GEOECONOMIA, SUPERCICLO DE COMMODITIES E AS REGIÕES GEOECONÔMICAS SUL-MATO-GROSSENSES Prof. Dr. Cristovão Henrique Ribeiro da Silva1 [email protected] Resumo A virada do século XXI apresenta uma gama de novos fatores para compreensão das estruturas produtivas globais. A geoeconomia auxilia a geopolítica no exercício de compreender as dimensões estratégicas dos Estados nações. Esse contexto é crucial para compreendermos a concepção das regiões geoeconômicas de Mato Grosso do Sul, os territórios são controlados pelas corporações produtoras de commodities e nesse caminho as regiões emergem. É uma agenda de pesquisa que se abre e brevemente salientaremos nesse texto. Abstract The turn of the century presents a range of new factors for understanding global production structures. The geoeconomic assists geopolitics in the exercise to understand the strategic dimensions of nation states. This context is crucial to understanding the concept of geo-economic regions of Mato Grosso do Sul, the territories are controlled by corporations producing commodities and in this way the regions emerge. It is a research agenda that opens and briefly will point out this text. 1 Doutor em Geografia Econômica pela Universidade Federal da Grande Dourados. Professor Voluntário na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Diretor do Departamento de Indústria e Comércio, na Prefeitura de Três Lagoas. E-mail de contato: [email protected] VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 Geoeconomia e superciclo de commodities O início do século XXI o mercado internacional das commodities recebeu um novo impulso representado sobretudo pela demanda chinesa. O dragão do Oriente, se tornou o motor industrial do mundo e promoveu uma intensa reestruturação produtiva global. Estabelecendo um novo padrão de relações internacionais entre os países de industrialização tardia como intitulou Alice Amsden em seu livro “A Ascenção do resto” de 2001. Mas para compreendermos esse painel transicional das estruturas produtivas globais o cabedal teórico também solicita uma atualização, portanto, a velha e boa geopolítica arquitetada sobretudo durante a Guerra Fria pode ser associada a geoeconomia para compreender a montanha russa montada com sobe desce dos preços das commodities no mercado internacional. No campo das reflexões sobre geoeconomia, pode-se salientar um importante aspecto teórico-metodológico: a geoeconomia não pode ser confundida com geopolítica, pois uma não substitui a outra. O cenário de reestruturação produtiva global, por exemplo, pode ser interpretado do ponto de vista geoeconômico, ao passo que as estratégias de mercados orquestradas pelas corporações se enquadram no domínio tático das redes de logística, como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, capacidade produtiva, market share, pesquisa e desenvolvimento (P&D). Por outro lado, a geopolítica pode ser exemplificada utilizando as evidentes políticas de atuação dos Estados-nações, precisamente na consolidação de pactos de poder regionais, acesso a mercados estratégicos de fornecimento de insumos tecnológicos ou de matérias-primas, poder bélico, acordos bilaterais e soberania nacional. Logo, deve-se inferir sobre a existência dessas duas abordagens correlatas e indissociáveis na análise tanto das relações internacionais quanto da atuação das corporações transnacionais. Com essa ressalva em mente, voltemos a questão inicial evocada no início deste artigo, principal aspecto que marcou a primeira década do século XXI, foi a demanda chinesa que intensificou o processo de valorização dos preços das commodities que os economistas intitularam de superciclo “[...] a rare period of higher costs underpinned on the demand side by the industrialization and urbanization of emerging countries, notably China, and on the supply side by years of under investment during the 1980s and 1990s [...] (BLAS, 2012, p.1) Diante desse contexto geoeconômico, os mercados internacionais, continuaram a impulsionar suas global commodities chains (cadeias globais de commodities) em direção ao Sudeste asiático, já que se esperava um “transbordamento regional do superciclo de desenvolvimento” no qual Índia e Indonésia seguiriam a mesma trajetória de desenvolvimento industrial chinês. Essa conjuntura do superciclo promoveu, na virada do século, com uma valorização das commodities jamais vista durante o século passado. Para exemplificarmos melhor, durante cem anos (1900-2000) o índice de preços de commodities, desenvolvido pelo Instituto Global Mckinsey que inclui 4 subgrupos: Energia, Alimentos, Commodities Agrícolas e Minerais, declinou 50% em termos reais em decorrência do aprimoramento técnico da indústria e menor demanda dos países desenvolvidos por produtos básicos (LAZZARINI; JANK; INOUE, 2013). No início dos anos 2000, a combinação do progresso tecnológico, aprimoramento dos meios de transporte, a rápida urbanização e industrialização dos países de industrialização tardia impulsionaram o índice de preços das commodities em 177%. Nessa conta, coloquemos o crescimento econômico dos países do BRICS, isso permitiu que o índice de preços das commodities que detinha cem anos de depreciação marcados principalmente pela crise de 1929, duas guerras mundiais e a crise do petróleo em 1970, se recuperasse em ritmos acelerados. Para sermos exatos, essa fase do superciclo, ficou caracterizada, sobretudo, entre os anos de 2002 e 2012, período em que os índices de crescimento da China eram de sobremaneira altos. Porém, adicionado os efeitos da crise financeira global de 2008, o superciclo de commodities começa em 2011 dar sinais que estava entrando em declínio atingindo 150% dos preços do século VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 passado (FMI, 2013; BLAS, 2012). Embora, com a retração dos preços das commodities eles continuavam, em 2014, a 160% acima do que estava na deflagração da crise. O minério de ferro é um exemplo que podemos utilizar, segundo os índices de preços de Mckinsey, a tonelada era cotada por volta de 84,14 dólares em 2013, durante o superciclo (20022012) era vendido por US$ 200/Tonelada. Valor muito maior do que era comercializado no período pré-supercycle que girava em torno de 15 a 20 dólares americanos (BLAS, 2012). Ou seja, o superciclo não se findou como muitos economistas deram a sentença, ao contrário, ele continua a ritmos mais lentos inclusive, os estudos de Dobbs et. al. (2013) e Alston; Babcok e Padey (2010) atribui-se a essa questão dos preços das commodities que continuarão altos e voláteis por mais 20 anos. Essa volatilidade é classificada em duas situações uma de curto prazo: orientada pelas questões de desastres naturais como chuvas torrenciais causadoras de inundações e tornados, secas intermitentes como aconteceu no Sudeste do Brasil em 2015 que elevou os custos do Etanol em 20%, greves trabalhistas, e ainda restrições de exportações, como por exemplo a barreira tarifária US$ 0,54 por galão (3,78 litros) para entrada de Etanol brasileiro nos EUA e até conflitos militares em zonas petrolíferas. Numa outra vertente, a volatilidade de longo prazo, relacionada ao abastecimento de novos mercados internacionais na qual há dificuldade de atender a demanda por dificuldades de acesso a novas técnicas exploração de petróleo em águas profundas; a exploração jazidas de minério de ferro em regiões de comunidades tradicionais e/ou expansão de monocultivos frente a pressão de movimentos sociais nos servem de exemplo dessa questão de volatilidade de longo prazo. Os EUA e sua exploração de petróleo de xisto deu uma nova roupagem geoeconômica e geopolítica para os preços do barril de petróleo, somasse ainda, o enfraquecimento do poder econômico chinês fez com o que a descida da montanha russa de preços das commodities (agrícolas, minerais e de energia) fosse bem mais rápida do que se esperava. No campo geoeconômico, isto é, na alçada que envolve o controle tático dos recursos e das redes presentes no território de cada Estado-Nação, resta saber se para a próxima subida de preços dos tradables, estimada para 2022, os países de industrialização tardia estarão organizados para os velhos/novos desafios colocados para o crescimento econômico no mundo como energias renováveis, crise climática, superpopulação nas metrópoles globais. É uma agenda que é não só geopolítica, mas também geoeconômica. Feita essa longa ressalva sobre os aspectos geoeconômicos deste início de século, na próxima sessão apresentaremos a abordagem das regiões geoeconômicas para Mato Grosso do Sul. As Regiões Geoeconômicas de Mato Grosso do Sul Não nos atemos nesse trabalho, apresentar o core da discussão que ronda a industrialização brasileira nessas primeiras décadas do século XXI. Mas devemos nos atentar para o seguinte quando levantamos esses fatores condicionantes da industrialização é que a maioria deles, exceto as políticas industriais sejam elas monetárias, cambiais, fiscais e/ou de intervenção direta – (KON, 1999), são características territoriais. E, é aí que reside nossa abordagem de regiões geoeconômicas, uma vez que é a concepção de território mais utilizada seja na gestão do Estado e na atuação das empresas. Ou seja, cada peculiaridade do território condicionou a formação de regiões geoeconômicas em Mato Grosso do Sul. Para chegarmos no resultado do mapa 1, levamos em consideração os estudos do Zoneamento Ecológico Econômico Volume 1, 2 e 3 (2010); o Zoneamento Ecológico Econômico Cenários Prospectivos de 2035 (2013); o Estudo da Dimensão Territorial do estado de Mato Grosso do Sul: Regiões de Planejamento (2015)2; E o Caderno GeoAmbiental de Mato 2 Para mais detalhes http://goo.gl/4AQ2HP VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 Grosso do Sul (2014)3 e ainda os limites políticos-administrativos dos municípios. A tentativa de esboçar uma regionalização de Mato Grosso do Sul pode parecer em primeira instância uma prepotência, mas o que nos leva a essa noção é a própria orientação regionalizada que as global commodities chains (GCC) possuem. A questão que envolve as regiões geoeconômicas são principalmente a produção e extração dos tradables e não anula as outras regionalizações, IBGE por exemplo, que em 1990 lançou a regionalização do Brasil em Mesorregiões e Microrregiões Geográficas, avançando nas metodologias divididas em duas: o princípio de regiões homogêneas e interdependência dos blocos regionais. E as microrregiões apresentaram, assim, maior grau de racionalidade uma vez que permitiu agregações. De todo modo, na abordagem geoeconômica, portanto, teríamos no Mato Grosso do Sul três regiões que podem ser assim descritas: A região Oeste com a exploração de Minério de Ferro com o polo no município de Corumbá e os outros municípios envolvidos na extração de minerais como Ladário. Na região geoeconômica Oeste a bacia do Rio Paraguai é a principal fonte de recursos hídricos e, inclusive, de acordo com o ZEE/MS (2013) é a bacia hidrográfica mais conservada do estado. Devido as condições naturais peculiares da região geoeconômica Oeste (planície pantaneira) conformada por “[...] um ambiente de deposição sedimentar submetido a um regime hidrológico anual de cheias e vazantes [...]” (ZEE/MS, 2013, p. 90). Esse bloco regional é propício para a formação de extensas áreas pastagem para a produção de proteína em grande escala na pecuária tradicional (com baixo incremento tecnológico e extensiva. O que limita por exemplo atividades industriais intensivas. Nesse exercício de definir regiões geoeconômicas, com uma característica geoeconômica diferente da região Oeste, temos a região norte-sul com solos mais férteis e com franca expansão da produtiva de commodities agrícolas com a produção maiores nos municípios de Sidrolândia, Maracaju e outros da região da Grande Dourados4. Além disso, como dissemos antes, uma regionalização não exclui a outra, na região Sul do estado de Mato Grosso do Sul essa expansão das cadeias produtivas de commodities esbarra diretamente/contraditoriamente com as comunidades tradicionais indígenas promovendo conflitos territoriais entre latifundiários e movimentos sociais5. A questão dos polos regionais sul-mato-grossenses é balizadoras dos investimentos em cadeias produtivas presentes no estado, e nessa proposta de regiões geoeconômicas, o eixo norte-sul fica com os dois municípios polos, ao Sul, Dourados com a produção das commodities agrícolas e BRFoods. E na região central Campo Grande com as plantas industriais frigoríficos da cadeia produtiva de carnes (JBS) e inclusive com uma industrialização mais diversificada. E por último, e não menos importante, a região geoeconômica Leste com a expansão da silvicultura e industrialização diversificada capitaneada pelo município de Três Lagoas. Um nítido contraponto em relação a região Oeste, com a expansão da agricultura tecnificada e em grande escala de commodities agrícolas (leia-se eucalipto) num raio de 300Km em torno do município. Outros municípios são expoentes nos tradables como Chapadão do Sul mais a Nordeste do estado, as condições naturais do Leste, apresentam areias quartzosas como solos predominantes e a principal fonte de recursos hídricos bacia hidrográfica do Rio Paraná. Pois então temos “[...] fatores propiciam a constituição de circuitos modernos de produção vinculados ao setor do agronegócio os quais demandam o uso dos recursos ambientais de forma mais intensiva [...] (ZEE/MS, 2013, p. 91) 3 Pode ser acessado na integra aqui http://goo.gl/QYoClp Um dos principais polos econômico regionais do estado a região da Grande Dourados abrange uma área de 21.329,50 Km² e é composto por 13 municípios: Caarapó, Deodápolis, Douradina, Dourados, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Itaporã, Jateí, Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante, Maracaju, Vicentina e Juti (SANTANA JUNIOR, 2009, p. 99). 5 Para mais detalhes dos conflitos entre produtores rurais e indígenas no Sul do estado de Mato Grosso do Sul ver http://goo.gl/VBOs1L VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 4 Nossa metodologia de regiões geoeconômicas parte do princípio de regiões homogêneas 6. Que são constituídas por fatores que apresentam características semelhantes, sejam elas ambientais, socioeconômicas, culturais ou jurídico-institucionais. Isto é, as regiões geoeconômicas de Mato Grosso do Sul são homogeneizadas pela atuação das corporações transnacionais – nas global commodities chains – e, assim, os fatores locacionais territorialmente estabelecidos e são numa perspectiva geoeconômica, regionalizados. Por isso pensamos na dimensão territorial dessas cadeias produtivas detalhando as características de cada uma delas. A dimensão territorial das políticas industriais é um esforço de síntese para apontar os principais fatores locacionais condicionantes das cadeias produtivas globais, e, nos revela que por mais que as políticas industriais não possuam uma orientação em produzir “territórios” industriais, elas interferem na organização espacial das atividades produtivas, sobretudo, aquelas conectadas ao comércio exterior já que os mercados das commodities são ambientes altamente competitivos. A concepção de região geoeconômica é inspirada nos estudos de Geiger (1964) Egler (1993; 2008) geoeconomia, aqui, nos ajuda a compreender para além de uma dimensão territorial das políticas industriais no Mato Grosso do Sul, ela nos auxilia a entender a consolidação de uma industrialização detentora de uma orientação regional assentada nas dinâmicas do uso do território pelas corporações transnacionais. Portanto, temos cadeias produtivas globais (global commodity chain) como aponta os estudos de Gereffi (1999) que são fortalecidas com intervenção do Estado via política industriais. E isso, possui um boost de uma regionalidade geoeconômica específica (tipo de solo, logística, formação econômica, disponibilidade hídrica, poucos movimentos sociais) como já salientamos anteriormente. Soma-se ainda uma demanda internacional (Rússia, Europa, China e o sudeste asiático) em uma buyer-driver chain que potencializa a expansão desses setores no Mato Grosso do Sul. 6 Existem outras metodologias específicas para delimitação de regiões polarizadas e homogêneas modelos gravitacionais por fluxos, números índices como faz o IBGE a partir de índices de especialização do comércio varejista, industriais, serviços urbanos e polos urbanos Os conceitos de regionalização: as regiões polarizadas ou nodais, as regiões homogêneas e as regiões de planejamento levam em conta os estudos de Benko e Lipietz (1994) Lencioni (2003) Becker e Egler (1994) VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 Mapa 1: Regiões geoeconômicas e corporações exportadoras em Mato Grosso do Sul Evidentemente, essa estratégia de desenvolvimento adotada pelo Estado Brasileiro, visa entre outras demandas adensar essas cadeias produtivas globais (GCC), com redes de suprimentos com atividades mais básicas até serviços especializados como telecomunicação e transporte gerando emprego e renda. Já que envolvem atividades a montante e a jusante da agroindústria, esse debate suscita outros pontos polêmicos na economia como reprimarização da economia, baixo valor agregado dos produtos, desindustrialização, deterioração dos termos de troca, duch decease7 mas não aprofundaremos essa questão neste trabalho. De todo modo, como salientamos ao longo desse texto, a ideia é propor uma abordagem geoeconômica, portanto, teríamos no Mato Grosso do Sul três regiões geoeconômicas assim descritas: A região oeste com a exploração de minério de ferro no município de Corumbá e o outros municípios envolvidos com a pecuária extensiva e atividades turísticas. A região norte-sul com solos férteis e mais ao sul direcionada a plantio de soja, milho e cana na região de Dourados. Campo Grande com as plantas industriais de importantes frigoríficos da cadeia produtiva de carnes (JBS) e inclusive com uma industrialização mais diversificada. E por último a região leste com a expansão da silvicultura e industrialização capitaneada pelos municípios de Três Lagoas com as duas unidades industriais mais representativas do setor a Fibria S/A e a Eldorado Brasil Celulose S/A (Mapa 1). Considerações Finais A tentativa de esboçar uma regionalização de Mato Grosso do Sul pode parecer em primeira instância uma prepotência, mas o que nos leva a essa noção é a própria orientação regionalizada que as 7 Interessante reflexão sobre a questão das commodities pode ser encontrada em Lazzarini, S. C.; Jank, M. S.; Inoue, C. F. K. Commodities no Brasil: maldição ou benção In: Bacha, E.; Bolle, M. B., O futuro da indústria no Brasil: desindustrialização em debate. (Org.) Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013. VI Seminário Internacional AMÉRICA PLATINA (VI SIAP) e I Colóquio Unbral de Estudos Fronteiriços TEMA: “América Platina: alargando passagens e desvendando os labirintos da integração” Campo Grande, 16,17 e 18 de novembro de 2016 UEMS (Unidade Universitária de Campo Grande) ISBN: 978-85-99540-21-3 global commodities chains (GCC) possuem. Aliás não podemos deixar de lado a contribuição da geoeconomia na compreensão dessas novas estratégias de desenvolvimento regional. Uma vez que essas novas estruturas industriais são estabelecidas em regiões desiguais de modo na mesma medida desigual, portanto, cabe nesse período salientarmos as dimensões territoriais desses processos relacionados a indústria – política industrial, política de incentivos, política monetária, política setorial de fomento –, que às vezes, por negligência ou por opção são tratados como a-espaciais. Referências ALSTON; J. M.; BABCOK, B. A. E PADEY, P. 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