BANCO MUNDIAL MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE FUNDO BRASILEIRO PARA A BIODIVERSIDADE Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas – GEF-Mar Termo de Referência (TdR) 2016.0921.00049-8 Contratação de Pessoa Física OBJETIVO: Contratação de Consultor especializado para mapeamento das áreas de pesca, a partir dos dados do Programa de Rastreamento de Embarcações por Satélite - PREPS, e áreas de importância biológica, como subsídio a proposição de áreas de exclusão de pesca. MODALIDADE: Produto UNIDADE DE EXECUÇÃO TÉCNICA: Departamento de Conservação da Biodiversidade - Espécies TIPO DE CONTRATAÇÃO: Consultor Pessoa Física PERÍODO DE EXECUÇÃO DA CONTRATAÇÃO:240 dias UNIDADE DE EXECUÇÃO FINANCEIRA: FUNBIO A. Antecedentes O Projeto Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas – GEF-Mar é um projeto do Governo Federal, criado e implementado em parceria com instituições privadas e a sociedade civil para promover a conservação da biodiversidade marinha e costeira. Um dos componentes do GEF-Mar corresponde à Criação e Consolidação de Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas, tendo como um dos subprojetos a definição de Áreas de Exclusão de Pesca. O Código de Conduta da FAO para a Pesca Responsável (1995) enfatiza que a gestão da pesca deve abarcar objetivos de conservação mais amplos, apontando que as pescarias devem promover a proteção dos recursos aquáticos vivos, seus ambientes e áreas costeiras. Na Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (2002) foi acordado que os países devem estabelecer uma rede representativa de Áreas Protegidas Marinhas (APMs), sendo que muitos países têm respondido a essa determinação através da implementação de áreas de exclusão de pesca, como parte dos instrumentos de gestão ecossistêmica (FAO, 20091). O estabelecimento de áreas de exclusão de pesca no Mar Territorial e na Zona Econômica Exclusiva Brasileira possui relação direta com o cumprimento pelo país das Metas de Aichi, aprovadas pela Convenção da Diversidade Biológica como parte do Plano Estratégico 20111 FAO. 2009. A fishery manager’s guidebook. Edited by Kevern L. Cochrane and Serge M. Garcia — 2nd ed. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Página 1 de 7 2020. As áreas de exclusão de pesca contribuem mais diretamente para as Metas 6 (pesca sustentável), 10 (diminuição da pressão humana sobre recifes de coral e outros habitats vulneráveis) e 11 (proteção efetiva de no mínimo 10% das áreas costeiras e marinhas). No Brasil, um dos instrumentos mais importantes para garantir a efetividade da implementação de áreas de exclusão de pesca é o Programa de Rastreamento de Embarcações por Satélite – PREPS, definido pela INI 02/2006. Além de constituir um instrumento de controle, o PREPS pode ser utilizado para analisar os padrões espaciais de diferentes frotas ao longo do ano, fornecendo importantes subsídios técnicos para a definição de áreas de exclusão cujo desenho possa conciliar aspectos socioeconômicos e a conservação da biodiversidade. Neste contexto, é estratégico para a execução do subcomponente “Áreas de Exclusão de Pesca” do GEF Mar o mapeamento e análise dos padrões espaciais das frotas brasileiras que fazem parte do PREPS. Em combinação com os dados relevantes sobre a biodiversidade marinha, é fundamental a utilização dessas informações para definição de áreas de exclusão de pesca efetivas para a conservação da biodiversidade marinha. B. Objetivo Identificação espacial e temporal das principais áreas de pesca, de áreas de importância biológica e de exclusão de pesca, por meio de mapeamento georreferenciado, a partir da análise dos dados do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por Satélite – PREPS e de informações disponíveis sobre áreas relevantes para conservação da biodiversidade marinha e áreas de exclusão de pesca propostas. C. Atividades a Serem Desenvolvidas 1. Compilar informações a partir de dados do SisRGP - Sistema Informatizado do Registro Geral da Atividade Pesqueira, de outras fontes secundárias e consultas, para caracterização das frotas e modalidades de pesca tendo por base a INI MPA/MMA nº 10/2011, por região, a serem consideradas para levantamento de dados do PREPS (incluindo os recursos alvo, fauna acompanhante e, quando disponível, principais capturas incidentais de cada frota). 2. Construir a base cartográfica atualizada necessária, incluindo no mínimo as seguintes camadas: linha de costa, Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva brasileiras; padrões espaciais das frotas (PREPS); áreas relevantes para conservação da biodiversidade marinha; unidades de conservação marinhas e costeiras existentes (identificando o tipo de uso); áreas de exclusão de pesca existentes em normas, e; propostas de áreas de exclusão de pesca. 3. Elaborar mapas temáticos, preparar e gravar arquivos digitais relativos à base cartográfica construída, incluindo as camadas, em formato shapefile (SHP), para dados vetoriais, e elaborar um Banco de Dados Geográficos associado a um SIG; gravar os mapas temáticos, em formato TIFF ou JPEG e PDF; utilizar o SIRGAS2000 como referencial geodésico. 4. A partir da base de dados do PREPS - cujo acesso, uso e disponibilização de dados serão definidos pelo MMA considerando o quadro legal e as demais instituições gestoras identificar e analisar os padrões espaciais de atividade das frotas considerando as modalidades de pesca, por região do Brasil (N, NE, SE, S), mensalmente e nos últimos Página 2 de 7 03 anos de dados disponíveis; elaborar mapas temáticos identificando a frequência da atividade das frotas por época do ano. 5. A partir dos dados disponibilizados pelo MMA e suas vinculadas, com subsídios de especialistas, sobre áreas e habitats para a conservação da biodiversidade marinha, incluindo espécies ameaçadas de extinção e áreas de pesca artesanal, realizar análises espaciais e elaborar mapas temáticos representando o cruzamento desses dados sobre biodiversidade e pesca artesanal com as informações espaciais oriundas da análise do PREPS. 6. Elaborar mapas temáticos, a partir de propostas apresentadas pelo MMA, suas vinculadas, especialistas e atores pertinentes, de áreas de exclusão da pesca marinha propostas considerando as modalidades de pesca, visando a conservação da biodiversidade, em especial a conservação da megafauna marinha e de espécies ameaçadas de extinção. 7. Participar de pelo menos 2 reuniões técnicas organizadas pelo MMA, consultar especialistas (identificados pelo consultor, MMA e vinculadas) e consolidar informações e propostas (oriundas de reuniões, consultas públicas e a especialistas) consideradas pertinentes sobre as áreas de exclusão propostas na consultoria. 8. Elaborar relatórios técnicos apresentando as análises espaciais e as propostas de áreas de exclusão de pesca, representadas em mapas temáticos, e a justificativa técnica para as mesmas. Mantido o escopo, o detalhamento das atividades poderá ser discutido e aprovado conjuntamente entre o consultor e o MMA, incluindo a definição de quais especialistas serão consultados. D. Abrangência A abrangência geográfica da consultoria corresponde a todo o Mar Territorial e Zona Econômica Exclusiva (ZEE) brasileira. O consultor deverá ter disponibilidade para eventuais viagens para participar de reuniões técnicas relacionadas com a consultoria, principalmente em Brasília. E. Produtos 1. Relatório técnico contendo mapas temáticos georeferenciados com análise das frotas rastreadas pelo PREPS nas modalidades de pesca de “linha” e “emalhe” conforme definições da INI MPA/MMA nº 10/2011, e submodalidades quando houver dados existentes. Esse mapeamento deve representar os padrões espaciais dessas frotas ao longo dos últimos 03 anos de dados disponiveis do PREPS, mensalmente e considerando diferentes épocas do ano (sazonalmente). O relatório deve conter também, sempre que possível, a identificação das espécies-alvo, fauna acompanhante e capturas incidentais, com base nas informações disponíveis no SisRGP e demais fontes quando disponível. 2. Relatório técnico contendo mapas temáticos georeferenciados com análise das frotas rastreadas pelo PREPS nas modalidades de pesca de “arrasto”, “cerco” e “armadilhas” conforme definições da INI MPA/MMA nº 10/2011, e submodalidades quando houver dados existentes. Esse mapeamento deve representar os padrões espaciais dessas frotas ao longo dos últimos 03 anos de dados disponiveis do PREPS, mensalmente e considerando diferentes épocas do ano (sazonalmente). O relatório deve conter também, sempre que possível, a identificação das principais espécies-alvo, fauna acompanhante e capturas incidentais, com base nas informações disponíveis no SisRGPe demais fontes quando disponível. Página 3 de 7 3. Relatório técnico contendo mapas temáticos georeferenciados com as áreas relevantes para conservação de espécies marinhas, incluindo as ameaçadas de extinção, áreas de exclusão de pesca existentes em normas, áreas relevantes para a pesca artesanal (caso disponibilizadas pelo MMA), unidades de conservação marinhas e costeiras existentes (identificando o tipo de uso) e contendo as bases levantadas nos produtos 1 e 2. Esse relatório deve conter a consolidação das informações levantadas sob a coordenação do MMA junto ao ICMBio, especialistas e atores relevantes, visando a identificação de áreas relevantes para a conservação de espécies marinhas, quando couber. 4. Relatório técnico final contendo mapas temáticos georeferenciados com as propostas de áreas de exclusão de pesca obtidas pelos cruzamentos das análises de dados do PREPS com as áreas relevantes para conservação de espécies marinhas, mediante proposição do MMA junto ao ICMBio, IBAMA, especialistas e atores relevantes, incluindo as bases definidas nos produtos anteriores. F. Forma de Apresentação Os produtos deverão ser entregues apenas em formato digital (por email e quando necessário por meio de um DVD), em português e nos formatos doc. e pdf. Os mapas associados a cada produto devem ser entregues em formato TIFF ou JPEG, em resolução de alta qualidade; também devem ser entregues os shapefiles de todos os mapas, assim como as tabelas de dados, os metadados, os arquivos em formato geodatabase e o banco de dados espacial elaborado. O Relatório técnico final deverá ser apresentado em DVD, contendo os arquivos digitais relativos: à base cartográfica construída, incluindo as camadas, em formato shapefile (SHP), para dados vetoriais; o Banco de Dados Geográfico associado a um SIG; os mapas temáticos, em formato TIFF ou JPEG e PDF (com o SIRGAS2000 como referencial geodésico). G. Cronograma de execução e pagamentos Produto Data entrega Pagamento vinculado (percentual do total) Produto 1: Relatório técnico contendo Até 90 dias após 40% mapas temáticos georeferenciados com assinatura do contrato análise das frotas rastreadas pelo PREPSnas modalidades de pesca. Métodos de pesca de linha e emalhe. Produto 2: Relatório técnico contendo Até 150 dias após 25% mapas temáticos georeferenciados com assinatura do contrato análise das frotas rastreadas pelo PREPS nas modalidades de pesca. Métodos de pesca de arrasto, cerco e armadilhas. Página 4 de 7 Produto 3: Relatório técnico contendo Até 210 dias após 15% mapas temáticos georeferenciados com assinatura do contrato análise das áreas para conservação de espécies marinhas, incluindo as ameaçadas de extinção, áreas de exclusão de pesca existentes em normas, áreas de pesca artesanal e contendo as bases levantadas nos produtos 1 e 2. Produto 4: Relatório técnico final, Até 240 dias após 20% contendo mapas temáticos assinatura do contrato georeferenciados com as propostas de áreas de exclusão de pesca industrial incluindo as bases definidas nos produtos anteriores. Estarão incluídos no custo da contratação a remuneração dos serviços prestados pelo consultor, bem como todos os encargos sociais estipulados na legislação fiscal e trabalhista, devendo ser deduzidos no ato dos pagamentos os descontos estipulados por lei (IRF e INSS – para pessoa física). H. Qualificação e seleção Os candidatos deverão ter nível superior na área ambiental e experiência mínima de 02 anos em trabalhos de geoprocessamento e análise espacial. A análise dos currículos e seleção dos candidatos levará em conta os seguintes critérios: 1. Formação acadêmica Pós-graduação (Especialização, Mestrado ou Doutorado) na área ambiental 2. Experiência Profissional Experiência em trabalhos de geoprocessamento e análise espacial nos campos da Oceanografia, Ecologia, Biologia, manejo pesqueiro ou conservação marinha. Experiência na análise de dados do PREPS. O consultor deverá possuir capacidade de revisar e sistematizar a literatura científica e de redigir documentos técnicos nos campos relacionados acima, além de possuir capacidade de apresentação oral em público e discussão técnica com diferentes atores no que tange às informações e propostas de áreas de exclusão de pesca. É vedada a participação de funcionários do governo e servidores públicos, exceto quando estiverem em licença sem vencimentos. I. Dados, serviços locais, pessoal e instalações fornecidas pelo Cliente Página 5 de 7 O DESP/SBF/MMA indicará e fornecerá, quando necessário, a literatura de referência obrigatória para este trabalho. O acesso ao banco de dados do PREPS, e eventual suporte técnico deverão observar os termos e condições a serem estabelecidos pelo MMA. Deverão ser utilizados os dados do PREPS única e exclusivamente para a confecção dos produtos previstos nesses Termos de Referência, sendo os dados e informações gerados de propriedade do MMA, que definirá seu uso e disponibilização de acordo com a legislação vigente. O consultor deverá dispor de instalações e equipamentos próprios para execução das atividades. O consultor terá direito a diárias e passagens custeadas pelo Projeto para execução das atividades descritas neste TdR. Caso seja necessário, o DESP/SBF/MMA poderá colaborar na articulação (e.g. contato telefônico, apresentação do consultor por Ofício) com unidades do ICMBio ou IBAMA. J. Responsabilidade Técnica A responsabilidade técnica pela análise e aprovação dos produtos entregues pelo contratado para execução do serviço a que se refere este Termo de Referência será do Departamento de Conservação da Biodiversidade – Espécies (DESP/SBF/MMA), que terá pleno acesso a todas as informações e atividades realizadas para a execução dos serviços deste termo de referência. Periodicamente, o DESP/SBF/MMA poderá solicitar ao consultor um relato escrito sucinto sobre o andamento dos trabalhos. O contrato será celebrado pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade – Funbio, com recursos do Projeto GEF-Mar. Qualquer alteração de escopo deve passar pela anuência do Funbio enquanto contratante. Todas as informações e materiais produzidos a partir dos trabalhos objeto deste contrato terão os direitos autorais patrimoniais revertidos para o MMA, ICMBio e Funbio e sua reprodução total ou parcial requer expressa autorização dos mesmos, inclusive em período posterior ao encerramento do contrato, respeitando-se e reconhecendo-se a propriedade intelectual. Para a publicação e produção de materiais bibliográficos na forma de artigos, trabalhos acadêmicos, entre outros, produzidos a partir de informações objeto da contratação pela consultoria, deverá ser solicitada previamente autorização do MMA, ICMBio e Funbio. Fotografias e filmagens devem respeitar as normas referentes ao uso de imagem de Unidades de Conservação e dos comunitários. Página 6 de 7 Anexo Modelo de currículo A seleção dos candidatos ocorrerá por meio da análise de currículos de acordo com os critérios estabelecidos pelo DESP/SBF/MMA. O currículo apresentado deverá ser resumido (2 a 3 páginas), elaborado de forma a enfocar a consultoria em questão, incluindo apenas a descrição das experiências que sejam pertinentes ao edital de contratação. A comprovação da experiência referida pelos candidatos poderá ser solicitada pela comissão julgadora, caso necessário. O Currículo de Pessoa Física deverá seguir a seguinte estrutura: • Dados pessoais (nome completo, endereço, telefones de contato e e-mail). • Atividade atual. • Formação acadêmica (começar a partir da mais recente): Pós-graduação (instituição, ano, título dissertação/tese e orientador). Graduação (instituição, ano, título da monografia e orientador). • Atuação profissional (começar a partir da mais recente e colocar mês e ano de início e término): Instituição, local, cargo, tempo de trabalho (indicar o número total de meses), vínculo institucional e atividades desenvolvidas. • Projetos de pesquisa (se for o caso), mês e ano de início e término, número total de meses, título, local onde se desenvolveu o trabalho, coordenador, tarefas desempenhadas e instituições envolvidas. • Produção técnica e científica. • Dados complementares que não se enquadram em nenhum item anterior e que tenham relação com as qualificações exigidas no edital de contratação. • Duas referências profissionais, com telefone e e-mail. O consultor deverá ter disponibilidade para participar de eventuais reuniões sobre a consultoria, principalmente em Brasília. Página 7 de 7