ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ GABRIELLY MARTINS DA SILVA VERÔNICA DOS SANTOS REZENDE CONHECENDO AS MULHERES QUE REALIZARAM O EXAME PAPANICOLAU EM UMA UBS DE UMA CIDADE DE MINAS GERAIS ITAJUBÁ - MG 2013 GABRIELLY MARTINS DA SILVA VERÔNICA DOS SANTOS REZENDE CONHECENDO AS MULHERES QUE REALIZARAM O EXAME PAPANICOLAU EM UMA UBS DE UMA CIDADE DE MINAS GERAIS Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Enfermagem Wenceslau Braz, como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeira com apoio do PROBIC – FAPEMIG. Orientadora: Prof.ª Dr.a Waldere Fabri Pereira Ribeiro ITAJUBÁ - MG 2013 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777 © reprodução autorizada pela(s) autora(s) S586c Silva, Gabrielly Martins da. Conhecendo as mulheres que realizaram o exame papanicolau ... / Gabrielly Martins da Silva ; Verônica dos Santos Rezende. - 2013. 62 f. Orientadora: Profª. Dr.a Waldere Fabri Pereira Ribeiro. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) com apoio financeiro do Programa de Bolsa de Iniciação Científica (PROBIC/FAPEMIG) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013. 1. Saúde da mulher. 2. Enfermagem. 3. Prevenção de câncer de colo uterino. I. Rezende, Verônica dos Santos. II. Título. NLM: WP 480 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pelas imensas graças alcançadas durante toda minha caminhada até a finalização desta etapa que faz parte de um grande sonho. Por não me desamparar nunca nos momentos difíceis e estar sempre presente em minha vida. À minha família, que sempre me apoiou e esteve presente quando eu mais precisava, minha sincera gratidão. Esse sonho também é de vocês. À amiga Gaby, que aceitou nossa parceria para a realização desse trabalho. Obrigada pela compreensão nessa caminhada. À amiga Rafa, por estar sempre presente quando eu precisava apoiando, conversando, rindo, chorando e sonhando juntas. À você, minha sincera amizade. À EEWB por me acolher nessa imensa família e me ajudar a ser quem eu sou hoje. Aos professores, que sempre presentes, nos mostram o caminho certo a seguir. Em especial à professora Waldere, que se dispôs com sua imensa alegria e gentileza a nos orientar. Nosso muito obrigada por nos acolher e se tornar um grande exemplo. “As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é infindável.” - Madre Tereza de Calcutá Verônica “Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade, e a possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante.” - Paulo Coelho Com esse pensamento tenho apenas a agradecer primeiramente a Deus por me conceder o dom do cuidado que se faz essencial nesta profissão, minha mãe Aparecida, meu pai Antonio, minha irmã Kelly e ao meu namorado Ivan, que sempre estiveram comigo nos momentos de fraqueza, onde foram o meu suporte e também nos momentos de conquistas, como aqueles que sempre acreditaram em minha capacidade. Deixo também meu agradecimento a minha amiga e colega Verônica por ter vivenciado comigo passo a passo todos os detalhes deste trabalho. A nossa orientadora e professora, Waldere, por seu carinho e atenção. E a toda turma 55 por todos esses anos de convívio, amizade, força e fé. Gabrielly RESUMO Trata-se de um estudo descritivo, documental e retrospectivo com abordagem quantitativa que teve como objetivo conhecer as características pessoais e ginecológicas das mulheres que realizaram o exame Papanicolau na Unidade Básica de Saúde do Bairro Novo Horizonte, em Itajubá, Minas Gerais. A amostra foi constituída por 58 prontuários das pacientes que colheram material para o referido exame no período compreendido entre maio de 2011 e abril de 2012. A coleta de dados foi realizada pelas pesquisadoras nos meses de junho e julho de 2012, na referida Unidade Básica. Resultados encontrados: 55,17% das mulheres estavam na faixa etária de 16-25 anos; 50% eram casadas; 63,79% eram católicas; 50% possuíam o ensino fundamental; 44,83% eram do lar. Quanto às características ginecológicas 34,48% apresentaram menarca na faixa etária de 10-12 anos; 25,86% com coitarca na faixa etária de 15-16 anos; 62,07% com ciclo menstrual regular; 69,23% tiveram corrimento como alteração vaginal; 93,10% não tinham DST; 87,93% sem alteração nas atividades sexuais; 60,34% faziam o uso de método contraceptivo e 91,38% tinham antecedentes obstétricos. Conclui-se que os resultados demonstram que se pode oferecer subsídios para a implantação de espaços de discussão e reflexão sobre essas mulheres, com o objetivo de oferecer a elas atendimento de enfermagem específico direcionado às necessidades básicas identificadas. Palavras Chave: Saúde da Mulher. Enfermagem. Prevenção de Câncer de Colo Uterino. Fatores de Risco ABSTRACT This is a descriptive, documentary and retrospective study with quantitative approach which aimed to understand personal and gynecological characteristics of women who underwent to the Papanicolaou test in the Health Basic Unit of Novo Horizonte neighborhood in the city of Itajubá, Minas Gerais. The sample was composed of 58 patient charts who gathered material for the mentioned examination between May 2011 and April 2012. Data collection was performed by the researchers during June and July 2012 at the said unit. Study Results: 55.17% of women were aged 16-25 years, 50% were married, 63.79% were Catholic, 50% had elementary school, 44.83% were housewives. Regarding the gynecological characteristics, 34.48% had the menarche at 10-12 years, 25.86% with first sexual intercourse at the age of 15-16 years, 62.07% with regular menstrual cycles, 69.23% had discharge as vaginal changes; 93.10% had no STDs; 87.93% without changes in sexual activities; 60.34% were using contraceptive methods and 91.38% had obstetric antecedents. The conclusion, as the results demonstrated, is that it’s possible to provide allowances for discussion and reflection opportunities about these women, in order to offer them specific nursing care directed to the identified basic needs. Key-words: Women’s Health. Nursing. Cervix Neoplasms Prevention. Risk Factors LISTA DE FIGURAS Figura 2 - Útero........................................................................................................17 Figura 2 – UBS CAIC ...............................................................................................32 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Características pessoais das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) ..................................36 Tabela 2 - Características ginecológicas das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) ..................................40 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.............................................................................................12 1.1 INTERESSE PELO TEMA ...........................................................................14 1.2 OBJETIVO ...................................................................................................15 2 MARCO CONCEITUAL ...............................................................................16 2.1 ANATOMIA DO ÚTERO ..............................................................................16 2.2 ALTERAÇÕES DO COLO UTERINO ..........................................................17 2.2.1 Tricomoníase..............................................................................................17 2.2.2 Donovanose ...............................................................................................17 2.2.3 Candidíase..................................................................................................18 2.2.4 Gonorréia e Clamídia.................................................................................18 2.2.5 Herpes Genital............................................................................................18 2.2.6 Infecção por Papillomavírus Humano ......................................................19 2.2.7 Neoplasias Intra-Epiteliais Cervicais causadas pelo Papillomavírus Humano ......................................................................................................19 2.2.8 Câncer do Colo do Útero...........................................................................20 2.3 O EXAME PAPANICOLAU ..........................................................................21 2.3.1 Material para a Coleta do Exame Papanicolau ........................................23 2.3.2 Procedimento da Coleta do Exame Papanicolau ....................................24 2.4 PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO........................................................................................................27 2.5 RESOLUÇÃO DO COFEN...........................................................................28 3 METODOLOGIA..........................................................................................29 3.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................29 3.2 SUJEITOS DA PESQUISA ..........................................................................30 3.3 CENÁRIO DE ESTUDO...............................................................................30 3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS........................................34 3.5 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS .............................................34 3.6 ANÁLISE DOS DADOS ...............................................................................34 3.7 ÉTICA DA PESQUISA .................................................................................35 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .........................................36 4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA...........................................................36 4.1.1 Características pessoais ...........................................................................36 4.1.2 Características ginecológicas ..................................................................40 5 CONCLUSÃO..............................................................................................45 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................46 REFERÊNCIAS...........................................................................................47 APÊNDICE A – Instrumento para tabulação dos dados.........................52 APÊNDICE B – Carta solicitação de autorização....................................58 ANEXO A – Consulta de enfermagem ginecológica...............................59 ANEXO B – Parecer Consubstanciado N.796/2011.................................61 12 1 INTRODUÇÃO O câncer de colo de útero é considerado no Brasil, um problema de Saúde Pública, pois atinge todas as camadas sociais e regiões geoeconômicas (DAVIM et al, 2005). Segundo Silva et al. (2010) é o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, sendo responsável por quase 230 mil óbitos por ano. Albuquerque et al (2009) também acrescenta que o câncer de colo de útero é a segunda neoplasia maligna mais comum, sendo superada apenas pelo câncer de mama. Sua incidência é duas vezes maior em países menos desenvolvidos e se torna mais evidente em mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos, aumentando seu risco na faixa etária de 45 a 49 anos (BIFULCO, 2010). O câncer de colo de útero é causado pelo vírus Papillomavírus Humano (HPV). Em geral, os cânceres são ocasionados pelo HPV 16 e HPV 18, sendo estes os mais comuns entre os 15 tipos oncogênicos do HPV (SILVA et al, 2010). Este mesmo autor, ainda acrescenta que existem outros fatores para a etiologia deste tumor como o tabagismo, a baixa ingestão de vitaminas, múltiplos parceiros sexuais, iniciação sexual precoce e uso de contraceptivos orais. Por apresentar uma evolução lenta, o câncer de colo de útero se torna evitável, pois há um longo período desde o desenvolvimento das lesões precursoras até o aparecimento do câncer (VASCONCELOS et al, 2010). Sendo assim Pollock et al (2006) diz que o câncer uterino possui um fácil rastreamento, pois as suas alterações neoplásicas são diagnosticadas com um teste simples, o exame preventivo de câncer de colo de útero, também conhecido pelo nome de exame Papanicolau. O exame Papanicolau tem como objetivo detectar o câncer do colo do útero e suas lesões precursoras o mais rapidamente possível. Este exame é uma medida preventiva e é responsável pelo declínio da incidência e mortalidade do câncer cervical nos últimos 50 anos (POLLOCK et al, 2006). A prevenção primária (uso de preservativos durante a relação sexual) e secundária (exame Papanicolau) têm crescido à medida que os conhecimentos acerca dos fatores de riscos que envolvem a doença aumentam. Contudo, as campanhas de prevenção e detecção precoce da patologia não têm sido bem sucedidas. Podem-se listar diversas causas, como: dificuldade ao acesso dos 13 serviços de saúde para a realização do exame Papanicolau, demanda reprimida, falta de oportunidade para falar de si mesma e de sua sexualidade e desconhecimento sobre o câncer (DAVIM et al, 2005). O acesso ao serviço de saúde, interpretado como a liberdade de uso destes serviços, possui grande importância para a interação entre o indivíduo e o sistema de saúde, no qual é incorporada a confiança, a comunicação e a informação, e que vão afetar o controle do câncer uterino (NASCIMENTO; MONTEIRO, 2010). Estes mesmos autores colocam como principais barreiras ao rastreamento desse tipo de câncer, questões como lugar de origem, nascimento, cultura, relação médico-paciente, educação, renda, disponibilidade de seguro de saúde e possibilidade de arcar com custos à saúde, acesso ao cuidado e fonte de assistência. Reis et al (2010, p. 1056) enfatiza a ideia de que A compreensão da patogênese viral pela população é de grande importância para dinamizar as prevenções primárias e secundárias, gerando um novo enfoque em saúde com ênfase no cuidado da saúde das populações humanas. Segundo Bifulco et al (2010) o rastreamento de mulheres entre a faixa etária de 25 a 65 anos com o exame Papanicolau, reduz cerca de 80% da mortalidade por este tipo de câncer. Ainda acrescenta que para garantir essa redução, é necessário organização, integralidade e qualidade do rastreamento e acompanhamento das pacientes no tratamento. A qualidade da assistência é de fundamental importância para a interação com o paciente. Bifulco et al (2010, p. 397) enfatiza a participação da equipe de enfermagem O enfermeiro é um elo entre o paciente e os demais profissionais da equipe. É ele o profissional que realiza o atendimento ao paciente, com investigação sobre fatores e hábitos de vida do paciente e de seus familiares, focando uma orientação sobre a doença, o uso e aplicação de medicamentos, observação dos sintomas e o acompanhamento do tratamento [...] Com o intuito de reduzir a mortalidade e as repercussões físicas, psíquicas e sociais do câncer na população feminina brasileira, foi criado, pelo Ministério da Saúde, o programa Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do 14 Colo do Útero e de Mama. Este programa vem oferecer serviços para a prevenção e detecção em estágios iniciais, tratamento e reabilitação do câncer (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). O Ministério da Saúde (MS) (2002) enfatiza que a população-alvo, mulheres com vida sexual ativa, principalmente aquelas entre 35 e 49 anos e as que nunca tenham feito o exame preventivo, é essencial para o início da detecção do câncer, sendo que após 2 exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos um novo exame seja feito. O processo de mobilização e seguimento da mulher consiste na informação sobre os motivos e os benefícios, o objetivo, a eficácia do tratamento e o significado do resultado. 1.1 INTERESSE PELO TEMA Como alunas do IV período do Curso de Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), Itajubá, Minas Gerais, em nosso campo de ensino clínico da disciplina de Metodologia do Cuidado IV, pudemos colher material para o exame preventivo do câncer de colo de útero, participando do Programa Viva Mulher, na UBS do Bairro Novo Horizonte, e em outros campos de ensino clínico. Esta experiência despertou nossa curiosidade em relação às mulheres que realizam o Exame de Papanicolau. Quem seriam elas? Uma das pesquisadoras teve a oportunidade de conhecer o programa Viva a Vida, o qual foi apresentado por uma das professoras ministrantes da referida disciplina e, através de nossas leituras para aprofundamento do conhecimento sobre o tema, pudemos perceber a real importância da realização deste exame. Acreditamos que o tema abordado neste estudo terá uma grande relevância científica, já que não há estudos sobre o perfil das mulheres que vêm à referida UBS em busca de exame que possa garantir um conhecimento sobre uma parcela de sua saúde. Acreditamos ainda que este estudo poderá trazer contribuição no sentido de não só conhecermos essas mulheres, bem como fornecer subsídios para o planejamento de atendimento direcionado e diferenciado a elas, não só no momento em que venham à Unidade de Saúde, mas também em visitas domiciliares programadas. Esta é uma forma de contribuirmos para uma possível melhoria no atendimento de enfermagem a essas mulheres. 15 Esta pesquisa terá uma grande relevância profissional, tanto para nós acadêmicos de enfermagem, como para a comunidade acadêmica, visto que uma das competências do enfermeiro é a assistência à pessoa humana independente do local onde se encontra, bem como planejar a assistência de enfermagem a ela, bem como a coordenação e o gerenciamento da equipe de saúde. O conhecimento deste nível é indispensável para que possamos de posse dos dados, atender a essas mulheres em suas necessidades básicas identificadas. É importante ainda destacar a significativa relevância social deste trabalho: o enfermeiro de posse dos dados e conclusões geradas deste estudo poderá embasar suas futuras decisões, tanto no gerenciamento e assistência, quanta na prática profissional, melhorando dessa forma os cuidados prestados a população. Após estas considerações elaboramos as seguintes perguntas investigativas: ¾ Quem são as mulheres que vem à UBS do Bairro Novo Horizonte colher material para o exame preventivo de Câncer de Colo de útero? ¾ Com qual frequência realizam este exame? ¾ Quais os resultados destes exames? ¾ Qual a idade predominante? ¾ Estas mulheres são casadas? ¾ Qual o seu grau de instrução? 1.2 OBJETIVO Os dados acima comprometem a dimensão e a importância do problema, justificando o desenvolvimento de um trabalho que teve por objetivo: ¾ Conhecer as características pessoais e ginecológicas das mulheres que realizaram o exame Papanicolau na Unidade Básica de Saúde do Bairro Novo Horizonte, em Itajubá, Minas Gerais, de maio de 2011 a abril de 2012. Este estudo ofereceu subsídios para um atendimento de enfermagem específico, direcionado às mulheres que frequentaram a referida UBS no que se refere ao Programa da Saúde da Mulher, uma vez que através dele pudemos conhecer essas mulheres em suas dimensões pessoais e ginecológicas. 16 2 MARCO CONCEITUAL Esta parte do trabalho adorda os conteúdos relacionados a anatomia do útero, as alterações do colo uterino, o exame Papanicolau, o papel do enfermeiro na prevenção do câncer de colo de útero e a resolução do COFEN. 2.1 ANATOMIA DO ÚTERO O útero é um órgão oco, piriforme, com paredes musculares espessas. Tem aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura, pesando aproximadamente 90 g (MOORE; DALLEY, 2007). Este mesmo autor afirma que o útero pode ser divido em duas partes: o corpo e o colo do útero. O corpo do útero forma os dois terços superiores do órgão, incluindo o fundo do útero. Dângelo e Fattini (2002) completam dizendo que o corpo é a parte principal do órgão. O colo do útero é o terço inferior cilíndrico e estreito do útero, medindo aproximadamente 2,5 cm de comprimento em uma mulher adulta não grávida. Segundo Brandão (2004) o útero possui a forma de uma pêra invertida e é dividido em três partes: fundo, porção acima de um plano transversal que passa em nível dos óstios das tubas uterinas; istmo, estrangulamento e o colo, porção final que penetra na vagina. A cavidade uterina tem aproximadamente, do óstio externo até a parede do fundo, 6 cm de comprimento e continua como o fusiforme canal do colo do útero (MOORE; DALLEY, 2007). Moore e Dalley (2007, p. 380) dividem a parede do corpo do útero em três camadas: I) Perimétrio: consiste em peritônio sustentado por uma fina lâmina de tecido conjuntivo; II) Miométrio: onde estão localizados os ramos dos vasos sanguíneos e nervos do útero e III) Endométrio: é a camada interna, aderida ao miométrio subjacente. 17 Figura 2 - Útero Fonte: Atlas de anatomia humana. 2004 2.2 ALTERAÇÕES DO COLO UTERINO Segundo Davim et al. (2005) o câncer de colo de útero é uma afecção progressiva, sendo este caracterizado por alterações intraepiteliais cervicais, que pode se desenvolver para um estágio invasivo ao longo de uma a duas décadas. 2.2.1 Tricomoníase É uma doença causada pelo protozoário tetraflagelado Trichomonas vaginalis, sendo um dos mais importantes agentes etiológicos de infecção vaginal. As queixas compreendem ardor, disúria, corrimento vaginal amarelado fétido, prurido vulvar e dispareunia (FOCACCIA, 2005). Chin (2002) complementa dizendo que é uma doença caracterizada em mulheres por vaginite, manchas petequiais, corrimento profuso, fino, espumoso, amarelo-esverdeado e fétido. Também pode causar uretrite ou cistite, mas frequentemente é assintomática. 2.2.2 Donovanose Segundo Focaccia (2005) é uma doença de evolução crônica causada pela bactéria Calymmatobacterium granulomatis, caracterizada granulomatosas, ulceradas, indolores e auto-inoculáveis. por lesões 18 2.2.3 Candidíase É uma micose presente nas camadas superficiais da pele ou às membranas mucosas (CHIN, 2002). Caracteriza-se por corrimento vaginal esbranquiçado, prurido e edema eritematoso da membrana vaginal e da região labial (FOCACCIA, 2005). 2.2.4 Gonorréia e Clamídia É uma doença causada pela Neisseria gonorrhoeae. Na maioria das vezes permanece assintomática, mas naquelas que manifestam a sintomatologia ocorre cervicite com muco turvo associado ou não com hiperemia do colo (FOCACCIA, 2005). As infecções por Chlamydia trachomatis podem ser adquiridas com a gonorréia. As manifestações são semelhantes à da gonorréia e se apresentam como corrimento endocervical mucopurulento, com edema, eritema e sangramento cervical (CHIN, 2002). 2.2.5 Herpes Genital O herpes genital faz parte da família Alphaherpesviridae, onde é composto pelo herpes simples do tipo 1 e 2 e pelo vírus varicela-zoster. É uma doença viral caracterizada por episódios de latência assintomática e recorrência com lesões (COURA, 2005). Segundo este mesmo autor o quadro clínico se classifica em: x Primoinfecção: primeiro contágio de qualquer um dos vírus; x Latência: o vírus se transporta retrogradamente até os gânglios periféricos sensitivos onde param de se replicar por um período; x Recorrência: o vírus pode se transportar até a pele, multiplicando-se novamente, com a presença de novas lesões; x Não-primário, primeiro episódio de infecção: portadores de um tipo de vírus que agora se contagiou com o outro. 19 2.2.6 Infecção por Papillomavírus Humano O papillomavírus é um vírus de DNA, pertencente à família Papovaviridae. É uma infecção genital considerada como doença sexualmente transmissível, no qual o vírus penetra no hospedeiro através de microtraumatismos durante o ato sexual (FOCACCIA, 2005). O mesmo autor diz que quando o vírus infecta a célula, há três possíveis evoluções: x A infecção pode permanecer na forma latente, onde o DNA viral irá residir no núcleo, porém não produzirá nenhuma alteração no tecido; x Produzir infecção clínica ou subclínica, onde o vírus se reproduz liberando novas partículas virais para infectar outras células; x O organismo consegue eliminar o vírus, onde as infecções por HPV são eliminadas pelo sistema de defesa do organismo. Durante esse período pode ocorrer infecção subclínica/ clínica ou latente. Segundo Coura (2005) as lesões clínicas caracterizam-se por proliferações epiteliais benignas na pele e em mucosas, denominadas de verrugas. Os HPV genitais são divididos de acordo com o seu risco oncogênico, os de alto risco e os de baixo risco. Os de alto risco podem incorporar-se no genoma da célula hospedeira e promover transformações malignas com perda do controle de crescimento e multiplicação celular; já os de baixo risco causam as lesões epiteliais benignas, que são as verrugas genitais. 2.2.7 Neoplasias Intra-Epiteliais Cervicais causadas pelo Papillomavírus Humano Em sua evolução, o câncer de colo do útero passa por uma fase pré-invasiva, onde intervenções podem evitar o seu progresso e outra invasiva, onde a invasão do tecido possui um difícil controle (INCA, 2008). Este mesmo autor acrescenta que as lesões pré-invasivas são também chamadas de Neoplasias Intra-epiteliais Cervicais (NIC). Estas foram classificadas em NIC I (lesões de baixo grau), NIC II e NIC III (lesões de alto grau). 20 Rama et al (2008) diz que o câncer cervical inicia-se como uma NIC, que é uma condição pré-invasiva limitada ao epitélio cervical ou uma lesão intra-epitelial escamosa, sendo que cerca de 10% das lesões classificadas como NIC I podem evoluir para a NIC II ou NIC III. A NIC I possui uma regressão de 60%, enquanto sua progressão é de apenas 1% para o câncer invasor; já a NIC II e a NIC III possui, respectivamente, 5% e 12% de risco de evoluir para um carcinoma invasor (ROSA et al, 2009). Segundo Melo et al (2009), as lesões precursoras do câncer de colo uterino apresentam diferentes graus evolutivos que são curáveis, quando tratadas precocemente, em até 100% dos casos. 2.2.8 Câncer do Colo do Útero O câncer do colo do útero se dá de forma lenta, passando por fases préclínicas detectáveis e curáveis. Dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. Seu pico de incidência situa-se entre mulheres de 40 a 60 anos de idade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Segundo Mohallem e Rodrigues (2007) os tumores malignos do colo do útero dividem-se em tumores epiteliais (carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma), tumores de tecido mesenquimal (sarcoma de estroma endocervical). A transmissão sexual é a explicação mais aceita para o aparecimento do câncer do colo do útero e a infecção pelo HPV em altas cargas virais representa o principal fator de risco para o desenvolvimento da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). Segundo Medeiros et al (2005) o câncer do colo do útero é uma doença de evolução lenta, apresentando fases pré-invasivas, ou seja, benignas. O período de evolução de uma lesão pré-invasiva para a invasiva é de aproximadamente 20 anos, sendo que este período permite ações preventivas e alterações no quadro evolutivo da doença. Este mesmo autor ainda acrescenta que o câncer invasivo é precedido por uma série de modificações no epitélio original, constituindo as lesões pré-malignas. Este câncer pode ser evitado através de um diagnóstico precoce e do tratamento 21 das lesões precursoras, sendo o método de Papanicolau o instrumento ideal para este fim. 2.3 O EXAME PAPANICOLAU Segundo Davim et al (2005) o exame Papanicolau, também denominado como colpocitologia, exame citopatológico, exame preventivo, é conhecido internacionalmente, pois é tido como um instrumento mais prático, barato e adequado para o rastreamento do câncer de colo uterino. Tavares et al (2007) diz que o exame Papanicolau foi sugerido em 1941 como uma ferramenta para a detecção precoce do câncer do colo do útero, sendo considerado um método eficiente, pois através deste pode-se identificar lesões precursoras que serão precocemente detectadas e tratadas levando a um decréscimo na mortalidade por esse tipo de câncer. De acordo com o MS (2006) a periodicidade para a realização do exame preventivo do colo do útero permanece a mesma desde quando fora estabelecida pelo Ministério da Saúde do Brasil em 1988 sendo também utilizada nos principais programas internacionais no qual mulheres de 25 a 60 anos de idade devem realizar o exame citopatológico uma vez por ano, e se após dois exames anuais consecutivos os resultados forem negativos deve-se realizar o exame a cada três anos. Santos et al (2009) ainda completa que mulheres com menos de vinte e cinco anos, porém já tenham iniciado sua vida sexual, realize anualmente o exame de Papanicolau. Este exame consiste no esfregaço ou raspado de células esfoliadas do epitélio cervical e vaginal, pois este serve tanto para prevenção secundária quanto para um diagnóstico precoce de lesões pré-neoplásicas e da doença em seu estágio inicial (DAVIM et al, 2005). O Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (2006) ainda diz que para a realização do exame Papanicolau há algumas situações especiais como: x Mulher grávida: não está contra-indicada a realização do exame em mulheres grávidas, porém a coleta deve ser feita somente com a espátula Ayre e não utilizando a escova de coleta cervical. Pode ser realizado em qualquer período da gestação, mas preferencialmente até o 7° mês; 22 x Mulheres virgens: a coleta em virgens não deve ser realizada como uma coleta normal, neste caso outros exames serão solicitados caso haja a necessidade de um diagnóstico; x Mulheres submetidas à histerectomia (retirada do útero): 1. Histerectomia total: recomenda–se a coleta de esfregaço do fundo de saco vaginal; 2. Histerectomia subtotal: coleta normal. x Mulheres com DST: estas devem ser submetidas à realização do exame mais vezes, visto que há uma chance maior de serem portadoras de câncer do colo do útero, entretanto, no caso de ser uma DST que tenha tratamento, o exame só deverá ser realizado assim que esta em questão for tratada. Se caso a paciente esteja fazendo uma investigação de DST ou caso ela esteja com corrimento em excesso, secreções e esta não poderá voltar em outra ocasião para a realização do exame, não se deve desperdiçar a oportunidade da coleta. Nessa situação deve-se proceder da seguinte maneira: 1. Se a paciente for realizar um exame para investigação de uma DST, este deve ser realizado primeiramente e depois a coleta do material para o exame citopatológico; 2. No caso de secreções e corrimentos o excesso destes devem ser retirados com algodão ou gaze embebidos em solução fisiológica e só depois se faz a coleta do material. Deve-se ter cuidado nessa situação, pois a presença das secreções, corrimentos poderá comprometer a interpretação do exame. O MS (2002) estima que cerca de 40% das mulheres brasileiras nunca realizaram o exame citopatológico. Toda mulher, no momento do agendamento do exame, deve ser instruída em relação a algumas recomendações previas como: x Evitar relações sexuais nas 48 horas que antecedem ao exame; x Não utilizar anticoncepcionais locais, espermicidas, duchas, medicamentos vaginais ou outros exames intravaginais como ultrassonografia nas 48 horas que antecedem ao exame; 23 x A paciente não pode estar menstruada, pois a presença de sangue pode prejudicar o diagnóstico; x Deve-se aguardar o 5° dia após o término da menstruação. 2.3.1 Material para a Coleta do Exame Papanicolau De acordo com o Caderno de Atenção Básica - MS (2006) para a realização do procedimento é de fundamental importância que o profissional esteja capacitado tanto em relação à técnica quanto na abordagem e acolhimento da paciente. É necessário também, antes de tudo, verificar se todos os materiais a serem utilizados estão disponíveis, tanto os equipamentos do consultório quanto o material da coleta para que não ocorra um imprevisto durante a mesma. Os equipamentos do consultório para a realização do exame são: x x Mesa ginecológica; x Mesa auxiliar; x Biombo ou local reservado para troca de roupa; x Escada de dois degraus; x Foco de luz com cabo flexível; x Cesto de lixo; Espaço físico adequado. Já entre o material adequado para a coleta em si, é necessário: x Espéculo de tamanhos variados - pequeno, médio, grande e para virgem. Preferencialmente descartáveis, mas caso utilize o espéculo de metal este x deve ser esterilizado de acordo com as normas vigentes; x Lâminas de vidro com extremidade fosca; x a outra afilada e bifurcada; x pólo superior; x Balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável; Espátula de Ayre - espátula de madeira com uma extremidade arredondada e Escova endocervical - com cerdas macias em formato cônico com ápice no Solução fixadora, álcool a 96% ou Polietilenoglicol líquido ou Spray de Polietilenoglicol; 24 x Recipiente para acondicionamento das lâminas - de acordo com o tipo de fixador adotado pela unidade, utiliza-se: frasco porta-lâmina, tipo tubete, ou x caixa de madeira ou plástica para transporte de lâminas; x Fita adesiva de papel para identificação os frascos; x Formulários de requisição do exame citopatológico; Lápis grafite ou preto nº 2 para identificar a lâmina e frasco - não é recomendado o uso de caneta, pois o álcool utilizado para o armazenamento da lâmina pode borrar o escrito, atrapalhando assim na identificação das x amostras; Avental/ camisola para a mulher - preferencialmente descartáveis, mas caso estes não sejam, deve-se logo após o uso levá-los para a lavagem de acordo x com a Unidade de Saúde; Lençóis - preferencialmente descartáveis, mas caso não sejam deve-se logo após o uso levá-los para a lavagem de acordo com a Unidade de Saúde. 2.3.2 Procedimento da Coleta do Exame Papanicolau Após toda a preparação da sala com todo o material que será utilizado na coleta e o devido acolhimento da paciente, de acordo com o MS (2002) em seu manual técnico para profissionais de saúde, o próximo passo para a coleta do material para o exame citopatológico é o preenchimento adequado do Formulário de Requerimento do Exame com informações corretas e devidamente preenchidas com letra legível a respeito tanto do paciente quanto da Unidade de Saúde no qual a amostra está sendo coletada. Neste requerimento há perguntas onde serão investigados quando foi a última realização do exame, qual foi o resultado e se a cliente já passou por algum tipo de tratamento no colo do útero. Ela também será questionada quanto ao uso de DIU, tratamentos hormonais ou radioterápicos, gestação atual e se houve sangramento vaginal fora do período menstrual ou após a relação sexual. O preenchimento correto deste formulário é de fundamental importância, pois a falta de informações, ou até mesmo o preenchimento de forma incorreta poderá comprometer no resultado da coleta em relação à identificação da paciente. Deve-se sempre lembrar de que a identificação da paciente é realizada na 25 região fosca da lâmina com as iniciais de seu nome e com o número do registro na Unidade de Saúde. O MS (2006) completa ainda que antes de começar o preparo da paciente, o profissional deve lavar as mãos com água e sabão e enxugá-las com papel toalha. Logo em seguida o profissional deverá solicitar que a paciente esvazie a bexiga e então pedir para que ela troque de roupa, em um local reservado, pedindo que esta vista um avental, de preferência descartável. Depois a mulher deverá ser colocada na posição ginecológica adequada na qual se sinta mais confortável possível. Cubra as pernas da paciente com um lençol e posicione o foco de luz. Neste momento o profissional deverá calçar as luvas de procedimento. O procedimento propriamente dito se dá pela técnica da coleta do material citopatológico do colo do útero. A ordem em que procede a coleta se dá, respectivamente, da seguinte maneira: 1. Sob a iluminação do foco de luz inicia-se a primeira parte da coleta expondo a região que será examinada, onde deveremos observar atentamente o órgão genital externo, estando atento quanto a distribuição dos pelos, a integralidade do clitóris, do meato uretral, dos grandes e dos pequenos lábios, se há presença ou não de secreções vaginais, sinais de inflamação, veias varicosas ou algum tipo de fissura, úlcera, verrugas ou tumerações; 2. Após essa observação coloca-se o espéculo (grande, médio ou pequeno) que será escolhido de acordo com as características do períneo e da vagina da paciente a ser examinada. Não deve ser utilizados lubrificantes, ao menos que se trate de um caso selecionado, como uma paciente idosa com vagina ressecada, por exemplo. Recomenda-se molhar o espéculo em solução fisiológica. A introdução do espéculo se dá de forma suave onde este deve estar em posição vertical e ligeiramente inclinado, de forma que o útero fique completamente exposto, sendo imprescindível para uma boa coleta. Após ser introduzido, gire o espéculo de forma que este fique em uma posição transversa de maneira que a fenda de abertura fique na posição horizontal. Quando então colocado, abra-o lentamente de forma delicada. Neste momento o profissional deverá observar também as características das paredes vaginais e de seu conteúdo bem como do colo do útero. Anotam-se então na ficha de requerimento as características pertinentes ao colo do 26 útero, se este se encontra normal, alterado, ausente ou então não visualizado; 3. A coleta do material deve ser feita na ectocérvice e na endocérvice, uma coleta dupla em uma única lâmina. Uma amostra do saco vaginal não é recomendada por se tratar de um material de baixa qualidade para um x diagnóstico oncótico. O procedimento então é realizado da seguinte maneira: Coleta na ectocérvice: nesta região utiliza-se a espátula Ayres, o lado em que apresenta uma bifurcação onde sua ponta mais longa deverá se encaixar no orifício externo do colo. Após esse encaixe apóie firmemente e faça uma raspagem na mucosa ectocervical em um movimento rotativo de 360° em volta de todo o orifício cervical. Exerça uma pressão firme, porém delicada para não machucar o colo do útero e comprometer a amostra. Na metade superior da lâmina, próximo à região fosca, disponha o material colhido em um sentido transversal. Essa amostra, bem como as outras, deverá ser x colocada do lado da lâmina em que se encontra a parte fosca; Coleta na endocérvice: nessa região utiliza-se a escova endocervical. Introduza a escova no canal cervical e faça um movimento giratório de 360°. Disponha o material coletado na outra extremidade da lâmina. O esfregaço das amostras deverá ser distribuída de forma uniforme e delgada, porém sem que haja uma destruição celular; 4. Por último, faz-se a fixação do esfregaço que deve ser realizado rapidamente para que o material não resseque. Os modos de fixação utilizados são três: x Fixação com álcool a 96%: coloca-se a lâmina dentro de um frasco contendo álcool a 96% em quantidade adequada, de forma que toda a parte da lâmina com o material coletado esteja mergulhado no álcool. Coloca-se então, a requisição envolta do frasco. Esse tipo de fixação é mundialmente conhecido como o melhor para os esfregaços citológicos; x Fixação com Spray de Polietilenoglicol: borrifa-se o spray sobre a lâmina de uma distância de 20 cm imediatamente após a coleta; x Fixação com Polietilenoglicol líquido: após a coleta pinga-se de 3 a 4 gotas da solução fixadora de forma que esta cubra toda a área em que está disposta o material e deixe secar. Coloque a lâmina dentro de uma caixa que será enviada pra o laboratório. 27 Conclui-se a coleta fechando o espéculo, porém não totalmente para não beliscar o colo da mulher, retire-o delicadamente inclinando-o levemente para cima e observe as paredes vaginais. Retire as luvas e auxilie a paciente a descer da mesa e peça para que ela troque de roupa. Não se esqueça de informá-la que poderá ocorrer um pequeno sangramento após a coleta, porém este cessará sozinho. Fale também a ela a importância de seu retorno para a busca do resultado (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). 2.4 PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO Segundo Melo et al (2012) o enfermeiro desenvolve papel fundamental nas unidades de atenção primária à saúde, pois estas são consideradas a porta de entrada do usuário ao sistema de saúde. O enfermeiro tem como papel exercer atividades de cunho técnico específico de sua competência, bem como as atividades de âmbito administrativo e educativo por meio do vínculo formado com as pacientes, e concentrar esforços para o convencimento da população feminina sobre os benefícios conquistados com as ações preventivas. O mesmo autor acrescenta que em relação à prevenção do câncer de colo do útero o papel do enfermeiro se faz de suma importância, visto que as atividades realizadas por este atingem várias dimensões como: x Realização da Consulta de Enfermagem; x Realização do exame Papanicolau; x Ações educativas juntamente com equipe e a comunidade; x Gerenciar e providenciar recursos materiais e técnicos; x Controlar a qualidade dos exames; x Verificar e comunicar os resultados e encaminhamentos para procedimentos se necessário. De acordo com Dezem; Sampar (2006) a importância do papel da enfermagem também está no fato de que por falta de orientação ou esclarecimentos, muitas vezes há uma resistência por parte destas mulheres quanto à realização do 28 exame Papanicolau, pois elas se sentem envergonhadas e não sabem a importância da sua realização, acabando por não realizarem. Segundo Deus (2011) o enfermeiro é responsável por informar as pacientes sobre a técnica que será realizada para a coleta do exame Papanicolau, assim como os materiais utilizados durante o mesmo, para que assim não haja um sentimento de medo por parte das pacientes durante a realização do procedimento. O enfermeiro é um profissional já direcionado para a educação ao paciente, visto que desde a sua formação acadêmica, o mesmo vem desenvolvendo suas habilidades visando à busca do paciente pelo serviço de saúde de forma regular. Cabe ao enfermeiro elaborar programas de prevenção seguindo os princípios de identificação da população de risco, busca ativa destes e a detecção e implementação do tratamento (DEZEM; SAMPAR, 2006). 2.5 RESOLUÇÃO DO COFEN A resolução do COFEN Nº 381/2011 normatiza a execução da coleta de material para colpocitologia oncótica pelo método de Papanicolau pelo enfermeiro. Considerando a magnitude epidemiológica, econômica e social do câncer de colo do útero; a portaria GM/MS Nº 2.439 de 8 de dezembro de 2005, que institui a Política Nacional de Atenção Oncológica; a coleta de material para colpocitologia oncótica pelo método Papanicolau como um procedimento complexo, que demanda competência técnica e científica em sua execução; resolve: Art 1º: No âmbito da equipe de enfermagem, a coleta de material para colpocitologia oncótica pelo método Papanicolau é privativa do enfermeiro. 29 3 METODOLOGIA Esta parte do trabalho adorda os aspectos relacionados ao tipo de pesquisa, sujeitos da pesquisa, cenário de estudo, procedimentos para a coleta de dados, instrumento para a coleta de dados, análise dos dados, bem como os aspéctos éticos da pesquisa. 3.1 TIPO DE PESQUISA Foi desenvolvida uma pesquisa quantitativa, descritiva, documental, retrospectiva, fundamentada na análise de um documento denominado “Consulta de Enfermagem - Ginecológica” (ANEXO A) que compõe o prontuário das pacientes que colheram material para o exame Papanicolau na UBS do Bairro Novo Horizonte no período de maio de 2011 a abril de 2012. Para Gil (2002) a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Outra característica deste tipo de pesquisa é que, uma vez observados os fatos, estes são, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do mundo físico e humano são estruturados, mas não manipulados pelo pesquisador (ANDRADE, 2001). O quantitativo significa segundo Oliveira (1998, p.115) Quantificar opiniões, dados, na forma de coleta de informações, assim como também com o emprego de recursos e técnicas estatísticas, desde as mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão, etc, normalmente utilizados em defesas de teses. A pesquisa documental utilizou-se de materiais que ainda não receberam um tratamento analítico, ou que podem ser reelaborados de acordo com o objetivo da pesquisa. Neste tipo de pesquisa as fontes são mais diversificadas e dispersas 30 como documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições de ordem privada, assim como os documentos que foram analisados nesta pesquisa. Entre suas vantagens podemos citar: é uma fonte rica e estável de dados, possui baixo custo e não existe contato direto com os sujeitos da pesquisa (GIL, 2002). O mesmo autor citado acima diz que, o estudo retrospectivo é elaborado com base em registros do passado com segmentos até o presente. É viável quando se dispõe de arquivos com protocolos completos e organizados. Quanto ao documento que foi utilizado, o mesmo possui as características acima destacadas, isto é, está arquivado, é completo e está organizado. O mesmo consta de 16 partes, sendo elas: dados sócio-demográficos; anamnese; data da última menstruação; ciclo menstrual; alterações vaginais; sangramento/Doenças Sexuais Transmissíveis; atividade sexual; método contraceptivo; antecedentes obstétricos, pessoais e familiares; data do último preventivo; conhecimento sobre DST, AIDS, Câncer; exame físico, resultado do Exame Papanicolau, tratamento proposto e retorno. 3.2 SUJEITOS DA PESQUISA Os sujeitos da pesquisa foram as fichas denominadas “Consulta de Enfermagem – Ginecológica” que compõem os prontuários das pacientes que colheram material para o exame Papanicolau na referida UBS no período de maio de 2011 a abril de 2012. Para comprovar a viabilidade da pesquisa, no período compreendido entre 01 a 31 de maio de 2011, 15 mulheres compareceram à referida UBS para a coleta de material para o referido exame. Este levantamento foi realizado, a partir do livro de marcação de exame Papanicolau. 3.3 CENÁRIO DE ESTUDO A cidade de Itajubá fundada em 19 de março de 1819 pelo Padre Lourenço da Costa Moreira, foi emancipada em 27 de setembro de 1848, conforme a Lei nº 355. Atualmente possui 219,75 Km² de área rural e 70,70 Km² de área urbana. Localizase no sul do estado de Minas Gerais, pertencendo à Bacia Hidrográfica do Rio Sapucaí, cuja nascente fica na cidade de Campos do Jordão, na Serra da 31 Mantiqueira. Limita-se ao Norte com os municípios de São José do Alegre e Maria da Fé, ao Sudeste com Wenceslau Braz, à Sudoeste com Piranguçu, à Oeste com Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira. Exerce influência direta sobre 14 municípios da microrregião. A principal rodovia que corta o município é a BR 459, que liga Lorena-SP a Poços de Caldas-MG (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), possui altitude de 1746 metros no seu ponto mais alto e de 830 metros no ponto mais baixo, acima do nível do mar, sendo que a área urbana, desconsiderando os morros, está numa altitude média de 842 metros. Ocupa uma área de 290,45 Km² de extensão, com população estimada para 2009 de 90.225 habitantes, equivalendo a aproximadamente 312,65 hab./km², numa taxa anual de crescimento de 1,26% habitantes por ano. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,185, sendo um dos mais altos em Minas Gerais (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011). A cidade possui 57 bairros limitando-se, ao norte, com os municípios de: São José do Alegre e Maria da Fé; ao Sudeste, Wenceslau Brás e Sudoeste com o de Piranguçu; a Oeste, Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira, exercendo influência direta sobre 14 municípios da micro-região, sendo a sua população equivalente a 0,47% da população mineira (IBGE, 2011). O município de Itajubá é considerado centro de referência em assistência à saúde para dezesseis municípios da chamada “Micro-região do Alto Sapucaí”. A cidade conta com 2 (dois) hospitais credenciados para o Sistema Único de Saúde SUS, Santa Casa de Misericórdia de Itajubá e Hospital Escola da Faculdade de Medicina de Itajubá, com níveis de atendimento de atenção básica á alta complexidade (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011). O município também conta com as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Estratégia de Saúde da Família (ESF), com vários programas diferenciados de assistência à saúde como: Diabetes; Hipertensão; Saúde da Mulher; Tuberculose e Hanseníase; Cartão Nacional de Saúde; Programa de Epidemiologia e Controle de Doenças; Programa de Combate às Carências Nutricionais; Programa de Imunização; Programa de atenção ao adolescente; Programa DST/AIDS; Programa de Saúde Bucal; Programa de Saúde da Família; Programa de Saúde Mental; Programa de Atenção aos Deficientes; Programa de Combate à Dengue. A farmácia 32 da Policlínica de Itajubá fornece gratuitamente aos parceiros cadastrados nos vários programas de saúde, medicamentos para diabéticos, hipertensos, gestantes, pacientes portadores de doenças infecto contagiosas e para o programa DST/AIDS (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011). O atendimento prestado à saúde no município articula-se por 12 Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) e uma Policlínica (Amilcar Pellon), que atendem zona urbana, assim como as ESF’s que assistem à população rural; um Hospital Escola e uma Santa Casa de Misericórdia; Hospitais particulares (privados como Odontomed, Ceam, e pronto-atendimento da Unimed). Constam ainda clínicas especializadas, além de consultórios particulares. Possui 37 estabelecimentos de saúde privados, e dentre eles 34 são com fins lucrativos, e três sem fins lucrativos (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011). A foto abaixo apresenta vista aérea do bairro Novo Horizonte, onde podemos visualizar o prédio onde funciona a UBS (plano, térreo, com telhado azul e detalhes em tom alaranjado). Figura 2 – UBS CAIC Fonte: Prefeitura Municipal de Itajubá, 2010. O bairro Novo Horizonte está situado a noroeste da cidade de Itajubá, Minas Gerais. Atualmente constuitui-se de uma população de 4.420 habitantes, sendo 2.252 homens e 2.168 mulheres. O nome do bairro passou por diversas modificações no decorrer dos anos já sendo chamado de Bairro da Fazendinha e 33 Água Preta, pois era considerado como um bairro de zona rural onde os habitantes residiam em sítios e casas localizados ao longo da estrada rural denominada atualmente de Padre Petrus Dingnouts. Em 13 de maio de 1986, a prefeitura municipal desapropriou um loteamento onde se encontrava uma fazenda com pastos e cafezais adiquirida pela construtora Mauad, que passou a ser chamado de Recanto Alice Braz Mandolesi, com o objetivo de se construir casas populares. Então nos anos de 1985 a 1988, a secretaria de Bem Estar Social juntamente com a Prefeitura Municipal elaboraram um projeto para a elaboração dessas casas. A equipe era composta por psicólogo, engenheiro civil e assistente social que prestava orientação aos moradores. O projeto inicial buscava a construção de 200 moradias, porém o mutirão só foi iniciado em 1988 com a construção de 40 casas. No período compreendido de 1989 a 1992 tanto a equipe designada quanto da secretaria de Bem Estar Social foram extintas, onde então a população passou a adquirir seus lotes sem critérios técnicos e somente em 1993 com a reativação da Secretaria do Bem Estar Social pela administração municipal houve a reorganização do sistema de acordo com a lei municipal 2.325/23 de maio que objetivava a continuação do processo de reorganização das escrituras. O bairro então foi se modelando aos poucos pela ocupação urbana onde ficava evidente, conforme as famílias se concentravam, problemas de ordem socioeconômica tais como desnutrição, desemprego, baixo nível de escolaridade e desajuste familiar (SANTOS; HIENE; MIGUEL, 2011). No ano de 1977 foi construída no bairro a Escola Municipal José Chaibem Mauad atendendo alunos de primeira a quarta série e em 1987 sendo reformada para oferecer aos filhos dos moradores do bairro melhores condições. Em 1999 ela foi desativada para servir de albergue para presidiários, já em 2002 ela passou a ser o Centro de Atendimento, Triagem e Encaminhamento – CATEI, que atendia e acolhia andarilhos tendo como frente a Secretaria do Bem Estar Social (SANTOS; HIENE; MIGUEL, 2011). Em 1994 foi criado o Centro de Apoio Integrado a Criança (CAIC) que atende crianças de 4 meses a 3 anos. No mesmo local encontra-se a Escola Municipal Francisco Pereira Coutinho atendendo crianças da pré-escola até a quarta série. Também se encontra a Unidade Básica de Saúde, Dr. Raimundo Siqueira Paulista, que iniciou suas atividades em 17 de setembro de 1999 e inaugurada em 2000. A UBS funciona de segunda a sexta-feira das 07:00 às 17:00 e oferece serviços de 34 imunização, consulta médica com clínico geral, pediatra e obstetra bem como atendimento odontológico. A Unidade também trabalha com o programa do HIPERDIA. Reformado recentemente conta com 3 consultórios médicos, uma recepção, uma sala de odontologia, uma sala de imunização e uma sala para guardar medicação. A equipe é composta por 2 enfermeiras, cada uma com um turno de 6 horas, 3 técnicos e 3 auxiliares de enfermagem e um agente administrativo (SANTOS; HIENE; MIGUEL, 2011). 3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada na UBS - CAIC, a partir do documento citado anteriormente, que faz parte do prontuário das pacientes referenciadas. Foram agendados antecipadamente com a enfermeira responsável, os dias e horários em que as pesquisadoras fizeram a coleta dos dados, quando foi solicitada uma sala para que elas pudessem fazer a referida coleta. A coleta foi realizada de segunda à sexta-feira, no período da manhã (das 07:00 às 11:00 horas) e no período da tarde (das 13:00 às 16:00 horas) nos meses de junho e julho de 2012. 3.5 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS A partir do documento que foi utilizado para a coleta de dados, foi elaborado um “Instrumento para Tabulação dos Dados” (APÊNDICE A), composto por seis partes: a) Dados sócio-demográficos; b) Anamnese; c) Exame Físico; d) Resultado do Exame Papanicolau; e) Tratamento Proposto e f) Retorno. Informações que possam, por ventura, identificar a paciente não foram divulgadas, garantindo, desta forma o anonimato da mesma. E quando não houve registro de algum dado nos documentos utilizados que fez parte dos itens da coleta de dados, o mesmo foi considerado “não informado”. 3.6 ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram tabulados manualmente e posteriormente, foi utilizado o Microsoft Office Excel, programa de planilha eletrônica, para a construção de tabelas que foram analisadas e interpretadas. 35 3.7 ÉTICA DA PESQUISA O material para coleta de dados estava sob responsabilidade da UBS - CAIC. Desta forma foi solicitada uma autorização para a coleta de dados e desenvolvimento da pesquisa para a Gestora Municipal de Saúde de Itajubá, através de uma Carta (APÊNDICE B). Após a autorização o projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da EEWB, para apreciação, e foi aprovado com o parecer consubstanciado Nº 529/2011(ANEXO B). 36 4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Para análise e discussão dos resultados, os mesmos serão apresentados em duas partes: ¾ a primeira refere-se às características pessoais das pacientes que realizaram o exame Papanicolau na UBS – CAIC, mostrado na tabela 1, e ¾ a segunda refere-se às características ginecológicas destas pacientes, mostrados na tabela 2. 4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA Mostraremos os resultados obtidos através de tabelas com frequência e porcentagem. 4.1.1 Características pessoais Neste item, demonstraremos as características pessoais das pacientes que realizaram o exame Papanicolau na UBS – CAIC. Tabela 1 - Características pessoais das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) CARACTERÍSTICAS Idade em anos 16-25 26-35 36-45 46-55 56-65 Acima de 65 Estado civil Solteira Casada Viúva Separada Amasiada DISTRIBUIÇÃO f % 32 11 9 2 4 0 55,17 18,97 15,52 3,45 6,90 0 16 29 5 7 1 27,59 50 8,62 12,07 1,72 (continua) 37 Tabela 1 - Características pessoais das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) (conclusão) CARACTERÍSTICAS Religião Católica Evangélica Espírita Outras Escolaridade Analfabeta Até 4ª série De 5ª a 8ª série Ensino Médio Completo Ensino Superior Completo Ensino Superior Incompleto Ocupação Aposentada Do lar Estudante Outras DISTRIBUIÇÃO f % 37 21 0 0 63,79 36,21 0 0 2 4 29 22 1 0 3,45 6,90 50 37,93 1,72 0 2 26 11 19 3,45 44,83 18,97 32,76 Fonte: Instrumento de pesquisa Analisando a tabela acima, quanto à idade das mulheres que realizaram o exame na unidade de saúde, podemos verificar que tendo idade mínima 16 anos e a máxima superior a 65 anos, temos uma prevalência de 32 (55,17%) mulheres na faixa etária de 16 a 25 anos, seguida de 11 (18,97%) com 26 a 35 anos. O exame não foi realizado em nenhuma mulher acima de 65 anos. O Ministério da Saúde (2006) determina que o exame Papanicolau deve ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade. Esse limite de idade foi aumentado para 64 anos no ano de 2011 (INCA, 2012). A faixa na qual tivemos uma maior porcentagem pode ser considerada como uma faixa na qual a incidência do câncer é alarmante (DAVIM et al, 2005). Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2012) espera-se para o ano de 2012 17.540 novos casos de neoplasias do colo do útero, cerca de 17 casos para cada 100.000 mulheres. Depois dos casos de câncer de pele não melanoma, o câncer do colo do útero é um dos que mais acomete mulheres em diversas regiões do Brasil, sendo: Região Norte 24/100mil, Região Centro-oeste 28/100mil, Região Nordeste 18/100mil, Região Sudeste 15/100mil, Região Sul 14/100mil. 38 Para Ramos et al (2006) o câncer quando detectado torna-se um problema, tendo em vista a faixa etária ainda economicamente ativa que associada a uma detecção tardia implica em um aumento da mortalidade. Ferreira (2009) afirma que com a inicialização da atividade sexual cada vez mais precoce e muitas vezes desprotegida, as jovens se tornam mais vulneráveis às doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV, nos mostrando então uma grande necessidade da realização do exame Papanicolau por parte deste grupo da população como também de uma educação em saúde por parte dos profissionais de saúde. Gonçalves et al (2011) completa ainda enfatizando que esta questão da vulnerabilidade está no fato de que as lesões precursoras se alastram mais rapidamente em mulheres jovens, não só pela imaturidade imunológica mas também pelo baixo número de utilização das barreiras contraceptivas. Grande parte dos atendimentos às mulheres é voltada à população mais jovem, ou seja, aquela que está em busca de cuidados primários a sua saúde como o planejamento familiar e pré-natal, fazendo então com que estas sejam alarmadas mais vezes quanto à realização do preventivo devido a sua presença mais constante na unidade de saúde (CORREA; VILLELA; ALMEIDA, 2012). Os menores números encontrados foram aqueles cuja idade das mulheres se encontrava acima de 46 anos, dados estes que podem ser confirmados por Mariotti (2006) que diz que esta baixa procura do exame preventivo por mulheres de maior idade se deve ao fato de que estas já não se encontram mais na faixa etária produtiva, muitas delas se deparando com a menopausa cabendo então aos serviços de saúde implementar ações que atinjam essa parte da população. Em relação ao estado civil das pesquisadas observamos que 29 (50%) eram casadas e 16 (27,59%) eram solteiras. De acordo com estudo realizado por Pias et al (2006) o levantamento da situação conjugal das mulheres revelou que a maioria era casada. Estes dados confirmam os obtidos na literatura que nos demonstram que as mulheres sem companheiros buscam os serviços de saúde com menor frequência em relação as que possuem parceiro fixo, tornando-as então mais passíveis de desatualização na realização do preventivo (GONÇALVES et al, 2011). Porém, Fernandes et al (2009) confronta esta idéia dizendo que as mulheres solteiras possuem um maior conhecimento devido a procura por uma orientação dos 39 profissionais de saúde no sentido de evitar uma gravidez não desejada, tendo assim uma maior adequação a realização do exame. Quanto à religião, 37 (63,79%) mulheres seguiam a religião católica e 21 (36,21%) eram evangélicas. Para Lucena et al (2011) a religião possui uma boa influência em relação a realização de medidas preventivas, pois ao frequentarem as instituições religiosas essas mulheres se encontram mais propensas a realizarem o exame Papanicolau, sendo um meio importante para a área da saúde visto que poderá influenciar na questão da abordagem e utilização dessas ações para prevenção. A mesma autora afirma que a influência da religião quanto a esta questão está no fato de que muitas instituições proporcionam às mulheres um incentivo a hábitos saudáveis, apoio psicológico reforçando a auto-estima e estruturando-as para suportarem eventos da vida. A questão da religião acaba então não interferindo para que este exame seja realizado e esta associação entre religião e realização do preventivo acaba tendo um aspecto positivo levando direta ou indiretamente essas mulheres a procurarem uma unidade de saúde. Segundo Mariotti (2006, p. 79) apud Mantovani (2001) aponta “a religião como um suporte, uma ancoragem metafísica que justifica e acolhe por meio de explicações assimiláveis sobre a doença e os males.” Quanto à escolaridade, 29 (50%) mulheres tinham somente o ensino fundamental, seguida de 22 (37,93%) com ensino médio completo. Segundo Jorge et al (2011) o nível de escolaridade é fator importante para medidas preventivas quanto ao câncer de colo de útero. Esse mesmo autor enfatiza que o analfabetismo e o baixo nível educacional podem impedir ou dificultar a informação sobre a doença, sobre a utilização dos serviços de saúde, sobre os fatores de risco, sobre a importância do exame preventivo e do esclarecimento de possíveis dúvidas. Para Bim et al (2010) a baixa escolaridade pode ter influenciado nos cuidados com a saúde, sendo responsável pela deficiência do conhecimento sobre o exame Papanicolau. Correa; Villela; Almeida (2012) acrescentam que o nível de educação é um fator que influencia na realização deste exame, visto que quanto mais elevado for o nível de escolaridade maior será a importância dada por parte destas mulheres a realização do Papanicolau bem como a compreensão de sua realização conforme preconizado pelo MS. 40 Quanto mais baixa for a escolaridade consequentemente menor será a probabilidade de que uma mulher seja submetida a realização do Papanicolau, estando relacionado com o fato do seu baixo poder de cobrança dos serviços de saúde a um atendimento qualificado para tal (GONÇALVES et al, 2011). Porém, em estudo realizado por Ramos et al (2006) o preventivo é realizado entre as mulheres que possuem um grau de instrução menor, tendo em vista que as mulheres com baixa escolaridade apresentam maior chance de desenvolver o câncer. Analisando os dados, 26 (44,83%) das mulheres eram do lar, seguida de 19 (32,76%) que tinham outras ocupações. Para Mariotti (2006) a ocupação está juntamente relacionada com a questão da escolaridade visto que a maioria destas mulheres tem como ocupação atual a do lar sendo esta uma atividade que geralmente requer uma baixa escolaridade para ser realizada. 4.1.2 Características ginecológicas Neste item, demonstraremos as características ginecológicas das pacientes que realizaram o exame Papanicolau na UBS – CAIC. Tabela 2 - Características ginecológicas das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) CARACTERÍSTICAS Menarca 10-12 anos 13-14 anos 15-16 anos Acima de 16 anos Coitarca 10-12 anos 13-14 anos 15-16 anos 17-18 anos 19-20 anos Acima de 20 anos Ciclo Menstrual Irregular Regular DISTRIBUIÇÃO f % 20 17 14 7 34,48 29,31 24,14 12,07 1 8 15 12 10 12 1,72 13,79 25,86 20,69 17,24 20,69 22 36 37,93 62,07 (continua) 41 Tabela 2 - Características ginecológicas das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) (conclusão) CARACTERÍSTICAS DISTRIBUIÇÃO f % Alterações Vaginais Corrimento Prurido Lesão DST Sim Não Qual? Herpes Não sabe Atividade Sexual Sem alteração Com alteração Qual? DST Dor Diminuição de lubrificação vaginal Uso de Método Contraceptivo Sim Não Qual? Anticoncepcional oral Anticoncepcional injetável Tabela Preservativo masculino Outro Antecedentes Obstétricos Sim Não Qual? Gestação Partos Abortos 49 8 1 84,48 13,79 1,72 4 54 6,90 93,10 2 2 50 50 51 7 87,93 12,07 2 3 2 3,45 5,17 3,45 35 23 60,34 39,66 15 3 3 8 6 42,86 8,57 8,57 22,86 17,14 53 5 91,38 8,62 81 70 15 48,80 42,17 9,04 Fonte: Instrumento de pesquisa Analisando a menarca observamos que em 20 mulheres (34,48%) ocorreu entre 10-12 anos, seguida de 17 mulheres (29,31%) que ocorreu entre 13-14 anos. A menarca precoce é tida como um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer do colo uterino, que de acordo com Mesa (2006) é quando esta se dá antes 42 dos 12 anos. Diante disto faz-se necessário então uma maior atenção quanto à ocorrência do câncer do colo do útero cada vez mais cedo devido a antecipação da iniciação da puberdade levando a um decréscimo na idade da primeira menstruação e consequentemente a uma inicialização precoce da atividade sexual devido à instalação da capacidade reprodutiva, sendo devido a este fator importantíssimo a conscientização destas jovens quanto à realização de estratégias de prevenção como o Papanicolau (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Em seu estudo Muller et al (2008) diz que as mulheres cuja menarca foi após os 12 anos, apresentaram uma prevalência maior de estar com o exame Papanicolau atrasado, porém a variável menarca não apresentou significância estatística quando relacionado à realização do exame. Em relação à primeira relação sexual observamos que em 15 mulheres (25,86%) a mesma ocorreu entre os 15-16 anos, seguida de 12 (20,69%) mulheres que tiveram sua primeira relação sexual 17-18 anos. De acordo com Oliveira et al (2005) um dos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de colo do útero é a precocidade sexual devido a imaturidade do epitélio e a sua suscetibilidade a agressões oncogênicas. Para Mariotti (2006) o intervalo existente entre a menarca e o coito merece mais importância do que a primeira relação sexual propriamente dita, pois tal relação estaria ligada a um maior risco de neoplasias relacionadas à idade sexual do que a idade cronológica de cada mulher. Em relação ao ciclo menstrual 36 mulheres (62,07%) tinham o seu ciclo regular, enquanto que 22 mulheres (37,93%) tinham o ciclo irregular. Porém, em estudo realizado por Casarin; Piccoli (2011) a questão da irregularidade do ciclo menstrual é um dos principais motivos que leva as mulheres a realizarem o exame Papanicolau devido a alguma conhecida que apresentou este episódio e posteriormente descobriu alguma alteração no exame. Observamos também que das mulheres pesquisadas, 35 (60,34%) afirmam que utilizaram algum tipo de método contraceptivo e 23 (39,66%) delas informaram não utilizar, sendo que 15 (42,86%) escolheram o anticoncepcional oral; 8 (22,86%) o preservativo masculino; 3 (8,57%) o anticoncepcional injetável e o método da tabela e 6 (17,14%) outros métodos. O contraceptivo oral geralmente é utilizado por mulheres sexualmente ativas levando-as a não utilizar outro método de barreira, estando assim mais expostas a 43 contrair o HPV. Por outro lado observa-se também que essas mulheres recorrem à consulta ginecológica possibilitando desta forma um rastreamento mais eficaz para o câncer do colo do útero (CASARIN; PICCOLI, 2011). Fernandes et al (2009) ainda completa dizendo que as mulheres que fazem uso de métodos contraceptivos, por acabarem frequentando mais vezes as unidades de saúde buscando este planejamento familiar acabam sendo melhor orientadas a fazer o exame Papanicolau conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Em relação às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) 54 (93,10%) mulheres afirmaram não ter e 4 (6,90%) delas disseram já ter tido. Algumas mulheres disseram ter sido Herpes e outras informaram não saber qual era a doença. Casarin; Piccoli (2011) falam que quando encontra-se presente uma DST, esta pode provocar o aparecimento de lesões ou inflamações na pele ou nas mucosas genitais que, caso não sejam tratadas, poderão se tornar lesões précancerosas podendo levar a um câncer de colo uterino futuramente. Analisando a questão das alterações vaginais verificamos que 18 (69,23%) mulheres apresentavam corrimento, 7 (26,92%) prurido e 1 (3,85%) lesão. O corrimento é um dos problemas mais comuns que afeta as mulheres, conhecido também como vaginite, responsável pela procura mais frequente da mulher à unidade de saúde. Esse corrimento pode ou não ter um odor desagradável podendo ocorrer também ardor, coceira ou até mesmo vontades mais frequentes de urinar. Essas alterações podem ser decorrentes de infecções vaginais ou cervicais do colo do útero ou por DST (CASARIN; PICCOLI, 2011). Em relação às alterações durante as atividades sexuais dessas mulheres, 51 (87,93%) delas disseram não ter qualquer alteração, enquanto que 3 (5,17%) relataram dor, 2 (3,45%) alteração devido a DST e 2 (3,45%) tiveram alteração que consideram ter sido decorrente da diminuição da lubrificação vaginal. Os sinais relatados acima devem ser levados em consideração, pois a maioria das que apresentam algumas dessas alterações não procuram tratamento, ou por julgarem ser uma condição normal ou por serem situações pouco sérias, e em consequência quanto mais se demora a procurar o tratamento adequado, maiores e mais sérias são as complicações (CASARIN; PICCOLI, 2011). Quanto aos antecedentes obstétricos 53 mulheres (91,38%) disseram ter antecedente obstétrico, seguido de 5 mulheres (8,62%) que não possuíam antecedente obstétrico. Rosa (2007) diz em seu estudo que durante muito tempo 44 tinha a questão da multiparidade como suspeita para um aumento do risco em se desenvolver o câncer cervical, porém esse fato era muito confundido com o comportamento sexual das mulheres. Entretanto, atualmente pode-se confirmar o papel da alta paridade ao câncer cervical onde há relações com o aumento significativo dos números de câncer cervical ou neoplasias epiteliais de alto grau com o número elevado de filhos. Este fato se daria devido ao estado nutricional, hormonal, traumatismo e mecanismos imunológicos que sofrem alguma alteração no decorrer da gestação. Não foi possível analisar os itens referentes à menopausa, frequência da realização do exame e os resultados dos exames, pois estes itens, em grande parte dos documentos não foram preenchidos e em outros não foram preenchidos adequadamente. 45 5 CONCLUSÃO Pudemos atingir o objetivo proposto que foi conhecer as características pessoais e ginecológicas das mulheres que realizaram o exame Papanicolau na Unidade Básica de Saúde do Bairro Novo Horizonte, em Itajubá, Minas Gerais, de maio de 2011 a abril de 2012. Concluímos que: x ¾ As características pessoais destas pacientes: x 55,17% estão na faixa etária de 16-25 anos; x 63,79% são católicas; x 50% são casadas; x 50% possuem o ensino fundamental; x 44,83% são do lar. ¾ As características ginecológicas destas pacientes: x 34,48% com menarca na faixa etária de 10-12 anos; x 62,07% com ciclo menstrual regular; x 93,10% não tinham DST; x 60,34% faziam o uso de método contraceptivo; x 25,86% com coitarca na faixa etária de 15-16 anos; x 69,23% tiveram corrimento como alteração vaginal; x 87,93% sem alteração nas atividades sexuais; 91,38% tinham antecedentes obstétricos. 46 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao atingir o objetivo proposto no início da pesquisa e conhecer o perfil das mulheres que realizaram a coleta do material citológico para o exame preventivo do câncer de colo de útero na Unidade Básica de Saúde do Bairro Novo Horizonte, podemos afirmar que essas mulheres usufruíram de um direito à saúde enquanto cidadãs desenvolvendo desta forma um cuidado de saúde para consigo mesma. Os resultados deste estudo oferecem subsídios para a implantação de espaços de discussão e reflexão sobre essas mulheres, como processo dinâmico dos profissionais de saúde daquela Unidade, para planejarem suas atividades em relação a elas no âmbito da saúde da mulher, oferecendo a elas: ¾ atendimento de enfermagem específico; ¾ direcionado às necessidades básicas identificadas e a partir destes e, ¾ uma melhor assistência a elas. Acreditamos que esse é um papel relevante da enfermagem na promoção da saúde, um modo de favorecer as mulheres para que elas sejam cada vez mais esclarecidas. Acreditamos ainda que no momento que a enfermagem atenda as suas necessidades individuais, esclareça e retire possíveis dúvidas em relação à saúde da mulher, estamos promovendo melhorias na qualidade de vida das mesmas. O encorajamento de mulheres para que na descoberta de qualquer anormalidade procurem a assistência à saúde é um desafio que necessita ser reconhecido e enfrentado no cotidiano do enfermeiro. Acreditamos que os achados desta pesquisa podem ser úteis para enfermeiros, equipe de saúde das Estratégias de Saúde da Família (ESF) e Unidades Básicas de Saúde (UBS) de uma forma geral interessados em [re]pensar e [re]organizar a assistência à saúde da mulher, implementando rotinas e programas visando a melhoria do atendimento a essas mulheres e a satisfação destas em relação ao atendimento pela referida equipe, tendo por base a assistência de qualidade prestada a elas. 47 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, K. M. et al. Cobertura do teste de papanicolau e fatores associados à não-realização: um olhar sobre o programa de prevenção do câncer do colo do útero em Pernambuco, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 25, p. 301-309, out. 2009. 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Acesso em: 13 out. 2011. 52 APÊNDICE A – Instrumento para tabulação dos dados A - DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS Idade: 16 – 25 _____________________________________________________________ 26 – 35 _____________________________________________________________ 36 – 45 _____________________________________________________________ 46 – 55 _____________________________________________________________ 56 – 65 _____________________________________________________________ Acima de 65 _________________________________________________________ Estado Civil: Solteira _____________________________________________________________ Casada _____________________________________________________________ Amasiada ___________________________________________________________ Separada ___________________________________________________________ Escolaridade: Analfabeta __________________________________________________________ Até 4° série __________________________________________________________ De 5° a 8° série ______________________________________________________ Ensino Médio / 2° grau _________________________________________________ Ensino Superior incompleto _____________________________________________ Ensino Superior completo ______________________________________________ Ocupação: Aposentada _________________________________________________________ Do lar ______________________________________________________________ Estudante ___________________________________________________________ Outras ______________________________________________________________ Religião: Católica ____________________________________________________________ 53 Evangélica __________________________________________________________ Espírita _____________________________________________________________ Outras ______________________________________________________________ B – ANAMNESE Menarca: 10 - 12 anos _________________________________________________________ 13 - 14 anos _________________________________________________________ 15 - 16 anos _________________________________________________________ Acima de 16 anos _____________________________________________________ Coitarca: 10 - 12 anos _________________________________________________________ 13 - 14 anos _________________________________________________________ 15 - 16 anos _________________________________________________________ 17 - 18 anos _________________________________________________________ 19 - 20 anos _________________________________________________________ Acima de 20 anos _____________________________________________________ Menopausa: 45 - 50 anos _________________________________________________________ 51 - 55 anos _________________________________________________________ Acima de 55 anos _____________________________________________________ Ciclo Menstrual: Irregular ____________________________________________________________ Regular _____________________________________________________________ Alterações Vaginais: Corrimento __________________________________________________________ Prurido _____________________________________________________________ Lesão ______________________________________________________________ 54 DST: Sim ________________________________________________________________ Não ________________________________________________________________ Qual? ______________________________________________________________ Atividade Sexual: Sem alteração _______________________________________________________ Alterado por: DST _______________________________________________________________ Gestação ___________________________________________________________ Câncer _____________________________________________________________ Dor ________________________________________________________________ Sangramento ________________________________________________________ Culpa ______________________________________________________________ Separação __________________________________________________________ Ansiedade __________________________________________________________ Falta de desejo _______________________________________________________ Incontinência urinária __________________________________________________ Mudança de aparência _________________________________________________ Diminuição de lubrificação vaginal ________________________________________ Doença do sistema genital interno e do útero _______________________________ Usa Método Contraceptivo? Sim ________________________________________________________________ Não ________________________________________________________________ Método Contraceptivo Usado: Anticoncepcional oral __________________________________________________ Anticoncepcional injetável ______________________________________________ Tabela _____________________________________________________________ Preservativo masculino ________________________________________________ Preservativo feminino __________________________________________________ Coito interrompido ____________________________________________________ Outro ______________________________________________________________ 55 Antecedentes Obstétricos: Não ________________________________________________________________ Sim ________________________________________________________________ Qual? ______________________________________________________________ Antecedentes Pessoais: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Antecedentes Familiares: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Último Exame Preventivo: 6 meses ____________________________________________________________ 1 ano ______________________________________________________________ 2 anos ______________________________________________________________ Primeiro exame ______________________________________________________ Conhecimentos sobre: DST _______________________________________________________________ AIDS _______________________________________________________________ Câncer _____________________________________________________________ C - EXAME FÍSICO Alterações físicas gerais: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 56 Estado Emocional: Ansiosa _____________________________________________________________ Nervosa ____________________________________________________________ Apática _____________________________________________________________ Outro ______________________________________________________________ Mamas: Normais ____________________________________________________________ Alteração ___________________________________________________________ Genitália Externa: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Parede Vaginal: ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Colo do Útero: Normal _____________________________________________________________ Alterado ____________________________________________________________ Secreções: Sim ________________________________________________________________ Não ________________________________________________________________ D – RESULTADO DO EXAME PAPANICOLAU Negativo para câncer __________________________________________________ NIC I _______________________________________________________________ NIC II ______________________________________________________________ 57 NIC III ______________________________________________________________ Infecção pelo HPV ____________________________________________________ Amostra insatisfatória __________________________________________________ E – TRATAMENTO PROPOSTO ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ F - RETORNO ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 58 APÊNDICE B – Carta solicitação de autorização 59 ANEXO A – Consulta de enfermagem ginecológica 60 61 ANEXO B – Parecer Consubstanciado N. 796/2011 62