TEXTO DE APOIO – A PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A partir do século XVIII, após as descobertas científicas provocadas pelo Renascimento cultural e científico, a ciência ingressou em um constante processo de evolução, que desencadeou uma série de novas tecnologias, as quais transformaram de forma rápida a vida do homem, sobretudo no modo de produzir mercadorias. Esse processo acelerou o desenvolvimento do setor industrial e aqueceu o modo de produção capitalista. Essa aceleração no setor industrial é denominada de Revolução Industrial (1º momento). Essa revolução ficou caracterizada pelas importantes invenções que propunham uma reviravolta no setor produtivo e de transporte: a ciência descobriu a utilidade do carvão como fonte de energia e a partir daí desenvolveram simultaneamente, a máquina a vapor e a locomotiva, essas foram muito importantes para o transporte de matéria-prima, para transporte de pessoas e para transportar mercadorias. Um dos primeiros ramos industriais a usufruir a nova tecnologia da máquina a vapor, foi a produção têxtil, que antes da revolução era produzida artesanalmente. A utilização de máquinas na indústria desempenhava grande força e agilidade. Movida a energia do carvão, proporcionou uma produtividade extremamente dinâmica. Essas transformações trouxeram uma nova forma de trabalho, nesse momento milhares de pessoas deixaram o campo em direção às cidades. Esse acelerado êxodo rural provocou expressivo crescimento nos centros urbanos e acelerou o crescimento populacional modificando a configuração da paisagem urbana. As cidades não absorveram o fluxo de pessoas de forma planejada, com isso surgiram bairros marginalizados, composto por trabalhadores pobres, era o proletariado tão falado por Karl Marx. A primeira revolução industrial aconteceu na Inglaterra onde podemos listar como causas desse pioneirismo: A Inglaterra possuía grandes reservas de carvão mineral em seu subsolo, (a principal fonte de energia para movimentar as máquinas e as locomotivas a vapor) possuíam grandes reservas de minérios de ferro, (a principal matéria-prima utilizada nesse período). A abundância de mão de obra (desde a Lei dos cercamentos de terras) pois havia uma grande massa de trabalhadores procurando emprego nas cidades inglesas. A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, comprar matéria-prima e máquinas e contratar empregados. Todos esses fatores deram o pioneirismo industrial à Inglaterra. COMO ERA A VIDA DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS? Sem as terras e suas oficinas, só restava ao trabalhador vender sua força de trabalho, por isso passaram a serem chamados de proletários (pessoas que apenas vendem sua força). Nesse clima de crescimento capitalista para a burguesia e da necessidade de trabalhar dos operários, foi bom para o primeiro grupo, pois quanto mais mão de obra, mais produção pronta para exportação, mais lucro para a burguesia. Ao trabalhador só restava obedecer às ordens que lhes eram dadas. A preferência era empregar mulheres e crianças, pois recebiam metade dos salários masculinos, pela mesma carga horária de 12 a 16 horas por dia. Muitas crianças com menos de 8 anos trabalhavam nas fábricas, apenas para ganhar alojamento e comida. Além das péssimas condições de vida e a exploração, era comum acidentes no trabalho, cansaço insalubridade, o esforço exagerado que era submetido, a pressão psicológica, pois os supervisores (chefes) para lhes vigiar o trabalho e exigir produção. Nesse contexto exploratório dos trabalhadores da indústria, surge a ideia de SOCIALISMO CIENTÍFICO, protagonizado pelo alemão Karl Marx, advogado, de origem judaica e Frederick Engels, compatriota e colaborador de Marx. Os dois estudiosos foram os precursores do socialismo, pois pregavam o triunfo dos trabalhadores pela luta de classe, através da própria luta do proletariado. Para Marx, como o trabalhador é maioria numa sociedade, ele é capaz de unir-se aos demais e fazer valer seus direitos através das lutas organizadas. É dele a frase: “Trabalhadores uni-vos” pois segundo Marx, a união do proletariado pode se buscar as melhores soluções para o que se sofre no trabalho. Essas ideias de Marx contribuíram para que houvesse ainda nessa revolução a primeira greve operária motivada pelo movimento Ludista (Ned Ludd, líder). Nesse movimento os trabalhadores foram incentivados a invadir fábricas, destruir máquinas, pois para eles, as máquinas eram culpadas pela situação em que se encontravam, pois ela tirara o emprego manual de milhares de trabalhadores. Os manifestantes sofreram uma violenta repressão, foram condenados à prisão, a deportação e até a forca. Após esse movimento, os trabalhadores se uniram em associação (Associações dos Operários) e veio o Movimento Cartista, onde através de comunicação entre si por cartas, eles adotaram movimentos mais eficientes de lutas e começaram a exigir melhorias para a categoria, surgiu aí os primeiros sindicatos que exigiam: limitação de 8 horas para o trabalho, regulamentação do trabalho feminino, a extinção do trabalho infantil, folga semanal e fixação de um salário mínimo. Consequências da revolução industrial: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser maquino faturado, as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho, as fábricas passaram a concentrar centenas de trabalhadores, que vendem suas forças de trabalho em troca de um salário.