O Ensino de Física e a noção de Campo Elétrico: analisando atividades com material experimental de baixo custo Tamires Cristina Candido Marques, Eugenio Maria de França Ramos (Prof. Dr. / Orientador). UNESP Campus de Rio Claro, IB, Licenciatura em Física, [email protected], CAPES PIBID. Palavras Chave: Campo Elétrico, Ensino de Física, Vetor Eletrostático. Introdução Neste estudo foi analisado como a aplicação de um experimento de baixo custo pode auxiliar o ensino do conceito de campo elétrico. As atividades foram desenvolvidas em uma escola de educação básica, parceria com o projeto PIBID, especificamente no 3º ano de ensino médio. Campo elétrico é um conceito não trivial, introduzido por Faraday, que oferece a representação do efeito de uma carga elétrica em seu entorno. Em nosso caso, o conceito de campo elétrico, apesar de ser um conceito abstrato, foi trabalhado com a ajuda do experimento de baixo custo denominado “Vetor Eletrostático”, oferecendo a oportunidade de observar efeitos de interação de cargas elétricas sem introduzi-lo apenas por meio de formulação matemática. Objetivos Discutir o ensino do conceito de campo elétrico por meio de atividades didáticas experimentais, utilizando o Vetor Eletrostático. Material e Métodos O material utilizado foi um experimento de baixo custo conhecido como Vetor Eletrostático. A construção deste experimento é feita com os seguintes materias: papel cartão, canudo dobravél, meia de nylon, fita crepe, bases de gesso e canudos comum de refresco. O papel cartão foi recortado como uma seta para simbolizar Fig. 1: o vetor. Em seguida foi retirado Representação esquemática do vetor um único fio de nylon da meia e eletrostático. colado no centro de massa da seta, procurando uma posição em que esta fique equilibrada. Uma vez dobrado o canudo, fixou-se o outro lado do fio de nylon com a intenção de manter a seta pendurada por este fio. Para finalizar a montagem foi colocado o canudo dobravél na base de gesso. Para a atividade de Ensino de Física aqui discutida, realizamos na escola mencionada um curso de curta duração fora do horário de aula, no qual os próprios alunos no início construiram cada um o seu experimento, oportunidade em que houve uma breve discussão teórica sobre o conceito de campo elétrico. Em seguida com o XXV Congresso de Iniciação Científica uso do vetor, os estudantes mapearam as linhas de força que representa o campo elétrico de cargas positivas e negativas, através de dois meios distintos de eletrização (contato e indução), finalizando com a parte teórica de campo elétrico e exercícios teóricos para que respondessem sobre tudo feito naquele curso. Resultados e Discussão No experimento realizado foi obtido, com as direções do vetor, as linhas de força dos campos elétricos de cargas positivas e negativas mostrando que em cargas positivas as linhas de forças são representadas como de afastamento enquanto que de cargas negativas são de aproximação, tal qual a convenção aceita na Física. A partir das observações experimentais passou-se a tratar das representações do campo elétrico, ou seja, que as linhas de força são representações do campo elétrico, na qual foi um modelo teórico sugerido por Michael Faraday para a representação de forças que agem a distância, ou seja, sem contato entre os corpos. Após o experimento, foi proposto aos alunos que representassem teoricamente no papel as linhas de forças de duas cargas negativas, duas positivas e uma positiva e negativa, situações que não foram observadas de maneira experimental nas demonstrações realizadas, como forma de acompanhar se os alunos haviam dominado o conceito de campo elétrico e a forma de representação do mesmo. Conclusões Analisando as atividades realizadas foi possível perceber que o trabalho ofereceu um melhor entendimento do conceito de campo elétrico, comparando com o que é oferecido em livros didáticos de educação básica, como 1 2 os de Máximo e Alvarenga , Sampaio e Calçada . Ao colocar o experimento do vetor eletrostático em funcionamento oferecemos aos estudantes oportunidade de perceber a geometria esférica do campo de uma carga elétrica bem como sua influência no espaço ao redor do corpo analisado. Entendemos que o conceito de campo vivenciado desta forma não substitui suas representações teóricas e o cálculo matemático, mas permite aprimorar o entendimento de tal conceito, acrescentado ao aprendizado do estudante interações que não são observadas em aulas tradicionais de Física para o Ensino Médio. ____________________ Ferreira, N. C. e Ramos, E.M. de F. Cadernos de instrumentação para o ensino de física: eletrostática, Rio Claro: UNESP/IB, 2008. MÁXIMO, A. e ALVARENGA, B. Curso de Física. Vol 3, 6ª ed. São Paulo: Scipione, 2005. SAMPAIO, J. L. e CALÇADA, C. S. Física. 2ª ed. São Paulo: Atual, 2005.