33612 Quinta-feira 06 DIÁRIO DO SENADO FEDERAL Encerro com a minha manifestação de solidariedade aos terenas, a todas as populações e ao Gabriel Terena, liderança indígena que foi assassinada, na última quinta-feira, no Mato Grosso do Sul. Ele é mais um, mas que o Estado, em vez de tratar esse tema designando a Força Nacional, trate esse tema com a responsabilidade com que deve ser tratado, principalmente por um Governo que se reivindica ser um Governo de esquerda, identificado com a agenda dos direitos dos povos indígenas. Trate essa questão com diálogo e assegurando o direito aos povos indígenas. Não se pode, já está na Bíblia – e falo isso para concluir – servir a dois senhores ao mesmo tempo. Nesse embate concreto cabe, por parte do Governo, ter uma posição clara. (Interrupção do som.) (Soa a campainha.) O SR. RANDOLFE RODRIGUES (Bloco/PSOL – AP) – A parte hipossuficiente, a parte frágil que precisa da proteção do Estado, neste caso, são as populações que nos legaram viver aqui, são as populações que nós escravizamos e fazemos sofrer há pelo menos 500 anos. Obrigado pela tolerância, Srª Presidente. A SRA. PRESIDENTE (Lídice da Mata. Bloco/ PSB – BA) – Obrigada a V. Exª, que fez um grande pronunciamento, com quem quero me solidarizar integralmente e parabenizá-lo, porque terminamos a noite num grande momento, quando V. Exª defende as comunidades originárias deste País. Muito obrigada. A SRA. PRESIDENTE (Lídice da Mata. Bloco/ PSB – BA) – Sobre a mesa, requerimento que será lido. É lido o seguinte: REQUERIMENTO Nº 583, DE 2013 REQUEIRO, nos termos do Artigo 50, § 2º da Constituição Federal, combinado com Artigo 216 do Regimento Interno do Senado Federal, que seja solicitado ao Excelentíssimo Senhor Ministro de Estado do Turismo Dr. GASTÃO DIAS VIEIRA informações sobre as ações e recursos financeiros do Plano Nacional de Turismo 2013-2016 – PNT, aprovado pelo Decreto nº 7.994, de 24 de abril de 2013, publicado no DOU de 24/05/2013, contendo conjunto de objetivos, diretrizes, metas e ações. No dia 24 de maio pp., a imprensa brasileira registrou que “ O Ministério do Turismo quer elevar para US$ 10,8 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões) a receita do país com turismo internacional até 2016. A meta faz parte do Plano Nacional de Turismo 2013-2016, que será publicado hoje no “Diário Oficial”. A Copa do Junho de 2013 Mundo no ano que vem, e a Olimpíada, em 2016, são grandes apostas. Com as metas, e contando com os megaeventos esportivos, o ministério espera colocar o Brasil como a terceira maior economia turística do mundo até 2022”. Efetivamente, a realização da Copa do Mundo de 2014, contemplou no Brasil, alguns municípios/capitais de Estado – da qual a cidade de Belém, estranhamente foi excluída – ainda exigindo um adicional de recursos federais para adequá-los mais aos critérios estabelecidos pela FIFA, o que resultou em acirrar ainda mais as contradições na concentração na aplicação dos recursos federais, em áreas já privilegiadas economicamente. Além dos recursos consignados no Plano de Gastos para a Copa do Mundo de Futebol de 2014, que destina recursos federais no montante de R$ 7.323.931.108 ,00 (sete bilhões, trezentos e vinte e três milhões, novecentos e trinta e hum mil e cento e oito reais) conforme quadro anexo, o PNT – Plano Nacional de Turismo 2013-2016 , estabelece novo aporte de recursos para estas mesmas cidades, destacadamente na ação “ Fomentar, Regular e Qualificar os Serviços Turísticos”, mais especificamente com relação a “Qualificação profissional para melhoria da qualidade dos serviços a serem ofertados aos turistas que estarão visitando o País durante as Copas das Confederações e do Mundo e instituição de metodologia de cursos de qualificação profissional” – PRONATECTURISMO. 1 Senhor Ministro, o Brasil é o país em desenvolvimento mais rico em biodiversidade, e que tem na Amazônia, e em especial no Pará, uma marca forte para consolidar sua expressão mundial, na indústria do turismo pela rica cultura e ambiente que o diferencia do mundo. Entretanto, mais uma vez, tratado como Estado da periferia nacional, o Pará fica a margem desta oportunidade de agregar valor a sua economia, hoje voltada inteiramente ao mercado internacional, o que vem contribuindo de forma significativa para o equilíbrio da Balança Comercial do Brasil, mas de forma insignificante para agregar valor ao seu Produto Interno Bruto. É oportuno destacar que a Constituição Federal dispõe no Art. 3º sobre os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, e ressalta no inciso III: III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; Repito, que a concentração de recursos federais direcionados para a Copa do Mundo de Futebol 2014 aumentará o descompasso entre estados que estarão mais fortalecidos com tais ações em contraposição à