E2 CORREIO POPULAR CURSOS & CARREIRAS 2011 ||| ANO PROMISSOR Previsão é de que mais de 75 mil postos de trabalho sejam gerados na Região Metropolitana de Campinas Mercado com vagas de sobra Anselmo Luis dos Santos, diretor-adjunto do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp S ó no ano de 2011, a previsão é de que mais de 75 mil postos de trabalho sejam gerados na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Na cidade, serão pelo menos 32 mil novas vagas de emprego. Os números representam um crescimento de 24,9% na RMC em relação a 2010, e cerca de 33,0% em Campinas. Em todo o Brasil, a taxa de desemprego é a mais baixa desde 2002, de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “Esses índices implicarão em uma nova política de qualificação de mão de obra, para atender aos segmentos mais demandantes de espe- cialização na construção civil, trem de alta velocidade (TAV), pré-sal, petroquímica, química fina e etanol”, afirma o economista Laerte Martins, da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic). No entanto, ainda que o déficit seja mais perceptível no que se refere à qualificação profissional, o problema da formação educacional para o trabalho tem raízes mais profundas. Para Anselmo Luis dos Santos, diretor-adjunto do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (Cesit), do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), os problemas começam na educação de base. “A qualidade da educação brasileira de base mos anos, crescimentos aciainda é muito ruim, especial- ma da média do Produto Inmente nas instituições públi- terno Bruto (PIB), por isso, a cas. Enquanto o País não en- dinâmica do mercado de trafrentar esse problema estru- balho deverá continuar em tural, sempre teremos conse- alta nos próximos anos. “Esquências na formação profis- tamos em uma situação muito favorável, muitas empresional”, diz. Mesmo assim, de acordo sas fizeram investimentos no ano passado com Santos, e os reflexos a região de Taxa de desemprego começarão a Campinas goser sentidos za de algu- no País é a mais a partir de mas vanta- baixa desde 2002 agora. Ainda gens, inclusive no que se refere à educa- que o Brasil registre um desação, em virtude da quantida- celeramento no número de de da qualidade das institui- vagas de trabalho, a tendênções de ensino que sedia. cia em Campinas continuará Além disso, apesar de não ha- sendo positiva”, diz Santos. De acordo com as inforver dados oficiais, acreditase que a região de Campinas mações da Acic, o cenário patenha registrado, nos últi- ra 2011 é composto pela rea- tivação de projetos imobiliários, que devem gerar mais de 10 mil postos, conforme cronograma da Caixa Econômica Federal; na área do TAV devem ser iniciadas as primeiras providências, com a contratação de mais de 1,5 mil empregados (principalmente em Hortolândia, Paulínia e Campinas); a recuperação da capacidade ociosa da indústria que pode gerar empregos já na área do pré-sal, e de projetos nas telecomunicações e eletrodomésticos, com a perspectiva de criar até o final de 2011, mais de 4 mil empregos, podendo totalizar cerca de mais de 15,5 mil postos diretos na RMC. E, com o aquecimento da economia, a demanda por profissionais, mesmo para áreas mais tradicionais, tem sido profundamente transformada, como no caso da geografia. Se até bem pouco tempo a maior necessidade por especialistas da área era gerada por instituições de ensino que buscavam professores, novas tecnologias criaram outros núcleos de mercado. “Hoje existem diversas possibilidades profissionais, em diferentes ramos. Sejam ligados ao meio ambiente, como em consultorias e grandes obras, sejam em atividades referentes à novas tecnologias, como localização digital e segurança”, afirma o professor Gustavo Cepolini, do Centro Universitário Claretiano. Érica Dezonne/Especial para a AAN Érica Dezonne/Especial para a AAN Educação via web rompe fronteiras e encurta espaços O ensino a distância está cada vez mais em alta. Uma das ferramentas que podem auxiliar na formação de profissionais para suprir as necessidades do mercado, mesmo em localidades onde não hajam instituições de ensino, é a modalidade de educação via web. No Centro Universitário Claretiano, o número de alunos que residem em municípios onde não há faculdades tem crescido paulatinamente. “Temos alunos de cidades como Ji-Paraná, em Rondônia, em que a faculdade mais próxima fica a 400 quilômetros de distância. Pela internet, as dificuldade para ter acesso à profissionalização são facilmente superadas”, diz o professor Gustavo Cepolini. Alunos interessados em se profissionalizar em áreas como engenharia, tecnologia, meio ambiente, em que a demanda é grande, podem fazer isso remotamente. “Nesses ramos há carência de profissionais em todas as partes do Brasil e em algumas de forma especial. Há mais vagas que gente para trabalhar. E quem mora lá e tiver interesse em estudar para ocupar esses lugares vagos, pode fazer isso sem ter que ir à outra cidade para se formar”, afirma Renato Lot, coordenador do Claretiano. Renato Lot destaca a carência de profissionais: “Há mais vagas que gente para trabalhar” Gustavo Cepolini, professor de geografia do Centro Universitário Claretiano EXPEDIENTE cursos & carreiras Contato: [email protected] Este suplemento é parte integrante do Correio Popular e não pode ser vendido separadamente Editor: Marco Antonio Martins. Textos: Lilian de Souza. Fotos: César Rodrigues, Dominique Torquato, Elcio Alves, Érica Dezonne, Estevam Scuoteguazza, Gustavo Magnusson, Janaína Maciel e Divulgação. Pesquisa: Camila Moreira, Lucineide Ricardo e Natália Martins e Camila Moreira. Diagramação: Tadeu Collaço. Tratamento de imagem: Eduardo Costa, Cleber Benatti, Laert Marcos, Gilciano de Souza, Marcos Markezin, Leandro Torres e Wanderlei Rosa. Estevam Scuoteguazza/AAN Campinas, domingo, 20 de fevereiro de 2011