Apostila Filosofia 4º Bimestre – 7ª série O CONCEITO DE CULTURA E A FILOSOFIA “A razão pela qual falta unidade ao mundo, que jaz partido e amontoado, é o homem estar desunido de si mesmo”. Raph Waldo Emerson Filosofia e Cultura, eis um tema fecundo. Toda cultura tem preceitos filosóficos, e dela necessita para fundamentar seus valores, crenças, costumes, ritos e práticas sociais, que formam um ‘conjunto’ chamado cultura. Mesmo antes da Grécia, a filosofia já permeava por entre outros povos: os Persas com Zoroastro, os Indianos com Buda, os Chineses com Lao-Tsé e Confúcio. Mesmo com sua filosofia fragmentada ou diluída em mitos ou religiões. Germinava nessa Cosmogonia a futura e frondosa árvore filosófica. Há uma interdependência, entre filosofia e cultura, uma vez que a filosofia é uma área da cultura, ou seja, a cultura contém filosofia, e a filosofia nutre-se da cultura. Esse ciclo nunca é quebrado, por mais radicais que sejam as crises por que passem as pessoas, os povos e as nações. “No dia em que o homem começou a fazer cultura nunca mais sua natureza foi a mesma. Quando o primata fez cultura, nasceu o homem. Daí por diante a natureza do homem começou a criar novas formas de cultura e a sofrer uma metamorfose ditada pela cultura”. A Cultura Grega Grécia, terra de poetas, filósofos, dramaturgos, matemáticos, historiadores, artistas, estadistas. “No século de Péricles, com a dominação comercial de Atenas, ali se concentrou a riqueza; e a riqueza atraiu os sábios de todas as outras cidades gregas. Desta forma, Atenas veio a ser o primeiro centro cultural do Ocidente”. Foi Sócrates a personagem principal nesse período áureo da Grécia, ele mudou o panorama da Filosofia e da humanidade, fundador da ética ou filosofia moral. Por sua causa, as pessoas passaram a se interessar e a estudar, não apenas a realidade exterior, mas a interior. Platão e Aristóteles abrilhantaram ainda mais essa época. Platão foi o mais importante intérprete de Sócrates, uma vez que Sócrates não deixou nada escrito. Ao tomar cicuta, numa explosão cultural, sem igual na Antiguidade, morria o homem Sócrates e nascia a Obra socrática através do punho, do coração e da mente platônica. A Cultura Medieval Foi um período no qual a Igreja Católica dominou o conhecimento: sua produção, distribuição/perpetuação. Apesar de parte desse período ser conhecido como Idade das Trevas, “no séc. VIII, com as iniciativas educacionais de Carlos Magno, os poucos conhecimentos existentes começaram a sair dos mosteiros. E, finalmente, no séc. XI nasceram as primeiras universidades, sob o patrocínio da Igreja. A Universidade de Bolonha foi fundada em 1088; a de Paris após 1150; a de Salamanca em 1218. a de Nápoles em 1224; a de Oxford em 1249. a de Cambridge em 1284; a de Coimbra em 1290; a de Viena 1365; a de Heidelberg em 1385; a de Colônia em 1388. isto apenas para citar algumas das nossas atuais Universidades, surgidas neste período. As discussões filosóficas medievais encaminharam-se para o problema do valor do conhecimento humano. A Cultura Renascentista É uma volta à época Clássica Grega. O Iluminismo é a Escola Filosófica que recoloca o homem no centro do universo, onde a razão atinge seu apogeu. Iniciou na Itália e na Alemanha e depois ganhou a Europa. A retomada do padrão de beleza grega nas artes plásticas não só reiniciou o estudo do desenho geométrico e da anatomia, como ainda estimulou as artes literárias. Gutemberg, Leonardo da Vinci, Maquiavel, Thomas Morus, Campanella, entre outros, compunham essa constelação super brilhante. exaltavam o indivíduo, os feitos históricos, a vontade e a capacidade de ação do homem, sua liberdade e participação na vida das cidades. A Cultura Moderna É o Renascimento da Filosofia e das Ciências Modernas baseada na experiência e no poder de prever o futuro; é a volta à literatura e à ciência antiga ocorrida no século XVI, estimulou o retorno à reflexão científica e filosófica. Estamos na largada da corrida aos conhecimentos que prossegue até nossos dias e que gerou o atual mundo de ciências e tecnologias. Francis Bacon, na Inglaterra com seu “Novum Organon” esboçou os fundamentos do raciocínio indutivo. Hobbes, Descartes, Hume, Voltaire, Rousseau, Kant, Hegel, Nietzsche, Darwin, Marx, Bergson, Freud, Russell, Lamack, Reichanbach, Wittgeintein, Popper, Strawson, Quine, Kripke e Swinburne foram pensadores importantes nesse período. Cinema, televisão, pinicilina, duas guerras mundiais, viagem à lua e muito desemprego são realidades nessa época. A Cultura Contemporânea Toma-se historicamente como a partir das explosões das bombas atômicas no Japão em 1945. Ocorre a famosa profissionalização da ciência, onde as tecnologias avançam em todas as direções: comunicação, transporte, - constituindo civilizações na brevidade da contemporaneidade. Onde ‘tudo que é sólido se desmancha no ar’, como disse Marx. Mesmo nessa cultura volátil, como a nossa, o idioma permite que gerações leguem todas as suas experiências de vida às gerações posteriores. Computador, Internet, Dvd, Celular, Mapeamento Genético, terrorismo e homens-bomba compõem essa realidade. Definição Segundo Ariano Suassuna: “Cultura é o conjunto de procedimentos pelos quais o ser humano, como um todo, coletivamente se afirma perante a natureza. Dentro dessa definição, tudo que não for natureza é objeto de cultura. Por exemplo, um monte de barro é um objeto da natureza, mas se você pega esse barro e faz um tijolo é objeto de cultura. Agora, por um lado mais restrito, são as atividades humanas ligadas às artes e às ciências humanas.” Similaridades Ambas têm origem dupla, a filosofia nasce com dois fortes troncos, Essencialismo e Acidentalismo. Explico: Parmênides com o SER e Heráclito com a MUDANÇA. A cultura se divide em popular e erudita. Diferenças A filosofia é um conhecimento fundamental para que outros conhecimentos tenham fundamentação racional e preceitos lógicos; suas visões integrais, panorâmicas e gerais, sem esquecer os detalhes. A cultura é um conjunto vivo de conhecimentos e práticas que se manifesta nas pessoas e nos povos, nas individualidades e nas coletividades. Alguém poderá se perguntar: para que servem cultura e filosofia? Na verdade, elas são imprescindíveis ao próprio existir humano. Um homem sem cultura não existe, e a filosofia existe justamente para que toda atividade humana possa ter significado. Pois segundo Sócrates: “Uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida”. Uma Conclusão Reflitamos então na possibilidade de um mundo mais humano, digno, justo, - onde as pessoas tenham conhecimentos, sobretudo, - conhecimentos sobre sua cultura e outras. E principalmente: que conheçam a si mesmas, ao ponto ou nível de cessar a desunião de si mesmas, - tornando o mundo muito melhor para todos!