- Sessão 1: Aspectos da Reforma de Amarna. Coordenação: Prof ª. Mª. Liliana Cristina Coelho. Amarna: Monoteísmo ou Monolatria Extremada? Uma breve análise acerca das teorias envolvendo o divino durante o reinado do faraó Akhenaton (1353 - 1335 a.C.) Prof ª. Mª. Gisela Chapot (GEEMaat/CEIA-UFF) Resumo: A maior polêmica envolvendo o estudo da religião egípcia antiga repousa sobre o período conhecido na Egiptologia como a reforma de Amarna (1353 – 1335 a.C.), segundo a cronologia baixa hoje preferida. Teria Amenhotep IV/Akhenaton, o faraó responsável pelo episódio amarninano, implantado o monoteísmo durante seu curto reinado? Apresentaremos, nesta comunicação, algumas das teorias mais significativas que sustentam a posição favorável ao culto do deus único no Egito, bem como outras radicalmente opostas ao monoteísmo, as quais defendem uma tese monolátrica - concebida aqui como a concentração de uma pessoa ou tendência religiosa em um único deus, num contexto politeísta não negado. Palavras-chave: Reforma de Amarna; Monoteísmo; Monolatria Cidade e projeto urbano no Egito antigo: o exemplo de Akhetaton Prof ª. Mª. Liliane Cristina Coelho (GEEMaat/CEIA-UFF) Resumo: No quinto ano de seu reinado, Akhenaton iniciou a construção de uma nova cidade, cujo projeto ideológico registrou em estelas que demarcavam o local escolhido para este assentamento urbano. Com base em tais documentos, é possível levantar as estruturas iniciais da cidade, bem como compará-las com aquelas localizadas por meio de escavações arqueológicas levadas a cabo na região, sendo este um dos objetivos propostos em meu projeto de doutorado. Nesta comunicação, partirei de uma tradução inicial das estelas de fronteira erigidas no ano 5 de Akhenaton, bem como da planta da cidade elaborada no início da década de 1990 por Barry Kemp e Salvatore Garfi, buscando estabelecer a localização e a inter-relação existente entre as primeiras estruturas construídas na cidade. Palavras-chave: Akhetaton (cidade egípcia); Projeto Urbano; Estelas de Fronteira A presença de deuses protetores do cotidiano na cidade de Amarna (c. 1350-1330 a.C.) Grad. Rennan de Souza Lemos (GEEMaat/CEIA-UFF) Resumo: Pretendo, neste texto, dialogar com o trabalho da professora Margaret Marchiori Bakos, tendo especialmente em vista uma conferência proferida por ela na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul em maio deste ano, durante a XVII Jornada de Estudos do Oriente Antigo, intitulada “Deuses que protegem a vida íntima no cotidiano egípcio”. Com base em documentação arqueológica e traçando comparações entre as vilas de trabalhadores de Amarna e de Deir el-Medina, meu objetivo é mostrar a difusão da presença de deuses cujo caráter estava associado à garantia da solução de situações-problema do cotidiano, como integrantes da paisagem da religiosidade popular também em Amarna, num período de obliteração, por parte do faraó Akhenaton, dos deuses tradicionais. Palavras-chave: Reforma de Amarna; Religiosidade Popular; Arqueologia Cognitiva, do Ritual e da Religião Práticas Mágicas no antigo Egito e a “Reforma Amarniana” Grad. André Luis Silva Effgen (UESB) Resumo: Para a mente ocidental moderna, o aspecto mais difícil na compreensão da estranheza e da racionalidade das práticas religiosas é a magia, sobretudo quando se busca compreendê-la em contextos totalmente diferenciados e distantes do presente. Na antiga civilização egípcia, as práticas da magia sempre estiveram presentes no cotidiano da população, como uma manifestação de religiosidade, e de sua forma ímpar de entendimento do cosmo, a natureza que a cercava e seu papel nesta intrincada rede de significações. Esta comunicação visa a discutir, de maneira inicial, as práticas mágicas e as formas assumidas por elas, em um período conhecido pela Egiptologia como “Período Amarniano” em que uma ampla discussão acerca das ações do Faraó Amenhotep IV/Akhenaton, no que se refere à “doutrina religiosa” adotada, permanece sem um desfecho conclusivo. Palavras-chave: Antigo Egito; Magia; Período Amarniano