introdução - Editora Contexto

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INTRODUÇÃO
H
á um grande receio quanto a lesões que
aparecem em regiões genitais. Ao observar
qualquer úlcera, corrimento, nódulo ou
verruga, a pergunta que primeiro nos vem
à mente é: “Essa lesão é uma doença transmitida pelo
sexo?” Talvez sim, talvez não. Nem tudo que aparece
como lesão nos genitais é realmente transmitido pelo
ato sexual, alguns problemas mais banais podem motivála. Assim, é interessante que se tenha noção, mesmo
que superficial, das possíveis doenças que realmente
estão relacionadas à prática sexual, principalmente para
impedir uma provável propagação para outras pessoas,
além das complicações que podem ocorrer em casos
indevidamente identificados e tratados.
Não é de hoje que se conhece a existência de doenças associadas à atividade sexual. Desde a Antigüidade há relatos de doenças consideradas “venéreas”,
de cujas complicações muitos homens e mulheres padeceram. Com o passar dos séculos e o advento de
diversas formas de pesquisa, principalmente da microscopia, foram identificados microorganismos que se
associavam a tais lesões. Assim, atualmente classificase esse conjunto de manifestações e doenças, estreitamente ligadas às relações sexuais, como doenças sexualmente transmissíveis, as DST.
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A Oficina Sanitária Pan-Americana considera que as
DST são um grupo de doenças endêmicas (próprias de
uma determinada região) que se expressam de forma
variada. Incluem as doenças venéreas clássicas, tais como
sífilis, gonorréia, linfogranuloma venéreo, cancro mole,
condiloma acuminado e donovanose, e outras, como
uretrites não-gonocócicas, herpes genital, trichomoníase,
hepatite B, síndrome da imunodeficiência adquirida
(AIDS), etc.
Devido ao grande número de manifestações que
podem estar associadas ao ato sexual, foi sugerido
classificá-las como: essencialmente transmitidas por
contágio sexual, ou seja, a via sexual é sua forma de
propagação (sífilis, gonorréia, cancróide, linfogranuloma
venéreo); freqüentemente transmitidas por contágio
sexual, mas essa não seria sua forma exclusiva de
transmissão (donovanose, uretrite não-gonocócica,
herpes simples genital, lesões HPV induzidas, hepatite
tipo B, AIDS), e eventualmente transmitidas por contágio
sexual, pois a transmissão por sexo não é primordial
para que ocorra a doença (molusco contagioso, pediculose, escabiose, candidíase).
Como podemos observar, são muitas as DST que
podem ocorrer, mas algumas são bem mais comuns.
Independentemente de que grupos façam parte, as mais
freqüentes em nossos dias são as associadas a HPV
(Papilomavírus
humano),
Chlamydia
trachomatis,
Neisseriae gonorrhoea, HSV (vírus do herpes simples),
HIV (vírus da imunodeficiência humana), Trichomonas
vaginalis e HBV (vírus da hepatite B). Com o advento
da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida) na
década de 80, muitas situações consideradas controladas
voltaram a se manifestar de forma intensa e com
características diferentes das até então observadas,
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inclusive as DST, o que torna difícil uma classificação
simplista desse rol de patologias.
O estudo dessas doenças é complexo, e a simplificação
do seu conhecimento a seu respeito é, por vezes, difícil
pela grande quantidade de informações que a cada dia se
tem sobre muitas delas. No entanto, tentaremos, a seguir,
enfocá-las em uma abordagem prática, analisando principalmente aquelas que ocorrem mais freqüentemente, não
esquecendo a importância da prevenção.
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