ARCABOUÇO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO DA Bacia

V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
ARCABOUÇO GEOLÓGICO-GEOMORFOLÓGICO DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO QUARAÍ - RIO GRANDE DO SUL/BRASIL
SILVÉRIO DA SILVA, JOSÉ LUIZ
Professor Adjunto do Departamento de Geociências, CCNE/UFSM [email protected]
SANTOS, ELIANE FERREIRA DOS
Especialista em Geociências, Bacharel em Geografia, CCNE /UFSM [email protected]
FRANTZ, LUIS CARLOS
Mestrando do Programa de Engenharia Civil e Saneamento Ambiental do Centro de Tecnologia, CT/UFSM
[email protected]
MALHEIROS, RUI PINTO
Acadêmico do Curso de Química Industrial, DAGEO/CCNE/UFSM [email protected]
Palavras-chave: Bacia Hidrográfica, hidrogeologia, transfronteiriça
RESUMO:
A área de estudo compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Quaraí (U-60), Estado do Rio
Grande do Sul situada no Planalto Meridional Brasileiro na borda da Bacia Intracratônica
do Paraná, no extremo Sudoeste do Brasil na divisa com a República Oriental do Uruguai,
formando uma bacia transfronteiriça. A importância da área deve-se a ocorrência de águas
subterrâneas pertencentes ao Sistema Aqüífero Guarani (SAG), uma das maiores reservas
de água doce do planeta. Nesta bacia o SAG ocorre em subsuperfície e em alguns
afloramentos “janelas”. Este trabalho tem como objetivo analisar a compartimentação
geológica-geomorfológica da Bacia do Rio Quarai. Como metodologia buscou-se uma
atualização dos conceitos utilizados por diversos autores em diferentes épocas. Os dados
referentes aos poços foram obtidos do SIAGAS (Sistema de Informações de Águas
Subterrâneas) e da CORSAN (Companhia Riograndense de Saneamento). Os resultados da
pesquisa, apresentam e discutem informações disponíveis em perfis hidrogeológicos, e de
poços existentes no município de Quarai, simulando-se de 17 poços, com o uso do
Programa Surfer 6.0. O parâmetro hidrodinâmico da superfície potenciométrica, indicou
uma contribuição do fluxo subterrâneo de direção NE-SO, para a perenização das águas do
Rio Quaraí. Seu arcabouço constitui-se de derrames de rochas vulcânicas da Formação
Serra Geral, em formato de antiforma, parte de uma estrutura denominada de Cuesta do
Haedo, de direção aproximada SO-NE e com caimento para noroeste. As nascentes do Rio
Quaraí situam-se em cotas altimétricas em torno de 376 metros, enquanto que sua foz, no
encontro com o Rio Uruguai em altitude de 40 metros. Em função do exposto, este trabalho
traz como contribuição, uma avaliação preliminar, baseada em dados existentes, visando
ampliar os conhecimentos do Sistema Aqüífero Guarani, avaliando-se sua conexão
hidráulica na Bacia Hidrográfica e suas áreas de recarga e de descarga.
INTRODUÇÃO
1
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
Considera-se que o homem ao priorizar o desenvolvimento econômico tende a alterar
o meio ambiente, resultando, em certos casos, na diminuição dos recursos naturais.
Relacionado a este fato, destaca-se que nos últimos anos há uma considerável diminuição
das reservas hídricas, decorrentes do aumento da demanda e da degradação da qualidade
das águas, em função da expansão populacional, agrícola e industrial.
Neste contexto, a preservação da quantidade e qualidade do recurso hídrico, depende
tanto de profissionais da área das Ciências da Terra, tanto quanto de cada indivíduo da
sociedade, a partir do conhecimento básico, para que se tome conscientização da
importância deste recurso natural.
Portanto, o estudo da hidrogeologia tem papel fundamental, pois este está associado à
questão da contaminação dos recursos hídricos, em decorrência do mau uso de produtos e
resíduos por parte da sociedade tais como lixões, agrotóxicos, cemitérios, outros.
Deste modo, o presente trabalho tem como meta principal realizar um estudo sobre a
compartimentação geológica-geomorfológica da Bacia Hidrográfica do Rio Quaraí, com
base nos perfis hidrogeológicos de poços existentes no município de Quaraí/RS, a partir
dos bancos de dados da CORSAN; CPRM/SIAGAS e DNPM/SISON.
É importante o conhecimento do perfil hidrogeológico do subsolo, pois este revela a
permeabilidade de cada litologia, a qual podem por em risco a qualidade das águas
superficiais e/ou subterrâneas, suas conexões hidráulicas e permite conhecer-se o subsolo.
CARACTERIZAÇÃO GERAL DA ÁREA
A Bacia Hidrográfica do Rio Quaraí, U1-60, de acordo com o Sistema Estadual de
Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul (SEMA, 2003), está situada no Planalto
Meridional Brasileiro na borda da Bacia Intracratônica do Paraná, no extremo sudoeste em
zona de fronteira entre o Brasil e o Uruguai, compreendendo os municípios de Santana do
Livramento, Quaraí, Uruguaiana e Barra do Quaraí. O município de Quaraí abrange uma
extensão de cerca de 3.238 km² (Prefeitura Municipal, 1998), compreendendo a maior área
desta bacia. Uma população de 24.002 habitantes, sendo que 22.060 residentes na zona
urbana e 1.942 habitantes na zona rural, perfazendo 91,9% e 8,1%, segundo (IBGE, 2000).
A Bacia Hidrográfica do Rio Quaraí apresenta amplas planícies de inundação, em
grande parte utilizadas para o pastoreio e para a cultura do arroz (Suertegaray, 1998), pois a
base econômica da região está fundamentada na atividade agropecuária, com ênfase na
1
U- Região Hidrográfica do Rio Uruguai- SEMA (2003).
2
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
criação de bovinos de corte e ovinos para produção de lã. A agricultura tem no arroz
irrigado a sua mais expressiva cultura (EMATER, 1996).
Quanto ao clima enquadra-se como temperado chuvoso e quente, conforme
classificação de Köppen. Porém, adaptado ao Brasil, o clima denomina-se subtropical
úmido com verões quentes (Cfa), precipitação pluviométrica média anual de 1461 mm, não
havendo estação seca (Nimer, 1989). Este valor pode ser utilizado para inferir-se a recarga
subterrânea para os aqüíferos, o que de acordo com Gregoraushuk (2001) é de 1 a 3% da
precipitação média anual, portanto entre 15 a 45 mm/ano. Já Hausman (1995) estimou para
a infiltração profunda da área da Bacia Hidrográfica em estudo, valores entre 50 e 100
mm/ano, sem fazer distinção entre os tipos litológicos.
A vegetação predominante são as formações campestres. A presença de matas
restringe-se praticamente a manchas concentradas nas encostas dos chapadões de arenito,
bem como as faixas que acompanham os cursos d’água (Marchiori, 1992).
A faixa de variação da evapotranspiração média, estimada por (Hausman, 1995) foi
de 800 a 900 mm/ano. O que resulta num balanço hídrico positivo.
As nascentes do Rio Quaraí são formadas pelo Arroio Quaraizinho, Arroio do Inglês,
Sanga Capão do Inglês, Arroio Espinilho, Arroio Passo da Lagoa, Arroio Jeromito, Sanga
da Unha de Gato, Sanga da Tuna, Arroio dos Trilhos, Arroio Gaspar, Arroio Moirões e
Arroio Invernada.
São afluentes do Rio Quaraí dentro do município de Quaraí os arroios: QuaraíMirim, Salso, Areal, Cati, Pai-Passo, Garupá, Mancarrão e as sangas da Divisa e do
Lajeado (Prefeitura Municipal de Quaraí, 1998).
O Rio Quaraí tem suas nascentes no reverso da Cuesta de Haedo, em altitudes em
torno de 376 metros, constituindo-se num rio cataclinal, bastante encaixado, indo desaguar
no Rio Uruguai, na fronteira com o Uruguai e da Argentina, em altitudes inferiores a 40
metros, próximo ao município de Barra do Quaraí. A estrutura em antiforma, conforme
Maciel Filho e Sartori (1975), também denominada de abóbada por Lisboa (1996), faz
parte da Cuesta de Haedo.
A província geomorfológica denominada Cuesta do Haedo, expressão utilizada por
estudiosos de geomorfologia do Rio Grande do Sul, entre os quais, Müller Filho (1970),
Maciel Filho e Sartori (1979), IBGE (1986), Hausman (1966 e 1995), Suertegaray (1998), é
uma estrutura de direção aproximada NE-SO, mantida por derrames vulcânicos da
Formação Geral e por arenitos intertrapeanos (interderrames) da Formação Botucatu. A
3
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
Cuesta do Haedo está delimitada ao norte pelo Rio Ibicuí e ao sul pelo Rio Negro, no
Uruguai.
As feições estão representadas pelas coxilhas, cujas altitudes estão em torno de
400m. A Oeste destas coxilhas diminui sucessivamente a altitude, reduzindo-se na calha do
Rio Quaraí a 80-100m (Suertegaray, 1998).
De acordo com Maciel Filho e Sartori (1979), o reverso da Cuesta do Haedo
apresenta caimento suave, em direção a noroeste. No front, pode-se visualizar uma série de
relevos residuais alinhados, com topos tabulares, constituídos por arenitos silicificados da
Formação Botucatu ou por derrames vulcânicos da Formação Serra Geral, formando
relevos dissimétricos com vertentes íngremes a quase verticalizadas. Localmente são
resultado de tectônica fissural e movimentação de blocos de falhas, deixando arenitos em
cotas altimétricas superiores as das rochas vulcânicas.
Associados as principais linhas tectônicas ocorrem sils e diques de diabásio, os quais
podem estar interdigitados aos arenitos, conforme constatado em perfis geológicos de São
Francisco de Assis, Mata, São Pedro do Sul e outros Silvério da Silva (1997).
Outra feição importante na Bacia Hidrográfica do Rio Quaraí é a ocorrência de
sedimentos arenosos, inconsolidados ou já consolidados formando depósitos de origem
eólica, a partir do retalhamento dos arenitos intertrapeanos da Formação Botucatu.
Salienta-se que os processos morfotectônicos na borda do Paraná foram intensos e
possivelmente associados ao Arco do Rio Grande, de direção aproximadamente noroeste,
onde deve encaixar-se a maior parte do leito do Rio Quaraí (IBGE, 1986; Araújo et
al.,1995).
Observando-se o mapa geológico do Estado do Rio Grande do Sul de 1980, na escala
1:1.000.000, os derrames de rochas vulcânicas da Formação Serra Geral constituem a
parcela mais importante do reverso da Cuesta do Haedo. Já os afloramentos de arenitos da
Formação Botucatu, constituem as chamadas “janelas de Botucatu”, onde se desenvolvem
muitos dos areais do sudoeste do Estado (Suertegaray, 1998).
Suertegaray (1998), descreveu três areais mais importantes do município de Quaraí,
correspondendo a 220,88 ha, “no conjunto, estes areais localizam-se sobre o divisor de
águas dos arroios Areal e Cati, ambos afluentes do Rio Quaraí, que faz divisa com o
Departamento de Artigas no Uruguai”.
Ainda a autora descreveu a topografia local, apresentando baixas altitudes,
encontrando-se as maiores elevações em torno de 240m. De maneira geral, o relevo
apresenta-se composto de vertentes côncavo-convexas (coxilhas), recobertas de vegetação
4
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
de gramíneas. Na grande maioria das vertentes é visível um recobrimento de cascalho e
seixos (pavimento detrítico).
Estudos sobre a gênese e distribuição dos areais em escala regional foram realizados
por (Veiga, Medeiros e Suertegaray, 1977), onde ficaram descritas duas unidades
geológicas informais, a unidade A e a unidade B.
- Unidade A: situada em uma cota de 120m em alguns pontos de observação,
apresenta coloração avermelhada, recobrindo por vezes topos de colinas e fundos de vales.
Granulometricamente forma um conglomerado basal, manifestando seixos mal
classificados e angulosos, dispersos em matriz arenosa, de espessura média 20cm,
sobreposto por um arenito, com estratificação cruzada, indicativa de paleocorrentes em
canais fluviais. A espessura desta camada arenosa é da ordem de 2,5m. Sobrepondo-se ao
conjunto ocorre uma camada areno-argilosa, com estratificação paralela pouco
pronunciada, de espessura em torno de 3m.
- Unidade B: está bem apresentada no corte da estrada BR – 293, entre QuaraíLivramento, no km 20, em cota altimétrica de 160m. Litologicamente constitui-se de
depósitos arenosos médios a finos pouco consolidados. Observa-se mergulho de 26°SW
nos planos de estratificação, inferindo paleoambiente eólico. A espessura deste depósito é
variável, e aflora em cotas entre 120m e 180m. Nas cotas altimétricas inferiores a 100m
registra-se a presença de depósitos aluviais.
Posteriormente, com a ampliação dos reconhecimentos regionais em campo, no
sudoeste do estado do Rio Grande do Sul, Medeiros et al. (1995), apresentaram uma nova
visão da estratigrafia do centro-oeste do Estado. Sugeriram informalmente, as seqüências
Cerro do Tigre e São João, ambas localizadas no município de Alegrete no deserto São
João, de idade pós-vulcânicas, devido à ocorrência de calcedônias e/ou fragmentos de
ágatas (minerais típicos de geodos de rochas vulcânicas).
A Seqüência Cerro do Tigre seria a mais antiga. Trata-se de um paleoambiente
fluvial. Litologicamente é arenosa a areno-conglomerática, de cor amarela a amareloavermelhada, tornando-se amarelo-esbranquiçada a arroxeada em direção ao topo. São
comuns conglomerados intraformacionais e bancos espessos de coloração vermelha. A
mineralogia é quartzosa (grânulos), feldspatos alterados e calcedônia.
A litologia da Seqüência São João é expressivamente arenítica, teor de argila menor
de 5%, na sua base apresenta areno-conglomerática, de cores vermelho ocre a escuro até
amarelo ocre claro. Predominância de quartzo, seixos e grânulos de calcedônia, quartzo
5
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
leitoso, bolas de argila vermelha, fragmentos de lenhos silicificados retrabalhados.
Paleoambiente de enxurradas, alternância de períodos secos e úmidos.
De acordo com Hausman (1995) na bacia ocorrem duas Províncias Hidrogeológicas,
Gondwânica Mesozóica e a Basáltica, esta classificação leva em consideração as
características geológicas, morfológicas e climáticas, uma vez que a ocorrência e o
comportamento das águas subterrâneas são em parte reflexo delas.
A Província Gondwânica foi subdividida em subprovíncias, as quais ocorrem na
região; a Subprovíncia Rosário do Sul e Subprovíncia Botucatu, as quais juntas receberam
a denominação de Aqüífero Gigante do Mercosul (Araújo et al.,1995) e atualmente é
conhecida como Aqüífero Guarani ou Sistema Aqüífero Guarani (ABAS, 2003). A
Província Basáltica faz parte de um dos maiores derrames de lava do Planeta, recobre cerca
de 1.200.000 km2, estendendo-se por quatro países, Brasil, Uruguai, Paraguai e Uruguai.
Recobre as rochas Gondwânicas da Bacia do Paraná, com idade estimada entre 135 e 95
milhões de anos. No Mapa Hidrogeológico do Brasil DNPM (1983) é denominada de
Paraná.
METODOLOGIA
A primeira fase desta pesquisa fez-se uma revisão bibliográfica do tema geologia e
geomorfologia, buscando-se uma atualização dos conceitos utilizados em diferentes
épocas. Coleta de informações hidrodinâmicas e confecção de um banco de dados com o
uso do Aplicativo Microsoft EXCEL. A espacialização das informações foi executada com
o auxílio do Programa Surfer 6.0, a partir da Krigagem, traçando-se a interpolação de
linhas de isovalores.
Os dados referentes aos poços subterrâneos foram obtidos a partir de bancos de
dados, via Internet e pesquisa na instituição, cadastrados junto à Companhia Riograndense
de Saneamento/CORSAN, do Departamento Nacional de Pesquisa Mineral/DNPM/SISON
– e da Companhia de Pesquisas e Recursos Minerais/CPRM (2003), este pelo cadastro de
usuários de poços subterrâneos SIAGAS (Sistema de Informações de Águas Subterrâneas).
A superfície potenciométrica foi detalhada, obtendo-se a partir da subtração entre a
cota altimétrica da cabeça do poço e a profundidade do nível estático do poço. Indica o
peso de uma coluna de água em relação a datum de referência (nível médio do mar), seu
traçado
dá-se
perpendicularmente
as
linhas
isopotenciométricas
ou
superfície
potenciométrica e indica a direção do fluxo subterrâneo.
6
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
A distribuição espacial destas informações foi possível com o uso do Programa
Surfer 6.0, através da técnica da Krigagem, que interpola matematicamente as informações
a partir de uma planilha de dados contendo coordenadas de cada poço no Sistema
Universal Transversa de Mercator (UTM) utilizando-se o datum horizontal - Minas Gerais
SAD 69. Foi simulado um total de 17 poços que continham todas as informações
necessárias, como coordenadas cartográficas, altitude e nível estático do poço.
As cartas topográficas da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército, escalas
1:25.000 e 1:50.000, serviram de documentação cartográfica para georeferência. Também
se utilizou o mapa geológico da CPRM 1973, na escala de 1: 250.000.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Notou-se que o reconhecimento geológico realizado pela CPRM em 1973, naquela
escala de trabalho, possibilitou a individualização de quatro formações geológicas. A mais
antiga, a Formação Rosário do Sul, constituída por arenitos finos a muito finos, argilosos,
micáceos, cor vermelho tijolo, com intercalações de siltitos argilosos e estratificação
acanalada típica de ambiente fluvial. Salienta-se que não é descrita a existência de níveis
de concreções carbonáticas identificadas em outras localidades do Estado, como na região
de Santa Maria, São Pedro do Sul, Mata, São Vicente do Sul (Silvério da Silva, 1997).
Neste mapa a Formação Rosário do Sul não foi identificada em afloramentos.
Entretanto, no poço (ID 4300000886 CPRM/SIAGAS/2003), localizado no Hospital
de Caridade de Quaraí penetrou 39m na Formação Serra Geral, 54m na Formação Botucatu
e 17m na Formação Rosário do Sul, portanto totalizando 71m nos arenitos do Sistema
Aqüífero Guarani.
A Formação Botucatu é constituída de arenitos eólicos, de granulação média a fina,
friáveis, vermelhos a amarelos, com estratificação cruzada de alto ângulo. De acordo com o
mapeamento geológico e hidrogeológico do ano de 1973, esta formação apresenta
espessuras indicadas pelos poços tubulares de até 200m, aparecendo aflorante na região do
Arroio Areal.
O poço tubular localizado na vila Sai-Sai, (4300000887 CPRM/SIAGAS/2003),
coordenadas UTM (N 6636250 e E 577400), apresentou nível estático em 30,6m, isto é,
representando um aqüífero do tipo livre ou freático. Penetrou em quatro camadas de
arenitos (13,6m em arenito com seixos quartzosos; 18,6m em arenito fino; 9,0m em arenito
médio e 18,8 em arenito argiloso), todos considerados naquela época pertencentes à
7
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
Formação Botucatu. A camada de arenitos com seixos quartzosos corresponde a unidade
definida por Veiga et. al. (1977) como equivalente a Seqüência Cerro do Tigre (Medeiros
et. al., 1995).
Acredita-se que estes seixos quartzosos, sejam de origem pós-vulcânica, formados
pelo intemperismo de geodos, de quartzo, portanto, constituídos de calcedônias e outras
variedades de quartzo, todos de origem vulcânica retrabalhados e depositados em
depressões, vales pré-existentes, associadas aos processos de tectonismo, falhas,
basculamento de blocos e/ou depósitos de escorregamento de encostas (tálus).
A Formação Serra Geral constituída de efusivas basálticas e intercalações de arenitos
eólicos intertrapeanos, apresentam afloramentos constituindo relevos residuais “janelas”,
ocorrendo principalmente próximo da sede do município de Quaraí. A localização pontual
destas “janelas” sugere um processo de tectonismo com subida e descida de blocos,
podendo sofrer evolução local a partir de afloramentos do lençol freático pretérito e atual.
Por outro lado, a espessura máxima dos derrames basálticos na Bacia Hidrográfica do
Rio Quaraí foi de 280m de acordo com o mapa da CPRM (1973).
Os depósitos aluviais e eluviais Cenozóicos, compostos de areias e cascalhos
inconsolidados ocorrem principalmente, no médio curso do Rio Quaraí até sua foz com o
Rio Uruguai. Também ocorrem associados a arroios e sangas encaixadas em falhas de
direção aproximada NE-SO, como exemplo, Arroio Areal, Arroio Garupá e Arroio Cati. Já
as nascentes do Rio Ibirapuitã e do Arroio Pai-Passo encaixam-se em falhas de direção
preferencial N-S, e já fazem parte de outra bacia, Bacia Hidrográfica do Rio Ibicuí (U-50).
Suertegaray (1998), apresentou um perfil geológico-geomorfológico da Cuesta do
Haedo, de direção Oeste-Leste, numa extensão de cerca de 96,5 km. Identificou a
ocorrência de quatro formações geológicas; a Formação Rosário do Sul, a Formação
Botucatu, a Formação Serra Geral e os aluviões Cenozóicos.
A Cuesta do Haedo, de acordo com Müller Filho (1970), é um relevo homoclinal
dissimétrico com front voltado para Leste, e cujo reverso suave, decai em direção ao Rio
Uruguai. Suas litologias características são do Triássico Superior (arenitos Botucatu e
basaltos). O front alcança 200 a 300m de altitude (Livramento e proximidades de Rosário
do Sul), e nas margens do Rio Uruguai não alcança os 100m (70 metros em Uruguaiana). É
entalhada por diversos rios conseqüentes que confluem para o Rio Uruguai, tais como o:
Rio Ibicuí, cujo vale assinala a passagem para o Planalto basáltico, o Rio Quaraí, o Rio
Taquarembó e o Rio Negro, os dois últimos em território uruguaio.
8
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
Optou-se neste trabalho pela denominação de cuesta como uma unidade
geomorfológica independente, em função de algumas características litológicas, apresentar
rochas com diferentes graus de dureza ou de resistência ao intemperismo, isto é basaltos e
arenitos silicificados ou não silicificados. Estruturais, por apresentar camadas inclinadas,
onde os topos dos derrames vulcânicos são subhorizontais, e os arenitos podem ser
intertrapeanos ou formar depósitos em camadas de espessura superior a 50m, apresentando
suave inclinação para NO (Hausman, 1966). Também apresenta uma variação de cotas
entre 376m até 40m, numa distância de linear, em linha reta de 182km, o que indica um
caimento de 1,8m/km. A drenagem é do tipo cataclinal no Rio Quaraí, que desenvolve seu
curso principal ao longo de uma falha de direção NO-SE. Enquanto no front da cuesta,
ocorrem os rios Ibicuí da Cruz e Santa Maria, ambos afluentes do Rio Uruguai.
Em outro trabalho a ser apresentado neste evento, será apresentada a contribuição do
fluxo subterrâneo, de direção SO-NE, para tornar perenes os citados rios (Silvério da Silva
et al., 2004).
De acordo com Hausman (1966) a Cuesta Uruguaia “secciona a porção meridional
ocidental do derrame basáltico, pela drenagem do Rio Ibicuí, ficando ela isolada da porção
setentrional, criando uma escarpa estrutural que deu individualidade morfológica a ambas
as porções do basalto. Para o Norte o Planalto estendendo-se até os estados de Goiás e
Mato Grosso, e para o Sul, a cuesta penetrando pelo território da República Uruguaia”.
Salienta-se que esta ruptura no Planalto Meridional Brasileiro, da Bacia do Paraná, pode
estar relacionada com reativações tectônica associadas ao Arco do Rio Grande (de direção
NO-SE) Araújo et al. (1995). Esta hipótese poderá ser futuramente comprovada com a
ampliação das informações de poços tubulares. Ainda de acordo com Hausman (1966) ao
contrário do que acontece no Planalto, o pacote sedimentar coberto pelo derrame, mergulha
em direção ao Uruguai, formando um verdadeiro monoclinal que permitiu a estruturação da
cuesta cuja escarpa esta voltada para Leste e o reverso para Oeste.
Neste trabalho merece ser destacado que o conceito de Bacia Hidrográfica aplicado a
Gestão dos Recursos Hídricos previsto na Lei Federal Nº 9.433/97, como unidade básica de
pesquisa necessita ser adequado às peculiaridades dos recursos hídricos subterrâneos
previsto nas resoluções Nº 9 (11/06/2000) e Nº 15 de (11/01/2001) do Conselho Nacional
de Recursos Hídricos (CNRH), devido aos seguintes aspectos.
Considerando-se que as águas meteóricas, superficiais e subterrâneas são partes
integrantes do Ciclo Hidrológico, e que os aqüíferos podem apresentar zonas de descargas
e de recarga pertencentes a uma ou mais Bacias Hidrográficas sobrejacentes, uma vez que
9
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
os reservatórios subterrâneos funcionam como condutos, sob pressão, podendo
interconectar Bacias Hidrográficas dispostas a vários quilômetros umas das outras.
De acordo com o previsto na Resolução Nº 15 do CNRH, entende-se por:
-Águas Subterrâneas- as águas que correm naturalmente ou artificialmente no
subsolo.
-Aqüífero- corpo hidrogeológico com capacidade de acumular e transmitir água
através dos seus poros, fissuras ou espaços resultantes da dissolução e carreamento de
materiais rochosos;
-Corpo Hídrico Subterrâneo – volume de água armazenada no subsolo.
De acordo Wrege (2002), a Província Hidrogeológica é uma região que possui
sistemas aqüíferos com condições semelhantes de armazenamento, circulação e qualidade
de água. Define como Sistema Aqüífero o domínio aqüífero contínuo, ou seja, as partes
estão contidas por limites (finito) e estão ligadas hidraulicamente (dinâmico).
Hausman (1995) sugere que na classificação de aqüíferos granulares, além do
conceito de aqüífero seja levado em consideração a “Unidade Hidroestratigráfica” definida
como um conjunto de horizontes aqüíferos confinados e interconectados hidraulicamente,
formando parte integrante de uma coluna estratigráfica”. Neste conceito reuniu as rochas
sedimentares, como os arenitos na definição de aqüíferos granulares e as rochas cristalinas
e/ou cristalofilianas como aqüíferos fraturados, ex. derrames de rochas vulcânicas, como os
da Formação Serra Geral.
Buscando-se exemplificar estes conceitos utilizou-se para esclarecimento o termo
Aqüífero Gigante do Mercosul, segundo Araújo et al. (1995) é a denominação formal dada
a parte do Sistema Hidroestratigráfico Mesozóico, constituído por estratos do Triássico
(formações Pirambóia e Rosário do Sul, no Brasil e, Buena Vista no Uruguai) e do
Jurássico (formações Botucatu, no Brasil, Misiones no Paraguai e Tacuarembó no Uruguai
e na Argentina). Abrangendo parcialmente oito Estados brasileiros, parte do Uruguai, da
Argentina e do Paraguai, englobando várias Bacias Hidrográficas e uma Província
Hidrogeológica, denominada Paraná.
Salienta-se que litologicamente a Formação Botucatu, um arenito, tem sua secçãotipo na cidade homônima no Estado de São Paulo, aflorando ou em subsuperfície em oito
estados brasileiros. Já a Formação Rosário do Sul, arenitos de ambiente flúvio-eólico,
apresenta sua secção-tipo no Município de Rosário do Sul (região central do estado), é
estratigraficamente equivalente temporal e paleoambiental da Formação Pirambóia,
identificada por exemplo, nos estados do centro do país, como São Paulo e Paraná. As
10
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
características faciológicas que ocorrem muitas vezes em alguns locais e não em outros,
isto faz destes aqüíferos serem corpos anisotrópicos, com variações laterais e na vertical,
em função da tectônica e de sua evolução paleoambiental. No Estado do Rio Grande do
Sul, a Formação Rosário do Sul apresenta localmente cimento carbonático, ou até níveis de
concreções carbonáticas como os calcretes e as concreções silicosas (silcretes), não citadas
nos registros do Estado de São Paulo.
Por outro lado, os modelos de fluxo subterrâneos de escalas regionais e locais,
indicam que existe uma conexão hidráulica entre as águas subterrâneas infiltradas no
centro da Bacia do Paraná, no Estado de São Paulo, Mato Grosso, em direção a calha do
Rio Paraná (Araújo et al., 1995). Campos (2000) propôs um fluxo subterrâneo de direção
Leste para Oeste para as camadas pertencentes ao Aqüífero Guarani, contribuindo para a
perenização do leito do Rio Uruguai, no Estado do Rio Grande do Sul na divisa com a
Argentina.
Araújo et al. (1995) salientaram que as características hidrogeológicas do aqüífero
variam significativamente dentro desta gigantesca bacia intracratônica do Paraná. Estas
variações advêm do ambiente de deposição, da evolução estrutural da bacia e do tempo de
residência das águas. As condições hidráulicas do aqüífero variam espacialmente. A
variação lateral de estratos com características de aqüífero para aquitarde (rochas de baixa
permeabilidade) é controlada pela mudança faciológica causada por diferentes ambientes
deposicionais. O Aqüífero Gigante do Mercosul é confinado pelos basaltos da Formação
Serra Geral (Cretáceo) e por rochas permo-triássicas de baixa permeabilidade.
Nesta pesquisa realizou-se a avaliação de nove perfis hidrogeológicos de poços da
porção central do município de Quaraí, notou-se que existe uma variabilidade de
espessuras dos arenitos intertrapeanos. Estes resultados são ilustrados no Quadro 1.
A partir da simulação de dezessete poços situados tanto na área urbana quanto rural
do município de Quaraí, obteve-se o cartograma da Superfície Potenciométrica ilustrado na
Figura 1. Notar a direção regional preferencial do fluxo subterrâneo, indicado pela direção
Nordeste para Sudoeste, sugerindo uma contribuição do Sistema Aqüífero Guarani, para a
perenização do curso do Rio Quaraí, situado ao Sul do cartograma, não representado.
Informa-se que a direção do médio curso do Rio Quaraí, neste trecho encontra-se
encaixado em falhas de direção NW-SE. Esta figura ilustra um cartograma, que cobre uma
superfície de 1.068 km2 ou sejam 106.800 ha, na escala numérica de 1:360.000. Origem da
quilometragem UTM “Equador e Meridiano 57º W. GR.” Acrescidas as constantes de
11
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
10.000 km e 500 km, respectivamente; datum horizontal: SAD 69 - Minas Gerais e datum
vertical: Imbituba - Santa Catarina.
Quadro 1- Ilustra secções geológicas de cada poço tubular com descrição dos perfis
geológicos (espessuras em metros).
Derrames vulcânicos
Arenitos (Fm. Botucatu e
N° Poço (Fm. Serra Geral)
1° Derrame (m)
2° Derrame (m)
1ª Camada (m)
2ª Camada (m)
39
25
49
16
79
77
44
54
6
500
16
71
18
60
26
-
Dos poços
(m)
110
168
54
102
170
76
18
3
73
25
16
-
134
144
112
126
10
9
5
6
7
Fm. Rosário do Sul)
Profundidade
20 (basalto + ar.
intertrapeano)
1
8
4
2
58
52
60
53
49
33
-
Fonte: CORSAN e SIAGAS/CPRM(2003)
Organização: Santos, E. F. dos; Silvério da Silva, J. L. e Frantz, L. C.
A partir destas informações pode-se concluir que os derrames e as camadas de
arenitos intertrapeanos não apresentam continuidade lateral, bem como conexão hidráulica,
portanto indicativas da existência de movimentações tectônicas ao longo de blocos de
falhas e/ou basculamentos. O mergulho das camadas de arenitos para a República Oriental
do Uruguai, ainda necessita mais estudos do lado do Departamento Artigas. Salienta-se que
em todos os poços tubulares avaliados neste quadro, a cobertura inicial do terreno é de
constituição vulcânica. A profundidade dos poços tubulares atualmente encontra-se entre
54 e 170 metros.
12
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
Figura 1 - Cartograma da Superfície Potenciométrica dos poços no município de Quaraí-RS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A confirmação da hipótese de haver conexão hidráulica entre as camadas de arenitos
do SAG, entre Santana do Livramento e Quaraí, bem como a possível inclinação das
camadas da Cuesta do Haedo em direção do Departamento de Artigas, no Uruguai estará
sendo testada através da pesquisa conjunta entre a UFSM, Departamento de Geociências e
o Departamento de Hidráulica e Saneamento com a Universidade da República do Uruguai,
UDELAR/Instituto de Mecânica dos Fluídos, em projeto financiado pela Organização dos
Estados Americanos, intitulado “Caracterização de áreas de recarga e de descarga do
Sistema Aqüífero Guarani (SAG). Em Rivera/Livramento e em Artigas/Quaraí. Estudo da
vulnerabilidade em Artigas/Quarai”.
Os estudos preliminares, realizados até o presente momento, indicaram a direção do
fluxo subterrâneo de NE para SO, bem como nos perfis geológicos do município de
Quaraí, observou-se que não existe uma conexão hidráulica direta, entre derrames
vulcânicos, fraturados, de diferentes espessuras, bem como nas camadas de arenitos
13
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
intertrapeanos, que também apresentaram diferentes espessuras, mostrando-se seccionadas
em blocos de falhas e/ou basculadas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, L. M.; FRANÇA, A. B. e POTTER, P. E. Aqüífero Gigante do Mercosul no
Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai: Mapas Hidrogeológicos das Formações
Botucatu, Pirambóia, Rosário do Sul, Buena Vista, Misiones e Taquarembó.
Curitiba/PR: PETROBRÁS/UFPR, Set/1995, 16 p., 8 mapas.
ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA
DE
ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS/ABAS,
http://www.abas.org.br/html, WREGE, M. Conceitos. Acesso em Jun/2002.
CAMPOS, H. C. N. S. Modelación conceptual y matemática del acuífero guaraní, cono
sur. mapa hidrogeológico do aqüífero guarani. escala 1:2.500.000. estudos tecnológicos
– Acta geológica leopoldensia. Série Mapas, XXIII/4, UNISINOS, p.50 (2000).
COMPANHIA DE PESQUISAS E RECURSOS
http://www.cprm.gov.br/html. Acesso em Dez/2003.
MINERAIS/CPRM/SIAGAS/
CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS/CNRH/Resoluções Nº 9
(11/06/2000)
e
Nº
15
de
(11/01/2001):
Disponível
em:
http://www.ana.gov.br/resoluções/html. Acesso em Dez/2003.
CPRM/ Projeto Fronteira Sudoeste do Rio Grande do Sul, Mapeamento Geológico
Folha SH.21-Z-A, Livramento, de 1:250.000.
DEPARTAMENTO NACIONAL DA PRODUÇÃO MINERAL/DNPM - Mapa
Hidrogeológico do Brasil (1983), Escala de 1: 5.000.000.
EMATER/RS. Secretaria da Agricultura e Abastecimento. Quaraí, 1996.
GREGORAUSCHUK, J.D.L. Disponível em: http://www. sg-guarani.org/html. Acesso Jul/
2001.
HAUSMAN, A. Comportamento do Freático nas áreas Basálticas do Rio Grande do
Sul. Boletim Paranaense de Geografia. n. 18 a 20, Out. 1966. p. 177-214.
Província Hidrogeológicas do Estado do Rio Grande do Sul – RS. Acta
geologica leopoldensia. Série Mapas, No 2, UNISINOS, 1995. p.1-127.
___________________
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA/IBGE: Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/população/html. Acesso em Mar/2004.
Lei Federal Nº 9.433/97, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/port/CONAMA/
MACIEL FILHO, C. L. e SARTORI, P. L P. Aspectos estruturais da Região de São
Francisco de Assis, RS. Ciência e Natura. Santa Maria: Universidade Federal de Santa,
(1): 1979. p.53-65.
14
V Simpósio Nacional de Geomorfologia
I Encontro Sul-Americano de Geomorfologia
UFSM - RS, 02 a 07 de Agosto de 2004
========================================================
MARCHIORI, J. N. C. Areais no Sudoeste do Rio Grande do Sul: Elementos para uma
História Natural. Ciência e Ambiente. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria,
v. 3, n. 5, jul/dez. 1992. p. 65-90.
MEDEIROS, E.R.; ROBAINA, L.E.; MACIEL FILHO, C. L. Uma nova visão
estratigráfica do centro-oeste do Rio Grande do Sul. In: 6o Simpósio Sul-Brasileiro de
Geologia do Cone Sul. UFRGS/SBG, Porto Alegre. p.233-234, 1995.
MÜLLER FILHO, I.L. Notas para o Estudo da Geomorfologia do Rio Grande do Sul,
Brasil. Ministério da Educação e da Cultura – UFSM - Departamento de Geo- Ciências, no
1, p.34 (1970).
NIMER, E. Climatologia do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, Departamento de
Recursos Naturais e Estudos Ambientais, 1989. 422 p.
PREFEITURA MUNICIPAL DE QUARAÍ. Secretaria de Saúde e Meio Ambiente. Plano
Municipal de Saúde de Quaraí, 1998.
RADAMBRASIL/FUNDAÇÃO INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA. Folha SH.22 Porto Alegre e parte das folhas SH. 21 Uruguaiana e SI.
22 Lagoa Mirim: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso potencial da
terra. Rio de Janeiro: IBGE, 1986. 796 p. 6 mapas,: il. (Levantamento de recursos
naturais; v. 33).
SERETARIA DE MEIO AMBIENTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL/ SEMA
Disponível em: http://www.sema.rs.gov.br/. Acesso em 2003.
SILVÉRIO DA SILVA, J. L. Estudo dos Processos de Silicificação e Calcificação em
Rochas Sedimentares Mesozóicas do Rio Grande do Sul, Brasil. Tese de doutorado em
Geociências. UFRGS, 1997. 156 p.
SILVÉRIO DA SILVA, J.L. e Garcia A. J. V. Avaliação Petrológica Preliminar de
Arenito das Formações Mata e Santa Maria (Membro Passo das Tropas), na região
de Santa Maria – RS. Acta geologica leopoldensia. Ano XVI, No 38, UNISINOS, p.199223, 1993.
SILVÉRIO DA SILVA, J.L.; PAVÃO, A. D. M.; BERRO, S. V. CRUZ, R. C. E
WANDSCHEER, E.A.R. Avaliação da Vulnerabilidade dos Recursos Hídricos
Subterrâneos da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria, RS. In: XV Simpósio Brasileiro
de Recursos Hídricos. Curitiba-PR, 23 a 27 Nov 2003. CD-ROM.
SUERTEGARAY, D. M. A. Deserto Grande do Sul: Controvérsia. 2 ed. Porto Alegre:
Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 1998. 109 p.
VEIGA, P.; MEDEIROS, E.R. e SUERTEGARAY, D.M.A. Gênese dos campos de areia
no município de Quaraí-RS. In: Anais do I Congresso da Associação Brasileira de
Estudos do Quaternário. Porto Alegre: UFRGS, Jul.1987.
15