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Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 754 – 771, out - dez (2016)
Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal
Brazilian Journal of Hygiene and Animal Sanity
Infecção pós-cirúrgica em felino- Relato de caso
I
Postsurgical infection in feline - Case report
Anna Sérgia Mendonça Miranda Conceição1, Jorge Luís de Souza Neto1 , Rebeca
Frota Freire1, Paula Priscila Correia Costa2*
1
Alunos de graduação, FAVET, UECE, Fortaleza, Brasil
Profa de Clínica médica de pequenos animais, FAVET, UECE. , Fortaleza, Brasil
______________________________________________________________________
2
Resumo: As cirurgias de castração estão entre as mais comuns na clinica de pequenos animais.
Isto se deve a serem cirurgias simples, rápidas e economicamente acessíveis, sendo inclusive realizados
mutirões. Além disso, seu objetivo de prevenir que animais tenham filhotes indesejados pelos donos,
faz com que esta seja uma cirurgia realizada com muita frequência pelos cirurgiões veterinários. Porém,
o pós-operatório deve ser realizado de forma correta a fim de evitar contaminação da ferida cirúrgica.
Para tanto, o tutor deve conduzir adequadamente o tratamento instituído pelo médico veterinário. Este
trabalho tem como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre complicações pós-cirúrgicas na
OSH, com ênfase em infecções, bem como relatar um caso acompanhado pelos alunos na disciplina de
pratica clinica de pequenos animais, na Universidade Estadual do Ceara – UECE.
Palavras chave: Infecção, pós-cirúrgica, felino
Abstract: Castration surgeries are among the most common in the clinic for small animals. This
is due to be simple, fast and affordable surgeries, including joint efforts made. Also, your goal to prevent
unwanted animals have offspring by the owners, makes this is a surgery performed very often by
veterinary surgeons. However, the postoperative period must be performed correctly in order to avoid
contamination of the surgical wound. Therefore, the tutor should properly conduct the treatment given
by the veterinarian. This paper aims to conduct a literature review of post-surgical complications in
OSH, with emphasis on infections and report a case accompanied by students in the discipline of clinical
practice of small animals, the State University of Ceara - UECE.
Key words: infection, post-surgical, feline
_________________________________
*Autor para correspondência: * [email protected]
Recebido em 20.5.2016. Aceito em 28.12.2016
http://dx.doi.org/10.5935/1981-2965.20160062
754
Relato
go
ISSN: 1981-2965
Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 754 – 771, out - dez (2016)
Introdução
Revisão de literatura
As cirurgias de castração estão entre
as mais comuns na clinica de pequenos
Causas de complicações pós-cirúrgico na
OSH
animais. Isto se deve a serem cirurgias
simples,
rápidas
acessíveis,
sendo
e
economicamente
inclusive
A
complicação
mais
comum
08
e entre as
intraoperatória é a hemorragia
realizados
observadas no pós-operatório podem ser
mutirões. Além disso, seu objetivo de
citadas: hemorragias; ligadura acidental ou
prevenir que animais tenham filhotes
trauma do ureter promovendo hidronefrose e
indesejados pelos donos, faz com que esta
hidroureter;
seja uma cirurgia realizada com muita
responsiva ao estrógeno; formação de tratos
frequência pelos cirurgiões veterinários.
fistulosos e granulomas; síndrome do ovário
incontinência
urinária
No entanto, algumas complicações
remanescente; problemas relacionados à
advindas das cirurgias podem ocorrer. Estas
celiotomia; piometra de coto; obstruções
podem ter causa no pré, trans ou pós-
intestinais; síndrome eunucoide 16.
operatório.
Os
cuidados
do
medico
a) Hemorragias
veterinário, do tutor do animal e mesmo do
As hemorragias são a causa mais
responsável pela limpeza do material
comum de óbito após OSH e, em sua
cirúrgico
maioria, resultantes da manipulação ou
podem
contribuir
para
o
aparecimento de complicações na cirurgia de
ligadura
Ovariosalpingohisterectomia (OSH).
ovarianos, vasos uterinos ou parede uterina
Algumas das complicações mais
inadequada
dos
pedículos
15,22
. Hemorragia abundante é mais comum
comuns são as infecções do sitio cirúrgico,
quando o procedimento cirúrgico é efetuado
piometra de coto, formação de seroma,
durante o estro, devido a um aumento da
hemorragias, entre outras. Desta forma, o
vascularização e turgidez do trato genital 15.
medico veterinário responsável deve estar
Adicionalmente, uma tração excessiva no
atento as condições do animal e do ambiente
corpo uterino deve ser evitada, pois pode
ao realizar a cirurgia, bem como deve
haver ruptura das artérias e veias uterinas,
instruir corretamente o tutor a como
que
proceder corretamente nos cuidados pós
abdominal e continuam a sangrar 15,22.
operatórios.
se
retraem
dentro
da
cavidade
Ressalta-se que os tecidos fixados em
755
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pinça não são adequadamente comprimidos
plasmáticas
pela ligadura, sendo assim, a tensão deve ser
responsáveis pela redução da funcionalidade
relaxada enquanto a ligadura está sendo
do esfíncter uretral não foi suportada pelos
realizada
22
.
A transfixação
evita
após
a
castração
sejam
o
resultados de Reichler et al. (2006). Um
deslocamento do fio, mas não previne o
possível efeito dos análagos de GnRH sobre
sangramento se ocorrer afrouxamento do nó
a bexiga é discutível. Implantes de análagos
cirúrgico 22.
de GnRH parecem ser bem tolerados e um
Ainda, se a abertura da cavidade
abdominal não for suficiente para permitir
tratamento alternativo para a IU, mas são
menos efetivos do que os α adrenérgicos.
uma visualização e ligadura adequada, sem
c) Piometra de coto
tração excessiva dos tecidos, a incisão deve
ser ampliada 08,13.
e a infecção bacteriana da porção do corpo
b) Incontinência urinária (IU)
uterino remanescente de uma OSH prévia.
A IU corresponde a eliminação
involuntária de urina que causa problemas
23
sociais e de higiêne
uma
Essa condição envolve a inflamação
, sendo considerada
complicação
freqüente
Se
um tecido
ovariano
remanescente
também permanece, seguindo a OSH, ciclos
ovarianos,
secreção
de
progesterona,
da
estimulação uterina e inflamação podem
ou
ocorrer. A piometra de coto também pode
. Aderências ou
acontecer devido a uma infecção ascendente,
granuloma do coto uterino que interferem
via vaginal, sem a presença de uma porção
com a função do esfíncter urinário ou
de ovário remanescente 12.
ovariosalpingohisterectomia
ovariectomia em cadelas
desenvolvimento
ureterovaginal
de
podem
15
uma
fístula
d) Tratos fistulosos e granulomas
ocasionalmente
causar incontinência urinária
13
Geralmente estão relacionados ao
. Outra
uso de material de sutura multifilamentar
condição é o peso das cadelas, sendo as mais
não absorvível nas ligaduras do pedículo
predispostas fêmeas acima de 20 kg de peso
ovariano ou corpo do útero, que permite a
corporal 09. Entretanto, a causa mais comum
aderência bacteriana
da IU em cadelas castradas é um mecanismo
descreveu 72 casos de cadelas com
incompetente do esfíncter urinário, uma
complicações relacionadas a tratos fistulosos
condição rara em cadelas não castradas -
quando utilizou fios não absorvíveis, para as
0,2% a 0,3% de acordo com trabalhos
ligaduras
descritos por Johnston et al. (2001) e Spain
associados aos fios de ligadura, são
et al. (2004). A hipótese de que as
facilmente prevenidos com o uso de material
modificações dos níveis das gonadotrofinas
de
13,15,22
ovarianas.
sutura
sintético
. Pearson (1973)
Tratos
fistulosos,
absorvível.
Os
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granulomas de pedículos ovarianos podem
envolver o rim
22
e o ureter proximal
promovendo hidronefrose e pielonefrite
13
hospitalares e com o desenvolvimento de
resistência bacteriana aos medicamentos ³¹.
.
A infecção do sítio cirúrgico (ISC)
Já os granulomas do coto uterino podem
ocorre
com
a
proliferação
de
envolver a bexiga urinária, porção distal dos
microrganismos patogênicos no sítio de
ureteres, ou o cólon induzindo a casos de
incisão, que pode ocorrer na pele e no tecido
incontinência urinária, cistite, polaquiúria e
subcutâneo, nas camadas musculares ou em
obstrução intestinal 13.
órgãos e cavidades, caso sejam expostos
Infecção pós-cirúrgica e a utilização de
durante o procedimento cirúrgico 20.
De acordo com Corsini (2012) o
antibióticos para o controle da infecção.
Desde que sejam mantidos altos
diagnóstico da ISC não pode e não deve ser
padrões de técnicas assépticas, as infecções
realizado
após cirurgias são ocorrências incomuns na
microbiológicos, pois a pele apresenta sua
maioria dos procedimentos. A taxa estimada
microbiota
de infecções de ferida associada à cirurgia
laboratoriais devem trabalhar em conjunto
em pequenos animais é de 5,5%. Quando
com sinais clínicos de inflamação e, ou,
ocorrem infecções, elas podem afetar
infecção, detectáveis ao exame clínico como
seriamente e resultado da cirurgia, em
eritema, aumento da temperatura local ou
particular se houver um implante envolvido.
sistêmica, dor e aumento de volume local,
As infecções são a causa mais comuns de
deiscência de sutura, e presença de exsudato
morbidade
purulento ³².
terapêutica
pós-operatória,
onerosa,
intervenção
apenas
através
fisiológica.
de
Os
testes
dados
hospitalização
Após a realização do diagnóstico, as
prolongada e até mesmo a morte do animal.
ISC devem ser classificadas segundo o plano
O uso profilático de antimicrobianos, em
de
conjunto com altos padrões de técnica
classificação criada pelo Colégio Americano
asséptica, contribuiu para a redução de
de Cirurgiões e adotada pelo CDC. Esta
infecção pós-operatória, mas não substitui o
estratificação é a mais utilizada e divide a
planejamento pré-operatório apropriado, a
ferida infeccionada em três planos: A)
seleção bem feita o caso, a técnica cirúrgica
Infecção incisional superficial, B) Infecção
excelente e os cuidados pós-operatórios
incisional profunda, C) Infecção de órgão ou
adequados.
cavidade ³².
O
uso
inapropriado
e
indiscriminado de antimicrobianos continua
a contribuir com o aumento dos custos
acometimento
de
acordo
com
a
Os fatores de risco relacionados
diretamente
ao
paciente, considerados
757
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determinantes para o desenvolvimento de
tegumentar), é a mais prevalente e de mais
ISC, caracterizam-se como intrínsecos e
difícil prevenção. Enquanto a exógena
extrínsecos. Os primeiros relacionam-se
apresenta microrganismos provenientes do
com o estado geral do paciente, o tipo e a
ambiente hospitalar ³²
gravidade da doença de base, a condição
Em Medicina Veterinária, vários
nutricional, o peso, idade, escore de
fatores têm sido incriminados por facilitarem
avaliação pré anestésica determinado pela
a instalação da infecção hospitalar. O
American Society of Anesthesiologists
prolongamento
(ASA),
pré-
cuidados de terapia intensiva, a falta de
operatória, uso de terapia imunossupressiva,
adesão aos procedimentos de higiene, como
tratamento prévio com antimicrobianos de
a lavagem das mãos e a realização de
amplo espectro, realização de múltiplos
procedimentos invasivos com quebra de
procedimentos durante a mesma anestesia,
protocolos assépticos, é um destes fatores.
trauma
corpos
Outras causas como o tempo do paciente sob
estranhos, drenos, e realização de cirurgia de
anestesia e a duração da cirurgia também
emergência 21.
estão relacionados à infecção, devendo-se
prolongada
tecidual,
hospitalização
presença
de
Já os fatores de risco extrínsecos
relacionam-se ao ambiente hospitalar como
das
hospitalizações,
com isso minimizar o tempo de duração dos
procedimentos cirúrgicos ³³.
os consultórios, os medicamentos, as
A capacidade infectante bacteriana
superfícies, os artigos médico- hospitalares,
de uma ferida depende de um nível crítico de
os
As
contaminação (mais de 105 micróbios por
agressões ao paciente nos procedimentos
grama de tecido). Além disso, nem todos os
invasivos, e a qualidade do cuidado
micróbios são iguais em termo de virulência
dispensado ao paciente pela equipe, também
e patogenicidade. Muitas bactérias têm
são considerados fatores de risco extrínsecos
cápsula espessa que as tornam mais
4
resistentes à fagocitose (Staphylococcus
equipamentos,
dentre
outros.
².
Para
a
maioria
das
infecções
aureus,
Klebsiella
pneumoniae
hospitalares são conhecidas duas fontes de
Streptococcus
contaminação: endógena e exógena. As
exotoxinas citotóxicas que facilitam a
fontes de contaminação endógenas são
habitação dos micróbios dentro dos tecidos
aquelas que apresentam microrganismos
(Clostridium, S, aureus e S. pyogenes). Além
oriundos
disso, a parede celular de bactérias Gram-
da
microbiota
contaminados
do
(digestivo,
respiratório,
dos
próprio
sistemas
organismo
urinário,
negativas
pyogenes)
consiste
em
ou
e
produzem
complexos
de
lipopolissacarídeos e proteínas que as
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protegem da resposta imune do hospedeiro e
predominante na ferida cirúrgica sem
agem como uma barreira, impedindo a
contaminação. Os macrófagos são muitos
penetração dos antimicrobianos na célula.
importantes para o debridamento da ferida,
Ademais, duranteo processo de degradação
favorecendo
bacteriana,
lisossômicas,
os
complexos
de
a
atividade
de
secretando
enzimas
proteases,
lipopolissacarídeos e proteínas formam
produzindo interferons e recrutando células
endotoxinas que podem ativar de forma
mesenquimais para a ferida cirúrgica que se
aberrante o complemento e as vias da
diferenciam em fibroblastos e iniciam o
coagulação, causando disfunção orgânica
processo de reparação ³¹.
sistêmica e imune ³¹.
Johnson
e
Fatores locais da ferida influenciam
Murtaugh
(1997),
a ocorrência ou não de infecções de ferida
afirmaram que os patógenos mais comuns
cirúrgica.
responsáveis por causar ISC em pequenos
sanguíneos, tecidos isquêmicos, bolsas de
animais,
aureus,
líquidos e material estranho prolonga a fase
Staphylococcus spp., E.coli e Pasteurella
inflamatória do processo de cicatrização da
spp., sendo este último gênero normalmente
ferida. Esses fatores também inibem os
encontrado causando infecções em gatos.
mecanismos normais de defesa do corpo e
são
Staphylococcus
A maioria dos animais com o sistema
imune
competente
presença
de
coágulos
subsequentemente reduzem o número de
superar
bactérias necessárias para estabelecer uma
infecções cirúrgicas. A incisão estimula a
infecção. Um único ponto de seda pode
resposta inflamatória normal do hospedeiro,
reduzir o número de S. aureus necessário
começando com um rápido aumento na
para causar infecção por um fator de 105.
permeabilidade capilar do local da cirurgia.
Além
O
um
intracavitários aumenta a probabilidade de
compartimento que é preenchido com o
infecção devido à inibição da fagocitose.
exsudato
do
Minimizar o espaço morto com aposição
plasma sanguíneo como parte da inflamação
anatômica de tecidos e o emprego de drenos
aguda causada pela cirurgia. Os neutrófilos
minimiza a quantidade de acúmulo de
são as primeiras células a surgirem no local
líquidos dentro da cavidade ³¹.
fechamento
da
consegue
A
ferida
seroemorrágico
cria
derivado
disso,
seromas
e
líquidos
cirúrgico e estão presentes em concentrações
As principais fontes de infecção
maiores na ferida do que no sangue 10 horas
hospitalar (IH) na medicina veterinária são:
após a cirurgia ³¹.
cateteres venosos e vesicais, e ferida
pelos
Logo os neutrófilos são substituídos
cirúrgica. A instalação de um cateter
macrófagos,
periférico, como na veia cefálica, para a
como
tipo
celular
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administração de soluções vesicantes e
pode ser realizada com fricção de álcool a
hiperosmolares como a nutrição parenteral
70%, clorexidina alcoólica entre 0,5% a 2%
predispõem a flebites químicas
29
. As
ou PVPI alcoólico a 10%
04
.
flebites químicas e flebite mecânica devida à
Os cateteres intravenosos periféricos
lesão da camada íntima das veias facilitam a
devem ser inspecionados diariamente, sendo
instalação
e
a permanência dos cateteres de teflon até 72h
consequentemente gerando uma flebite
e os de poliuretano até 96h. Cateteres
de
04
infecciosa
microrganismos
. LOBETTI et al. (2002)
instalados em emergência com quebra de
estudaram cães jovens hospitalizados e
técnica asséptica devem ser trocados o mais
cateterizados
por
breve possível. Em pacientes com acesso
parvovirose. Neste estudo, os autores
venoso difícil pode-se manter o cateter até
observaram
que
completar a terapia intravenosa, avaliando
intravenosos
estavam
colonizados
por
trato
gastrointestinal
ou
Adicionalmente, deve-se proteger o sítio de
ambiental, sendo identificados os seguintes
punção com gaze estéril ou membrana
microrganismos:
S
transparente semipermeável. Equipos e
liquefaciens, S marcescens, Acinobacter
extensores também devem ser trocados entre
anitratus, Citrobacter freundii, Klebsiella
72 e 96h. Equipos de hemotransfusão devem
pneumoniae, K. oxytoca, Escherichia coli,
ser trocados após o procedimento 04. Para a
Enterobacter spp. Também, duas espécies
utilização de cateteres centrais ou centrais de
gram positivas foram isoladas, sendo o
inserção
Staphylococcus intermedius e Streptococcus
paramentação completa ³³.
bactérias
do
devido
à
22%
enterite
dos
Serratia
cateteres
odorifera,
rotineiramente, sem troca programada
spp. Os autores descreveram ainda a
periférica
é
necessária
04.
a
As IH do trato urinário decorrentes
presença de resistência desses patógenos a
do
penicilinas,
e
freqüentes. Cães que foram submetidos a
cefalexina. A resistência para a amicacina,
cirurgias de extrusão de disco intervertebral,
enrofloxacino e cloranfenicol é moderada,
sobretudo fêmeas e animais que não podem
enquanto que para a amoxicilina com
deambular podem ser mais susceptíveis a
clavulanato é baixa. As medidas para
infecções
minimizar a IH relacionada a cateter incluem
operatório.
principalmente a prevenção de escoriações
manutenção de cateterismo vesical de
quando se realiza a tricotomia, devendo-se
demora por até três dias, sob condições
esta ser realizada com aparelhos elétricos 24.
assépticas oferecem baixa frequência de
A antissepsia da região a ser puncionada
infecção do trato urinário em cães em
cloxacilina,
eritromicina
cateterismo
do
vesical
também
trato
urinário
Contudo,
a
no
inserção
são
póse
760
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unidade de terapia intensiva
com
BUBENIK
et
al.
24
. De acordo
infecção pode prejudicar muito o resultado
(2007),
da cirurgia 11.
o
prolongamento da permanência do cateter
As mãos constituem a principal via
vesical em cães hospitalizados e o uso
de transmissão de microrganismos durante a
indiscriminado de antimicrobianos elevam
assistência e ainda assim a lavagem das
as taxas de infecção do trato urinário.
mãos é um procedimento que não é
A recomendação para administração
zigorosamente seguido
24
. Em 1846, Ignaz
de antibióticos de forma profilática na
Semmelweis, médico húngaro, reportou a
medicina veterinária se baseia no sistema de
redução no número de mortes maternas por
classificação
National
infecção puerperal após a implantação da
Research Council (Tabela 1) usados em
prática de higienização das mãos em um
seres humanos, que categoriza as feridas
hospital em Viena. Desde então, esse
cirúrgicas com base na extensão da
procedimento tem sido recomendado como
contaminação
medida
de
operatória.
convencionais,
antibióticos
feridas
a
de
do
Em
termos
administração
forma
profilática
de
primária
no
controle
da
disseminação de agentes infecciosos 03.
é
A pele está colonizada por uma
recomendada primariamente para feridas
microbiota transitória. Esta microbiota está
“limpas contaminadas” e “contaminadas
localizada na camada mais superficial da
selecionadas”. Intuitivamente, feridas sujas
pele, o que permite sua fácil remoção pela
requerem a administração de terapêutica de
higienização das mãos com água e sabão. A
antimicrobianos. Entretanto, o uso de
higienização das mãos deve ser padronizada,
antimicrobianos em feridas limas continua a
podendo-se utilizar água e sabão. Quando
ser motivo de controvérsia.
estiver ausente sujidade visível pode-se
Do ponto de vista técnico, a
utilizar
preparação
alcoólica
na
administração de antimicrobianos de forma
concentração de 70% glicerinada ou álcool
profilática não se justifica em procedimentos
gel a 70% e outras soluções antissépticas 03.
cirúrgicos limpos, porque há um baixo nível
As mãos devem ser higienizadas
de contaminação bacteriana durante a
sempre antes e após o contato com o
cirurgia.
paciente, exame físico, remoção de luvas,
A
administração
antimicrobianos
em
profilática
de
procedimentos
contato com fluidos corpóreos, mucosas,
antes
e
após
manipular
dispositivos
prolongados (mais de 90 minutos), naqueles
invasivos, mesmo utilizando luvas; antes e
em que se coloca um implante ou quando a
após cateterismos de modo geral, antes e
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após administrar medicamentos entre outros
03
.
Tabela 1 – Critérios de Classificação de feridas do National Research Council
Classificação
Critérios
Limpa
Atraumática
Inflamação não encontrada
Técnica correta
Sem penetração nos tratos respiratório, alimentar ou geniturinário
Limpa contaminada
Penetração no trato gastrointestinal ou respiratório sem derramamento significativo
Penetração da orofaringe
Penetração vaginal
Penetração do trato geniturinário na ausência de urina infectada
Penetração do trato biliar na ausência de bile infectada
Pequena alteração de técnica
Contaminada
Grande alteração na técnica
Derramamento visível do trato gastrointestinal
Ferimento traumático recente (menos que 4 horas)
Inflamação bacteriana aguda detectada
Suja
Inflamação bacteriana aguda detectada
Transecção de tecidos limpis para conseguir acesso cirúrgico a acúmulo de pus
Ferimento traumático com retenção de tecidos desvitalizado, corpo estranhos, contaminação
fecal e/ou tratamento tardio (mais de 4 horas após o trauma)
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A palavra chave em controle da IH é
a profilaxia, sendo a implantação de
levanta partículas do chão e espalha
organismos patogênicos.
comissões para profilaxia e controle de
Assim, o mais adequado é a limpeza
infecção hospitalar muito útil para a adoção
úmida. Os equipamentos de limpeza de áreas
das estratégias adequadas e vigilância
Para
este
controle
é
24
necessário
.
consideradas críticas, semicríticas e não
o
críticas devem ser separadas 05.
envolvimento de toda a equipe, inclusive do
setor
de
limpeza.
Assim,
veterinário,
deve conhecer
limpeza
hospitalar
o
médico
noções de
infecciosas
zoonoses
emergentes
e
doenças
podem
ser
transmitidas para as pessoas que trabalham
suas
em instituições de assistência à saúde
particularidades) para poder gerenciar e
animal, podendo ser adquirida por contato
prover educação continuada da equipe de
direto, principalmente quando não se adota
limpeza, para que o serviço seja realizado
as normas de proteção universal, como o uso
com eficiência. A realização da limpeza
de equipamentos de proteção individual e a
hospitalar é repleta de singularidades que
lavagem das mãos 24.
devem ser
haver
De acordo com ANVISA (2005) os
treinamento da equipe de limpeza, devendo
materiais perfurantes e cortantes são a causa
ser frisado de que não se trata de uma
de morbidade, afastamento do trabalho e
limpeza doméstica. A equipe de limpeza
grande fator de perigo para os profissionais
deve ainda receber noções de microbiologia,
da saúde. As agulhas, lâminas e vidrarias
uso de equipamento de proteção individual
quebradas podem estar contaminadas com
(EPI); uso adequado de equipamentos; e
agentes
alertados quanto aos cuidados que devem ser
veterinários, os índices de acidentes com
atendidos ao usar os produtos químicos 05.
estes materiais são semelhantes à encontrada
Os
padronizados.
(com
Várias
produtos
Deve
de
patogênicos.
Em
ambientes
limpeza
em enfermagem e técnicos de laboratórios.
frequentemente são utilizados de forma
O reencapamento de agulhas utilizadas não
inadequada, com a diluição inapropriada.
deveria ocorrer, mas num total de 1836
Deste modo, estes autores recomendam que
médicos
estes produtos sejam diluídos por um
Estados Unidos, 1589 afirmaram reencapar
profissional da instituição qualificado
24
.
Outro ponto é em relação ao uso de
vassouras, sendo esta não permitida, pois
veterinários
entrevistados nos
agulhas utilizadas em algum momento ³³.
Na
medicina
veterinária,
a
administração profilática de antimicrobianos
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durante
o
procedimento
é
cuidadosa,
uso
criterioso
claramente aceita como importante medida
prevenção
de
suprimentos
da redução e controle da incidência de
eliminação de espaço morto, aproximação
infecção do sítio cirúrgico
A
objetivo
cirúrgico
11, 25
.
antibioticoprofilaxia
de
alcançar
de
suturas,
sanguíneo,
anatômica dos tecidos e cuidados póstem
o
operatórios adequados .
concentrações
Segundo Whittem et al. (1999), a
antimicrobianas inibitórias, no local da
administração pré-operatória, 30 minutos
incisão, durante todo o procedimento
antes
cirúrgico, a fim de evitar o crescimento de
da
patógenos contaminantes, no momento de
administração
de
uma potencial contaminação da ferida
procedimento,
é
cirúrgica.
sua
efetivamente a taxa de infecção pós-
administração deve ser realizada entre 30 e
operatória em cães submetidos à cirurgia
60 minutos antes da cirurgia 25
ortopédica eletiva. Os resultados obtidos
De
maneira
geral,
cirurgia,
sem
a
necessidade
antibióticos
capaz
de
após
de
o
reduzir
Vários autores apontaram a falta de
neste estudo revelaram que, dos 72 pacientes
padronização da antibioticoprofilaxia e seu
submetidos a cirurgias ortopédicas, 68 (94.4
uso indiscriminado como fatores potenciais
%) receberam antibioticoprofilaxia. Foram
da elevação da incidência de infecção, dos
detectados 12 casos de infecção do sítio
altos custos dos tratamentos, para a
cirúrgico (ISC) nesse grupo, sendo que todos
instituição e proprietários, e do risco
pacientes receberam antibiótico profilático.
crescente do surgimento de resistência
Esse
antimicrobiana às drogas empregadas
11
fato
pode
indicar
que
a
.
antibioticoprofilaxia, por si só, não é o fator
Ainda, a escolha do antimicrobiano a ser
determinante de ocorrência ou não de ISC,
empregado deve ser baseada nos micro-
havendo outras causas a serem pesquisadas.
organismos
que,
Dunning (2007) apontou o uso profilático de
sabidamente, têm maior probabilidade de
antibióticos como um dos fatores para
causar infecção no sítio cirúrgico e que
redução das infecções. Salientou, entretanto,
apresentem padrão de sensibilidade ao
que
antibiótico escolhido 11, 25.
substituir a técnica cirúrgica precisa, o
contaminantes
Dunning (2007) e Siem & Fossum
(2005) indicaram a antibioticoprofilaxia, em
conjunto com altos padrões de técnica
asséptica,
atraumática
manipulação
dos
meticulosa
tecidos,
a
antibioticoprofilaxia
não
deve
planejamento pré-operatório e os cuidados
pós-operatórios 11.
Com base nos resultados obtidos e
e
nas condições da presente pesquisa conclui-
hemostasia
se que a antibioticoprofilaxia, por si só, não
764
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é o fator determinante de ocorrência ou não
Quando
se
rompem
planos
de infecção do sítio cirúrgico, havendo
anatômicos profundos, há edema com
outras causas a serem pesquisadas 06.
flutuação na ferida. O sinal mais comum de
Deiscência de sutura
deiscência
abdominal
é
a
descarga
Uma das complicações mais comuns
serosanguínea pela ferida cirúrgica e, em
da ferida operatória nas cirurgias é a
50% dos casos, a etiologia é a infecção. Pode
deiscência de sutura. A ocorrência de
haver presença de pequena porção do
complicações está intimamente relacionada
epíploo, projetando-se através da sutura ou
com as condições do paciente, tipo de
completa
incisão, técnica de sutura e material
abdominal, resultando em sério traumatismo
utilizado. Idealiza-se o melhor método de
e
fechamento como sendo aquele que mantém
conteúdo abdominal deve ser protegido por
adequada tensão tecidual até que a ferida
compressas úmidas em salina e
cirúrgica esteja completamente cicatrizada, e
bandagem temporária até a intervenção
que permaneça segura mesmo na presença
cirúrgica, que constará de debridamento,
de infecção 18.
remoção de tecidos desvitalizados e sutura
A deiscência da ferida cirúrgica
evisceração
automutilação.
Nessas
do
conteúdo
situações,
o
da ferida 27.
decorre de várias etiologias, como falha
A solução ideal para lavar tecidos é a
mecânica do material de sutura, presença de
de Ringer lactato, a qual deve ser usada em
infecção,
(hipoproteinemia),
grande volume, para diluir e remover as
diminuição na síntese protéica (enfermidade
bactérias, sujidades e fragmentos orgânicos
hepática), aumento na perda de proteína
sem lesionar os tecidos sadios. Na presença
(entero ou glomerulopatia),
fibroplasia
de infecção e necrose, podem ser associados
retardada (altas doses de corticosteróides),
antisépticos, no entanto, o uso tópico desses
aumento na pressão intra-abdominal em
ou de antibiótico solúvel não substitui um
sutura frouxa. Raramente ocorre falha na
adequado debridamento cirúrgico 01.
desnutrição
sutura por enfraquecimento ou necrose das
Essa complicação ocorreu mais em
bordas teciduais, onde elas estão ancoradas.
cães que em gatos e deve estar relacionada à
Os sinais associados com a deiscência
lambedura, devido à serosidade e/ou prurido
dependem da camada rompida
14
. A
local. Como o gato é mais meticuloso quanto
deiscência de feridas pode envolver apenas
à higiene e a ação mecânica da língua é mais
os planos superficiais e, comumente, deve-
abrasiva, pode favorecer a deiscência em
se a uma deficiente técnica operatória ou
todos os planos de sutura 26.
erro do cirurgião.
765
Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 754 – 771, out - dez (2016)
ferimentos da região abdominal (Figuras 1 e
Relato do Caso
Foi atendida, durante a aula da
2). Foi ainda observado que os pontos
Disciplina de Prática Clínica Cirúrgica, na
cirúrgicos
Unidade Hospitalar Veterinaria (UHV) da
indicando que a cirurgia havia sido realizada
Universidade Estadual do Ceara (UECE)
recentemente (Figura 3). Apesar da aparente
uma
de
dor, devido à observação da apatia do
aproximadamente 2 anos de idade, pesando
animal, foi relatado que a ingestão de água e
3,5kg. Durante a anamnese a queixa
alimentos estava normal. Os parâmetros de
principal foi que o animal estaria com ‘leite
temperatura,
pedrado’
de
capilar, hidratação e coloração das mucosas
Ovariosalpingohisterectmia, realizada ao
todos encontravam-se dentro do padrão de
final do período gestacional. Durante o
normalidade.
gata
de
após
nome
uma
Princesa,
cirurgia
ainda
estavam
tempo
de
presentes,
preenchimento
histórico a proprietária relatou que havia
Após a avaliação clinica do animal,
resgatado a gata da rua há cerca de 6 meses
foi realizada a coleta de material da região
enquanto a mesma estava prenhe. Foi dito
abdominal e da região torácica por técnica de
que a gata havia sido vermifugada, porém
Swab estéril para a avaliação microbiológica
não foi vacinada e que tinha contato com os
das feridas.
outros gatos da casa e que tinha acesso à rua.
Após a coleta do material, foi feita
Ao exame clinico, foram observadas
uma sedação do paciente para que fosse
lesões de caráter purulento no abdômen do
realizada a limpeza do local da ferida,
animal, estando inclusive expostas a camada
utilizando soro NaCl 0,9% estéril para a
muscular
tecido
retirada do excesso de material purulento.
necrosado além de uma lesão na região
Posteriormente, foi aplicada pomada a base
torácica, com possível ligação com os
de clorexidina (Furanil)
e
com presença
de
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Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 754 – 771, out - dez (2016)
Figura 1. Extensão da lesão do animal, principalmente em localização abdominal. Pode ser
observada uma pequena lesão na região torácica.
Figura.2 – Lesão localizada em abdômen da gata. Notar o caráter purulento e a extensão do
tecido lesionado. (Fonte: dos autores)
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Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 754 – 771, out - dez (2016)
Figura 3 – Evidenciação do tecido necrosado e da presença dos pontos cirúrgicos próximos ao
local da lesão.
Após a limpeza do local, foi ainda
infecção do sítio cirúrgico é a infecção que
aplicada Enrofloxacina IM, alem de ter sido
atinge tecidos, órgãos e cavidades que
receitado para uso em VO em casa anti-
tiveram
inflamatório não esteroidal (Meloxicam),
procedimento
pomada e spray com base cicatrizante e
manifestar-se após 48 horas da admissão
antimicrobiana (Vetagloss e Kuraderme),
hospitalar ou em 48 horas após a alta da UTI
antibiótico (Enrofloxacina). Cerca de 15 dias
e até o 30º dia depois do procedimento ou
após o inicio do tratamento, a proprietária
um ano se houver uso de prótese.
entrou em contato informando que a feriada
havia
diminuído
consideravelmente
manipulação
durante
cirúrgico,
um
podendo
A gata apresentava 2 anos, não se
de
apresentando no grupo mais suscetível de
tamanho e que o material purulento não
acordo com Trunkey et al. (2000), onde os
existia mais, indicando melhora do quadro
indivíduos muito jovens ou muito velhos
clinico do animal.
apresentam maior incidência de infecção.
De acordo com a ANVISA (2011)
Discussão
A gata do
foi
pode se considerar ainda que a presença de
Hospitalar
secreção purulenta através de drenos não
Veterinária da UECE com lesões advindas
seja necessariamente o único sinal de
de infecção no abdômen, após realizações de
infecção de sitio cirúrgico, de órgão ou
cirurgia
com
cavidade. Sinais clínicos como febre,
Dunning (2007), onde ele afirma que a
hiperemia, dor, calor local, calafrios ou
encaminhada
de
a
OSH,
estudo clínico
Unidade
corroborando
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Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 754 – 771, out - dez (2016)
dados
laboratoriais
como
leucocitose,
Considerações finais
aumento da PCR quantitativa ou VHS
Nesse trabalho foi abordado as
podem sugerir infecção, não se aplicando ao
principais afecções e complicações advinda
presente caso, pois o animal não presenta
de
secreção e seus parâmetros fisiológicos
dando-se uma ênfase maior a condição de
apresentavam-se dentro da normalidade.
infecções pós-cirúrgicas e os possíveis
Na
utilização
da
profilaxia
uma
Ovariosalpingohisterectomia,
problemas que acarreta para a vida do
antimicrobiana em operações cirúrgicas é
animal.
importante que o nível de antimicrobiano
técnicas e procediementos que podem vim
nos tecidos seja mantido durante todo o
diminuir
período transoperatório, não se estendendo
Tricotomia;
por mais que 3 a 6 horas após o
cirúrgico, tanto
procedimento,
um
cirurgião; técnicas menos invasivas, onde há
. A gata
uma exposição menor do sitio cirúrgico; e
teve uma antibióticoterapia pós-operatória
procedimentos pós-cirúrgicos profiláticos,
imediata,
houve
como uma antibioticoterapia preventiva,
processo
tudo buscando um índice de infecções menor
sendo
tolerado
prolongamento de até 24 horas
mas
desencadeamento
mesmo
de
30
assim
um
infeccioso, mostrando que não foi eficaz no
presente caso.
Foram
a
abordadas
ocorrência
antissepsia
de
antes
condições,
infecções.
do
do animal como
ato
do
ou inexistente no período pós-cirúrgico.
O caso relatado no presente trabalho
A cultura do material coletado nas
nos mostrou uma condição comum após uma
regiões das lesões abdominais e torácicas do
cirurgia de OSH, que é a infecção do sitio
animal não houve resultado, pois a amostra
cirúrgico, no caso referido, especificamente
foi insatisfatória. Porém, mesmo sem a
na região abdominal, região que foi
cultura, foi realizada uma terapia no animal,
realizado a incisão cirúrgica, onde o animal
tanto mediata, quanto o tratamento para ser
apresentou uma região caracterizada por
realizado na casa da proprietária. O
uma intensa infecção, mas o seu quadro não
tratamento surgiu efeito, pois o mesmo era
aparentava grandes riscos, onde animal foi
de amplo espectro, sendo eficiente para
medicado e receitado terapia em casa e hoje
bactérias gram-negativa e gram-positivas;
apresenta-se recuperado.
incluindo as mais encontradas na infecção
O objetivo do trabalho foi alcançado,
do sítio cirúrgico citado por Johnson e
onde houve um estudo profundo e coerente
MURTAUGH (1997).
sobre o referido tema, havendo um grande
769
Conceição et al., Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal (v.10, n.4) p. 754 – 771, out - dez (2016)
ganho intelectual para os alunos que o
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uma manutenção adequada de uma cirurgia
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evitar um posterior quadro infeccioso que
possa colocar a vida do animal em risco,
além de demonstrar que a terapia utilizada
para tratar a ferida contaminada surgiu efeito
satisfatório.
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