O VALOR DE UMA SONDAGEM No inicio de qualquer

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O VALOR DE UMA SONDAGEM
No inicio de qualquer obra civil, é necessário conhecer as características do solo, e por isso, devemos
definir o que seja este meio. A definição do termo ´´solo`` varia significativamente de acordo com o
referencial adotado.
Do ponto de vista da engenharia civil, ´´solo`` é todo material terroso e desagregável que aparece na
crosta terrestre, não oferecendo resistencia intransponível à escavação mecânica e que, quando em
seco ou saturado, tem seu comportamento alterado, daí os estudos em separado dos solos saturados
e não saturados. Por outro lado, ´´rocha`` é todo material cuja resistencia ao desmonte só pode ser
vencida por meio de explosivos, exceto quando em processo geológico de decomposição. Portanto
podemos dizer que, tecnicamente, o termo ´´solo`` se aplica a materiais da crosta terrestre que
servem normalmente de suporte para edificações civis, pois podem ser arrimados, escavados ou
perfurados e utilizados em empreendimentos.
Para a Geologia, as definições de ´´solo`` e ´´rocha`` tem outra conotação pois esta ciência leva em
conta tanto o processo como: a era de sua formação destes materiais.
Como exemplo, pensemos na formação da região onde se localiza a cidade de São Paulo.
Geologicamente, trata-se de uma camada de rocha terceária de argila, enquanto que, para a
Engenharia Civil, este material é denominado de ´´solo argiloso``. Como podemos notar, ocorre uma
variação da definição do termo, apesar da estreita relação entre as duas ciências; há ainda que
considerar a existência de outras definições no campo da Agronomia e áreas correlatas.
A Mecânica dos Solos é a ciência que realiza o estudo teórico e a verificação prática das
propriedades e da atuação dos materiais. É, portanto, um ramo da mecânica aplicada a um material
pré-existente na natureza. Ela é uma ciência ainda jovem (com pouco mais de meio século) e se
encontra em pleno desenvolvimento.
O estudo do solo é um requisito prévio para o projeto de qualquer obra, sobretudo as de grande porte
(obras de arte, edifícios, cortes, aterros, etc..). O conhecimento da formação geológica do local, o
estudo das rochas, solos e minerais, bem como a verificação da presença e posicionamento do lençol
freático, são fatores fundamentais. Como se sabe, em se tratando de solos e rochas, a
heterogeneidade é a regra e a homogeneidade a exceção. Os estudos são pois indispensáveis para
se alcançar uma boa engenharia, ou seja, aquela que garante a necessária condição de segurança e
economia.
O primeira requisito para se abordar qualquer problema de mecânica dos solos é o conhecimento tão
perfeito quanto possível das condições do subsolo, isto é reconhecimento da disposição, natureza e
espessura das suas camadas, assim como das suas características com relação aos problemas em
questão. Este conhecimento implica na prospecção do subsolo e na amostragem ao longo de seu
decurso.
Em toda obra de engenharia, há sempre um parâmetro indefinido marcado pelo solo onde ela se
repousa. Não há como fugir da realidade imposta pela natureza. Assim, somos obrigados a aceitá-lo
como é: com suas qualidades e defeitos; daí o ênfase que se tem dado, na engenharia, às questões
referentes ao solo.
Assim sendo, nunca se deverá decidir sobre o tipo de fundação de uma obra sem o conhecimento
dos resultados de pesquisas do subsolo. É evidente que os projetos de fundação baseados em
condições desconhecidas do subsolo, assim como especificações de serviços a serem executados
sobre materiais desconhecidos são motivos certos de discussões entre as partes de um contrato de
obra. É inacreditável que um engenheiro possa se expor a essa situação mas isso ainda acontece.
É importante também, para evitar trabalhos inúteis, que a empresa contratada para executar uma
investigação do subsolo esteja ao par do tipo de obra que será executada, pois não só o número e
espaçamento dos pontos, devem ser observados também o cuidado com que se deve registrar as
ocorrências apresentadas no subsolo.
Uma obra executada sem o conhecimento prévio do subsolo implica na adoção de uma fundação que
nem sempre é a que melhor se adapta a a ela tecnicamente e economicamente, o que poderá trazer
sérios problemas a curto prazo, tanto para a obra como para o responsável técnico.
É de conhecimento dos profissionais da área que, o solo na sua maioria favorece o uso de fundações
profundas.
É sabido que as fundações, sejam elas rasas ou profundas, são elementos estruturados destinados a
transmitir as cargas da estrutura para o solo, mas para quantificar os parâmetros geométricos destas
peças, e para defini-los é necessário o conhecimento mínimos das características do solo.
Convencionou-se na prática em relacionar o diâmetro de uma fundação profunda com sua carga
admissível, baseado apenas na capacidade de carga estrutural do elemento de fundação. Acontece
que na maioria dos casos o limitante da capacidade de carga de uma fundação profunda, não é o
elemento estrutural e sim a sua capacidade de transmitir as cargas solicitantes para o solo, o que se
denomina de capacidade de carga geotécnica, onde se determina a transmissão de carga por atrito
lateral, que é determinada pela área de contato do fuste com o solo e resistencia de ponta.
Isto nos leva a concluir que, duas estacas implantadas no mesmo meio e com o mesmo diâmetro,
sendo uma curta e outra profunda, possuem capacidades de carga diferentes. Para quantificar os
valores de transmissão de carga para o solo, é necessário um conhecimento mínimo das
características do meio a ser implantada a fundação, e para isso, o primeiro passo é a investigação
através de uma sondagem a percussão.
Um projeto de fundação não consiste única e exclusivamente no conhecimento da carga que o pilar
descarrega na fundação, e a simples divisão destes valores pela carga de trabalho estrutural da
fundação, para se determinar a quantidade de estaca necessária. Consiste efetivamente na
determinação de um comprimento mínimo e sua secção transversal, capaz de transmitir as cargas
solicitantes para o solo, e para isso é necessário a investigação do subsolo.
Atualmente, o custo de uma sondagem equivale, no máximo, a 2% do valor a ser investido na
construção, irrisório frente à garantia, economia e segurança que representa para a obra.
Portanto, é aconselhável para maior segurança e economia, a execução de uma sondagem.
O custo deste serviço será rapidamente revertido em benefício da obra, e na economia que obterá no
dimensionamento do projeto de fundação, evitando desta forma o desperdício de material, pelo super
dimensionamento, por não conhecer as condições do subsolo.
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