvalho Laube1
Guilherme Kened Souza Amorim1
Ana Carolina Miguel Meira e Silva1
Laís Neiva e Oliveira1
Raquel Gusmão Soares2
Victor Emanuel Soares Gusmão1
Acadêmicos de medicina das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE
Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde e Professora do Dep. de Enfermagem da
Universidade Estadual de Montes Claros– UNIMONTES
1
2
Autor para correspondência:
Kaito Alves Carvalho Laube
Rua Tupinambás, 169A, Funcionários
Montes Claros – MG – Brasil. CEP: 39401-033
E-mail: [email protected]
Resumo: Os tremores são os distúrbios do movimento mais frequentes na prática clínica e
caracterizam-se pela oscilação involuntária e rítmica de qualquer parte do corpo em decorrência de
contrações de músculos agonistas e antagonistas. Pode causar incapacidade funcional considerável.
O estudo teve como objetivo revisar a literatura científica relacionada ao Diagnóstico dos Tremores
visto que sua correta definição fenomenológica nem sempre é estabelecida com facilidade na
prática médica. Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo de revisão literária realizada no
período de junho a agosto de 2013, nas bases de dados LILACS, SciELO e MEDLINE da
Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Selecionou-se um total de 8 artigos por atenderem aos
objetivos do estudo. Concluiu-se pela literatura estudada que embora os tremores sejam a
perturbação do movimento mais comumente encontrada na prática clínica, seu diagnóstico pode ser
difícil, ou às vezes confuso devido sua semelhança com outros movimentos involuntários.
Descritores: Tremor, Classificação, Diagnóstico diferencial.
Summary: Tremors are the most common movement disorders in clinical practice and is
characterized by involuntary, rhythmic oscillation of any part of the body due to contractions of
agonist and antagonist muscles. Can cause considerable disability. The study aimed to review the
literature related to the diagnosis of tremors since their correct phenomenological definition is not
always easily established in medical practice. This is a retrospective descriptive study of a literature
review conducted in the period June to August 2013, in the databases LILACS, SciELO and
MEDLINE of the Virtual Health Library (VHL). Selected a total of 8 articles for meeting the
objectives of the study. It was concluded that although the literature studied the tremors are a
movement disorder most commonly encountered in clinical practice, diagnosis can be difficult, and
sometimes confusing due to its similarity to other involuntary movements.
Key-words: Tremor, Classification, Differential diagnosis.
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Introdução
A queixa de tremor é uma das mais comuns na prática clinica, sendo o distúrbio do
movimento mais frequente (1). Trata-se de uma manifestação clínica caracterizada por oscilação
involuntária e rítmica de qualquer parte do corpo(2,6).E em geral ocorre devido a uma contração
alternada ou simultânea de músculos agonistas e antagonistas(3).
De uma forma geral, os tremores são classificados de acordo com a predominância em
diferentes situações ou condições de ativação sendo: em repouso, com o paciente deitado em
repouso ou sentado; postural, quando adotada uma determinada posição contra a gravidade; e
cinético, durante a realização de qualquer movimento voluntário. A abordagem de um paciente com
tremor deverá se iniciar pela história clínica seguida do exame físico neurológico, buscando avaliar
o caráter rítmico, amplitude e frequência do movimento. O restante da avaliação neurológica deverá
ser concluído para determinar a possibilidade da existência de outras alterações associadas(3).
O tremor de repouso se manifesta quando a parte do corpo afetada está sem ativação
voluntária e é totalmente suportado contra a gravidade. Costuma ter a característica de aduçãoabdução ou de flexão-extensão(2,6) e é comumente encontrado na doença de Parkinson. Ocorre ainda
no tremor essencial severo, no tremor rubral, no tremor tardio, na miorritmia e no
“spasmusnutans”(6).
O tremor Postural é evidenciado durante a manutenção de uma determinada postura
antigravitacional, como, por exemplo, quando os membros superiores são mantidos estendidos na
frente do corpo. Costumam desaparecer com o relaxamento do referido segmento. Na prática
neurológica o exemplo mais comum de tremor postural é o tremor essencial (esporádico ou
familiar)(3,6).
O tremor cinético é aquele que ocorre durante a realização de determinado ato motor. Pode
ser inicial, dinâmico ou final quando surge, respectivamente, no início, no curso ou no final do ato
motor. Está tipicamente associado com lesões ou doenças do cerebelo(6). Este tipo de tremor ocorre
durante qualquer movimento voluntário podendo ser subdividido em tremor cinético simples (não
direcionado a um alvo) e tremor intencional (movimento direcionado a um alvo, como o que ocorre
na manobra index-naso)(3).
O objetivo desse trabalho foi realizar uma revisão integrativa de literatura nas bases de
dados: Literatura LatinoAmericana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS), a
Scientific Electronic Library Online(SciELO) e MEDLINE no período de 1998 a 2011 e nos livrostextos contemporâneos de especialistas da área.
Material e métodos
Trata-se de uma revisão de literatura das formas mais comuns de tremor da prática clínica,
bem como do diagnóstico diferencial entre elas. Para tanto, procedeu-se à busca de publicações nas
bases de dados: LILACS, SciELO e MEDLINE. A pesquisa foi realizada na BVS no período de
junho a agosto de 2013.
Adotaram-se como critérios de inclusão: artigos publicados no período de 1998-2011 no
idioma português, que contemplassem em seus títulos e/ou resumos os seguintes descritores:
Tremor, Classificação, Diagnóstico diferencial e que estivessem disponibilizados na íntegra,
gratuitamente, online.
Adicionalmente, foram consultados livros-texto contemporâneos de princípios básicos em
neurologia. Em seguida, realizou-se uma leitura reflexiva de caráter qualitativo, descritivo e
exploratório.
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Resultados e Discussão
O conhecimento das características principais do tremor é muito importante para o
diagnóstico diferencial, mas por vezes se torna difícil, sendo que em algumas situações faz-se
necessária a utilização de exames neurofisiológicos(2).
A abordagem de um tremor deverá iniciar-se por uma história clínica cuidadosa em que se
inquira sobre: a idade e o modo de início; a coexistência de outros sintomas ou doenças; terapêutica
habitual, e se foi notada alguma relação de precipitação ou agravamento quando do uso de chá ou
café; e se diminui com a ingestão de pequenas quantidades de bebidas alcoólicas. É necessário saber
da existência de tremor idêntico nos familiares ou de outras doenças neurológicas(1,4).
Do ponto de vista semiológico, o caráter rítmico dos tremores, com amplitude e frequência
mais ou menos regulares, torna a sua identificação, na maioria das vezes, direta e o diagnóstico
diferencial em relação a outros fenômenos hipercinéticos uma tarefa geralmente simples(1).
A avaliação só ficará completa após término do exame neurológico, ainda que de maneira
sumária, permitindo concluir-se se o tremor é um sintoma único ou se está associado a outras
alterações(4).
No que se refere ao Diagnóstico Diferencial observou-se que o tremor fisiológico é um
fenômeno normal, existe em todos os grupos musculares, na vigília e em certas fases do sono, em
regra não é observável e não constitui problema clínico(4).Também chamado de tremor normal,
ocorre na frequência de 8-13 Hz e uma das explicações para sua existência é a de que seria o reflexo
do balistocardiograma, isto é, da vibração passiva dos tecidos do corpo produzida pela atividade
mecânica do coração. Não é habitualmente percebido, podendo, no entanto, ser exacerbado por
certas condições, tais como: situações de medo e ansiedade, distúrbios metabólicos
(hipertireoidismo, hipoglicemia), exercícios físicos, retirada de álcool e uso de certas drogas (lítio,
prednisona)(2-3,6).
Já o tremor essencial (TE) é uma das condições neurológicas mais frequentes em adultos e a
principal causa de tremor. De uma forma geral, estima-se que a prevalência do TE varie de 0,4 a 5%
na população, aumentando, juntamente com a incidência, de acordo com a faixa etária embora no
final da adolescência ou entre 45 e 50 anos estejam os picos mais frequentes de início do quadro(1-23)
. O mecanismo fisiopatológico desse tremor ainda não está completamente esclarecido, contudo se
especula que ele ocorra devido a oscilações centrais, em nível do triângulo de Guillain-Mollaret,
particularmente uma disfunção em nível das olivas inferiores e também em nível do cerebelo (3). O
tremor é típico de um cinético acompanhado de um tremor postural que acomete os membros
superiores e no início pode ser assimétrico(2).Não raramente pode também ser cefálico ou da voz.
Em casos de tremor muito exuberante pode também observar-se em repouso(4).
O tremor parkinsoniano se impõe como principal diagnóstico diferencial do tremor essencial
(Tabela 1), sendo a principal causa de tremor de repouso (ao contrário do tremor essencial que é a
principal causa de tremor postural e cinético). No entanto, o tremor essencial pode ocorrer também
no repouso e o tremor parkinsoniano podendo ser também postural(5).
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Tabela 1. Diferenciação entre tremor essencial e tremor da doença de Parkinson
Característica clínica
Tremor essencial
Doença de Parkinson
+++
_
Tremor de cabeça
+++
_
Tremor vocal
+++
_
Melhora com álcool
_
+++
Melhora com uso de levodopa
+
++
Tremor de repouso clássico
+
+++
Tremor unilateral
+
+++
Tremor de membro inferior
_
++
Rigidez muscular (excluir o sinal de
Fromert)
Fonte: Teive HAG. Tremores. Rev Bras Med. 2011 out; 68(10): 288-293
Os critérios diagnósticos principais são: tremor bilateral das mãos e antebraços (sem tremor
de repouso); ausência de outros sinais neurológicos, com exceção do sinal de Froment (sinal da roda
denteada à manobra passiva do membro afetado com movimento voluntário do membro
contralateral); tremor isolado da cabeça sem postura anormal da mesma. Os critérios secundários:
duração longa maior do que 3 anos; história familiar; e resposta ao álcool(2-3).
A doença de Parkinson (DP) representa a segunda doença neurodegenerativa mais comum,
acometendo cerca de 1% da população acima de 60 anos e 2% acima de 70 anos(3). O tremor
parkinsoniano típico é descrito como tremor de repouso, que pode ser suprimido no início de uma
ação e desaparece no sono e completo relaxamento(2-3).
Acomete os membros superiores mais frequentemente seguido dos membros inferiores e
(2)
mento . A flexão-extensão dos dedos combinada com a adução-abdução do polegar produz o
clássico tremor em “contar dinheiro” ou em “enrolar fumo”(3,6).
A frequência do componente de repouso é habitualmente baixa, variando de 3 a 6 Hz (1). Para
que se faça o diagnóstico de doença de Parkinson há a necessidade de no mínimo dois dos critérios
descritos como tétrade clássica parkinsoniana (tremor, rigidez em roda denteada, bradicinesia e
instabilidade postural)(4,5).
Existe ainda o tremor induzido por drogas, constituído pelas doenças do movimento
induzidas por fármacos (DMIF) e que englobam síndromes com fenomenologia muito distinta,
sendo as mais prevalentes, o parkinsonismo, a distonia, a discinesia e a acatisia(7,8). São causados,
principalmente, por drogas que interferem na neurotransmissão da dopamina(8).
A forma mais comum de tremor induzido por drogas é parecida com o tremor fisiológico
exacerbado, que se manifesta como um tremor postural ou cinético rápido (8 a 12 Hz) e de baixa
amplitude, acometendo os membros superiores(2,8). O tremor induzido por drogas, tipicamente,
começa logo após a instituição da medicação e piora com o escalonamento da dose. O tratamento
envolve a redução da dose ou remoção do agente causal. Medicações, comumente, usadas para
tratar o tremor podem ser eficazes, incluindo propranolol, primidona e benzodiazepínicos, como o
clonazepan(8).
O tremor cerebelar é um tremor caracteristicamente intencional, unilateral ou mesmo
bilateral, com frequência abaixo de 5 Hz, podendo ocorrer também de forma postural, porém não no
repouso(3).Geralmente é associado com outras alterações cerebelares como fala escandida,
nistagmo, dismetria, ataxia e hipotonia(2,4). Pode observar-se num doente jovem como manifestação
de esclerose múltipla, associando-se a outras alterações, como exemplo ataxia, e em pessoas idosas
no contexto de acidente vascular cerebral(1).
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Alguns autores consideram o tremor ortostático como variante do tremor essencial, isso se
deve ao fato de que alguns pacientes também apresentem tremor das mãos. Caracteriza-se por ser
um tremor de baixa amplitude e frequência de 14-18Hz, com localização nas pernas e no tronco e
que se inicia logo após adquirir a posição ortostática(2). Gera grande incapacidade, tornando difíceis
ou impossíveis tarefas como permanecer numa fila e fazer compras pela necessidade constante que
o doente tem de se sentar. Em casos graves pode estar presente durante a marcha. Ao palparem-se
os músculos dos membros inferiores, os gémeos ou quadrícipes nota-se vibração (4).
A Doença de Wilson, que é autossômica recessiva, relacionada com uma perturbação do
metabolismo do cobre, pode numa fase inicial, manifestar-se só por tremor a que se associam outras
manifestações como disartria, incoordenação motora ou distonia(4). O tremor da Doença de Wilson
(DW) pode ser de repouso, quando existe uma síndrome rígido-acinética, postural (particularmente
o que aparece na manobra de esgrima, conhecido como tremor do tipo “bater em asas”) e mesmo
intencional(2,3).
A investigação laboratorial mostra uma diminuição ceruloplasmina sérica, diminuição do
cobre sérico e aumento no cobre em urina de 24 horas. A pesquisa do anel de Kayser-Fleischer
costuma ser positiva e os exames de imagem podem mostrar sinal de hipodensidade nos gânglios da
base à tomografia computadorizada. A realização da biópsia hepática pode confirmar o
diagnóstico(2).
Conclusão
O tremor, embora seja a perturbação do movimento mais frequentemente encontrada na
prática clínica, pode ter seu diagnóstico confundido com outros movimentos involuntários como
mioclonias, atetose e epilepsia parcial contínua. E dentro da classe dos tremores, inúmeras são as
possibilidades sindrômicas associadas. Sendo assim, uma análise criteriosa do médico baseada
numa história clínica bem descrita, no exame físico adequado e nos eventuais exames
complementares torna-se fundamental, com vistas ao delineamento do diagnóstico mais provável e
à implementação de uma terapêutica racional.
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Agradecimentos
Agradeço aos editores Maria Fernanda Santos Figueiredo e Silvania Paiva dos Santos pelo
apoio, tonando a Renome parceira na divulgação das pesquisas realizadas; aos acadêmicos Milson
Carvalho Quadros Júnior e Bruno Porto Soares, idealizadores do I Congresso Norte Mineiro de
Especialidades Médicas (CONMEM) juntamente com a turma 14 do curso de Medicina da Funorte;
aos pareceristas pela presteza e prontidão na análise dos manuscritos; e aos autores pelo envio dos
trabalhos, pois sem eles não seria possível a concretização desta edição especial.
Luiza Augusta Rosa Rossi-Barbosa
Equipe de Organização do I Congresso Norte-Mineiro de
Especialidades Médicas
Idealização
Luiza Augusta Rosa Rossi-Barbosa - Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS
Milson Carvalho Quadros Júnior – Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS
Bruno Porto Soares – Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS
Realização
TURMA XIV de Medicina – Faculdades Unidas do Norte de Minas - FUNORTE/ICS
Equipe Editorial da Revista Norte Mineira de Enfermagem
Coordenador
Silvania Paiva dos Santos, Universidade Estadual de Montes Claros - MG, Brasil
Editor Geral
Maria Fernanda Santos Figueiredo Brito, Universidade Estadual de Montes Claros - MG, Brasil
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