Para identificar e difundir os riscos inerentes às substâncias químicas, o ICCA desenvolveu o programa Global Product Strategy (GPS – Estratégia Global para Produtos), contribuindo com o Modelo Internacional para o Gerenciamento de Produtos Químicos (SAICM) da ONU. O GPS está associado ao programa Atuação Responsável já citado anteriormente. RELATÓRIO ANUAL E DE SUSTENTABILIDADE 2009 Desafios 20 A análise dos desafios para o desenvolvimento sustentável feita pela Braskem engloba a cadeia produtiva e não apenas suas unidades fabris. Esses desafios estão associados a diversos fatores: periculosidade de produtos químicos, emissões de gases de efeito estufa, intensidade de consumo de água dos processos produtivos, uso de matérias-primas não renováveis (óleo e gás), destino dos resíduos dos plásticos no pós-consumo e fortalecimento da relação com públicos interessados. A análise que segue está focada nos seis pontos mais relevantes. Periculosidade de produtos químicos A imagem dos produtos químicos e até mesmo das empresas que os produzem tem sido associada, de forma generalizada, a fatores negativos e acidentes registrados nas últimas décadas. Entre eles, vazamentos e emissões indevidas de gases e produtos químicos, chuva ácida, redução da camada de ozônio e mudanças climáticas, com possíveis consequências negativas à vida no planeta. São problemas que não podem ser negados. Mas, como contrapartida, há o empenho e os cuidados crescentes da indústria química com aspectos ambientais e de saúde e segurança. Na década de 1990, o setor posicionou-se a respeito por meio do Programa Atuação Responsável, e, nos anos seguintes, a evolução foi significativa. A Braskem aderiu ao programa desde o início (ler Compromissos Voluntários, na página 14). Ainda no contexto da periculosidade de produtos químicos, a diminuição da camada de ozônio foi associada ao uso de alguns gases refrigerantes, os clorofluor­ carbonetos (CFCs), desenvolvidos para substituir a amônia, utilizada em geladeiras, no passado, e responsável por problemas à saúde humana. Quando os CFCs foram desenvolvidos, a consequência à camada de ozônio era desconhecida. Assim que o problema foi identificado e as discussões em torno da camada de ozônio cresceram, o setor químico buscou produtos alternativos, engajou-se no debate e ajudou a estabelecer o Protocolo de Montreal (tratado internacional de 1987, segundo o qual os países signatários se comprometeram a substituir os CFCs). A chuva ácida, outro ponto relevante na pauta do desenvolvimento sustentável, está associada, sobretudo, ao uso de combustíveis fósseis com alto conteúdo de enxofre. O mesmo ocorre com as mudanças climáticas. A contrapartida — o compromisso da indústria química com a redução do consumo de energia gerada a partir de combustíveis fósseis — tem dado resultados. Entre 2001 e 2008, segundo dados da Abiquim – Associação Brasileira da Indústria Química, o consumo de gás natural entre as empresas associadas decresceu de 57,4 kg/t para 44,0 kg/t, e o de óleo combustível e de carvão, de 52,5 kg/t para 23,8 kg/t. A periculosidade de algumas substâncias químicas para a saúde humana e para os ecossistemas é um tema complexo. Em determinadas concentrações, algumas dessas substâncias podem ser asfixiantes, como o cloro, e em outras, essenciais. O mesmo cloro é utilizado, entre outros fins, para tornar potável a água, combatendo doenças causadoras da mortalidade infantil. Dessa maneira, os riscos e os benefícios de uma série de produtos químicos estão postos lado a lado para grande parte das substâncias perigosas. As substâncias cuja utilização não foi considerada amplamente segura foram listadas na Convenção de Estocolmo sobre Poluentes Orgânicos Persistentes (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente / 2001). Entre elas estão alguns organoclorados e pesticidas, proibidos nos países signatários do tratado, entre eles o Brasil. A Braskem utiliza e produz substâncias que, sob certas condições, podem ser perigosas, como o eteno, que é inflamável, e o cloro, que em condições inadequadas é asfixiante. As substâncias produzidas pela Companhia, assim como os riscos a elas associados, estão publicadas nas Fichas de Informações de Substâncias Químicas (FISPQ), no portal www.braskem.com.br. Internamente, a Braskem dispõe do sistema integrado de gerenciamento em Saúde, Segurança e Meio Ambiente, SEMPRE, desenvolvido com o objetivo de minimizar riscos e perdas. (ler Em busca da excelência, na página 61). Para mais informações sobre substâncias químicas e riscos, acesse www.abiquim.org.br. Mudanças climáticas e gases de efeito estufa As mudanças climáticas e o aumento de concentração de gases de efeito estufa vêm sendo debatidos e acompanhados pela Braskem, tanto internamente quanto pela participação em discussões empresariais. Já há suficiente informação e conhecimento decorrentes de estudos científicos consolidados pelo IPCC (International Panel of Climate Change), que permitem identificar a responsabilidade do ser humano na mudança do clima. No Brasil, a contribuição da indústria não chega a 7,8% das emissões totais de gases de efeito estufa, segundo inventário relativo a 2005 e emitido em 2009 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia. Ainda que a indústria não seja a grande emissora em valores relativos, a dimensão do problema exige atenção. O setor químico reduziu em 15% a intensidade das emissões de CO2 entre 2001 e 2007 (dados da Abiquim). O setor coloca-se, também, como parte da solução do problema. Em recente estudo emitido pelo ICCA, preparado pela consultoria McKinsey e verificado pela instituição alemã Öko Institut, que analisou o ciclo de vida de mais de 100 produtos químicos no mundo, chegou-se à conclusão que o uso de produtos plásticos para isolamento térmico, embalagens, nos automóveis, em tecidos sintéticos, tubulações e outras utilizações, contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa na cadeia, na ordem de 2,1 a 2,6 t CO2e (CO2 equivalente) para cada tonelada de CO2e emitida pela indústria química. A Braskem é um emissor de gases de efeito estufa industrial relevante, embora venha reduzindo suas emissões nos últimos três anos. Em 2009, a Companhia emitiu 7,2 milhões de toneladas de CO2e , 15,3% a menos que em 2007. Mas a empresa trabalha alinhada com a Visão 2020, para ser exemplo de organização cuja estratégia está comprometida com uma economia de baixo carbono e ser reconhecida por ações eficazes na aplicação de soluções inovadoras que representem contribuições reais na redução da intensidade de emissões de carbono por produto. Ao longo de 2009, Integrantes da Braskem participaram de reuniões com representantes de empresas de diferentes segmentos e órgãos governamentais, para discutir a questão das mudanças climáticas. A Braskem entende que pode e quer fazer parte da solução desse problema, ajudando a construir novo modelo de desenvolvimento baseado em uma economia de baixas emissões de carbono (CO2). Com esse espírito, Integrantes da Companhia fizeram parte da delegação brasileira na 15a Conferência da ONU para Mudanças Climáticas (COP 15), realizada em dezembro, em Copenhague, Dinamarca, ao lado de representantes de outras empresas da Organização Odebrecht. Os compromissos da Braskem com uma economia de baixo carbono e com as mudanças climáticas estão expressos no manifesto público — É preciso amadurecer para ser verde — publicado em 2009. 21 É preciso amadurecer para ser verde RELATÓRIO ANUAL E DE SUSTENTABILIDADE 2009 Braskem, a empresa líder da indústria química na América Latina, está comprometida, desde sua formação, a atuar de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. 22 Estamos acompanhando e participando das discussões empresariais relativas ao mais importante problema ambiental da atualidade: a mudança climática. Entendemos que já há informação e conhecimento suficientes, decorrentes dos inúmeros estudos científicos e consolidados pelo IPCC (International Panel of Climate Change), que nos permitem afirmar que o ser humano tem contribuído para a mudança do clima. O quarto relatório do IPCC explicita o aumento da temperatura em mais de 0,7o oC desde o início da era industrial e analisa as graves consequências que essa tendência pode trazer para o futuro do planeta e, principalmente, para nós, seres humanos, como escassez de água, aumento de problemas de saúde, fome, entre outros. A possível meta, que está sendo negociada em nível internacional, de manter em no máximo 2 oC o aumento de temperatura, irá demandar que as emissões globais regridam entre 50% e 85% dos níveis de 2000 até 2050. Em função disso, o IPCC recomenda ações urgentes por parte de todos os setores da sociedade. Pela característica dos agentes da mudança, dos gases de efeito estufa e pela amplitude das suas consequências, temos um problema de complexidade econômica, diplomática e social sem precedentes. Os gases se dispersam por toda a atmosfera e, ao mesmo tempo, se acumulam por um bom tempo nela. Ou seja, o que percebemos hoje, seja aqui no Brasil, ou em qualquer outro lugar, é consequência das emissões atuais e históricas de todos os países do mundo. Em outras palavras, estamos todos sofrendo pela forma de desenvolvimento escolhida pelos países industrializados e iremos sofrer mais se essa forma de desenvolvimento não mudar. A situação do Brasil é peculiar. A nossa estratégia de desenvolvimento, baseada muito mais em energia renovável, coloca-nos em uma posição muito positiva. Segundo a Resenha Energética do Ministério de Minas e Energia de 2006, mais de 45% da matriz energética brasileira decorre de energia renovável, enquanto que nos países da OCDE (desenvolvidos) esse número é cerca de 6%. Ou seja, o que precisa ser feito pelos países desenvolvidos, que é limpar sua matriz energética, nós já fizemos. No entanto, o desmatamento e as queimadas são os grandes responsáveis pelas emissões de CO2 no Brasil. No último inventário de emissões de gases de efeito estufa, de 1994, esse item era responsável por cerca de 75% das emissões, e os 25% restantes eram atribuídos ao transporte, geração de energia e aos processos industriais. O controle do desmatamento, que já está na pauta do governo brasileiro, permite-nos reduzir as emissões como país, sem trazer nenhum problema ao nosso crescimento econômico. Essas condições nos permitem fortalecer o papel do Brasil como líder no processo de negociação global para a solução do problema e também nos dão legitimidade para reforçar o conceito das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, estabelecido em Quioto, em que se assume que todos os países têm responsabilidade na questão, porém com intensidade diferenciada, cabendo aos países desenvolvidos assumir o ônus maior. No Brasil, ainda que a indústria não seja a principal emissora, a dimensão do problema merece nossa atenção. No nosso setor, o químico, podemos nos orgulhar de ter reduzido em 15% a intensidade das emissões de CO2 , entre 2001 e 2007. Essa é uma contribuição concreta para minimizar o problema. Tudo isso de forma voluntária, garantindo a obtenção do lucro sustentável, ou seja, aquele que garante os resultados econômicos, mas, ao mesmo tempo, melhora os impactos sociais e ambientais. Na Braskem, consideramo-nos parte da solução do problema. Temos fortalecido o domínio sobre nossas emissões e investido em tecnologia e novos processos e produtos capazes de minimizar as emissões de gases de efeito estufa com um olhar abrangente para nossa cadeia de valor. Desde 2006, estamos conduzindo inventários de emissões, e nosso último relatório anual publicou esses dados. Recentemente, inauguramos uma fábrica de ETBE, um aditivo para gasolina feito a partir de matériaprima renovável, e estamos investindo mais 500 milhões de reais na nossa primeira fábrica de polietileno verde, feito também a partir de matéria-prima renovável, o álcool. Juntas, essas plantas vão contribuir com a redução de mais de 750 mil toneladas de CO2e. Isso é equivalente a 10% das nossas emissões. Essas contribuições também são concretas. Uma nova oportunidade surge para orientar nossos próximos passos, a partir do entendimento do benefício que o uso dos nossos produtos causa para a minimização das emissões de gases de efeito estufa. Em recente relatório do ICCA (Conselho Internacional de Associa- ções da Indústria Química), preparado pela consultoria McKinsey e verificado pela instituição alemã Öko-Institut, que analisou o ciclo de vida de mais de 100 produtos químicos no mundo, chegou-se à conclusão que o uso de produtos plásticos para isolamento térmico, embalagens, nos automóveis, em tecidos sintéticos e em tubulações, por exemplo, contribui para a redução das emissões de gases› de efeito estufa na cadeia na ordem de 2,1 a 2,6 toneladas de CO2e para cada tonelada de CO2e emitida pela indústria química. A Braskem quer ser exemplo de empresa com estratégia comprometida com uma economia de baixo carbono, reconhecida por ações eficazes na aplicação de soluções que representem impactos reais na redução da intensidade de emissões de carbono por produto e em soluções inovadoras. Nossos compromissos: 1. continuar a melhorar a intensidade de nossas emissões de gases de efeito estufa por meio do aumento da eficiência energética e da identificação de novas oportunidades tecnológicas; 2. reforçar a contribuição da Braskem para a redução dos gases de efeito estufa por meio do uso de matérias-primas renováveis; 3. intensificar o desenvolvimento de mercado para produtos que reduzam as emissões de gases de efeito estufa; 4. participar de iniciativas que promovam o conceito de consumo consciente, reforçando o papel da escolha do consumidor como alavancador de mudanças; 5. continuar a publicar nosso inventário de emissões de gases de efeito estufa para dar transparência à nossa evolução; 6. apoiar as discussões sobre mudanças climáticas nos fóruns empresariais, especialmente na Abiquim, e com o governo e a sociedade organizada, de modo a influenciarmos e sermos influenciados nessa interação; 7. apoiar as decisões do governo brasileiro que contribuam para o desenvolvimento sustentável, considerando-o soberano sobre nossas iniciativas. Com isso, entendemos que continuaremos a contribuir de forma concreta para melhorar a qualidade de vida das pessoas no nosso planeta. Consumo de água Segundo o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), 2,4 bilhões de pessoas no mundo viviam, em 2002, em localidades com estresse hídrico (onde o consumo de água humana é maior que 40% das fontes renováveis de água fresca de uma bacia hidrográfica). O cenário para o futuro é mais alarmante. No Global Environment Outlook, emitido em 2002 pelo mesmo programa, esse número será maior em 2032, independentemente do cenário planejado — mesmo no mais otimista, no qual as políticas intergovernamentais atingem seus objetivos e o foco no desenvolvimento sustentável passa a ser amplamente difundido. No Brasil, segundo a Agência Nacional das Águas (ANA), apesar de o país ter mais de 12% da água doce superficial do mundo, com mais de 33 mil m3 de água por habitante / ano, algumas regiões sofrem de estresse hídrico. A média nessas regiões (parte do Nordeste, por exemplo) pode chegar a apenas 500 m3 por habitante / ano. De acordo com esse estudo, a indústria não é o principal consumidor de água. De qualquer forma, é responsável por 18% de toda a água consumida. O consumo da Braskem alcançou 41 milhões de m3 / ano, equivalente a 40 m3 / t de produto, inferior à média da indústria química no mundo, de 27,8 m3 / t (dado do ICCA). Entretanto, o consumo da Braskem equivale ao de mais de 500 mil pessoas, um dado expressivo. Uso de matéria-prima não renovável A nafta, derivada do petróleo, recurso não renovável, é a principal matéria-prima para a cadeia petroquímica, da qual a Braskem faz parte. No entanto, apenas 4% da produção mundial de petróleo destina-se a essa cadeia. Por ser uma questão cada vez mais relevante para a sociedade, a Companhia vem desenvolvendo tecnologias para o uso de matéria-prima renovável. Não apenas por ser renovável, mas também porque a sua utilização contribui para a mitigação das mudanças climáticas. A entrada no setor dos renováveis coloca a Braskem em contato com nova cadeia de suprimentos, a do agronegócio, trazendo desafios, como o uso da terra e questões relacionadas ao respeito aos direitos humanos fundamentais de trabalhadores. Para a Braskem, os cuidados no relacionamento com essa cadeia devem ser negociados com os Fornecedores e explicitados, para que os riscos possam ser adequadamente gerenciados. Em 2009, a empresa iniciou a concepção de um sistema de gestão da cadeia produtiva do etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar, que será implementado e divulgado em 2010. Tratamento de Água no Polo de Triunfo (RS): em 2009, a Braskem ficou entre as dez empresas brasileiras com melhores práticas ligadas ao meio ambiente e à sustentabilidade 23 Pós-consumo do plástico Os produtos da Braskem estão presentes nos diversos tipos de plástico utilizados na vida moderna, dando mais praticidade e leveza a eletrodomésticos e veículos automotores, proporcionando mais qualidade e durabilidade à infraestrutura na construção civil, garantindo a segurança alimentar por meio de embalagens, contribuindo para a preservação da saúde humana nos hospitais, por sua presença em bolsas de sangue e soro, entre tantas outras utilidades. Apesar desses benefícios, questões socioambientais desafiam a cadeia de valor do plástico, cuja imagem está associada ao resíduo sólido urbano, um grave problema ambiental no Brasil. A reciclagem mecânica de plásticos é uma das soluções. Segundo dados do Instituto Socioambiental Plastivida, que a Braskem ajudou a criar em 1994, hoje são reciclados 21% dos resíduos plásticos no Brasil, graças à participação de catadores. Em países como Alemanha, Dinamarca e Suíça, a reciclagem mecânica de plásticos varia de 35% a 40%, e resíduos sólidos são aproveitados para gerar energia. No Brasil, essa energia potencial é desperdiçada. Por entender que pode e deve contribuir para o avanço de aspectos socioambientais em toda a cadeia de valor do plástico, chegando ao pós-consumo, a Braskem participa de projetos como o Recicla Sul, no Rio Grande do Sul (ler Projeto Integrado de Reciclagem — Recicla Sul, na página 57). Uso consciente de sacolas plásticas O Instituto Socioambiental dos Plásticos (Plastivida), do qual a Braskem é uma das empresas associadas, desenvolve, desde 2008, ações para promover a importância das sacolas plásticas — e do plástico em geral — na vida moderna e sua utilização correta. Essa iniciativa, chamada Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, conta com a parceria de outras entidades representativas do setor: o Instituto Nacional do Plástico (INP) e a Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief). Conta, também, com a participação de três dos seis grandes grupos varejistas do Brasil e o apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O presidente do Plastivida, Francisco de Assis Esmeraldo, afirma que é necessário investir na informação e na conscientização dos usuários sobre o descarte correto das sacolas plásticas. “Utilizar esse ou qualquer outro produto de forma consciente significa aplicar os três Rs: reduzir, reutilizar e reciclar.” O programa prevê o treinamento de caixas e atendentes em uma amostra de supermercados e também a mobilização de fabricantes das sacolas plásticas para produzi-las de acordo com a padronização e espessura recomendadas (norma técnica ABNT NBR-14.937). Como empresa associada ao Instituto Plastivida, a Braskem apoia as iniciativas de incentivo ao uso e descarte conscientes das sacolas plásticas. Campanha de reciclagem na Braskem Fortalecendo relações Fortalecer o relacionamento com o público, como Integrantes, Organizações não Governamentais e Fornecedores, é um dos focos da dimensão social do desenvolvimento sustentável. No âmbito social interno das empresas, o grande desafio é manter um ambiente motivador que propicie a realização de seus Integrantes. Entre os componentes que influenciam esse ambiente, estão as condições de saúde e segurança, o espaço para o autodesenvolvimento e a equidade de oportunidades. Nesse contexto, a cultura corporativa da Braskem está baseada em princípios de confiança entre as pessoas e em sua capacidade de desenvolvimento. Mesmo assim, os sistemas de gestão de pessoas da Companhia podem ainda ser aprimorados. No âmbito social externo, o desafio das empresas está cada vez mais associado à sua capacidade de contribuir para o desenvolvimento das comunidades onde operam, sendo a criação de oportunidades para a educação e para a geração de renda forma efetiva de cooperar. Esse é o objetivo dos Investimentos Sociais Privados (ISP). Assim como outras companhias, a Braskem busca orientar os ISPs para beneficiar os públicos-alvo selecionados e gerir os investimentos de forma a vinculá-los ao foco de seus negócios e a não substituir o papel do Estado em ações sociais. Para tal, a empresa deve reforçar cada vez mais os canais de comunicação com as diversas partes interessadas, interna e externamente. Ainda no âmbito social externo, são relevantes os esforços de relacionamento com a cadeia de valor — Fornecedores e Clientes —, sobretudo na dimensão econômica. O desafio é fortalecer o relacionamento nas dimensões social e ambiental. 25 Vitopaper®: novo ciclo de vida para o plástico Relatório Anual Braskem, impresso em papel plástico A Braskem optou, este ano, por imprimir o seu relatório anual em papel plástico, ou papel sintético, confeccionado com plásticos reciclados pós-consumo e aparas industriais. A iniciativa foi precedida por uma campanha interna de reciclagem, realizada em junho, integrando a programação da Semana do Meio Ambiente. “Reciclagem de plástico: este é o nosso papel” foi o tom da campanha. Mais de 50 coletores foram distribuídos nas plantas industriais e na sede da Companhia. O material coletado foi levado à Vitopel, Cliente da Braskem e responsável pela tecnologia do Vitopaper®, nome comercial do papel plástico. O Vitopaper® foi lançado em 2009 e é utilizado na impressão de livros didáticos e infantis, cadernos, mapas, entre outros produtos. Trata-se de um filme flexível de polipropileno biorientado, com características semelhantes às do papel cuchê fosco. “É, porém, cerca de 40% mais leve, resistente e durável. Se molhado, não estraga. Além disso, pode ser novamente reciclado”, explica José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Vitopel. O produto é feito a partir de resíduos plásticos de polietileno, polipropileno (inclusive embalagens metalizadas) e poliestireno limpos, triturados e transformados em filme flexível para impressão. Para cada quilo de Vitopaper® são necessários 850 gramas de plástico reciclado. “O Vitopaper® é mais uma opção de qualidade para o uso do plástico reciclado”, afirma José Ricardo.