TERRA SOb PRESSãO

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mente cerca de 4 milhões de pessoas, pertencentes a grupos
indígenas como os saami, presentes na Noruega, Suécia e
Finlândia, e os inuits, também conhecidos como esquimós,
encontrados principalmente no Alasca e no Canadá.
Procure incentivar os alunos a investigar de que forma o
degelo do Ártico, em razão das mudanças climáticas, mudará o hábitat e a forma de vida desses habitantes.
gimento de buracos na camada de ozônio. Essas informações
podem ser selecionadas a partir da análise do capítulo 3.
Proposta 5
No ano de 1997, foi formalizado na cidade japonesa
de Kyoto um acordo internacional que recebeu o nome de
Protocolo de Kyoto, com a finalidade de reduzir as emissões
dos chamados gases de efeito estufa.
Solicitar aos alunos a análise dos pontos mais polêmicos
desse tratado. Orientá-los para que incluam também a questão do comércio de emissões, explicando como funciona.
Por que muitos estudiosos dizem que constituiu um grande
avanço, mas com eficácia limitada?
Proposta 10
A água é um recurso limitado, e o seu desperdício tem
consequências. Cada setor da economia, cada segmento da
sociedade tem sua parcela de responsabilidade nessa questão
que é fundamental para a sobrevivência das espécies.
A partir dessa reflexão, orientar os alunos a redigir um
artigo de opinião com base no desperdício de água no globo.
É possível desenvolver essa atividade de forma integrada com
Língua Portuguesa e, ao final, selecionar os melhores artigos
e divulgá-los no jornal da escola, no mural da classe ou em
outro meio que valorize a produção textual dos alunos.
Proposta 6
Peça para os alunos ilustrarem com exemplos qual foi a
intenção do autor ao propor o título Terra sob pressão para
o livro. A seguir, em grupos, elaborar painéis com diferentes
tipos de imagens que se relacionem com as projeções futuras, a partir do aquecimento global, que colocou o mundo
em estado de alerta. Ao final, divulgar os painéis na sala de
aula, nos corredores ou em outro local da escola de grande
circulação de alunos.
ATIVIDADES CONCLUSIVAS
Proposta 1
Para este momento de conclusão do trabalho nossa
sugestão é finalizar com a projeção do documentário Uma
verdade inconveniente (Direção: Davis Guggenheim, EUA,
2006. Documentário protagonizado por Al Gore, que alerta
sobre os riscos ambientais decorrentes do aquecimento
global) com a possibilidade de um fórum de debates a partir
de todo o estudo realizado: a leitura do livro, as pesquisas
complementares, as informações do filme.
Orientar alguns alunos para serem os relatores das principais considerações trazidas no fórum. Sintetizar o material e
divulgar da forma que for mais adequada para a comunidade
escolar. Esse momento é importante para trabalhar conceitos
atitudinais com os alunos, pois em um debate temos posicionamentos diferentes, que devem ser respeitados.
Proposta 7
O autor discorre sobre as mudanças climáticas no território brasileiro, destacando o processo de desertificação, em
especial no semiárido nordestino. O processo erosivo agride
estradas, ruas e a cobertura vegetal dos arredores, culminando com a degradação de riachos, rios e nascentes de água.
Nossa sugestão é que você explore junto a seus alunos esse
problema, que é responsável por uma extensa área de solos
imprestáveis para a agricultura.
Se preferir, aproveite a oportunidade para analisar o Projeto
de Transposição do Rio São Francisco, um projeto ambicioso
e polêmico do governo federal que tem como objetivo garantir
água às populações dessa região e também desenvolvimento
agrícola, comercial e industrial do semiárido.
Professor, leia mais sobre o assunto em: www.
moderna.com.br/moderna/didaticos/projeto/2006/1/
rio?cod_origem=em (acesso em julho de 2008).
Proposta 2
Propor aos alunos a elaboração de um projeto que envolva a comunidade escolar e que possa contribuir com um
futuro melhor para todos. Conscientizar a importância da
mudança de atitudes para tornar o planeta mais saudável.
Num momento posterior fazer um levantamento do que é
possível mudar no universo da realidade escolar para viabilizar ações coletivas ou individuais, em que cada um se perceba
como agente de transformação. Exemplos: a reciclagem de
papel, a coleta seletiva de materiais, o projeto carona para
diminuir a quantidade de emissões de poluentes, a economia
de água nos ambientes escolares, como evitar o desperdício de
energia elétrica etc. É importante salientar que essa proposta
deve partir da realidade in loco e da percepção dos alunos em
colocar em prática tudo o que foi estudado.
Proposta 8
Ao analisar os impactos das variações climáticas no
Brasil, o texto aborda os impactos na Amazônia. Para tanto,
recomendamos o filme Amazônia em chamas (Direção: John
Frankenheimer, EUA, 1994, Warner.) como uma opção para
aprofundar e diversificar o enfoque do livro.
Proposta 9
Na região ártica, que se estende ao longo do Alasca,
Groenlândia, Sibéria, Canadá e Escandinávia, vivem atual-
Terra sob pressão
A vida na era do aquecimento global
Sérgio Túlio Caldas
(Jornalista, escritor e roteirista. Como repórter e editor, trabalhou para os principais
meios de comunicação do país, como o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja.
Na televisão, trabalhou na TV Record, onde produziu um documentário sobre a tragédia
ambiental do tsunâmi, na Ásia. Para o Fantástico, da Rede Globo, fez uma série de
reportagens na China e no Paquistão; além de dirigir vários documentários
gravados no Brasil, na Índia e na Ásia Central.)
Orientações pedagógicas
Maria Lúcia de Arruda Aranha
(Formada em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.
Lecionou para o Ensino Médio em escolas da rede pública e particular. Em parceria com
Maria Helena Pires Martins, é autora de Filosofando – Introdução à filosofia e Temas de
filosofia, publicados pela Editora Moderna. É autora também de Filosofia da Educação e
História da Educação e da Pedagogia – Geral e Brasil, pela mesma editora.)
Sugestões de atividades
Maria Luisa Parise
(Pós-graduanda em ensino de Geografia pela PUC-SP. Advogada especialista em
Direito Ambiental pela FMU-SP. Professora de Geografia no Ensino Médio e Fundamental II
da rede particular de ensino de São Paulo. Assessora pedagógica de Geografia.)
A OBRA
Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas intermináveis onde antes havia água em abundância. Enchentes
devastadoras. Extinção de milhares de espécies de animais e
plantas. Incêndios florestais. Derretimento dos polos. E toda a
sorte de desastres naturais que fogem ao controle humano.
Há décadas, pesquisadores alertavam que o planeta
sentiria no futuro o impacto do descuido do homem com o
ambiente. Na virada do milênio, os avisos já não eram mais
necessários – as catástrofes causadas pelo aquecimento
global se tornaram realidades presentes em todos os continentes. Os desafios passaram a ser: adaptar-se à iminência
de novos e mais dramáticos desastres naturais e buscar soluções para amenizar o impacto do fenômeno.
Trabalhar com o tema “aquecimento global” é inteirar-se das mudanças que vêm ocorrendo em nosso planeta,
motivadas por diferentes causas, centrada na ação humana,
em prol do chamado desenvolvimento econômico, de um
modelo de consumo que nos impõe cada vez mais a necessidade de consumir, não se importando com os impactos
ambientais decorrentes desse modelo.
É preciso ler a obra de modo atento, conhecendo e
reconhecendo as dimensões dessa situação: as causas, as
consequências e as propostas de intervenção, a fim de minimizar seus impactos e buscar saídas viáveis para o futuro da
sobrevivência humana.
Sugerimos que estimule seus alunos previamente a pesquisar a evolução física de nosso planeta: a separação dos
continentes, a evolução da vida na Terra, o aparecimento e
desaparecimento de cadeias de montanhas, o surgimento dos
recursos naturais, as mudanças no clima e os períodos de
frio intenso (glaciações), o surgimento do homem e com ele
as grandes transformações que culminam em pleno século
21 com o pedido de socorro da Terra.
4
Enc terra sobre pressao.indd 1
7/15/08 2:53:53 PM
Nesse momento, sensibilize os alunos com as belas
imagens de paisagens terrestres divulgadas pela NASA: o
Estreito de Gibraltar, os Alpes Suíços, o Mar Vermelho, a
Islândia, o Mar Negro, a Terra mergulhada na imensidão da
noite. Enfatize que nosso planeta merece atenção de todos
nós para reverter as ameaças resultantes do aquecimento
global em defesa da vida. Observe as reações e deixe que os
alunos conversem a respeito.
podemos fazer a respeito se referem a alguns pontos que
passaremos a destacar.
Compreensão do texto
Compreender um texto supõe exercitar a disposição de
“ouvir o autor” (anterior à tentação de “polemizar” com
ele); perceber quais as ideias centrais do seu pensamento
e a maneira pela qual argumenta. Nessa fase, é importante
que o professor verifique se o leitor sabe identificar o autor,
a editora, se sabe consultar um sumário, se faz anotações
(como esquemas e fichamentos) durante a leitura, se levanta
as dificuldades de vocabulário e se discrimina os conceitos
fundamentais.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
O suplemento tem a finalidade de auxiliar o trabalho em
sala de aula, dando subsídios para o melhor aproveitamento
do texto. Ainda mais quando se trata de obra de leitura complementar, que visa justamente aprofundar o conhecimento,
ampliar o leque de análises possíveis de determinados temas
e abrir o horizonte dos alunos em múltiplas direções.
Em sintonia com as exigências dos novos tempos, as
atividades propostas não se limitam à simples “devolução”
mecânica do que foi lido, porque o mundo de hoje exige
muito mais do que isso.
De fato, há tempos, os pedagogos advertem sobre a importância de dar condições ao leitor para que ele se aproprie
de um texto de forma adequada e se torne capaz de aplicar os
conhecimentos adquiridos em situações as mais diversas. Mas
o que infelizmente tem sido constatado em pesquisas educacionais realizadas até mesmo por órgãos internacionais é que
nem sempre nossos jovens conseguem ser bons leitores.
Para reverter esse quadro, é preciso considerar que a
simples transmissão de informações não é suficiente, embora com isso não estejamos menosprezando a aprendizagem
dos conteúdos. Estes são importantes, desde que sua apreensão esteja ligada ao desenvolvimento de competências,
ou seja, à capacidade de utilizar, integrar e mobilizar esses
conhecimentos em novos contextos, diante dos problemas e
desafios que precisamos enfrentar, seja no trabalho, seja na
vida pessoal e social.
Em função dos avanços tecnológicos e da constituição de
uma sociedade informatizada, as profissões nascem e se modificam com velocidade surpreendente, e o excesso de informações
disponíveis exige uma educação diferente da tradicional.
Dizendo de outro modo, no mundo do trabalho precisamos de pessoas que tenham flexibilidade para enfrentar
rapidamente situações novas, com capacidade inventiva e
espírito de grupo. Diante da avalanche de informações, que
elas sejam críticas o suficiente para selecioná-las e avaliá-las. Diante dos riscos de massificação, que possam manter
a autonomia do pensar e do agir.
É verdade que o desafio é grande e exige mudanças de
comportamento nas mais diversas áreas de atuação. No
que se refere ao nosso espaço de leitura, as reflexões que
Interpretação e análise crítica do texto
A interpretação e a crítica revelam dois momentos posteriores à compreensão. Nessa fase começa-se a “ler nas
entrelinhas”, a identificar as posições do autor, os valores
subjacentes, a coerência da exposição, o que significa estabelecer um diálogo com o autor, concordando ou não com
algumas argumentações desenvolvidas, antepondo a elas as
suas próprias visões de mundo.
2
Enc terra sobre pressao.indd 2
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
polêmicos de cada assunto etc. Os capítulos devem ser lidos
em casa, para que essa primeira impressão possibilite uma
análise mais apurada em sala de aula. Você poderá, então,
conduzir um debate, visando não somente reconhecer as
principais características de cada conteúdo abordado, como
também estimular nos alunos o gosto e a curiosidade pela
leitura temática.
Apresentamos algumas sugestões de atividades, lembrando que poderão ser aproveitadas de diversas maneiras,
seja para seu uso integral, seja selecionadas segundo o tempo disponível e as características dos alunos. O professor
poderá ainda inspirar-se nelas para elaborar outras propostas, de acordo com as necessidades de sua comunidade.
Independentemente do tipo de questão sugerida, poderão ser escolhidas as que demandam análises simples ou
solicitar até propostas mais complexas, reflexivas, que se
relacionam com procedimentos atitudinais ou até mesmo
o desenvolvimento de projetos pedagógicos envolvendo
vários componentes curriculares. O esforço da elaboração
pessoal das próprias ideias é fundamental para a autonomia
do pensar.
Quando necessário, algumas questões são acompanhadas de esclarecimentos cuja intenção é oferecer pistas que
ampliem o trabalho de pesquisa dos alunos.
É importante destacar que, ao lado do trabalho individual, devem ser estimulados os debates, o confronto de
opiniões, as atividades em equipe: esse ainda é um exercício
de pluralismo, tão essencial à democracia.
Problematização
O MOMENTO DA SENSIBILIZAÇÃO: O
PRIMEIRO CONTATO COM O LIVRO
A problematização é uma espécie de coroamento do
trabalho intelectual de decifração de um texto. Nessa fase é
importante a contextualização, pela qual as informações e os
conceitos são confrontados com nossa experiência de vida,
com os problemas a serem enfrentados, identificando as ressonâncias provocadas pela leitura, vivificando-as, por assim
dizer. De nada adianta acumular conhecimentos se estes não
nos servirem para nosso cotidiano. Só assim poderemos dar
significados ao mundo e à nossa própria realidade.
Recomendamos o manuseio das páginas de abertura dos
capítulos da obra para propor uma reflexão de alguns aspectos relacionados com o aquecimento global. Problematizar o
uso da imagem, para que os leitores sejam sujeitos do olhar,
investigando as relações entre essas imagens e o fenômeno
do aquecimento global.
Acompanhe com os alunos a análise por meio de exposição oral dessas imagens:
Interdisciplinaridade
O MOMENTO DA LEITURA DO LIVRO
A interdisciplinaridade é a tentativa de superar a compartimentalização das disciplinas, integrando os conhecimentos
esparsos em uma visão holística, global. De fato, se no
mundo contemporâneo até as ciências rompem fronteiras
com a criação das chamadas ciências híbridas, também os
estudantes precisam ampliar o olhar além dos enfoques
precisos de uma determinada disciplina, descobrindo a complementaridade entre as áreas do saber.
Evidentemente, a ordem pela qual expusemos esses
diversos passos é apenas didática, cabendo ao leitor não desprezar essas etapas, mas exercitá-las sempre que possível. É
dentro desse espírito que sugerimos as questões seguintes.
Após essa sensibilização, acreditamos que os alunos se
encontrem curiosos a respeito do assunto. Assim, sugerimos
que a leitura da obra seja ativamente trabalhada pelos próprios alunos. Você poderá dividir a sala em grupos, de modo
que cada um fique responsável por um capítulo, cabendo a
cada grupo analisar os textos em sala de aula.
Os grupos devem ler atentamente o texto, reconhecer os
dados mais importantes de cada capítulo e organizá-los de
maneira clara e objetiva, expondo-os, depois, em sala para
que os colegas se apropriem do conteúdo. Eles podem, também, indicar quais trechos os colegas devem grifar no texto,
chamar a atenção para as curiosidades, destacar os aspectos
O MOMENTO POSTERIOR
À LEITURA DO LIVRO
Proposta 1
Apoiados por pesquisas realizadas nas mais diversas
regiões de todos os continentes, os cientistas afirmam que o
aumento da temperatura já põe em risco a vida no planeta, e
está dando sinais de ameaça em ambientes frágeis como as
florestas e os corais.
Os alunos devem analisar os principais responsáveis pelo
aquecimento global e exemplificar mudanças que já estão
ocorrendo em algumas regiões do globo por conta desse
fenômeno.
Proposta 2
O efeito estufa é um fenômeno natural que criou as
condições necessárias para o surgimento da vida na Terra.
Ele é responsável por manter o planeta aquecido nos limites
necessários para a manutenção dos seres vivos.
Orientar os alunos no sentido de produzir esquemas
representando o efeito estufa, como fenômeno natural, e o
seu agravamento, a partir dos excessos de gás carbônico,
em especial.
Proposta 3
Das florestas originais do planeta, 80% já foram destruídas. No passado, o Brasil viu quase desaparecer uma de
suas grandes riquezas naturais: a Mata Atlântica. Nos dias
atuais, o mesmo vem acontecendo com a Amazônia, a maior
floresta tropical do planeta.
Solicitar aos alunos um levantamento de reportagens
que tratem das agressões pelas quais vem passando essa
floresta. Focar a discussão nos inúmeros interesses de naturezas diferenciadas que estão em jogo quando o assunto é
desmatamento.
Proposta 4
Em grupos, peça aos alunos que imaginem terem sido
escolhidos para criar o símbolo de uma campanha de conscientização ecológica sobre a importância da camada de ozônio.
Além do símbolo, criar um slogan para a campanha. Para
complementar o trabalho, acrescentar informações sobre o sur-
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7/15/08 2:53:54 PM
Nesse momento, sensibilize os alunos com as belas
imagens de paisagens terrestres divulgadas pela NASA: o
Estreito de Gibraltar, os Alpes Suíços, o Mar Vermelho, a
Islândia, o Mar Negro, a Terra mergulhada na imensidão da
noite. Enfatize que nosso planeta merece atenção de todos
nós para reverter as ameaças resultantes do aquecimento
global em defesa da vida. Observe as reações e deixe que os
alunos conversem a respeito.
podemos fazer a respeito se referem a alguns pontos que
passaremos a destacar.
Compreensão do texto
Compreender um texto supõe exercitar a disposição de
“ouvir o autor” (anterior à tentação de “polemizar” com
ele); perceber quais as ideias centrais do seu pensamento
e a maneira pela qual argumenta. Nessa fase, é importante
que o professor verifique se o leitor sabe identificar o autor,
a editora, se sabe consultar um sumário, se faz anotações
(como esquemas e fichamentos) durante a leitura, se levanta
as dificuldades de vocabulário e se discrimina os conceitos
fundamentais.
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
O suplemento tem a finalidade de auxiliar o trabalho em
sala de aula, dando subsídios para o melhor aproveitamento
do texto. Ainda mais quando se trata de obra de leitura complementar, que visa justamente aprofundar o conhecimento,
ampliar o leque de análises possíveis de determinados temas
e abrir o horizonte dos alunos em múltiplas direções.
Em sintonia com as exigências dos novos tempos, as
atividades propostas não se limitam à simples “devolução”
mecânica do que foi lido, porque o mundo de hoje exige
muito mais do que isso.
De fato, há tempos, os pedagogos advertem sobre a importância de dar condições ao leitor para que ele se aproprie
de um texto de forma adequada e se torne capaz de aplicar os
conhecimentos adquiridos em situações as mais diversas. Mas
o que infelizmente tem sido constatado em pesquisas educacionais realizadas até mesmo por órgãos internacionais é que
nem sempre nossos jovens conseguem ser bons leitores.
Para reverter esse quadro, é preciso considerar que a
simples transmissão de informações não é suficiente, embora com isso não estejamos menosprezando a aprendizagem
dos conteúdos. Estes são importantes, desde que sua apreensão esteja ligada ao desenvolvimento de competências,
ou seja, à capacidade de utilizar, integrar e mobilizar esses
conhecimentos em novos contextos, diante dos problemas e
desafios que precisamos enfrentar, seja no trabalho, seja na
vida pessoal e social.
Em função dos avanços tecnológicos e da constituição de
uma sociedade informatizada, as profissões nascem e se modificam com velocidade surpreendente, e o excesso de informações
disponíveis exige uma educação diferente da tradicional.
Dizendo de outro modo, no mundo do trabalho precisamos de pessoas que tenham flexibilidade para enfrentar
rapidamente situações novas, com capacidade inventiva e
espírito de grupo. Diante da avalanche de informações, que
elas sejam críticas o suficiente para selecioná-las e avaliá-las. Diante dos riscos de massificação, que possam manter
a autonomia do pensar e do agir.
É verdade que o desafio é grande e exige mudanças de
comportamento nas mais diversas áreas de atuação. No
que se refere ao nosso espaço de leitura, as reflexões que
Interpretação e análise crítica do texto
A interpretação e a crítica revelam dois momentos posteriores à compreensão. Nessa fase começa-se a “ler nas
entrelinhas”, a identificar as posições do autor, os valores
subjacentes, a coerência da exposição, o que significa estabelecer um diálogo com o autor, concordando ou não com
algumas argumentações desenvolvidas, antepondo a elas as
suas próprias visões de mundo.
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SUGESTÕES DE ATIVIDADES
polêmicos de cada assunto etc. Os capítulos devem ser lidos
em casa, para que essa primeira impressão possibilite uma
análise mais apurada em sala de aula. Você poderá, então,
conduzir um debate, visando não somente reconhecer as
principais características de cada conteúdo abordado, como
também estimular nos alunos o gosto e a curiosidade pela
leitura temática.
Apresentamos algumas sugestões de atividades, lembrando que poderão ser aproveitadas de diversas maneiras,
seja para seu uso integral, seja selecionadas segundo o tempo disponível e as características dos alunos. O professor
poderá ainda inspirar-se nelas para elaborar outras propostas, de acordo com as necessidades de sua comunidade.
Independentemente do tipo de questão sugerida, poderão ser escolhidas as que demandam análises simples ou
solicitar até propostas mais complexas, reflexivas, que se
relacionam com procedimentos atitudinais ou até mesmo
o desenvolvimento de projetos pedagógicos envolvendo
vários componentes curriculares. O esforço da elaboração
pessoal das próprias ideias é fundamental para a autonomia
do pensar.
Quando necessário, algumas questões são acompanhadas de esclarecimentos cuja intenção é oferecer pistas que
ampliem o trabalho de pesquisa dos alunos.
É importante destacar que, ao lado do trabalho individual, devem ser estimulados os debates, o confronto de
opiniões, as atividades em equipe: esse ainda é um exercício
de pluralismo, tão essencial à democracia.
Problematização
O MOMENTO DA SENSIBILIZAÇÃO: O
PRIMEIRO CONTATO COM O LIVRO
A problematização é uma espécie de coroamento do
trabalho intelectual de decifração de um texto. Nessa fase é
importante a contextualização, pela qual as informações e os
conceitos são confrontados com nossa experiência de vida,
com os problemas a serem enfrentados, identificando as ressonâncias provocadas pela leitura, vivificando-as, por assim
dizer. De nada adianta acumular conhecimentos se estes não
nos servirem para nosso cotidiano. Só assim poderemos dar
significados ao mundo e à nossa própria realidade.
Recomendamos o manuseio das páginas de abertura dos
capítulos da obra para propor uma reflexão de alguns aspectos relacionados com o aquecimento global. Problematizar o
uso da imagem, para que os leitores sejam sujeitos do olhar,
investigando as relações entre essas imagens e o fenômeno
do aquecimento global.
Acompanhe com os alunos a análise por meio de exposição oral dessas imagens:
Interdisciplinaridade
O MOMENTO DA LEITURA DO LIVRO
A interdisciplinaridade é a tentativa de superar a compartimentalização das disciplinas, integrando os conhecimentos
esparsos em uma visão holística, global. De fato, se no
mundo contemporâneo até as ciências rompem fronteiras
com a criação das chamadas ciências híbridas, também os
estudantes precisam ampliar o olhar além dos enfoques
precisos de uma determinada disciplina, descobrindo a complementaridade entre as áreas do saber.
Evidentemente, a ordem pela qual expusemos esses
diversos passos é apenas didática, cabendo ao leitor não desprezar essas etapas, mas exercitá-las sempre que possível. É
dentro desse espírito que sugerimos as questões seguintes.
Após essa sensibilização, acreditamos que os alunos se
encontrem curiosos a respeito do assunto. Assim, sugerimos
que a leitura da obra seja ativamente trabalhada pelos próprios alunos. Você poderá dividir a sala em grupos, de modo
que cada um fique responsável por um capítulo, cabendo a
cada grupo analisar os textos em sala de aula.
Os grupos devem ler atentamente o texto, reconhecer os
dados mais importantes de cada capítulo e organizá-los de
maneira clara e objetiva, expondo-os, depois, em sala para
que os colegas se apropriem do conteúdo. Eles podem, também, indicar quais trechos os colegas devem grifar no texto,
chamar a atenção para as curiosidades, destacar os aspectos
O MOMENTO POSTERIOR
À LEITURA DO LIVRO
Proposta 1
Apoiados por pesquisas realizadas nas mais diversas
regiões de todos os continentes, os cientistas afirmam que o
aumento da temperatura já põe em risco a vida no planeta, e
está dando sinais de ameaça em ambientes frágeis como as
florestas e os corais.
Os alunos devem analisar os principais responsáveis pelo
aquecimento global e exemplificar mudanças que já estão
ocorrendo em algumas regiões do globo por conta desse
fenômeno.
Proposta 2
O efeito estufa é um fenômeno natural que criou as
condições necessárias para o surgimento da vida na Terra.
Ele é responsável por manter o planeta aquecido nos limites
necessários para a manutenção dos seres vivos.
Orientar os alunos no sentido de produzir esquemas
representando o efeito estufa, como fenômeno natural, e o
seu agravamento, a partir dos excessos de gás carbônico,
em especial.
Proposta 3
Das florestas originais do planeta, 80% já foram destruídas. No passado, o Brasil viu quase desaparecer uma de
suas grandes riquezas naturais: a Mata Atlântica. Nos dias
atuais, o mesmo vem acontecendo com a Amazônia, a maior
floresta tropical do planeta.
Solicitar aos alunos um levantamento de reportagens
que tratem das agressões pelas quais vem passando essa
floresta. Focar a discussão nos inúmeros interesses de naturezas diferenciadas que estão em jogo quando o assunto é
desmatamento.
Proposta 4
Em grupos, peça aos alunos que imaginem terem sido
escolhidos para criar o símbolo de uma campanha de conscientização ecológica sobre a importância da camada de ozônio.
Além do símbolo, criar um slogan para a campanha. Para
complementar o trabalho, acrescentar informações sobre o sur-
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mente cerca de 4 milhões de pessoas, pertencentes a grupos
indígenas como os saami, presentes na Noruega, Suécia e
Finlândia, e os inuits, também conhecidos como esquimós,
encontrados principalmente no Alasca e no Canadá.
Procure incentivar os alunos a investigar de que forma o
degelo do Ártico, em razão das mudanças climáticas, mudará o hábitat e a forma de vida desses habitantes.
gimento de buracos na camada de ozônio. Essas informações
podem ser selecionadas a partir da análise do capítulo 3.
Proposta 5
No ano de 1997, foi formalizado na cidade japonesa
de Kyoto um acordo internacional que recebeu o nome de
Protocolo de Kyoto, com a finalidade de reduzir as emissões
dos chamados gases de efeito estufa.
Solicitar aos alunos a análise dos pontos mais polêmicos
desse tratado. Orientá-los para que incluam também a questão do comércio de emissões, explicando como funciona.
Por que muitos estudiosos dizem que constituiu um grande
avanço, mas com eficácia limitada?
Proposta 10
A água é um recurso limitado, e o seu desperdício tem
consequências. Cada setor da economia, cada segmento da
sociedade tem sua parcela de responsabilidade nessa questão
que é fundamental para a sobrevivência das espécies.
A partir dessa reflexão, orientar os alunos a redigir um
artigo de opinião com base no desperdício de água no globo.
É possível desenvolver essa atividade de forma integrada com
Língua Portuguesa e, ao final, selecionar os melhores artigos
e divulgá-los no jornal da escola, no mural da classe ou em
outro meio que valorize a produção textual dos alunos.
Proposta 6
Peça para os alunos ilustrarem com exemplos qual foi a
intenção do autor ao propor o título Terra sob pressão para
o livro. A seguir, em grupos, elaborar painéis com diferentes
tipos de imagens que se relacionem com as projeções futuras, a partir do aquecimento global, que colocou o mundo
em estado de alerta. Ao final, divulgar os painéis na sala de
aula, nos corredores ou em outro local da escola de grande
circulação de alunos.
ATIVIDADES CONCLUSIVAS
Proposta 1
Para este momento de conclusão do trabalho nossa
sugestão é finalizar com a projeção do documentário Uma
verdade inconveniente (Direção: Davis Guggenheim, EUA,
2006. Documentário protagonizado por Al Gore, que alerta
sobre os riscos ambientais decorrentes do aquecimento
global) com a possibilidade de um fórum de debates a partir
de todo o estudo realizado: a leitura do livro, as pesquisas
complementares, as informações do filme.
Orientar alguns alunos para serem os relatores das principais considerações trazidas no fórum. Sintetizar o material e
divulgar da forma que for mais adequada para a comunidade
escolar. Esse momento é importante para trabalhar conceitos
atitudinais com os alunos, pois em um debate temos posicionamentos diferentes, que devem ser respeitados.
Proposta 7
O autor discorre sobre as mudanças climáticas no território brasileiro, destacando o processo de desertificação, em
especial no semiárido nordestino. O processo erosivo agride
estradas, ruas e a cobertura vegetal dos arredores, culminando com a degradação de riachos, rios e nascentes de água.
Nossa sugestão é que você explore junto a seus alunos esse
problema, que é responsável por uma extensa área de solos
imprestáveis para a agricultura.
Se preferir, aproveite a oportunidade para analisar o Projeto
de Transposição do Rio São Francisco, um projeto ambicioso
e polêmico do governo federal que tem como objetivo garantir
água às populações dessa região e também desenvolvimento
agrícola, comercial e industrial do semiárido.
Professor, leia mais sobre o assunto em: www.
moderna.com.br/moderna/didaticos/projeto/2006/1/
rio?cod_origem=em (acesso em julho de 2008).
Proposta 2
Propor aos alunos a elaboração de um projeto que envolva a comunidade escolar e que possa contribuir com um
futuro melhor para todos. Conscientizar a importância da
mudança de atitudes para tornar o planeta mais saudável.
Num momento posterior fazer um levantamento do que é
possível mudar no universo da realidade escolar para viabilizar ações coletivas ou individuais, em que cada um se perceba
como agente de transformação. Exemplos: a reciclagem de
papel, a coleta seletiva de materiais, o projeto carona para
diminuir a quantidade de emissões de poluentes, a economia
de água nos ambientes escolares, como evitar o desperdício de
energia elétrica etc. É importante salientar que essa proposta
deve partir da realidade in loco e da percepção dos alunos em
colocar em prática tudo o que foi estudado.
Proposta 8
Ao analisar os impactos das variações climáticas no
Brasil, o texto aborda os impactos na Amazônia. Para tanto,
recomendamos o filme Amazônia em chamas (Direção: John
Frankenheimer, EUA, 1994, Warner.) como uma opção para
aprofundar e diversificar o enfoque do livro.
Proposta 9
Na região ártica, que se estende ao longo do Alasca,
Groenlândia, Sibéria, Canadá e Escandinávia, vivem atual-
Terra sob pressão
A vida na era do aquecimento global
Sérgio Túlio Caldas
(Jornalista, escritor e roteirista. Como repórter e editor, trabalhou para os principais
meios de comunicação do país, como o jornal O Estado de S. Paulo e a revista Veja.
Na televisão, trabalhou na TV Record, onde produziu um documentário sobre a tragédia
ambiental do tsunâmi, na Ásia. Para o Fantástico, da Rede Globo, fez uma série de
reportagens na China e no Paquistão; além de dirigir vários documentários
gravados no Brasil, na Índia e na Ásia Central.)
Orientações pedagógicas
Maria Lúcia de Arruda Aranha
(Formada em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP.
Lecionou para o Ensino Médio em escolas da rede pública e particular. Em parceria com
Maria Helena Pires Martins, é autora de Filosofando – Introdução à filosofia e Temas de
filosofia, publicados pela Editora Moderna. É autora também de Filosofia da Educação e
História da Educação e da Pedagogia – Geral e Brasil, pela mesma editora.)
Sugestões de atividades
Maria Luisa Parise
(Pós-graduanda em ensino de Geografia pela PUC-SP. Advogada especialista em
Direito Ambiental pela FMU-SP. Professora de Geografia no Ensino Médio e Fundamental II
da rede particular de ensino de São Paulo. Assessora pedagógica de Geografia.)
A OBRA
Ondas de calor inéditas. Furacões avassaladores. Secas intermináveis onde antes havia água em abundância. Enchentes
devastadoras. Extinção de milhares de espécies de animais e
plantas. Incêndios florestais. Derretimento dos polos. E toda a
sorte de desastres naturais que fogem ao controle humano.
Há décadas, pesquisadores alertavam que o planeta
sentiria no futuro o impacto do descuido do homem com o
ambiente. Na virada do milênio, os avisos já não eram mais
necessários – as catástrofes causadas pelo aquecimento
global se tornaram realidades presentes em todos os continentes. Os desafios passaram a ser: adaptar-se à iminência
de novos e mais dramáticos desastres naturais e buscar soluções para amenizar o impacto do fenômeno.
Trabalhar com o tema “aquecimento global” é inteirar-se das mudanças que vêm ocorrendo em nosso planeta,
motivadas por diferentes causas, centrada na ação humana,
em prol do chamado desenvolvimento econômico, de um
modelo de consumo que nos impõe cada vez mais a necessidade de consumir, não se importando com os impactos
ambientais decorrentes desse modelo.
É preciso ler a obra de modo atento, conhecendo e
reconhecendo as dimensões dessa situação: as causas, as
consequências e as propostas de intervenção, a fim de minimizar seus impactos e buscar saídas viáveis para o futuro da
sobrevivência humana.
Sugerimos que estimule seus alunos previamente a pesquisar a evolução física de nosso planeta: a separação dos
continentes, a evolução da vida na Terra, o aparecimento e
desaparecimento de cadeias de montanhas, o surgimento dos
recursos naturais, as mudanças no clima e os períodos de
frio intenso (glaciações), o surgimento do homem e com ele
as grandes transformações que culminam em pleno século
21 com o pedido de socorro da Terra.
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