Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br Veículo: Jornal da Comunidade Seção: Comunidade Vip Assunto: Diabetes Data: 24 a 30/07/2010 Pág.: 4 Uma vida normal com diabetes Obesidade, histórico familiar e sedentarismo são alguns dos principais fatores por trás da incidência do diabetes melitos tipo II. Mudanças de hábitos alimentares e prática de exercícios físicos estão entre as principais medidas adotadas para o controle da patologia O glicosímetro é normalmente utilizado por diabéticos para medir com frequência o teor de glicose no sangue Dados divulgados pelo Ministério da Saúde apontam que o diabetes é uma doença crônica, que atinge cerca de 246 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, 7,5 milhões de pessoas foram diagnosticadas com a doença, mas estima-se que o número de diabéticos no país chegue a 11 milhões, sendo 120 mil no Distrito Federal. O tipo mais comum da patologia é o diabetes melitos tipo II, mais prevalente em mulheres, que se caracteriza pela incapacidade das células em absorver a intensa produção de insulina no pâncreas. A insulina é o hormônio responsável por manter o equilíbrio da glicose no sangue. O diabetes tipo II ocorre com maior frequência em adultos com mais de 40 anos, que apresentem histórico familiar da doença e em pessoas sedentárias, obesas ou acima do peso. Segundo a endocrinologista Patrícia Brunck, do Hospital Santa Lúcia, cerca de 80% dos diabéticos tipo II apresentam sobrepeso ou obesidade e, geralmente, têm maior tendência a desenvolver também hipertensão. Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br Já o diabetes tipo I ocorre predominantemente em crianças e adolescentes e caracteriza-se pela produção insuficiente de insulina pelo pâncreas. Quando não cuidado, pode evoluir para a fase crônica ou causar outras complicações graves aos portadores. O tratamento é feito com reposição de insulina, por meio de injeção, e os portadores são, por sua vez, chamados de insulinodependentes. O cirurgião aposentado Carlos Patrocínio descobriu há dois anos que é diabético ao fazer exames de rotina. A doença se manifestou em consequência do excesso de peso e, para mantê-la sob controle, Carlos toma duas doses diárias do medicamento metiformina. “Estou seguindo corretamente as recomendações do meu médico, sempre verificando a taxa de glicose, e faço check-ups anualmente”, relata. Sintomas e complicações Muitos portadores da patologia não conseguem identificá-la ainda na fase inicial. Quando surgem, os sintomas dos tipos I e II são muito parecidos. Mais especificamente no diabetes tipo II, ocorrem com frequência alterações na visão, formigamentos, infecções e dificuldades na cicatrização de ferimentos. A endocrinologista Patrícia Braga de Sousa explica que podem aparecer, ainda, outras complicações. Entre aquelas de ordem microvascular estão a nefropatia (disfunções renais), retinopatias (alterações nos olhos, como glaucoma e catarata) e neuropatia (alterações nos nervos periféricos). Já os problemas macrovasculares incluem infarto do miocárdio, AVC (derrame) e doença arterial periférica (distúrbio dos vasos sanguíneos). Principais exames Lídia Abdala: testes laboratoriais garantem diagnóstico preciso Segundo a superintendente técnica do laboratório Sabin, Lídia Abdala, o exame laboratorial mais comum para detectar o diabetes é a dosagem de glicose, chamado glicemia basal. É necessário jejum de, no mínimo, oito e, no máximo, 12 horas antes da coleta. Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br A Associação Americana de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia consideram normal o nível de glicose entre 70 mg/dl e 99 mg/dl (miligramas por decilitro). Quando a taxa está entre 100 e 126 mg/dl, o paciente é considerado intolerante à glicose. É o sinal amarelo da doença. Para esses casos, especialistas recomendam, ainda, um outro teste, também no laboratório, conhecido como curva glicêmica. Para esta análise, a coleta do sangue também é feita em jejum e o indivíduo é instruído a ingerir uma quantidade pré-estipulada de açúcar. Após duas horas, o material é coletado novamente e, pelo resultado, é possível saber se a pessoa está conseguindo metabolizar o açúcar normalmente. Normalmente, quando a glicose está acima de 126 mg/dl, há o diagnóstico do diabetes, mas a palavra final cabe ao médico. Outra forma muito usada para detectar a doença é por meio do glicosímetro, durante o teste simples de glicemia. O aparelho é usado normalmente em farmácias, campanhas contra diabetes ou pode ser adquirido por pessoas que precisem medir com frequência a taxa de glicose no sangue. O procedimento é realizado por meio de um pequeno furo no dedo. Após o contato do sangue com o reagente, o equipamento mede automaticamente o nível da substância ali encontrada. “Este teste é feito apenas para triagem e não para diagnóstico da doença, como o que é realizado em laboratório”, salienta Lídia Abdala. Controle e principais tratamentos Na opinião dos especialistas, o diabetes tipo II pode ser prevenido ou ter seu início retardado, principalmente com alterações no estilo de vida. Mesmo quando diagnosticado, se a pessoa mantiver hábitos saudáveis e souber equilibrar a taxa de açúcar no sangue, é possível levar uma vida perfeitamente normal. O indivíduo deve estar atento, principalmente, a sua dieta, que deve ser supervisionada por um especialista em nutrição. “A quantidade diária de carboidratos deve ser baseada no peso, altura, quantidade de músculo e de gordura corporal”, diz o nutricionista e terapeuta Júlio Aquino. Ele sugere, por exemplo, o consumo de alimentos integrais e folhas, que são ricos em fibras e, consequentemente, ajudam a diminuir a velocidade de absorção dos carboidratos no intestino, contribuindo para uma curva glicêmica saudável. Evitar o consumo de álcool e praticar exercícios físicos com regularidade estão entre as outras recomendações de Aquino. Outra opção, segundo ele, é aliar terapias alternativas – como fitoterapia, acupuntura, homeopatia e cromoterapia – aos procedimentos convencionais para o controle da doença. Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br A forma mais conhecida de tratamento contra diabetes é à base de injeções de insulina, mas normalmente são indicados medicamentos conhecidos como hipoglicemiantes orais, segundo Patrícia Brunck. “Esses remédios agem no equilíbrio da taxa de glicose no organismo”, diz. Como o açúcar é o principal vilão para diabéticos, os endocrinologistas normalmente recomendam o uso de adoçantes para substituí-lo. O ideal é consultar um médico para saber qual o melhor tipo. Cirurgia Em alguns casos, são necessárias intervenções cirúrgicas, especialmente para quem sofre de obesidade mórbida. Brunck explica que a chamada cirurgia bariátrica, para redução do estômago, pode trazer uma melhora na ordem de 80 a 85% para o paciente diabético. Por causar alterações nos níveis hormonais, e principalmente pela ligação que existe entre a incidência de casos de diabetes e obesidade, o procedimento acaba por alterar também os níveis de glicose. O transplante do pâncreas, feito normalmente em pessoas que não dão uma resposta favorável ao tratamento, também pode ser uma opção para amenizar os sintomas do diabetes. A endocrinologista Patrícia Braga de Sousa diz que o método ajuda a normalizar o metabolismo dos carboidratos. “O principal objetivo do transplante é reverter ou bloquear as complicações diabéticas secundárias”, observa. Segundo a especialista, o paciente passa a não precisar mais da terapia insulínica, mas deve aderir à terapia imunossupressora, a fim de evitar a rejeição do órgão transplantado. Ass. de Comunicação www.ptexto.com.br Veículo: Jornal da Comunidade Seção: Comunidade Vip Assunto: Associação Comercial do distrito Federal Data: 24 a 30/07/2010 Pág.: 15