Conhecendo as mulheres que realizam o exame papanicolau

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ESCOLA DE ENFERMAGEM WENCESLAU BRAZ
GABRIELLY MARTINS DA SILVA
VERÔNICA DOS SANTOS REZENDE
CONHECENDO AS MULHERES QUE REALIZARAM O EXAME PAPANICOLAU
EM UMA UBS DE UMA CIDADE DE MINAS GERAIS
ITAJUBÁ - MG
2013
GABRIELLY MARTINS DA SILVA
VERÔNICA DOS SANTOS REZENDE
CONHECENDO AS MULHERES QUE REALIZARAM O EXAME PAPANICOLAU
EM UMA UBS DE UMA CIDADE DE MINAS GERAIS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado à Escola de Enfermagem
Wenceslau Braz, como requisito parcial
para a obtenção do título de Enfermeira
com apoio do PROBIC – FAPEMIG.
Orientadora: Prof.ª Dr.a Waldere Fabri
Pereira Ribeiro
ITAJUBÁ - MG
2013
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB)
Bibliotecária - Karina Morais Parreira - CRB 6/2777
© reprodução autorizada pela(s) autora(s)
S586c
Silva, Gabrielly Martins da.
Conhecendo as mulheres que realizaram o exame
papanicolau ... / Gabrielly Martins da Silva ; Verônica dos
Santos Rezende. - 2013.
62 f.
Orientadora: Profª. Dr.a Waldere Fabri Pereira Ribeiro.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) com apoio financeiro do Programa de Bolsa de
Iniciação Científica (PROBIC/FAPEMIG) -Escola de Enfermagem Wenceslau Braz - EEWB, Itajubá, 2013.
1. Saúde da mulher. 2. Enfermagem. 3. Prevenção de
câncer de colo uterino. I. Rezende, Verônica dos Santos.
II. Título.
NLM: WP 480
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pelas imensas graças alcançadas durante toda
minha caminhada até a finalização desta etapa que faz parte de um grande sonho.
Por não me desamparar nunca nos momentos difíceis e estar sempre presente em
minha vida.
À minha família, que sempre me apoiou e esteve presente quando eu mais
precisava, minha sincera gratidão. Esse sonho também é de vocês.
À amiga Gaby, que aceitou nossa parceria para a realização desse trabalho.
Obrigada pela compreensão nessa caminhada.
À amiga Rafa, por estar sempre presente quando eu precisava apoiando,
conversando, rindo, chorando e sonhando juntas. À você, minha sincera amizade.
À EEWB por me acolher nessa imensa família e me ajudar a ser quem eu sou hoje.
Aos professores, que sempre presentes, nos mostram o caminho certo a seguir.
Em especial à professora Waldere, que se dispôs com sua imensa alegria e
gentileza a nos orientar. Nosso muito obrigada por nos acolher e se tornar um
grande exemplo.
“As palavras de amizade e conforto podem ser curtas e sucintas, mas o seu eco é
infindável.”
- Madre Tereza de Calcutá
Verônica
“Um sonho sonhado sozinho é um sonho. Um sonho sonhado junto é realidade, e a
possibilidade de realizarmos um sonho é o que torna a vida interessante.”
- Paulo Coelho
Com esse pensamento tenho apenas a agradecer primeiramente a Deus por me
conceder o dom do cuidado que se faz essencial nesta profissão, minha mãe
Aparecida, meu pai Antonio, minha irmã Kelly e ao meu namorado Ivan, que sempre
estiveram comigo nos momentos de fraqueza, onde foram o meu suporte e também
nos momentos de conquistas, como aqueles que sempre acreditaram em minha
capacidade.
Deixo também meu agradecimento a minha amiga e colega Verônica por ter
vivenciado comigo passo a passo todos os detalhes deste trabalho.
A nossa orientadora e professora, Waldere, por seu carinho e atenção.
E a toda turma 55 por todos esses anos de convívio, amizade, força e fé.
Gabrielly
RESUMO
Trata-se de um estudo descritivo, documental e retrospectivo com abordagem
quantitativa que teve como objetivo conhecer as características pessoais e
ginecológicas das mulheres que realizaram o exame Papanicolau na Unidade
Básica de Saúde do Bairro Novo Horizonte, em Itajubá, Minas Gerais. A amostra foi
constituída por 58 prontuários das pacientes que colheram material para o referido
exame no período compreendido entre maio de 2011 e abril de 2012. A coleta de
dados foi realizada pelas pesquisadoras nos meses de junho e julho de 2012, na
referida Unidade Básica. Resultados encontrados: 55,17% das mulheres estavam na
faixa etária de 16-25 anos; 50% eram casadas; 63,79% eram católicas; 50%
possuíam o ensino fundamental; 44,83% eram do lar. Quanto às características
ginecológicas 34,48% apresentaram menarca na faixa etária de 10-12 anos; 25,86%
com coitarca na faixa etária de 15-16 anos; 62,07% com ciclo menstrual regular;
69,23% tiveram corrimento como alteração vaginal; 93,10% não tinham DST;
87,93% sem alteração nas atividades sexuais; 60,34% faziam o uso de método
contraceptivo e 91,38% tinham antecedentes obstétricos. Conclui-se que os
resultados demonstram que se pode oferecer subsídios para a implantação de
espaços de discussão e reflexão sobre essas mulheres, com o objetivo de oferecer a
elas atendimento de enfermagem específico direcionado às necessidades básicas
identificadas.
Palavras Chave: Saúde da Mulher. Enfermagem. Prevenção de Câncer de Colo
Uterino. Fatores de Risco
ABSTRACT
This is a descriptive, documentary and retrospective study with quantitative approach
which aimed to understand personal and gynecological characteristics of women who
underwent to the Papanicolaou test in the Health Basic Unit of Novo Horizonte
neighborhood in the city of Itajubá, Minas Gerais. The sample was composed of 58
patient charts who gathered material for the mentioned examination between May
2011 and April 2012. Data collection was performed by the researchers during June
and July 2012 at the said unit. Study Results: 55.17% of women were aged 16-25
years, 50% were married, 63.79% were Catholic, 50% had elementary school,
44.83% were housewives. Regarding the gynecological characteristics, 34.48% had
the menarche at 10-12 years, 25.86% with first sexual intercourse at the age of 15-16
years, 62.07% with regular menstrual cycles, 69.23% had discharge as vaginal
changes; 93.10% had no STDs; 87.93% without changes in sexual activities; 60.34%
were using contraceptive methods and 91.38% had obstetric antecedents. The
conclusion, as the results demonstrated, is that it’s possible to provide allowances for
discussion and reflection opportunities about these women, in order to offer them
specific nursing care directed to the identified basic needs.
Key-words: Women’s Health. Nursing. Cervix Neoplasms Prevention. Risk Factors
LISTA DE FIGURAS
Figura 2 - Útero........................................................................................................17
Figura 2 – UBS CAIC ...............................................................................................32
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características pessoais das pacientes que realizaram o exame
Papanicolau, UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) ..................................36
Tabela 2 - Características ginecológicas das pacientes que realizaram o exame
Papanicolau, UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58) ..................................40
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO.............................................................................................12
1.1
INTERESSE PELO TEMA ...........................................................................14
1.2
OBJETIVO ...................................................................................................15
2
MARCO CONCEITUAL ...............................................................................16
2.1
ANATOMIA DO ÚTERO ..............................................................................16
2.2
ALTERAÇÕES DO COLO UTERINO ..........................................................17
2.2.1
Tricomoníase..............................................................................................17
2.2.2
Donovanose ...............................................................................................17
2.2.3
Candidíase..................................................................................................18
2.2.4
Gonorréia e Clamídia.................................................................................18
2.2.5
Herpes Genital............................................................................................18
2.2.6
Infecção por Papillomavírus Humano ......................................................19
2.2.7
Neoplasias Intra-Epiteliais Cervicais causadas pelo Papillomavírus
Humano ......................................................................................................19
2.2.8
Câncer do Colo do Útero...........................................................................20
2.3
O EXAME PAPANICOLAU ..........................................................................21
2.3.1
Material para a Coleta do Exame Papanicolau ........................................23
2.3.2
Procedimento da Coleta do Exame Papanicolau ....................................24
2.4
PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO
ÚTERO........................................................................................................27
2.5
RESOLUÇÃO DO COFEN...........................................................................28
3
METODOLOGIA..........................................................................................29
3.1
TIPO DE PESQUISA ...................................................................................29
3.2
SUJEITOS DA PESQUISA ..........................................................................30
3.3
CENÁRIO DE ESTUDO...............................................................................30
3.4
PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS........................................34
3.5
INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS .............................................34
3.6
ANÁLISE DOS DADOS ...............................................................................34
3.7
ÉTICA DA PESQUISA .................................................................................35
4
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .........................................36
4.1
CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA...........................................................36
4.1.1
Características pessoais ...........................................................................36
4.1.2
Características ginecológicas ..................................................................40
5
CONCLUSÃO..............................................................................................45
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................46
REFERÊNCIAS...........................................................................................47
APÊNDICE A – Instrumento para tabulação dos dados.........................52
APÊNDICE B – Carta solicitação de autorização....................................58
ANEXO A – Consulta de enfermagem ginecológica...............................59
ANEXO B – Parecer Consubstanciado N.796/2011.................................61
12
1
INTRODUÇÃO
O câncer de colo de útero é considerado no Brasil, um problema de Saúde
Pública, pois atinge todas as camadas sociais e regiões geoeconômicas (DAVIM et
al, 2005).
Segundo Silva et al. (2010) é o segundo tipo de câncer mais comum entre as
mulheres, sendo responsável por quase 230 mil óbitos por ano. Albuquerque et al
(2009) também acrescenta que o câncer de colo de útero é a segunda neoplasia
maligna mais comum, sendo superada apenas pelo câncer de mama.
Sua incidência é duas vezes maior em países menos desenvolvidos e se
torna mais evidente em mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos, aumentando seu
risco na faixa etária de 45 a 49 anos (BIFULCO, 2010).
O câncer de colo de útero é causado pelo vírus Papillomavírus Humano
(HPV). Em geral, os cânceres são ocasionados pelo HPV 16 e HPV 18, sendo estes
os mais comuns entre os 15 tipos oncogênicos do HPV (SILVA et al, 2010).
Este mesmo autor, ainda acrescenta que existem outros fatores para a
etiologia deste tumor como o tabagismo, a baixa ingestão de vitaminas, múltiplos
parceiros sexuais, iniciação sexual precoce e uso de contraceptivos orais.
Por apresentar uma evolução lenta, o câncer de colo de útero se torna
evitável, pois há um longo período desde o desenvolvimento das lesões precursoras
até o aparecimento do câncer (VASCONCELOS et al, 2010).
Sendo assim Pollock et al (2006) diz que o câncer uterino possui um fácil
rastreamento, pois as suas alterações neoplásicas são diagnosticadas com um teste
simples, o exame preventivo de câncer de colo de útero, também conhecido pelo
nome de exame Papanicolau.
O exame Papanicolau tem como objetivo detectar o câncer do colo do útero e
suas lesões precursoras o mais rapidamente possível. Este exame é uma medida
preventiva e é responsável pelo declínio da incidência e mortalidade do câncer
cervical nos últimos 50 anos (POLLOCK et al, 2006).
A prevenção primária (uso de preservativos durante a relação sexual) e
secundária (exame Papanicolau) têm crescido à medida que os conhecimentos
acerca dos fatores de riscos que envolvem a doença aumentam. Contudo, as
campanhas de prevenção e detecção precoce da patologia não têm sido bem
sucedidas. Podem-se listar diversas causas, como: dificuldade ao acesso dos
13
serviços de saúde para a realização do exame Papanicolau, demanda reprimida,
falta de oportunidade para falar de si mesma e de sua sexualidade e
desconhecimento sobre o câncer (DAVIM et al, 2005).
O acesso ao serviço de saúde, interpretado como a liberdade de uso destes
serviços, possui grande importância para a interação entre o indivíduo e o sistema
de saúde, no qual é incorporada a confiança, a comunicação e a informação, e que
vão afetar o controle do câncer uterino (NASCIMENTO; MONTEIRO, 2010).
Estes mesmos autores colocam como principais barreiras ao rastreamento
desse tipo de câncer, questões como lugar de origem, nascimento, cultura, relação
médico-paciente, educação, renda, disponibilidade de seguro de saúde e
possibilidade de arcar com custos à saúde, acesso ao cuidado e fonte de
assistência.
Reis et al (2010, p. 1056) enfatiza a ideia de que
A compreensão da patogênese viral pela população é de grande
importância para dinamizar as prevenções primárias e secundárias,
gerando um novo enfoque em saúde com ênfase no cuidado da saúde
das populações humanas.
Segundo Bifulco et al (2010) o rastreamento de mulheres entre a faixa etária
de 25 a 65 anos com o exame Papanicolau, reduz cerca de 80% da mortalidade por
este tipo de câncer. Ainda acrescenta que para garantir essa redução, é necessário
organização, integralidade e qualidade do rastreamento e acompanhamento das
pacientes no tratamento.
A qualidade da assistência é de fundamental importância para a interação
com o paciente. Bifulco et al (2010, p. 397) enfatiza a participação da equipe de
enfermagem
O enfermeiro é um elo entre o paciente e os demais profissionais da
equipe. É ele o profissional que realiza o atendimento ao paciente,
com investigação sobre fatores e hábitos de vida do paciente e de
seus familiares, focando uma orientação sobre a doença, o uso e
aplicação de medicamentos, observação dos sintomas e o
acompanhamento do tratamento [...]
Com o intuito de reduzir a mortalidade e as repercussões físicas, psíquicas e
sociais do câncer na população feminina brasileira, foi criado, pelo Ministério da
Saúde, o programa Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do
14
Colo do Útero e de Mama. Este programa vem oferecer serviços para a prevenção e
detecção em estágios iniciais, tratamento e reabilitação do câncer (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2002).
O Ministério da Saúde (MS) (2002) enfatiza que a população-alvo, mulheres
com vida sexual ativa, principalmente aquelas entre 35 e 49 anos e as que nunca
tenham feito o exame preventivo, é essencial para o início da detecção do câncer,
sendo que após 2 exames anuais consecutivos negativos, a cada 3 anos um novo
exame seja feito. O processo de mobilização e seguimento da mulher consiste na
informação sobre os motivos e os benefícios, o objetivo, a eficácia do tratamento e o
significado do resultado.
1.1 INTERESSE PELO TEMA
Como alunas do IV período do Curso de Graduação em Enfermagem da
Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB), Itajubá, Minas Gerais, em nosso
campo de ensino clínico da disciplina de Metodologia do Cuidado IV, pudemos
colher material para o exame preventivo do câncer de colo de útero, participando do
Programa Viva Mulher, na UBS do Bairro Novo Horizonte, e em outros campos de
ensino clínico. Esta experiência despertou nossa curiosidade em relação às
mulheres que realizam o Exame de Papanicolau. Quem seriam elas?
Uma das pesquisadoras teve a oportunidade de conhecer o programa Viva a
Vida, o qual foi apresentado por uma das professoras ministrantes da referida
disciplina e, através de nossas leituras para aprofundamento do conhecimento sobre
o tema, pudemos perceber a real importância da realização deste exame.
Acreditamos que o tema abordado neste estudo terá uma grande relevância
científica, já que não há estudos sobre o perfil das mulheres que vêm à referida
UBS em busca de exame que possa garantir um conhecimento sobre uma parcela
de sua saúde. Acreditamos ainda que este estudo poderá trazer contribuição no
sentido de não só conhecermos essas mulheres, bem como fornecer subsídios para
o planejamento de atendimento direcionado e diferenciado a elas, não só no
momento em que venham à Unidade de Saúde, mas também em visitas domiciliares
programadas. Esta é uma forma de contribuirmos para uma possível melhoria no
atendimento de enfermagem a essas mulheres.
15
Esta pesquisa terá uma grande relevância profissional, tanto para nós
acadêmicos de enfermagem, como para a comunidade acadêmica, visto que uma
das competências do enfermeiro é a assistência à pessoa humana independente do
local onde se encontra, bem como planejar a assistência de enfermagem a ela, bem
como a coordenação e o gerenciamento da equipe de saúde. O conhecimento deste
nível é indispensável para que possamos de posse dos dados, atender a essas
mulheres em suas necessidades básicas identificadas.
É importante ainda destacar a significativa relevância social deste trabalho: o
enfermeiro de posse dos dados e conclusões geradas deste estudo poderá embasar
suas futuras decisões, tanto no gerenciamento e assistência, quanta na prática
profissional, melhorando dessa forma os cuidados prestados a população.
Após
estas
considerações
elaboramos
as
seguintes
perguntas
investigativas:
¾ Quem são as mulheres que vem à UBS do Bairro Novo Horizonte colher
material para o exame preventivo de Câncer de Colo de útero?
¾ Com qual frequência realizam este exame?
¾ Quais os resultados destes exames?
¾ Qual a idade predominante?
¾ Estas mulheres são casadas?
¾ Qual o seu grau de instrução?
1.2 OBJETIVO
Os dados acima comprometem a dimensão e a importância do problema,
justificando o desenvolvimento de um trabalho que teve por objetivo:
¾ Conhecer as características pessoais e ginecológicas das mulheres que
realizaram o exame Papanicolau na Unidade Básica de Saúde do Bairro
Novo Horizonte, em Itajubá, Minas Gerais, de maio de 2011 a abril de
2012.
Este estudo ofereceu subsídios para um atendimento de enfermagem
específico, direcionado às mulheres que frequentaram a referida UBS no que se
refere ao Programa da Saúde da Mulher, uma vez que através dele pudemos
conhecer essas mulheres em suas dimensões pessoais e ginecológicas.
16
2
MARCO CONCEITUAL
Esta parte do trabalho adorda os conteúdos relacionados a anatomia do
útero, as alterações do colo uterino, o exame Papanicolau, o papel do enfermeiro na
prevenção do câncer de colo de útero e a resolução do COFEN.
2.1 ANATOMIA DO ÚTERO
O útero é um órgão oco, piriforme, com paredes musculares espessas. Tem
aproximadamente 7,5 cm de comprimento, 5 cm de largura e 2 cm de espessura,
pesando aproximadamente 90 g (MOORE; DALLEY, 2007).
Este mesmo autor afirma que o útero pode ser divido em duas partes: o corpo
e o colo do útero. O corpo do útero forma os dois terços superiores do órgão,
incluindo o fundo do útero. Dângelo e Fattini (2002) completam dizendo que o corpo
é a parte principal do órgão. O colo do útero é o terço inferior cilíndrico e estreito do
útero, medindo aproximadamente 2,5 cm de comprimento em uma mulher adulta
não grávida.
Segundo Brandão (2004) o útero possui a forma de uma pêra invertida e é
dividido em três partes: fundo, porção acima de um plano transversal que passa em
nível dos óstios das tubas uterinas; istmo, estrangulamento e o colo, porção final que
penetra na vagina.
A cavidade uterina tem aproximadamente, do óstio externo até a parede do
fundo, 6 cm de comprimento e continua como o fusiforme canal do colo do útero
(MOORE; DALLEY, 2007).
Moore e Dalley (2007, p. 380) dividem a parede do corpo do útero em três
camadas: I) Perimétrio: consiste em peritônio sustentado por uma fina lâmina de
tecido conjuntivo; II) Miométrio: onde estão localizados os ramos dos vasos
sanguíneos e nervos do útero e III) Endométrio: é a camada interna, aderida ao
miométrio subjacente.
17
Figura 2 - Útero
Fonte: Atlas de anatomia humana. 2004
2.2 ALTERAÇÕES DO COLO UTERINO
Segundo Davim et al. (2005) o câncer de colo de útero é uma afecção
progressiva, sendo este caracterizado por alterações intraepiteliais cervicais, que
pode se desenvolver para um estágio invasivo ao longo de uma a duas décadas.
2.2.1 Tricomoníase
É uma doença causada pelo protozoário tetraflagelado Trichomonas vaginalis,
sendo um dos mais importantes agentes etiológicos de infecção vaginal. As queixas
compreendem ardor, disúria, corrimento vaginal amarelado fétido, prurido vulvar e
dispareunia (FOCACCIA, 2005).
Chin (2002) complementa dizendo que é uma doença caracterizada em
mulheres por vaginite, manchas petequiais, corrimento profuso, fino, espumoso,
amarelo-esverdeado e fétido. Também pode causar uretrite ou cistite, mas
frequentemente é assintomática.
2.2.2 Donovanose
Segundo Focaccia (2005) é uma doença de evolução crônica causada pela
bactéria
Calymmatobacterium
granulomatis,
caracterizada
granulomatosas, ulceradas, indolores e auto-inoculáveis.
por
lesões
18
2.2.3 Candidíase
É uma micose presente nas camadas superficiais da pele ou às membranas
mucosas (CHIN, 2002).
Caracteriza-se por corrimento vaginal esbranquiçado, prurido e edema
eritematoso da membrana vaginal e da região labial (FOCACCIA, 2005).
2.2.4 Gonorréia e Clamídia
É uma doença causada pela Neisseria gonorrhoeae. Na maioria das vezes
permanece assintomática, mas naquelas que manifestam a sintomatologia ocorre
cervicite com muco turvo associado ou não com hiperemia do colo (FOCACCIA,
2005).
As infecções por Chlamydia trachomatis podem ser adquiridas com a
gonorréia. As manifestações são semelhantes à da gonorréia e se apresentam como
corrimento endocervical mucopurulento, com edema, eritema e sangramento cervical
(CHIN, 2002).
2.2.5 Herpes Genital
O herpes genital faz parte da família Alphaherpesviridae, onde é composto
pelo herpes simples do tipo 1 e 2 e pelo vírus varicela-zoster. É uma doença viral
caracterizada por episódios de latência assintomática e recorrência com lesões
(COURA, 2005).
Segundo este mesmo autor o quadro clínico se classifica em:
x Primoinfecção: primeiro contágio de qualquer um dos vírus;
x Latência: o vírus se transporta retrogradamente até os gânglios periféricos
sensitivos onde param de se replicar por um período;
x Recorrência: o vírus pode se transportar até a pele, multiplicando-se
novamente, com a presença de novas lesões;
x Não-primário, primeiro episódio de infecção: portadores de um tipo de vírus
que agora se contagiou com o outro.
19
2.2.6 Infecção por Papillomavírus Humano
O papillomavírus é um vírus de DNA, pertencente à família Papovaviridae. É
uma infecção genital considerada como doença sexualmente transmissível, no qual
o vírus penetra no hospedeiro através de microtraumatismos durante o ato sexual
(FOCACCIA, 2005).
O mesmo autor diz que quando o vírus infecta a célula, há três possíveis
evoluções:
x A infecção pode permanecer na forma latente, onde o DNA viral irá residir no
núcleo, porém não produzirá nenhuma alteração no tecido;
x Produzir infecção clínica ou subclínica, onde o vírus se reproduz liberando
novas partículas virais para infectar outras células;
x O organismo consegue eliminar o vírus, onde as infecções por HPV são
eliminadas pelo sistema de defesa do organismo. Durante esse período pode
ocorrer infecção subclínica/ clínica ou latente.
Segundo Coura (2005) as lesões clínicas caracterizam-se por proliferações
epiteliais benignas na pele e em mucosas, denominadas de verrugas. Os HPV
genitais são divididos de acordo com o seu risco oncogênico, os de alto risco e os de
baixo risco. Os de alto risco podem incorporar-se no genoma da célula hospedeira e
promover transformações malignas com perda do controle de crescimento e
multiplicação celular; já os de baixo risco causam as lesões epiteliais benignas, que
são as verrugas genitais.
2.2.7 Neoplasias Intra-Epiteliais Cervicais causadas pelo Papillomavírus
Humano
Em sua evolução, o câncer de colo do útero passa por uma fase pré-invasiva,
onde intervenções podem evitar o seu progresso e outra invasiva, onde a invasão do
tecido possui um difícil controle (INCA, 2008).
Este mesmo autor acrescenta que as lesões pré-invasivas são também
chamadas de Neoplasias Intra-epiteliais Cervicais (NIC). Estas foram classificadas
em NIC I (lesões de baixo grau), NIC II e NIC III (lesões de alto grau).
20
Rama et al (2008) diz que o câncer cervical inicia-se como uma NIC, que é
uma condição pré-invasiva limitada ao epitélio cervical ou uma lesão intra-epitelial
escamosa, sendo que cerca de 10% das lesões classificadas como NIC I podem
evoluir para a NIC II ou NIC III.
A NIC I possui uma regressão de 60%, enquanto sua progressão é de apenas
1% para o câncer invasor; já a NIC II e a NIC III possui, respectivamente, 5% e 12%
de risco de evoluir para um carcinoma invasor (ROSA et al, 2009).
Segundo Melo et al (2009), as lesões precursoras do câncer de colo uterino
apresentam diferentes graus evolutivos que são curáveis, quando tratadas
precocemente, em até 100% dos casos.
2.2.8 Câncer do Colo do Útero
O câncer do colo do útero se dá de forma lenta, passando por fases préclínicas detectáveis e curáveis. Dentre todos os tipos de câncer, é o que apresenta
um dos mais altos potenciais de prevenção e cura. Seu pico de incidência situa-se
entre mulheres de 40 a 60 anos de idade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
Segundo Mohallem e Rodrigues (2007) os tumores malignos do colo do útero
dividem-se em tumores epiteliais (carcinoma de células escamosas e o
adenocarcinoma),
tumores
de
tecido
mesenquimal
(sarcoma
de
estroma
endocervical).
A transmissão sexual é a explicação mais aceita para o aparecimento do
câncer do colo do útero e a infecção pelo HPV em altas cargas virais representa o
principal fator de risco para o desenvolvimento da doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE,
2002).
Segundo Medeiros et al (2005) o câncer do colo do útero é uma doença de
evolução lenta, apresentando fases pré-invasivas, ou seja, benignas. O período de
evolução de uma lesão pré-invasiva para a invasiva é de aproximadamente 20 anos,
sendo que este período permite ações preventivas e alterações no quadro evolutivo
da doença.
Este mesmo autor ainda acrescenta que o câncer invasivo é precedido por
uma série de modificações no epitélio original, constituindo as lesões pré-malignas.
Este câncer pode ser evitado através de um diagnóstico precoce e do tratamento
21
das lesões precursoras, sendo o método de Papanicolau o instrumento ideal para
este fim.
2.3 O EXAME PAPANICOLAU
Segundo Davim et al (2005) o exame Papanicolau, também denominado
como colpocitologia, exame citopatológico,
exame preventivo, é conhecido
internacionalmente, pois é tido como um instrumento mais prático, barato e
adequado para o rastreamento do câncer de colo uterino.
Tavares et al (2007) diz que o exame Papanicolau foi sugerido em 1941
como uma ferramenta para a detecção precoce do câncer do colo do útero, sendo
considerado um método eficiente, pois através deste pode-se identificar lesões
precursoras que serão precocemente detectadas e tratadas levando
a um
decréscimo na mortalidade por esse tipo de câncer.
De acordo com o MS (2006) a periodicidade para a realização do exame
preventivo do colo do útero permanece a mesma desde quando fora estabelecida
pelo Ministério da Saúde do Brasil em 1988 sendo também utilizada nos principais
programas internacionais no qual mulheres de 25 a 60 anos de idade devem realizar
o exame citopatológico uma vez por ano, e se após dois exames anuais
consecutivos os resultados forem negativos deve-se realizar o exame a cada três
anos. Santos et al (2009) ainda completa que mulheres com menos de vinte e cinco
anos, porém já tenham iniciado sua vida sexual, realize anualmente o exame de
Papanicolau.
Este exame consiste no esfregaço ou raspado de células esfoliadas do
epitélio cervical e vaginal, pois este serve tanto para prevenção secundária quanto
para um diagnóstico precoce de lesões pré-neoplásicas e da doença em seu estágio
inicial (DAVIM et al, 2005).
O Caderno de Atenção Básica do Ministério da Saúde (2006) ainda diz que
para a realização do exame Papanicolau há algumas situações especiais como:
x Mulher grávida: não está contra-indicada a realização do exame em mulheres
grávidas, porém a coleta deve ser feita somente com a espátula Ayre e não
utilizando a escova de coleta cervical. Pode ser realizado em qualquer
período da gestação, mas preferencialmente até o 7° mês;
22
x Mulheres virgens: a coleta em virgens não deve ser realizada como uma
coleta normal, neste caso outros exames serão solicitados caso haja a
necessidade de um diagnóstico;
x Mulheres submetidas à histerectomia (retirada do útero):
1. Histerectomia total: recomenda–se a coleta de esfregaço do fundo de
saco vaginal;
2. Histerectomia subtotal: coleta normal.
x Mulheres com DST: estas devem ser submetidas à realização do exame mais
vezes, visto que há uma chance maior de serem portadoras de câncer do colo
do útero, entretanto, no caso de ser uma DST que tenha tratamento, o exame
só deverá ser realizado assim que esta em questão for tratada. Se caso a
paciente esteja fazendo uma investigação de DST ou caso ela esteja com
corrimento em excesso, secreções e esta não poderá voltar em outra ocasião
para a realização do exame, não se deve desperdiçar a oportunidade da
coleta. Nessa situação deve-se proceder da seguinte maneira:
1. Se a paciente for realizar um exame para investigação de uma DST, este
deve ser realizado primeiramente e depois a coleta do material para o
exame citopatológico;
2. No caso de secreções e corrimentos o excesso destes devem ser
retirados com algodão ou gaze embebidos em solução fisiológica e só
depois se faz a coleta do material. Deve-se ter cuidado nessa situação,
pois a presença das secreções, corrimentos poderá comprometer a
interpretação do exame.
O MS (2002) estima que cerca de 40% das mulheres brasileiras nunca
realizaram o exame citopatológico.
Toda mulher, no momento do agendamento do exame, deve ser instruída em
relação a algumas recomendações previas como:
x Evitar relações sexuais nas 48 horas que antecedem ao exame;
x Não utilizar anticoncepcionais locais, espermicidas, duchas, medicamentos
vaginais ou outros exames intravaginais como ultrassonografia nas 48 horas
que antecedem ao exame;
23
x A paciente não pode estar menstruada, pois a presença de sangue pode
prejudicar o diagnóstico;
x Deve-se aguardar o 5° dia após o término da menstruação.
2.3.1 Material para a Coleta do Exame Papanicolau
De acordo com o Caderno de Atenção Básica - MS (2006) para a
realização do procedimento é de fundamental importância que o profissional esteja
capacitado tanto em relação à técnica quanto na abordagem e acolhimento da
paciente. É necessário também, antes de tudo, verificar se todos os materiais a
serem utilizados estão disponíveis, tanto os equipamentos do consultório quanto o
material da coleta para que não ocorra um imprevisto durante a mesma. Os
equipamentos do consultório para a realização do exame são:
x
x
Mesa ginecológica;
x
Mesa auxiliar;
x
Biombo ou local reservado para troca de roupa;
x
Escada de dois degraus;
x
Foco de luz com cabo flexível;
x
Cesto de lixo;
Espaço físico adequado.
Já entre o material adequado para a coleta em si, é necessário:
x
Espéculo de tamanhos variados - pequeno, médio, grande e para virgem.
Preferencialmente descartáveis, mas caso utilize o espéculo de metal este
x
deve ser esterilizado de acordo com as normas vigentes;
x
Lâminas de vidro com extremidade fosca;
x
a outra afilada e bifurcada;
x
pólo superior;
x
Balde com solução desincrostante em caso de instrumental não descartável;
Espátula de Ayre - espátula de madeira com uma extremidade arredondada e
Escova endocervical - com cerdas macias em formato cônico com ápice no
Solução fixadora, álcool a 96% ou Polietilenoglicol líquido ou Spray de
Polietilenoglicol;
24
x
Recipiente para acondicionamento das lâminas - de acordo com o tipo de
fixador adotado pela unidade, utiliza-se: frasco porta-lâmina, tipo tubete, ou
x
caixa de madeira ou plástica para transporte de lâminas;
x
Fita adesiva de papel para identificação os frascos;
x
Formulários de requisição do exame citopatológico;
Lápis grafite ou preto nº 2 para identificar a lâmina e frasco - não é
recomendado o uso de caneta, pois o álcool utilizado para o armazenamento
da lâmina pode borrar o escrito, atrapalhando assim na identificação das
x
amostras;
Avental/ camisola para a mulher - preferencialmente descartáveis, mas caso
estes não sejam, deve-se logo após o uso levá-los para a lavagem de acordo
x
com a Unidade de Saúde;
Lençóis - preferencialmente descartáveis, mas caso não sejam deve-se logo
após o uso levá-los para a lavagem de acordo com a Unidade de Saúde.
2.3.2 Procedimento da Coleta do Exame Papanicolau
Após toda a preparação da sala com todo o material que será utilizado na
coleta e o devido acolhimento da paciente, de acordo com o MS (2002) em seu
manual técnico para profissionais de saúde, o próximo passo para a coleta do
material para o exame citopatológico é o preenchimento adequado do Formulário de
Requerimento do Exame com informações corretas e devidamente preenchidas com
letra legível a respeito tanto do paciente quanto da Unidade de Saúde no qual a
amostra está sendo coletada. Neste requerimento há perguntas onde serão
investigados quando foi a última realização do exame, qual foi o resultado e se a
cliente já passou por algum tipo de tratamento no colo do útero. Ela também será
questionada quanto ao uso de DIU, tratamentos hormonais ou radioterápicos,
gestação atual e se houve sangramento vaginal fora do período menstrual ou após a
relação sexual. O preenchimento correto deste formulário é de fundamental
importância, pois a falta de informações, ou até mesmo o preenchimento de forma
incorreta poderá comprometer no resultado da coleta em relação à identificação da
paciente. Deve-se sempre lembrar de que a identificação da paciente é realizada na
25
região fosca da lâmina com as iniciais de seu nome e com o número do registro na
Unidade de Saúde.
O MS (2006) completa ainda que antes de começar o preparo da paciente, o
profissional deve lavar as mãos com água e sabão e enxugá-las com papel toalha.
Logo em seguida o profissional deverá solicitar que a paciente esvazie a bexiga e
então pedir para que ela troque de roupa, em um local reservado, pedindo que esta
vista um avental, de preferência descartável. Depois a mulher deverá ser colocada
na posição ginecológica adequada na qual se sinta mais confortável possível. Cubra
as pernas da paciente com um lençol e posicione o foco de luz. Neste momento o
profissional deverá calçar as luvas de procedimento. O procedimento propriamente
dito se dá pela técnica da coleta do material citopatológico do colo do útero. A ordem
em que procede a coleta se dá, respectivamente, da seguinte maneira:
1. Sob a iluminação do foco de luz inicia-se a primeira parte da coleta expondo a
região que será examinada, onde deveremos observar atentamente o órgão
genital externo, estando atento quanto a distribuição dos pelos, a
integralidade do clitóris, do meato uretral, dos grandes e dos pequenos lábios,
se há presença ou não de secreções vaginais, sinais de inflamação, veias
varicosas ou algum tipo de fissura, úlcera, verrugas ou tumerações;
2. Após essa observação coloca-se o espéculo (grande, médio ou pequeno) que
será escolhido de acordo com as características do períneo e da vagina da
paciente a ser examinada. Não deve ser utilizados lubrificantes, ao menos
que se trate de um caso selecionado, como uma paciente idosa com vagina
ressecada, por exemplo. Recomenda-se molhar o espéculo em solução
fisiológica. A introdução do espéculo se dá de forma suave onde este deve
estar em posição vertical e ligeiramente inclinado, de forma que o útero fique
completamente exposto, sendo imprescindível para uma boa coleta. Após ser
introduzido, gire o espéculo de forma que este fique em uma posição
transversa de maneira que a fenda de abertura fique na posição horizontal.
Quando então colocado, abra-o lentamente de forma delicada. Neste
momento o profissional deverá observar também as características das
paredes vaginais e de seu conteúdo bem como do colo do útero. Anotam-se
então na ficha de requerimento as características pertinentes ao colo do
26
útero, se este se encontra normal, alterado, ausente ou então não
visualizado;
3. A coleta do material deve ser feita na ectocérvice e na endocérvice, uma
coleta dupla em uma única lâmina. Uma amostra do saco vaginal não é
recomendada por se tratar de um material de baixa qualidade para um
x
diagnóstico oncótico. O procedimento então é realizado da seguinte maneira:
Coleta na ectocérvice: nesta região utiliza-se a espátula Ayres, o lado em que
apresenta uma bifurcação onde sua ponta mais longa deverá se encaixar no
orifício externo do colo. Após esse encaixe apóie firmemente e faça uma
raspagem na mucosa ectocervical em um movimento rotativo de 360° em
volta de todo o orifício cervical. Exerça uma pressão firme, porém delicada
para não machucar o colo do útero e comprometer a amostra. Na metade
superior da lâmina, próximo à região fosca, disponha o material colhido em
um sentido transversal. Essa amostra, bem como as outras, deverá ser
x
colocada do lado da lâmina em que se encontra a parte fosca;
Coleta na endocérvice: nessa região utiliza-se a escova endocervical.
Introduza a escova no canal cervical e faça um movimento giratório de 360°.
Disponha o material coletado na outra extremidade da lâmina.
O esfregaço das amostras deverá ser distribuída de forma uniforme e
delgada, porém sem que haja uma destruição celular;
4. Por último, faz-se a fixação do esfregaço que deve ser realizado rapidamente
para que o material não resseque. Os modos de fixação utilizados são três:
x Fixação com álcool a 96%: coloca-se a lâmina dentro de um frasco contendo
álcool a 96% em quantidade adequada, de forma que toda a parte da lâmina
com o material coletado esteja mergulhado no álcool. Coloca-se então, a
requisição envolta do frasco. Esse tipo de fixação é mundialmente conhecido
como o melhor para os esfregaços citológicos;
x Fixação com Spray de Polietilenoglicol: borrifa-se o spray sobre a lâmina de
uma distância de 20 cm imediatamente após a coleta;
x Fixação com Polietilenoglicol líquido: após a coleta pinga-se de 3 a 4 gotas da
solução fixadora de forma que esta cubra toda a área em que está disposta o
material e deixe secar. Coloque a lâmina dentro de uma caixa que será
enviada pra o laboratório.
27
Conclui-se a coleta fechando o espéculo, porém não totalmente para não
beliscar o colo da mulher, retire-o delicadamente inclinando-o levemente para cima e
observe as paredes vaginais. Retire as luvas e auxilie a paciente a descer da mesa
e peça para que ela troque de roupa. Não se esqueça de informá-la que poderá
ocorrer um pequeno sangramento após a coleta, porém este cessará sozinho. Fale
também a ela a importância de seu retorno para a busca do resultado (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2006).
2.4 PAPEL DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO DO
ÚTERO
Segundo Melo et al (2012) o enfermeiro desenvolve papel fundamental nas
unidades de atenção primária à saúde, pois estas são consideradas a porta de
entrada do usuário ao sistema de saúde. O enfermeiro tem como papel exercer
atividades de cunho técnico específico de sua competência, bem como as atividades
de âmbito administrativo e educativo por meio do vínculo formado com as pacientes,
e concentrar esforços para o convencimento da população feminina sobre os
benefícios conquistados com as ações preventivas.
O mesmo autor acrescenta que em relação à prevenção do câncer de colo do
útero o papel do enfermeiro se faz de suma importância, visto que as atividades
realizadas por este atingem várias dimensões como:
x Realização da Consulta de Enfermagem;
x Realização do exame Papanicolau;
x Ações educativas juntamente com equipe e a comunidade;
x Gerenciar e providenciar recursos materiais e técnicos;
x Controlar a qualidade dos exames;
x Verificar e comunicar os resultados e encaminhamentos para procedimentos
se necessário.
De acordo com Dezem; Sampar (2006) a importância do papel da
enfermagem também está no fato de que por falta de orientação ou esclarecimentos,
muitas vezes há uma resistência por parte destas mulheres quanto à realização do
28
exame Papanicolau, pois elas se sentem envergonhadas e não sabem a importância
da sua realização, acabando por não realizarem.
Segundo Deus (2011) o enfermeiro é responsável por informar as pacientes
sobre a técnica que será realizada para a coleta do exame Papanicolau, assim como
os materiais utilizados durante o mesmo, para que assim não haja um sentimento de
medo por parte das pacientes durante a realização do procedimento.
O enfermeiro é um profissional já direcionado para a educação ao paciente,
visto que desde a sua formação acadêmica, o mesmo vem desenvolvendo suas
habilidades visando à busca do paciente pelo serviço de saúde de forma regular.
Cabe ao enfermeiro elaborar programas de prevenção seguindo os princípios de
identificação da população de risco, busca ativa destes e a detecção e
implementação do tratamento (DEZEM; SAMPAR, 2006).
2.5 RESOLUÇÃO DO COFEN
A resolução do COFEN Nº 381/2011 normatiza a execução da coleta de
material para colpocitologia oncótica pelo método de Papanicolau pelo enfermeiro.
Considerando a magnitude epidemiológica, econômica e social do câncer de colo do
útero; a portaria GM/MS Nº 2.439 de 8 de dezembro de 2005, que institui a Política
Nacional de Atenção Oncológica; a coleta de material para colpocitologia oncótica
pelo método Papanicolau como um procedimento complexo, que demanda
competência técnica e científica em sua execução; resolve:
Art 1º: No âmbito da equipe de enfermagem, a coleta de material para
colpocitologia oncótica pelo método Papanicolau é privativa do enfermeiro.
29
3
METODOLOGIA
Esta parte do trabalho adorda os aspectos relacionados ao tipo de pesquisa,
sujeitos da pesquisa, cenário de estudo, procedimentos para a coleta de dados,
instrumento para a coleta de dados, análise dos dados, bem como os aspéctos
éticos da pesquisa.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Foi
desenvolvida
uma
pesquisa
quantitativa,
descritiva,
documental,
retrospectiva, fundamentada na análise de um documento denominado “Consulta de
Enfermagem - Ginecológica” (ANEXO A) que compõe o prontuário das pacientes
que colheram material para o exame Papanicolau na UBS do Bairro Novo Horizonte
no período de maio de 2011 a abril de 2012.
Para Gil (2002) a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características mais
significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais
como o questionário e a observação sistemática.
Outra característica deste tipo de pesquisa é que, uma vez observados os
fatos, estes são, registrados, analisados, classificados e interpretados, sem que o
pesquisador interfira neles. Isto significa que os fenômenos do mundo físico e
humano são estruturados, mas não manipulados pelo pesquisador (ANDRADE,
2001).
O quantitativo significa segundo Oliveira (1998, p.115)
Quantificar opiniões, dados, na forma de coleta de informações,
assim como também com o emprego de recursos e técnicas
estatísticas, desde as mais simples, como percentagem, média,
moda, mediana e desvio padrão até as de uso mais complexo, como
coeficiente de correlação, análise de regressão, etc, normalmente
utilizados em defesas de teses.
A pesquisa documental utilizou-se de materiais que ainda não receberam um
tratamento analítico, ou que podem ser reelaborados de acordo com o objetivo da
pesquisa. Neste tipo de pesquisa as fontes são mais diversificadas e dispersas
30
como documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições de
ordem privada, assim como os documentos que foram analisados nesta pesquisa.
Entre suas vantagens podemos citar: é uma fonte rica e estável de dados, possui
baixo custo e não existe contato direto com os sujeitos da pesquisa (GIL, 2002).
O mesmo autor citado acima diz que, o estudo retrospectivo é elaborado com
base em registros do passado com segmentos até o presente. É viável quando se
dispõe de arquivos com protocolos completos e organizados.
Quanto ao documento que foi utilizado, o mesmo possui as características
acima destacadas, isto é, está arquivado, é completo e está organizado. O mesmo
consta de 16 partes, sendo elas: dados sócio-demográficos; anamnese; data da
última menstruação; ciclo menstrual; alterações vaginais; sangramento/Doenças
Sexuais Transmissíveis; atividade sexual; método contraceptivo; antecedentes
obstétricos, pessoais e familiares; data do último preventivo; conhecimento sobre
DST, AIDS, Câncer; exame físico, resultado do Exame Papanicolau, tratamento
proposto e retorno.
3.2 SUJEITOS DA PESQUISA
Os sujeitos da pesquisa foram as fichas denominadas “Consulta de
Enfermagem – Ginecológica” que compõem os prontuários das pacientes que
colheram material para o exame Papanicolau na referida UBS no período de maio
de 2011 a abril de 2012.
Para comprovar a viabilidade da pesquisa, no período compreendido entre 01
a 31 de maio de 2011, 15 mulheres compareceram à referida UBS para a coleta de
material para o referido exame. Este levantamento foi realizado, a partir do livro de
marcação de exame Papanicolau.
3.3 CENÁRIO DE ESTUDO
A cidade de Itajubá fundada em 19 de março de 1819 pelo Padre Lourenço da
Costa Moreira, foi emancipada em 27 de setembro de 1848, conforme a Lei nº 355.
Atualmente possui 219,75 Km² de área rural e 70,70 Km² de área urbana. Localizase no sul do estado de Minas Gerais, pertencendo à Bacia Hidrográfica do Rio
Sapucaí, cuja nascente fica na cidade de Campos do Jordão, na Serra da
31
Mantiqueira. Limita-se ao Norte com os municípios de São José do Alegre e Maria
da Fé, ao Sudeste com Wenceslau Braz, à Sudoeste com Piranguçu, à Oeste com
Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira. Exerce influência direta sobre 14
municípios da microrregião. A principal rodovia que corta o município é a BR 459,
que liga Lorena-SP a Poços de Caldas-MG (PREFEITURA MUNICIPAL DE
ITAJUBÁ, 2011).
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), possui
altitude de 1746 metros no seu ponto mais alto e de 830 metros no ponto mais
baixo, acima do nível do mar, sendo que a área urbana, desconsiderando os morros,
está numa altitude média de 842 metros. Ocupa uma área de 290,45 Km² de
extensão, com população estimada para 2009 de 90.225 habitantes, equivalendo a
aproximadamente 312,65 hab./km², numa taxa anual de crescimento de 1,26%
habitantes por ano. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,185, sendo
um dos mais altos em Minas Gerais (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ,
2011).
A cidade possui 57 bairros limitando-se, ao norte, com os municípios de: São
José do Alegre e Maria da Fé; ao Sudeste, Wenceslau Brás e Sudoeste com o de
Piranguçu; a Oeste, Piranguinho e a Leste com Delfim Moreira, exercendo influência
direta sobre 14 municípios da micro-região, sendo a sua população equivalente a
0,47% da população mineira (IBGE, 2011).
O município de Itajubá é considerado centro de referência em assistência à
saúde para dezesseis municípios da chamada “Micro-região do Alto Sapucaí”. A
cidade conta com 2 (dois) hospitais credenciados para o Sistema Único de Saúde SUS, Santa Casa de Misericórdia de Itajubá e Hospital Escola da Faculdade de
Medicina de Itajubá, com níveis de atendimento de atenção básica á alta
complexidade (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011).
O município também conta com as Unidades Básicas de Saúde (UBS),
Estratégia de Saúde da Família (ESF), com vários programas diferenciados de
assistência à saúde como: Diabetes; Hipertensão; Saúde da Mulher; Tuberculose e
Hanseníase; Cartão Nacional de Saúde; Programa de Epidemiologia e Controle de
Doenças; Programa de Combate às Carências Nutricionais; Programa de
Imunização; Programa de atenção ao adolescente; Programa DST/AIDS; Programa
de Saúde Bucal; Programa de Saúde da Família; Programa de Saúde Mental;
Programa de Atenção aos Deficientes; Programa de Combate à Dengue. A farmácia
32
da Policlínica de Itajubá fornece gratuitamente aos parceiros cadastrados nos vários
programas de saúde, medicamentos para diabéticos, hipertensos, gestantes,
pacientes portadores de doenças infecto contagiosas e para o programa DST/AIDS
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011).
O atendimento prestado à saúde no município articula-se por 12 Unidades
Básicas de Saúde (UBS’s) e uma Policlínica (Amilcar Pellon), que atendem zona
urbana, assim como as ESF’s que assistem à população rural; um Hospital Escola e
uma Santa Casa de Misericórdia; Hospitais particulares (privados como Odontomed,
Ceam, e pronto-atendimento da Unimed). Constam ainda clínicas especializadas,
além de consultórios particulares. Possui 37 estabelecimentos de saúde privados, e
dentre eles 34 são com fins lucrativos, e três sem fins lucrativos (PREFEITURA
MUNICIPAL DE ITAJUBÁ, 2011).
A foto abaixo apresenta vista aérea do bairro Novo Horizonte, onde podemos
visualizar o prédio onde funciona a UBS (plano, térreo, com telhado azul e detalhes
em tom alaranjado).
Figura 2 – UBS CAIC
Fonte: Prefeitura Municipal de Itajubá, 2010.
O bairro Novo Horizonte está situado a noroeste da cidade de Itajubá, Minas
Gerais. Atualmente constuitui-se de uma população de 4.420 habitantes, sendo
2.252 homens e 2.168 mulheres. O nome do bairro passou por diversas
modificações no decorrer dos anos já sendo chamado de Bairro da Fazendinha e
33
Água Preta, pois era considerado como um bairro de zona rural onde os habitantes
residiam em sítios e casas localizados ao longo da estrada rural denominada
atualmente de Padre Petrus Dingnouts. Em 13 de maio de 1986, a prefeitura
municipal desapropriou um loteamento onde se encontrava uma fazenda com pastos
e cafezais adiquirida pela construtora Mauad, que passou a ser chamado de
Recanto Alice Braz Mandolesi, com o objetivo de se construir casas populares.
Então nos anos de 1985 a 1988, a secretaria de Bem Estar Social juntamente com a
Prefeitura Municipal elaboraram um projeto para a elaboração dessas casas. A
equipe era composta por psicólogo, engenheiro civil e assistente social que prestava
orientação aos moradores. O projeto inicial buscava a construção de 200 moradias,
porém o mutirão só foi iniciado em 1988 com a construção de 40 casas. No período
compreendido de 1989 a 1992 tanto a equipe designada quanto da secretaria de
Bem Estar Social foram extintas, onde então a população passou a adquirir seus
lotes sem critérios técnicos e somente em 1993 com a reativação da Secretaria do
Bem Estar Social pela administração municipal houve a reorganização do sistema
de acordo com a lei municipal 2.325/23 de maio que objetivava a continuação do
processo de reorganização das escrituras. O bairro então foi se modelando aos
poucos pela ocupação urbana onde ficava evidente, conforme as famílias se
concentravam, problemas de ordem socioeconômica tais como desnutrição,
desemprego, baixo nível de escolaridade e desajuste familiar (SANTOS; HIENE;
MIGUEL, 2011).
No ano de 1977 foi construída no bairro a Escola Municipal José Chaibem
Mauad atendendo alunos de primeira a quarta série e em 1987 sendo reformada
para oferecer aos filhos dos moradores do bairro melhores condições. Em 1999 ela
foi desativada para servir de albergue para presidiários, já em 2002 ela passou a ser
o Centro de Atendimento, Triagem e Encaminhamento – CATEI, que atendia e
acolhia andarilhos tendo como frente a Secretaria do Bem Estar Social (SANTOS;
HIENE; MIGUEL, 2011).
Em 1994 foi criado o Centro de Apoio Integrado a Criança (CAIC) que atende
crianças de 4 meses a 3 anos. No mesmo local encontra-se a Escola Municipal
Francisco Pereira Coutinho atendendo crianças da pré-escola até a quarta série.
Também se encontra a Unidade Básica de Saúde, Dr. Raimundo Siqueira Paulista,
que iniciou suas atividades em 17 de setembro de 1999 e inaugurada em 2000. A
UBS funciona de segunda a sexta-feira das 07:00 às 17:00 e oferece serviços de
34
imunização, consulta médica com clínico geral, pediatra e obstetra bem como
atendimento odontológico. A Unidade também trabalha com o programa do
HIPERDIA. Reformado recentemente conta com 3 consultórios médicos, uma
recepção, uma sala de odontologia, uma sala de imunização e uma sala para
guardar medicação. A equipe é composta por 2 enfermeiras, cada uma com um
turno de 6 horas, 3 técnicos e 3 auxiliares de enfermagem e um agente
administrativo (SANTOS; HIENE; MIGUEL, 2011).
3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada na UBS - CAIC, a partir do documento citado
anteriormente, que faz parte do prontuário das pacientes referenciadas. Foram
agendados antecipadamente com a enfermeira responsável, os dias e horários em
que as pesquisadoras fizeram a coleta dos dados, quando foi solicitada uma sala
para que elas pudessem fazer a referida coleta. A coleta foi realizada de segunda à
sexta-feira, no período da manhã (das 07:00 às 11:00 horas) e no período da tarde
(das 13:00 às 16:00 horas) nos meses de junho e julho de 2012.
3.5 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS
A partir do documento que foi utilizado para a coleta de dados, foi elaborado
um “Instrumento para Tabulação dos Dados” (APÊNDICE A), composto por seis
partes: a) Dados sócio-demográficos; b) Anamnese; c) Exame Físico; d) Resultado
do Exame Papanicolau; e) Tratamento Proposto e f) Retorno.
Informações que possam, por ventura, identificar a paciente não foram
divulgadas, garantindo, desta forma o anonimato da mesma. E quando não houve
registro de algum dado nos documentos utilizados que fez parte dos itens da coleta
de dados, o mesmo foi considerado “não informado”.
3.6 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram tabulados manualmente e posteriormente, foi utilizado o
Microsoft Office Excel, programa de planilha eletrônica, para a construção de tabelas
que foram analisadas e interpretadas.
35
3.7 ÉTICA DA PESQUISA
O material para coleta de dados estava sob responsabilidade da UBS - CAIC.
Desta forma foi solicitada uma autorização para a coleta de dados e
desenvolvimento da pesquisa para a Gestora Municipal de Saúde de Itajubá, através
de uma Carta (APÊNDICE B). Após a autorização o projeto foi encaminhado ao
Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da EEWB, para apreciação, e foi aprovado com o
parecer consubstanciado Nº 529/2011(ANEXO B).
36
4
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Para análise e discussão dos resultados, os mesmos serão apresentados em
duas partes:
¾ a primeira refere-se às características pessoais das pacientes que realizaram
o exame Papanicolau na UBS – CAIC, mostrado na tabela 1, e
¾ a segunda refere-se às características ginecológicas destas pacientes,
mostrados na tabela 2.
4.1 CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA
Mostraremos os resultados obtidos através de tabelas com frequência e
porcentagem.
4.1.1 Características pessoais
Neste item, demonstraremos as características pessoais das pacientes que
realizaram o exame Papanicolau na UBS – CAIC.
Tabela 1 - Características pessoais das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58)
CARACTERÍSTICAS
Idade em anos
16-25
26-35
36-45
46-55
56-65
Acima de 65
Estado civil
Solteira
Casada
Viúva
Separada
Amasiada
DISTRIBUIÇÃO
f
%
32
11
9
2
4
0
55,17
18,97
15,52
3,45
6,90
0
16
29
5
7
1
27,59
50
8,62
12,07
1,72
(continua)
37
Tabela 1 - Características pessoais das pacientes que realizaram o exame Papanicolau, UBS CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58)
(conclusão)
CARACTERÍSTICAS
Religião
Católica
Evangélica
Espírita
Outras
Escolaridade
Analfabeta
Até 4ª série
De 5ª a 8ª série
Ensino Médio Completo
Ensino Superior Completo
Ensino Superior Incompleto
Ocupação
Aposentada
Do lar
Estudante
Outras
DISTRIBUIÇÃO
f
%
37
21
0
0
63,79
36,21
0
0
2
4
29
22
1
0
3,45
6,90
50
37,93
1,72
0
2
26
11
19
3,45
44,83
18,97
32,76
Fonte: Instrumento de pesquisa
Analisando a tabela acima, quanto à idade das mulheres que realizaram o
exame na unidade de saúde, podemos verificar que tendo idade mínima 16 anos e a
máxima superior a 65 anos, temos uma prevalência de 32 (55,17%) mulheres na
faixa etária de 16 a 25 anos, seguida de 11 (18,97%) com 26 a 35 anos. O exame
não foi realizado em nenhuma mulher acima de 65 anos.
O Ministério da Saúde (2006) determina que o exame Papanicolau deve ser
realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade. Esse limite de idade foi
aumentado para 64 anos no ano de 2011 (INCA, 2012). A faixa na qual tivemos uma
maior porcentagem pode ser considerada como uma faixa na qual a incidência do
câncer é alarmante (DAVIM et al, 2005).
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (2012) espera-se para o ano de 2012
17.540 novos casos de neoplasias do colo do útero, cerca de 17 casos para cada
100.000 mulheres. Depois dos casos de câncer de pele não melanoma, o câncer do
colo do útero é um dos que mais acomete mulheres em diversas regiões do Brasil,
sendo: Região Norte 24/100mil, Região Centro-oeste 28/100mil, Região Nordeste
18/100mil, Região Sudeste 15/100mil, Região Sul 14/100mil.
38
Para Ramos et al (2006) o câncer quando detectado torna-se um problema,
tendo em vista a faixa etária ainda economicamente ativa que associada a uma
detecção tardia implica em um aumento da mortalidade.
Ferreira (2009) afirma que com a inicialização da atividade sexual cada vez
mais precoce e muitas vezes desprotegida, as jovens se tornam mais vulneráveis às
doenças sexualmente transmissíveis, como o HPV, nos mostrando então uma
grande necessidade da realização do exame Papanicolau por parte deste grupo da
população como também de uma educação em saúde por parte dos profissionais de
saúde.
Gonçalves et al (2011) completa ainda enfatizando que esta questão da
vulnerabilidade está no fato de que as lesões precursoras se alastram mais
rapidamente em mulheres jovens, não só pela imaturidade imunológica mas também
pelo baixo número de utilização das barreiras contraceptivas.
Grande parte dos atendimentos às mulheres é voltada à população mais
jovem, ou seja, aquela que está em busca de cuidados primários a sua saúde como
o planejamento familiar e pré-natal, fazendo então com que estas sejam alarmadas
mais vezes quanto à realização do preventivo devido a sua presença mais constante
na unidade de saúde (CORREA; VILLELA; ALMEIDA, 2012).
Os menores números encontrados foram aqueles cuja idade das mulheres se
encontrava acima de 46 anos, dados estes que podem ser confirmados por Mariotti
(2006) que diz que esta baixa procura do exame preventivo por mulheres de maior
idade se deve ao fato de que estas já não se encontram mais na faixa etária
produtiva, muitas delas se deparando com a menopausa cabendo então aos
serviços de saúde implementar ações que atinjam essa parte da população.
Em relação ao estado civil das pesquisadas observamos que 29 (50%) eram
casadas e 16 (27,59%) eram solteiras. De acordo com estudo realizado por Pias et
al (2006) o levantamento da situação conjugal das mulheres revelou que a maioria
era casada.
Estes dados confirmam os obtidos na literatura que nos demonstram que as
mulheres sem companheiros buscam os serviços de saúde com menor frequência
em relação as que possuem parceiro fixo, tornando-as então mais passíveis de
desatualização na realização do preventivo (GONÇALVES et al, 2011).
Porém, Fernandes et al (2009) confronta esta idéia dizendo que as mulheres
solteiras possuem um maior conhecimento devido a procura por uma orientação dos
39
profissionais de saúde no sentido de evitar uma gravidez não desejada, tendo assim
uma maior adequação a realização do exame.
Quanto à religião, 37 (63,79%) mulheres seguiam a religião católica e 21
(36,21%) eram evangélicas. Para Lucena et al (2011) a religião possui uma boa
influência em relação a realização de medidas preventivas, pois ao frequentarem as
instituições religiosas essas mulheres se encontram mais propensas a realizarem o
exame Papanicolau, sendo um meio importante para a área da saúde visto que
poderá influenciar na questão da abordagem e utilização dessas ações para
prevenção.
A mesma autora afirma que a influência da religião quanto a esta questão
está no fato de que muitas instituições proporcionam às mulheres um incentivo a
hábitos saudáveis, apoio psicológico reforçando a auto-estima e estruturando-as
para suportarem eventos da vida. A questão da religião acaba então não interferindo
para que este exame seja realizado e esta associação entre religião e realização do
preventivo acaba tendo um aspecto positivo levando direta ou indiretamente essas
mulheres a procurarem uma unidade de saúde.
Segundo Mariotti (2006, p. 79) apud Mantovani (2001) aponta “a religião como
um suporte, uma ancoragem metafísica que justifica e acolhe por meio de
explicações assimiláveis sobre a doença e os males.”
Quanto à escolaridade, 29 (50%) mulheres tinham somente o ensino
fundamental, seguida de 22 (37,93%) com ensino médio completo.
Segundo Jorge et al (2011) o nível de escolaridade é fator importante para
medidas preventivas quanto ao câncer de colo de útero. Esse mesmo autor enfatiza
que o analfabetismo e o baixo nível educacional podem impedir ou dificultar a
informação sobre a doença, sobre a utilização dos serviços de saúde, sobre os
fatores de risco, sobre a importância do exame preventivo e do esclarecimento de
possíveis dúvidas. Para Bim et al (2010) a baixa escolaridade pode ter influenciado
nos cuidados com a saúde, sendo responsável pela deficiência do conhecimento
sobre o exame Papanicolau.
Correa; Villela; Almeida (2012) acrescentam que o nível de educação é um
fator que influencia na realização deste exame, visto que quanto mais elevado for o
nível de escolaridade maior será a importância dada por parte destas mulheres a
realização do Papanicolau bem como a compreensão de sua realização conforme
preconizado pelo MS.
40
Quanto mais baixa for a escolaridade consequentemente menor será a
probabilidade de que uma mulher seja submetida a realização do Papanicolau,
estando relacionado com o fato do seu baixo poder de cobrança dos serviços de
saúde a um atendimento qualificado para tal (GONÇALVES et al, 2011). Porém, em
estudo realizado por Ramos et al (2006) o preventivo é realizado entre as mulheres
que possuem um grau de instrução menor, tendo em vista que as mulheres com
baixa escolaridade apresentam maior chance de desenvolver o câncer.
Analisando os dados, 26 (44,83%) das mulheres eram do lar, seguida de 19
(32,76%) que tinham outras ocupações.
Para Mariotti (2006) a ocupação está juntamente relacionada com a questão
da escolaridade visto que a maioria destas mulheres tem como ocupação atual a do
lar sendo esta uma atividade que geralmente requer uma baixa escolaridade para
ser realizada.
4.1.2 Características ginecológicas
Neste item, demonstraremos as características ginecológicas das pacientes
que realizaram o exame Papanicolau na UBS – CAIC.
Tabela 2 - Características ginecológicas das pacientes que realizaram o exame Papanicolau,
UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58)
CARACTERÍSTICAS
Menarca
10-12 anos
13-14 anos
15-16 anos
Acima de 16 anos
Coitarca
10-12 anos
13-14 anos
15-16 anos
17-18 anos
19-20 anos
Acima de 20 anos
Ciclo Menstrual
Irregular
Regular
DISTRIBUIÇÃO
f
%
20
17
14
7
34,48
29,31
24,14
12,07
1
8
15
12
10
12
1,72
13,79
25,86
20,69
17,24
20,69
22
36
37,93
62,07
(continua)
41
Tabela 2 - Características ginecológicas das pacientes que realizaram o exame Papanicolau,
UBS - CAIC, Itajubá, MG, 2011/ 2012. (n=58)
(conclusão)
CARACTERÍSTICAS
DISTRIBUIÇÃO
f
%
Alterações Vaginais
Corrimento
Prurido
Lesão
DST
Sim
Não
Qual?
Herpes
Não sabe
Atividade Sexual
Sem alteração
Com alteração
Qual?
DST
Dor
Diminuição de lubrificação vaginal
Uso de Método Contraceptivo
Sim
Não
Qual?
Anticoncepcional oral
Anticoncepcional injetável
Tabela
Preservativo masculino
Outro
Antecedentes Obstétricos
Sim
Não
Qual?
Gestação
Partos
Abortos
49
8
1
84,48
13,79
1,72
4
54
6,90
93,10
2
2
50
50
51
7
87,93
12,07
2
3
2
3,45
5,17
3,45
35
23
60,34
39,66
15
3
3
8
6
42,86
8,57
8,57
22,86
17,14
53
5
91,38
8,62
81
70
15
48,80
42,17
9,04
Fonte: Instrumento de pesquisa
Analisando a menarca observamos que em 20 mulheres (34,48%) ocorreu
entre 10-12 anos, seguida de 17 mulheres (29,31%) que ocorreu entre 13-14 anos.
A menarca precoce é tida como um dos fatores de risco para o desenvolvimento do
câncer do colo uterino, que de acordo com Mesa (2006) é quando esta se dá antes
42
dos 12 anos. Diante disto faz-se necessário então uma maior atenção quanto à
ocorrência do câncer do colo do útero cada vez mais cedo devido a antecipação da
iniciação da puberdade levando a um decréscimo na idade da primeira menstruação
e consequentemente a uma inicialização precoce da atividade sexual devido à
instalação da capacidade reprodutiva, sendo devido a este fator importantíssimo a
conscientização destas jovens quanto à realização de estratégias de prevenção
como o Papanicolau (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Em seu estudo Muller et al
(2008) diz que as mulheres cuja menarca foi após os 12 anos, apresentaram uma
prevalência maior de estar com o exame Papanicolau atrasado, porém a variável
menarca não apresentou significância estatística quando relacionado à realização do
exame.
Em relação à primeira relação sexual observamos que em 15 mulheres
(25,86%) a mesma ocorreu entre os 15-16 anos, seguida de 12 (20,69%) mulheres
que tiveram sua primeira relação sexual 17-18 anos.
De acordo com Oliveira et al
(2005) um dos fatores de risco para o
desenvolvimento do câncer de colo do útero é a precocidade sexual devido a
imaturidade do epitélio e a sua suscetibilidade a agressões oncogênicas.
Para Mariotti (2006) o intervalo existente entre a menarca e o coito merece
mais importância do que a primeira relação sexual propriamente dita, pois tal relação
estaria ligada a um maior risco de neoplasias relacionadas à idade sexual do que a
idade cronológica de cada mulher.
Em relação ao ciclo menstrual 36 mulheres (62,07%) tinham o seu ciclo
regular, enquanto que 22 mulheres (37,93%) tinham o ciclo irregular. Porém, em
estudo realizado por Casarin; Piccoli (2011) a questão da irregularidade do ciclo
menstrual é um dos principais motivos que leva as mulheres a realizarem o exame
Papanicolau devido a alguma conhecida que apresentou este episódio e
posteriormente descobriu alguma alteração no exame.
Observamos também que das mulheres pesquisadas, 35 (60,34%) afirmam
que utilizaram algum tipo de método contraceptivo e 23 (39,66%) delas informaram
não utilizar, sendo que 15 (42,86%) escolheram o anticoncepcional oral; 8 (22,86%)
o preservativo masculino; 3 (8,57%) o anticoncepcional injetável e o método da
tabela e 6 (17,14%) outros métodos.
O contraceptivo oral geralmente é utilizado por mulheres sexualmente ativas
levando-as a não utilizar outro método de barreira, estando assim mais expostas a
43
contrair o HPV. Por outro lado observa-se também que essas mulheres recorrem à
consulta ginecológica possibilitando desta forma um rastreamento mais eficaz para o
câncer do colo do útero (CASARIN; PICCOLI, 2011).
Fernandes et al (2009) ainda completa dizendo que as mulheres que fazem
uso de métodos contraceptivos, por acabarem frequentando mais vezes as unidades
de saúde buscando este planejamento familiar acabam sendo melhor orientadas a
fazer o exame Papanicolau conforme preconizado pelo Ministério da Saúde.
Em relação às Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) 54 (93,10%)
mulheres afirmaram não ter e 4 (6,90%) delas disseram já ter tido. Algumas mulheres
disseram ter sido Herpes e outras informaram não saber qual era a doença.
Casarin; Piccoli (2011) falam que quando encontra-se presente uma DST,
esta pode provocar o aparecimento de lesões ou inflamações na pele ou nas
mucosas genitais que, caso não sejam tratadas, poderão se tornar lesões précancerosas podendo levar a um câncer de colo uterino futuramente.
Analisando a questão das alterações vaginais verificamos que 18 (69,23%)
mulheres apresentavam corrimento, 7 (26,92%) prurido e 1 (3,85%) lesão.
O corrimento é um dos problemas mais comuns que afeta as mulheres,
conhecido também como vaginite, responsável pela procura mais frequente da
mulher à unidade de saúde. Esse corrimento pode ou não ter um odor desagradável
podendo ocorrer também ardor, coceira ou até mesmo vontades mais frequentes de
urinar. Essas alterações podem ser decorrentes de infecções vaginais ou cervicais
do colo do útero ou por DST (CASARIN; PICCOLI, 2011).
Em relação às alterações durante as atividades sexuais dessas mulheres, 51
(87,93%) delas disseram não ter qualquer alteração, enquanto que 3 (5,17%)
relataram dor, 2 (3,45%) alteração devido a DST e 2 (3,45%) tiveram alteração que
consideram ter sido decorrente da diminuição da lubrificação vaginal.
Os sinais relatados acima devem ser levados em consideração, pois a maioria
das que apresentam algumas dessas alterações não procuram tratamento, ou por
julgarem ser uma condição normal ou por serem situações pouco sérias, e em
consequência quanto mais se demora a procurar o tratamento adequado, maiores e
mais sérias são as complicações (CASARIN; PICCOLI, 2011).
Quanto aos antecedentes obstétricos 53 mulheres (91,38%) disseram ter
antecedente obstétrico, seguido de 5 mulheres (8,62%) que não possuíam
antecedente obstétrico. Rosa (2007) diz em seu estudo que durante muito tempo
44
tinha a questão da multiparidade como suspeita para um aumento do risco em se
desenvolver o câncer cervical, porém esse fato era muito confundido com o
comportamento sexual das mulheres. Entretanto, atualmente pode-se confirmar o
papel da alta paridade ao câncer cervical onde há relações com o aumento
significativo dos números de câncer cervical ou neoplasias epiteliais de alto grau
com o número elevado de filhos. Este fato se daria devido ao estado nutricional,
hormonal, traumatismo e mecanismos imunológicos que sofrem alguma alteração no
decorrer da gestação.
Não foi possível analisar os itens referentes à menopausa, frequência da
realização do exame e os resultados dos exames, pois estes itens, em grande parte
dos documentos não foram preenchidos e em outros não foram preenchidos
adequadamente.
45
5
CONCLUSÃO
Pudemos atingir o objetivo proposto que foi conhecer as características
pessoais e ginecológicas das mulheres que realizaram o exame Papanicolau na
Unidade Básica de Saúde do Bairro Novo Horizonte, em Itajubá, Minas Gerais, de
maio de 2011 a abril de 2012. Concluímos que:
x
¾ As características pessoais destas pacientes:
x
55,17% estão na faixa etária de 16-25 anos;
x
63,79% são católicas;
x
50% são casadas;
x
50% possuem o ensino fundamental;
x
44,83% são do lar.
¾ As características ginecológicas destas pacientes:
x
34,48% com menarca na faixa etária de 10-12 anos;
x
62,07% com ciclo menstrual regular;
x
93,10% não tinham DST;
x
60,34% faziam o uso de método contraceptivo;
x
25,86% com coitarca na faixa etária de 15-16 anos;
x
69,23% tiveram corrimento como alteração vaginal;
x
87,93% sem alteração nas atividades sexuais;
91,38% tinham antecedentes obstétricos.
46
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao atingir o objetivo proposto no início da pesquisa e conhecer o perfil das
mulheres que realizaram a coleta do material citológico para o exame preventivo do
câncer de colo de útero na Unidade Básica de Saúde do Bairro Novo Horizonte,
podemos afirmar que essas mulheres usufruíram de um direito à saúde enquanto
cidadãs desenvolvendo desta forma um cuidado de saúde para consigo mesma.
Os resultados deste estudo oferecem subsídios para a implantação de
espaços de discussão e reflexão sobre essas mulheres, como processo dinâmico
dos profissionais de saúde daquela Unidade, para planejarem suas atividades em
relação a elas no âmbito da saúde da mulher, oferecendo a elas:
¾ atendimento de enfermagem específico;
¾ direcionado às necessidades básicas identificadas e a partir destes e,
¾ uma melhor assistência a elas.
Acreditamos que esse é um papel relevante da enfermagem na promoção da
saúde, um modo de favorecer as mulheres para que elas sejam cada vez mais
esclarecidas.
Acreditamos ainda que no momento que a enfermagem atenda as
suas necessidades individuais, esclareça e retire possíveis dúvidas em relação à
saúde da mulher, estamos promovendo melhorias na qualidade de vida das
mesmas.
O encorajamento de mulheres para que na descoberta de qualquer
anormalidade procurem a assistência à saúde é um desafio que necessita ser
reconhecido e enfrentado no cotidiano do enfermeiro.
Acreditamos que os achados desta pesquisa podem ser úteis para
enfermeiros, equipe de saúde das Estratégias de Saúde da Família (ESF) e
Unidades Básicas de Saúde (UBS) de uma forma geral interessados em [re]pensar e
[re]organizar a assistência à saúde da mulher, implementando rotinas e programas
visando a melhoria do atendimento a essas mulheres e a satisfação destas em
relação ao atendimento pela referida equipe, tendo por base a assistência de
qualidade prestada a elas.
47
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52
APÊNDICE A – Instrumento para tabulação dos dados
A - DADOS SÓCIO-DEMOGRÁFICOS
Idade:
16 – 25 _____________________________________________________________
26 – 35 _____________________________________________________________
36 – 45 _____________________________________________________________
46 – 55 _____________________________________________________________
56 – 65 _____________________________________________________________
Acima de 65 _________________________________________________________
Estado Civil:
Solteira _____________________________________________________________
Casada _____________________________________________________________
Amasiada ___________________________________________________________
Separada ___________________________________________________________
Escolaridade:
Analfabeta __________________________________________________________
Até 4° série __________________________________________________________
De 5° a 8° série ______________________________________________________
Ensino Médio / 2° grau _________________________________________________
Ensino Superior incompleto _____________________________________________
Ensino Superior completo ______________________________________________
Ocupação:
Aposentada _________________________________________________________
Do lar ______________________________________________________________
Estudante ___________________________________________________________
Outras ______________________________________________________________
Religião:
Católica ____________________________________________________________
53
Evangélica __________________________________________________________
Espírita _____________________________________________________________
Outras ______________________________________________________________
B – ANAMNESE
Menarca:
10 - 12 anos _________________________________________________________
13 - 14 anos _________________________________________________________
15 - 16 anos _________________________________________________________
Acima de 16 anos _____________________________________________________
Coitarca:
10 - 12 anos _________________________________________________________
13 - 14 anos _________________________________________________________
15 - 16 anos _________________________________________________________
17 - 18 anos _________________________________________________________
19 - 20 anos _________________________________________________________
Acima de 20 anos _____________________________________________________
Menopausa:
45 - 50 anos _________________________________________________________
51 - 55 anos _________________________________________________________
Acima de 55 anos _____________________________________________________
Ciclo Menstrual:
Irregular ____________________________________________________________
Regular _____________________________________________________________
Alterações Vaginais:
Corrimento __________________________________________________________
Prurido _____________________________________________________________
Lesão ______________________________________________________________
54
DST:
Sim ________________________________________________________________
Não ________________________________________________________________
Qual? ______________________________________________________________
Atividade Sexual:
Sem alteração _______________________________________________________
Alterado por:
DST _______________________________________________________________
Gestação ___________________________________________________________
Câncer _____________________________________________________________
Dor ________________________________________________________________
Sangramento ________________________________________________________
Culpa ______________________________________________________________
Separação __________________________________________________________
Ansiedade __________________________________________________________
Falta de desejo _______________________________________________________
Incontinência urinária __________________________________________________
Mudança de aparência _________________________________________________
Diminuição de lubrificação vaginal ________________________________________
Doença do sistema genital interno e do útero _______________________________
Usa Método Contraceptivo?
Sim ________________________________________________________________
Não ________________________________________________________________
Método Contraceptivo Usado:
Anticoncepcional oral __________________________________________________
Anticoncepcional injetável ______________________________________________
Tabela _____________________________________________________________
Preservativo masculino ________________________________________________
Preservativo feminino __________________________________________________
Coito interrompido ____________________________________________________
Outro ______________________________________________________________
55
Antecedentes Obstétricos:
Não ________________________________________________________________
Sim ________________________________________________________________
Qual? ______________________________________________________________
Antecedentes Pessoais:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Antecedentes Familiares:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Último Exame Preventivo:
6 meses ____________________________________________________________
1 ano ______________________________________________________________
2 anos ______________________________________________________________
Primeiro exame ______________________________________________________
Conhecimentos sobre:
DST _______________________________________________________________
AIDS _______________________________________________________________
Câncer _____________________________________________________________
C - EXAME FÍSICO
Alterações físicas gerais:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
56
Estado Emocional:
Ansiosa _____________________________________________________________
Nervosa ____________________________________________________________
Apática _____________________________________________________________
Outro ______________________________________________________________
Mamas:
Normais ____________________________________________________________
Alteração ___________________________________________________________
Genitália Externa:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Parede Vaginal:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
Colo do Útero:
Normal _____________________________________________________________
Alterado ____________________________________________________________
Secreções:
Sim ________________________________________________________________
Não ________________________________________________________________
D – RESULTADO DO EXAME PAPANICOLAU
Negativo para câncer __________________________________________________
NIC I _______________________________________________________________
NIC II ______________________________________________________________
57
NIC III ______________________________________________________________
Infecção pelo HPV ____________________________________________________
Amostra insatisfatória __________________________________________________
E – TRATAMENTO PROPOSTO
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
F - RETORNO
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
58
APÊNDICE B – Carta solicitação de autorização
59
ANEXO A – Consulta de enfermagem ginecológica
60
61
ANEXO B – Parecer Consubstanciado N. 796/2011
62
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