PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA ENFRENTAMENTO DE EPIDEMIAS DE DENGUE DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA-ES Verão 2013 VILA VELHA 2012 PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE Elaboração: Eduardo Tonole Dalfior (Tecnoestrutura) Fernanda Faiçal Ronconi de Oliveira (Ref. Téc. Assistência da Dengue) Joana Olympia de Souza Stein (Ref. Téc. Vigilância Epidemiológica) Lisângela Firme Lopes Guimarães (Coord. Vigilância Epidemiológica) Micheli Caroline Vidor (Coord. Vigilância Ambiental) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 1.1 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO ................................................................................. 3 1.2 VEÍCULOS ............................................................................................................ 5 1.3 QUANTITATIVO DE PESSOAL E RESPECTIVO VÍNCULO EMPREGATÍCIO.... 5 2. OBJETIVOS............................................................................................................ 6 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 6 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 6 3. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS PARA ATENDER A DENGUE ............................................................................................... 7 3.1. CONTROLE VETORIAL ....................................................................................... 7 3.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA ........................................................................ 10 3.2.1 Diagnóstico de Epidemia .................................................................................. 12 3.3 MOBILIZAÇÃO SOCIAL ...................................................................................... 12 3.4 ASSISTENCIA AO USUÁRIO COM DENGUE .................................................... 13 3.4.1 - Cobertura da Estratégia da Saúde da Família ............................................... 15 3.4.2 - Atenção à saúde ............................................................................................ 15 3.4.3 - O papel da atenção primária e secundária..................................................... 16 3.4.4 - Hospitais de Referência ................................................................................. 20 3.4.5 - Insumos.......................................................................................................... 21 4. COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO ...................................................................... 21 5. CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE................................................. 22 6. FISCALIZAÇÃO ................................................................................................... 22 7. REFERÊNCIA MUNICIPAL DE DENGUE ............................................................ 23 3 1. INTRODUÇÃO O Plano de Contingência para o Enfrentamento de Epidemias de Dengue é um instrumento de gestão do Sistema Único de Saúde que tem como objetivo atender as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, do Ministério da Saúde de 2009. Este Plano deve ser entendido como um documento estratégico para a organização da assistência ao paciente com suspeita de Dengue, para orientar as ações de controle vetorial, de vigilância epidemiológica, de comunicação e de mobilização social. Para cumprir esses propósitos, é imperativo que este documento seja amplamente divulgado entre gestores e profissionais de saúde de todas as unidades de saúde, sociedade civil e órgãos de controle. O município de Vila Velha está localizado na região metropolitana da Grande Vitória, Espírito Santo, possui população de 414.420 habitantes, sendo que 412.402 habitantes (99,6%) residem em área urbana e apenas 2.018 habitantes (0,4%) residem na área rural (IBGE, 2010). Tem como municípios limítrofes Cariacica, Guarapari, Viana e Vitória. Sua área geográfica é de 208,820 km², tem densidade demográfica de 1.985,37 hab./km² e o clima é tropical. Existem 228.988 imóveis na área urbana, de acordo com o reconhecimento geográfico (RG) municipal e 105 Pontos Estratégicos (PE) para dengue cadastrados em Vila Velha. Quinzenalmente é trabalhado a prevenção e o combate à dengue nesses pontos estratégicos pela equipe de controle vetorial. 1.1 PERFIL EPIDEMIOLÓGICO Uma epidemia de dengue assolou o estado do Espírito Santo nos anos de 2008 e 2009. Em Vila Velha, aconteceram mais de 12 mil casos de dengue em 2009, e destes, 12 evoluíram para óbito. Na ocasião o município não possuía uma rede estruturada, organizada e sistematizada para enfrentamento da doença, tampouco para assistência aos doentes. A necessidade do município em enfrentar o sério problema da dengue levou a gestão municipal de saúde a implantar estratégias de reorganização a partir do ano 4 de 2010. Foi proposta a elaboração e execução de plano estratégico que contemplasse a organização da rede de assistência aos casos suspeitos de dengue, bem como a prevenção da doença através do efetivo controle do vetor. Sabe-se que esta forma de gestão é um instrumento muito útil na redução da letalidade por dengue. Surgiu então o “Projeto Dengue Zero”, que gerencia e executa os trabalhos da dengue no município. Abaixo, a Tabela 1 demonstra a série histórica dos casos de dengue notificados, assim como casos graves de dengue e incidência no município de Vila Velha, entre os anos de 2003 a 2012. Tabela 1 - Nº de casos notificados, incidência e letalidade por Dengue e ano no município de Vila Velha. Espírito Santo, 2003 a 2012. Ano 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012* População Residente Notificados 370.727 387.204 396.323 405.374 398.068 407.579 413.548 414.420 419.853 419.853 7.261 352 459 2.824 427 4.583 12.089 4.516 6.630 1.416 Casos Graves 135 833 548 879 70 Incidência (100.000 hab.) 1.959 91 116 697 107 1.124 2.923 1.090 1.579 337 Óbitos Número Letalidade ... ... ... ... ... 5 12 1 1 0 3,70 1,44 0,18 0,11 0,00 *População de 2012: para fins de cálculo foi utilizada a população estimada de 2011, *Dados notificados até 22 de setembro de 2012. Fonte: IBGE / SINAN. 2012. A Secretaria Municipal de Saúde criou o Projeto “Dengue Zero” e a “Câmara Técnica da Dengue” que realizam ações integradas com os setores prioritários para o Controle da Dengue como a Secretaria de Serviços Urbanos, Defesa Social, Meio Ambiente, Obras, Educação e Comunicação. Em 2011, a secretaria de saúde de Vila Velha registrou 879 casos graves de dengue, desses, 819 foram encerrados como Dengue com Complicações (DCC) e 35 como Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), 25 foram descartados, e 01 caso evoluiu a óbito. Em 2012, foram notificados 70 casos graves até o mês de setembro, sendo 66 casos de DCC e 4 de FHD. Não houve nenhum óbito por dengue até o momento. 5 De acordo com a tabela 2 abaixo, em 2012 foram realizados 211 exames sorológicos em Vila Velha, representando adesão de 14,9% de coleta de exame específico de dengue nos casos suspeitos. Tabela 2 – Realização de sorologia para dengue segundo ano do diagnóstico. Vila velha, de 2009 a 2012. % Sorologias Sorologias Positivas para Ano Sorologias Realizadas Positivas para Dengue Dengue 2009 2.306 1.006 43,6 2010 454 217 47,8 2011 1255 965 76,9 2012* 211 46 21,8 Fonte: Vigilância Epidemiológica/SEMSA/PMVV. 2012. *Dados notificados até 22 de setembro de 2012. A tabela 3 demonstra o mapeamento viral no município de Vila Velha. Nos anos de 2009 e 2010 foi isolado o sorotipo de vírus DENV II. Em 2011 o sorotipo DENV I, até setembro de 2012 ainda não foi isolado nenhum sorotipo. Embora tenha sido coletada uma amostra não foi possível isolar o sorotipo. Tabela 3 – AMOSTRAS ENVIADAS PARA ISOLAMENTO VIRAL E SOROTIPOS IDENTIFICADOS, EM VILA VELHA, DE 2009 A 2012. Ano Quantidade de Amostras Enviadas Sorotipos Identificados 2009 42 DENV II 2010 02 DENV II 2011 15 DENV I 2012 15 Fonte: Vigilância Epidemiológica/SEMSA/PMVV. 2012 1.2 VEÍCULOS Existem 02 veículos disponibilizados para ações de vigilância epidemiológica da dengue e 09 para serviço de controle vetorial (sendo 6 veículos tipo passeio e 3 kombis). 1.3 QUANTITATIVO DE PESSOAL E RESPECTIVO VÍNCULO EMPREGATÍCIO • Controle vetorial: - 226 agentes de controle de endemias; - 23 agentes de endemias cedidos pela FUNASA/MS. - 1 bióloga/efetivo; - 1 auxiliar administrativo/efetivo; 6 - 1 coordenador/comissionado. • Vigilância epidemiológica da Dengue - 01 enfermeiro Referência Técnica de Dengue (efetivo) - 01 digitador (contratado/cedida de outro setor). -01 visitador (agente do Ministério da Saúde municipalizado). • Atenção Assistencial aos pacientes com Dengue na rede municipal de saúde - 01 médico referência da Urgência e Emergência (efetivo) - 01 enfermeira referência da Assistência da Dengue (efetiva) - Equipe de assistência pertencente às Unidades de Saúde e PAs. 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Reduzir a morbi-mortalidade por dengue no município de Vila Velha por meio da organização e sistematização de ações de prevenção e assistência da dengue. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Ampliar o acesso dos pacientes suspeitos de dengue aos serviços de saúde por meio da estruturação dos serviços priorizando a porta de entrada pela Atenção Primária à Saúde ; • Organizar o atendimento aos pacientes suspeitos de dengue através da adoção de protocolos e linhas de cuidado que garantam o acolhimento, classificação, fluxos e contra-fluxos de forma integral; • Sistematizar e ampliar as medidas de prevenção e controle ao vetor da dengue com foco em ações preventivas e de controle focal; • Prever recursos humanos, insumos, materiais, equipamentos e financeiros para subsidiar as medidas de prevenção e assistência à dengue. 7 3. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DOS SERVIÇOS MUNICIPAIS PARA ATENDER A DENGUE 3.1. CONTROLE VETORIAL 3.1.1 Capacidade Operacional O Programa Municipal de Controle da Dengue (PMCD) encontra-se com 70% dos Agentes de Controle de Endemias em exercício. Atualmente temos 198 agentes de endemias trabalhando efetivamente no campo, distribuídos em 23 equipes e realizando visitas domiciliares, 12 agentes distribuídos no Ponto Estratégico e Bloqueio de casos além de 09 agentes distribuídos na Estatística, Programa Educação em Saúde e Mobilização Social. O setor encontra-se estruturado com computadores, SISFAD e SISLOC funcionando, sala de estatística com microscópio e agentes treinados, 09 veículos (06 carros e 03 kombis) caracterizados para atender o programa, 07 bombas costais motorizadas em funcionamento na Equipe de Bloqueio e Ponto Estratégico, uniformes e EPIs completos. De acordo com os dados estatísticos do PMCD e dados epidemiológicos, o município de Vila Velha é categorizado no Estrato I, o qual se refere aos municípios infestados com disseminação e manutenção do vetor nos domicílios, conforme preconiza o Ministério da Saúde. 3.1.2 Atividades para a redução da transmissão a) Disk-Dengue: O Programa Municipal de Controle da Dengue realiza um trabalho diferenciado através do disk-dengue onde as denúncias de situações de risco potencial são recebidas por meio de telefone específico (tel. 33884171 Disque-Dengue) ou pela Ouvidoria (tel. 0800 283 9059). Estas denúncias receberão a visita do agente de endemias, num prazo máximo de 48 horas, caso de pessoas com dengue, esse tempo será reduzido para 24 horas. Para cada denúncia será elaborado um relatório. Se for coletado larvas será realizada a pesquisa larvária. Caso a resolução envolva outras secretarias, estas serão informadas a Câmara Técnica da Dengue, por meio de encaminhamento dos relatórios. 8 b) Bloqueio de transmissão: Esta atividade será realizada a partir dos primeiros casos notificados da vigilância epidemiológica. Desta forma, por meio de planilha padronizada, a vigilância epidemiológica repassará a princípio semanalmente os casos notificados e confirmados sorologicamente, com os respectivos endereços para a equipe de controle do vetor, afim de que sejam mobilizadas as ações de bloqueio, no máximo em 72 horas após a notificação na US, com vistas a reduzir de forma oportuna a população de mosquitos ao redor do caso e impedir que a transmissão se perpetue. A metodologia de trabalho de bloqueio de casos pode ocorrer das seguintes formas: b.1. Localidades com casos isolados: - Visita ao imóvel, com pesquisa, tratamento focal e eliminação de criadouros ao redor de 300 metros do caso notificado; - As orientações sobre medidas de prevenção serão reforçadas na visita domiciliar, para que o morador de cada imóvel visitado tenha a responsabilidade de conferir diariamente as situações de risco identificadas em conjunto com o agente ambiental; - Tratamento espacial, por meio de UBV portátil, com vistas a combater a forma adulta do vetor, em conjunto com as ações de eliminação de criadouros; - Identificar e divulgar em cada localidade, juntamente com a liderança comunitária, a situação de transmissão da doença e dos criadouros predominantes e fomentar a execução de atividades comunitárias de controle e prevenção. b.2. Localidades com casos disseminados: Para essas situações, deverão ser desenvolvidas as mesmas ações descritas acima, sempre associando eliminação de criadouros e tratamento espacial. Ocorre, que na situação de muitos casos e ou casos disseminados na localidade, deverá ser utilizado equipamento de UBV Pesado, cujo rendimento de imóveis consegue atingir todo um bairro, em um só dia. 9 Informa-se que o UBV pesado será solicitado à SESA, caso seja comprovado que o município esteja passando por período de epidemia conforme com os critérios preconizados pelo Ministério da saúde. c) Monitoramento de Pontos Estratégicos: Atualmente o município conta com 89 pontos estratégicos cadastrados. No primeiro ciclo de visitas domiciliares, deverá ser realizado um levantamento dos pontos estratégicos, com vistas a atualizar o cadastro e redirecionar o planejamento e execução das ações nos próximos ciclos de trabalho, a partir de março de 2013. Na primeira quinzena de janeiro, será realizada avaliação técnica dos equipamentos de aspersão, manual e motorizada, utilizadas no município, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde. As visitas em pontos estratégicos iniciarão a partir da primeira semana de janeiro, com realização de visitas quinzenais de pesquisa e realização de tratamento focal. Já o tratamento residual (perifocal) ira ocorrer uma vez por mês, ou quando se fizer necessário (caso de chuvas e ou renovação de estoque de criadouros). Desta forma, no período de janeiro a março, será realizado um total de 04 ciclos de tratamento e 08 ciclos de pesquisa, em cada ponto estratégico cadastrado. A equipe de Pontos estratégicos irá realizar avaliação da necessidade de cada estabelecimento em estar providenciando cobertura adequada para sua área de armazenagem, de modo a evitar que a situação de risco permaneça de forma indefinida. Aqueles estabelecimentos identificados nessa situação serão informados ao setor de vigilância sanitária, para que este adote as providências cabíveis com vistas a promover a mudança de situação do estabelecimento. d) Pós-LIRAa São realizados 4 LIRAas (Levantamento de Índice Rápido) por ano, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. De acordo com o resultado, são planejadas e executadas ações pós- LIRAa nos bairros de maior Índice de Infestação Predial, juntamente com a Câmara Técnica da Dengue. 10 3.1.3 Integração do controle vetorial com outros setores Projeto Dengue Zero - Estabelece propostas para ações intersetoriais dinâmicas e com ativa participação popular, afim de atingir os índices do agravo dentro dos limites preconizados pela Organização Mundial de Saúde e pelo Ministério da Saúde. Câmara Técnica Intersetorial – Foi criada pelo Decreto 268 de 04 de agosto de 2011 e seus membros nomeados pela Portaria 570 de 08 de agosto de 2011. A Câmara Técnica (CT) é composta por representantes de 6 Secretarias Municipais: Saúde, Educação, Meio Ambiente, Serviços Urbanos, Defesa Social e Obras. A CT se reúne periodicamente para avaliar a situação da dengue no município de acordo com os dados epidemiológicos e o LIRAa. Após avaliação dos dados, propomos ações dentro de cada secretaria para ajudar a controlar a proliferação do mosquito e consequentemente o aparecimento dos casos suspeitos. Realizamos também mobilizações sociais nos bairros mais críticos, com o foco na prevenção. Há participação dos alunos das escolas do local, intensificação do tema “dengue” nas salas de aula, visita dos agentes de controle de endemias casa a casa, realização de panfletagem com orientações de prevenção e de assistência, cobertura das caixas d’água destampadas ou mal tampadas, intensificação da coleta de lixo, limpeza de terrenos baldios, limpeza de bueiros, apoio na abordagem a moradores de rua quando necessário, sinalização dos pontos viciados, entre outras ações consideradas importantes para a prevenção. 3.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA A Vigilância Epidemiológica (VE) é o segmento da Secretaria Municipal de Saúde responsável pelos seguintes objetivos: Evitar a ocorrência das infecções pelo vírus da dengue em áreas livres de circulação. Detectar precocemente as epidemias. Controlar as epidemias em curso. Reduzir o risco de transmissão da dengue nas áreas endêmicas. 11 Reduzir a letalidade da FHD/SCD/DCC (Febre Hemorrágica da Dengue, da Síndrome do Choque da Dengue e da Dengue com Complicação) mediante diagnóstico precoce e tratamento oportuno e adequado. Digitar, investigar e encerrar todos os casos notificados no Sistema Nacional dos Agravos de Notificação (SINAN). A dengue por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito e/ou confirmado deve ser comunicado à VE o mais rapidamente possível. Essa deverá informar, imediatamente o fato à equipe de controle vetorial local para a adoção das medidas necessárias ao combate do vetor (bloqueio de transmissão). Em situações epidêmicas, a coleta e o fluxo dos dados devem permitir o acompanhamento da curva epidêmica, com vistas ao desencadeamento e avaliação das medidas de controle. Todos os serviços de saúde (públicos ou privados) deverão seguir o fluxo de notificação para dengue, conforme segue: 1º) Após suspeitar de dengue (febre com dois ou mais sintomas), o profissional deve preencher ficha de notificação/ investigação. Esta ficha deverá ser preenchida com letra legível, em 03 (três) vias, sendo: - 1ª via (original) deverá ser encaminhada até 03 dias para a VE via fax (3388-4186) ou via email ([email protected]) e posteriormente deverá ser entregue em mãos na VE. - 2ª via será arquivada no serviço de saúde; e - 3ª via será entregue ao paciente (para realização de sorologia e/ou isolamento viral); 2º) A VE é responsável pela digitação das fichas, investigação e encerramento dos casos no SINAN. 3º) A notificação dos casos graves e de óbitos de dengue deve ser feita imediatamente (em 24h) via fax (3388-41-86) ou telefone (3388-4185) e posteriormente a ficha de notificação original deve ser encaminhada para a Vigilância Epidemiológica (VE). Este fluxo é comum para rede pública e rede complementar/privada. 12 3.2.1 Diagnóstico de Epidemia A VE estudará semanalmente as notificações de dengue a fim de perceber o aumento do número de casos. O termômetro para evidenciar epidemia instalada será baseado no diagrama de controle municipal e na média de casos de dengue por semana epidemiológica, seguindo a série histórica dos últimos 05 anos, conforme a tabela 4 abaixo. Tabela 4 – Média semanal do número de notificações de dengue em Vila Velha, por mês, compreendendo o período de 2008 a 2012. Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto 70 casos 150 casos 300 casos 300 casos 300 casos 150 casos 70 casos 50 casos Setembro 40 casos Outubro 40 casos Novembro 40 casos Dezembro 40 casos A tabela 4 demonstra o número médio de casos notificados por semana. Observa-se que o número de casos notificados por semanas apresenta maior incidência nos meses de fevereiro a junho com pico nos meses de março a maio. Imediatamente após observar que o termômetro fora atingido, deverá informar ao Secretário Municipal de Saúde para o mesmo decretar situação de epidemia de dengue. 3.2.2 Coleta de Exames na Dengue O direcionamento para coleta de exames para pacientes com suspeita de Dengue está descrita no Anexo 1. Os Fluxogramas para coleta de Isolamento Viral, Hemograma e Sorologia encontram-se nos Anexos 2, 3 e 4 respectivamente. 3.3 MOBILIZAÇÃO SOCIAL A mobilização social é um processo de construção de conhecimento gradual e constante capaz de desenvolver no indivíduo/ coletivo a capacidade de refletir e questionar as causas dos problemas relacionados à saúde, tornando-os coresponsáveis nas ações transformadoras da realidade onde estão inseridos. São ações continuadas de mobilização social no município: 13 1. Fortalecimento da parceria com o Sindicato da Construção Civil, CREA-ES e outras instituições privadas, visando ações preventivas no ambiente de trabalho e junto aos seus clientes. 2. Fortalecimento de ações preventivas na comunidade através de parcerias com associações de moradores, prefeituras comunitárias e síndicos; lideranças religiosas, fornecendo carta de utilidade pública para ser lida diariamente ao final das celebrações. 3. Sensibilização de educadores da rede pública e privada de ensino quanto à importância de abordar o tema dengue nas atividades cotidianas da escola, a fim de conscientizar os alunos e estes a seus pais ou responsáveis a se preocupar com o meio ambiente e prevenir a dengue em casa. 4. Realização na semana do dia D da dengue, ações de mobilização social, manejo ambiental e prevenção utilizando estratégias diversificadas e o apoio governamental necessário. 5. Programação nas rádios comunitárias, enfocando a realidade da Dengue, objetivando sensibilizar a comunidade para as medidas preventivas contra o mosquito. 6. Palestras nos diversos seguimentos dos bairros como: escolas, empresas, templos religiosos e outros. 3.4 ASSISTÊNCIA AO USUÁRIO COM DENGUE O município possui 10 Unidades Básicas de Saúde e 08 Unidades de Saúde da Família. Além disso, conta com 02 Pronto-atendimentos Municipais e 01 Centro de Atenção Secundária (CEMAS), todos estruturados para atender pessoas com suspeita de dengue (TABELA 5). Existem 09 hospitais localizados no município, sendo 02 estaduais, 01 municipal, 02 filantrópicos e 04 privados. 14 3.4.1 - Cobertura da Estratégia da Saúde da Família A cobertura de Estratégia de Saúde da Família é de 31,53%, segundo dados do SIAB até setembro de 2012. As unidades de saúde da Família possuem autonomia operacional para articulação e execução das ações de controle da dengue. Tabela 5 – Unidades de Assistência à Saúde. Vila Velha. 2012. Região Administrativa Unidades de Saúde US Coqueiral Região 1 Região 2 Região 3 US Gloria e PA da Glória US Divino Espírito Santo Centro de Atenção Secundária mais Saúde(CEMAS) Rua Itaibaia, s/nº - Bairro Coqueiral de Itaparica (próxima ao supermercado Casagrande) Rod. Carlos Lindenberg, nº. 1017 – Bairro Glória Rod. Carlos Lindenberg, nº. 1017 – Bairro Glória Rua Castelo Branco, nº 1803 – Bairro Jaburuna Telefones 3139-9034 3388-4134 / 31399626 / 3299-0255 3388-4134 / 31399626 / 3299-0255 3239-4358 US Ibes Praça Assis Chateubriand s/nº - Ibes (em frente à Igreja Católica) 3239-1525 US Araçás Rua Montevideo, s/nº - Araçás (em frente ao açougue Ponto Chic) 3139-9044 US Vila Nova Rua A, s/nº - Vila Nova (em frente à Praça de Vila Nova) 3389-1313 US Santa Rita Rua Fernando Antônio de Silveira, s/nº Santa Rita (próxima à Casa de Ração Viva Bem) 3139-9035 US Dom João Batista Rua Imperatriz Leopoldina, s/nº - Vila Dom João Batista (uma antes do Bar Guarani) 3139-9042 US Paul Estrada Jerônimo Monteiro, Paul 3326-4201 US Vila Garrido US Vale Encantado US Jardim Marilândia Região 4 US São Torquato PA de Cobilândia US Barramares Região 5 Endereços US Ponta da Fruta US Terra Vermelha Rua São Sebastião Gaiba, s/nº - Vila Garrido (perto da Umef Antônio Bezerra de Farias) Rua Arildo Valadão, s/nº - Vale Encantado (perto da Umef Joffre Fraga) 3388-3547 3388-3548 Avenida Sobreiro, s/nº - Jardim Marilândia 3369-7046 Rua São Pedro, nº. 89 – São Torquato (ao lado do Labortel) 3388-3549 Rua Fluviópolis - Cobilândia Av. California s/nº - Barramares (ao lado da creche Sara Vitalino) Rua Carolina Cardoso, s/nº - Ponta da Fruta (próximo à Umei Nair Dias) Rua Alameda, nº. 22 – Bairro Terra Vermelha (perto da EEPG Terra Vermelha) 3381-3530 3244-6802 3244-6383 3242-3105 3244-9289 15 US Ulisses Guimarães US Barra do Jucu Rua Alexandre Queiroz A. Silva, s/nº Ulisses Guimarães Rua Ana Penha Barcelos, s/nº - Barra do Jucu 3244-7989 3260-1478 3.4.2 - Atenção à saúde A assistência de qualidade ao paciente com dengue baseia-se nos três níveis de atenção: Primário, Secundário e Terciário. A maior parte dos casos de dengue são atendidos plenamente pela atenção primária, os casos com complicações são encaminhados para atendimento hospitalar. A classificação de risco efetiva associada à tomada de decisão no manejo clínico na Atenção Primária e Secundária, onde o paciente é avaliado, ajuda a identificar e encaminhar os casos mais graves da doença que necessitem de atenção hospitalar. Os procedimentos adotados nas Unidades de Saúde incluem: • Reconhecer que o paciente febril possa ter dengue; • Notificar a vigilância em saúde sobre a suspeita de caso de dengue; • Tratar o paciente precocemente na fase febril; • Reconhecer precocemente o extravasamento de plasma na fase crítica e iniciar reposição volêmica; • Reconhecer pacientes com sinais de alerta que necessitam transferência para internação e/ou reposição volêmica na Atenção Secundária; • Reconhecer e tratar pronta e adequadamente o extravasamento grave de plasma, o choque, o sangramento grave e a falência de órgãos. • Realizar atividades de educação em saúde promovidas pelos agentes de saúde e pelos demais membros da equipe de atenção primária na eliminação de criadouros e focos do mosquito transmissor; • Promover o monitoramento dos casos suspeitos que chegam à Atenção Primária à Saúde, realizando busca ativa das pessoas e de suas famílias na área de abrangência; 16 • Alertar sobre os sinais de gravidade da doença para a população da área de abrangência. Em vigência de uma epidemia, a classificação de risco do paciente com suspeita de dengue na chegada ao ponto de atenção será feita por enfermeiro qualificado. Poderá ser usado o protocolo de Manchester ou a Classificação de Risco da Dengue Nos Pronto Atendimentos o paciente será acolhido na sala de classificação de risco e se for suspeito de dengue será encaminhado imediatamente para a sala de atendimento prioritário de dengue. O objetivo é evitar atendimento por ordem de chegada, organizando-o por ordem de gravidade. A prioridade para atendimento seguirá a seguinte norma: Paciente classificado como vermelho será visto imediatamente pelo médico, seguido pelo laranja, amarelo e depois verde (situações especiais - gestante, criança, idoso, co-morbidade) e azul que será avaliado por ordem de chegada. 3.4.3 - O papel da atenção primária e secundária A Atenção Primária (Unidades Básicas e Unidades de Saúde da Família) e a Atenção Secundária (Pronto Atendimentos) são responsáveis por: • Primeiro atendimento das emergências, (seguir critérios da classificação de risco e o fluxo de encaminhamento dos pacientes), • Classificação de risco, • Tratamento dos casos A e B, • Transferência dos casos de dengue grave (C). Todas as Unidades estão aptas a receber os pacientes com dengue. O horário de funcionamento das Unidades é de 7 às 17 horas, com exceção da Unidade de Saúde de Terra Vermelha que funciona de 7 às 22 horas, sempre de segunda a sexta feira. Caso a unidade de saúde esteja fora do horário de funcionamento, é necessário que o paciente procure o pronto atendimento que funciona 24 horas em todos os dias da semana. O município conta com serviços laboratoriais e de radio imagem terceirizados. A Rotina para Coleta de Exames para a Dengue encontra-se nos Anexos 1, 2, 3 e 4. 17 Encontra-se em fase de implantação o Prontuário Eletrônico. Todas as US possuem o protocolo de atendimento dos pacientes suspeitos de dengue. Além das capacitações oferecidas, o material encontra-se disponível no site da prefeitura para consultas online, através do link, http://www.vilavelha.es.gov.br/files/arquivos/publicacoes/publicidade/2-linha-guia-deatencao-a-saude-dengue/73-linha-guia-de-atencao-a-saude-dengue.pdf. Foram realizados cálculos de previsão de gastos para cada Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) e para os Pronto Atendimentos (ANEXO 5). A Classificação de Risco é um processo que rapidamente prioriza o paciente logo na chegada do serviço de saúde. O objetivo é identificar: • Dengue grave (necessita tratamento de emergência para evitar a morte), • Dengue com sinais de alarme (que devem ser priorizados na fila de tal forma que possam ser avaliados e tratados sem demora) e • Casos não urgentes (que não possuem dengue grave nem sinais de alarme). 18 CARTÃO PARA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO DA DENGUE PARA EPIDEMIA DE DENGUE Febre < 7 dias Seguir protocolo Febre > 7 dias Interromper protocolo 2 sinais/sintomas Cefaléia Dor retrorbitária Mialgia Artralgia Prostração Exantema SINAIS DE CHOQUE Hipotensão arterial PA diferencial < 20 mmHg (convergente) Extremidades frias Cianose Pulso rápido e fino Enchimento capilar lento (> 2 seg) SINAIS DE ALERTA Dor abdominal intensa Vômitos persistentes Lipotímia Hipotensão postural Irritabilidade Sonolência Hematêmese, melena Hipotermia Desconforto respiratório ↓ diurese ↓ abrupta temperatura TENDÊNCIAS HEMORRÁGICAS Petéquia Equimose Púrpura Sangramento mucosas Sangramento menor TGI Prova laço positiva: > 20 petéquias adulto; > 10 petéquias criança Gestante Criança Idoso Diabetes Hipertensão Asma Doença Cardiopatia renal Doença hematológica Bronquite crônica Doença auto-imune Doença cloridro-péptica Prova do laço negativa : < 20 petéquias adulto; < 10 petéquia criança Cefaléia Dor retrorbitária Mialgia Artralgia Prostração Exantema A prova do laço deverá ser feita para todos os pacientes com suspeita de dengue sem manifestações hemorrágicas espontâneas, sinais de alerta ou sinais de choque. PROVA DO LAÇO - Desenhe quadrado 2,5 cm de lado no antebraço Manguito insuflado entre a PA sistólica e a diastólica: 5min adulto, 3 min criança contar petéquias 19 No início da fase febril, geralmente não é possível predizer clinicamente se o paciente vai evoluir para doença grave. As manifestações graves devem aparecer apenas quando a doença progride para a fase crítica. Mesmo assim, os sinais de alerta são bons indicadores de maior risco de evolução para dengue grave. O paciente, portanto, será avaliado diariamente para progressão da doença procurando sinais de alarme e manifestações de dengue grave. Profissionais da Atenção Primária e Secundária seguem as etapas propostas no quadro a seguir: Etapas do Manejo da Dengue Etapa I – Avaliação Geral e Notificação de casos suspeitos Anamnese: sintomas, comorbidades e história familiar Exame físico: avaliação física e mental Laboratório: hemograma e sorologia para dengue Etapa II – Diagnóstico, avaliação da fase da doença e da gravidade Etapa III - Manejo Preenchimento do Cartão da Dengue (de acompanhamento) Tomada de decisão: • Pode ir para casa • Deve ser internado • Necessita tratamento de urgência e ser transferido Os Pronto-atendimentos possuem sala específica para o atendimento dos pacientes com dengue, onde é realizada a Classificação de Risco da Dengue, oferecido SRO, 20 preenchido a notificação e o cartão de acompanhamento do paciente, orientações e encaminhamentos necessários. Nas Unidades de Saúde, após suspeita de dengue, é oferecido SRO, preenchido a notificação e o cartão de acompanhamento do paciente, orientações e encaminhamentos necessários. As Unidades de Saúde possuem vagas abertas para pacientes com suspeita de dengue que procuram o serviço como demanda espontânea ou para os pacientes classificados como Azul ou Verde nos PAs e encaminhados para atendimento e acompanhamento nas unidades de saúde próximas à residência do usuário (o PA deve dar o primeiro atendimento e após encaminhar). Os pacientes classificados como Amarelo ou Laranja nas US são atendidos pelo clínico da UAPS que prestará o primeiro atendimento e após serão encaminhados para o PA por ambulância do município e os classificados como Vermelho para o hospital de referência através do SAMU. Os encaminhamentos são feitos com formulário apropriado e assinado pelo enfermeiro classificador. Para contatar a ambulância do município, o profissional de saúde deverá fazer contato por telefone com o setor de Regulação da SEMSA (3149-9510). 3.4.4 - Hospitais de Referência O serviço de referência para os casos graves de dengue (leito hospitalar de internação) será regulado pela Central Estadual de Vagas, através do cadastro do paciente conforme rotina já estabelecida. A transferência dos pacientes (classificado como vermelho segundo Protocolo de Manchester) após a liberação da vaga será realizada pelo SAMU. Critérios transferir paciente para cuidados intensivos Apresentação precoce de choque (D2 ou D3 de doença) Extravasamento plasmático grave ou choque Pulso e pressão arterial indetectáveis Sangramento grave Sobrecarga volêmica Disfunção de órgão (lesão hepática, cardiomiopatia, encefalopatia, encefalite, outras) 21 3.4.5 - Insumos O cálculo dos insumos para as unidades de saúde e para os pronto atendimentos municipais encontra-se no Anexo 5. 4. COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO A divulgação das informações de casos suspeitos de dengue é passada da VE para a Coordenação do Controle do Vetor da Dengue, uma vez por semana, a qual repassa para a equipe de bloqueio que realiza ações específicas com bomba costal motorizada (UBV leve) com aplicação de adulticida, tratamento focal e eliminação de criadouro na tentativa de diminuir a transmissão de casos (bloqueio de transmissão). A VE também divulga o Boletim Epidemiológico da Dengue mensalmente por e-mail para todas as instituições de saúde do município, todos os gerentes de US, Vigilância Ambiental, Assessória de Comunicação da SEMSA e demais setores, assim como hospitais privados e clínicas. A Assessoria de Comunicação é responsável por encaminhar o Boletim aos vereadores e ao gabinete do prefeito. Além disso, fará as publicações necessárias no site da PMVV. O resultado do LIRAa é divulgado pela Coordenação do Controle do Vetor da Dengue internamente para todos os supervisores de campo, para a equipe do Disque Dengue, o PESMS (Programa de Educação em Saúde e Mobilização Social), VE, Atenção Primária, Assessoria de Comunicação, Câmara Técnica Intersetorial da Dengue, envolve ainda as Secretarias de Meio Ambiente, Obras, Secretaria de Serviços Urbanos, Educação, Comunicação e Defesa Social. O resultado do LIRAa subsidia a tomada de decisões em todas as instâncias objetivando focalizar ações para conter a epidemia da doença, especialmente nos bairros com maior infestação do vetor. A área da Secretaria de Saúde responsável pela coordenação da execução do Plano de Contingência é a Coordenação da Vigilância Epidemiológica, Coordenação da Vigilância Ambiental e a Coordenação da Assistência da Dengue, integrando todos os setores prioritários. 22 5. CAPACITAÇÃO E EDUCAÇÃO PERMANENTE A capacitação de médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem e técnicos de laboratório é prioridade para assegurar qualidade dos profissionais em todos os níveis. O objetivo é desenvolver competências para classificar casos e aperfeiçoar o reconhecimento, manejo clínico e diagnóstico laboratorial da dengue. Entre os meses de outubro e dezembro de 2012 será realizada a capacitação para estes profissionais da rede municipal de serviços de saúde e da rede hospitalar existente no município. Além disso, existe previsão de realizarmos novas capacitações sobre dengue em março e abril de 2013. No início do ano de 2012, foi realizada capacitação a nível central e capacitação in locu nas unidades de saúde e nos hospitais, para maior abrangência de servidores. Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os Agentes de Controle de Endemias (ACE) também são capacitados para suas atividades diárias a fim de serem educadores em saúde, atuando de forma integrada. Além disso, a Secretaria Municipal de Saúde realiza duas vezes por ano visita técnica supervisionada e educacional in locu em todas as Unidades de Saúde, com intuito de revisar os insumos, a estrutura e o cumprimento dos fluxos estabelecidos. 6. FISCALIZAÇÃO As situações de irregularidades que colocaram em risco a comunidade no que diz respeito a proliferação do vetor da dengue serão tratadas nos termos da Lei Municipal nº 4.780, de 21 de maio de 2009 que Dispõe sobre a instituição do Programa Municipal de Combate e Prevenção à Dengue e da Lei Municipal nº 3.500, de 18 de setembro de 1998 que Dispõe sobre o controle de populações animais e sobre a prevenção e o controle de Zoonoses no Município de Vila Velha e dá outras providências. As ações que implicarem imposição de penalidades serão realizadas em conjunto entre os setores de vigilância sanitária e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), obedecendo às atribuições legais que lhes são facultadas. 23 7. REFERÊNCIA MUNICIPAL DE DENGUE Caso houver necessidade ou dúvidas com relação a este plano de contingência ou qualquer demanda referente à dengue no município, os profissionais e a população poderão referenciar os seguintes setores, de acordo com o serviço: Dúvidas referentes à Setor Responsável Contatos Focos de dengue Disque Dengue (Vigilância Ambiental) 3388-4171 Controle do Vetor Vigilância Ambiental (Micheli) Vigilância Epidemiológica (notificação, investigação de casos graves e óbitos) Assistência (manejo clínico, estrutura das US/PAs) Laboratório (exames específicos e inespecíficos) Farmácia (materiais e medicamentos para atender dengue) Transporte Sanitário (ambulância) Vigilância Epidemiológica (Joana) Assistência da Dengue (Fernanda) Cientifica Lab (Fernando) Assistência Farmacêutica Regulação (Marcos) 3388-4300/ 3388-4171 3388-4185/ 3388-4186 3388-4185 3399-8298/ 9761-1772 3391-2272/ 3239-1510 3149-9510 24 PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ANEXO 1 ROTINA PARA COLETA DE EXAMES – DENGUE 1. HEMOGRAMA: UNIDADES DE SAÚDE E UPA´s: - Coletar amostra de sangue para realização de hemograma dos pacientes com suspeita de dengue conforme orientação do Protocolo do Ministério da Saúde; - Pela manhã, a coleta será realizada pelo técnico do Laboratório. À tarde, o profissional de saúde da própria US será responsável pela coleta; - O motoboy do Cientifica Lab passará em todas as Unidades de Saúde (US) e nos Pronto Atendimentos (PA), no período da manhã, a partir das 11 horas, recolhendo as amostras. À tarde, caso tenha alguma amostra de sangue na US ou PA, é necessário ligar para o motorista da SEMSA (Sr. Jorge) até às 15:30 horas e avisar sobre a necessidade de transporte da mesma; - O resultado poderá ser encaminhado em até 02 horas após a chegada da amostra no laboratório, por telefone, fax ou e-mail, caso seja sinalizado URGENTE DENGUE. Caso contrário, o resultado será encaminhado no próximo dia útil e estará à disposição do gerente na sala de coleta do laboratório, devendo ser retirado pelo gerente ou outro funcionário do setor. 2. SOROLOGIA Critério para coleta: a partir do 7º dia após início dos sintomas. Pesquisa de anticorpos IgM para o vírus da dengue. 2.1 Ambiente Hospitalar: - Coletar amostra de sangue para realização de sorologia de todos os pacientes atendidos e internados no hospital (casos clássicos ou graves); - Centrifugar a amostra de sangue e deixá-las juntamente com uma cópia da Ficha de Investigação / Notificação OBRIGATORIAMENTE, no laboratório do hospital. - O motorista da VE passará nos laboratórios / CCIH dos hospitais todas as TERÇAS-FEIRAS, até o final da manhã, recolhendo as amostras e as fichas de investigação para encaminhá-las ao Cientifica Lab, no PA Glória. - Todas as TERÇAS e SEXTAS-FEIRAS, pela manhã, o motorista da SEMSA passará no Cientifica Lab, no PA Glória, recolherá as amostras com as devidas Fichas e as levará ao LACEN / Laboratório Municipal de Vitória - O resultado do exame será encaminhado à Vigilância Epidemiológica que dará prosseguimento a investigação e encerramento do caso suspeito de Dengue. 2.2 UNIDADES DE SAÚDE E UPA: - Coletar amostra de sangue para realização de sorologia de todos os pacientes atendidos (casos clássicos ou graves). Pela manhã, a coleta será realizada pelo técnico do Laboratório. À tarde, o profissional de saúde da própria US será responsável pela coleta; - Deixar a amostra de sangue, juntamente com uma cópia da Ficha de Investigação OBRIGATORIAMENTE, separada para recolhimento pelo laboratório; - O motoboy do Cientifica Lab passará em todas as US e PA, no período da manhã, a partir das 11 horas, recolhendo as amostras. À tarde, caso tenha alguma amostra de sangue na US ou PA, é necessário ligar para o motorista da SEMSA (Sr. Jorge) até às 15:30 horas e avisar sobre a necessidade de transporte da mesma; - O motoboy ou motorista da SEMSA encaminhará as amostras e as fichas de investigação ao Cientifica Lab, no PA Glória, onde serão centrifugadas e reservadas para posterior encaminhamento. 25 - Todas as TERÇAS e SEXTAS-FEIRAS, pela manhã, o motorista da SEMSA passará no Cientifica Lab, no PA Glória, recolherá as amostras com as devidas Fichas e as levará ao LACEN / Laboratório Municipal de Vitória. - O resultado do exame será encaminhado à Vigilância Epidemiológica que dará prosseguimento a investigação e encerramento do caso suspeito de Dengue. 3. ISOLAMENTO VIRAL Critério para coleta: até o 5º dia do início dos sintomas (período de viremia). Pesquisa o sorotipo do vírus da dengue responsável pela infecção. São unidades sentinelas para coleta de isolamento viral: Região 1: Unidade de Saúde da Glória, PA Glória e Hospitais (Sta Mônica, HEIMABA, H. Praia da Costa, HABF). Região 2: US Araçás e Hospital São Luiz. Região 3: US Santa Rita e HEVV. Região 4: US Jardim Marilândia , Hospital dos Ferroviários e Pronto Atendimento Cobilândia. Região 5: US Terra Vermelha. As amostras deverão ser coletadas no período matutino, sempre até 11h, de segunda a sexta-feira. Considerações Importantes: 1. As amostras devem ser coletadas ATÉ o 5º dia do início dos sintomas e devem ser encaminhadas ao LACEN para processamento em no máximo 04 horas após a hora da coleta. Para crianças - coletar de 2 a 5 ml de sangue total. Para adultos – coletar 10 ml de sangue total. 2. As amostras devem ser coletadas assepticamente em tubo estéril, sem coagulantes e hermeticamente fechados, devidamente identificados, e imediatamente acondicionadas no gelo para transporte até o LACEN. 3. O motorista do setor de Vigilância Epidemiológica será o responsável pelo transporte destas amostras até o LACEN. Para isso é necessário que cada US ou Hospital faça contato com a Vigilância Epidemiológica através dos telefones 3388-4185/3388-4186 toda as vezes que precisarem deste serviço no horário estabelecido neste documento. 4. A ficha de notificação é um documento OBRIGATÓRIO para que o LACEN receba a amostra, portanto, TODOS os pacientes deverão ter a Ficha de Notificação preenchida e assinada em 03 vias (01 para ficar no prontuário, 01 para ser encaminhada para a Vigilância Epidemiológica e outra para encaminhar ao LACEN). 5. Cada US ou Hospital deverá nomear um responsável pela coleta do sangue (técnico do laboratório e/ou técnico de enfermagem), ficando o motorista somente responsável pelo transporte da amostra. 6. Caso aconteça algum problema, entrar em contato com a Coordenação da Assistência da Dengue (3388-4175) ou com a Vigilância Epidemiológica (3388-4185/4186). 26 PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ANEXO 2 FLUXOGRAMA: COLETA DE ISOLAMENTO VIRAL PARA DENGUE PACIENTE COM SUSPEITA DE DENGUE (Até o 5º dia do início dos sintomas) COLETAR SANGUE TOTAL* PARA ISOLAMENTO VIRAL DE DENGUE *Para crianças - 2 a 5 ml de sangue total. Para adultos -10 ml de sangue total. *Acondicionar em caixa térmica com gelo. LIGAR PARA A VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E SOLICITAR QUE O MOTORISTA BUSQUE A AMOSTRA IMEDIATAMENTE. Telefones da Vigilância: 3388-4185/3388-4186 (até 11h de segunda a sexta-feira) PREENCHER A FICHA DE NOTIFICAÇÃO (3 VIAS) ENTREGAR PARA O MOTORISTA A AMOSTRA E 01 VIA DA FICHA DE NOTIFICAÇÃO. OBS: 1) As amostras devem ser coletadas assepticamente em tubo estéril, sem coagulantes e hermeticamente fechados, devidamente identificados, e imediatamente acondicionadas no gelo para transporte até o LACEN. 2) Caso houver alguma dúvida a respeito deste fluxo, entrar em contato com a Coordenação da Assistência da Dengue (3388-4175) ou com a Vigilância Epidemiológica (3388-4185/33884186). 27 PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ANEXO 3 FLUXOGRAMA: COLETA DE HEMOGRAMA NA DENGUE SOLICITAÇÃO DE HEMOGRAMA COLETAR O SANGUE Matutino: Técnico de coleta do Cientifica Lab. Vespertino: Técnico de enfermagem da US. ENVIAR AMOSTRA PARA LABORATÓRIO Matutino: Motoboy do Cientifica Lab recolhe as amostras. Vespertino: A US deverá solicitar o motorista da SEMSA para recolher, sinalizando que é hemograma de dengue URGENTE. RESULTADO -PAs: em até 40 minutos após a coleta. - USs: em até 02 horas após a chegada da amostra no laboratório, (por telefone, fax ou e-mail, caso seja sinalizado URGENTE DENGUE). 28 PREFEITURA MUNICIPAL DE VILA VELHA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE ANEXO 4 FLUXOGRAMA: COLETA DE SOROLOGIA PARA DENGUE (IgM) SOLICITAÇÃO DE SOROLOGIA PARA DENGUE -IgM (Após 7º dia do início dos sintomas) COLETAR O SANGUE (05 a 10 ml de soro) ENVIAR AMOSTRA PARA LABORATÓRIO Matutino: Motoboy do Cientifica Lab recolhe as amostras. Vespertino: A US deverá solicitar o motorista da SEMSA para recolher, sinalizando como DENGUE URGENTE CENTRIFUGAR A AMOSTRA ENCAMINHAR PARA O LACEN RESULTADO (Será entregue na Vig. Epidemiológica e posteriormente será encaminhado para o serviço que notificou o paciente)