COMPOSIÇÃO MINERAL DOS GALHOS DO XIQUE-XIQUE Maurílio Beltrão D’Albuquerque CAVALCANTI1; Normando Mendes RIBEIRO FILHO1, Suellen Lisboa DIAS1; Antonielly dos Santos BARBOSA2, José Pires DANTAS1. 1 Depto. de Química – DQ – Universidade Estadual da Paraíba – UEPB – Av. das Baraúnas, 351,Bodocongó, CEP: 58109-753, Campina Grande – PB 2 Pós-graduação em Engenharia Química – PPGEQ – UFCG, Campina Grande-PB E-mail: [email protected] Palavras-Chave: Semi-árido; Xique-xique; Alimentação Animal. INTRODUÇÃO A caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, isto significa que grande parte do patrimônio biológico dessa região não é encontrada em outro lugar do mundo além de no Nordeste do Brasil. Ocupando cerca de 7% do território brasileiro, a caatinga estendendo-se pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e norte de Minas Gerais. As incertezas climáticas e os fenômenos das secas periódicas no Nordeste do Brasil tornam as cactáceas, que graças às suas características fisiológicas de economia de água, uma alternativa alimentar e fonte de água para os animais na época seca (OLIVEIRA, 1996). A riqueza d’água das cactáceas forrageiras tem sido relatada como de grande importância para as regiões semi-áridas (Matter, 1986; Bem Salem et al., 1996). As folhas caídas das arvores e arbustos se constituem no alimento mais importante para os rebanhos da região Semi-árida na época seca (KIRMSE & PROVENZA, 1982). O xique-xique (Cereus gounellei) é uma cactácea bastante comum no Semi-árido nordestino, de tronco ereto com galhos laterais afastados e descrevendo suavemente uma curva ampla em direção ao solo. Seus ramos são compostos por fortes espinhos de coloração verde-opaca, esses espinhos o protegem, sobrevivendo ao processo da cadeia alimentar. Na época da seca esta planta é utilizada pelos agropecuaristas, como uma alternativa para alimentação dos animais. A parte aérea da planta é cortada pelos agropecuaristas e queimada para eliminação dos espinhos, sendo ofertada posteriormente para os animais. Este estudo teve por objetivo avaliar a composição mineral dos galhos do xiquexique, visando estabelecer alternativas saudáveis para maior incorporação desta planta na alimentação animal. METODOLOGIA Foram coletados de maneira adequada, galhos terminais das plantas ao acaso, destes 5 foram selecionadas visualmente e submetidas a secagem em estufa de circulação forçada de ar, a 55°C por 48 horas, e tamisados em peneira ABNT. Em seguida foram avaliados os parâmetros minerais: Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio, Enxofre, Cobre, Ferro, Manganês e Zinco. Todos os métodos analíticos utilizados seguiram as recomendações de SILVA (1992) E TEDESCO et. al. (1995). RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 1apresenta a composição mineral do xique-xique. TABELA 1: Composição mineral do xique-xique. Análises MINERAIS (%) Planta Cinzas (%) Ca P N 19,8 3,12 0,16 0,90 Xique-xique SP (%) 42,00 Ca – Cálcio; SP - Solubilidade da proteína Os valores de alguns minerais, na MS, do xique-xique são considerados altos, com destaque para o cálcio (Ca), que segundo GERMANO et al. (1991) e SILVA (1998) apresentam valores que giram entre 1,82 a 3,10%, estes assemelham-se aos valores médios encontrados no presente estudo, 3,12%. A média de nitrogênio encontrado no xique-xique planta, foi de 0,90%, o que nos proporciona, segundo SILVA (1992), um valor protéico de 5,63%, sendo este o encontrado na maioria das plantas da região. O teor de cinzas encontrado foi semelhante ao citado por BARBOSA (1997), entre 19,80%. CONCLUSÕES O consumo da planta (xique-xique) é uma alternativa para alimentação animal agregando assim valores financeiros ao seu cultivo. Todavia, estudos complementares são necessários nas áreas agronômica e nutricional. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBOSA, H.P. Tabela de composição de alimentos do estado da Paraíba. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba, 1997. 165p. BEN SALEM, H.; NEFZAQUI, A.; ABDOULI, H. et al. Effect of increasing level of spineless cactus (Opuntia ficus indica var. inermis) on intake and digestion by sheep given strawbased diets. Animal Science, v.62, p.293-299, 1996. KIRMSE, R. D.; PROVENZA, F. D. Herbage response to clearcutting caatinga vegetation in Northeast Brazil. In.: SIMPÓSIO BRASILEIRO DO TRÓPICO SEMI-ÁRIDO, 1, 1982, Olinda. Anais... Olinda: EMBRAPA-CPATSA/UFPE. 1982. p. 768-772. MATTER, H.E. The utilization of Opuntia for nutrition of livestock. Animal Research Development, v.23, n.1, p.107-115, 1986. OLIVEIRA, E. R. Alternativas de alimentação para pecuária do semi-árido nordestino. In.: S I M P Ó S I O N O R D E S T I N O D E ALIMENTACÃO DE RUMINANTES, 6., 1996. SILVA, A. S. Manual de Análise de Alimentos. Universidade Federal e Viçosa. Viçosa – MG: 1992, p.220. TEDESCO, J. M./ GIANELO. C. C./ BOHNEN, H./ VOLKWEISS, S.J. Análises de Solo, Plantas e Outros Materiais. Boletim técnico nº 5. 2ª edição revista e ampliada. Porto Alegre: Departamento de Solos, UFRGS, 1995, p.174.