Dengue - Prefeitura de Vila Velha

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PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA ENFRENTAMENTO
DE EPIDEMIAS DE DENGUE DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA-ES
Verão 2013
VILA VELHA
2012
PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
Elaboração:
Eduardo Tonole Dalfior (Tecnoestrutura)
Fernanda Faiçal Ronconi de Oliveira (Ref. Téc. Assistência da Dengue)
Joana Olympia de Souza Stein (Ref. Téc. Vigilância Epidemiológica)
Lisângela Firme Lopes Guimarães (Coord. Vigilância Epidemiológica)
Micheli Caroline Vidor (Coord. Vigilância Ambiental)
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
1.1 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO ................................................................................. 3
1.2 VEÍCULOS ............................................................................................................ 5
1.3 QUANTITATIVO DE PESSOAL E RESPECTIVO VÍNCULO EMPREGATÍCIO.... 5
2. OBJETIVOS............................................................................................................ 6
2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 6
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 6
3. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS PARA
ATENDER A DENGUE ............................................................................................... 7
3.1. CONTROLE VETORIAL ....................................................................................... 7
3.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ........................................................................ 10
3.2.1 Diagnóstico de Epidemia .................................................................................. 12
3.3 MOBILIZAÇÃO SOCIAL ...................................................................................... 12
3.4 ASSISTENCIA AO USUÁRIO COM DENGUE .................................................... 13
3.4.1 - Cobertura da Estratégia da Saúde da Família ............................................... 15
3.4.2 - Atenção à saúde ............................................................................................ 15
3.4.3 - O papel da atenção primária e secundária..................................................... 16
3.4.4 - Hospitais de Referência ................................................................................. 20
3.4.5 - Insumos.......................................................................................................... 21
4. COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO ...................................................................... 21
5. CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE................................................. 22
6. FISCALIZAÇÃO ................................................................................................... 22
7. REFERÊNCIA MUNICIPAL DE DENGUE ............................................................ 23
3
1. INTRODUÇÃO
O Plano de Contingência para o Enfrentamento de Epidemias de Dengue é um
instrumento de gestão do Sistema Único de Saúde que tem como objetivo atender
as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, do
Ministério da Saúde de 2009.
Este Plano deve ser entendido como um documento estratégico para a organização
da assistência ao paciente com suspeita de Dengue, para orientar as ações de
controle vetorial, de vigilância epidemiológica, de comunicação e de mobilização
social. Para cumprir esses propósitos, é imperativo que este documento seja
amplamente divulgado entre gestores e profissionais de saúde de todas as unidades
de saúde, sociedade civil e órgãos de controle.
O município de Vila Velha está localizado na região metropolitana da Grande Vitória,
Espírito Santo, possui população de 414.420 habitantes, sendo que 412.402
habitantes (99,6%) residem em área urbana e apenas 2.018 habitantes (0,4%)
residem na área rural (IBGE, 2010). Tem como municípios limítrofes Cariacica,
Guarapari, Viana e Vitória. Sua área geográfica é de 208,820 km², tem densidade
demográfica de 1.985,37 hab./km² e o clima é tropical.
Existem 228.988 imóveis na área urbana, de acordo com o reconhecimento
geográfico (RG) municipal e 105 Pontos Estratégicos (PE) para dengue cadastrados
em Vila Velha. Quinzenalmente é trabalhado a prevenção e o combate à dengue
nesses pontos estratégicos pela equipe de controle vetorial.
1.1 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO
Uma epidemia de dengue assolou o estado do Espírito Santo nos anos de 2008 e
2009. Em Vila Velha, aconteceram mais de 12 mil casos de dengue em 2009, e
destes, 12 evoluíram para óbito. Na ocasião o município não possuía uma rede
estruturada, organizada e sistematizada para enfrentamento da doença, tampouco
para assistência aos doentes.
A necessidade do município em enfrentar o sério problema da dengue levou a
gestão municipal de saúde a implantar estratégias de reorganização a partir do ano
4
de 2010. Foi proposta a elaboração e execução de plano estratégico que
contemplasse a organização da rede de assistência aos casos suspeitos de dengue,
bem como a prevenção da doença através do efetivo controle do vetor. Sabe-se que
esta forma de gestão é um instrumento muito útil na redução da letalidade por
dengue. Surgiu então o “Projeto Dengue Zero”, que gerencia e executa os trabalhos
da dengue no município.
Abaixo, a Tabela 1 demonstra a série histórica dos casos de dengue notificados,
assim como casos graves de dengue e incidência no município de Vila Velha, entre
os anos de 2003 a 2012.
Tabela 1 - Nº de casos notificados, incidência e letalidade por Dengue e ano no município de
Vila Velha. Espírito Santo, 2003 a 2012.
Ano
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012*
População
Residente
Notificados
370.727
387.204
396.323
405.374
398.068
407.579
413.548
414.420
419.853
419.853
7.261
352
459
2.824
427
4.583
12.089
4.516
6.630
1.416
Casos
Graves
135
833
548
879
70
Incidência
(100.000 hab.)
1.959
91
116
697
107
1.124
2.923
1.090
1.579
337
Óbitos
Número Letalidade
...
...
...
...
...
5
12
1
1
0
3,70
1,44
0,18
0,11
0,00
*População de 2012: para fins de cálculo foi utilizada a população estimada de 2011,
*Dados notificados até 22 de setembro de 2012.
Fonte: IBGE / SINAN. 2012.
A Secretaria Municipal de Saúde criou o Projeto “Dengue Zero” e a “Câmara Técnica
da Dengue” que realizam ações integradas com os setores prioritários para o
Controle da Dengue como a Secretaria de Serviços Urbanos, Defesa Social, Meio
Ambiente, Obras, Educação e Comunicação.
Em 2011, a secretaria de saúde de Vila Velha registrou 879 casos graves de
dengue, desses, 819 foram encerrados como Dengue com Complicações (DCC) e
35 como Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), 25 foram descartados, e 01 caso
evoluiu a óbito. Em 2012, foram notificados 70 casos graves até o mês de setembro,
sendo 66 casos de DCC e 4 de FHD. Não houve nenhum óbito por dengue até o
momento.
5
De acordo com a tabela 2 abaixo, em 2012 foram realizados 211 exames
sorológicos em Vila Velha, representando adesão de 14,9% de coleta de exame
específico de dengue nos casos suspeitos.
Tabela 2 – Realização de sorologia para dengue segundo ano do diagnóstico. Vila velha, de
2009 a 2012.
% Sorologias
Sorologias Positivas para
Ano
Sorologias Realizadas
Positivas para
Dengue
Dengue
2009
2.306
1.006
43,6
2010
454
217
47,8
2011
1255
965
76,9
2012*
211
46
21,8
Fonte: Vigilância Epidemiológica/SEMSA/PMVV. 2012.
*Dados notificados até 22 de setembro de 2012.
A tabela 3 demonstra o mapeamento viral no município de Vila Velha. Nos anos de
2009 e 2010 foi isolado o sorotipo de vírus DENV II. Em 2011 o sorotipo DENV I, até
setembro de 2012 ainda não foi isolado nenhum sorotipo. Embora tenha sido
coletada uma amostra não foi possível isolar o sorotipo.
Tabela 3 – AMOSTRAS ENVIADAS PARA ISOLAMENTO VIRAL E SOROTIPOS IDENTIFICADOS,
EM VILA VELHA, DE 2009 A 2012.
Ano
Quantidade de Amostras Enviadas
Sorotipos Identificados
2009
42
DENV II
2010
02
DENV II
2011
15
DENV I
2012
15
Fonte: Vigilância Epidemiológica/SEMSA/PMVV. 2012
1.2 VEÍCULOS
Existem 02 veículos disponibilizados para ações de vigilância epidemiológica da
dengue e 09 para serviço de controle vetorial (sendo 6 veículos tipo passeio e 3
kombis).
1.3 QUANTITATIVO DE PESSOAL E RESPECTIVO VÍNCULO EMPREGATÍCIO
• Controle vetorial:
- 226 agentes de controle de endemias;
- 23 agentes de endemias cedidos pela FUNASA/MS.
- 1 bióloga/efetivo;
- 1 auxiliar administrativo/efetivo;
6
- 1 coordenador/comissionado.
• Vigilância epidemiológica da Dengue
- 01 enfermeiro Referência Técnica de Dengue (efetivo)
- 01 digitador (contratado/cedida de outro setor).
-01 visitador (agente do Ministério da Saúde municipalizado).
• Atenção Assistencial aos pacientes com Dengue na rede municipal de saúde
- 01 médico referência da Urgência e Emergência (efetivo)
- 01 enfermeira referência da Assistência da Dengue (efetiva)
- Equipe de assistência pertencente às Unidades de Saúde e PAs.
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Reduzir a morbi-mortalidade por dengue no município de Vila Velha por meio da
organização e sistematização de ações de prevenção e assistência da dengue.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Ampliar o acesso dos pacientes suspeitos de dengue aos serviços de saúde
por meio da estruturação dos serviços priorizando a porta de entrada pela
Atenção Primária à Saúde ;
• Organizar o atendimento aos pacientes suspeitos de dengue através da
adoção de protocolos e linhas de cuidado que garantam o acolhimento,
classificação, fluxos e contra-fluxos de forma integral;
• Sistematizar e ampliar as medidas de prevenção e controle ao vetor da
dengue com foco em ações preventivas e de controle focal;
• Prever recursos humanos, insumos, materiais, equipamentos e financeiros
para subsidiar as medidas de prevenção e assistência à dengue.
7
3. ORGANIZAÇÃO
ESTRUTURAL
DOS
SERVIÇOS
MUNICIPAIS
PARA
ATENDER A DENGUE
3.1. CONTROLE VETORIAL
3.1.1 Capacidade Operacional
O Programa Municipal de Controle da Dengue (PMCD) encontra-se com 70% dos
Agentes de Controle de Endemias em exercício. Atualmente temos 198 agentes de
endemias trabalhando efetivamente no campo, distribuídos em 23 equipes e
realizando visitas domiciliares, 12 agentes distribuídos no Ponto Estratégico e
Bloqueio de casos além de 09 agentes distribuídos na Estatística, Programa
Educação em Saúde e Mobilização Social.
O
setor
encontra-se
estruturado
com
computadores,
SISFAD
e
SISLOC
funcionando, sala de estatística com microscópio e agentes treinados, 09 veículos
(06 carros e 03 kombis) caracterizados para atender o programa, 07 bombas costais
motorizadas em funcionamento na Equipe de Bloqueio e Ponto Estratégico,
uniformes e EPIs completos.
De acordo com os dados estatísticos do PMCD e dados epidemiológicos, o
município de Vila Velha é categorizado no Estrato I, o qual se refere aos municípios
infestados com disseminação e manutenção do vetor nos domicílios, conforme
preconiza o Ministério da Saúde.
3.1.2 Atividades para a redução da transmissão
a) Disk-Dengue:
O Programa Municipal de Controle da Dengue realiza um trabalho diferenciado
através do disk-dengue onde as denúncias de situações de risco potencial são
recebidas por meio de telefone específico (tel. 33884171 Disque-Dengue) ou pela
Ouvidoria (tel. 0800 283 9059). Estas denúncias receberão a visita do agente de
endemias, num prazo máximo de 48 horas, caso de pessoas com dengue, esse
tempo será reduzido para 24 horas. Para cada denúncia será elaborado um
relatório. Se for coletado larvas será realizada a pesquisa larvária. Caso a resolução
envolva outras secretarias, estas serão informadas a Câmara Técnica da Dengue,
por meio de encaminhamento dos relatórios.
8
b) Bloqueio de transmissão:
Esta atividade será realizada a partir dos primeiros casos notificados da vigilância
epidemiológica.
Desta forma, por meio de planilha padronizada, a vigilância epidemiológica
repassará a
princípio
semanalmente os casos
notificados e
confirmados
sorologicamente, com os respectivos endereços para a equipe de controle do vetor,
afim de que sejam mobilizadas as ações de bloqueio, no máximo em 72 horas após
a notificação na US, com vistas a reduzir de forma oportuna a população de
mosquitos ao redor do caso e impedir que a transmissão se perpetue.
A metodologia de trabalho de bloqueio de casos pode ocorrer das seguintes formas:
b.1. Localidades com casos isolados:
- Visita ao imóvel, com pesquisa, tratamento focal e eliminação de criadouros ao
redor de 300 metros do caso notificado;
- As orientações sobre medidas de prevenção serão reforçadas na visita domiciliar,
para que o morador de cada imóvel visitado tenha a responsabilidade de conferir
diariamente as situações de risco identificadas em conjunto com o agente ambiental;
- Tratamento espacial, por meio de UBV portátil, com vistas a combater a forma
adulta do vetor, em conjunto com as ações de eliminação de criadouros;
- Identificar e divulgar em cada localidade, juntamente com a liderança comunitária,
a situação de transmissão da doença e dos criadouros predominantes e fomentar a
execução de atividades comunitárias de controle e prevenção.
b.2. Localidades com casos disseminados:
Para essas situações, deverão ser desenvolvidas as mesmas ações descritas
acima, sempre associando eliminação de criadouros e tratamento espacial.
Ocorre, que na situação de muitos casos e ou casos disseminados na localidade,
deverá ser utilizado equipamento de UBV Pesado, cujo rendimento de imóveis
consegue atingir todo um bairro, em um só dia.
9
Informa-se que o UBV pesado será solicitado à SESA, caso seja comprovado que o
município esteja passando por período de epidemia conforme com os critérios
preconizados pelo Ministério da saúde.
c) Monitoramento de Pontos Estratégicos:
Atualmente o município conta com 89 pontos estratégicos cadastrados.
No primeiro ciclo de visitas domiciliares, deverá ser realizado um levantamento dos
pontos estratégicos, com vistas a atualizar o cadastro e redirecionar o planejamento
e execução das ações nos próximos ciclos de trabalho, a partir de março de 2013.
Na primeira quinzena de janeiro, será realizada avaliação técnica dos equipamentos
de aspersão, manual e motorizada, utilizadas no município, em parceria com a
Secretaria Estadual de Saúde.
As visitas em pontos estratégicos iniciarão a partir da primeira semana de janeiro,
com realização de visitas quinzenais de pesquisa e realização de tratamento focal.
Já o tratamento residual (perifocal) ira ocorrer uma vez por mês, ou quando se fizer
necessário (caso de chuvas e ou renovação de estoque de criadouros). Desta forma,
no período de janeiro a março, será realizado um total de 04 ciclos de tratamento e
08 ciclos de pesquisa, em cada ponto estratégico cadastrado.
A equipe de Pontos estratégicos irá realizar avaliação da necessidade de cada
estabelecimento em estar providenciando cobertura adequada para sua área de
armazenagem, de modo a evitar que a situação de risco permaneça de forma
indefinida. Aqueles estabelecimentos identificados nessa situação serão informados
ao setor de vigilância sanitária, para que este adote as providências cabíveis com
vistas a promover a mudança de situação do estabelecimento.
d) Pós-LIRAa
São realizados 4 LIRAas (Levantamento de Índice Rápido) por ano, conforme
preconizado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o resultado, são planejadas e
executadas ações pós- LIRAa nos bairros de maior Índice de Infestação Predial,
juntamente com a Câmara Técnica da Dengue.
10
3.1.3 Integração do controle vetorial com outros setores
Projeto Dengue Zero - Estabelece propostas para ações intersetoriais dinâmicas e
com ativa participação popular, afim de atingir os índices do agravo dentro dos
limites preconizados pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da
Saúde.
Câmara Técnica Intersetorial – Foi criada pelo Decreto 268 de 04 de agosto de
2011 e seus membros nomeados pela Portaria 570 de 08 de agosto de 2011.
A Câmara Técnica (CT) é composta por representantes de 6 Secretarias Municipais:
Saúde, Educação, Meio Ambiente, Serviços Urbanos, Defesa Social e Obras.
A CT se reúne periodicamente para avaliar a situação da dengue no município de
acordo com os dados epidemiológicos e o LIRAa. Após avaliação dos dados,
propomos ações dentro de cada secretaria para ajudar a controlar a proliferação do
mosquito e consequentemente o aparecimento dos casos suspeitos.
Realizamos também mobilizações sociais nos bairros mais críticos, com o foco na
prevenção. Há participação dos alunos das escolas do local, intensificação do tema
“dengue” nas salas de aula, visita dos agentes de controle de endemias casa a casa,
realização de panfletagem com orientações de prevenção e de assistência,
cobertura das caixas d’água destampadas ou mal tampadas, intensificação da coleta
de lixo, limpeza de terrenos baldios, limpeza de bueiros, apoio na abordagem a
moradores de rua quando necessário, sinalização dos pontos viciados, entre outras
ações consideradas importantes para a prevenção.
3.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
A Vigilância Epidemiológica (VE) é o segmento da Secretaria Municipal de Saúde
responsável pelos seguintes objetivos:
Evitar a ocorrência das infecções pelo vírus da dengue em áreas livres de
circulação.
Detectar precocemente as epidemias.
Controlar as epidemias em curso.
Reduzir o risco de transmissão da dengue nas áreas endêmicas.
11
Reduzir a letalidade da FHD/SCD/DCC (Febre Hemorrágica da Dengue, da
Síndrome do Choque da Dengue e da Dengue com Complicação) mediante
diagnóstico precoce e tratamento oportuno e adequado.
Digitar, investigar e encerrar todos os casos notificados no Sistema Nacional dos
Agravos de Notificação (SINAN).
A dengue por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito e/ou
confirmado deve ser comunicado à VE o mais rapidamente possível. Essa deverá
informar, imediatamente o fato à equipe de controle vetorial local para a adoção das
medidas necessárias ao combate do vetor (bloqueio de transmissão). Em situações
epidêmicas, a coleta e o fluxo dos dados devem permitir o acompanhamento da
curva epidêmica, com vistas ao desencadeamento e avaliação das medidas de
controle.
Todos os serviços de saúde (públicos ou privados) deverão seguir o fluxo de
notificação para dengue, conforme segue:
1º) Após suspeitar de dengue (febre com dois ou mais sintomas), o profissional deve
preencher ficha de notificação/ investigação. Esta ficha deverá ser preenchida com
letra legível, em 03 (três) vias, sendo:
- 1ª via (original) deverá ser encaminhada até 03 dias para a VE via fax (3388-4186)
ou via email ([email protected]) e posteriormente deverá ser entregue em
mãos na VE.
- 2ª via será arquivada no serviço de saúde; e
- 3ª via será entregue ao paciente (para realização de sorologia e/ou isolamento
viral);
2º) A VE é responsável pela digitação das fichas, investigação e encerramento dos
casos no SINAN.
3º) A notificação dos casos graves e de óbitos de dengue deve ser feita
imediatamente (em 24h) via fax (3388-41-86) ou telefone (3388-4185) e
posteriormente a ficha de notificação original deve ser encaminhada para a
Vigilância Epidemiológica (VE).
Este fluxo é comum para rede pública e rede complementar/privada.
12
3.2.1 Diagnóstico de Epidemia
A VE estudará semanalmente as notificações de dengue a fim de perceber o
aumento do número de casos. O termômetro para evidenciar epidemia instalada
será baseado no diagrama de controle municipal e na média de casos de dengue
por semana epidemiológica, seguindo a série histórica dos últimos 05 anos,
conforme a tabela 4 abaixo.
Tabela 4 – Média semanal do número de notificações de dengue em Vila Velha, por mês,
compreendendo o período de 2008 a 2012.
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
70
casos
150
casos
300
casos
300
casos
300
casos
150
casos
70
casos
50
casos
Setembro
40 casos
Outubro
40 casos
Novembro
40 casos
Dezembro
40
casos
A tabela 4 demonstra o número médio de casos notificados por semana. Observa-se
que o número de casos notificados por semanas apresenta maior incidência nos
meses de fevereiro a junho com pico nos meses de março a maio.
Imediatamente após observar que o termômetro fora atingido, deverá informar ao
Secretário Municipal de Saúde para o mesmo decretar situação de epidemia de
dengue.
3.2.2 Coleta de Exames na Dengue
O direcionamento para coleta de exames para pacientes com suspeita de Dengue
está descrita no Anexo 1. Os Fluxogramas para coleta de Isolamento Viral,
Hemograma e Sorologia encontram-se nos Anexos 2, 3 e 4 respectivamente.
3.3 MOBILIZAÇÃO SOCIAL
A mobilização social é um processo de construção de conhecimento gradual e
constante capaz de desenvolver no indivíduo/ coletivo a capacidade de refletir e
questionar as causas dos problemas relacionados à saúde, tornando-os coresponsáveis nas ações transformadoras da realidade onde estão inseridos.
São ações continuadas de mobilização social no município:
13
1. Fortalecimento da parceria com o Sindicato da Construção Civil, CREA-ES e
outras instituições privadas, visando ações preventivas no ambiente de trabalho e
junto aos seus clientes.
2. Fortalecimento de ações preventivas na comunidade através de parcerias com
associações de moradores, prefeituras comunitárias e síndicos; lideranças
religiosas, fornecendo carta de utilidade pública para ser lida diariamente ao final
das celebrações.
3. Sensibilização de educadores da rede pública e privada de ensino quanto à
importância de abordar o tema dengue nas atividades cotidianas da escola, a fim de
conscientizar os alunos e estes a seus pais ou responsáveis a se preocupar com o
meio ambiente e prevenir a dengue em casa.
4. Realização na semana do dia D da dengue, ações de mobilização social, manejo
ambiental e prevenção utilizando estratégias diversificadas e o apoio governamental
necessário.
5. Programação nas rádios comunitárias, enfocando a realidade da Dengue,
objetivando sensibilizar a comunidade para as medidas preventivas contra o
mosquito.
6. Palestras nos diversos seguimentos dos bairros como: escolas, empresas,
templos religiosos e outros.
3.4 ASSISTÊNCIA AO USUÁRIO COM DENGUE
O município possui 10 Unidades Básicas de Saúde e 08 Unidades de Saúde da
Família. Além disso, conta com 02 Pronto-atendimentos Municipais e 01 Centro de
Atenção Secundária (CEMAS), todos estruturados para atender pessoas com
suspeita de dengue (TABELA 5).
Existem 09 hospitais localizados no município, sendo 02 estaduais, 01 municipal, 02
filantrópicos e 04 privados.
14
3.4.1 - Cobertura da Estratégia da Saúde da Família
A cobertura de Estratégia de Saúde da Família é de 31,53%, segundo dados do
SIAB até setembro de 2012. As unidades de saúde da Família possuem autonomia
operacional para articulação e execução das ações de controle da dengue.
Tabela 5 – Unidades de Assistência à Saúde. Vila Velha. 2012.
Região
Administrativa
Unidades de
Saúde
US Coqueiral
Região 1
Região 2
Região 3
US Gloria e
PA da Glória
US Divino Espírito
Santo
Centro de Atenção
Secundária mais
Saúde(CEMAS)
Rua Itaibaia, s/nº - Bairro Coqueiral de
Itaparica (próxima ao supermercado
Casagrande)
Rod. Carlos Lindenberg, nº. 1017 – Bairro
Glória
Rod. Carlos Lindenberg, nº. 1017 – Bairro
Glória
Rua Castelo Branco, nº 1803 – Bairro
Jaburuna
Telefones
3139-9034
3388-4134 / 31399626 / 3299-0255
3388-4134 / 31399626 / 3299-0255
3239-4358
US Ibes
Praça Assis Chateubriand s/nº - Ibes (em
frente à Igreja Católica)
3239-1525
US Araçás
Rua Montevideo, s/nº - Araçás (em frente
ao açougue Ponto Chic)
3139-9044
US Vila Nova
Rua A, s/nº - Vila Nova (em frente à Praça
de Vila Nova)
3389-1313
US Santa Rita
Rua Fernando Antônio de Silveira, s/nº Santa Rita (próxima à Casa de Ração Viva
Bem)
3139-9035
US Dom João
Batista
Rua Imperatriz Leopoldina, s/nº - Vila Dom
João Batista (uma antes do Bar Guarani)
3139-9042
US Paul
Estrada Jerônimo Monteiro, Paul
3326-4201
US Vila Garrido
US Vale Encantado
US Jardim
Marilândia
Região 4
US São Torquato
PA de Cobilândia
US Barramares
Região 5
Endereços
US Ponta da Fruta
US Terra Vermelha
Rua São Sebastião Gaiba, s/nº - Vila
Garrido (perto da Umef Antônio Bezerra de
Farias)
Rua Arildo Valadão, s/nº - Vale Encantado
(perto da Umef Joffre Fraga)
3388-3547
3388-3548
Avenida Sobreiro, s/nº - Jardim Marilândia
3369-7046
Rua São Pedro, nº. 89 – São Torquato (ao
lado do Labortel)
3388-3549
Rua Fluviópolis - Cobilândia
Av. California s/nº - Barramares
(ao lado da creche Sara Vitalino)
Rua Carolina Cardoso, s/nº - Ponta da Fruta
(próximo à Umei Nair Dias)
Rua Alameda, nº. 22 – Bairro Terra
Vermelha (perto da EEPG Terra Vermelha)
3381-3530
3244-6802
3244-6383
3242-3105
3244-9289
15
US Ulisses
Guimarães
US Barra do Jucu
Rua Alexandre Queiroz A. Silva, s/nº Ulisses Guimarães
Rua Ana Penha Barcelos, s/nº - Barra do
Jucu
3244-7989
3260-1478
3.4.2 - Atenção à saúde
A assistência de qualidade ao paciente com dengue baseia-se nos três níveis de
atenção: Primário, Secundário e Terciário. A maior parte dos casos de dengue são
atendidos plenamente pela atenção primária, os casos com complicações são
encaminhados para atendimento hospitalar. A classificação de risco efetiva
associada à tomada de decisão no manejo clínico na Atenção Primária e
Secundária, onde o paciente é avaliado, ajuda a identificar e encaminhar os casos
mais graves da doença que necessitem de atenção hospitalar.
Os procedimentos adotados nas Unidades de Saúde incluem:
•
Reconhecer que o paciente febril possa ter dengue;
•
Notificar a vigilância em saúde sobre a suspeita de caso de dengue;
•
Tratar o paciente precocemente na fase febril;
•
Reconhecer precocemente o extravasamento de plasma na fase crítica e iniciar
reposição volêmica;
•
Reconhecer pacientes com sinais de alerta que necessitam transferência para
internação e/ou reposição volêmica na Atenção Secundária;
•
Reconhecer e tratar pronta e adequadamente o extravasamento grave de plasma, o
choque, o sangramento grave e a falência de órgãos.
•
Realizar atividades de educação em saúde promovidas pelos agentes de saúde e
pelos demais membros da equipe de atenção primária na eliminação de criadouros e
focos do mosquito transmissor;
•
Promover o monitoramento dos casos suspeitos que chegam à Atenção Primária à
Saúde, realizando busca ativa das pessoas e de suas famílias na área de
abrangência;
16
•
Alertar sobre os sinais de gravidade da doença para a população da área de
abrangência.
Em vigência de uma epidemia, a classificação de risco do paciente com suspeita de
dengue na chegada ao ponto de atenção será feita por enfermeiro qualificado.
Poderá ser usado o protocolo de Manchester ou a Classificação de Risco da Dengue
Nos Pronto Atendimentos o paciente será acolhido na sala de classificação de risco
e se for suspeito de dengue será encaminhado imediatamente para a sala de
atendimento prioritário de dengue. O objetivo é evitar atendimento por ordem de
chegada, organizando-o por ordem de gravidade.
A prioridade para atendimento seguirá a seguinte norma:
Paciente classificado como vermelho será visto imediatamente pelo médico,
seguido pelo laranja, amarelo e depois verde (situações especiais - gestante,
criança, idoso, co-morbidade) e azul que será avaliado por ordem de chegada.
3.4.3 - O papel da atenção primária e secundária
A Atenção Primária (Unidades Básicas e Unidades de Saúde da Família) e a
Atenção Secundária (Pronto Atendimentos) são responsáveis por:
• Primeiro atendimento das emergências, (seguir critérios da classificação de
risco e o fluxo de encaminhamento dos pacientes),
• Classificação de risco,
• Tratamento dos casos A e B,
• Transferência dos casos de dengue grave (C).
Todas as Unidades estão aptas a receber os pacientes com dengue. O horário de
funcionamento das Unidades é de 7 às 17 horas, com exceção da Unidade de
Saúde de Terra Vermelha que funciona de 7 às 22 horas, sempre de segunda a
sexta feira. Caso a unidade de saúde esteja fora do horário de funcionamento, é
necessário que o paciente procure o pronto atendimento que funciona 24 horas em
todos os dias da semana.
O município conta com serviços laboratoriais e de radio imagem terceirizados. A
Rotina para Coleta de Exames para a Dengue encontra-se nos Anexos 1, 2, 3 e 4.
17
Encontra-se em fase de implantação o Prontuário Eletrônico.
Todas as US possuem o protocolo de atendimento dos pacientes suspeitos de
dengue. Além das capacitações oferecidas, o material encontra-se disponível no site
da prefeitura para consultas online, através do link,
http://www.vilavelha.es.gov.br/files/arquivos/publicacoes/publicidade/2-linha-guia-deatencao-a-saude-dengue/73-linha-guia-de-atencao-a-saude-dengue.pdf.
Foram realizados cálculos de previsão de gastos para cada Unidade de Atenção
Primária à Saúde (UAPS) e para os Pronto Atendimentos (ANEXO 5).
A Classificação de Risco é um processo que rapidamente prioriza o paciente logo na
chegada do serviço de saúde. O objetivo é identificar:
•
Dengue grave (necessita tratamento de emergência para evitar a morte),
•
Dengue com sinais de alarme (que devem ser priorizados na fila de tal forma
que possam ser avaliados e tratados sem demora) e
•
Casos não urgentes (que não possuem dengue grave nem sinais de alarme).
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CARTÃO PARA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA DENGUE
PARA EPIDEMIA DE DENGUE
Febre < 7 dias
Seguir protocolo
Febre > 7 dias
Interromper protocolo
2 sinais/sintomas
Cefaléia
Dor retrorbitária
Mialgia
Artralgia
Prostração
Exantema
SINAIS DE CHOQUE
Hipotensão arterial
PA diferencial < 20 mmHg (convergente)
Extremidades frias
Cianose
Pulso rápido e fino
Enchimento capilar lento (> 2 seg)
SINAIS DE ALERTA
Dor abdominal intensa
Vômitos persistentes
Lipotímia
Hipotensão postural
Irritabilidade
Sonolência
Hematêmese, melena
Hipotermia
Desconforto respiratório
↓ diurese
↓ abrupta temperatura
TENDÊNCIAS HEMORRÁGICAS
Petéquia
Equimose
Púrpura
Sangramento mucosas
Sangramento menor TGI
Prova laço positiva: > 20 petéquias adulto; > 10 petéquias criança
Gestante
Criança Idoso
Diabetes Hipertensão
Asma
Doença
Cardiopatia
renal
Doença hematológica
Bronquite crônica
Doença auto-imune
Doença cloridro-péptica
Prova do laço negativa : < 20 petéquias adulto; < 10 petéquia criança
Cefaléia
Dor retrorbitária Mialgia
Artralgia
Prostração
Exantema
A prova do laço deverá ser feita para todos os pacientes com suspeita de dengue sem manifestações hemorrágicas espontâneas, sinais de alerta ou sinais
de choque.
PROVA DO LAÇO - Desenhe quadrado 2,5 cm de lado no antebraço
Manguito insuflado entre a PA sistólica e a diastólica: 5min adulto, 3 min
criança
contar petéquias
19
No início da fase febril, geralmente não é possível predizer clinicamente se o
paciente vai evoluir para doença grave. As manifestações graves devem aparecer
apenas quando a doença progride para a fase crítica. Mesmo assim, os sinais de
alerta são bons indicadores de maior risco de evolução para dengue grave. O
paciente, portanto, será avaliado diariamente para progressão da doença
procurando sinais de alarme e manifestações de dengue grave.
Profissionais da Atenção Primária e Secundária seguem as etapas propostas no
quadro a seguir:
Etapas do Manejo da Dengue
Etapa I – Avaliação Geral e Notificação de casos suspeitos
Anamnese: sintomas, comorbidades e história familiar
Exame físico: avaliação física e mental
Laboratório: hemograma e sorologia para dengue
Etapa II – Diagnóstico, avaliação da fase da doença e da gravidade
Etapa III - Manejo
Preenchimento do Cartão da Dengue (de acompanhamento)
Tomada de decisão:
• Pode ir para casa
• Deve ser internado
• Necessita tratamento de urgência e ser transferido
Os Pronto-atendimentos possuem sala específica para o atendimento dos pacientes
com dengue, onde é realizada a Classificação de Risco da Dengue, oferecido SRO,
20
preenchido a notificação e o cartão de acompanhamento do paciente, orientações e
encaminhamentos necessários.
Nas Unidades de Saúde, após suspeita de dengue, é oferecido SRO, preenchido a
notificação
e
o
cartão
de
acompanhamento
do
paciente,
orientações
e
encaminhamentos necessários.
As Unidades de Saúde possuem vagas abertas para pacientes com suspeita de
dengue que procuram o serviço como demanda espontânea ou para os pacientes
classificados como Azul ou Verde nos PAs e encaminhados para atendimento e
acompanhamento nas unidades de saúde próximas à residência do usuário (o PA
deve dar o primeiro atendimento e após encaminhar). Os pacientes classificados
como Amarelo ou Laranja nas US são atendidos pelo clínico da UAPS que prestará
o primeiro atendimento e após serão encaminhados para o PA por ambulância do
município e os classificados como Vermelho para o hospital de referência através do
SAMU. Os encaminhamentos são feitos com formulário apropriado e assinado pelo
enfermeiro classificador. Para contatar a ambulância do município, o profissional de
saúde deverá fazer contato por telefone com o setor de Regulação da SEMSA
(3149-9510).
3.4.4 - Hospitais de Referência
O serviço de referência para os casos graves de dengue (leito hospitalar de
internação) será regulado pela Central Estadual de Vagas, através do cadastro do
paciente conforme rotina já estabelecida. A transferência dos pacientes (classificado
como vermelho segundo Protocolo de Manchester) após a liberação da vaga será
realizada pelo SAMU.
Critérios transferir paciente para cuidados intensivos
Apresentação precoce de choque (D2 ou D3 de doença)
Extravasamento plasmático grave ou choque
Pulso e pressão arterial indetectáveis
Sangramento grave
Sobrecarga volêmica
Disfunção de órgão (lesão hepática, cardiomiopatia, encefalopatia, encefalite, outras)
21
3.4.5 - Insumos
O cálculo dos insumos para as unidades de saúde e para os pronto atendimentos
municipais encontra-se no Anexo 5.
4. COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO
A divulgação das informações de casos suspeitos de dengue é passada da VE para
a Coordenação do Controle do Vetor da Dengue, uma vez por semana, a qual
repassa para a equipe de bloqueio que realiza ações específicas com bomba costal
motorizada (UBV leve) com aplicação de adulticida, tratamento focal e eliminação de
criadouro na tentativa de diminuir a transmissão de casos (bloqueio de transmissão).
A VE também divulga o Boletim Epidemiológico da Dengue mensalmente por e-mail
para todas as instituições de saúde do município, todos os gerentes de US,
Vigilância Ambiental, Assessória de Comunicação da SEMSA e demais setores,
assim como hospitais privados e clínicas. A Assessoria de Comunicação é
responsável por encaminhar o Boletim aos vereadores e ao gabinete do prefeito.
Além disso, fará as publicações necessárias no site da PMVV.
O resultado do LIRAa é divulgado pela Coordenação do Controle do Vetor da
Dengue internamente para todos os supervisores de campo, para a equipe do
Disque Dengue, o PESMS (Programa de Educação em Saúde e Mobilização Social),
VE, Atenção Primária, Assessoria de Comunicação, Câmara Técnica Intersetorial da
Dengue, envolve ainda as Secretarias de Meio Ambiente, Obras, Secretaria de
Serviços Urbanos, Educação, Comunicação e Defesa Social. O resultado do LIRAa
subsidia a tomada de decisões em todas as instâncias objetivando focalizar ações
para conter a epidemia da doença, especialmente nos bairros com maior infestação
do vetor.
A área da Secretaria de Saúde responsável pela coordenação da execução do
Plano de Contingência é a Coordenação da Vigilância Epidemiológica, Coordenação
da Vigilância Ambiental e a Coordenação da Assistência da Dengue, integrando
todos os setores prioritários.
22
5. CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE
A capacitação de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e
técnicos de laboratório é prioridade para assegurar qualidade dos profissionais em
todos os níveis. O objetivo é desenvolver competências para classificar casos e
aperfeiçoar o reconhecimento, manejo clínico e diagnóstico laboratorial da dengue.
Entre os meses de outubro e dezembro de 2012 será realizada a capacitação para
estes profissionais da rede municipal de serviços de saúde e da rede hospitalar
existente no município. Além disso, existe previsão de realizarmos novas
capacitações sobre dengue em março e abril de 2013. No início do ano de 2012, foi
realizada capacitação a nível central e capacitação in locu nas unidades de saúde e
nos hospitais, para maior abrangência de servidores.
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os Agentes de Controle de Endemias
(ACE) também são capacitados para suas atividades diárias a fim de serem
educadores em saúde, atuando de forma integrada.
Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde realiza duas vezes por ano visita
técnica supervisionada e educacional in locu em todas as Unidades de Saúde, com
intuito de revisar os insumos, a estrutura e o cumprimento dos fluxos estabelecidos.
6. FISCALIZAÇÃO
As situações de irregularidades que colocaram em risco a comunidade no que diz
respeito a proliferação do vetor da dengue serão tratadas nos termos da Lei
Municipal nº 4.780, de 21 de maio de 2009 que Dispõe sobre a instituição do
Programa Municipal de Combate e Prevenção à Dengue e da Lei Municipal nº 3.500,
de 18 de setembro de 1998 que Dispõe sobre o controle de populações animais e
sobre a prevenção e o controle de Zoonoses no Município de Vila Velha e dá outras
providências.
As ações que implicarem imposição de penalidades serão realizadas em conjunto
entre os setores de vigilância sanitária e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ),
obedecendo às atribuições legais que lhes são facultadas.
23
7. REFERÊNCIA MUNICIPAL DE DENGUE
Caso houver necessidade ou dúvidas com relação a este plano de contingência ou
qualquer demanda referente à dengue no município, os profissionais e a população
poderão referenciar os seguintes setores, de acordo com o serviço:
Dúvidas referentes à
Setor Responsável
Contatos
Focos de dengue
Disque Dengue (Vigilância
Ambiental)
3388-4171
Controle do Vetor
Vigilância Ambiental (Micheli)
Vigilância Epidemiológica (notificação,
investigação de casos graves e óbitos)
Assistência (manejo clínico, estrutura das
US/PAs)
Laboratório (exames específicos e
inespecíficos)
Farmácia (materiais e medicamentos
para atender dengue)
Transporte Sanitário (ambulância)
Vigilância Epidemiológica (Joana)
Assistência da Dengue (Fernanda)
Cientifica Lab (Fernando)
Assistência Farmacêutica
Regulação (Marcos)
3388-4300/
3388-4171
3388-4185/
3388-4186
3388-4185
3399-8298/
9761-1772
3391-2272/
3239-1510
3149-9510
24
PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
ANEXO 1
ROTINA PARA COLETA DE EXAMES – DENGUE
1. HEMOGRAMA:
UNIDADES DE SAÚDE E UPA´s:
- Coletar amostra de sangue para realização de hemograma dos pacientes com suspeita de dengue
conforme orientação do Protocolo do Ministério da Saúde;
- Pela manhã, a coleta será realizada pelo técnico do Laboratório. À tarde, o profissional de saúde da
própria US será responsável pela coleta;
- O motoboy do Cientifica Lab passará em todas as Unidades de Saúde (US) e nos Pronto
Atendimentos (PA), no período da manhã, a partir das 11 horas, recolhendo as amostras. À tarde,
caso tenha alguma amostra de sangue na US ou PA, é necessário ligar para o motorista da SEMSA
(Sr. Jorge) até às 15:30 horas e avisar sobre a necessidade de transporte da mesma;
- O resultado poderá ser encaminhado em até 02 horas após a chegada da amostra no laboratório,
por telefone, fax ou e-mail, caso seja sinalizado URGENTE DENGUE. Caso contrário, o resultado
será encaminhado no próximo dia útil e estará à disposição do gerente na sala de coleta do
laboratório, devendo ser retirado pelo gerente ou outro funcionário do setor.
2. SOROLOGIA
Critério para coleta: a partir do 7º dia após início dos sintomas. Pesquisa de anticorpos IgM para o
vírus da dengue.
2.1 Ambiente Hospitalar:
- Coletar amostra de sangue para realização de sorologia de todos os pacientes atendidos e
internados no hospital (casos clássicos ou graves);
- Centrifugar a amostra de sangue e deixá-las juntamente com uma cópia da Ficha de Investigação /
Notificação OBRIGATORIAMENTE, no laboratório do hospital.
- O motorista da VE passará nos laboratórios / CCIH dos hospitais todas as TERÇAS-FEIRAS, até o
final da manhã, recolhendo as amostras e as fichas de investigação para encaminhá-las ao Cientifica
Lab, no PA Glória.
- Todas as TERÇAS e SEXTAS-FEIRAS, pela manhã, o motorista da SEMSA passará no Cientifica
Lab, no PA Glória, recolherá as amostras com as devidas Fichas e as levará ao LACEN / Laboratório
Municipal de Vitória
- O resultado do exame será encaminhado à Vigilância Epidemiológica que dará prosseguimento a
investigação e encerramento do caso suspeito de Dengue.
2.2 UNIDADES DE SAÚDE E UPA:
- Coletar amostra de sangue para realização de sorologia de todos os pacientes atendidos (casos
clássicos ou graves). Pela manhã, a coleta será realizada pelo técnico do Laboratório. À tarde, o
profissional de saúde da própria US será responsável pela coleta;
- Deixar a amostra de sangue, juntamente com uma cópia da Ficha de Investigação
OBRIGATORIAMENTE, separada para recolhimento pelo laboratório;
- O motoboy do Cientifica Lab passará em todas as US e PA, no período da manhã, a partir das 11
horas, recolhendo as amostras. À tarde, caso tenha alguma amostra de sangue na US ou PA, é
necessário ligar para o motorista da SEMSA (Sr. Jorge) até às 15:30 horas e avisar sobre a
necessidade de transporte da mesma;
- O motoboy ou motorista da SEMSA encaminhará as amostras e as fichas de investigação ao
Cientifica Lab, no PA Glória, onde serão centrifugadas e reservadas para posterior encaminhamento.
25
- Todas as TERÇAS e SEXTAS-FEIRAS, pela manhã, o motorista da SEMSA passará no Cientifica
Lab, no PA Glória, recolherá as amostras com as devidas Fichas e as levará ao LACEN / Laboratório
Municipal de Vitória.
- O resultado do exame será encaminhado à Vigilância Epidemiológica que dará prosseguimento a
investigação e encerramento do caso suspeito de Dengue.
3. ISOLAMENTO VIRAL
Critério para coleta: até o 5º dia do início dos sintomas (período de viremia). Pesquisa o sorotipo do
vírus da dengue responsável pela infecção.
São unidades sentinelas para coleta de isolamento viral:
Região 1: Unidade de Saúde da Glória, PA Glória e Hospitais (Sta Mônica, HEIMABA, H. Praia da
Costa, HABF).
Região 2: US Araçás e Hospital São Luiz.
Região 3: US Santa Rita e HEVV.
Região 4: US Jardim Marilândia , Hospital dos Ferroviários e Pronto Atendimento Cobilândia.
Região 5: US Terra Vermelha.
As amostras deverão ser coletadas no período matutino, sempre até 11h, de segunda a sexta-feira.
Considerações Importantes:
1. As amostras devem ser coletadas ATÉ o 5º dia do início dos sintomas e devem ser
encaminhadas ao LACEN para processamento em no máximo 04 horas após a hora da coleta.
Para crianças - coletar de 2 a 5 ml de sangue total.
Para adultos – coletar 10 ml de sangue total.
2. As amostras devem ser coletadas assepticamente em tubo estéril, sem coagulantes e
hermeticamente fechados, devidamente identificados, e imediatamente acondicionadas no
gelo para transporte até o LACEN.
3. O motorista do setor de Vigilância Epidemiológica será o responsável pelo transporte destas
amostras até o LACEN. Para isso é necessário que cada US ou Hospital faça contato com a
Vigilância Epidemiológica através dos telefones 3388-4185/3388-4186 toda as vezes que
precisarem deste serviço no horário estabelecido neste documento.
4. A ficha de notificação é um documento OBRIGATÓRIO para que o LACEN receba a amostra,
portanto, TODOS os pacientes deverão ter a Ficha de Notificação preenchida e assinada em 03
vias (01 para ficar no prontuário, 01 para ser encaminhada para a Vigilância Epidemiológica e
outra para encaminhar ao LACEN).
5. Cada US ou Hospital deverá nomear um responsável pela coleta do sangue (técnico do
laboratório e/ou técnico de enfermagem), ficando o motorista somente responsável pelo
transporte da amostra.
6. Caso aconteça algum problema, entrar em contato com a Coordenação da Assistência da
Dengue (3388-4175) ou com a Vigilância Epidemiológica (3388-4185/4186).
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SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
ANEXO 2
FLUXOGRAMA: COLETA DE ISOLAMENTO VIRAL PARA DENGUE
PACIENTE COM SUSPEITA DE DENGUE
(Até o 5º dia do início dos sintomas)
COLETAR SANGUE TOTAL* PARA ISOLAMENTO VIRAL
DE DENGUE
*Para crianças - 2 a 5 ml de sangue total.
Para adultos -10 ml de sangue total.
*Acondicionar em caixa térmica com gelo.
LIGAR PARA A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E
SOLICITAR QUE O MOTORISTA BUSQUE A AMOSTRA
IMEDIATAMENTE.
Telefones da Vigilância: 3388-4185/3388-4186
(até 11h de segunda a sexta-feira)
PREENCHER A FICHA DE NOTIFICAÇÃO
(3 VIAS)
ENTREGAR PARA O MOTORISTA A AMOSTRA E 01 VIA DA
FICHA DE NOTIFICAÇÃO.
OBS:
1) As amostras devem ser coletadas assepticamente em tubo estéril, sem coagulantes e
hermeticamente fechados, devidamente identificados, e imediatamente acondicionadas
no gelo para transporte até o LACEN.
2) Caso houver alguma dúvida a respeito deste fluxo, entrar em contato com a Coordenação da
Assistência da Dengue (3388-4175) ou com a Vigilância Epidemiológica (3388-4185/33884186).
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PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
ANEXO 3
FLUXOGRAMA: COLETA DE HEMOGRAMA NA DENGUE
SOLICITAÇÃO DE HEMOGRAMA
COLETAR O SANGUE
Matutino: Técnico de coleta do Cientifica Lab.
Vespertino: Técnico de enfermagem da US.
ENVIAR AMOSTRA PARA LABORATÓRIO
Matutino: Motoboy do Cientifica Lab recolhe as amostras.
Vespertino: A US deverá solicitar o motorista da SEMSA para
recolher, sinalizando que é hemograma de dengue URGENTE.
RESULTADO
-PAs: em até 40 minutos após a coleta.
- USs: em até 02 horas após a chegada da amostra no laboratório, (por
telefone, fax ou e-mail, caso seja sinalizado URGENTE DENGUE).
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PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA
SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE
ANEXO 4
FLUXOGRAMA: COLETA DE SOROLOGIA PARA DENGUE (IgM)
SOLICITAÇÃO DE SOROLOGIA PARA DENGUE -IgM
(Após 7º dia do início dos sintomas)
COLETAR O SANGUE
(05 a 10 ml de soro)
ENVIAR AMOSTRA PARA LABORATÓRIO
Matutino: Motoboy do Cientifica Lab recolhe as amostras.
Vespertino: A US deverá solicitar o motorista da SEMSA para recolher,
sinalizando como DENGUE URGENTE
CENTRIFUGAR A AMOSTRA
ENCAMINHAR PARA O LACEN
RESULTADO
(Será entregue na Vig. Epidemiológica e posteriormente será encaminhado para
o serviço que notificou o paciente)
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