UM ESTUDO ETNOGRÁFICO SOBRE A PESCA NA COMUNIDADE RIBEIRINHA DO RIO IGARAPÉ GRANDE, ILHA SARACÁ (PA). Genisson Paes Chaves / Lourdes Gonçalves Furtado – Coordenação de Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi (CCH/MPEG) / Denise Machado Cardoso / Irana Bruna Calixto Lisboa – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Pará (IFCH/UFPA). Financiamento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Imagem retratando a cidade de Limoeiro do Ajuru, no detalhe em vermelho e Ilha Saracá, no detalhe azul. Fonte: Google maps, 2012. Pesca de “borqueio” no Rio Tocantins (PA). Fonte: Geovane Chaves, 2011. Reunião da Associação dos Pescadores da Ilha Saracá. Fonte: Genisson Chaves, 2012. Objeto e Objetivos O estudo busca compreender, a partir da perspectiva antropológica, a atividade pesqueira, para isso, ressaltando as relações de gênero e as dinâmicas culturais da população humana da comunidade ribeirinha do Rio Igarapé Grande, na Ilha Saracá, município de Limoeiro do Ajuru (Nordeste Paraense), no sentido de aprender com estes povos sua própria realidade e nesse sentido, contribuir com os estudos sobre populações pesqueiras de nossa região amazônica. Tal foi desenvolvido no âmbito do “Projeto Populações Tradicionais Haliêuticas - Impactos Antrópicos. Uso e Gestão da Biodiversidade em Comunidades Ribeirinhas e Costeiras da Amazônia Brasileira” (RENAS III), da Coordenação de Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi. Metodologia Utilizou-se nesse estudo, pesquisa e revisão bibliográfica acerca da temática em epígrafe e de pesquisa de campo realizada de 2011 a 2012, que contou com a utilização da fotografia, de entrevistas abertas e de observação participante, que conforme Moreira e Rocha (1995, p. 63) têm “como objetivo romper o distanciamento do mundo a ser pesquisado, constituído de muitos significados simbólicos importantes para o entendimento da dinâmica social” . Três gerações cuidando de peixe. Fonte: Genisson Chaves, 2011. Casal consertando matapi. Fonte: Genisson Chaves, 2012. Moradores da comunidade almoçando peixe com açaí. Fonte: Genisson Chaves, 2012. Resultados e conclusões Evidenciou-se que no Rio Igarapé Grande a pesca constitui-se como um dos complexos culturais onde, a rigor, não há uma divisão de trabalho marcada de modo significativo entre estes agentes, já que ambos (homens e mulheres) desenvolvem a mesma atividade, mas com suas peculiaridades e representações sociais diferenciadas (CHAVES et al, 2012). Entre as atividades, destacam-se a pesca de matapi, de caniço, de malhadeira, espinhel e de “borqueio”. Portanto, e segundo Furtado (1988), entender a pesca em sua concretude e relações sociais é ver que um dos atores sociais da Amazônia, o pescador, é inserido num contexto mais amplo que é dos pequenos produtores regionais; que não é um segmento isolado, atípico das características gerais do caboclo, mas, que possui particularismos pertinentes a adaptações exigidas pelo ambiente em que vive. Referências Bibliográficas CHAVES, Genisson Paes; CARDOSO, Denise Machado; FURTADO, Lourdes Gonçalves. Homem – mulher: representações e papéis sociais na cadeia sócio-produtiva do açaí na Ilha Saracá – Pará. In: I Congresso Pan-Amazônico e VII Encontro da Região Norte de História Oral: História do Tempo Presente & Oralidades na Amazônia. Universidade Federal do Pará. Belém: Ed. Açaí, 2012. FURTADO, Lourdes Gonçalves. Pescadores do Rio Amazonas: Um estudo antropológico da pesca ribeirinha. Tese (Doutorado em Antropologia Social). Universidade de São Paulo, USP: São Paulo, 1988. MOREIRA, Edma Silva; ROCHA, Rossilan Martins da. Pesca Estuarina: uma contribuição ao estudo da organização social da pesca no Pará. In: SILVEIRA, Isolda Maciel da; NASCIMENTO, Ivete; FURTADO, Lourdes Gonçalves (Org.). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Série Antropologia vol. 11 (1), p. 57-86.